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Geografia Regional

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Continente Africano e todos os seus aspectos

Fátima João Daniel: 708192326

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Geografia Regional
Ano de frequência: 4º Ano, 1º Semestre
Turma: E
Docente: Dulce Manuel

Nampula, Abril de 2023


Folha de feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico
3.0
(expressão escrita cuidada,
Análise e coerência / coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
relevante na área de estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomedancoes de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

1 Noções introdutórias ........................................................................................................... 2

2 Continente africano ............................................................................................................. 2

2.1 Países do continente africano ....................................................................................... 3

2.2 Regiões do continente africano .................................................................................... 3

2.2.1 África Central ....................................................................................................... 4

2.2.2 África Meridional ................................................................................................. 4

2.2.3 África Setentrional ................................................................................................ 4

2.2.4 África Ocidental ................................................................................................... 4

2.2.5 África Oriental ...................................................................................................... 5

2.3 População e idiomas .................................................................................................... 5

2.4 Relevo .......................................................................................................................... 5

2.5 Clima ............................................................................................................................ 6

2.6 Vegetação ..................................................................................................................... 6

2.7 Economia ..................................................................................................................... 6

2.8 Aspectos físicos ........................................................................................................... 7

2.9 Diversidade cultural da África ..................................................................................... 7

3 Conflitos armados e aspectos políticos ............................................................................... 8

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 11


INTRODUÇÃO
O presente trabalho propomo-nos discutir sobre “Continente Africano e todos os seus
aspectos”, circunscreve-se na cadeira de Geografia Regional que constitui um instrumento
fundamental para os estudos da disciplina supracitada, enquanto ciência que cinge-se no
estudo das regiões ao redor do mundo na busca de compreender e definir as características
únicas de uma região em particular, que consistem de elementos naturais e humanos. É dada
atenção também à regionalização que cobre as técnicas de delineação do espaço em regiões.

No que tange ao tema atenente, para melhor compreensão deste tema iremos abordar os
aspectos fulcrais e imprescindíveis, tais como: história do continente africano, países, regiões,
línguas, clima, relevo, vegetação, economia, aspectos físicos, cultura, e conflitos armados e
aspectos políticos.

Quanto aos procedimentos metodológicos, neste trabalho deu-se primazia a pesquisa do tipo
qualitativa, bibliográfica, porque para abordar o tema em alusão, foi pertinente recorrer aos
artigos científicos, manuais relativos a continente Africano e todos os seus aspectos.

Do ponto de vista estrutural, o trabalho apresenta se seguinte estrutura:

 Capa, introdução;
 Desenvolvimento onde encontrar-se-á abordagens referentes ao tema;
 Conclusão onde é abordado o resumo ou a síntese no que se refere do assunto tratado;
 Referência bibliográfica onde está contido as obras usadas na elaboração do trabalho.
O presente trabalho tem como principal objectivo:

 Apresentar o continente Africano e todos os seus aspectos.

1
1 Noções introdutórias
A África é o berço da humanidade, pois há indícios de que o continente foi o primeiro a ser
habitado por humanos. Nele foram encontrados diversos fósseis que comprovam essa teoria e
também possibilitaram o estudo da evolução humana. Estima-se que a porção norte do
continente seja a mais antiga do mundo, na qual se estabeleceu os povos egípcios.

Falar da África é falar do primeiro continente habitado pelo ser humano em todo o mundo e
de onde o mesmo partiu para os demais continentes. Muitas vezes, há um imaginário popular
sobre uma África pobre e destruída por guerras, o que pode ser verdade em alguns casos,
porém não responde pela totalidade do continente africano.

2 Continente africano
Para Santana (2012), “o continente foi colonizado por povos europeus, como os espanhóis,
portugueses e franceses. Muitos africanos foram arrancados e levados de seus países para
outras partes do mundo pelos europeus, a fim de realizarem o trabalho escravo” (p. 54).

Assim a África foi dividida ao longo da sua colonização, segundo os interesses dos
colonizadores, que ignoraram a realidade e identidade dos povos, agrupando-os em tribos com
disparidades culturais. Foi após a Segunda Guerra Mundial que as colónias africanas
iniciaram o seu processo de independência. Contudo, o continente ainda vive diversos
conflitos territoriais e religiosos.

