Sistema Contábeis
Sistema Contábeis
Sistema Contábeis
CONTÁBEIS
Clóvis Luís Padoveze
2010
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
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ISBN: 978-85-387-1191-9
CDD 658.4038011
43
Sistemas integrados de gestão empresarial
43 | Introdução
43 | Sistemas integrados de gestão empresarial
50 | ERP e integração com os sistemas contábeis
53 | Os módulos do ERP
Projeto e implantação 65
de sistemas de informação contábil
65 | O processo da decisão
80 | Implantação
85 | Estruturação do sistema de informação contábil
103
Subsistemas de informações contábeis
103 | Abrangência do sistema de informação contábil
110 | Sistemas de contabilidade financeira
130 | Sistemas de contabilidade gerencial
145 | Sistemas de contabilidade estratégica
mário
159
Controles internos
159 | Conceitos
168 | Tecnologia de informação e controle interno
174 | Gestão de risco
185 | Análises e relatórios
203
Anotações
Sistemas Contábeis
de como o sistema de informação que controla
o patrimônio de uma entidade. Isso significa que,
além do conhecimento dos fundamentos teóricos
da ciência contábil, é necessário o conhecimento
aprofundado dos conceitos de sistemas de infor-
mação, para a concretização de um adequado sis-
tema contábil dentro das entidades.
O atual estágio da tecnologia da informação
compreende todo o conjunto de conceitos, instru-
mentos e tecnologias de informação e comunicação
à disposição das entidades para efetivar seus siste-
mas de informação e comunicação. Dentro desse
contexto, a efetivação dos sistemas contábeis nas
entidades deve estar plenamente alinhada com o
estágio evolutivo da tecnologia de informação.
A contabilidade pode ser efetivada nas enti-
dades por diversos tipos de sistemas de informa-
ção, desde os sistemas manuais até os sistemas
totalmente integrados em ambiente internacional.
Apesar da possibilidade da utilização de sistemas
contábeis manuais, o atual estágio tecnológico não
recomenda mais esse tipo de sistema. O mínimo
que se concebe é a adoção de sistemas de contabi-
lidade informatizados.
As possibilidades de sistemas contábeis infor-
matizados são basicamente duas: sistemas con-
tábeis desenvolvidos de forma isolada e sistemas
contábeis desenvolvidos integrados com os demais
sistemas de gestão da empresa. Quando os siste-
mas contábeis são desenvolvidos de forma isolada,
o modelo de integração com os demais sistemas é
por meio de programas-pontes, denominados de
interfaces. Os sistemas contábeis integrados estão
dentro da tecnologia denominada de Sistemas In-
tegrados de Gestão Empresarial, mais conhecidos
pela sigla das suas iniciais em inglês ERP – Enterpri-
se Resource Planning, em que o processo de inte-
gração é basicamente automático.
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O presente trabalho desenvolve o tema de sis-
Sistemas Contábeis
temas contábeis a partir da apresentação do atual
estágio de tecnologia de informação, onde são
apresentados os principais conceitos, ferramentas
e aplicativos que podem ser utilizados nas entida-
des. Em seguida, desenvolve os conceitos de Siste-
mas Integrados de Gestão Empresarial com ênfase
para a integração com o módulo contábil. Também
são apresentados os principais conceitos e meto-
dologias para o desenvolvimento de um projeto
de implantação de um sistema de informação con-
tábil. Parte significativa do trabalho compreende o
estudo analítico do sistema de informação contábil,
identificando seus principais subsistemas, seus ob-
jetivos e as operacionalidades básicas necessárias.
O trabalho é completado com uma apresenta-
ção dos conceitos de controle interno, consideran-
do que essa função complementa a função básica
de controle do sistema contábil. Dentro do concei-
to de controle interno são apresentados os mode-
los já conhecidos e utilizados para as atividades de
compliance e gestão de risco, bem como os funda-
mentos da conciliação contábil como instrumento
final de controle interno.
Introdução
A tecnologia da informação está presente em todas as atividades e em
especial nas atividades administrativas e de gestão. As aplicações da tec-
nologia da informação nos sistemas de informações gerenciais expandiram
significativamente. Devido à abrangência e flexibilidade na produção e na
comunicação das informações gerenciais, hoje não se concebe sistemas de
informações sem o uso integrado com todas as possibilidades de tecnologia
de informação e comunicação.
Conceitos de sistemas
Podemos definir genericamente sistemas como um conjunto de elemen-
tos em que a interação tem um objetivo a ser atingido. A visão sistêmica ou
abordagem sistêmica é fundamental para a compreensão dos negócios e da
própria contabilidade, assim como é necessária para compreensão de qual-
quer atividade.
Componentes do sistema
O funcionamento básico de um sistema pode ser entendido observando
a sua composição central, conforme a figura 1.
Objetivo do
sistema
Controle e
avaliação
Retroalimentação
Ambiente Remoto
Sociedade Cultura
Ambiente Próximo
Clientes Tecnologia
Entradas Processamento Saídas
Política
Educação
Materiais
Concorrentes Equipamentos Produtos Fornecedores
Energia A Empresa Bens
Pessoas Serviços
Recursos Informações
Comunicação
Naturais Comunidades
Sindicatos Legislação
Governo e Tributos
Acionistas
Clima
Demografia Economia
a empresa deve ter lucro para garantir a sua continuidade, a sua sobre-
vivência empresarial;
a empresa deve ter lucro para permitir que os seus financiadores sejam
remunerados por abdicarem da liquidez investindo na empresa.
Dessa maneira, podemos dizer que uma empresa está sendo eficaz à
medida que ela obtém o lucro planejado. Assim, o lucro é considerado a
melhor medida da eficácia do sistema empresa e, portanto, mede o seu ob-
jetivo econômico.
Subsistemas empresariais
A empresa, como todo sistema, pode ser dividida em subsistemas que,
por sua vez, também podem ser divididos em seus subsistemas específicos.
A figura 3 mostra os subsistemas básicos que compõem o sistema empresa.
Variáveis Entidades
Modelo de Gestão
Sociedade Clientes
Política Fornecedores Subsistema
Recursos Naturais Comunicação de Gestão
Clima Comunidades Processo de Gestão
Demografia Sindicatos
Concorrentes Governo
Tecnologia Acionistas Subsistema Subsistema de Subsistema
Economia Formal Informação Social
Legislação
Educação
Cultura
Subsistema Físico-Operacional
Processamento Produtos e
Recursos
Produção Serviços
O computador;
As redes de comunicação.
O computador
O computador, sob inúmeras formas, tem o pressuposto de coletar dados
(por meio de equipamentos chamados periféricos de entrada), fazendo com
que esses dados sejam processados por meio de uma unidade central de pro-
cessamento (composta de vários tipos de memória e unidades de cálculos),
tendo como resultado básico uma informação (por meio de periféricos de
saída), com o objetivo principal de servir como base para a tomada de decisão.
Teclado
Mesa digitalizadora Obtenção de dados e
CD-ROM UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO
informação para serem
Mouse processados
Scanner CONTROLE
Sensores ARITMÉTICA LÓGICA Periféricos de
Pendrive SAÍDA
Monitor de vídeo
Impressora
Plotters
Pendrive
Equipamentos específicos
As redes de comunicação
As redes de comunicação são elementos vitais para o funcionamento da
informática. Por meio de seus inúmeros tipos de equipamentos, o dado e/ou
a própria informação, percorre distâncias quilométricas em poucos segun-
dos, e permite que entre dois pontos distantes possam trafegar dados ou in-
formações de maneira precisa e rápida. Além de equipamentos específicos,
as redes de comunicação utilizam cabos físicos (fibra ótica, cabos elétricos,
por exemplo) e cabos de ondas magnéticas (por exemplo, ondas de rádio,
ondas de satélite).
conteúdo e entendimento;
precisão e objetividade;
atualidade e oportunidade;
adequação à decisão;
valor econômico;
relevância;
Tecnologia da informação
O termo tecnologia da informação serve para designar o conjunto de re-
cursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. Em
outras palavras, a tecnologia da informação
é todo o conjunto tecnológico à disposição das empresas para efetivar seu subsistema
de informação e suas operações. Esse arsenal tecnológico está ligado à informática e
à telecomunicação, bem como a todo o desenvolvimento científico do processo de
transmissão especial de dados. (PADOVEZE, 2009, p. 29)
Restrições;
Segurança e privacidade;
Restauração;
Reorganização;
Eficiência.
