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Procedimento Tributário - Resumos

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Procedimento Tributário – 1º teste

Procedimento Tributário

1. Organização da AT (serviços)
- ver organograma

A AT tem duas administrações: as finanças e as alfândegas. Uma outra entidade muito


importante que gera tributos é a Segurança Social.

- Serviços centrais - recursos, por exemplo;


- Serviços locais: órgão periférico local e serviços de finanças - comunicações em
caso de óbito, execuções fiscais, por exemplo;
- Serviços regionais: órgão periférico regional e direção de finanças;

________________________________________________________________________

2. Noção e âmbito

O procedimento tributário compreende toda a sucessão de atos dirigida à declaração de


direitos tributários (54.º, n.º 1 LGT e 44.º CPPT) e é acessório ao D.Fiscal.

Segundo o Prof.Joaquim Freitas da Rocha, o procedimento tributário é o conjunto de atos


provenientes de órgãos administrativos tributários distintos, relativamente autónomos e
organizados sequencialmente, direcionados à produção de um determinado resultado, do
qual são instrumentais.

Âmbito (44.º CPPT)

1 - O procedimento tributário compreende, para efeitos do presente Código:

a) As acções preparatórias ou complementares da liquidação dos tributos, incluindo parafiscais, ou de


confirmação dos factos tributários declarados pelos sujeitos passivos ou outros obrigados tributários;

b) A liquidação dos tributos, quando efectuada pela administração tributária;

c) A revisão, oficiosa ou por iniciativa dos interessados, dos actos tributários;

d) A emissão, rectificação, revogação, ratificação, reforma ou conversao ̃ de quaisquer outros actos


administrativos em matéria tributária, incluindo sobre benefic ́ ios fiscais; e) As reclamações incluindo as que
tenham por fundamento a classificaçao ̃ pautal, a origem ou o valor aduaneiro das mercadorias e os recursos
hierárquicos ;

f) A avaliação directa ou indirecta dos rendimentos ou valores patrimoniais;

g) A cobrança das obrigações tributárias, na parte que não tiver natureza judicial;

i) Todos os demais actos dirigidos à declaração dos direitos tributários.

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- Procedimentos: atos praticados pela AT (por exemplo, partilhas e venda de imóveis).


- Processos: atos praticados pelo Tribunal.

Os solicitadores intervêm nos dois apesar de estarem limitados pelo valor nos processos
até 5000€.

________________________________________________________________________

3. Fases dos procedimentos

Fase da iniciativa (69.º e 70.º LGT)

Fase do impulso procedimental. Trata-se daquele momento em que os atores


procedimentais iniciam a sua caminhada em direção à prática de um ato conclusivo ou final
que fixará determinados efeitos jurídicos.

O arranque do procedimento pode ser provocado (69.º e 70.º LGT):


- Pelas finanças (p.e procedimento de orientações genéricas - 55.º CPPT);
- Pelo interessado (p.e reclamação graciosa);
- Por qualquer das partes (p.e inspeção fiscal ou revisão oficiosa - 78.º LGT);

Nota: A denúncia pode iniciar um procedimento tributário desde que a pessoa seja identificada. O
visado tem o direito de saber quem a fez, pois pode ser uma denúncia caluniosa e ele poderá ter de
instaurar um processo-crime (70.º + 67.º al.b) LGT).

Fase da instrução (71.º a 76.º LGT)

Os órgãos administrativos tributários competentes e os restantes interessados procurarão:


- Carrear para o procedimento os elementos de prova necessários
- Fixar os interesses a valorar, em ordem a uma adequada decisão

71.º, n.º 1 LGT: competência instrutória - em regra, a mesma entidade

No Direito Fiscal são utilizados todos os meios de prova admitidos pelo Direito
(testemunhal, pericial, documental, declarações de parte, depoimento de parte,
apresentação de coisas...) - princípio da plenitude probatória (72.º LGT e 50.º CPPT ≠ 69.º
CPPT).

Particular saliência merece, no âmbito do procedimento tributário a prova sob a forma


documental - até porque alguns procedimentos, em regra, a ela se cingem (como é o caso,
por exemplo, do procedimento de reclamação graciosa).

Presunções em normas de incidência (73.º LGT). O contribuinte tem o direito de afastá-las -


presunções ilidíveis. Por exemplo, o art.6.º do CIRS (O pai empresta dinheiro ao filho sem
juros, mas nada diz. Sendo assim, vão pedir que o pai pague imposto sobre esses juros.
Ele pode provar que não houve).

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Ónus probatório

Por regra, quem invoca o direito é que tem de o provar (74.º LGT). Porém, podem ser
identificados alguns desvios ao ónus probatório assim determinado - n.º 2 do mesmo artigo:
quando os elementos estiverem em poder da AT, o ónus da prova considera-se satisfeito
caso o interessado tenha precedido à sua correta identificação junto daquela.
Segundo o n.º 3, há uma divisão da prova, isto é, compete à AT o ónus da prova da
verificação dos pressupostos da aplicação dos métodos indiretos e ao sujeito passivo o
ónus da prova do excesso na respetiva quantificação.

A veracidade das declaraç ões e dos dados contabiliś ticos dos contribuintes: art. 75.º da
LGT.

76.º LGT informaç ões oficiais - AT

Fase da decisão (56.º LGT)

O órgão administrativo-tributário formará a sua vontade. Em princípio, devemos estar


perante um órgão competente e que manifesta uma vontade livre, esclarecida e ponderada.
Se tal não suceder, o ato tributário correspondente terá um vício e poderá ser anulado.

O procedimento está subordinado a um princípio geral de obrigatoriedade de decisão (56.º


e 67.º al.a) LGT), no entanto, existem casos em que é dispensada, isto é, situações em que
a AT não está obrigada a decidir. Tal sucede nos casos previstos no art.56.º, n.º 2 LGT.
- Quando a AT se tiver pronunciado há menos de dois anos sobre pedido do mesmo
autos com idênticos fundamentos e objeto;
- Quando tiver sido ultrapassado o prazo legal de revisão do ato tributário;

A decisão do procedimento poderá ser expressa ou tácita. Será expressa quando feita por
meio direto de manifestação da vontade (palavras, escrito, etc.) e será tácita quando se
deduz de factos que, com toda a probabilidade, a revelam.
A decisão pode ser de deferimento ou indeferimento.

Prazos (57.º LGT)

Se houver norma especial, aplicamos essa. Se não houver, aplicamos a norma geral
prevista no art.57.º LGT: 4 meses.

Os prazos são contados seguidos (57.º, n.º 3 LGT), contudo, suspendem em Agosto (férias
fiscais) - nova lei.

Formação da presunção de indeferimento tácito (57.º, n.º 5 LGT + 102.º al.d) CPPT) - 4
meses.

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Fase integrativa da eficácia

Proferida a decisão, não está ainda o procedimento concluído. Torna-se necessário que
essa decisão seja revestida de uma certa configuração jurídica acrescida que a torne
plenamente eficaz.

〰️ Quando o destinatário esteja individualizado, o ato decisório do procedimento será


comunicado mediante uma notificação (35.º CPPT).
〰️ Quando o destinatário não esteja individualizado, o ato decisório do procedimento será
publicado (77.º, n.º 6 LGT + 36.º, n.º 1 CPPT) - caso das orientações genéricas

________________________________________________________________________

4. Classificação dos procedimentos tributários

Procedimentos de natureza informativa


- Orientações genéricas/ Ofícios circulados: documentos dirigidos a toda a AT e tem
por objetivo uniformizar a maneira de como os serviços vão aplicar a lei (68º-A LGT).
São publicados nas Finanças.
- Informações vinculativas (68º LGT): a resposta é vinculativa para a AT. AT fornece
informações aos sujeitos passivos. Nas informações simples, a AT responde mas
não se vincula (67º LGT).
- Inspeção tributária (63º LGT e RCPITA): investiga um contribuinte.
- Acesso à informação bancária (63º-B LGT)

Procedimentos de avaliação
- Prévia (58º CPPT): antes de fazer um negocio pedimos a AT que avalie determinado
direito ou bem. É uma forma de ter segurança jurídica.
- Direta (81º LGT): Faz-se diariamente. Decorre da entrega de declarações ou outros
procedimentos.
- Indireta (87º a 90º LGT): Só acontece quando a informação dada ao contribuinte não
oferecem credibilidade.

Procedimentos sui generis: têm um objetivo muito definido.


- Aplicação normas antiabuso (63º CPPT e 38º nº2 LGT)
- Afastamento de presunções (64º CPPT e 6º CIRS, 16º LGT) - contribuinte utiliza
- Reconhecimento de benefícios fiscais (65º CPPT) - contribuinte utiliza

Procedimentos de liquidação (45º LGT) e cobrança (40º LGT) + 148º ss. CPPT: regulados
em cada código fiscal
P.e 75.º e ss. CIRS
P.e 97.º e ss. CIRS

Procedimentos cautelares (135.º CPPT)

Procedimentos impugnatórios administrativos


- Reclamação graciosa (68º CPPT)

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- Recurso hierárquico (66º CPPT)


- Revisão da matéria coletável (91º LGT)
- Revisão do ato tributário (78.º LGT)
- Pedido de segunda avaliação (76.º CIMI)
- Reclamação da matriz (130.º CIMI)

5. Princípios do procedimento tributário

〰️ Princípio da colaboração (59º LGT + 48º CPPT): colaboração de ambas as partes - dever
recíproco de colaborar. No n.º 3 está prevista a colaboração da AT com o contribuinte e no
n.º 4 a colaboração do contribuinte com a AT.

Consequências da violação do dever de colaboração

- Métodos indiretos (11º RCPITA e 88º LGT - finanças simulam um valor);


- Perda de benefícios fiscais (14º nº2 LGT);
- Agravamento à coleta (77º e 91º nº9 LGT);
- Suspensão dos prazos de celeridade procedimental (57º nº4 LGT);
- Arquivamento do procedimento (53º CPPT);
- Sanções contra ordenacionais ou criminais (RGIT).

Limites ao dever de cooperação

- Sigilo profissional (63º nº2 LGT);


- “Quando as diligências da inspeção impliquem a violação dos direitos de
personalidade e outros direitos, liberdades e garantias dos cidadãos” - p.e
computador - art.63º nº5 al.d) LGT;
- Direito à não autoinculpaçao (6º CEDH e 32º CRP - Acórdão nº298/2019 TC);
- Sigilo bancário (63º nº2, nº3 e 63º- B LGT);

〰️ Princípio do inquisitório (58º LGT e 266º CRP): no procedimento tributário, a AT deve


realizar todas as diligências necessárias à satisfação do interesse público e à descoberta da
verdade material, não estando subordinada à iniciativa do autor do pedido.