A África é um continente de cerca de 30 milhões de km², com uma população de pouco


menos de 1 bilhão de habitantes, sendo o 3º maior e 3º mais populoso entre os continentes. O
continente africano se localiza nos hemisférios Norte, Sul, Leste e Oeste, sendo o único que se
estende pelos quatro hemisférios, e fica entre o Oceano Índico, o Oceano Atlântico, o Mar
Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Seu único limite terrestre é uma curta linha de fronteira com
a Ásia, mas a distância entre África e Europa, separados pelo Mediterrâneo, é pequena
(Santana, 2012, p. 57).

A África é formada por 54 países independentes, além de 1 país parcialmente reconhecido


(Saara Ocidental, reconhecido oficialmente por 50 países e reclamado por Marrocos) e outros
territórios pertencentes a outros países, como Espanha, Portugal, França e Reino Unido. A
África é considerada a região mais economicamente pobre do mundo, devido à quantidade de
países com baixo Índice de Desenvolvimento humano. Entretanto, é uma região muito rica
culturalmente, abrigando uma grande quantidade de povos. Estima-se que sejam faladas cerca
2
de 2000 línguas no continente, mas esse número pode chegar a 3000. A maioria dos países
possui mais de uma língua oficial ou nacional, podendo chegar a 11, como no caso da África
do Sul.

Podemos regionalizar, geograficamente, a África de duas formas. Uma delas utiliza como
base a localização dos países, dividindo-os em 5 grupos: África Setentrional, África
Ocidental, África Central, África Oriental e África Meridional. Já a segunda classificação leva
em conta as diferenças culturais, religiosas e linguísticas, dividindo os países em dois grupos:
África Setentrional ou Saariana e África Subsaariana (impropriamente chamados de África
Branca e África Negra).

2.1 Países do continente africano


De acordo com Santana (2012), a África é composta por 54 países, sendo 48 continentais e 6
insulares: África do Sul (Cidade do Cabo); Angola (Luanda); Argélia (Argel); Benin (Porto
Novo); Botsuana (Gaborone); Burquina Faso (Ouagadougou); Burundi (Gitega); Camarões
(Yaoundé); Chade (N'djamena); Costa do Marfim (Abidjan); Djibouti (Djibouti); Egito
(Cairo); Eritreia (Asmara); Etiópia (Addis Abeba); Gabão (Libreville); Gâmbia (Banjul);
Gana (Acra); Guiné (Conacri); Guiné-Bissau (Bissau); Guiné Equatorial (Malabo); Ilhas de
Madagascar (Antananarivo); Ilhas de Cabo Verde (Cidade de Praia); Ilha de Comores
(Moroni); Ilhas São Tomé e Príncipe (São Tomé); Ilhas Seychelles (Victoria); Lesoto
(Maseru); Libéria (Monróvia); Líbia (Trípoli); Malaui (Lilongwe); Mali (Bamako); Marrocos
(Rabat); Mauritânia (Nouakchott); Moçambique (Maputo); Namíbia (Windhoek); Níger
(Niamey); Nigéria (Abuja); Quênia (Nairobi); República Centro-Africana (Bangui);
República Democrática do Congo (Kinshasa); República do Congo (Brazzaville); República
de Maurício (Port Louis); Ruanda (Kigali); Senegal (Dacar); Serra Leoa (Freetown); Somália
(Mogadíscio); Eswatini (Lobamba); Sudão (Cartum); Sudão do Sul (Juba); Tanzânia
(Dodoma); Togo (Lomé); Tunísia (Tunes);Uganda (Kampala); Zâmbia (Lusaka); e Zimbábue
(Harare).

2.2 Regiões do continente africano


Segundo David (2015), sabemos que o continente africano apresenta grande biodiversidade,
assim como uma extensa diversidade cultural, étnica, religiosa e política. Assim, para facilitar
a análise e observação de algumas áreas, o continente foi dividido em cinco regiões:

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2.2.1 África Central
Abrange os territórios dos seguintes países: República Centro-Africana, República
Democrática do Congo, Angola, Chade, Camarões e República do Congo. Essa região limita-
se com o Oceano Atlântico, a oeste, e regiões montanhosas, a leste. É atravessada por diversos
rios, apresenta altas temperaturas, humidade do ar elevada, predominância de clima tropical e
presença das savanas.