Figura 6 – Exemplo de uma estrutura de registros (dados) para a formação de bancos de dados.
Transação
Segundo Vanni (2005), transação é um conjunto de processos que é exe-
cutado em um banco de dados, que para o usuário é visto como uma única
ação. A integridade de uma transação depende de 4 propriedades, conheci-
das como atomicidade, isolamento, durabilidade (ACID). Que são expostas
abaixo.
Isolamento: se refere ao fato de que cada transação deve ser vista in-
dividualmente.
SQL Server
DB2
MySQL
Postgree
Adabas
Sistemas integrados
O conceito de banco de dados está totalmente relacionado com o con-
ceito de sistemas integrados. Caracteriza-se um sistema integrado quando
um mesmo dado abastece todos os subsistemas que o utilizam, sem a ne-
cessidade de sua duplicação para fazer parte de mais de um subsistema.
Portanto, a utilização do conceito de banco de dados é condição base para a
estruturação de sistemas integrados.
3
Desenvolvido em con-
junto com o Prof. José An-
Sistemas operacionais3
tonio Padoveze do Centro
Universitário Salesiano de
São Paulo, Americana. Um sistema operacional é um software, um conjunto de programas de
computadores cuja função é gerenciar os recursos do sistema computacio-
nal, além de fornecer uma interface, ou seja, meio de comunicação entre as
duas entidades, o hardware (computador) e o usuário.
PENDRIVE
MONITOR SISTEMA
DE VÍDEO OPERACIONAL
MOUSE
IMPRESSORA
SOM TECLADO
CD-ROM
Visão geral
Um sistema operacional pode ser visto como um conjunto de programas
de computadores de grande complexidade e interligados entre si, respon-
sável por todo o funcionamento de uma máquina (computador) desde o
Funcionamento
Um sistema operacional possui as seguintes funções:
Gerenciamento de processos;
Gerenciamento de memória;
Sistema de arquivos;
Gerenciamento de processos
O sistema operacional é preparado para dar ao usuário a ilusão que o
número de processos em execução simultânea no computador é maior que
o número de processadores instalados. Cada processo recebe uma fatia
do tempo e a alternância entre vários processos é tão rápida que o usuário
pensa que sua execução é simultânea (WIKIPÉDIA, 2010).
Gerenciamento de memória
O sistema operacional tem acesso completo às memórias (RAM, ROM,
cache) do sistema e deve permitir que os processos dos aplicativos tenham
acesso seguro a essas memórias quando o requisitam (WIKIPÉDIA, 2010).
Sistema de arquivos
Segundo Custódio (2010) “a memória principal do computador é volátil,
e seu tamanho é limitado pelo custo do hardware. Assim, os usuários neces-
sitam de algum método para armazenar e recuperar informações de modo
permanente”. A forma pelo qual o aplicativo utiliza essa memória é por meio
de arquivos ou banco de dados. Um arquivo ou banco de dados é um con-
junto de bytes, normalmente armazenado em um dispositivo periférico não
volátil (disco rígido), que pode ser lido e gravado por um ou mais processos,
proveniente de um ou mais aplicativos.
Hierarquia da estrutura 4
Desenvolvido em con-
junto com o Prof. José An-
de sistemas de informações4 tonio Padoveze do Centro
Universitário Salesiano de
São Paulo, Americana.
Dessa forma, o conceito inicial de terminal, hoje, pode ser assimilado por
um microcomputador, seja na forma desktop ou notebook, palmtop, agendas
inteligentes, telefones celulares, caixas de banco, caixas de supermercado,
coletores de dados etc.
PRIMEIRA CAMADA
SEGUNDA CAMADA
WEB USUÁRIOS
TERCEIRA CAMADA
Tecnologias de apoio
Classifica-se como tecnologias de apoio as tecnologias que servem a
diversas atividades e que podem ser acopladas a sistemas de informações,
apresentadas como:
Leitura ótica – tecnologia e sistemas de leitura automática, normal-
mente efetuada por meio do conceito de código de barras.
Etiqueta inteligente – também denominadas de smart tag ou e-tag.
Pode ser considerada a evolução do código de barras. É um microchip
capaz de armazenar grande quantidade de informações. Muito utiliza-
do para controle de estoques e rastreamento de produtos.
Scannerização – tecnologia para copiar documentos, podendo ser trans-
formado em entrada de dados para outros sistemas de informação.
Coletores eletrônicos de dados – tecnologia e sistemas de coleta de
dados de diversas origens, como os cartões de ponto eletrônico ou de
trabalho, crachás eletrônicos etc.
Troca Eletrônica de Dados (Electronic Data Interchange – EDI) – tec-
nologias e sistemas de transmissão de dados interempresas pelos diver-
sos meios computacionais e de telecomunicações. Muito utilizado para
transmissão de dados entre empresas e instituições financeiras.
Dispositivos portáteis – equipamentos como telefones celulares,
smartphones, pagers, laptops, palmtops etc. Podem incorporar acesso
à internet com ou sem fio.
Wireless – comunicação sem fio – é toda tecnologia que provê co-
nectividade sem nenhuma ligação fixa, como cabos ou fibras óticas. A
comunicação pode ser baseada em satélites ou em radiofrequência.
Aplicativos genéricos
Os aplicativos genéricos são tecnologias e sistemas de informações que
têm uma ampla aplicação nas empresas. Alguns exemplos são apresentados
a seguir:
Aplicativos específicos
Dentro dessa classificação, incorporamos as tecnologias e sistemas que
têm uma utilização bem especificada para atender necessidades especiali-
zadas. São também denominados de sistemas especialistas. Vejamos alguns
exemplos:
Arquitetura básica de TI
A figura 9 mostra uma possibilidade de estrutura básica de tecnologia de
informação que pode incorporar a maior parte das tecnologias de apoio e
aplicativos genéricos e específicos. Essa estrutura é denominada de EAI – En-
terprise Application Integration (Integração dos Aplicativos Empresariais).
BUSINESS INTELLIGENCE
DATA WAREHOUSING
DM CRM ECR
WEB/Internet
Workflow
Logística E-Procurement
C E C – Coletor Eletrônico de Dados E C R – Efficient Customer Response
G E D – Gerenciador Eletrônico de Documentos E D I – Exchange Data Informations
D M – Data Mining CAD / CAM – Computer Aided Design/Manufacturing
B.A.I. – Inteligência Artificial nos Negócios E.A.I. – Enterprise Application Integration
Introdução
Em seu início, a computação era tida como um mecanismo que tornava
possível automatizar determinadas tarefas em grandes empresas e nos meios
governamentais. Com o avanço tecnológico, as “máquinas gigantes” começa-
ram a perder espaço para equipamentos cada vez menores e mais poderosos.
A evolução das telecomunicações permitiu que, aos poucos, os computadores
passassem a se comunicar, mesmo estando em lugares muito distantes geo-
graficamente. Como consequência, tais máquinas deixaram de simplesmente
automatizar tarefas e passaram a lidar com informação.
Informação
A informação é um patrimônio, é algo de valor. Não se trata de um monte
de bytes aglomerados, mas sim de um conjunto de dados classificados e or-
ganizados de forma que uma pessoa ou uma empresa possa tirar proveito. A
informação é inclusive um fator que pode determinar a sobrevivência ou a
descontinuidade das atividades de um negócio. E isso não é difícil de ser en-
tendido. Basta imaginar o que aconteceria se uma instituição financeira per-
desse todas as informações de seus clientes[...]