〰️ Princípio da participação (60º LGT + 23º nº4 LGT + 60º RCPITA): participação dos
contribuintes na formação das decisões.

Situações de dispensa legal: art.60º nº2 LGT

Consequências da sua violação

- Preterição de formalidade essencial - art.99º al.d) CPPT - impugnação, arbitragem


ou reclamação graciosa.
- Quando não são tidos em conta os novos elementos trazidos pelo contribuinte (60º
nº7 LGT e 99º al.c) CPPT) - vício de fundamentação - impugnação, arbitragem ou
reclamação graciosa.

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Procedimento Tributário – 1º teste

〰️ Princípio da obrigatoriedade de decisão (56º LGT): a AT tem um dever de pronúncia.


Podemos, passados 4 meses, ir para a presunção de indeferimento tácito (57.º LGT), ou
esperar pela decisão que pode ser positiva ou negativa. O requerente tem de ter
legitimidade, haver tempestividade (dentro do prazo) e competência do órgão decisor.
- intimação para um comportamento (146º e 147º CPPT) - direito à informação (67º
LGT).
________________________________________________________________________

Requerimento

Exmo. sr.
Chefe das Finanças de ….

Nome, CC, Contribuinte, Morada

Vem por este meio expor e requerer o seguinte:

1. O requerente apresentou uma reclamação graciosa relativa ao IRS 2018 em 1 de


janeiro de 2021.
2. Ainda não foi notificado da resposta.
3. Pelo que, ao abrigo do art.67º LGT, requer V. Exa que se digne informar sobre o
estado em que se encontra o procedimento e qual é a data previsível para a sua
conclusão.

Pede deferimento

Porto, 16/2/2021

—————————————————————————————————————

〰️ Princípio do duplo grau de decisão (47º e 66º CPPT): a mesma pretensão do contribuinte
(identidade de autor e dos fundamentos de facto e de direito) só pode ser apreciada por
dois órgãos integrando a mesma administração tributária.
O objetivo é que o mesmo assunto só pode ter duas decisões (a segunda é o recurso
hierárquico).
55º LGT
〰️ Princípio da legalidade da atuação administrativa (266º CRP): a AT tem de cumprir a lei.
〰️ Princípio da imparcialidade: a AT deve atuar de forma objetiva, não pode tomar partes.
〰️ Princípio da celeridade (57º, 91º, 92º LGT, 24º, 183º-A CPPT)
〰️ Princípio da igualdade (13º CRP)
〰 Princípio da proibição do excesso ou proporcionalidade (7º RCPITA): atravessa toda a
atuação administrativa. (P.e investigar o ano de 2018 e levar documentação de anos
anteriores). Só devem ser acionados meios necessários para o fim que se visa atingir.

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〰️ Princípio da vinculação da forma (68º LGT, 99º al.d) CPPT)


〰️ Princípio da confidencialidade (22º RCPITA, 64º LGT, 91º RGIT)
〰️ Princípio do contraditório (45º CPPT, 60º LGT)

〰️ Princípio da obrigatoriedade de fundamentação da decisão (77º LGT)


- Caraterísticas da fundamentação: oficiosa, completa, clara, atual, expressa (nº1 e
nº2)
- Dever especial de fundamentação (nº3)
- Métodos indiretos (87º,74º nº3, 77º nº4 LGT)
- Preços de transferência/relações especiais (63º nº4 CIRC e 77º nº3 LGT)
- Violação do dever de fundamentar - 99º al.c), 37º CPPT e 99º al.d) CPPT

〰️ Princípio da publicidade dos atos (77º nº6 LGT e 36º nº1 CPPT)
-Notificações (35º e ss. CPPT): têm requisitos formais e substanciais. Tem de conter
a decisão, os seus fundamentos, meios de defesa, prazos (36º nº2 e 37º nº1 CPPT).
- 36º nº1 = 77º nº6 LGT
- Data em que se considera efetuada (39º CPPT)
________________________________________________________________________

6. Notificações (35.º e ss. CPPT)

Noção de notificações: 35.º, n.º 1 CPPT


- Ato pelo qual se leva um facto ao conhecimento de uma pessoa ou se chama
alguém a juiź o.

Noção de citações: 35.º, n.º 2 CPPT

- Ato destinado a dar conhecimento ao executado de que foi proposta contra ele
determinada execuç ão ou a chamar a esta, pela primeira vez, pessoa interessada
(p.e art. 23.º, n.º 1 LGT).

35.º, n.º 3 CPPT: as notificações e as citações podem efetuar-se pessoalmente no local em que o
notificando for encontrado, por via postal simples, por carta registada ou por carta registada com
aviso de receção, ou por transmissão eletrónica de dados, através do serviço público de notificações
eletrónicas associado à morada única digital, da caixa postal eletrónica ou na área reservada do
Portal das Finanças.

Requisitos das notificações: 36.º CPPT

1 - Os actos em matéria tributária que afectem os direitos e interesses legítimos dos contribuintes só
produzem efeitos em relação a estes quando lhes sejam validamente notificados. 77.º, n.º 6 LGT

2 - As notificações conterão sempre a decisão, os seus fundamentos e meios de defesa e prazo para
reagir contra o acto notificado, bem como a indicação da entidade que o praticou e se o fez no uso
de delegação ou subdelegação de competências.

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Procedimento Tributário – 1º teste

3 - Constitui notificação o recebimento pelo interessado de cópia de acta ou assento do acto a que
assista.

Comunicação ou notificação insuficiente: 37.º CPPT

1 - Se a comunicação da decisão em matéria tributária não contiver a fundamentação legalmente


exigida, a indicação dos meios de reacção contra o acto notificado ou outros requisitos exigidos pelas
leis tributárias, pode o interessado, dentro de 30 dias ou dentro do prazo para reclamação, recurso
ou impugnação ou outro meio judicial que desta decisão caiba, se inferior, requerer a notificação dos
requisitos que tenham sido omitidos ou a passagem de certidão que os contenha, isenta de qualquer
pagamento.

2 - Se o interessado usar da faculdade concedida no número anterior, o prazo para a reclamação,


recurso, impugnação ou outro meio judicial conta-se a partir da notificação ou da entrega da certidão
que tenha sido requerida.

3 - A apresentação do requerimento previsto no n.º 1 pode ser provada por duplicado do mesmo,
com o registo de entrada no serviço que promoveu a comunicação ou notificação ou por outro
documento autêntico.

4 - No caso de o tribunal vier a reconhecer como estando errado o meio de reacção contra o acto
notificado indicado na notificação, poderá o meio de reacção adequado ser ainda exercido no prazo
de 30 dias a contar do trânsito em julgado da decisão judicial.

Avisos e notificações por via postal ou telecomunicações endereçadas: 38.º CPPT

Artigo 38º-A: Notificações e citações eletrónicas no Portal das Finanças (LOE 2019)

1 - As notificações e citações são efetuadas por transmissão eletrónica de dados, na respetiva área
reservada no Portal das Finanças, relativamente aos sujeitos passivos:

a) Que sendo obrigados a possuir caixa postal eletrónica, nos termos do n.o 12 do artigo 19.º da lei
geral tributária, não a tenham comunicado à administração tributária no prazo legal para o efeito;

b) Residentes em Estado fora da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, que não
tenham designado representante com residência em território nacional;

c) Que não sendo obrigados a possuir e a comunicar a caixa postal eletrónica, optem pelas
notificações e citações eletrónicas no Portal das Finanças;

d) Que embora possuam caixa postal eletrónica e a tenham comunicado à administração tributária,
optem pelas notificações e citações eletrónicas no Portal das Finanças;

e) Não residentes de, ou residentes que se ausentem para, Estado-Membro da União Europeia ou do
Espaço Económico Europeu, cuja designação de representante seja meramente facultativa, optem
pelas notificações e citações eletrónicas no Portal das Finanças.

2 - A adesão às notificações e citações no Portal das Finanças, exercida por opção, pode ser feita
mediante autenticação na área reservada.

3 - A opção de adesão prevista no número anterior pode ser exercida a qualquer momento,
produzindo efeitos no 1.o dia do mês seguinte, desde que entre a data da opção e a data da
respetiva produção de efeitos decorra um período mínimo de 10 dias, caso contrário, a adesão só
produz efeitos no 1.º dia do 2.º mês seguinte.

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4 - As notificações e citações efetuadas por transmissão eletrónica consideram-se efetuadas no 5.º


dia posterior ao registo de disponibilização na respetiva área reservada do Portal das Finanças.

5 - O sistema informático de suporte às notificações e citações eletrónicas no Portal das Finanças
garante:

a) A autenticidade da notificação;

b) O registo e a comprovação da data e da hora da disponibilização efetiva das notificações


eletrónicas na respetiva área reservada.

6 - As notificações e as citações eletrónicas efetuadas por transmissão eletrónica na respetiva área


reservada do Portal das Finanças equivalem à remessa por via postal, via postal registada ou via
postal registada com aviso de receção, consoante os casos.

Portaria nº 233/2019 DE 25/07 – ENTRADA EM VIGOR 01/01/2020

Perfeição das notificações: 39.º CPPT

REGISTO SIMPLES

1 - As notificações efetuadas nos termos do n.º 3 do artigo 38.º presumem-se feitas no 3.º dia
posterior ao do registo ou no 1.º dia útil seguinte a esse, quando esse dia não seja útil.

2 - A presunção do número anterior só pode ser ilidida pelo notificado quando não lhe seja imputável
o facto de a notificação ocorrer em data posterior à presumida, devendo para o efeito a
administração tributária ou o tribunal, com base em requerimento do interessado, requerer aos
correios informação sobre a data efectiva da recepção.

REGISTADA COM AR

3 - Havendo aviso de recepção, a notificação considera-se efectuada na data em que ele for
assinado e tem-se por efectuada na própria pessoa do notificando, mesmo quando o aviso de
recepção haja sido assinado por terceiro presente no domiciĺ io do contribuinte, presumindo-se neste
caso que a carta foi oportunamente entregue ao destinatário.

4 - O distribuidor do serviço postal procederá à notificação das pessoas referidas no número anterior
por anotação do bilhete de identidade ou de outro documento oficial.

