Educação Sexual
Educação Sexual
Educação Sexual
APOSTILA
EDUCAÇÃO SEXUAL
ESPÍRITO SANTO
ORIENTAÇÃO SEXUAL
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A partir de meados dos anos 80, a demanda por trabalhos na área da sexualidade
nas escolas aumentou em virtude da preocupação dos educadores com o grande
crescimento da incidência de gravidez indesejada entre as adolescentes e com o risco da
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infecção pelo HIV (vírus da Aids) entre os jovens. Antes, acreditava-se que as famílias
apresentavam resistência à abordagem dessas questões no âmbito escolar, mas atualmente
sabe-se que os pais reivindicam a orientação sexual nas escolas, pois reconhecem não só
a sua importância para crianças e jovens, como também a dificuldade de falar abertamente
sobre o assunto em casa. Uma pesquisa do Instituto Datafolha, realizada em dez capitais
brasileiras e divulgada em junho de 1993, constatou que 86% das pessoas ouvidas eram
favoráveis à inclusão de Orientação Sexual nos currículos escolares.
Na prática, toda família realiza a educação sexual de suas crianças e jovens, mesmo
aquelas que nunca falam abertamente sobre isso. O comportamento dos pais entre si, na
relação com os filhos, no tipo de “cuidados” recomendados, nas expressões, gestos e
proibições que estabelecem, são carregados dos valores associados à sexualidade que a
criança e ao adolescente apreendem.
A mídia, nas suas múltiplas manifestações, e com muita força, assume relevante
papel, ajudando a moldar visões e comportamentos. Ela veicula imagens eróticas, que
estimulam crianças e adolescentes, incrementando a ansiedade e alimentando fantasias
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sexuais. Também informa, veicula campanhas educativas, que nem sempre são dirigidas e
adequadas a esse público. Muitas vezes também moraliza e reforça preconceitos. Ao ser
elaborada por crianças e adolescentes, essa mescla de mensagens pode acabar produzindo
conceitos e explicações tanto errôneos quanto fantasiosos.
Há também a presença clara da sexualidade dos adultos que atuam na escola. Pode-
se notar, por exemplo, a grande inquietação e curiosidade que a gravidez de uma professora
desperta nos alunos menores. Os adolescentes testam, questionam e tomam como
referência a percepção que têm da sexualidade de seus professores, por vezes
desenvolvendo fantasias, em busca de seus próprios parâmetros.
Todas essas questões são expressas pelos alunos na escola. Cabe a ela desenvolver
ação crítica, reflexiva e educativa.
Queira ou não, a escola intervém de várias formas, embora nem sempre tenha
consciência disso e nem sempre acolha as questões dos adolescentes e jovens. Seja no
cotidiano da sala de aula, quando proíbe certas manifestações e permite outras, seja quando
opta por informar os pais sobre manifestações de seu filho, a escola está sempre
transmitindo certos valores, mais ou menos rígidos, a depender dos profissionais envolvidos
no momento.
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conhecimento das origens de cada um e com o desejo de saber. A satisfação dessas
curiosidades contribui para que o desejo de saber seja impulsionado ao longo da vida,
enquanto a não-satisfação gera ansiedade, tensão e, eventualmente, inibição da capacidade
investigativa. A oferta, por parte da escola, de um espaço em que as crianças possam
esclarecer suas dúvidas e continuar formulando novas questões, contribui para o alívio das
ansiedades que muitas vezes interferem no aprendizado dos conteúdos escolares.
Se a escola deseja ter uma visão integrada das experiências vividas pelos alunos,
buscando desenvolver o prazer pelo conhecimento, é necessário reconhecer que
desempenha um papel importante na educação para uma sexualidade ligada à vida, à
saúde, ao prazer e ao bem-estar e que englobe as diversas dimensões do ser humano.
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constitui-se em local privilegiado para a abordagem da prevenção das doenças sexualmente
transmissíveis/Aids, não podendo se omitir diante da relevância dessas questões.
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“A sexualidade forma parte integral da personalidade de cada um. É uma necessidade
básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida.
A sexualidade não é sinônimo de coito e não se limita à presença ou não do orgasmo.
Sexualidade é muito mais do que isso, é a energia que motiva encontrar o amor, contato e
intimidade, e se expressa na forma de sentir, na forma de as pessoas tocarem e serem
tocadas. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e tanto a
saúde física como a mental. Se a saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual
também deveria ser considerada como um direito humano básico.”
