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Relatório - Compressores

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO –UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE SISTEMAS TÉRMICOS

Gustavo Gomes Ferreira – 201710856

RELATÓRIO DE COMPRESSORES DE AR

SÃO LUÍS

2021
INTRODUÇÃO

A compressão a ar é uma fonte potencial de trabalho, que pode ser utilizada para
efetuar movimento, automação, processos químicos, etc. Entretanto, o ar em seu estado
natural não consegue realizar trabalho, pois quando ele se encontra na pressão atmosférica
(estado natural de equilíbrio) este se apresenta “desenergizado”. Assim, para que o ar
fique com energia para efetuar trabalho é preciso aumentar sua pressão, e uma maneira
de concretizar isto é comprimido o fluido. Além disto, é válido ressaltar que a área da
engenharia que estuda essa compressão do ar é a pneumática. Nesse contexto, a energia
que é mais utilizada para fazer essa compressão é a elétrica, nessa área para se ter um ar
de melhor qualidade não é somente ter um ar limpo, mas também visar consiste em visar
aspectos econômicos. Logo, no decorrer do relatório serão abordados os pontos exigidos
para se ter um sistema de ar comprimido, os cuidados e os benefícios.

OBJETIVO

O objetivo deste relatório é demonstrar os princípios de funcionamento dos


sistemas de compressão a ar, dos equipamentos que o compõem, dos compressores
utilizados, os reservatórios e seus benefícios. Além de mostrar os meios de tratamento de
ar comprimido para diminuição de impurezas e algumas aplicações dos sistemas de ar
comprimido.
DESENVOLVIMENTO

SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO

A produção e tratamento do ar é composto por diversos componentes, pois para a


utilização do ar comprimido é necessário que, além de ter vazão e pressão adequadas, o
ar esteja isento de poeira, água e óleo, ou seja, um ar puro.

O compressor é o equipamento que serve para elevar a pressão do ar, pois o


mesmo capta o ar presente no meio ambiente e armazena-o sobre alta pressão em um
reservatório. Tem-se também as tubulações onde serão aplicados o ar comprimido, os
filtros que farão a retirada da umidade, entre outros equipamentos. O sistema (Fig.1)
funciona, basicamente, com o compressor admitindo o ar atmosférico e fazendo a
compressão de acordo com o seu funcionamento, é importante lembrar que esse ar
admitido já entra com impurezas, vapor d’água, poeiras, etc. Mesmo já tendo uma
filtragem inicial no compressor o ar ainda fica impuro, isto ocorre porque dentro do
compressor o ar atmosférico é adentrado, porém em um volume muito menor e isso
proporciona o aumento de pressão, consequentemente, os particulados existentes nesse ar
aumentam a sua concentração. Além disto, no equipamento há bastante lubrificação,
portanto o óleo acaba contaminando o fluido.

Figura 1 – Sistema de ar comprimido


Nesse contexto, é necessário alguns dispositivos para eliminar boa parte dessas
impurezas, um desses elementos é o separador de água e óleo. No processo, inicialmente
ao ser comprimido, o ar aumenta sua temperatura, já que ele está ganhando energia e com
isto começa a ocupar mais espaço, entretanto ao passar pelo separador de água/óleo ele é
direcionado a um refrigerador (aftercooler) para que possa diminuir sua temperatura e
assim ocupar um volume menor.

Diante desse processo, ocorre um problema, porque ao ser resfriado, o ar condensa


o vapor d’água e o fluido fica com água, por isto ele é direcionado a um filtro de ar, que
serve para retirar a umidade presente nesse ar. Depois disto o fluido fica armazenado no
reservatório de ar, onde acumula bastante água, mas nesse equipamento há um dreno na
sua parte inferior no intuito de remover essa quantidade de água e impedir que ela passe
pelas tubulações. Este reservatório serve para fornecer ar suficiente para a demanda
exigida, sem ser necessário o compressor ficar ligado em todo o seu tempo de uso. Desse
modo, no momento que o reservatório de ar diminui sua pressão o compressor é ligado
automaticamente até atingir a pressão de trabalho, a partir disto ele desliga e liga
novamente, só quando o reservatório tiver sua pressão diminuída. Além disto, há um
secador que serve como auxílio extra para remover a água presente no ar, também tem
alguns filtros nos pontos de aplicação, que servem para diminuir ainda mais as impurezas
existentes no fluido.

COMPRESSORES

Dentre os elementos citados, os compressores são fundamentais para originar o


ar comprimido, sendo eles os responsáveis por elevar a pressão do fluido. Há diversos
tipos, e serão abordados alguns no decorrer do relatório.

