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Estereótipos e Violência Contra Mulher: A Necessidade de Empoderamento para Alcançar A Igualdade de Gênero

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ESTEREÓTIPOS E VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: A NECESSIDADE DE EMPODERAMENTO

PARA ALCANÇAR A IGUALDADE DE GÊNERO

DamiresRinarlly Oliveira Pinto


Waidd Francis de Oliveira

ESTEREÓTIPOS E VIOLÊNCIA CONTRA MULHER: A NECESSIDADE DE


EMPODERAMENTO PARA ALCANÇAR A IGUALDADE DE GÊNERO

DamiresRinarlly Oliveira Pinto1


Waidd Francis de Oliveira

Resumo: Este artigo tem como principal objetivo a desconstrução dos estereótipos
de conduta e estética que foram impostos à mulher, como meio de alcançar a
igualdade de gênero e acabar com a violência contra elas. Para isso, foram
realizadas duas pesquisas na cidade de Conselheiro Lafaiete. A primeira foi
realizada na Faculdade de Direito, com o intuito de conhecer a forma como os
discentes abordam o papel da mulher na sociedade para ser falado sobre
conscientização da igualdade de gênero, levando também ao conhecimento da
população o resultado. A segunda foi realizada em diversos pontos centrais da
cidade, em um período de maior movimentação de pessoas, onde 200 mulheres
preencheram um questionário sobre a violência contra a mulher e sobre o
conhecimento dos órgãos de proteção. O resultado foi bastante curioso, visto que
ainda há um percentual considerável de desigualdade de gênero relatado pelos
alunos da faculdade e também pela população. E das mulheres entrevistadas a
respeito da violência muitas não conhecem os órgãos de auxílio e proteção à
mulher, embora conheçam mulheres que já tenham sofrido algum tipo de violência.
Isso nos permite inferir que essas vítimas, não tiveram um apoio e um

1
Graduanda em Direito na Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete - F.D.C.L. Estagiária no Tribunal de
Justiça de Minas Gerais – Comarca de Ouro Branco. Idealizadora e pesquisadora do projeto "Dois Pesos, Uma
Medida: Igualdade de Gênero" na F.D.C.L. Diretora Social na Associação Atlética Acadêmica de Direito na
Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete A.A.A.D/F.D.C.L. Cofundadora e integrante do projeto filantrópico
"Projeto Mão Solidária". Cofundadora do "Coletivo Politiza", coletivo apartidário, voltado para conscientização
e inserção do jovem na política.E-mail: damiresrinarlly@hotmail.com. Curriculum lattes. Disponível em:<
https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=313AB4B8CF4CCE4BF816A5282853E82B>
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acompanhamento necessário, ou mesmo não denunciaram os agressores. Por isso,


o projeto de igualdade de gênero que está sendo realizado na cidade, tem como
foco a conscientização e o empoderamento de toda a sociedade através de um
trabalho que enfatiza na prática, com o próprio relato da população, o sofrimento da
mulher causado por uma cultura patriarcal, buscando a igualdade de gênero.

Palavras-chaves: Estereótipo. Violência. Mulher. Igualdade. Gênero.

1INTRODUÇÃO

A cultura permite a criação de valores e normas que definem o que é


considerado importante, válido e desejável para uma determinada sociedade.
Elaexplica variados tipos de comportamentos, além de fundamentar e fomentar o
modo como às pessoas agem individualmente e em meios coletivos.

Esses valores culturais mudam com o decorrer do tempo. Atualmente, muitos


padrões que se consideram naturais se contradizem com os valores culturais
sustentados há algumas décadas. A mulher, por exemplo, já nasce condicionada a
um estereótipo de conduta e aparência, e é vítima das imposições de uma cultura
sustentada pela conveniência de terceiros. Essa construção social se dá através de
vários acontecimentos no decorrer da vida da mulher, em que são incorporadas
determinadas características desde os primeiros dias de vida, sendo elas de
ocupação social e construção corporal, o que não ocorre nas mesmas proporções
com o gênero oposto.