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SEXUALIDADE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA
Os contatos de uma mãe com seu filho despertam nele as primeiras vivências de
prazer. Essas primeiras experiências sensuais de vida e de prazer não são essencialmente
biológicas, mas se constituirão no acervo psíquico do indivíduo, são o embrião da vida
mental no bebê. A sexualidade infantil se desenvolve desde os primeiros dias de vida e
segue se manifestando de forma diferente em cada momento da infância.
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conotação de algo feio, sujo, pecaminoso, cuja existência se deve à má influência de adultos.
Entre outros educadores, no entanto, já se encontram bastante difundidas as noções da
existência e da importância da sexualidade para o desenvolvimento de crianças e jovens.
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A coerência entre os princípios adotados e a prática cotidiana da escola deverá pautar todo
o trabalho.
Para garantir essa coerência, ao tratar de tema associado a tão grande multiplicidade
de valores, a escola precisa estar consciente da necessidade de abrir um espaço para
reflexão como parte do processo de formação permanente de todos os envolvidos no
processo educativo.
Tal postura deve, inclusive, auxiliar as crianças e os jovens a discriminar o que pode
e deve ser compartilhado no grupo e o que deve ser mantido como vivência pessoal. Apenas
os alunos que, por questões pessoais, demandem atenção e intervenção individuais, devem
ser atendidos separadamente do grupo pelo professor ou orientador na escola, e poderá ser
discutido um possível encaminhamento para atendimento especializado. Alunos portadores
de algumas deficiências podem eventualmente ter dificuldades de comunicação e de
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expressão da sexualidade e, por isso, exigir formas diferenciadas de orientação na escola,
nos conteúdos e estratégias de abordagem. Dada a expressão singular da sexualidade em
cada indivíduo, também os portadores de necessidades especiais merecem atenção
diferenciada na escola, devendo ser acionadas assessorias de profissionais especializados
se necessário.
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Propõe-se que a Orientação Sexual oferecida pela escola aborde com as crianças e
os jovens as repercussões das mensagens transmitidas pela mídia, pela família e pelas
demais instituições da sociedade. Trata-se de preencher lacunas nas informações que a
criança e ao adolescente já possuem e, principalmente, criar a possibilidade de formar
opinião a respeito do que lhes é ou foi apresentado. A escola, ao propiciar informações
atualizadas do ponto de vista científico e ao explicitar e debater os diversos valores
associados à sexualidade e aos comportamentos sexuais existentes na sociedade,
possibilita ao aluno desenvolver atitudes coerentes com os valores que ele próprio eleger
como seus.
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(devido ao alívio de tensão e preocupação com questões da sexualidade) e aumento da
solidariedade e do respeito entre os alunos. Quanto às crianças menores, os professores
relatam que informações corretas ajudam a diminuir a angústia e a agitação em sala de aula.
No caso dos adolescentes, as manifestações da sexualidade tendem a deixar de ser fonte
de agressão, provocação, medo e angústia, para tornar-se assunto de reflexão.
É função da própria escola estabelecer diretamente com seus alunos os limites para
o que pode ou não ocorrer dentro dela. A convocação dos pais só se justifica quando se
tratar de práticas muito recorrentes e que estejam interferindo nas possibilidades de
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aprendizagem do aluno ou demandem cuidados com sua saúde. Isso pressupõe a
intervenção anterior dos educadores com os alunos envolvidos na situação. A convocação
não pode substituir a ação junto às crianças e adolescentes e, caso ela ocorra, os alunos
devem estar cientes dela.
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Todas essas reações indicam as dificuldades para lidar com o tema, o medo de errar,
de não ser “normal”, da opinião alheia. São difíceis porque se referem a coisas íntimas, que
dizem respeito a cada adolescente, sem exceção.
Criar espaços para reflexão e debate, justamente dessas questões, sem personalizá-
las, é o que pode ajudar os jovens a passar por essa fase com menos angústias e
turbulências, e sem precisar armar uma couraça protetora/repressora ou transformar a
sexualidade em expressão de rebeldia.
O bem-estar sexual passa pelo esclarecimento das questões que estão sendo
vivenciadas pelas crianças e pelos jovens e é favorecido pelo seu debate aberto, nas
diversas etapas do crescimento.
