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Resumo Dos Textos "Anos Dourados" e "Revolução Social", Capítulo 9 e 10 Do Livro A Era Dos Extremos, Texto 5

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Resumo dos textos “Anos Dourados” e “Revolução Social”, capítulo 9 e 10 do livro a Era dos

Extremos, texto 5

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo experimenta a “Era de Ouro”, marcada por grandes
crescimentos e prosperidades. Os Estados Unidos com a guerra não sofreram danos,
aumentaram seu PNB em dois terços e acabaram a guerra com dois terços da produção
industrial mundial. Outros países acompanhavam o crescimento americano, como a Grã-
Bretanha e o continente Europeu, enquanto o Terceiro mundo não chegou a experimentar os
benefícios do crescimento das potências.

A Era de Ouro foi um período também marcado pela Guerra Fria entre o capitalismo e o
socialismo, aumento a produção manufatureira e de alimentos e grande crescimento
populacional e de expectativa de vida.

A Era de Ouro foi marcada pelo aumento da produção industrial em todo o globo, onde a
produção mundial de manufaturas quadruplicou entre 1950 e 1970 e comércio mundial de
produtos manufaturados aumentou 10 vezes, enquanto a produção agrícola experimentou
uma explosão de produtividade. Esse crescimento, entretanto, teria como resultado poluição e
deterioração ecológica, fator que contribuiu para a formação de uma consciência ecológica
mais forte no século XX proibindo o uso do carvão como combustível em Londres e outras
medidas para recuperação do meio ambiente, resultando em fábricas mais limpas.
Preocupações de possível esgotamento dos combustíveis fósseis levou um aumento do
consumo elétrico nos EUA, triplicando entre 1950 e 1973, sendo barateado pelos baixos preços
do petróleo internacional.

Os Estados Unidos emergiram como a maior potência econômica mundial após as Grandes
Guerras, tendo seus produtos e modelos exportados para o mundo todo. Sua produção de
automóvel alcançou a Europa e mais tarde o mundo socialista e América Latina. Os modelos de
produção industrial de Henry Ford se espalharam pelo mundo, enquanto os EUA
experimentavam esses modelos em outros tipos de produção. Bens e serviços antigamente de
luxos agora eram produzidos para um mercado de massa.

A revolução tecnológica foi um fator essencial para a Era de Ouro. As demandas de alta
tecnologia para a guerra preparou vários processos para posterior uso civil. A intensa pesquisa
científica promoveu melhora e surgimento de produtos novos. A miniaturização de produtos
transformou sua portabilidade e ampliou seu alcance e mercados potenciais.

Algo a observar é que as novas tecnologias existentes eram de capital intensivo, necessitando
de altos graus de reinvestimento, e exigiam pouca mão-de-obra. Sendo assim, houve
necessidade de cada vez mais investimentos e menos trabalhadores. Entretanto, esse
movimento se tornou imperceptível devido à rapidez do surto econômico, que aumentou o
número de postos de trabalho.

Os problemas que o capitalismo enfrentava pareceram desaparecer. Os ciclos de crescimento e


depressão passaram a ser brandas flutuações, os índices de desemprego mundiais tiveram
quedas drásticas, houve grande redução da pobreza mundial e revolução produtiva
transformou bens de luxo em bens de consumo diário.

Esse repentino sucesso do sistema capitalista se deu por inúmeros fatores. Houve uma forte
reestruturação e reforma do capitalismo devido a uma maior intervenção, regulamentação e
planejamento estatal, além de políticas de combate ao pleno emprego, redução da
desigualdade e compromisso com a seguridade social e previdenciária, que proporcionou um
mercado de consumo de massa. Além disso, com uma globalização e internacionalização
intensa da economia, a divisão do trabalho se tornou internacional e assim multiplicou a
capacidade produtiva mundial, resultando em explosão de comércio por industrializados. A
Revolução Tecnológica foi outro fator importante, tendo como resultado a disseminação a
novos países de tecnologias antigas, resultando também em um aumento da produtividade
mundial.