Tecnologia da Informação
A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como um conjunto de
todas as atividades e soluções providas por recursos de computação. Na verda-
de, as aplicações para TI são tantas – estão ligadas às mais diversas áreas – que
existem várias definições e nenhuma consegue determiná-la por completo.
Tome como base o seguinte exemplo: se uma empresa renova seu parque
de computadores comprando máquinas com processadores velozes, muita
memória e placa de vídeo 3D para funcionários que apenas precisam utilizar
a internet, trabalhar com pacotes de escritório ou acessar a rede, a companhia
fez gastos desnecessários. Comprar máquinas de boa qualidade não significa
comprar as mais caras, mas aquelas que possuem os recursos necessários. Por
outro lado, imagine que uma empresa comprou computadores com vídeo in-
tegrado à placa-mãe (onboard) e monitor de 15” para profissionais que traba-
lham com Autocad. Para esses funcionários, o correto seria fornecer computa-
dores que suportassem aplicações pesadas e um monitor de, pelo menos, 17”.
Máquinas mais baratas certamente conseguiriam rodar o programa Autocad,
porém com lentidão, e o monitor com área de visão menor daria mais traba-
lho aos profissionais. Nesse caso, percebe-se que a aquisição das máquinas
reflete diretamente no desempenho dos funcionários. Por isso, é preciso saber
quais as necessidades de cada setor, de cada departamento, de cada usuário.
Veja este outro exemplo: uma empresa com 50 funcionários, cada um com
um PC, adquiriu um servidor de rede que suporta 500 usuários conectados ao
mesmo tempo. Se a empresa não tem expectativa de aumentar seu quadro de
funcionários, comprar um servidor desse porte é o mesmo que comprar um
ônibus para uma família de 5 pessoas. Mas o problema não é apenas esse. Se
esse servidor, por alguma razão, parar de funcionar, a rede ficará indisponível
A TI é algo cada vez mais comum no dia a dia das pessoas e das empre-
sas. Tudo gira em torno da informação. Portanto, quem souber reconhecer
a importância disso, certamente se tornará um profissional com qualificação
para as necessidades do mercado. Da mesma forma, a empresa que melhor
conseguir lidar com a informação, certamente terá vantagens competitivas
em relação aos concorrentes.
Atividades de aplicação
1. Defina o que é sistema e explique seus principais componentes.
Gabarito
1. Sistema pode ser definido como um conjunto de componentes em
interação com um objetivo principal a ser cumprido. Os seus principais
componentes são: o objetivo ou objetivos do sistema; o ambiente do
sistema; as entradas do sistema; o processo de transformação do siste-
ma; as saídas do sistema; o controle e avaliação do sistema; o sistema
de retroalimentação do sistema e a administração do sistema.
Referências
ALECRIM, Emerson. O que É Tecnologia da Informação (TI)? Publicado em: 27
ago. 2008. Disponível em: <www.infowester.com/col150804.php>. Acesso em: 29
mar. 2010.
VANNI, Pablo. Transações com PHP e Microsoft SQL Server. Publicado em: 16
ago. 2005. Disponível em: <http://phpbrasil.com/artigo/gHREtIXmgsAb/transa-
coes-com-php-e-microsoft-sql-server>. Acesso em: 6 abr. 2010.
Introdução
O conceito de integração em sistemas de informações é tão antigo
quanto a própria conceituação de sistemas, uma vez que qualquer sistema
caracteriza-se pela interação entre seus elementos ou componentes. Espe-
cificamente com sistemas de informação desenvolvidos de forma computa-
cional, a questão da integração entre todos os subsistemas sempre foi uma
operacionalidade fundamental desejada, mas, por algum tempo, ela não foi
alcançada completamente em razão do estágio do desenvolvimento da tec-
nologia de informação.
Conceituação
De acordo com Padoveze (2004), “São assim denominados os sistemas
de informações gerenciais que têm como objetivo fundamental a integra-
ção, consolidação e aglutinação de todas as informações necessárias para a
gestão do sistema empresa”.
SAP.
Manuseio de Ordens
Desenvolvimento de Ordens
Serviços ao Cliente
Relatórios Financeiros
Abrangência do ERP
A proposta do ERP é a construção de um sistema de informação que
atenda a empresa como um todo, dentro de um conceito de integração total.
Obviamente, nem tudo será possível, pois existem especificidades dentro de
uma empresa que necessitarão de sistemas de informação complementa-
res. Porém, dentro de uma apreciação geral, um ERP só pode ser concebido
dentro dessa visão de abrangência total.
Planejamento Lançamentos
Engenharia PCP (MRP) Estrutura de Produtos Contabilidade
Ordens de Produção Orçamento
Cotações
Administração de Estoques Solicitação de Compra Entradas Contas a Pagar
Requisições de Materiais Pedidos de Compras Emissões de Cheques
Cadastro de Fornecedores
Produção
Custos Chão de fábrica
Capacidade de Produção Simulação Preço de Vendas Carga Máquinas Contas a Receber
CRP-RCCP Rentabilidade de Vendas Controle de Produção
Coletor Eletrônico
Controle de Eficiência
O fato do ERP procurar atender a maior parte das empresas, que atuam nos
mais variados segmentos, permite aos fornecedores desse tipo de software in-
corporar os conceitos mais atualizados existentes no mundo empresarial, de-
nominados de melhores práticas (best practices). Dessa maneira, os processos
de negócios mais modernos desenvolvidos pelas empresas podem ser adota-
dos na implantação de um ERP. Podemos dizer que essa é uma característica
que traz grande vantagem para a maioria das empresas pela adoção do ERP.
O conceito de customização
Quando da elaboração do set-up de cada módulo é possível que se iden-
tifique que certa particularidade do processo específico da empresa não
seja possível de ser atendido pelo módulo como originalmente concebido.
Diante disso, surgem basicamente duas possibilidades:
Os módulos do ERP
O objetivo de cada módulo ou subsistema do ERP é atender às operacio-
nalidades de cada setor ou atividade específica. Assim, todas as funções nor-
malmente existentes em qualquer empresa são contempladas com módulos
ou subsistemas específicos, como visto na figura 4.
Produção;
Comercialização; e
Administração.
Além dessas grandes áreas, outras áreas de porte existem dentro da empre-
sa que, em alguns organogramas, podem adquirir o status de área, ou então,
divisão ou departamento. Alguns exemplos dessas áreas de porte podem ser:
Compras;
Estoques;
Logística e distribuição;
Marketing;
Desenvolvimento de produtos;
Informática e telecomunicações;
Finanças etc.
SISTEMAS DE APOIO
À GESTÃO
SISTEMAS DE APOIO
ÀS OPERAÇÕES
Sistema Objetivos
Compras Recebimento físico dos materiais
Requisições de materiais
Cadastro de fornecedores
Emissão de ordens de compras
Controle de pedidos e cotações
Controle das importações
Controle dos contratos e terceirizações
Na comercialização
Pedidos de venda e comissões Controle dos pedidos de venda
Controle das comissões
Faturamento Faturamento e emissão de notas fiscais
Cadastro de clientes
Na administração
Controle patrimonial Controle dos imobilizados e intangíveis
Folha de pagamento Cadastro de funcionários
Cálculo dos salários e encargos sociais
Controle das obrigações trabalhistas
Escrituração fiscal Recebimento fiscal
Escrituração fiscal de entradas e saídas
Apuração dos tributos
Contas a receber Controle dos títulos em aberto
Controle das inadimplências
Cobrança bancária
Contas a pagar Controle dos títulos em aberto
Controle dos atrasos
Pagamento das contas
Tesouraria Conciliação bancária
Controle das aplicações financeiras
Controle dos financiamentos
Controle do fluxo de caixa diário
Sistemas Objetivos
Custos Custo unitário dos produtos
Formação de preços de venda
Rentabilidade por produtos
Orçamento Planejamento orçamentário
Controle orçamentário
Recursos humanos Recrutamento e seleção
Treinamento e desenvolvimento
Avaliação de desempenho
Análise de crédito Aprovação do crédito dos clientes
Planejamento financeiro Projeção do fluxo de caixa
Análise dos investimentos
Atividades de aplicação
1. Quais os conceitos fundamentais de um ERP?
Gabarito
1. O primeiro conceito fundamental do ERP é a consolidação à aglutina-
ção de todas as informações necessárias à gestão do sistema empresa
dentro de um conceito de sistema único, respeitando as característi-
cas específicas de cada setor ou atividade. O segundo conceito fun-
damental do ERP é a integração. Todos os módulos ou subsistemas
do ERP devem ser integrados, de tal forma que permita a navegabili-
dade dos dados e a não redundância da entrada de dados. O terceiro
fundamento do ERP é a primazia do processo. Todos os processos de
negócio da empresa devem ser sistematizados de tal forma que fluam
sem que sejam interrompidos por questões departamentais.