É importante que os educadores reconheçam como legítimas e lícitas, por parte das
crianças e dos jovens, a busca do prazer e as curiosidades manifestas acerca da
sexualidade, uma vez que fazem parte de seu processo de desenvolvimento.
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A escola deve informar, problematizar e debater os diferentes tabus, preconceitos,
crenças e atitudes existentes na sociedade, buscando não a isenção total, o que é
impossível, mas um maior distanciamento das opiniões e aspectos pessoais dos professores
para empreender essa tarefa. Isso porque na relação professor-aluno o professor ocupa
lugar de maior poder, constituindo-se em referência muito importante para o aluno. A
emissão da opinião pessoal do professor na sala de aula pode ocupar o espaço dos
questionamentos, incertezas e ambivalências necessários à construção da opinião do
próprio aluno.
Por exemplo, numa discussão sobre virgindade entre um grupo de alunos de oitava
série e seu professor, abordam-se todos os aspectos e opiniões sobre o tema, seu
significado para meninos e meninas, pesquisam-se suas implicações em diferentes culturas,
sua conotação em diferentes momentos históricos e os valores atribuídos por distintos
grupos sociais contemporâneos. O professor conduz e orienta o debate, não emitindo
opiniões pessoais. Após esse trabalho, é uma opção pessoal do aluno tirar (ou não) uma
conclusão sobre o tema da virgindade naquele momento, não sendo necessário explicitá-la
para o grupo. Já no espaço doméstico o mesmo tema, quando abordado, suscita
expectativas, ansiedades e direcionamento por parte dos pais, coisas muito diferentes das
discutidas em sala de aula.
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partir dessa prática, se possível contando com assessoria especializada. A formação deve
ocorrer de forma continuada e sistemática, propiciando a reflexão sobre valores e
preconceitos dos próprios educadores envolvidos no trabalho de Orientação Sexual. É
necessário que os professores possam reconhecer os valores que regem seus próprios
comportamentos e orientam sua visão de mundo, assim como reconhecer a legitimidade de
valores e comportamentos diversos dos seus. Tal postura cria condições mais favoráveis
para o esclarecimento, a informação e o debate sem a imposição de valores específicos.
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podem procurar ajuda de um adulto de sua confiança, no caso de serem envolvidos em
situação de abuso.
RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIAS
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adolescência, abuso sexual e prostituição infantil, o crescimento da epidemia da Aids, a
discriminação das mulheres no mercado de trabalho, são algumas das questões sociais que
demandam posicionamento em favor de transformações que garantam a todos a dignidade
e a qualidade de vida, que desejamos e que estão previstas pela Constituição brasileira.
Para isso, optou-se por integrar a Orientação Sexual nos Parâmetros Curriculares
Nacionais, através da transversalidade, o que significa que tanto a concepção quanto os
objetivos e conteúdos propostos por Orientação Sexual encontram-se contemplados pelas
diversas áreas do conhecimento. Dessa forma, o posicionamento proposto pelo tema
Orientação Sexual, assim como acontece com todos os Temas Transversais, estará
impregnando toda a prática educativa. Cada uma das áreas tratará da temática da
sexualidade por meio de sua própria proposta de trabalho. Ao se apresentarem os conteúdos
de Orientação Sexual, serão explicitadas as articulações mais evidentes de cada bloco de
conteúdo com as diversas áreas.
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necessitam de tratamento específico, seja porque permeiam o dia-a-dia na escola das mais
diferentes formas, emergindo e exigindo do professor flexibilidade, disponibilidade e abertura
para trabalhá-las. As manifestações da sexualidade, diferentes em cada etapa do
desenvolvimento, são uma excelente oportunidade para os professores desenvolverem um
trabalho não previamente programado. A sexualidade gera nos alunos grande variedade de
sentimentos, sensações e dúvidas. Suas manifestações são espontâneas, acontecem
inevitavelmente e os professores precisam estar preparados para lidar com elas. A atitude
de acolhimento a essas expressões e de disponibilidade para ouvir e responder é
fundamental para o trabalho que aqui se propõe. O trabalho de Orientação Sexual se dará,
portanto, dentro da programação, por meio dos conteúdos já transversa lizados nas áreas
do currículo, e extraprogramação, sempre que surgirem questões relacionadas ao tema.