5 - Em caso de o aviso de recepção ser devolvido ou não vier assinado por o destinatário se ter
recusado a recebê-lo ou não o ter levantado no prazo previsto no regulamento dos serviços postais e
não se comprovar que entretanto o contribuinte comunicou a alteração do seu domiciĺ io fiscal, a
notificação será efectuada nos 15 dias seguintes à devolução por nova carta registada com aviso de
recepção, presumindo-se a notificação se a carta não tiver sido recebida ou levantada, sem prejuízo
de o notificando poder provar justo impedimento ou a impossibilidade de comunicação da mudança
de residência no prazo legal.

6 - No caso da recusa de recebimento ou não levantamento da carta, previstos no número anterior, a


notificação presume-se feita no 3.º dia posterior ao do registo ou no 1.º dia útil seguinte a esse,
quando esse dia não seja útil.

TELEFAX OU VIA INTERNET

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Procedimento Tributário – 1º teste

7 - Quando a notificação for efectuada por telefax ou via Internet, presume-se que foi feita na data de
emissão, servindo de prova, respectivamente, a cópia do aviso de onde conste a menção de que a
mensagem foi enviada com sucesso, bem como a data, hora e número de telefax do receptor ou o
extracto da mensagem efectuado pelo funcionário, o qual será incluído no processo.

8 - A presunção referida no número anterior poderá ser ilidida por informação do operador sobre o
conteúdo e data da emissão.

10 - As notificações efetuadas para o domicílio fiscal eletrónico consideram-se efetuadas no décimo


quinto dia posterior ao registo de disponibilização daquelas, sendo que a contagem só se inicia no
primeiro dia útil seguinte, no sistema de suporte ao serviço público de notificações eletrónicas
associado à morada única digital ou na caixa postal eletrónica da pessoa a notificar. (Redação Lei n.º
119/2019, de 18 de setembro).

11 - A presunção do número anterior só pode ser ilidida pelo notificado quando, por facto que não lhe
seja imputável, a notificação ocorrer em data posterior à presumida e nos casos em que se comprove
que o contribuinte comunicou a alteração daquela nos termos do artigo 43.º (Redação da Lei nº 66-
B/2012, de 31 de dezembro).

12 - O acto de notificação será nulo no caso de falta de indicação do autor do acto e, no caso de este
o ter praticado no uso de delegação ou subdelegação de competências, da qualidade em que
decidiu, do seu sentido e da sua data.

13 - O presente artigo não prejudica a aplicação do disposto no n.º 6 do artigo 45.º da Lei Geral
Tributária.

Notificações a mandatários: 40.º CPPT

A) Nos procedimentos tributários, por carta registada, dirigida para o seu escritório ou por
transmissão eletrónica de dados na respetiva área reservada do Portal das Finanças;

Necessário salvaguardar sigilo profissional e proteção de dados

B) Nos processos judiciais tributários, nos termos previstos nas normas sobre processo nos tribunais
administrativos

2 - Quando a notificação se destine a chamar o interessado para a prática de ato pessoal, além de
ser notificado o mandatário, será enviado pelo correio um aviso registado ao próprio interessado,
indicando a data, o local e o fim da comparência.

3 - As notificações referidas nos números anteriores podem ainda ser efetuadas pelo funcionário
competente quando o notificando se encontrar no edifić io do serviço ou do tribunal.

4 - Às notificações eletrónicas no Portal das Finanças aplica-se o disposto nos n.ºs 4 a 7 do artigo
38.º-A.

Pessoas coletivas: 41.º CPPT

1 - As pessoas coletivas e sociedades são citadas ou notificadas na sua caixa postal eletrónica ou na
sua área reservada do Portal das Finanças, nos termos previstos no artigo 38.º-A, ou na pessoa de
um dos seus administradores ou gerentes, na sua sede, na residência destes ou em qualquer lugar
onde se encontrem (Redação da Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro).

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Procedimento Tributário – 1º teste

2 - Não podendo efectuar-se na pessoa do representante por este não ser encontrado pelo
funcionário, a citação ou notificação realiza-se na pessoa de qualquer empregado, capaz de
transmitir os termos do acto, que se encontre no local onde normalmente funcione a administração
da pessoa colectiva ou sociedade.

3 - O disposto no número anterior não se aplica se a pessoa colectiva ou sociedade se encontrar em


fase de liquidação ou falência, caso em que a diligência será efectuada na pessoa do liquidatário.

MODOS DE NOTIFICAÇÃ O (38.º e 39.º CPPT):


• COM A.R.;
• REGISTO SIMPLES;
• POR VIA ELETRÓNICA (Lei 93/2017 de 01/08: Presunç ão de notificaç ão 5 dias após
envio - Lei 119/2019: passa para 15 dias);
• NA ÁREA RESERVADA DO SITE DA AT.

Modo de notificação – a quem é dirigida:


- Pessoas singulares (art. 39º n.º 3 e 5 e 43º CPPT);
- Pessoas Coletivas (art. 41º CPPT);
- Mandatários (art. 40º CPPT).

______________________________________________________________________

7. Capacidade (3.º CPPT)

Para se intervir como parte num procedimento é necessário que se tenha personalidade e
capacidade procedimental tributária.

A personalidade judiciária tributária resulta da personalidade tributária (3.º, n.º 1 CPPT e


15.º LGT).

A personalidade tributária consiste na suscetibilidade de ser sujeito de relações jurídicas


tributárias (15.º, n.º 1 LGT).

Existem entidades que não têm personalidade jurídica, mas têm personalidade tributária:
herança (2.º CIRC), sucursal - vão ter personalidade judiciária.

A capacidade judiciária consiste na medida de direitos e vinculações que, num determinado


momento, uma pessoa ou ente equiparado é suscetível de ter e de exercer pessoal e
livremente. Tem por base e por medida a capacidade de exercício dos direitos tributários
(15.º, n.º 2 CPPT). O 16.º LGT completa dizendo que em regra tem capacidade tributária
quem tiver personalidade tributária.

Desta forma, a personalidade tributária está na base da atribuição quer da capacidade


tributária como da personalidade tributária

Capacidade de exercício: 16.º LGT

Caso dos incapazes: 3.º, n.º 3 CPPT e 16.º, n.º 4 LGT

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Procedimento Tributário – 1º teste

- O facto de ser um incapaz a praticar o ato, não o invalida - legislador protege mais o
Estado do que os incapazes.

Intervenção das sucursais: 4.º CPPT

Filial: constitui-se em Portugal e tem personalidade jurídica.

Sucursal: extensão da sociedade-mãe, mas não tem personalidade jurídica.

De acordo com o art. 4.º, as entidades que não têm personalidade jurídica, podem intervir
no procedimento tributário mediante autorização expressa da administração, quando o facto
tributário respeitar a essas mesmas entidades. Não é necessária uma intervenção formal.

Mandato tributário: 5.º CPPT + Ofício circulado 60000/294 de 12/01/2021

“Que não tenham caráter pessoal” - prestar depoimento, por exemplo.

A procuração passada é a forense. A procuração não tem de ser autenticada. Para ser
válida, a procuração tem de ser emitida por meio de uma correta identificação. Quando tem
natureza sigilosa, o mandatário deve demonstrar procuração passada pela pessoa de quem
ele pretende obter informações.

5.º, n.º 2 CPPT: podem intervir, em representação dos sujeitos passivos por cujas
contabilidade sejam responsáveis, na fase graciosa do procedimento tributário e no
processo tributário até ao limite a partir do q􏰓al􏰓 nos termos legais􏰓 é obrigatória a
constituição de advogado no âmbito de questões relacionadas com as suas competências
especif́ icas - contabilistas (10.º EOCC).

Solicitadores: 136.º da Lei 154/2015 de 14/9 e Lei n.º 49/2004, de 24/8

Patrocínio judiciário: 6.º CPPT e 6.º ETAF (Lei n.º 118/2019, de 17/9/2019)

“É obrigatória a constituiç ão de mandatário nos tribunais tributários, nos termos previstos na
lei processual administrativa”.

- Passa a ser obrigatória a constituição de mandatário, nos processos tributários, nas


causas com valor superior a 5.000 euros sendo que até aqui, era apenas obrigatória
a constituiç ão de advogado nas causas cujo valor excedesse o dobro da alç ada do
tribunal de 􏰓1º instância - 􏰓􏰓􏰓10.000 euros (Lei 􏰓􏰓􏰓114/􏰓􏰓􏰓􏰓2019 - 6.º, n.º 3
ETAF e 105.º LGT).
- Por força desta alteraç ão os poderes de representaç ão dos solicitadores, dos
contabilistas certificados e dos advogados estagiários em processos judiciais
tributários (v.g. impugnaç ões judiciais, oposiç ões à execuç ão, entre outras) fica
limitado a processos até 􏰓5000 euros.

Extensão de poderes licenciados em solicitadoria: Lei n.º 118/2019, de 17/09/2019

Art. 2.º - altera DL 433/99, de 26 de outubro

12
Procedimento Tributário – 1º teste

- Licenciados em solicitadoria passam a poder ser representantes da Fazenda


Pública, juntamente com licenciados em Direito;
- A cobranç a coerciva de impostos e outros tributos administrados por autarquias
́ a, 􏰓além da AT􏰓, a agentes de execuç ão,
locais passa a poder ser atribuid
mediante protocolo com a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execuç ão;
- Art.11º CPTA entidades públicas, podem fazer-se patrocinar em todos os processos
por advogado, solicitador ou licenciado em direito ou solicitadoria com funç ões de
́ ico;
apoio jurid

________________________________________________________________________

8. Legitimidade (9.º CPPT)

Este requisito procura que estejam no procedimento os verdadeiros interessados na


discussão da questão em causa.

Assim, é necessário que estejam presentes as pessoas que são titulares dos direitos e
estão adstritas aos deveres que compõem o objeto imediato da relação material ou
controvertida. O ato conclusivo do procedimento, em regra, só produz efeitos entre as
partes, logo é de pressupor que sejam estas as verdadeiras interessadas, pois caso
contrário, o ato não produzirá o seu efeito útil, uma vez que nunca os vai atingir.