Referências
BORAH INFORMÁTICA. Breve História do ERP. Disponível em: <http://borah.
com.br/CartilhaSeitudoErpHistoria.asp>. Acesso em: 31 mar. 2010.
O processo da decisão
O processo de decisão sobre a aquisição ou construção de um sistema de
informação e sua implantação exige uma série de passos a serem observa-
dos, que termina por se constituir numa metodologia do processo de tomada
de decisão e da implantação de sistemas de informação. Essa metodologia
é aplicável a qualquer sistema de informação e, portanto, para sistemas de
informações contábeis.
As etapas do processo
É possível identificar as seguintes etapas do processo de tomada de deci-
são, tomando como referência sistemas de informações contábeis:
1. Definição da mudança.
9. Avaliação do investimento.
10. Decisão.
Definição da mudança
É a etapa inicial onde se cristaliza a ideia central de mudar para um novo
sistema contábil, e que deflagra o restante do processo. Nessa etapa, todas
as pessoas envolvidas criam a consciência e a convicção que a mudança irá
ocorrer. As pessoas envolvidas nessa mudança devem ser:
O diretor/gerente de produção;
O diretor/gerente de comercialização;
Essas variáveis também devem ser analisadas caso a empresa decida por
desenvolver internamente o software.
Avaliação do investimento
É a etapa que envolve a avaliação econômica e financeira dos investimen-
tos na nova solução. Compreende a análise comparativa entre as alternativas
escolhidas (desenvolver internamente ou adquirir de terceiros) consideran-
do o horizonte de tempo adequado de vida útil de utilização da solução e a
previsão de revisão ou renovação do sistema. Compreende também a análi-
se das vantagens e desvantagens de cada solução no horizonte esperado de
implantação do projeto.
Decisão
É a conclusão do processo com a escolha da solução a ser adotada.
Enfoque de avaliação
Nas etapas de apreciação das alternativas oferecidas pelo mercado, seja
pela equipe de prospecção, seja pela equipe de decisão, dois enfoques de
avaliação normalmente tendem a surgir: o enfoque de confronto e o de
receptividade.
Esse enfoque tem uma série de vantagens. Permite uma análise compara-
tiva mais adequada, sem vinculação com o que existe na empresa do sistema
atual, além de permitir que o produto oferecido seja evidenciado em todas
as suas possibilidades.
O conceito (ou conceitos) sobre o qual foi erigido o sistema (ou siste-
mas);
Uma metodologia que pode ser adotada é fazer a “avaliação de cada ca-
racterística e variável de cada sistema” aplicando-se uma pontuação dentro
de uma faixa escolhida. Cada participante da equipe de prospecção ou da
tomada de decisão dá a nota que entende como adequada para cada item.
Ao final, faz-se a média das notas e a melhor solução avaliada deverá ser a
escolhida. Essa metodologia pode ser sintetizada nos seguintes pontos:
Projeto
Feita a opção por um sistema, passa-se para a etapa seguinte, que é a
elaboração do projeto de aquisição e implantação deste. Na parte final do
processo decisório sobre sistema de informação, será feita uma reunião de
todos os dados levantados, sistematizando-os dentro de um projeto de
implantação de sistema de informação. Em linhas gerais, o projeto deverá
conter os seguintes elementos:
Objetivo do projeto;
Justificativas do projeto;
Resultados esperados;
Investimentos previstos;
Financiamento do projeto;
Condução do projeto.
Retorno do investimento
Um sistema de informação da área contábil ou um sistema completo de
gestão empresarial, envolve um investimento significativo que, em princípio,
deverá trazer um retorno econômico.
Software(s) principal(is);
Softwares complementares;
Hardwares principais;
Hardwares complementares;
2
Buscar a maior exatidão informações que serão disponibilizadas pelo sistema, sua acurácia2, sua
possível de um dado ou
valor. abrangência, sua consistência científica e o tempo em que elas estarão pe-
riodicamente disponíveis.
Implantação
Após a análise de viabilidade econômica do projeto de mudança do sis-
tema de informação, segue-se a etapa seguinte e final do projeto, que é a
implantação do sistema.
Organização do projeto.
Implantação e treinamento.
Organização do projeto
A empresa designará um líder do projeto, denominado de gerente ou di-
retor do projeto. Tratando-se de sistema de informação contábil, é natural
que a liderança do projeto fique com o contador geral ou com o controller.
Este poderá designar outros dois líderes mais específicos, como por exem-
plo, um líder para os módulos ou atividades de contabilidade financeira e
outro para os módulos ou atividades de contabilidade gerencial.
Equipes de trabalho
O líder do projeto deverá estruturar as equipes e definir as atribuições,
também deverá definir o coordenador e os auxiliares para a equipe ou equi-
pes. Dentro de um sistema de informação, podem existir módulos com es-
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Projeto e implantação de sistemas de informação contábil
Metodologia de implantação
A implantação requer uma metodologia muito bem elaborada, sob pena
de conturbar o processo de implantação. Os conceitos gerais de implanta-
ção devem constar de uma metodologia que seja clara e utilizável por todos
os componentes das equipes do projeto.
Cronograma de atividades
Deve ser feito um detalhamento do processo de aquisição, implantação,
treinamento e operação, transformando-o em datas e prazos, com cronogra-
mas por equipes e fases do projeto, e por módulo do sistema, se for o caso.
Motivação
O líder do projeto deve organizar-se para criar e manter o clima de moti-
vação e comprometimento dos membros da equipe e de todos os funcioná-
rios envolvidos, em todas as fases do projeto.
Implantação e treinamento
É a fase que exige a maior participação efetiva dos envolvidos, pois está
totalmente ligada à metodologia de implantação definida e será constante-
mente monitorada pelo líder do projeto. É importante ressaltar que não só
aspectos técnicos e operacionais estão envolvidos, como a sociopsicologia e
a cultura da empresa serão afetadas pela implantação e necessitarão de um
gerenciamento. A seguir serão expostos os principais elementos para a fase
de implantação.
Implantação do sistema
Após as redefinições dos processos, os procedimentos e parâmetros ne-
cessários serão incorporados ao sistema ou aos subsistemas, fazendo a for-
matação final destes, preparando-os para serem operados. No caso de siste-
mas contábeis, a implantação do sistema tem como referência:
Disponibilização da infraestrutura
Nessa fase, deverão ser definidos todos os equipamentos necessários para
atender às necessidades do novo sistema implantado. Todos os setores en-
volvidos deverão fornecer suas necessidades que, avaliadas pela direção do
projeto, deverão ser disponibilizadas para os diversos setores, de tal forma
que os sistemas implantados possam ser operacionalizados em condições
normais.
Documentação do sistema
É a fase de registro dos processos e procedimentos de trabalho. Neces-
sária para que o sistema ou sistemas implantados não sofram solução de
continuidade por falta de padronização e instrumentos de retreinamento.