Um tema como o aborto, por exemplo, implica discussões progressivas sobre o que
é, como acontece, como e por que é feito, que sentimentos pode envolver, que relação
guarda com a contracepção (já que não pode ser encarado como método anticoncepcional)
até chegar a questões políticas e sociais. O direito da mulher sobre seu corpo, os problemas
de saúde pública decorrentes de sua prática clandestina no Brasil, assim como os
posicionamentos que defendem o direito à vida do feto e a legislação brasileira e
internacional sobre o assunto, devem ser objeto de análise.
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como possibilitam questionamentos e posicionamentos que precisam ultrapassar os
estreitos limites dos preconceitos e das palavras de ordem.
Assim, a escola deve se organizar para que os alunos, ao fim do ensino fundamental,
sejam capazes de:
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Identificar e repensar tabus e preconceitos referentes à sexualidade, evitando
comportamentos discriminatórios e intolerantes e analisando criticamente os
estereótipos;
Reconhecer como construções culturais as características socialmente
atribuídas ao masculino e ao feminino, posicionando-se contra discriminações
a eles associadas;
Identificar e expressar seus sentimentos e desejos, respeitando os sentimentos
e desejos do outro;
Reconhecer o consentimento mútuo como necessário para usufruir prazer
numa relação a dois;
Proteger-se de relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores;
Agir de modo solidário em relação aos portadores do HIV e de modo
propositivo em ações públicas voltadas para prevenção e tratamento das
doenças sexualmente transmissíveis/Aids;
Conhecer e adotar práticas de sexo protegido, desde o início do
relacionamento sexual, evitando contrair ou transmitir doenças sexualmente
transmissíveis, inclusive o vírus da Aids;
Evitar uma gravidez indesejada, procurando orientação e fazendo uso de
métodos contraceptivos;
Consciência crítica e tomar decisões responsáveis a respeito de sua
sexualidade.
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transformações no corpo durante a puberdade, os mecanismos da concepção, gravidez e
parto.
Os assuntos mais importantes para o grupo e de maior relevância social devem ser
objeto prioritário do trabalho de Orientação Sexual. Quaisquer que sejam eles, porém, os
eixos básicos da atuação permanecem, já que todos os assuntos precisam incluir as
dimensões do Corpo, as Relações de Gênero e a Prevenção das Doenças Sexualmente
Transmissíveis/ Aids na sua discussão.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
Tais conteúdos foram elencados não apenas em seus aspectos conceituais, que
garantem as informações pertinentes, mas sobretudo por seus aspectos procedimentais e
atitudinais.
BLOCOS DE CONTEÚDOS
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O trabalho com Orientação Sexual supõe refletir sobre e se contrapor aos estereótipos
de gênero, raça, nacionalidade, cultura e classe social ligados à sexualidade. Implica,
portanto, colocar-se contra as discriminações associadas a expressões da sexualidade,
como a atração homo ou bissexual, e aos profissionais do sexo.
A partir dessa diferenciação, vê-se que a abordagem deve ir além das informações
sobre anatomia e funcionamento, pois os órgãos não existiriam fora de um corpo que pulsa
e sente. O corpo é concebido como um todo integrado de sistemas interligados e que inclui
emoções, sentimentos, sensações de prazer e desprazer, assim como as transformações
nele ocorridas ao longo do tempo. Há que considerar, portanto, os fatores culturais que
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intervêm na construção da percepção do corpo, esse todo que inclui as dimensões biológica,
psicológica e social.
Essa concepção, ao mesmo tempo que orienta o trabalho dos professores, vai sendo
construída pelos alunos ao longo do ensino fundamental, por meio da aprendizagem de
diferentes conteúdos em situações didáticas que a favoreçam.
Do ponto de vista dos alunos, isso implica construir noções, imagens, conceitos e
valores a respeito do corpo em que esteja incluída a sexualidade como algo inerente,
necessário e fonte de prazer na vida humana. As ideias e concepções veiculadas pelas
diferentes áreas (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia,
Arte e Educação Física) contribuem para a construção dessa visão do corpo por meio da
explicitação das dimensões da sexualidade nos seus conteúdos.
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Nas atividades físicas propiciadas por essas áreas, como os jogos e a dança, é
interessante os professores aproveitarem para destacar alguns aspectos observáveis: o
esforço e as sensações de prazer que o acompanham, a oportunidade de notar e ser notado.