2.2.2 África Meridional


Abrange os territórios dos seguintes países: África do Sul, Botsuana, Comores, Lesoto,
Malawi, Moçambique, Namíbia, Eswatini, Zâmbia e Zimbábue. Essa região caracteriza-se
pela presença de planaltos; clima tropical, desértico e mediterrâneo; e vegetação de savanas,
estepes e florestas. Parte dela é rica em minérios como ouro, cobre e crômio. Em outras
partes, é praticada a agricultura, como as plantações de cana-de-açúcar, café e fumo.

2.2.3 África Setentrional


Abrange os territórios dos seguintes países: Argélia, Egipto, Líbia, Marrocos, Sudão e
Tunísia, sendo a maior região do continente em termos de área. A população distribui-se de
forma heterogénea pela área, concentrando-se nas porções de maior humidade.

Nessa região, também chamada Norte da África, há uma grande concentração de minérios
voltados para o mercado de exportação, ao passo que a agro-pecuária é pouco desenvolvida,
devido às suas condições naturais. Apenas no Vale do Rio Nilo é que a agricultura
desenvolve-se, devido à grande fertilidade do solo, graças às cheias do rio.

2.2.4 África Ocidental


Abrange os territórios dos seguintes países: Benin, Burkina, Faso, Cabo Verde, Costa do
Marfim, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Libéria, Mali,
Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, São Tomé e Príncipe, e Togo. Localiza-se
entre o deserto do Saara e o golfo da Guiné.

A África Ocidental caracteriza-se pela predominância de clima equatorial, vegetação


representada pelas savanas e florestas. A população concentra-se especialmente nas regiões ao
sul, pois no Saara as condições geográficas não são atractivos populacionais. Nessa área a
agricultura é uma das actividades económicas praticadas, com destaque para o cultivo de
cana-de-açúcar, cacau e banana.

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2.2.5 África Oriental
Abrange os territórios dos seguintes países: Burundi, Djinouti, Eritreia, Etiópia, Quênia,
Ruanda, Ilhas de Madagascar, Seychelles, Somália, Tanzânia e Uganda. Localiza-se entre a
região da bacia hidrográfica do Congo e o Oceano Índico.

A África Oriental caracteriza-se pela presença de formações montanhosas, vulcões e lagos. O


clima predominante é o tropical, e a vegetação é dos tipos equatorial, savana e estepes, com
áreas desérticas.

A economia da região baseia-se na agricultura com o cultivo de café e algodão, voltado ao


mercado de exportação. Essa região apresenta baixos índices de desenvolvimento humano e
diversos problemas sociais.

2.3 População e idiomas


Na linha de pensamento de Amurim (2010):

Vivem no continente mais de um bilhão de habitantes. No entanto e apesar do alto


contingente, a África apresenta distribuição desigual da população, devido às condições
geográficas que desfavorecem a ocupação das áreas. O continente africano convive com
grandes problemas de ordem social. Muitos países apresentam baixos Índices de
Desenvolvimento Humano. Grande parte da população de alguns países convive com baixa
qualidade de vida, fome e miséria. As taxas de natalidade e mortalidade são muito altas,
enquanto a expectativa de vida é baixa (p. 51).
Há uma grande diversidade cultural no continente, o qual possui várias etnias, tradições,
religiões e línguas. Além das milhares de línguas africanas, falam-se as línguas trazidas pelos
colonizadores, como o Francês, Inglês e Português. Essa última é falada por cinco países:
Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola. Recentemente
Guiné Equatorial também adoptou o idioma. Caso tenha curiosidade sobre esse tema, leia
nosso texto: População africana.