Estruturação do sistema
de informação contábil
A estruturação do sistema de informação contábil compreende a defini-
ção das informações que serão fornecidas pelo sistema e a preparação do
sistema para atender essas necessidades. Para tanto, faz-se necessário, pri-
meiro, um levantamento ordenado das informações que todos os gestores
necessitam do sistema de informação contábil para, posteriormente, estru-
turar a conta e o plano de contas contábil.
Modelo de estruturação
do sistema de informação contábil
Adotaremos como referência o modelo de estruturação de informação con-
tábil dentro de um ERP, pois é mais abrangente e totalmente válido e aplicável
para a estruturação de um sistema de informação contábil especialista.
Necessidades da
Média Administração
Necessidades do Último
Nível de Decisão
Necessidades
Externas
Necessidades
Sistema de Operacionais
Informação
Contábil
Nesse conceito, para cada empresa criam-se duas tabelas básicas: a tabela
de contas contábeis (ou plano de contas contábil) e a tabela de centros de
custos (plano de contas de centros de custos). Essas tabelas, combinadas,
podem dar a informação separada de contas contábeis por centro de custo.
Empresa
Unidade de negócio
Divisão/Fábricas
Centro de custo
Subcentro de custo
Conta contábil
Conta gerencial
Ordem de trabalho
Quantidade 1
Quantidade 2
Quantidade 3
Recusa
Figura 5 – Estrutura de conta contábil
ampliada.
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Projeto e implantação de sistemas de informação contábil
Nessa estrutura, cada lançamento contábil deverá ter os dados para todos os
segmentos da conta, ou seja, na escrituração de cada lançamento os dados de
unidade de negócio, divisões, centros de custos, conta contábil, ordem de tra-
balho (ou projeto), produtos e linhas de produtos etc. deverão ser introduzidos,
para depois serem objeto de relacionamentos e obtenção de informações.
Algumas empresas utilizam softwares de apoio para obter esses dois tipos
de saldos de contas para utilizá-los de forma comparativa.
Para tanto, devem ser criadas tantas “contas adicionais” quantas forem
necessárias para atender aos três fundamentos anteriores.
Relatórios gerenciais
Unidades;
Peso;
Metro;
Toneladas.
Diária;
Semanal;
Mensal.
On-line;
Arquivos anexados;
Papel;
Adequação;
Perfil do usuário;
Momento do envio/apresentação.
RESOLVE:
1.3.1 – A informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e equi-
tativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de
diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles,
considerado o fato de que os interesses destes nem sempre são coincidentes.
confiabilidade;
tempestividade;
compreensibilidade; e
comparabilidade.
1.4 – DA CONFIABILIDADE
1.4.1 – A confiabilidade é atributo que faz com que o usuário aceite a infor-
mação contábil e a utilize como base de decisões, configurando, pois, elemen-
to essencial na relação entre aquele e a própria informação.
§ 3.º A pertinência requer que seu conteúdo esteja de acordo com a res-
pectiva denominação ou título.
1.5 – DA TEMPESTIVIDADE
1.7 – DA COMPARABILIDADE
1.7.1 – A comparabilidade deve possibilitar ao usuário o conhecimento da
evolução entre determinada informação ao longo do tempo, numa mesma
entidade ou em diversas Entidades, ou a situação destas num momento dado,
com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posições relativas.
Atividades de aplicação
1. Explique as vantagens e desvantagens de desenvolver internamente
ou adquirir de terceiros um sistema de informação contábil.
Gabarito
1. A vantagem de desenvolver internamente um sistema de informação
é de que ele estará totalmente adaptado à organização atual e aos
processos atuais, não provocando a necessidade de gestão das mu-
danças. Por outro lado, a desvantagem é que a empresa pode perder a
oportunidade de obter um sistema de informação mais avançado con-
ceitualmente, que contemple as melhores práticas e processos de ne-
gócio. Assim, a vantagem de se adquirir de terceiros está exatamente
nesse ponto, onde o software pode conter uma visão mais abrangente
do que a empresa tem antes da mudança. A desvantagem de desen-
volver internamente um sistema contábil também está no aspecto de
que a estrutura básica de um sistema de informação contábil é extre-
mamente conhecida e desenvolvida, e desenvolver internamente é
praticamente um retrabalho de tecnologia de informação, gastando,
provavelmente, um tempo desnecessário da equipe interna de TI.
Referências
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 785/95. Publicado em:
1.º mar. 2008. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_785.DOC>.
Acesso em: 19 abr. 2010.
Análise de
Fluxo de Sistema de Custos
Contabilidade
Caixa Sistema
Societária e Fiscal Preços de Venda
Orçamentário
Consolidação de Balanços Análise de Custos
Centros de Lucros
Unidade de Negócios
Sistema de Valorização de
Inventários
Controle patrimonial;
Consolidação de balanços;
No passado, quando nosso país conviveu com altas taxas de inflação, esse
subsistema era também necessário para estruturar a contabilidade gerencial
em moeda constante (correção monetária, correção monetária integral).
Orçamento;
Acompanhamento do negócio;
Balanced scorecard;
Gestão de riscos.
Um sistema contábil que não tenha essa concepção mínima deve ser des-
cartado de imediato. Todavia, em termos práticos, temos notado que muitos
contadores, mesmo tendo sistemas contábeis que absorvem essa concep-
ção mínima, não utilizam o conceito de centro de custo. Isso deixa o sistema
com baixíssima eficácia.
Lançamentos contábeis;
Livro Diário;
Balancetes;
Arquivo contábil.
Operacionalidades do sistema
Flexibilidade e integridade
Dentro de um sistema de informação contábil gerencial as operacionali-
dades fundamentais são a flexibilidade e a integridade, pois há a necessida-
de de se trabalhar, ao mesmo tempo, com uma estrutura flexível, e também
que permita a total segurança.
Parametrização
1
Mnemônicos são combi- Deve permitir a criação, por meio de parâmetros e mnemônicos1, de
nações de números e letras
que facilitam a memori-
zação de alguma coisa ou
novas estruturas informacionais a partir de banco de dados existentes. Exem-
conceito. plificando, se o sistema traz como formatação básica de período o período
mensal, deve haver possibilidades de se criar outros tipos de períodos, utili-
zando o banco de dados de datas, tais como períodos semanal, decendial,
quinzenal, bimestral etc.
Multiempresa e multiusuário
É necessário que o sistema atenda a todas as empresas do grupo e a
todos os usuários dentro do grupo empresarial. O conceito de multiempresa
não necessariamente implica que seja uma empresa dentro de formas legais.
Esse conceito de multiempresa pode ser o conceito de divisões ou unidades
de negócios, onde não há uma empresa diferente de forma explícita.
Tabelas e relacionamentos
Como boa parte das contas contábeis são repetitivas, é necessário veri-
ficar se o sistema tem facilidades para o processo de construção de tabelas
(centros de custos, linhas de produtos etc.), pois elas facilitam o processo de
construção de contas e planos de contas.
Gerador de relatórios
Operacionalidade já consolidada, que permite aos usuários da informa-
ção contábil formatar seus próprios relatórios com muita facilidade, sem a
necessidade de conhecimento das tecnologias de informática. É um concei-
to próximo ao de sistema de suporte à decisão. Os geradores de relatórios
devem propiciar a possibilidade de um relatório completo, ou seja:
Lançamentos automáticos
O sistema deve permitir lançamentos automáticos por qualquer sistema
de entradas. Dessa maneira, além da entrada direta de lançamentos, o siste-
Controle patrimonial
Esse subsistema tem sido necessário devido à grande quantidade de
itens de ativos imobilizados e intangíveis, principalmente os imobilizados,
que devem ser controlados dentro de uma empresa.