O desejo de se exibir e de observar é algo associado à prática de e à assistência a esportes
e espetáculos de arte corporais, o que não deveria ser ignorado pelos educadores, mas
possibilitar uma melhor percepção do próprio corpo pelos adolescentes e jovens.
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Em Ciências Naturais, ao ser abordado o corpo (da criança e do adulto, do homem e
da mulher) e sua anatomia interna e externa, é importante incluir o fato de que os
sentimentos, as emoções e o pensamento se produzem a partir do corpo e se expressam
nele, marcando-o, e constituindo o que é cada pessoa. A integração entre as dimensões
físicas, emocionais, cognitivas e sensíveis, cada uma se expressando e interferindo na outra,
necessita ser explicitada no estudo do corpo humano, para que não se reproduza a sua
concepção de conjunto fragmentado.
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Os educadores, coerentemente com a abordagem proposta, não devem descuidar da
vivência dessas mudanças pelos alunos. Propõe-se, portanto, que os professores acolham
a necessidade de discussão dos medos provocados por essas mudanças, o ritmo e o tempo
em que elas ocorrem e que variam bastante de jovem para jovem, o respeito a essas
diferenças, as mudanças gestuais e posturais que se dão em consequência do crescimento
rápido; enfim, a acomodação necessária a esse novo corpo que muda. São também
abordadas as mudanças socialmente estabelecidas e relacionadas à idade e sua
repercussão nas relações familiares e sociais.
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potencialidade erótica do corpo se manifesta sob a primazia da região genital, expressando-
se na busca do prazer, também na relação com o outro (além do contato com o próprio corpo
iniciado na primeira infância).
A invenção do “ficar”, por parte dos jovens, é a mais genuína expressão dessa
necessidade, vivida na adolescência. Com diferenças nos grupos etários sociais ou
regionais, essa expressão indica o desejo da experimentação na busca do prazer com um
parceiro, desvinculada agora do compromisso entre ambos (o namoro). Trata-se de uma
experimentação que implica um relativo avanço social em relação às adolescentes do sexo
feminino (para as quais ainda se coloca reprovação social na experimentação de intimidade
erótica com vários parceiros, sanção praticamente inexistente para os adolescentes do sexo
masculino).
Com relação aos métodos contraceptivos, é importante analisar com os alunos todos
os existentes e em uso no país, suas indicações e contraindicações, grau de eficácia e
implicações para a saúde reprodutiva e bem-estar sexual. Essa discussão deve ser
acompanhada da questão de gênero que lhe diz respeito: a responsabilidade, que deve,
idealmente, ser compartilhada pelo casal que busca o prazer e não a concepção. É
necessário fazer uma diferenciação entre métodos de esterilização, que são definitivos, e
contraceptivos, que são temporários. Nessa questão é relevante ressaltar a importância do
uso das camisinhas (masculina e feminina) que, além de prevenirem a gravidez indesejada,
previnem também a contaminação pelas doenças sexualmente transmissíveis/Aids.
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Na contracepção, há que se discutir como, quando e por que ter ou não filhos e
quantos, o que posteriormente leva às responsabilidades correspondentes à maternidade e
à paternidade. Sem a discussão dos motivos subjacentes à ideia da contracepção e seus
obstáculos, pouco se pode avançar na adoção de práticas preventivas pelos jovens, ao se
relacionarem sexualmente com parceiro ou parceira.
Falar sobre o corpo, com seu potencial para usufruir o prazer e suas potencialidades
reprodutivas, implica também a discussão das expectativas, das ansiedades, medos e
fantasias, relacionados à relação sexual, à “primeira vez”, ao desempenho e às dificuldades
que podem surgir como manifestações associadas à impotência, frigidez, ejaculação
precoce e outras possíveis disfunções.
Nas atividades, é importante que nenhum aluno se sinta exposto diante dos demais.
Um recurso possível para evitar que isso aconteça é o da criação, adoção e uso de
personagens fictícios, criados pelo próprio grupo. Por meio desse recurso podem-se
trabalhar dúvidas, medos, informações e questões dos alunos ligadas ao corpo, de forma
que ninguém se sinta ameaçado ou invadido em sua intimidade. Com relação à linguagem
a ser utilizada para designar partes do corpo, o mais indicado é acolher a que eles trazem e
apresentar as denominações correspondentes adotadas pela ciência.
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grande curiosidade e ansiedade. A explicitação dessas informações e fantasias relacionadas
com as mudanças do corpo e com a reprodução possibilita tratar o assunto de modo claro,
diminuir a ansiedade, e assimilar noções corretas do ponto de vista científico.