De acordo com o art. 9.º, n.º 1 CPPT, têm legitimidade para participar no procedimento
tributário:

- AT: representante do Estado;


- Contribuintes (sujeito passivo): pessoas que estão nas normas de incidência de
qualquer imposto;
- Substitutos (sujeito passivo): quem faz retenções na fonte (20.º LGT);
- Responsáveis (sujeito passivo): gerentes e administradores (24.º LGT);
- Solidários originários: são logo chamados (21.º, 26.º, 27.º LGT).
- Subsidiários: esgotam-se os bens do devedor principal e só depois os outros
- caso dos gerentes e administradores

- Partes dos contratos fiscais (37.º LGT);

—————————————————————————————————————

PROCEDIMENTOS TRIBUTÁRIOS

PROCEDIMENTOS DE NATUREZA INFORMATIVA

Informação simples (67º LGT): é pedida mais frequentemente

A) Direito à informação sobre a fase em que se encontra o procedimento e a data


previsível da sua conclusão;
B) Direito à informação da existência e teor das denúncias dolosas não confirmadas e a
identificação do seu ator (denúncia caluniosa);
C) Direito à informação da sua concreta situação tributária: não pode ser assim tão
vago;

13
Procedimento Tributário – 1º teste

Prazo de resposta da AT: 10 dias

Ausência de resposta: se passarem os 10 dias e não tivermos obtido resposta, o


contribuinte pode optar pela intimação (meio judicial) - 147º CPPT - onde se requere que o
Tribunal intime a AT para vir dar uma resposta ou opta pelo Livro Amarelo (forma de
denunciar comportamentos ilegais).

Informações vinculativas (68º LGT): vinculativas para a AT; para termos a certeza.

- Vinculativa simples
- Vinculativa urgente

1) Nas primeiras, o prazo de resposta da AT é de 150 dias (68º nº4), não tem custos e
não temos de formular uma proposta de enquadramento; não havendo resposta: 67º
LGT + 147º; caso responda, a administração fica vinculada à resposta prestada (68º
nº14).
2) Nas segundas, o prazo é 75 dias (nº2) e nos primeiros 30 a AT vai apreciar a
urgência (68º nº6). Aceita-se apoio judiciário, desde que tenham condições para tal.
Há descontos que abrangem: pequenas e médias empresas e pessoas singulares
de acordo com o IRS (22º, Lei nº7/2021). Tem o custo de 25 a 250 Unidades de
Conta (UC), ou seja, entre 2550 a 25.500. Caso não haja resposta dentro do prazo,
o enquadramento que o contribuinte propõe torna-se vinculativo para a AT (68º nº8).

Na urgente, fazemos uma pergunta e uma proposta de resposta. Esta passa a ser válida e
vinculativa para a AT.

Caso haja resposta: a AT fica vinculada à resposta prestada (68º nº14).

Meios de defesa específicos: 68º nº20 - para situações relacionadas com este tipo de
informações.

Direito de audição do contribuinte: nº13 Lei 7/2021

Procedimento de orientações genéricas (68.º-A LGT + 55.º e 56.º CPPT)

Havendo vários pedidos semelhantes, é permitido que se faça uma orientação genérica, ou
seja, as finanças, em vez de responderem um a um, fazem um ofício circulado.

A AT, por sua própria iniciativa, emana diretivas ou quadros que devem presidir à aplicação
de determinada norma ou conjunto de normas. Assim se vê que se trata de um
procedimento que, ao contrário de quase todos os outros, não vai culminar na emanação de
um ato tributário (de conteúdo individual e concreto), mas antes na emissão de um ato de
conteúdo geral e abstrato: uma circular administrativa (ou ato equivalente).

As orientações devem ser emanadas pelo dirigente máximo do serviço em causa (ou
funcionário em que ele tenha delegado essa competência) e a sua principal consequência

14
Procedimento Tributário – 1º teste

jurídica consiste na vinculação - com eficácia prospetiva, nunca retroativa - da


Administração ao seu conteúdo. Não se trata, assim, de meros pareceres ou indicações de
aplicação, mas de verdadeiras normas sobre a aplicação de normas, com efeito vinculativo.

O legislador prevê tal efeito ao prescrever, no art.68.º-A, n.º 1 da LGT, que a AT está
vinculada às orientações genéricas constantes de circulares, regulamentos ou instrumentos
de idêntica natureza emitidas sobre a interpretação das normas tributárias que estiverem
em vigor no momento do facto tributário.

Para que os contribuintes possam ter conhecimento das orientações genéricas emanadas,
e para que estas possam ser efetivamente vinculativas, torna-se necessário ter delas
conhecimento. Impõe-se, deste modo, publicitá-las.

A forma adequada de dar publicidade nestes casos é, nos termos da lei, mediante a criação
e organização de uma “base de dados permanentemente atualizada” e de acesso gratuito,
livre e direto, ou seja, sem a prévia exigência de palavras-chave ou códigos secretos.

Três pedidos de informação vinculativa podem dar origem a uma orientação genérica (n.º
3).

68.º-A, n.º 4: 5 sentenças (Lei 7/2021)

Procedimento de inspeção

- Iniciativa do particular: 47º LGT + DL 6/99


- Iniciativa do Estado

Regulamentação: 44º nº2 CPPT + 63º LGT + RCPITA (DL nº 413/1998, de 31/12).

Âmbito (2º RCPITA)

O procedimento de inspecç ão tributária visa:

• A observaç ão das realidades tributárias;

• A verificaç ão do cumprimento das obrigaç oe


̃ s tributárias;

• A prevenç ão das infracç oe


̃ s tributárias.

Possibilidade de inspecç ões simultâneas – sujeito passivo, substitutos, responsáveis


solidários e subsidiários - com respeito pelos direitos de todas as entidades visadas - nº 3 e
4.

Classificação:

Quanto ao fim (12º)

15
Procedimento Tributário – 1º teste

Quanto ao lugar (13º)

Quanto ao âmbito (14º nº1 e nº2)

Quanto à extensão (14º nº3)

Alterações (15º nº1)

Princípios: (5º RCPITA)

1) Princípio da verdade material (6º)


2) Princípio da proporcionalidade (7º)
3) Princípio do contraditório (8º RCPITA + 60º e 58 LGT)
4) Princípio da cooperação (9º,10º,32º RCPITA + 59º LGT)

Princípio da adequação e proporcionalidade do procedimento de inspeção (63º nº4 LGT)

Princípio da confidencialidade fiscal (64º LGT + 22º RCPITA + 91º RJIGT)

Limites:

Horário: 35º RCPITA

- Regra: dentro do horário normal de trabalho


- Exceção: fora do horário normal de funcionamento de trabalho (p.e discoteca)

Lugar: 34º RCPITA + 63º nº5 LGT

- Regra: lugar onde a empresa funciona


- Exceção: noutro local

Incompatibilidades específicas: assegurar que os inspetores não tenham uma relação direta
com a entidade que estão a inspecionar (20º nº1 RCPITA).

Direitos e prerrogativas da inspeção tributária: 63º nº1 LGT + 28º e 29º RCPITA

- Direito de acesso às instalações e locais;


- Direito de exame aos livros, registos da contabilidade ou escrituração, bem como
todos os elementos suscetíveis de esclarecer a situação tributária da entidade
inspecionada (liga-se ao princípio da proporcionalidade) - SAFT;
- Direito ao exame, requisição e reprodução de documentos, mesmo em suporte
informático;
- Direito ao esclarecimento pelos TOC e ROC da situação tributária das entidades a
quem estes prestam serviços;
- Direito de exame de quaisquer elementos dos contribuintes que sejam suscetíveis
de revelar a sua situação tributária, nomeadamente os relacionados com a sua
atividade, ou de terceiros com quem mantenham relações económicas (29º nº1, al.a)
e nº2 do RCPITA);
- Direito de exame de: livros, registos contabilísticos, programas, suportes
magnéticos, extratos bancários…

16
Procedimento Tributário – 1º teste

29º nº2 al.f) os relatórios, pareceres e restante documentação emitida por TOC, Revisores
oficiais de contas, Advogados, consultores fiscais e auditores externos. - 63º nº5 LGT (sigilo
profissional).

- Direito ao envio de questionários (29º nº3 RCPITA);


- Direito a solicitar o envio de cópia de documentos e informações relevantes para o
apuramento e controlo da situação do contribuinte ou de terceiros (29º nº3 RCPITA);

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

Avaliação prévia (58º CPPT)

- Solicitar a informação antes de celebrar um certo negócio, mediante um pagamento:


avaliação de um bem que sirva de base para o negócio (p.e imóveis, ações, quotas).

Avaliação direta (81º LGT)

- É feita com base nas regras do respetivo código (p.e IRC através da contabilidade;
IMI,IS,IMT através da declaração de modelo 1).

Avaliação indireta (87º LGT e ss.)

- Subsidiária da avaliação direta, isto é, só é feita se a anterior não funcionar.


- Pressupostos: 87º a 89º-A LGT.

A avaliação indireta só pode efetuar-se em caso de:

A) Regime simplificado de tributação, nos casos e condições previstos na lei (31º CIRS,
86º-A, 86º-B CIRC, 66º,68º,99º e ss., 145º CPPT);

CONTABILIDADE ORGANIZADA

Cat.B IRS e IRC

Rendimentos: 100.000 euros

Gastos: 40.000 euros

Lucro tributável: 60.000 euros (diferença)

REGIME SIMPLIFICADO

100.000 euros

Gastos: com base numa presunção - coeficiente 0,75 (28º CIRS)

Rendimento pelo RS: 75.000 euros

Art.31º CIRS: 10% o estado presume; 15% temos de ter os documentos justificativos.

17
Procedimento Tributário – 1º teste

B) Impossibilidade de comprovação e quantificação direta e exata dos elementos


indispensáveis à correta determinação da matéria tributável de qualquer imposto
(88º LGT,90º e 91º LGT, 62º nº1 RCPITA); - as finanças chegam ao rendimento das
pessoas por outra via. Elenco exemplificativo (88º LGT)

E) Os sujeitos passivos apresentarem, sem razão justificada, resultados tributáveis


nulos ou prejuízos fiscais durante três anos consecutivos, salvo nos casos de início de
atividade, em que a contagem deste prazo se faz do termo do terceiro ano, ou em três anos
durante um período de cinco (91º, 90º LGT e 62º nº1 RCPITA).

Meio de defesa da alínea b) e al.e): recebem o relatório de inspeção e têm 30 dias para
utilizar o art.91º LGT (administrativo).

Ónus da prova: prova dos pressupostos é feita pela AT (74º nº3 LGT).