Além disso, o próprio atributo de serem ativos fixos determina uma fi-
losofia específica de gestão, decorrente dessa característica de imobilidade
física e escritural. Adicionalmente, necessidades legais e fiscais determinam
toda uma sistemática de cálculos e controles, que, pela sua complexidade,
exigem tratamentos contábeis bastante específicos. Os investimentos em
outras empresas também podem ser controlados nesse subsistema. Os ob-
jetivos deste são os seguintes:
Critérios de atribuição
de valor e aplicação das práticas contábeis
Determinados eventos patrimoniais exigem critérios para definir o valor
a ser registrado no sistema, como ativamento de bens produzidos interna-
mente e obras civis. Para o cálculo da depreciação também há necessidade
de decidir o critério a ser utilizado para o cálculo, seja em termo de taxas,
turnos de trabalho, metodologia, alocação da despesa etc. A decisão de ati-
vamento dos gastos está relacionada com as possibilidades legais e geren-
ciais de ativamento de valores de bens ou gastos, incluindo os itens do Ativo
Intangível, gastos de manutenção, de reformas etc.
Operacionalidades do sistema
Identificação patrimonial
É o processo de atribuir número de ordem aos bens e direitos internados
dentro da empresa. Tradicionalmente, essa identificação tem sido efetuada
Fabricante e fornecedor;
Centro de custo;
Localização física;
Planta do seguro;
Módulo de previsão
Essa operacionalidade é fundamental, pois objetiva utilizar o módulo de
atualização e seus critérios para o processo de projeção das depreciações e
para os próximos exercícios, em todas as possibilidades fiscais e gerenciais. A
outra grande utilidade, além das projeções e simulações de resultados, é sua
integração e envio de informações para o Subsistema Orçamentário.
Baixas parciais
Operacionalidade que permite excluir parte do bem.
Baixas do mês;
Operacionalidades do sistema
Multimoedas
O subsistema deve permitir a geração de forma automática dos demons-
trativos em vários padrões monetários, a partir dos mesmos dados constan-
tes no subsistema de contabilidade societária e fiscal. Assim, se a empresa
tem que gerar relatórios em dólares, euros, yens etc., estes deverão ser gera-
dos de uma só vez.
Tabelamento de moedas
Facilidades na construção dos índices ou taxas de câmbio para o processo
de conversão.
Consolidação de balanços
Nos sistemas de contabilidade mais avançados conceitualmente e supor-
tados por tecnologia de informação adequada, o subsistema de consolida-
ção de balanços é um componente do subsistema de contabilidade societá-
ria e fiscal, razão pela qual não nos estenderemos sobre esse subsistema.
Fábrica
Produtos
Almoxarifados acabados
Produção em
elaboração
Mão de obra indireta fabril (de chefia e dos setores de apoio à fábrica);
Estrutura do produto;
Roteiros de fabricação;
Controle de estoques;
MRP3; 3
MRP – Denominado ini-
cialmente de Material Re-
quirement Planning, hoje é
Chão de fábrica. denominado, na sua versão
mais atual, de Material
Resource Planning (Plane-
Os valores são obtidos no sistema de contabilidade geral e societária, com jamento dos Recursos de
Manufatura) e é o sistema
auxílio do sistema de folha de pagamento (para obtenção do custo horário) de controle e planejamento
da produção.
Operacionalidades do sistema
Operacionalidade básica é a alimentação automática do sistema. Como
o volume de informações geradas sobre os impostos é muito grande, esse
subsistema deve ter na integração e no interfaceamento abrangente sua
principal operacionalidade.
Apuração fiscal;
Folha de pagamento.
Análise de Rentabilidade;
Operacionalidades do sistema
Esse subsistema tem como referencial operacional um enorme grau de
flexibilidade no tratamento matemático das informações e suas representa-
ções gráficas. Como os dados do sistema são, em geral, de natureza sintética
e permanente, significativos ao longo do tempo, por sua generalidade, o tra-
balho com muitos períodos é interessante.
Períodos futuros
Deve haver flexibilidade para incorporação de períodos futuros, como os pe-
ríodos já constantes das projeções e dos planos orçamentários. E o subsistema
deve permitir base para utilização desses períodos na forma de simulação.
Formatação de cálculos
Esses sistemas têm características de DSS e de planilhas eletrônicas. As
facilidades desses aplicativos, em termos de formatação e interação de cál-
culos, devem constar desses subsistemas.
Análise tendencial
Em complemento ao tópico anterior, recursos de métodos estatísticos,
pelo menos os mais simples e usuais, devem fazer parte desses subsistemas.
Como exemplo, podemos citar as ferramentas de análise de regressão linear,
desvio-padrão, ponto de equilíbrio etc.
Painel de Indicadores;
Avaliação da Empresa.
Avaliações percentuais;
Orçamento
O sistema de Orçamento é um prolongamento do sistema de Contabilida-
de Geral (Fiscal e Societária). Em princípio, todas as informações constantes
do sistema contábil devem compor o orçamento. Em termos de concepção,
o sistema orçamentário é bastante simples, já que reproduz as estruturas do
sistema de Contabilidade Geral. O motivo básico para isso é a necessidade
do aspecto de controle do sistema orçamentário, que é a análise das varia-
ções. Para executá-la, é necessário o confronto dos dados orçados com os
dados reais, e estes estão na Contabilidade Geral.
Orçamento
de produção
Orçamento
de estoque
Orçamento
Orçamento de consumo de
operacional materiais
Orçamento
de compras
Orçamento
Orçamento
de custos dos
de despesas
produtos
departamentais
vendidos
Orçamento
Projeção da
de depreciação dos
demonstração de
novos
resultados
investimentos
Projeção do
Balanço
Orçamento Orçamento de Patrimonial
Orçamento de Orçamento de
de depreciação de
financiamentos caixa
investimento novos investimentos
Operacionalidades do sistema
O principal fundamento operacional desse sistema está em fazer com que
o processo de cálculo e contabilização dos valores orçados seja efetuado de
forma o mais automática possível, evitando ao máximo a entrada de dados
de forma manual. Para tanto, os recursos de geração de relatórios, cálculos e
lançamentos automáticos entre os diversos sistemas abastecedores, e formas
de controle a avaliação, devem ser elementos fundamentais a serem desejados
e buscados para esse sistema. Lembramos que a base do sistema orçamentá-
rio é a contabilização das receitas e despesas por produtos e, principalmente,
por setores e departamentos (centros de custos). Informamos, a seguir, as prin-
cipais operacionalidades desejadas para esse sistema.
Cálculos automáticos
Partindo de informações já existentes de outros subsistemas, essa opera-
cionalidade consiste em ativar procedimentos de cálculos, a partir da inclu-
são de parâmetros de cálculos, em cima das informações já existentes, seja
das contas contábeis dos valores reais, seja das contas contábeis com valores
orçados de períodos anteriores. Esses procedimentos podem ser abasteci-
dos por tabelas de indicadores, para indexações, variações desejadas ou de
produtividade esperada.
Procedimento de corte
É uma operacionalidade cada vez mais exigida. Significa que o sistema
deve impedir que se faça alguma despesa quando já se esgotou a verba
Empenho e realização
Verba orçada;
Orçamento ajustado
É comum as empresas trabalharem com um orçamento original, denomi-
nado estático (budget em inglês) e necessitarem de ajustes ao orçamento ori-
ginal. Esses ajustes têm sido considerados como um orçamento novo, sem,
contudo, abandonar o orçamento original. Algumas empresas denominam
o orçamento ajustado de forecast. Assim, esse sistema deve permitir mais de
um plano orçamentário para o mesmo período.
Simulação
A operacionalidade é cada vez mais exigida, pois além da elaboração do
orçamento é necessária uma operacionalidade que permita a constante si-
mulação do conjunto orçamentário em vários cenários possíveis, sem que
essas simulações alterem os dados dos orçamentos originais.