O corpo, como sede do ser, é uma fonte inesgotável de questões e debates, que vão
muito além do que é habitual incluir nos estudos da sua anatomia e fisiologia.
RELAÇÕES DE GÊNERO
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entre os sexos, a flexibilização dos padrões de comportamento e o questionamento das
estereotipias ligadas ao gênero.
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A história das mulheres, suas lutas pela conquista de direitos e as enormes diferenças
que podem ser encontradas ainda hoje nas diversas partes do globo, constitui tema de
estudo, tanto em História quanto em Geografia e mesmo em Matemática, ao utilizar dados
para análise dos avanços progressivos do movimento de mulheres ao longo do tempo. Esses
avanços referem-se principalmente à maior participação das mulheres na esfera pública em
todos os aspectos: na política, na cultura, no trabalho remunerado e outros.
Tratar das relações de gênero com as diferentes faixas etárias, convém esclarecer, é
uma tarefa delicada. Há alguns mitos associados ao gênero na escola que precisam ser
questionados: as disciplinas onde os meninos se saem melhor (Matemática, por exemplo) e
as que apresentam melhor aproveitamento pelas meninas (Língua Portuguesa, por
exemplo). Se o professor tem essa crença, mesmo sem perceber pode ajudar a promovê-
la, sendo que sua origem pode não ter nenhuma ligação com o sexo biológico e, sim, com
experiências vividas que a escola pode alterar.
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A rigor, podem-se trabalhar as relações de gênero em qualquer situação do convívio
escolar. Elas se apresentam de forma nítida nas relações entre os alunos e nas brincadeiras
diretamente ligadas à sexualidade. Também estão presentes nas demais brincadeiras, no
modo de realizar as tarefas escolares, na organização do material de estudo, enfim, nos
comportamentos diferenciados de meninos e meninas. Nessas situações, o professor,
estando atento, pode intervir de modo que se coloque contra as discriminações e questione
os estereótipos associados ao gênero.
Há ainda outro fato que merece muita atenção por parte dos educadores: a violência
associada ao gênero. Essa forma de violência deve ser alvo de atenção, pois constitui-se
em atentado contra a dignidade e até a integridade física das mulheres. O fato de os meninos
geralmente possuírem maior força física que as meninas não deve possibilitar que ocorram
situações de coerção, agressão ou abuso sexuais. É dever do educador intervir nessas
situações e encaminhá-las às autoridades competentes além, é claro, de assistir à vítima.
Se situações como essas acontecem na escola devem ser alvo de discussão e reflexão por
parte da comunidade escolar, a fim de prevenir outras similares e garantir o respeito ao outro.
Outro ponto que merece atenção é o material didático escolhido para o trabalho em
sala de aula, que muitas vezes apresenta estereótipos ligados ao gênero, como a mulher
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predominantemente na esfera doméstica e realizando trabalho não remunerado, enquanto
o homem é associado ao desempenho de atividades sempre na esfera pública. A atenção,
o questionamento e a crítica dos educadores no trato dessas questões é parte do seu
exercício profissional, que contribui para o acesso à plena cidadania de meninos e meninas.
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preventivas, enfatizando-se a distinção entre as formas de contato que propiciam risco de
contágio daquelas que, na vida cotidiana, não envolvem risco algum.
O trabalho com esse bloco de conteúdos nos terceiro e quarto ciclos já precisa
abordar cada uma das principais doenças sexualmente transmissíveis, seus sintomas no
homem e na mulher, enfatizando as condutas necessárias para sua prevenção. A
denominação Doenças Sexualmente Transmissíveis agrupa aquelas que se transmite pelo
contato sexual entre duas pessoas, e engloba as antigas doenças venéreas, incluindo a
Aids.
O trabalho com esse tema, ao mesmo tempo que fornece informações sobre Aids,
possibilita que os jovens exponham os medos e angústias suscitados e se questionem os
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diferentes mitos e obstáculos emocionais e culturais que impedem a mudança de
comportamento necessária à adoção de práticas de sexo protegido. Dentre os obstáculos
emocionais, vale destacar os mecanismos de onipotência e de negação entre os
adolescentes, que demandam espaço contínuo de discussão para que possam vir à tona e
modificar-se. A crença de que “comigo não vai acontecer” ou de que não há risco porque “eu
só transo com quem eu conheço” é reveladora desses mecanismos, que se utilizam do
pensamento mágico, tentando obter controle sobre todas as variáveis envolvidas no
relacionamento sexual. Nega-se a evidência de que as coisas escapam à possibilidade
humana de ter conhecimento e domínio sobre elas, ainda mais na turbulenta vivência
adolescente.