A mudança do modelo capitalista laissez-faire para um modelo intervencionista veio devido a


quatro principais conclusões: as guerras foram causadas em grande parte devido ao colapso do
sistema comercial e financeiro global, resultando na fragmentação o mundo e ascensão de
impérios autárquicos, sendo necessário medidas para impedir novamente outro colapso; era
necessário a hegemonia de uma economia para que o sistema global fosse estabilizado, sendo
assim escolhido os Estados Unidos; a Grande Depressão foi resultado do fracasso do livre
mercado irrestrito, sendo necessário assim ações governamentais para o Estado disciplinar e
ordenar o mercado; e por motivos sociais e políticos era necessário políticas de combate ao
desemprego em massa. Essas conclusões levaram muitos países a experimentar um forte
intervencionismo na época, abandonando as ideias do laissez-faire.

Assim surgem os acordos de Bretton Woods de 1944, declarando a supremacia americana, a


Criação do Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, subordinadas à política
americana, visando promover investimento internacional, manter a estabilidade do câmbio e
tratar de problemas de balanços de pagamento. Os Estados Unidos, devido a conversibilidade
do padrão ouro, atuaram como um grande estabilizador da economia mundial até a quebra do
sistema no início de 1970.

A Guerra Fria foi outro fator que levou ao avanço mundial do capitalismo. A competição entre
capitalismo e socialismo levou a uma forte atuação das potências em ajudar países mais pobres
fracos a se desenvolverem e crescerem o mais rápido possível. Assim, a economia capitalista
mundial se desenvolveu em torno dos EUA.

A partir da década de 1960, a economia passou a ser cada vez mais transnacional devido ao
crescimento do número de empresas transnacionais, nova divisão internacional do trabalho,
dada pela revolução do transporte e da comunicação tornando possível e economicamente
viável dividir a produção de um artigo em países diferentes, e aumento do financiamento a
filiais e subsidiárias no exterior para capital de giro. As empresas buscavam territórios fiscais
generosos e mão-de-obra barata e menos regulamentada para suas operações. Empresas
americanas aumentaram suas filiais estrangeiras de 7,5 mil em 1950 para 23 mil em 1966, e em
1980 as empresas transnacionais americanas respondiam por mais de três quartos das
exportações e quase metade das importações do país.

A partir de 1960 os dólares que eram depositados em bancos estrangeiros passaram a ser
instrumentos financeiros negociáveis livres de legislação bancária americana, formando um
mercado global de empréstimos de curto prazo, causando futuramente problemas no controle
governamental sobre a taxa de câmbio e volume de dinheiro em circulação do mundo.

O Terceiro passou a se industrializar e exportar mais de suas manufaturas para o mundo,


incluindo países industriais desenvolvidos em escala substancial. As exportações primárias
foram perdendo terreno para as exportações de manufaturados. Entre 1970 e 1983 as
exportações industriais globais do Terceiro Mundo mais que dobraram.
No período da Era de Ouro houve grande estabilidade política devido a um maior consenso
entre esquerda e direita. Lucros e salários crescentes garantiam os interesses das duas classes
conflitantes, sendo favorecidos por intervenções estatais que davam condições previsíveis para
administração das empresas. Forte demanda, pleno emprego e rendas reais em crescimento
forneciam fortes bases para a prosperidade econômica geral. A partir de 1960 a esquerda volta
a ganhar força resultando em grandes aumentos de gastos estatais resultando em problemas
no fim da Era de Ouro.

O equilíbrio da Era de Ouro dependia de uma coordenação entre crescimento da produção e


crescimento dos salários, para que houvesse mercado consumidor ativo e crescimento dos
lucros, e da hegemonia estadunidense. Na década e 1960 esses dois fatores passam a mostrar
sinais de desgaste. A hegemonia dos EUA e o sistema monetário com base no dólar-ouro
declinou. Houve sinais de diminuição de produtividade e esgotamento do reservatório de mão-
de-obra nos EUA e retorno da agitação nas negociações salariais. Assim a Era de Ouro termina
com o desgaste de uma economia superaquecida, colapso do sistema financeiro internacional
de Bretton Woods e a crise da OPEP de 1973. As décadas a partir de 1973 foram novamente
marcadas pelas crises recorrentes.