Relatório de pré-orçamento;
Orçamento consolidado;
Formação de custo-padrão;
Análises de custos;
Listas de preços;
Operacionalidades do sistema
As operacionalidades principais exigidas desse sistema são a rapidez e a
flexibilidade necessárias para reunir as informações de custo para o processo
140 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
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Subsistemas de informações contábeis
decisório. Como o processo decisório sobre custos e preços de venda tem uma
dinâmica própria, o sistema em geral não se caracteriza por procedimentos
de cálculo e consulta de forma estática. Além disso, pela própria característica
de velocidade com que acontece a realização dos negócios, diversas neces-
sidades são geradas no dia a dia, exigindo do sistema essa flexibilidade que
estamos salientando.
Faturamento;
Lista de preços;
Compras e cotações;
Operacionalidades
A principal operacionalidade é o aproveitamento máximo das informa-
ções constantes nos subsistemas de contabilidade geral, contabilidade de
custos e do controle de estoques da empresa.
Acompanhamento do negócio
Acompanhamento do negócio significa a necessidade que a empresa tem
de se situar no mercado de seus produtos, bem como de se situar na conjun-
tura econômica do país e do exterior. O acompanhamento do negócio reúne
informações para o planejamento estratégico da empresa, para a análise das
oportunidades e ameaças do ambiente, bem como para a ênfase dos pontos
fortes e pontos fracos da companhia. Dentro de um Sistema Integrado de
Gestão Empresarial, informações para acompanhamento do negócio, gera-
das dentro da empresa, estão nos diversos módulos ou subsistemas.
Operacionalidades do sistema
Uma operacionalidade consequente é a necessidade do sistema permitir
o tratamento gráfico-estatístico das informações coletadas, que serão apre-
sentadas, seguramente, em formato visual.
– Troca Eletrônica de Dados –, uma vez que grande parte das informações é
de origem externa.
Balanced scorecard
O balanced scorecard, conhecido também como Controle de Metas Estra-
tégicas, parte de uma proposta de unir a visão estratégica da organização
com as fases de execução e controle do processo de gestão empresarial. Esse
termo em português significa “cartão de marcação balanceado” e foi desen-
volvido pelos norte-americanos Kaplan e Norton.
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Subsistemas de informações contábeis
Perspectiva financeira;
Perspectiva do cliente;
Processos internos
Rejeitos por milhão 1.200 120 100 80 150 450 1.350 13%
Repasse / Horas padrão – % 1,43 1,5 1,2 1,5 1,3 5,5 1.375 –4%
PMEs – abertas 100 120 95 110 80 405 101,25 1%
PMEs – fechadas 95 120 90 91 87 388 97 2%
PMEs – saldo 5 0 5 19 –7 17 4,25 –15%
Fornecedores – dias em atraso 2 4 5 6 4 4,75 4,75 138%
Investimentos em qualidade – % 0,95 1,5 1,2 0,95 0,8 1,1125 1,1125 17%
Clientes
Dias de tramitação pedidos 2 4 3 2 2 2,75 2,75 38%
Entrega – dias 1 1,5 1,2 1,4 1 1,275 1,275 28%
Treinamento de clientes – horas 80.000 5.000 6.000 7.000 7.500 25.500 76.500 –4%
Satisfação de clientes 98% 90% 85% 88% 92% 0,8875 0,8875 –9%
Reclamações dos clientes
Graves 6 1 0 0 0 1 3 –50%
Não graves 12 1 2 3 2 8 24 100%
Total 18 2 2 3 2 9 27 50%
Não resolvidas 0 0 1 1 0 0,5 0,5
Financeira
Rentabilidade 15% 1,0% 2,0% 1,5% 1,3% 5,8% 17,25% 15%
Margem operacional 8% 7,0% 10,0% 9,0% 8,0% 8,5% 8,50% 6%
Investimentos em P&D – % ROL 2,5% 3,0% 3,5% 3,0% 2,8% 3,1% 3,08% 23%
Gestão de riscos
Segundo a teoria de finanças, o gerenciamento do risco está intimamen-
te relacionado com o retorno do investimento, podendo ser denominado de
risco financeiro. Contudo, as organizações sujeitam-se a inúmeros outros tipos
de riscos, sendo que na sua maioria não possuem características financeiras,
porém, merecem ser tratados com a mesma relevância pelos impactos econô-
Sistemas de informação de
controladoria estratégica
(PADOVEZE; SANTOS; SOFFNER, 2006)
cenários empresariais;
balanced scorecard; e
gestão de riscos.
Balanced
Sistema de
Cenários Scorecard Gestão de
Acompanhamento
Empresariais BSC Riscos
do Negócio
(Cockpitt)
Atividades de aplicação
1. Caracterize o objetivo e a abrangência do sistema de informação
contábil.
Gabarito
1. O objetivo do sistema de informação contábil é permitir o controle
econômico e financeiro de uma entidade, seja ela com fins lucrativos
ou não. Para tanto, o sistema de informação contábil deve ser abran-
gente suficiente para conseguir atender esse objetivo. A abrangência
do sistema de informação contábil compreende, portanto, as neces-
sidades legais e tributárias (contabilidade financeira) e as gerenciais
(contabilidade gerencial). O sistema de informação contábil deve aten-
der a todas as etapas do processo de gestão de uma entidade, que é
o planejamento (estratégico, operacional e programação), execução
e controle. Assim, o sistema de informação contábil deve estruturar
todos os subsistemas necessários para atender o processo de gestão,
seja em termos de contabilidade tradicional, contabilidade gerencial,
como contabilidade para atender o planejamento estratégico.
Referências
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Estratégia em Ação: balanced scorecard. 13. ed. Rio
de Janeiro: Campus, 1997.
Conceitos
Auditoria interna
A nossa concepção é que o papel da auditoria interna nas empresas está
ligado essencialmente ao controle interno, ou seja, cabe ao setor adminis-
trativo de auditoria interna, através de seus conceitos, sistemas e procedi-
mentos, avaliar permanentemente a aderência das pessoas, setores, depar-
tamentos e atividades, ao perfeito cumprimento das normas, instruções e
procedimentos constantes do sistema de controle interno da companhia.
Auditoria externa
A auditoria, principalmente a auditoria externa ou independente, é um
instrumento de controle administrativo, ela se destaca por ser um ponto de
convergência de todos os efeitos, fatos e informações originadas dos diver-
sos segmentos da empresa. A execução de uma auditoria não se isola so-
mente ao controle da contabilidade, mas se estende aos diversos segmentos
de uma empresa onde surgem cuidados especiais ou análises de resultados
ou ainda fatores que venham trazer confiabilidade ou benefícios à empresa.
O auditor externo
A independência é condição primordial do trabalho de auditoria, para
a obtenção dos elementos de prova e exercício de seu julgamento. O
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Controles internos
Controladoria
Conforme Padoveze (2009), controladoria é a unidade administrativa dentro
da empresa que, através da Ciência Contábil e do Sistema de Informação de
controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do siste-
ma empresa. É ao mesmo tempo a visão do controle e do alerta permanente.
Controlar, informar, influenciar, para assegurar a eficácia empresarial. Nunca é
uma posição passiva, mas ativa, sabendo da responsabilidade que tem a con-
troladoria de fazer acontecer o planejado.
Organização e métodos
O conceito de Organização & Método (O&M), também conhecido como
Organização, Sistemas e Métodos (OSM), é a aplicação do conhecimento
científico administrativo na organização hierárquica de uma entidade e na
integração de todos os seus processos. Para tanto, desenvolve os processos
e métodos para que todas as atividades dentro da organização trabalhem
de forma integrada, em conformidade com os processos estabelecidos, de
maneira a atingir todos os objetivos da organização.
Setores organizacionais
Processo 1
Processos
Processo 2
Solicitação de compra;
Escrituração fiscal;
Escrituração contábil;
Escrituração fiscal;
Escrituração contábil;
Outros processos
Os outros principais processos ou ciclos são os seguintes:
Gestão de risco
O conceito de compliance
Compliance é todo o conjunto de atividades, procedimentos e sistemas
que permitem que a empresa cumpra todos os regulamentos (legais, sociais
etc.) exigidos pela sociedade, governo, legislação contábil etc.