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É um complicador para quem está iniciando um relacionamento sexual. Também implica a
dificuldade das meninas em exigir dos seus parceiros o uso do preservativo nas relações
sexuais. Essa dificuldade supõe uma série de fatores, entre eles autoestima rebaixada,
submissão ao homem, medo de “perder” o parceiro, medo de ser tomada como promíscua,
entre outras questões.
A Aids deve ser abordada com especial ênfase, uma vez que, apesar de os novos
medicamentos melhorarem a qualidade de vida dos soropositivos, ainda não se descobriu
sua cura. Dada a faixa etária dos alunos dos terceiro e quarto ciclos, que muitas vezes
coincide com a possibilidade do início da atividade sexual a dois, é fundamental a promoção
da saúde por meio da adoção de condutas eficientemente preventivas desde as primeiras
relações sexuais.
Um dos aspectos centrais desse bloco é o trabalho quanto ao cuidado com a própria
saúde e a dos outros, de forma geral e, especificamente, da saúde sexual. Há resistências,
por parte de muitos adolescentes, em procurar os serviços de saúde e orientação médica. A
escola pode interferir positivamente, criando uma ligação mais estreita e comunicação
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fluente com a unidade de saúde mais próxima. Isso favorece a diminuição dos receios dos
adolescentes em buscar orientação clínica, preventiva ou terapêutica.
Deve-se trabalhar para promover junto aos adolescentes a valorização da vida — sua
e do outro —, a promoção da saúde e respeito ao outro. Trata-se, portanto, de associar a
possibilidade da vivência do prazer com a responsabilidade necessária para a manutenção
da vida e da saúde, presente e futura.
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aspecto informativo da ausência do perigo da contaminação no contato social, quanto o
aspecto ético dos relacionamentos, promovendo o convívio e a solidariedade.
Não pode ser exigida a realização de teste sorológico compulsório para alunos ou
profissionais que trabalhem na escola, assim como os indivíduos soro logicamente positivos
não são obrigados a informar sua condição à direção ou a qualquer membro da comunidade
escolar. A divulgação de diagnóstico de infecção pelo HIV não deve ser feita, sob pena de
despertar preconceito e discriminação. Também não deve ser permitida a existência de
classes especiais, ou de escolas específicas para infectados pelo HIV. Constitui violação de
direito (passível de processo jurídico) a exclusão de profissional ou aluno de escola por
motivo de infecção pelo HIV (vide portaria interministerial Saúde/Educação no 796, de
29/5/92).
A falta de informações sobre a Aids é um dos fatores que podem gerar preconceito e
discriminação de soropositivos na escola. Como contraponto, o trabalho com os alunos deve,
além da informação, propor valores como o respeito aos direitos de cidadania, não exclusão
e solidariedade para com os soropositivos.
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A área de Ciências Naturais vai tratar do HIV e da doença Aids, as formas de
transmissão e prevenção. Mas o tema da Aids pode e deve ser abordado por todas as áreas:
nos textos literários, revistas e jornais (Língua Portuguesa); nos estudos comparativos de
epidemias em diferentes períodos históricos (História); em pesquisas com dados sobre a
epidemia no estudo de gráficos, tabelas (Matemática); no estudo das regiões mais afetadas
nos diversos continentes, e em diferentes cidades e regiões do Brasil (Geografia); na
montagem de cenas ou peças teatrais que tratem do relacionamento humano (Arte); no
conhecimento dos cuidados necessários para evitar infecção pelo HIV por contato sanguíneo
(Educação Física). Esses são alguns exemplos que podem se somar a muitas outras formas
criativas que cada professor pode desenvolver para atuar de forma responsável na
prevenção da Aids. A escola pode também promover outras formas de divulgação mais
amplas para toda comunidade escolar, como realização de murais, faixas em eventos,
exposição de trabalhos dos alunos, participação em feira de ciências, realização de
atividades na escola com profissionais da área da Saúde, intervenção de adolescentes como
multiplicadores na prevenção etc.