Fundamentação: 77º nº4 LGT

D) Os rendimentos declarados em sede de IRS se afastarem significativamente para


menos, sem razão justificada, dos padrões de rendimento que razoavelmente possam
permitir as manifestações de fortuna evidenciadas pelo sujeito passivo nos termos do
art.89º-A - em regra, a pessoa vai ser tributada pelo modelo padrão (62º nº1 RCPITA e
146º-B CPPT);

F) Acréscimo de património ou despesa efetuada, incluindo liberalidades, de valor


superior a 100.000 euros, verificados simultaneamente com a falta de declaração de
rendimentos ou com a existência, no mesmo período de tributação, de uma divergência não
justificada com os rendimentos declarados (89º-A LGT, 62º nº1 RCPITA, 146º-B CPPT, 72º
e 11º CIRS).

A alínea d) e f) têm o mesmo meio de defesa: art.146.º-B CPPT (judicial).

C) A matéria tributável do sujeito passivo se afastar, sem razão justificada, mais de


30% para menos ou, durante três anos seguidos, mais de 15% para menos, da que
resultaria da aplicação dos indicadores objetivos da atividade de base técnico-
científica referidos na presente lei (89º LGT) - nunca entrou em vigor porque nunca
publicaram os indicadores objetivos da atividade. XXXX

Para efeitos da alínea b) do n.º 1 do art.87º: 88.º LGT

1- A impossibilidade de comprovaç ão e quantificaç ão directa e exacta da matéria tributável


para efeitos de aplicaç ão de métodos indirectos, referida na alin
́ ea b) do artigo anterior,
pode resultar das seguintes anomalias e incorrecç ões quando inviabilizem o apuramento da
matéria tributável:

a) Inexistência ou insuficiência de elementos de contabilidade ou declaraçao ̃ , falta ou


atraso de escrituraç ão dos livros e registos ou irregularidades na sua organizaç ão ou
execuç ão quando não supridas no prazo legal, mesmo quando a ausência desses
elementos se deva a razoe ̃ s acidentais;

18
Procedimento Tributário – 1º teste

b) Recusa de exibiçaõ da contabilidade e demais documentos legalmente exigidos, bem


como a sua ocultação, destruição, inutilização, falsificação ou viciação;

c) Existência de diversas contabilidades ou grupos de livros com o propósito de simulaç ão


da realidade perante a administraç ão tributária e erros e inexactidões na contabilidade das
operaç ões não supridos no prazo legal.

d) Existência de manifesta discrepância entre o valor declarado e o valor de mercado


de bens ou serviç os, bem como de factos concretamente identificados através dos
quais seja patenteada uma capacidade contributiva significativamente maior do que a
declarada.

́ ea f) do n.º 1 do artigo 87.º: 89.º-A LGT


Para efeitos da alin

5 - a) Considera-se como rendimento tributável em sede de IRS, a enquadrar na categoria


G, quando não existam indić ios fundados, de acordo com os critérios previstos no artigo
90º, que permitam à administraç ão tributária fixar rendimento superior, a diferenç a entre o
acréscimo de património ou a despesa efectuada, e os rendimentos declarados pelo sujeito
passivo no mesmo perio ́ do de tributaç ão;

b) Os acréscimos de património consideram-se verificados no perio


́ do em que se manifeste
a titularidade dos bens ou direitos e a despesa quando efectuada;

c) Na determinaç ão dos acréscimos patrimoniais, deve atender-se ao valor de aquisiç ão e,
sendo desconhecido, ao valor de mercado;

́ uidos das diferentes


d) Consideram-se como rendimentos declarados os rendimentos liq
categorias de rendimentos.

11 - A avaliaç ão indirecta no caso da alin


́ ea f) do n.o 1 do artigo 87.o deve ser feita no
âmbito de um procedimento que inclua a investigaç ão das contas bancárias, podendo no
seu decurso o contribuinte regularizar a situaç ão tributária, identificando e justificando a
natureza dos rendimentos omitidos e corrigindo as declaraç ões dos respectivos perio ́ dos.

- Critérios de avaliação indireta: 90.º LGT

Determinaç ão da matéria tributável por métodos indirectos

1 - Em caso de impossibilidade de comprovaç ão e quantificaç ão directa e exacta da matéria


tributável, a determinaç ão da matéria tributável por métodos indirectos poderá ter em conta
os seguintes elementos:

́ uido sobre as vendas e prestaç ões de serviços ou


a) As margens médias do lucro liq
compras e fornecimentos de serviç os de terceiros;

b) As taxas médias de rentabilidade de capital investido;

19
Procedimento Tributário – 1º teste

c) O coeficiente técnico de consumos ou utilizaç ão de matérias-primas e outros custos


directos;

d) Os elementos e informaç ões declaradas à administraç ão tributária, incluindo os relativos


a outros impostos e, bem assim, os relativos a empresas ou entidades que tenham relaç ões
económicas com o contribuinte;

e) A localizaç ão e dimensão da actividade exercida;

f) Os custos presumidos em funç ão das condiç ões concretas do exercić io da actividade;

g) A matéria tributável do ano ou anos mais próximos que se encontre determinada pela
administraç ão tributária.

h) O valor de mercado dos bens ou serviç os tributados;

i) Uma relaç ão congruente e justificada entre os factos apurados e a situaç ão concreta do
contribuinte.

NÃ O SE APLICA:

- Aos arts. 89.º-A e 87.º nº 1, al.f) (TÊM CRITÉRIOS PRÓPRIOS);


- Aos arts. 87.º, n.º 1, al.c) e 89.º LGT (AINDA NÃ O ESTÃ O EM VIGOR);

PROCEDIMENTOS SUIS GENERIS

Têm um objetivo muito definido.

Procedimentos de aplicação normas antiabuso (63.º CPPT + 38.º LGT): iniciativa da AT.

Procedimentos para a ilisão de presunções (64.º CPPT + 73.º e 16.º LGT + 6.º CIRS):
iniciativa do contribuinte. A LGT presume que os atos praticados pelo cônjuge são de
conhecimento do outro.

- Requerimento de ilisão de presunções + juntar prova: para o contribuinte afastar


uma presunção em qualquer momento.

Procedimentos para o reconhecimento de benefícios fiscais (65.º CPPT + 14.º LGT): há


um procedimento próprio para que sejam reconhecidos os benefícios. Quando há
indeferimento, não se pode reclamar pois já foi apreciado uma vez pela administração. O
que podemos fazer: recurso hierárquico (n.º 4).

PROCEDIMENTOS DE PAGAMENTO

Pagamento voluntário (40.º, n.º 1 LGT): forma natural da extinção da obrigação

Nº4: impostos em geral

20
Procedimento Tributário – 1º teste

Nº5: tratando-se da UE

Pagamento em prestações (42.º LGT e 196.º CPPT)

Regra: n.º 1

Exceções: n.º 2 - Não se aplica nos casos previstos no n.º 2 (p.e retenção na fonte, IMT
quando se compra um imóvel).

________________________________________________________________________

REQUERIMENTO DE PAGAMENTO (nos termos do 196.º n.º 4 CPPT)

102 euros - 1 unidade de conta; pedir que uma determinada dívida possa ser paga em
prestações

Exmo. sr.
Chefe do Serviço das Finanças de ….

Nome, CC, NIF, Morada, vem por este meio, ao abrigo dos artigos 42.º LGT e 196.º CPPT,
expor e requerer o seguinte:

1. O requerente tem atualmente em dívida 20.000 euros de IRS relativo a 2018


2. No entanto, não consegue solver a dívida de uma só vez, uma vez que por força da
pandemia se viu numa situação de desemprego (doc.1), tem 3 filhos pequenos
(doc.2), tem despesas mensais de 750 euros incluindo empréstimo bancário (docs. 3
a 7) e não tem dinheiro disponível nas contas bancárias (docs. 8 a 10).

Pelo que, assim requer a V. Exa que se digne a autorizar o pagamento em dívida
em 36 prestações, por estarem verificadas as condições do art.196.º, n.º 4 CPPT.

Pede deferimento

Porto, 16/2/2021

________________________________________________________________________

Dação em pagamento (40.º, n.º 2 LGT + 87.º CPPT + 201.º e 202.º): entregar um bem em
vez de entregar dinheiro.

Problemas: AT não aceita qualquer bem e quando aceita, o bem pode desvalorizar (ter uma
dívida de 100.00 euros e com a entrega do imóvel, apesar deste valer 120.000 euros, só
pagar 70.000 euros). O melhor é vender o bem e pagar à AT.

- Quando ainda não tenho uma execução fiscal (87.º CPPT) - tem de ser autorizado a
nível central

21
Procedimento Tributário – 1º teste

- Durante a execução (201.º e 202.º CPPT)

Compensação (40.º, n.º 2 LGT): as pessoas são devedoras e credoras ao mesmo tempo.

Por iniciativa:
- Do contribuinte (90.º E 90.º-A CPPT)
- Da AT (89.º CPPT)

Problemas: não abrange toda a administração pública, apenas a direta do Estado. Por
exemplo, as Câmaras Municipais ou Juntas não estão abrangidas.
Sub-rogação (41.º, n.º 2 LGT + 91.º e 92.º CPPT): alguém fica no lugar do Estado, a dívida
não se extingue (venda de um imóvel por parte do Estado e o terceiro compra. Este passa a
ser credor do contribuinte - compra o crédito)

- Pagamento após o prazo do pagamento voluntário


- Requerimento expresso
- Obter autorização do devedor ou demonstrar que tem interesse legítimo

Exceção do art. 29.º, n.º 1 LGT pois o Estado transmite o seu crédito
Procedimentos regulados no CIRC

Acordos prévios de preços de transferência: acordos quanto aos critérios a utilizar para
encontrar o preço. O artigo 138.º serve para eliminar a subjetividade. O Estado não quer
que haja valores fictícios praticados entre entidades relacionadas (p.e entre mãe e filha).
Vão ser usados os valores de mercado ou, se não, serem justificados os valores.
Combinam com as finanças para, mais tarde, não ser corrigido.

- 138.º (63.º CIRC + 37.º LGT)

63.º, n.º 4 CIRC: relações especiais

Meio de defesa que vai ser utilizado pelas empresas imobiliárias quando estas vendem
casas a preços inferiores ao do VPT. As finanças, nestes casos, tributam pelo valor do VPT.
Quando o mercado imobiliário está em baixa, eles vendem a preços mais baixos. Usam o
artigo 139.º CIRC.

- 139.º CIRC (91.º LGT)

PROCEDIMENTOS IMPUGNATÓRIOS ADMINISTRATIVOS


(91.º a 93.º LGT) - 83.º al.b) e al.e)

Pedido de revisão da matéria coletável

22
Procedimento Tributário – 1º teste

Objetivo: tentar obter acordo sobre valor da matéria coletável fixada com recurso a métodos
indiretos.