Entre 1945 e 1990 o autor destaca o período como sendo a “Revolução Social”, marcada por
profundas transformações na sociedade da época. Entre 1950 e 1960 é observado a morte do
campesinato, marcado pelo forte êxodo rural em direção às indústrias nas cidades, em diversas
regiões do mundo. Entretanto, o aumento da produtividade agrícola explosivo da época
resultou em um crescimento da produção ao invés de seu encolhimento devido a menor mão-
de-obra disponível.

O esvaziamento dos campos resultou em um enchimento das cidades, com enormes


aglomerações urbanas em 1980 encontradas no Terceiro Mundo. A revolução do transporte
público através de sistemas de bondes e metrôs urbanos acelerou a descentralização urbana,
enquanto a maioria das comunidades distantes desenvolviam seus próprios serviços de lojas e
lazer.

Com o crescimento da demanda por trabalhos mais elaborados e especializados, ocorre


alfabetização em massa e aumento na demanda de vagas na educação secundária e superior,
com uma explosão de números na educação universitária ao redor do mundo. Na década de
1970 o número de universidades do mundo quase dobrou. As famílias passaram a valorizar a
educação superior por ser uma oportunidade de melhores conquistas, rendas e status social
melhores e superiores. A prosperidade da Era de Ouro tornou possível para várias famílias
pagar os estudos em tempo integral para seus filhos.

Os estudantes se comunicavam com ideias e experiências através das fronteiras com facilidade
e rapidez e eram eficazes na expressão nacional de descontentamento político e social. Ocorre
em 1968 em Paris um grande levante estudantil que se propagou para diversos países,
incluindo os Estados Unidos.

Hobsbawn afirma que o radicalismo político dos universitários vinha de ressentimentos contra
as autoridades devido a questões estudantis. Por crescerem na época de prosperidade, não
viram a melhoria da qualidade de vida que seus pais experimentaram, sentindo que tudo podia
ser diferente e melhor, mesmo não sabendo como. As agitações estudantis resultaram em
ondas de greves operárias por maiores salários e melhores condições de vida.
Em relação à classe operária, devido a uma contração em 1980 e 1990 e assim desemprego em
massa, muito relacionado com a automação, a consciência da luta de classes pelos
trabalhadores volta a ter a sua relevância social, marcado pela união dos trabalhadores em
ações coletivas para defender os seus direitos e interesses. Enquanto trabalhadores
especializados tiveram melhora de salários, sendo defensores da direita política, os menos
tiveram piora das condições de vida, sendo favoráveis a esquerda.

Em relação ao papel da mulher na sociedade, é possível observar uma ênfase maior nos
estudos e no trabalho do que antes. No Terceiro Mundo e nos países recém-desenvolvidos,
muitas indústrias de mão-de-obra intensiva optaram pelo trabalho feminino, mais barato e
menos rebelde. Devido ao fim do trabalho infantil somado com a necessidade de dar aos filhos
uma educação de qualidade, houve pressão para que as mulheres, antes voltadas para o
trabalho doméstico, fossem trabalhar buscando maior remuneração. Em relação aos estudos,
após a Segunda Guerra Mundial, as mulheres constituíam entre 15% a 20% de todos os
estudantes universitários na maioria dos países desenvolvidos.

A Revolução Social causou mudanças também nos papeis desempenhados pelas mulheres na
sociedade, inclusive no âmbito público e político. Mulheres começam a ocupar cargos de chefia
de Estados e governos no mundo inteiro a partir de 1960. No Terceiro Mundo e em alguns
países, porém, grande massa de mulheres de classe baixa e pouca educação permaneceu fora
da esfera pública, principalmente por questões culturais e religiosas ou por questões
estruturais como no mundo socialista.

A partir da década de 60 os movimentos feministas voltam a ganhar força ao redor do mundo,


com sua principal ênfase na preocupação com igualdade entre homens e mulheres, incluindo
tratamento e igual oportunidade.

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