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II SEMINÁRIO ESTADUAL

PIBID DO PARANÁ
Anais do Evento

PIBID/PR

Foz do Iguaçu | 23 e 24 | Outubro 2014


ISSN: 2316-8285

unioeste
Universidade Estadual do Oeste do Paraná Universidade Federal
da Integração
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO Latino-Americana
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DO TEMA “FOTOSSÍNTESE” NO
ENSINO FUNDAMENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Alex da Silva Bocaleti1


Ronise Ribeiro Corrêa2
Tânia Aparecida da Silva Klein3

Resumo: Um dos principais problemas no ensino de ciências está no distanciamento do


conteúdo teórico proposto pelo docente à realidade de vida do aluno. Como o tema da
fotossíntese apresenta-se de forma abstrata e distante do cotidiano do aprendiz, este trabalho
apresenta como alternativa uma atividade experimental, baseada na construção, discussão e
observação dos resultados. Dessa forma, a interação entre o professor e os alunos são pontos
principais na identificação dos conhecimentos prévios dos estudantes e conceitualização do
tema proposto. Como resultado observa-se maior participação e interesse da turma na
implementação das atividades propostas.

Palavras-chave: Aprendizagem significativa. Fotossíntese. Atividade experimental.

Introdução
O ensino de ciências da natureza sempre foi um desafio para professores e
alunos. Autores da área relatam que as maiores dificuldades e obstáculos que os alunos
do ensino regular têm é entender efetivamente os conteúdos científicos da biologia, 507 
estabelecendo relação com o cotidiano e a questão da abstração dos conceitos
envolvidos.
O aluno aprende um conteúdo quando consegue atribuir a ele significados
(MOREIRA, 1999). Pode acontecer também de o aluno atribuir aos conteúdos
significados diferentes ao que foi ensinado pelo professor isto é, os significados
produzidos não são, muitas vezes, coerentes com o conhecimento científico (COLL,
2002).
Para Coll (2002), o ensino deve favorecer aos alunos o aprofundamento e
ampliação dos conhecimentos construídos nas situações de instrução. “Quando um
determinado referente significa algo para um determinado aluno ele é
convencionalmente denominado significado” (AUSUBEL, 1980, p. 44). Para Ausubel
significado é o produto da aprendizagem significativa e a significação é o elemento
central da aprendizagem efetiva. Trabalhando através disso, assimilando os conteúdos

1
Bolsista CAPES PIBID – Sub Projeto BIOLOGIA (UEL) abocaleti@outlook.com
2
 Professora Supervisora PIBID (Colégio Estadual Hugo Simas, Londrina PR) 
3
Professora Orientadora PIBID (Departamento de Biologia Geral, UEL, Londrina PR)
 
com o mundo exterior, os significados se confrontam, fazem uma ligação e o aluno
consegue entender que aquele fenômeno exposto realmente acontece e o porquê
acontece.
Especificamente na área da Biologia, a temática da fotossíntese é um dos
maiores obstáculos para o ensino. O tema torna-se desinteressante para o aluno pela
grande abstração que apresenta. Isso faz com que o conteúdo se distancie da realidade
do aluno o que desestimula a aprendizagem. Muitas vezes a aprendizagem torna-se
mecânica e não significativa.
Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi refletir sobre metodologias de
ensino que priorizem o aluno, chamem a atenção, fazendo-os ter interesse, gostar e
acima de tudo, aprender o conteúdo com o intuito de aprimorar o processo de ensino-
aprendizagem e trabalhar o conteúdo de forma eficaz, que leve os alunos a entenderem
este fenômeno bioquímico de nível molecular e fazê-los ligar a utilidade do CO2 e a
água para a formação de glicose através da utilização da energia luminosa, sem a
possibilidade de “ver” o fenômeno em si acontecendo.