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O TRABALHO COM ORIENTAÇÃO SEXUAL EM ESPAÇO
ESPECÍFICO
Aliado a esse fato, constatamos que a capacidade cognitiva própria dessa faixa etária
já possibilita a postergação e canalização das dúvidas, curiosidades e questões para local e
momento especialmente demarcadas para essa finalidade na escola (o que não ocorre no
trabalho com os dois primeiros ciclos). Isso significa que se faz possível acrescentar esta
outra forma de sistematização do trabalho de Orientação Sexual na escola. É importante
que esse trabalho seja inserido no projeto pedagógico da escola, e que se criem condições
de progressiva qualidade na abordagem dos conteúdos ligados à sexualidade.
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Também é importante a construção permanente de uma metodologia participativa,
que envolve o lidar com dinâmicas grupais, a aplicação de técnicas de sensibilização e
facilitação dos debates, a utilização de materiais didáticos que problematizem em vez de
“fechar” a questão, possibilitando a discussão dos valores (sociais e particulares) associados
a cada temática da sexualidade. A montagem de um acervo de materiais na escola — como
textos e livros paradidáticos, vídeos, jogos, exercícios e propostas de dramatização —, é
importante para a concretização do trabalho.
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Projeto-piloto limitado a poucas turmas, com uma etapa inicial de implantação
e avaliação.
Outras alternativas, ainda, podem ser pensadas em cada escola, a partir da inclusão
da Orientação Sexual no seu projeto pedagógico e em função das necessidades e
possibilidades de sua comunidade escolar.
A comunicação aos familiares deve ser feita antes do início do trabalho, de preferência
em forma direta, em reuniões nas quais os pais possam fazer todos os seus
questionamentos, ter suas dúvidas esclarecidas e se posicionar, contribuindo para a
montagem do trabalho.
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decorrer do trabalho com as turmas, como estratégia de trabalho num dado momento ou
para determinados assuntos.
Após a divulgação, inscrições e montagem das turmas, pode ter início o trabalho junto
aos alunos. O primeiro passo será, então, o estabelecimento do “contrato” de trabalho a ser
realizado entre o coordenador e os alunos.
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Por exemplo: perguntas do tipo “o que é tesão?”, “quando a gente está preparado
para transar?”, “ter relações sexuais na gravidez prejudica o bebê?”, “como nascem os
gêmeos?”, “por que a mulher grávida não menstrua?” ou “é possível engravidar mesmo
sendo virgem?” trazem como temas a serem discutidos, além do prazer, os mecanismos de
concepção, gravidez e parto. A discussão procurará responder a essas questões e incluirá
outros componentes não levantados pelos alunos, como o esclarecimento dos mitos
relacionados ao desejo sexual e à gravidez, o papel do homem na decisão de ter filhos, a
importância dos cuidados com a saúde etc.
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informações para formular novas questões e estabelecer novas relações. Como premissas
desse trabalho estão os princípios norteadores: respeito a si próprio e ao outro, atitudes não
discriminatórias, questionamento de valores preconceituosos, conhecimento dos valores
pluralistas, combate à intolerância e uso do diálogo e da negociação como forma de mediar
conflitos (vide documento de Ética).
Assim, muitas das conclusões sobre determinadas discussões são diferentes para
cada participante do grupo e o “fechamento” da abordagem de um determinado tema pode
ser a explicitação de pontos que devem ser refletidos, não havendo resposta consensual
sobre ele.
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http://www.gazetadearacuai.com.br/upload/noticias/cat4/not_2cbd8d19fc75af5175b18eeba4f77b68.jpg
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O trabalho de Orientação Sexual no espaço específico não comporta avaliação por
meio de notas ou conceitos, como habitualmente se pratica na escola. É fundamental realizar
uma avaliação contínua do processo de trabalho, solicitando comentários dos alunos sobre
as aulas desenvolvidas, o debate dos temas, a postura do educador, os materiais didáticos
utilizados, o relacionamento da turma e o que ficou de mais importante para cada um, assim
como as dúvidas que persistem e os temas que merecem ser retomados ou desmembrados.
Questionários para avaliar tanto as informações quanto as opiniões dos alunos, sobre os
temas gerais da sexualidade, podem ser aplicados no início e no final de cada programa
desenvolvido, para colher dados, o que pode ser muito útil na avaliação do trabalho de
Orientação Sexual.
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