2.4 Relevo
Segundo Amurim (2010), o continente africano apresenta, em quase todo o seu território,
planaltos com, aproximadamente, 750 metros de altitude limitados por escarpas. Na região do
deserto do Saara (região setentrional), encontra-se o planalto setentrional por onde percorre o
Rio Nilo. Na região leste, encontra-se grandes montanhas como o Kilimanjaro e o Monte
Quênia. Já na parte meridional, encontra-se a cadeia do Cabo, com altitude que ultrapassa
3400 metros (p. 53).

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2.5 Clima
O território africano é bastante diverso em termos climáticos. Podemos encontrar áreas com
predomínio do clima equatorial, outras de clima tropical, assim como há também regiões de
clima desértico e mediterrâneo. O clima equatorial é registrado na região ocidental; o tropical,
na região central e sul; o desértico, na região setentrional, assim como o clima mediterrâneo
(Amurim, 2010, p. 54)

2.6 Vegetação
Amurim (2010), sustenta que, a savana é a vegetação predominante no continente africano.
No continente africano, podem ser encontradas faixas de floresta equatorial; savanas que
predominam na maior parte do continente; vegetação mediterrânea; e estepes. Caso tenha
maior interesse sobre o clima e a vegetação africanos, leia nosso texto: Aspectos naturais da
África.

2.7 Economia
Francisco (2000), reforça que:

Índices económicos e de desenvolvimento humano apontam que o continente africano é o


mais pobre entre os continentes. Muitos países são considerados subdesenvolvidos. A
economia africana é baseada, principalmente, no sector primário, com o extrativismo e a agro-
pecuária. O continente é rico em minerais como ouro e diamante. Em alguns países também
são encontrados petróleo e gás natural. A exploração de recursos naturais é feita pelos
europeus e também pelos norte-americanos, o que impede o desenvolvimento do país com
base em suas próprias riquezas (p. 12).
Por isso que, o extrativismo animal e vegetal também destaca-se. Já no que tange à agro-
pecuária, a agricultura realizada em alguns lugares é para subsistência e, em outros, para fim
comercial.

Os principais cultivos para subsistência são: mandioca, milho, inhame e sorgo. Já dos cultivos
voltados para o mercado destacam-se algodão, cacau, café e amendoim. Em relação à
pecuária, a criação de gado ganha destaque em diversas áreas. A criação de ovelha também é
comum no sul do continente. Apesar de possuir alguns bolsões de miséria, a África não se
resume a eles, ao contrário da crença popular. A África é grande produtora de algumas
riquezas pelo mundo, o petróleo na área da Nigéria e Angola, a produção de diamantes,
azeite-de-dendê, ouro, gás natural, carvão mineral e até o ilegal comércio de marfim.

O grande destaque em nível de desenvolvimento na África é a República da África do Sul que


é o país mais desenvolvido do continente e o único africano no grupo de países em
desenvolvimento conhecidos como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
6
2.8 Aspectos físicos
Além de ser o berço da espécie humana, a África é o continente geologicamente mais antigo
do mundo, o seu relevo se formou antes dos demais e portanto esteve mais exposto aos efeitos
da erosão, fazendo com que o mesmo não seja tão elevado, mesmo as suas montanhas não são
tão altas quanto em outros locais. Inclusive, vemos a presença de profundas depressões no
relevo como o das Grandes Fossas Africanas (Francisco, 2000, p. 15).

A maior parte do continente está nos climas tropical e equatorial, considerando que a linha do
Equador atravesse o continente na parte central. Estas regiões são cobertas por florestas
equatoriais e tropicais. Nas regiões mais ao norte e mais ao sul temos áreas com estações
secas e a presença de desertos como o famoso deserto do Saara na porção norte do continente
e os desertos de Kalahari e da Namíbia no sul. Entre essas regiões desérticas e as regiões
tropicais/equatoriais existem as savanas, que são uma vegetação equivalente ao nosso
Cerrado.

De acordo com Francisco (2000), apesar das áreas secas, a África possui importantes rios,
como por exemplo: O Rio Nilo famoso pela sua relação com o Egipto antigo, o rio Níger no
oeste, o rio Congo no ao centro e o Zambeze ao sul. No lestre africano é possível encontrar
alguns grandes lagos.