Quando não se usa: 91.º, 14.º e 89.º-A, n.º 7 LGT

Prazo: 30 dias contados a partir da data da notificação da decisão (relatório definido de


inspeção que aplicou métodos indiretos) e contendo a indicação do perito que o representa.
(n.º 1 + 57.º LGT)

Quantos peritos tem este procedimento? 2 peritos obrigatórios (um designado pelo
contribuinte e outro pela AT) + 1 perito independente (facultativo mas com custos) - n.º 1,
n.º 3 e n.º 4

Vantagem de ter um perito independente: 92º nº8 LGT


Valor do perito independente: Portaria n.º78/2001, de 8/2.

Este pedido é obrigatório caso pretenda, no futuro, deduzir impugnação relativa aos
métodos indiretos - 117.º CPPT

Há um debate pericial contraditório durante o qual se tentará fixar a matéria coletável por
acordo. Por vezes, a reunião para e começa noutro dia.

Desfecho:
- Acordo: MC é usada na liquidação posterior
- Falta de acordo: AT fixa a MC no valor que entender.

É importante neste caso a posiç ão do perito independente, se houver pois caso dê razão ao
contribuinte, este não terá que prestar garantia na futura reclamaç ão ou impugnaç ão. 92.º,
n.º 8.

Onde se apresenta? ao órgão da administração tributária da área do seu domicílio fiscal - à


direção das finanças (n.º 1).

Quais as consequências do acordo e da falta dele? Havendo acordo, a AT não pode alterar
a matéria tributável acordada (92.º, n.º 5). Na falta dele, o órgão competente para a fixação
da matéria tributável resolverá, tendo em conta as posições de ambos os peritos (92.º, n.º
6).
Se o procedimento serve para discutir questões direito? Não serve para discutir questões
de direito. É apenas admitido discutir os requisitos previstos no artigo 87º (92.º, n.º 1 + 91.º,
n.º 14). Apenas discute-se a quantificação.

Quem pode ser perito independente? 93º nº1 (pessoas da área da auditoria e economia
como economistas, revisores de contas…).

Revisão oficiosa dos atos tributários (78.º LGT)

23
Procedimento Tributário – 1º teste

- Por iniciativa do contribuinte/sujeito passivo


- Por iniciativa da AT

Prazos e fundamentos:
- No prazo de reclamação administrativa, com fundamento em qualquer ilegalidade
(nº1) - 68.º CPPT ou 162.º CPA
Na dúvida, usamos o prazo mais curto: 15 dias úteis - 162.º CPA

- Prazo de 4 anos após a liquidação (conta apresentada ao contribuinte), com


fundamento a erro imputável aos serviços;

- A todo o tempo, se o tributo ainda não tiver sido pago

O contribuinte também tem direito aos dois últimos prazos, desde que tenha fundamento a
erro imputável aos serviços.

Nº2 revogado: deixa de ser possível recurso ao art.78.º em caso de erro na autoliquidação.

Prazo para a correção da matéria coletável, mediante autorização do dirigente máximo do


serviço: 3 anos posteriores ao do ato tributário, com fundamento em injustiça grave ou
notória, desde que o erro não seja imputável a comportamento negligente do contribuinte
(n.º 4) - necessário fundamentar bem

Prazo de revisão do ato tributário por motivo de duplicação de coleta (205.º CPPT), seja
qual for o fundamento: 4 anos (n.º 6) - quando o imposto é pedido a mais

Reclamação graciosa (68.º e ss. CPPT)

Fundamentos (70.º, n.º 1 + 99.º CPPT)


a) Errónea qualificação e quantificação dos rendimentos, lucros, valores patrimoniais e
outros factos tributários; - tipo de rendimentos (Cat. F e a AT dizer Cat. B), se o
gasto é dedutível ou não; discutir o valor;
b) Incompetência; - liquidação emitida por outro órgão que não é competente
c) Ausência ou vício da fundamentação legalmente exigida (37.º CPPT e 77.º LGT);
d) Preterição de outras formalidades legais (60.º LGT - falta do direito de audição);

Prazo: 120 dias contados a partir dos factos previstos no n.º 1 do art.102.º (70.º, n.º 1 + 57.º
LGT)

a) Termo do prazo para pagamento voluntário das prestações tributárias legalmente


notificadas ao contribuinte;
b) Notificação dos restantes atos tributários, mesmo quando dêem origem a qualquer
liquidação (35 e 39.º CPPT);
c) Citação dos responsáveis subsidiários em processo de execução fiscal (p.e
gerentes);
d) Formação da presunção de indeferimento tácito (57.º LGT)

24
Procedimento Tributário – 1º teste

e) Notificação dos restantes atos que possam ser objeto de impugnação autónoma nos
termos deste Código;
f) Conhecimento dos atos lesivos dos interesses legalmente protegidos não
abrangidos nas alíneas anteriores (p.e contribuinte não ser notificado de nada)

Exceções (70.º, n.º4)


- A casa não ser minha e eu querer anular o imposto (sentença superveniente) -
reaver o IMT

Custas (69.º, al.d) + 77.º, n.º 1)

- Não implica pagar nada


- Quando o contribuinte faça a AT perder tempo: agravamento de 5% da coleta, se a
fundamentação não fizer sentido.

Meios de prova (69.º, al.e)


Limitação dos meios probatórios à forma documental e aos elementos oficiais de que os
serviços disponham, sem prejuízo do direito do órgão instrutor ordenar outras diligências
complementares manifestamente indispensáveis à descoberta da verdade material;

Prefere a prova documental, mas não proíbe outros meios.

Meio administrativo que se possa usar a seguir: recurso hierárquico (76.º, n.º 1)

Efeito suspensivo na execução (69.º, al.f)


Tem efeito suspensivo (da cobrança das dívidas) quando for prestada garantia adequada a
requerimento do contribuinte a apresentar com a petição, no prazo de 10 dias após a
notificação para o efeito pelo órgão periférico local competente.

170.º CPPT: dispensa de garantia (p.e alguém estar desempregado, não tem condições
para prestar uma garantia) - também permite reclamar com efeito suspensivo.
- enquanto durar o pagamento em prestações
- quando há uma reclamação graciosa

183.º-A CPPT: caducidade da garantia - se a reclamação não for decidida no prazo de um


ano.

_______________________________________________________________________

Exmo. sr.
Chefe do Serviço das Finanças de ….

Joana Santos, portadora do CC n.º123456789, NIF 2346784, residente na Rua da


Constituição, n.º34, Porto, vem por este meio, ao abrigo do artigo 170.º CPPT, expor e
requerer o seguinte:

25
Procedimento Tributário – 1º teste

1. O requerente encontra-se atualmente desempregado (doc.1), tem 4 filhos menores


(doc.2) e tem despesas mensais de 850 euros (doc.3).
2. O requerente vai apresentar reclamação graciosa relativa ao IRS de 2018.
3. O requerente não reúne condições para prestar uma garantia.

Pelo que, assim requer a V. Exa que se digne a autorizar a dispensa da prestação
de garantia.

Pede deferimento

Porto, 16/3/2021

_______________________________________________________________________

Após Reclamação Graciosa

- Ou se utiliza recurso hierárquico (76.º CPPT) - 30 dias


- Ou se usa impugnação judicial (99.º CPPT)
- Ou se utiliza arbitragem (se admissível) (2.º RJAT)

Uns não podem ir para a arbitragem, outros não devem.

Vantagem do recurso hierárquico: não tem custas


Desvantagem: pode ser uma perda de tempo.

Depois do recurso hierárquico pode ir para Tribunal: impugnação ou arbitragem

Recurso hierárquico (66.º + 67.º)

É o meio de impugnação de um ato administrativo praticado por um órgão subalterno,


perante o respetivo superior hierárquico, a fim de obter a revogação ou a substituição do ato
recorrido (166.º, n.º2 CPA).
30 dias para meter o recurso hierárquico, a contar da notificação do ato (n.º 2)
60 dias para decidir (n.º 5) - regra especial que afasta a regra geral dos 4 meses (57.º LGT)

Rege-se pelo CPA.

Pode ser interposto da decisão final da reclamação graciosa mas têm natureza meramente
facultativa e efeito devolutivo.
- Natureza meramente facultativa: não é obrigatório
- Efeito devolutivo ≠ efeito suspensivo

Estrutura tripartida:
a) O recorrente: entidade que interpõe o recurso;

26
Procedimento Tributário – 1º teste

b) O recorrido: órgão subalterno de cuja decisão se recorre, também chamado órgão a


quo;
c) A autoridade de recurso: órgão superior para quem se recorre, também chamado
órgão ad quem.

Podemos começar por Reclamação graciosa, seguida de recurso hierárquico, e terminar


com impugnação judicial.

RG - indeferimento expresso ou tácito - prazo de recurso hierárquico são 30 dias.

Exceção: 65.º CPPT - indeferimento do benefício fiscal e a seguir, logo o recurso


hierárquico.

Anulação de venda (257.º CPPT)

É um procedimento dentro do processo de execução fiscal.


Este meio de defesa está previsto no art.257.º CPPT, e só pode ser requerido dentro dos
prazos aí previstos (de 15 a 90 dias), que dependem do fundamento a utilizar. O prazo
conta-se da data da venda ou da que o requerente tome conhecimento do facto que servir
de fundamento à anulação, competindo-lhe provar a data desse conhecimento.

Caso a AT não se pronuncie em 45 dias, forma-se uma presunção de indeferimento tácito,


podendo o contribuinte interpor em seguida, no prazo de 10 dias, reclamação judicial nos
termos do art.276.º CPPT. O mesmo poderá fazer caso o indeferimento seja expresso.

P.e: venda ao domingo; erro na descrição do imóvel; comprou por 10.000 uma garagem a
pensar que era um imóvel (a culpa foi dela que não leu bem).

Em princípio, conta-se da data da notificação da venda. Ou, de quando teve conhecimento,


quando justificado.

Procedimento de correção de erros da AT (95.º-A a 95.º-C CPPT)

N.º 1: O procedimento de correção de erros regulado no presente capítulo visa a reparação por meios
simplificados de erros materiais ou manifestos da administração tributária ocorridos na concretização do
procedimento tributário ou na tramitação do processo de execução fiscal.

N.º 2: Consideram-se erros materiais ou manifestos, designadamente os que resultarem do funcionamento


anómalo dos sistemas informáticos da administração tributária, bem como as situações inequívocas de erro de
cálculo, de escrita, de inexactidão ou lapso.