Introdução à SOX
No final da década de 1990 o cenário econômico dos Estados Unidos apresentava-se
em crise em consequência do mercado de capitais norte-americano, que se encontrava
abalado em decorrência dos graves escândalos contábeis envolvendo empresas como a
Enron e a WordCom.
De acordo com Araújo (2010), essa Lei é considerada uma das mais ri-
gorosas regulamentações ao se tratar de controles internos, elaboração de
relatórios financeiros e divulgação, já aplicada pelas companhias abertas
norte-americanas, expandindo-se ainda a todas as empresas estrangeiras
com ações negociadas no mercado norte-americano.
O Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), criado por essa lei,
tem como objetivo supervisionar a auditoria das companhias abertas, pro-
tegendo os interesses dos investidores e preparando, para interesse público,
relatórios de auditoria informativos, precisos e independentes. Dentre suas
atribuições, destacam-se: registro de empresas de auditoria independente
devidamente autorizada; estabelecer padrões de auditoria, controle de qua-
lidade, ética etc.; inspeções nas empresas de auditoria; investigações, pro-
cedimentos disciplinares e imposições de sanções apropriadas tanto para
empresas de auditoria quanto para os sócios e gerentes das mesmas; asse-
gurar que as empresas seguem a Lei Sox e o regulamento do próprio PCAOB.
Esse conselho deve ser formado por cinco membros do SEC (Securities and
Exchange Comission).
2. Independência do Auditor:
A seção 203 deste capítulo também estabelece que deve haver rodízio do
sócio encarregado da conta, a cada 5 anos. No Brasil, tanto o CVM quanto o
Banco Central são mais severos, estabelecendo na própria empresa de audi-
toria. A 204, estabelece que o auditor deverá se reportar ao Comitê de Au-
ditoria e não mais à Diretoria Financeira da empresa auditada e seção 206,
estabelece também que a empresa de auditoria não poderá ser recontratada
antes que tenha decorrido o período mínimo de um ano entre as contrata-
ções realizadas pela empresa auditada.
3. Responsabilidade Corporativa:
Além disso, as seções 406, 407,408 e 409 descrevem que a empresa deve
declarar se possui código de ética; se tem um especialista financeiro em seu
Comitê de Auditoria; o aprofundamento da revisão dos relatórios periódicos
e a divulgação em tempo real de fatos relevantes.
7. Estudos e Relatórios:
e pena de até 20 anos de prisão), congelamento das contas das empresas pela
SEC; autorização pela SEC para vetar presença de executivos envolvidos em
fraudes em conselhos e diretorias de companhias abertas e pena para retalia-
ção a informantes sobre fraudes (multa e pena de até 10 anos de prisão).
Introdução ao COSO
Conforme Dias, em 1985, foi criada nos Estados Unidos a National Com-
mission on Fraudulent Financial Reporting (Comissão Nacional sobre Frau-
des em Relatórios Financeiros), uma iniciativa independente, para estudar
as causas da ocorrência de fraudes em relatórios financeiros/contábeis.
Essa comissão era composta por representantes das principais associações
de classe de profissionais ligados à área financeira. Seu primeiro objeto de
estudo foram os controles internos. Em 1992, publicou o trabalho “Internal
Control – Integrated Framework” (Controles Internos – Um modelo integra-
do), o qual tornou-se base para o estudo e aplicação mundial de controles in-
ternos. Posteriormente, a Comissão transformou-se em Comitê, que passou
a ser conhecido como COSO – The Committee of Sponsoring Organizations
(Comitê das Organizações Patrocinadoras). É uma entidade sem fins lucra-
tivos, dedicada à melhoria dos relatórios financeiros através da ética, efeti-
vidade dos controles internos e governança corporativa, patrocinada por
cinco principais associações:
Gerenciamento do risco
De acordo com Padoveze (2009), a questão do gerenciamento do risco tem
merecido revisões conceituais constantes. A visão tradicional do risco e seu
gerenciamento são trabalhados profundamente na teoria de finanças, com a
associação do retorno do investimento. O dilema risco-retorno tem ocupado
a maior parte dos capítulos dos livros de administração financeira. Podemos
denominar essa visão tradicional de risco financeiro.
A empresa também está sujeita a outros tipos de riscos, cujas origens não
são estritamente financeiras, mas devem merecer uma gestão igualmente
importante. A relação com clientes, fornecedores, recursos humanos, tecno-
logia, câmbio etc., envolve também riscos, e devem ser consideradas dentro
de um modelo geral de risco empresarial. O gerenciamento do risco deve ser
estruturado dentro de um sistema de informação e deve ser de responsabili-
dade da contabilidade geral ou do setor de controladoria.
2
Extraído e adaptado do
Estudo n.º 9 – International Gerenciamento do risco – conceitos e visão geral2
Management Accounting
Study, da International Fe-
deration of Accountants, O foco da gestão do risco é manter um processo sustentável de criação de
junho de 1999.
valor para os acionistas, uma vez que qualquer negócio sempre está exposto
a um conjunto de riscos. Para tanto, é necessário criar uma arquitetura infor-
macional para monitorar a exposição da empresa ao risco.
Dentro do conceito geral de risco, pode-se definir risco como eventos fu-
turos incertos, que podem influenciar o alcance dos objetivos estratégicos,
operacionais e financeiros da organização.
Controle de Retorno de
ameaças/riscos oportunidades
internos externas
Gestão de
Risco
“Coisas ruins podem “Boas coisas podem não
acontecer” acontecer”
Basicamente esse tipo de classificação dos possíveis riscos pode ser vista
de outra maneira:
Análises e relatórios
Ajustes de saldos
Transcorrer da análise da qualidade dos elementos constantes da compo-
sição da conta contábil. No exemplo dado anteriormente, os ajustes pode-
riam ser os seguintes:
Transferir o valor para uma outra conta contábil, que represente cré-
ditos em discussão, tendo como premissa que o material não será en-
tregue;
Fazer uma provisão para baixa desse valor, na premissa de que haverá
um processo judicial e a empresa espera receber, parte ou totalmente,
em juízo.
Parecer com ressalva – quando não aprova todo o conjunto das de-
monstrações financeiras. Os itens não aprovados constam da ressalva
ou ressalvas.
A leitura atenta do parecer do auditor externo deve ser feita sempre antes
de se iniciar uma análise das demonstrações contábeis, pois permite anteci-
par e ajudar nas conclusões da avaliação da empresa.
Parecer de auditoria
(PADOVEZE, 2006)
Parecer adverso;
Exemplos de pareceres
Parecer sem ressalva
Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa Industrial S.A. e os ba-
lanços patrimoniais consolidados dessa Empresa e suas controladas levanta-
dos em 31 de dezembro de 2004 e 2003 e as respectivas demonstrações de
resultados, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações
de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados
sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de
expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras.
Parecer adverso
Tendo em vista que a Empresa não fez inventário físico dos estoques e não
nos foi possível aplicar procedimentos de auditoria alternativos suficientes
para nos satisfazermos quanto à adequação dos estoques e à valorização do
imobilizado, como mencionado no parágrafo anterior, a extensão de nosso
trabalho não foi, portanto, suficiente para podermos expressar, como de fato
não expressamos, uma opinião sobre as demonstrações financeiras referidas
no primeiro parágrafo.
Atividades de aplicação
1. Conceitue controle interno e evidencie de quem é a responsabilidade
sobre ele nas entidades.
Gabarito
1. Controle interno pode ser definido como o conjunto de atividades, pro-
cedimentos, processos e sistemas de informação que têm como objeti-
vo reduzir ou eliminar os riscos inerentes ao desenvolvimento de qual-
Referências
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H
Hierarquia da estrutura de sistemas de Q
informações, 29
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I
Informação, dado e comunicação, 21
Informática, conceitos básicos, 19
R
Redes de comunicação, 20
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Relatórios e análises, 185
L Relatórios gerenciais, 93