Duas regiões que possuem destaque na África são o Magreb e o Sahel. Magreb, situado no
noroeste africano com povos muçulmanos de origem berbere que mantiveram sua língua e
cultura e que habitam áreas que são em boa parte desérticas. O Sahel é a região de estepes
entre o Saara e as savanas do Sudão, sendo uma região seca que vai da Mauritânia até a
Eritréia.

2.9 Diversidade cultural da África


Nas palavras de Geertz (1999):

O continente africano pode ser dividido geopoliticamente em duas grandes faixas de terra: a
África saariana (região norte) e a África subsaariana (região sul). Ambas são regiões de
diversidade cultural, mas a porção sul do continente é mais diversificada e contém a maior
parte da população. A cultura africana é vasta devido à grande diversidade de etnias que
possui e à migração de vários povos do mundo para o continente (p. 24).

Por exemplo, a região norte, saariana, manteve, ao longo da história, contactos forçados e
espontâneos com povos fenícios, turcos, árabes, romanos, gregos e do extremo oriente. Ela é

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situada numa área árida, logo acima do Deserto do Saara, e é composta por países como
Egito, Marrocos, Tunísia, Líbia e Argélia.

Vivem nessa porção de terras cerca de 30% da população do continente, e a maioria desses
habitantes cultua o islamismo, seguida por uma minoria cristã. A pessoas que lá vivem têm
traços fenotípicos peculiares, oriundos da mistura entre povos do Oriente Médio, negros e
brancos, sendo que elas não são brancas como os povos naturais da Europa ou negras como os
povos naturais da África subsaariana (Geertz, 1999, p. 26).

Antes de entendermos a diversidade cultural da África subsaariana, devemos desfazer um


preconceito que muitos carregam consigo sobre a porção sul do continente. A miséria, a fome,
as doenças e a desigualdade social não fazem parte da história antiga da África.

De acorod com Geertz (1999), a África subsaariana é composta por povos de várias etnias
diferentes que levavam um modo de vida tribal. Dentre as várias etnias, destacamos os povos
Bantos, Nagô e Jeje, trazidos para o Brasil durante o Período Colonial. Era comum a guerra
entre as tribos, e essas cultuavam diferentes religiões com uma matriz parecida, baseada no
culto aos orixás entidades que na mitologia africana têm um contacto espiritual com a
natureza e representam a ligação e a protecção dos elementos naturais ou dos seres humanos
(p. 30).

Actualmente, há uma grande parcela da população do sul da África que mantém as suas raízes
e cultua as religiões tradicionais, mas também há um número expressivo de muçulmanos e
cristãos vivendo na região, o que causa conflitos religiosos oriundos do preconceito e da
intolerância, sobretudo por parte dos cristãos e muçulmanos.

3 Conflitos armados e aspectos políticos


Apesar de possuir grandes e poderosos impérios na antiguidade, como o Egipto, Etiópia e
outros, a África foi quase inteiramente colonizada pelos europeus, especialmente após
a partilha da África na conferência de Berlim (século XIX). Esta colonização provocou sérias
e graves mudanças na geografia da África, eliminando antigas fronteiras nacionais, obrigando
povos historicamente rivais a viverem dentro do mesmo território (Carlos, 2012, p. 121).

Em um processo de imposição cultural, tanto da religião quanto do idioma e outros costumes,


aqueles povos foram perdendo muito de sua cultura original e substituindo a mesma pela
cultura do colonizador. Durante o processo de descolonização da África, os povos já estavam

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aculturados, sendo inviável retornar as antigas fronteiras e então eclodiram diversas guerras
civis por todo o continente, pois os antigos povos rivais vivendo no mesmo território
passaram a disputar o controle do mesmo.

Carlos (2012), afirma que:

A situação das guerras foi agravada com a chegada da Guerra Fria, em que os lados em
conflito na África passaram a se aliar com o governo da União Soviética e/ou dos Estados
Unidos da América em busca de apoio financeiro e militar. Mesmo com o fim da Guerra Fria,
alguns desses conflitos permanecem, mesmo que com menor intensidade como no separatismo
de Cabinda em Angola ou com maior intensidade como no caso da Somália em que é difícil
até definir quem efectivamente controla o país (que além de tudo se tornou um forte reduto
para a pirataria, como demonstrado no livro e filme de Capitão Phillips que relata a história
real do capitão americano que foi sequestrado por piratas somalis) (Pp. 122-123).