N.º 3: O procedimento é caracterizado pela dispensa de formalidades essenciais e simplicidade de termos.

N.º 4: A instauração do procedimento não prejudica a utilização no prazo legal de qualquer meio procedimental
ou processual que tenha por objeto a ilegalidade da liquidação ou a exigibilidade da dívida.

Só usamos em problemas simples. Obriga na mesma a utilização de outros procedimentos.

27
Procedimento Tributário – 1º teste

Quem pede: 95.º- B

N.º 1: Os sujeitos passivos de quaisquer relações tributárias ou os titulares de qualquer interesse


legit́ imo podem, para efeitos de abertura do procedimento regulado no presente capítulo, solicitar
junto do dirigente máximo da administração tributária a correção de erros que os tiverem prejudicado.

Prazo: 95.º- B, n.º 2

10 dias posteriores ao conhecimento efectivo pelo contribuinte do acto lesivo em causa.

Forma: verbalmente ou por escrito (95.º- B, n.º 3 e 4)

Quem decide (95.º-C)

Dirigente máximo do serviç o ou qualquer outro funcionário qualificado em quem seja


delegada essa competência.

Prazo (95.º-C)

N.º 3: O prazo máximo de decisão do pedido é de 15 dias.

N.º 5: Caso o fundamento do pedido seja a ilegalidade da liquidação, a inexigibilidade da dívida ou outro
fundamento para o qual a lei preveja meio processual próprio, deve o contribuinte ser convidado a substituir o
procedimento.

N.º 6: A decisão é notificada presencialmente ou por via postal simples.

N.º 7: O indeferimento do pedido não está sujeito a audição prévia

Outros meios impugnatórios administrativos (FORA DA LGT E CPPT)

Prova do preço efetivo na transmissão de imóveis (139.º e 64.º CIRC)


- Segue a tramitação do art.91.º LGT

Serve para as empresas de construção, nas alturas de baixa do mercado, explicarem ao


Estado o porquê de vender os imóveis abaixo do VPT.

Segunda avaliação do imóvel (71.º a 76.º CIMI)

Prazo: 30 dias a contar da notificação da avaliação (fixação do VPT)


É devida uma taxa (76.º, n.º4)

Reclamação da matriz (130.º CIMI)

Exemplos: VPT desatualizado; erro na descrição dos prédios; não averbamento de


isenção… (130.º, n.º 3)

28
Procedimento Tributário – 1º teste

Pode ser feita a qualquer momento, mas com os limites do n.º 4 e do n.º 9 (no caso do VPT
estar desatualizado).

PROCEDIMENTOS IMPUGNATÓRIOS JUDICIAIS

IMPUGNAÇÃO JUDICIAL (98.º e ss. do CPPT)

Prazos (102.º CPPT)


- 3 meses contados a partir dos factos previstos nas alíneas do mesmo artigo;
- A todo o tempo se o fundamento for a nulidade (n.º 3);
- O disposto neste artigo não prejudica outros prazos especiais fixados no código (p.e
133.º, n.º 3)

Fundamentos (99.º CPPT)

Custos (109.º)
- Custas judiciais + 109.º

Meios de prova (115.º, n.º 1)


- meios gerais de prova

Incidentes admitidos (127.º e ss.)


- Apoio judiciário - aqui não pagam as custas
- Assistência (129.º)
- Habilitação (130.º)

CASOS/IMPUGNAÇÕES ESPECIAIS (131.º CPPT) - existe uma dupla obrigatória (meio


administrativo e meio judicial)

a) 117.º CPPT n.º 1 - obriga-nos a usar a dupla - 91.º LGT


b) 131.º + 132.º + 133.º + 133.º - A: reclamação graciosa + impugnação judicial
c) 134.º: 76.º e 130.º CIMI

131.º CPPT - autoliquidação: liquidações de imposto feitas pelo próprio contribuinte (IVA e
IRC). Temos de avisar primeiro as Finanças (reclamação graciosa) - 2 anos. A IJ faz-se no
prazo normal (102.º CPPT).

132.º CPPT: retenções na fonte (34.º LGT)


As retenções são feitas de acordo com o IRS e IRC.
- Retenções definitivas e a título de pagamento por conta (fazem-se ao longo do ano)

O artigo só se aplica às definitivas.

29
Procedimento Tributário – 1º teste

A título de pagamento por conta: o trabalhador fica sem 100 euros por mês, durante o ano e
no fim paga o IRS. Se já foi pago pelos 100 mensais, recebe um reembolso. Se ainda tem
de pagar, paga a diferença.

A empresa engana-se e em vez de tirar 100, tira 150. Não se pode reclamar. Junta-se tudo
e se houver algum erro, faz-se no final do ano uma reclamação normal.

133.º CPPT: Pagamentos por conta (33.º LGT)

133.º-A: Impugnação com fundamento em matéria de classificação pautal, origem ou valor


aduaneiro das mercadorias

134.º: Objeto da impugnação


Assunto: imóveis

n.º 1: usar previamente o 76.º CIMI


n.º 3: usar previamente o 130.º CIMI

Garantias da impugnação judicial - igual à reclamação

103.º, n.º 4 CPPT

Garantia não tem de ser prestada durante prazo de impugnação para dívidas PS 5.000
euros e PC 10.000 euros (169.º CPPT) - para dívidas destes valores, as garantias podem
ser apresentadas depois do prazo de reclamação (120 dias).

Regressa caducidade da garantia na impugnação caso processo não esteja decidido no


prazo de 4 anos (183.º-A CPPT).

Meios de prova: 115.º CPPT

Impugnação de Providências cautelares (ex: arresto - 136.º e ss. ou arrolamento - 140.º


e ss. CPPT).

Providências cautelares são medidas preventivas.

Quando há um arresto ou arrolamento: aplicamos o art.144.º CPPT


- 15 dias após a sua realização ou o seu conhecimento efetivo
- Fundamento em qualquer ilegalidade

Ação para o reconhecimento de um direito ou interesse legítimo em matéria tributária


(145.º) - meio excecional, só se este meio for o mais adequado para uma tutela plena e
efetiva do direito ou interesse

30
Procedimento Tributário – 1º teste

Por exemplo, para reconhecimento de um benefício fiscal ou em situações de regime


simplificado (as finanças metem o contribuinte em contabilidade organizada)

Prazo: 4 anos a contar do conhecimento do direito ou da lesão

Meios processuais acessórios (146.º-A a D CPPT)

Este meio de defesa serve para discutir com as finanças se estão preenchidos os
pressupostos do art.63.º-B LGT - sigilo bancário (146.º-A CPPT). Este meio pode servir
também para outras coisas: 87.º, n.º 1, al.d) e al.f) LGT

Prazo: 10 dias para o recurso

Outros meios processuais acessórios (146.º CPPT e 147.º) - situações que vamos poder
utilizar que passam pelo tribunal, mas de natureza acessória
146.º CPPT
- Intimação para a consulta de documentos e passagem de certidões (24.º CPPT) -
juiz dá ordem às finanças para que deixem consultar ou que passem certidões;
- Produção antecipada de prova - tem de ser muito bem justificado;
- Execução dos julgados;

Remissão para as Normas de processo nos tribunais administrativos - CPTA

147.º CPPT (mais genérico)


- intimação para um comportamento (p.e direito à informação - 67.º LGT)

Meios de defesa que só podem existir se existir uma execução fiscal:

1. Oposição à Execução Fiscal (203.º e ss. CPPT)

- Quando se chama o interessado (citação).

Pode ser usada por qualquer executado originário ou pessoa contra quem a execução
tenha sido revertida (subsidiário - gerentes, por exemplo).

Prazo (203.º CPPT): 30 dias a contar da citação pessoal ou, não a tendo havido, da
penhora ou de facto superveniente, ou do seu conhecimento

Fundamentos (204.º CPPT)

a) Inexistência do imposto, taxa ou contribuição nas leis em vigor à data dos factos a que respeita a
obrigação ou, se for o caso, não estar autorizada a sua cobrança à data em que tiver ocorrido a
respectiva liquidação; - raro, quando o imposto foi revogado ou anulado

31
Procedimento Tributário – 1º teste

b) Ilegitimidade da pessoa citada por esta não ser o próprio devedor que figura no título ou seu
sucessor ou, sendo o que nele figura, não ter sido, durante o perio
́ do a que respeita a div́ ida
exequenda, o possuidor dos bens que a originaram, ou por não figurar no tit́ ulo e não ser
responsável pelo pagamento da div́ ida; - muito usada

c) Falsidade do tit́ ulo executivo, quando possa influir nos termos da execução; - raro

d) Prescrição da dívida exequenda; - comum

e) Falta da notificação da liquidação do tributo no prazo de caducidade;

f) Pagamento ou anulação da dívida exequenda; - muito comum - dívida que já está paga

g) Duplicação de colecta (205.º, 78.º LGT e 175.º CPPT)

h) Ilegalidade da liquidação da dívida exequenda, sempre que a lei não assegure meio judicial de
impugnação ou recurso contra o acto de liquidação;

i) Quaisquer fundamentos não referidos nas alin


́ eas anteriores, a provar apenas por documento,
desde que não envolvam apreciação da legalidade da liquidação da dívida exequenda, nem
representem interferência em matéria de exclusiva competência da entidade que houver extraído o
tit́ ulo.

Oposiç ão à Execuç ão Fiscal – Falta de Efeito suspensivo (212.º CPPT)

O contribuinte precisa de prestar garantia ou ter dispensa de prestação de garantia, ou


pagar: 52.º LGT, 199.º, 170.º e 183.º-A CPPT

O pagamento JÁ NÃO inviabiliza usar oposição (176.º, n.º 3 CPPT).

2. Embargos de terceiros (237.º CPPT)

Prazo: 30 dias contados desde o dia em que foi praticado o acto ofensivo da posse ou
direito ou daquele em que o embargante teve conhecimento da ofensa, mas nunca depois
de os respectivos bens terem sido vendidos (n.º 3).

Legitimidade: do terceiro

Quando os bens pertencem ao terceiro e não ao executado.

3. Anulação de venda (257.º CPPT)

Antes: meio judicial


Agora: meio administrativo

4. Reclamação judicial de atos do órgão de execução fiscal (276.º e ss. CPPT)

- De qualquer ato que se faça na execução fiscal


- Temos uma execução em curso, mas não temos os fundamentos da oposição

32
Procedimento Tributário – 1º teste

Prazo (277.º, n.º 1): 10 dias

Apresenta-se no órgão de execuç ão fiscal e dirige-se ao tribunal tributário de primeira


instância.