Metodologia 508 
A aula expositiva deve ser trabalhada com os princípios da aprendizagem
significativa para assim expor o conteúdo de forma simbólica, fazendo uma interação
com o conhecimento prévio do aluno e fazer relações com o mundo. Arruda e Laburu
(1998) apresentam a ideia de que para ajustar a realidade com a teoria é preciso que a
ciência seja uma troca entre experimento e teoria, na qual não existe uma verdade final a
ser alcançada, mas a teoria serve para organizar os fatos e parte experimental, adaptando
a teoria à realidade.
Foram aplicadas atividades experimentais em duas turmas do 9º ano de um
colégio estadual central no município de Londrina, Paraná. Tais atividades serviram
como complemento ao conteúdo teórico sobre o tema “fotossíntese” aplicado em sala
para ambas as turmas.
Em um primeiro momento, com materiais simples de um laboratório de
ciências e que podem ser substituídos facilmente para poder ser realizado também fora
da escola, foi montado um experimento com Elodea sp e solução de bicarbonato de
sódio (FUNDAÇÃO CECIERJ, 2008). Com a utilização de um béquer ou um recipiente
de vidro, um funil, um tubo de ensaio, água, a Elodea sp e comprimido efervescente. A
Elodea sp é uma planta aquática, fácil de ser encontrada por ser muito utilizada na
ornamentação de aquários.
No béquer ou recipiente de vidro com água adicionamos o comprimido
efervescente que libera-se grande quantidade de CO2 na água, aumentando por sua vez,
a concentração. Sendo a Elodea sp uma planta aquática, quando colocada no recipiente
ela começará a fazer fotossíntese para alcançar o equilíbrio de concentração entre os
meios. Alocamos a planta aquática dentro do funil e colocamos o mesmo de ponta-
cabeça dentro do recipiente com a solução. Enchemos o tubo de ensaio com um pouco
da solução de bicarbonato de sódio e o encaixamos, de forma invertida, na haste do
funil sem deixar derramar e fizemos uma marcação no nível de solução que ficou no
tubo. A planta estará presa em um meio hipertônico, isto é, com maior concentração de
CO2.
Colocando o experimento mais próximo possível de uma fonte de luz ou do
sol, que é a responsável pela hidrólise da água, etapa importante para o para o processo
bioquímico, a fotossíntese ocorrerá em maior velocidade. O experimento deve ficar
perto da fonte de luz um tempo. Após montar com os alunos o experimento e observar e
discutir sobre o que aconteceu. Os alunos foram convidados a observar a folha da plana 509 
em microscopia óptica.

Imagem 1: Experimento do sistema Imagem 2: Aluno de inclusão


fotossintético montado em béquer com observando cloroplastos por meio de
Elodea sp. microscopia óptica.
Resultados e Discussão
Durante a preparação e a observação, questões foram propostas aos alunos
sobre a utilidade de cada vidraria de laboratório, o porquê da escolha da planta aquática
e a função do da solução de bicarbonato de sódio e o que está acontecendo. Os alunos
também foram questionados sobre onde isso ocorre em nosso cotidiano, qual a
importância do processo, o que são as bolhas que se formam nas paredes do funil dentre
mais o que julgamos importante para fazer relações com os significados prévios do
aluno adquirido durante a vida e durante a aula expositiva. O uso da microscopia foi
extremamente interessante para mostrar os cloroplastos, organela responsável pelo
processo bioquímico de nível celular.
Os alunos que participaram da aula trouxeram suas dúvidas individuais à
tona no decorrer do experimento, relacionando com o conteúdo teórico exposto
anteriormente, e foram sanadas.
Como houve oscilação entre a concentração do bicarbonato e a exposição luminosa,
perguntamos "Porque e como isso aconteceu?" assim, confrontando e utilizando de
forma lógica os significados individuais de cada aluno e explicamos, relacionando
sempre com o conteúdo exposto e com acontecimentos do cotidiano dos alunos, que 510 
ocorreu a fotossíntese. A Elodea sp pegou de seu ambiente, a água, o dióxido de
carbono e o transformou em oxigênio, que foi liberado para o ambiente e o carbono que
ficou em seu organismo foi utilizado para sintetizar a glicose, o fornecedor básico de
energia para plantas. Houve interação por parte dos alunos e construção de conceitos,
como a definição do processo da fotossíntese e da respiração, bem como o crescimento
das plantas.
Considerações Finais
É importante buscar atividades experimentais como tática de complemento
importante para a fixação do tema, auxiliando atingir maior autonomia intelectual e a
busca pelo saber científico. Explorar o conteúdo da fotossíntese através de atividades
práticas visam auxiliar a construção efetiva dos conceitos por parte dos alunos.
Após a aplicação das atividades experimentais pode-se concluir a sua
importância em diversos pontos como no estimulo da curiosidade cientifica do aluno, no
desenvolvimento da capacidade de resolver problemas, compreender conceitos básicos e
também desenvolver habilidades de modo a permitir que os alunos tenham contato
direto com fenômenos, manipulando os materiais facilitando na compreensão e na
conclusão do que foi analisado. Observou-se também que somente durante as aulas
práticas os alunos se depararam com resultados não previstos, cuja interpretação
estimulou e desafiou seu raciocínio e imaginação. Assim, os benefícios na utilização de
atividades experimentais, tornam a aula mais dinâmica e atrativa, o que estimula a
interação professor- aluno.

Referências Bibliográficas

ARRUDA, S. M.; LABURU, C. E. Considerações sobre a função de experimento no


ensino de Ciências. In: NARDI, Roberto (Org.). Considerações atuais no ensino de
Ciências. São Paulo: Escrituras, 1998. p. 73-87.
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J.; HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Rio de
Janeiro: Interamericana, 1980. 626 p.
COLL, C. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre:
Artmed, 1994. 159 p.
FUNDAÇÃO CECIERJ. Oficina de Botânica, 2008. Disponível em:
<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/biologia/botanica/fotossintese.php>.
Acesso em: 8 de mai. 2014.
MOREIRA, M. A. Teorias cognitivas da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.
511 

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