Compressor recíproco de pistão

Esse compressor é o mais usado e o primeiro a chegar no mercado, sendo este


classificados de ação simples (1 movimento de compressão por volta) e dupla ação (1
movimento de compressão por meia volta). O seu funcionamento consiste em aspiração
e compressão do ar entre o ponto morto inferior e o ponto morto superior, no decorrer do
acionamento das válvulas de admissão e descarga de ar. Dentre suas vantagens em relação
aos outros estão que eles proporcionam elevadas pressões e apresentam um ótima
eficiência mecânica.
Entretanto, há uma desvantagem que é baixa vazão, quantidade de ar fornecido,
devido a isto ele precisa ser utilizado com reservatórios, pois quando a demanda de ar for
grande esses reservatórios iram suprir a necessidade do compressor.

Figura 2- Compressores recíproco de pistão

Como é perceptível nas imagens (Fig.2) os pistões que executam mais de um


movimento de aspirar e comprimir durante uma volta são os de dupla ação, ou seja,
enquanto um pistão comprimi o outro está aspirando, assim não precisa de uma volta
completa pra realizar esses movimentos (que é o que acontece no de simples ação).

Compressor de parafuso

Este equipamento apresenta uma vazão maior do que o recíproco de pistão, porém
ele menos eficiente do que o mesmo. O princípio de funcionamento é com dois rotores
(“macho” e “fêmea”) montados em paralelo em sentidos opostos dentro de uma carcaça.
Desse modo, o ar presente entre os rotores, e o espaçamento em que ele está situado é
diminuído no decorrer da trajetória dos rotores e isto ocasiona no aumento de pressão do
ar e no final ele é descarregado.
Figura 3 - Compressor de parafuso

O fato desse compressor ter uma produção continua de ar e uma vazão mais
elevada, possibilita em um volume mais reduzido, já que, ele não precisa de um
reservatório muito grande, pois ele pode atender a uma boa vazão de ar comprimido
quando for exigido (já que ele tem uma vazão boa). Além disto, ele produz um ar com
temperatura mais baixa no final da compressão. Percebe-se na Fig.3 que no decorrer do
movimento dos dois rotores o ar aprisionado vai sendo comprimido e isso eleva a sua
pressão.

Compressores dinâmicos

Axial: nesse compressor o ar segue uma trajetória axial ao ser passado pelas pás
fixas em um rotor, ou seja, o ar entra em uma posição perpendicular ao rotor (posição
radial). Nesse contexto, o ar é acelerado nas pás móveis e desacelerado nas fixas. É válido
ressaltar que este tipo de compressor apresenta vazões mais altas do que as dos
compressores mencionados anteriormente.

Figura 4 – Compressor Axial


No compressor axial o ar comprimido (Fig.4) é produzido de maneira uniforme e
isso vai proporcionar que no final ocorra uma pressão elevada, uma observação é que ele
produz ar isento de óleo.

Rádial centrífugo: é um compressor no qual o gás a ser comprimido e movimentado por


um impulsor que passa por um alojamento montado é acelerado de dentro para fora
(Fig.5). Na saída do compressor há uma roda de pás fixas, que é chamada de difusor, onde
ocorre a transformação de cinética pelo ar em energia de pressão. Além disto, se o
compressor possui mais de um rotor ele é denominado de multiestágio, com capacidade
de alcançar pressões acima de 25 bar.

Figura 5 – Compressor radial centrífugo

RESERVATÓRIOS

Este é outro dispositivo para sistemas de ar comprimido, onde geralmente o


compressor fornecer ar para o reservatório. A função desse equipamento é servir de
estoque de ar comprimido para a instalação, pois quando há necessidade de ar
comprimido no sistema é o reservatório que se encarrega de suprir esse fator e possibilita
que o compressor fique desligado ou funcione de maneira continua, impedindo quedas
bruscas de pressão.
Mediante a isto, após passar pelo aftercooler, o vapor d’água pode ainda estar com
uma temperatura elevada e ele se resfria no reservatório, sofrendo um processo de
condensação e esse substrato fica armazenado na parte inferior do reservatório, assim uma
das funções do reservatórios e realizar a coleta desse condensado.

Figura 6 - Reservatório

Dentre alguns componentes do reservatório, tem-se o pressostato que é


basicamente um atuador elétrico, pois ele mede a pressão dentro do reservatório e verifica
se a pressão diminui até determinado nível para acionar o compressor, para que a
quantidade de ar comprido volte a estabilizar. Tem as válvulas de segurança que é
referente ao alívio de pressão no ambiente, válvulas de retenção, flange de controle,
manômetro para medir a pressão dentro do reservatório, tem o dreno onde acumula o
condensado, bases para conexões, mangueiras de alta pressão, etc.

TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO

Como mencionado anteriormente, os equipamentos que utilizam ar comprimido


requisitam que esse ar esteja livre de impurezas e esses resíduos, geralmente, não são
perceptíveis a olho nu. Além disto, a presença dos mesmos podem provocar falhas no
produto final da indústria, como a umidade no ar pode ocasionar corrosão, o particulado
pode ocasionar desgaste, entre outros. Diante disto, é importante ressaltar que quando o
ar é comprimido a concentração dessas impurezas aumentam, pois o volume de ar
diminui.
Alguns benefícios para o tratamento do ar é o aumento da vida útil dos
equipamentos que consomem o ar comprimido, melhoria no produto final (já que a
quantidade de impurezas vai ser menor), isenção de condensado nas tubulações
pneumáticas (pois parte desse material provém de um tipo de impureza que é a umidade),
redução de custo em dispositivos de coleta de condensados (porque com menos
impurezas, haverá menos condensado para ser retirado), redução de tempo morto,
ocasionado por manutenção corretiva ( este fator é referente as maquinas estarem
trabalhando com um ar ideal mais apropriado e com isso falharem menos, ou seja,
pararam menos para manutenção), redução do consumo de energia, ligada a perda de
pressão (devido ao fato de que sem as impurezas será exigido menor ar comprimido para
suprir a necessidade exigida, e isto proporcionará em menos energia gasta para gerar esse
ar, ou seja, redução em gastos econômicos com energia), entre outros benefícios.

Secagem de ar comprimido

Figura 7 – Secador antes e depois do reservatório

Para realizar a remoção de umidade do ar é preciso utilizar um secador, podendo


ser em duas configurações, antes do reservatório ou depois do mesmo. Se o secador
estiver depois do compressor e antes do reservatório, o ar já chega isento de água no
reservatório e isso evita situações de desgaste por corrosão e menos condensado, porém
ele funcionará de acordo com o compressor. Nesse contexto, o ar já sai com uma
temperatura elevada do compressor e para seca-lo é preciso elevar ainda mais essa
temperatura, ou seja, mais gasto de energia, devido a isso não é tão viável
economicamente. Caso ele seja posicionado depois do reservatório o ar comprimido seco
vai ser o já resfriado no reservatório, então o ar será seco de acordo com a demanda,
tornando esse sistema mais viável economicamente, além de fornecer qualidade,
durabilidade e manutenbilidade.

Filtragem do ar comprimido

A filtragem do ar comprimido é feito por filtros no intuito de retirar partículas


sólidas e óleos presentes no ar comprimido, sendo esses classificados como coalescentes
grau AO, grau AA, grau ACS e AC.

Drenagem do condensado gerado

Todo o condensado produzido deve ser drenado, para evitar que o ar transporte-o por
todas as tubulações que percorrer. Assim, a coleta e a eliminação desse material são custos
obrigatórios de qualquer empresa que trabalhe com ar comprimido. Além disto, esse
condensado precisa ser drenado para manter sob controle as perdas de pressão no sistema.
Os drenos são classificados como manual e automático.

APLICAÇÕES DO AR COMPRIMIDO

Dentre os usos do ar comprimido estão na indústria química, para processos de


limpeza, controle, controle remoto das válvulas. Mas também, pode ser usado em
industrias de energia, inserção e retirada de hastes de combustíveis, controle remoto de
válvulas em circuitos de refrigeração e sistemas de ventilação nas casas de caldeiras.
CONCLUSÃO

Mediante aos fatos supracitados, a compressão de ar é uma fonte de trabalho que


pode ser utilizada em diversas situações, como em indústrias químicas (limpeza, controle
de válvulas, etc.), industrias de energia, sistema de ventilação das calderias, etc. Assim,
para que se possa ter o ar energizado o suficiente é preciso realizar um sistema com
diversos componentes, compressores, reservatórios, secadores, filtros, etc. Diante disso,
há diversos compressores que atuam de maneiras diferentes para alcançar o mesmo
resultado, portanto é preciso analisar qual o mais adequado para cada situação, pois entre
eles tem grande diferença na capacidade de vazão e isso está interligado a um reservatório,
quando o compressor não consegue suprir mais o necessário exigido.
Então, conclui-se que para a realização de projetos pneumáticos os parâmetros
analisados são a vazão e a pressão, sabendo disso seleciona-se o tipo de compressor e o
reservatório adequado para serem utilizados no sistema. Além disto, foi ressaltado a
importância da existência de secadores, filtros e drenos para a retirada das impurezas de
um sistema de ar comprimido, resultando em mais eficiência no resultado final do
produto, reduzindo o número de falhas e aumentando a viabilidade econômica.

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