Formalidades: deve conter fundamentos e conclusões

Regime (278.º): fundamentos previstos no n.º 3 do mesmo artigo

1- O tribunal só conhecerá das reclamaç ões quando, depois de realizadas a penhora e a
venda, o processo lhe for remetido a final.

Efeito suspensivo: só nos casos do 278.º, n.º 3:

a) Inadmissibilidade da penhora dos bens concretamente apreendidos ou da extensão com que foi
realizada; ex. 736.º, 737.º, 738.º CPC

b) Imediata penhora dos bens que só subsidiariamente respondam pela div́ ida exequenda;

c) Incidência sobre bens que, não respondendo, nos termos de direito substantivo, pela div́ ida
exequenda, não deviam ter sido abrangidos pela diligência;

d) Determinação da prestação de garantia indevida ou superior à devida. 199.º, 199.º-A CPPT

e) erro na verificação de créditos – 145.º CPPT

Pode usar-se, por exemplo, para reclamar contra atos relativos a garantias (indeferimento
de dispensa, erro no valor, indeferimento de garantia apresentada, etc), penhoras
(excessivas, ilegit́ imas), compensaç oe
̃ s e outras “decisões proferidas pelo órgão da
execuç ão fiscal” que “afectem os direitos e interesses legit́ imos do executado ou de
terceiro”

Al.a) penhorado acima do valor legal


Al.b) penhoram bens ao gerente quando a execução é à sociedade
Al.c) dívidas dos cônjuges - incidir sobre outros bens
Al.d) garantias (199.º CPPT)

O artigo 278.º, n.º 6 do CPPT passa a prever expressamente o efeito suspensivo da


reclamaç ão judicial apresentada com fundamento na existência de prejuiź o irreparável.

O artigo 278.º, n.º 3 do CPPT passa a prever a falta de fundamentaç ão relativa à
apensaç ão como ilegalidade que fundamenta a existência de prejuiź o irreparável, que
determina a subida imediata da reclamaç ão judicial prevista no artigo 276.º do CPPT.

A execuç ão fiscal fica suspensa até à decisão da reclamaç ão judicial, quando a reclamaç ão
tenha por objeto matéria que afete a totalidade da tramitaç ão da execuç ão. (art.o 278.º, n.º
8 CPPT)

33
Procedimento Tributário – 1º teste

Porém, quando a reclamaç ão incida apenas sobre parte do processo de execuç ão fiscal, o
processo suspende- se apenas quanto a essa parte (art.o 278.º, n.º 8 CPPT)

Arbitragem (DL n.º 10/2011 de 20 de janeiro + Circular n.º 53/2011 da AT + Portaria n.º
112-A/2011 de 22 de março + Código Deontológico do CAAD)

- Certas matérias não podem ser discutidas na arbitragem;


- Só se discutem ações sob a alçada da AT;

Âmbito (2.º do DL 10/2011)

A competência dos tribunais arbitrais compreende a apreciação das seguintes pretensões:


a) A declaração de ilegalidade de atos de liquidação de tributos, de autoliquidação, de retenção
na fonte e de pagamento por conta; (68.º CPPT + 99.º CPPT + 131.º, 132.º e 133.º CPPT)
b) A declaração de ilegalidade de atos de fixação da matéria tributável quando não dê origem à
liquidação de qualquer tributo, de atos de determinação da matéria coletável e de atos de
fixação de valores patrimoniais (134.º CPPT)

Os processos excluídos da arbitragem:

- Oposiç ão à execuç ão fiscal


- Reclamaç ão judicial de atos do órgão de execuç ão fiscal
- Recurso judicial de decisão de aplicaç ão de coima
- Direito aduaneiro – 133.º-A CPPT

Árbitros (5.º a 9.º do DL 10/2011)

O tribunal pode funcionar com árbitro singular ou com intervenç ão do coletivo de três
árbitros.

Funciona com árbitro singular quando:

- O valor do pedido de pronúncia não ultrapassa 2 vezes o valor da alç ada do Tribunal
Central Administrativo (60.000 €), e
- O sujeito passivo opte por não designar árbitro.

O árbitro singular é designado pelo Conselho Deontológico do Centro de Arbitragem


Administrativa, de entre a lista de árbitros.

Funciona com coletivo de 3 árbitros quando:

- O valor do pedido de pronúncia ultrapassa 2 vezes o valor da alç ada do Tribunal


Central Administrativo (60.000 €), ou
- O sujeito passivo opte por designar árbitro, independentemente do valor do pedido.

Os árbitros são designados pelo Conselho Deontológico do Centro de Arbitragem


Administrativa ou pelas partes, cabendo a designaç ão do terceiro árbitro (árbitro

34
Procedimento Tributário – 1º teste

presidente), aos árbitros designados ou, na falta de acordo, ao Conselho Deontológico do


Centro de Arbitragem Administrativa.

Tramitação

1. Entrada do pedido de constituiç ão de tribunal arbitral, enviado por via eletrónica.
2. Dar conhecimento do pedido à AT no prazo de 2 dias.
3. Designaç ão dos árbitros, caso a parte não o faç a.
4. Notificaç ão às partes da designaç ão dos árbitros, no prazo de 5 dias a contar da
entrada do pedido.
5. Comunicaç ão às partes da constituiç ão do tribunal arbitral, decorridos 10 dias a
contar da notificaç ão da designaç ão dos árbitros.
6. Notificaç ão do dirigente máximo do serviç o da AT para, no prazo de 30 dias,
apresentar resposta, e caso queira, solicitar a produç ão de prova adicional. A AT
tem ainda que neste prazo juntar cópia do processo administrativo.
7. Apresentada a resposta da AT, é agendada uma reunião com as partes para definir
a tramitaç ão processual a adotar, ouvir as partes e convidá-las a corrigir as suas
peç as processuais, quando necessário.

Nesta reunião deve ser comunicada às partes:

- a data para as alegaç ões orais, caso sejam necessárias;


- e a data para a emissão da decisão arbitral;

NA PRÁTICA: FREQUENTE DISPENSA DE REUNIÃO

8. Audiç ão de testemunhas – se houver


9. Emissão da decisão arbitral

Prazos (10.º DL 10/2011)

O pedido de constituiç ão do tribunal arbitral é apresentado:

- no prazo de 90 dias, a contar dos factos previstos no n.º 1 a 2 do artigo 102.º CPPT,
quanto aos atos suscetiv́ eis de impugnaç ão autónoma e da notificaç ão da decisão ou do
termo do prazo legal de decisão do recurso hierárquico;

- No prazo de 30 dias, a contar da notificaç ão dos atos previstos na alin


́ ea b) do artigo 2.º.

Artigo 21.º do DL 10/2011: A decisão arbitral deve ser emitida e notificada às partes no
prazo de 6 meses a contar da data do inić io do processo arbitral.

O tribunal pode determinar a prorrogaç ão do prazo por sucessivos perio


́ dos de dois meses,
com o limite de seis meses, mediante fundamentaç ão.

35
Procedimento Tributário – 1º teste

Custos

As custas do processo arbitral compreendem a taxa de arbitragem inicial e os encargos do


processo arbitral.

A taxa de arbitragem inicial é paga pela parte que não designar árbitro, com a entrada do
pedido, por transferência bancária para a conta do CAAD, e corresponde a 50 % da taxa de
arbitragem constante da tabela I anexo ao regulamento das custas. Os restantes 50 % são
pagos antes da data fixada para a emissão da decisão.

́ imo de 153€.
A taxa de arbitragem inicial está dependente do valor do pedido, sendo o min

No caso da parte designar árbitro, o valor da taxa de arbitragem também depende do valor
do pedido e é paga com a entrada do pedido na totalidade.

Efeitos da sentença arbitral

Vinculaç ão da AT (Portaria n.º 112-A/2011 de 22 de març o)

- A AT está vinculada a litígios de valor não superior a 10.000.000€


- No entanto esta vinculaç ão está sujeita às seguintes condiç ões:

1. Nos litiǵ ios de valor igual ou superior a 500.000 €, o arbitro presidente deve ter exercido
funç ões publicas de magistratura nos tribunais tributários ou possuir grau de mestre em
Direito Fiscal;

́ ios de valor igual ou superior a 1.000.000 €, o arbitro presidente deve ter


2. Nos litig
exercido funç ões públicas de magistratura nos tribunais tributários ou possuir grau de
doutor em Direito Fiscal.

Recursos (25.º e ss. DL 10/2011)

Não se podem fazer recursos da matéria de facto.

A decisão é suscetível de recurso para o Tribunal Constitucional, na parte em que recuse a


aplicaç ão de qualquer norma com fundamento na sua inconstitucionalidade ou que aplique
norma cuja inconstitucionalidade foi suscitada.

25.º, 2 - A decisão arbitral sobre o mérito da pretensão deduzida que ponha termo ao
processo arbitral é ainda suscetiv́ el de recurso para o Supremo Tribunal Administrativo
quando esteja em oposiç ão, quanto à mesma questão fundamental de direito, com outra
decisão arbitral ou com acórdão proferido pelo Tribunal Central Administrativo ou pelo
Supremo Tribunal Administrativo. (Redaç ão da Lei n.º 119/2019, de 18/09)

O recurso é apresentado por meio de requerimento no tribunal competente para conhecer


do recurso e é comunicado ao CAAD.

36
Procedimento Tributário – 1º teste

No entanto, o recurso interposto pela AT faz caducar a garantia que tenha sido prestada
para suspensão do processo de execuç ão fiscal.

O recurso interposto não tem qualquer efeito suspensivo da liquidaç ão, assim como o
pedido de pronúncia arbitral também não tem. No entanto, suspende os efeitos da decisão
arbitral.

Também é possível o Tribunal Central Administrativo anular a decisão arbitral, mediante


impugnaç ão a apresentar no prazo de 15 dias.

Modo de usar todos os procedimentos: Reclamação, Recurso Hierárquico e no Tribunal


optar pela Arbitragem ou Impugnação.
Muitas pessoas optam logo pela arbitragem por causa do tempo.

Ação administrativa

Julgada no Tribunal Administrativo.

2 tipos de atos:
- em sentido estrito (os verdadeiros): liquidação, retenções na fonte…
- em matéria tributária

37.º CPTA + 58.º CPTA (prazo)

97.º CPPT, al.p):

37

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