Aula 1-Dos Crimes Contra A Fé Pública
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CÓDIGO PENAL
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
A fé pública é a confiança depositada pelos cidadãos no Estado. Sempre que essa con-
fiança é atingida, tem-se um crime contra a fé pública.
Em suma, os crimes contra a fé-pública são:
CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
Crimes Contra a Fé Pública – Moeda Falsa
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
CAPÍTULO V
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal
no país ou no estrangeiro:
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa.
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Crimes Contra a Fé Pública – Moeda Falsa
Obs.: apesar de não configurar o crime de moeda falsa, essas situações trazidas nos itens
1 e 2 (acima) podem configurar o crime de dano praticado contra o patrimônio público
(vide art. 163, parágrafo único, inciso III do CP).
Obs.: vale lembrar que o crime de moeda falsa, apesar de fazer parte do rol de crimes con-
tra a fé pública, é um delito que possui um viés patrimonial. Ou seja, o agente deve
se beneficiar dessa conduta. Assim, entende a doutrina que a redução do valor do
papel-moeda não configura o dolo da prática do delito de moeda falsa.
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ANOTAÇÕES
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Crimes Contra a Fé Pública – Moeda Falsa
4. Moeda de padrão monetário extinto (ex.: Cruzeiro, Réis) – não se enquadra no con-
ceito de moeda de curso legal no País ou no estrangeiro;
5. Falsificação grosseira (ausência de potencialidade lesiva).
Falsificação grosseira
Quando a falsificação é grosseira, isso não atinge a fé pública do Estado. Assim, por se
tratar de um crime impossível, pela absoluta impropriedade do objeto material, a falsificação
grosseira não configura o crime de moeda falsa (ex.: uma folha de papel A4 escrito “10 reais”
ou uma nota de três reais).
A súmula acima é de claro entendimento e, por conta disso, a regra é que as questões
de prova cobrem exatamente o seu teor ou narrem alguma situação que tenha relação com
esse teor.
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Vale lembrar que a falsificação grosseira nem sempre configurará o crime de estelionato,
pois, se a falsificação for tão grosseira a ponto de não conseguir ludibriar qualquer pessoa,
não há que se falar em estelionato.
Por outro lado, se uma pessoa se utiliza de uma moeda grosseiramente falsificada (como
uma nota impressa em uma folha de papel A4 utilizando uma impressora caseira comum,
mas consegue ludibriar a pessoa que está no caixa de uma vendinha e, assim, sair do local
com alguns produtos, então terá praticado o crime do art. 171 do CP.
No caso de o uso de moeda falsa configurar o estelionato, a competência não será da
Justiça Federal, mas sim da Justiça Estadual.
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Crimes Contra a Fé Pública – Moeda Falsa
Obs.: vale lembrar que, em regra, não se aplica o princípio da insignificância aos crimes
contra a fé pública, pois a fé pública nunca será insignificante.
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circu-
lação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Obs.: o § 2º traz a modalidade privilegiada do crime de moeda falsa, pois a sua pena é sen-
sivelmente inferior, sendo considerado um crime de menor potencial ofensivo. Isso
ANOTAÇÕES
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Crimes Contra a Fé Pública – Moeda Falsa
porque o sujeito recebeu a moeda falsa de boa-fé. Vale lembrar que caso a pessoa
receba moeda falsa e, sem perceber que se trata de moeda falsa, acabar repassan-
do essa moeda, não há que se falar em crime de moeda falsa. Cabe à Justiça provar
que a conduta do agente foi dolosa.
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§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, ge-
rente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I – de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II – de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Obs.: o § 3º traz um crime próprio, pois só pode ser praticado por pessoas específicas.
Além disso, a conduta só pode ser praticada de maneira dolosa.
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava
ainda autorizada.
Obs.: a conduta do § 4º já é considerada crime comum, ou seja, pode ser praticada por
qualquer pessoa.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico Palazzo.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES
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