Um dos resquícios da Guerra Fria foram os países que se mantiveram como socialistas na
África ou com forte influência do mesmo, como no caso de Angola onde o Movimento
Popular de Libertação de Angola (MPLA), com apoio da URSS, venceu os seus rivais e
implantou um regime socialista nos moldes soviéticos. Recentemente o governo de Angola
tem feito uma transição, junto com o próprio MPLA dominante, para um modelo mais social
democrata do que marxista, no entanto são nítidas ainda as influências da era pró-soviética.

Outro factor de conflito e tensão que ficou muito famoso na África, apesar de não mais
existir, foi o Apartheid na África do Sul. O Apartheid era um regime oficial de segregação
racial, com origem holandesa mas que foi continuado. O regime recebeu apoio da comunidade
de origem holandesa sul-africana e inclusive da Igreja Reformada Holandesa. Por outro lado,
duas lideranças que se destacaram na luta contra o Apartheid e que posteriormente impediram
qualquer tentativa de revanchismo contra a população branca, lutando pela reconciliação de
todos e pelo perdão mútuo, essas lideranças foram Nelson Mandela (que veio a ser presidente
da África do Sul) e passou boa parte da sua vida preso por desafiar o regime, bem como o
Arcebispo da Igreja Anglicana na África do Sul Desmond Tutu (Carlos, 2012).

Uma outra circunstância que tem aumentado os conflitos armados e o terrorismo na África,
especialmente no Norte da África tem sido o crescimento dos grupos terroristas ligados
ao fundamentalismo muçulmano. Um caso recente bem famoso tem sido o do grupo Boko
Haram que luta contra a cultura ocidental e cristã e tenta impor uma interpretação extremista
da lei islâmica sobre a Nigéria (o sul do país é maioritariamente cristão e o norte
maioritariamente islâmico).

9
CONCLUSÃO
Após a realização deste presente trabalho com o tema “Continente Africano e todos os seus
aspectos”, constatou-se as seguintes conclusões:

África é um dos seis continentes do mundo, sendo o terceiro maior em extensão territorial. O
território estende-se por mais de 30 milhões de km², ocupando, aproximadamente, 20% da
área continental da Terra. No continente vive mais de um bilhão de habitantes, fazendo dele o
segundo mais populoso entre os demais.

Não só, a África é conhecida pela sua pluralidade étnica e cultural, e, por meio de uma
história milenar, é capaz de contar a história de toda a humanidade. Apesar da enorme riqueza
do continente, muitos países africanos apresentam baixos índices de desenvolvimento, com
diversos problemas sociais, como a miséria, baixa qualidade de vida, subnutrição e o
analfabetismo.

Muitas pessoas conhecem a África pela sua extrema pobreza e miséria, porém poucos sabem
o porquê disso. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo, todos eles são africanos.
Essa situação foi causada, principalmente, pela exploração colonial e imperialista que ocorreu
nesses países.

Finalmente, a África é dividida em duas regiões principais: África Subsaariana e África do


Norte. A primeira compreende toda a região desse continente que se encontra abaixo do
deserto do Saara, caracterizada pela população de maioria negra e pela maior diversidade
étnica. A segunda encontra-se mais ao norte e compreende as populações africanas árabes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amurim, V, N. (2010). África como berço da humanidade. Maputo, Moçambique: Plural

Editorial.

Carlos, A, F. A. (2012). A política e os conflitos africanos. São Paulo, Brasil: Contexto.

David, H, Y. (2015). A história geral da África. Lisboa, Portugal: Annablume.

Francisco, C, C, H. (2000). O continente africano e o futuro das regiões periféricas no

período da globalização. Lisboa, Portugal.

Geertz, C. (1999). A interpretação das culturas africanas. Rio de Janeiro, Brasil: Guanabara.

Santana, B, M. (2012). A África por ela mesma: a perspectiva africana na História Geral da

África. São Paulo, Brasil: Universidade de São Paulo.

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