Dessa forma, esse artigo relata a importância do empoderamento da mulher


para desconstruir o estereótipo criado e aceito pela sociedade, a fim de alcançar a
igualdade de gênero. Esse padrão de conduta e estética tira a sua liberdade, e em
muitos casos, comprometem a segurança, pois muitas vezes a mulher é agredida de
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diversas formas por ter um comportamento contrário a esses determinados por uma
sociedade regida pelo pratriarquismo e movida pelo capitalismo.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O contexto histórico e social da mulher vem se modificando com o decorrer do


tempo. É explícita a diferença entre o gênero feminino e masculino nos mais
variados aspectos, desde o estereótipo de estética às condutas. Assim, esse artigo
tem por finalidade conscientizar os leitores de que a mulher pode ser do jeito que ela
quiser, isto é, que ela não fique presa às boas regras que um dia foram impostas e
aceitas pela sociedade. Dessa forma, o principal objetivo é fortalecer a discussão
para a permanente mudança sociocultural defendendo a igualdade de gênero, para
que a mulher seja livre para fazer suas escolhas e ser o que ela quiser, sem temer a
violências sexuais e agressões físicas e morais.

2.2 Objetivo Específico

Para alcançar uma mudança sociocultural e conscientizar as pessoas da


importância da igualdade de gênero, será apresentada a história da evolução desses
conceitos impostos à mulher. Além disso, foram realizadas pesquisas com os
estudantes da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete e com a população da
cidade, sobre assuntos relacionados à igualdade de gênero, estereótipos e violência
contra a mulher. Com os resultados apresentados será realizada uma análise crítica
para defender a igualdade de gênero, embasando-se nas leis e órgãos de proteção
a mulher.

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3 A CONSTRUÇÃO DOS ESTEREÓTIPOSAO LONGO DO TEMPO

3.1 A influência da mídia na diferenciação dos gêneros

A trajetória de vida da mulher desde seu nascimento é moldada pelo contexto


sociocultural, o qual irá influenciar sua personalidade e características criando os
estereótipos aceitáveis pela sociedade.

No início do século XX2, meninos usavam roupas rosa pelo fato de ser uma
cor mais próxima ao vermelho. Sendo uma cor quente, remetia a ideia de sangue,
luta, força, e também inspirava-se a várias pinturas de Jesus com mantos
vermelhos. Já as meninas utilizavam o azul, uma cor fria, supostamente mais frágil e
delicada e também remetia a imagem da Virgem Maria. Em meados dos anos 80,
com a criação do exame pré-natal foi possível saber o sexo do bebê antes mesmo
do nascimento, impulsionando a indústria a inovar e pensar em fontes de aumentar
as vendas no comércio. Para isso, se fez o inverso das cores, com forte impacto da
mídia passou-se a usar tons rosados para as meninas, pois o pensamento de
fortaleza do rosa foi trocado por delicadeza, definindo a feminilidade da menina e o
azul para os meninos.

É comum os pais perfurarem as orelhas das meninas recém-nascidas para


diferenciá-las do sexo oposto. Dessa forma, todos que olharem para o bebê saberão
que é uma menina pelos brincos nas orelhas. Entretanto, o uso do brinco também
passou a ser um interesse masculino, mas através deescolhas feitas por eles em
uma opção estética e não como uma demarcação de gênero.

Outro exemplo que a indústria da mídia e do comércio também impõe através


das propagandas e que passam despercebidos pela sociedade é a diferenciação
dos brinquedos, os quais são padronizados pensando no futuro das crianças em

2
(Passos, 2013)

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relação ao gênero. Normalmente, presenteia-se uma menina com bonecas,


vassourinhas, casinhas,espelhos, escovas de cabelo,mini eletrodomésticos como
fogõezinhos, dentre outros.Assim, as meninas são condicionadas a aprender a
cuidar de um bebê, se tornando “mãe” dessas bonecas, simulando “dar mamadeira”,
colocar para dormir, criando um suposto vínculo materno. Da mesma forma que elas
vão brincar de fazer comidinha nesses fogõezinhos, a limpar o ambiente onde estão
com essas vassourinhas e a ser muito mais vaidosas que os homens por causa dos
espelhos e escovinhas. Sendo assim, essas crianças crescem com a ideia de que as
tarefas domésticas são de sua responsabilidade, fazendo com que elas quando
adultas tenham uma dupla jornada quando se trabalha “fora”, pois os homens
também foram “acostumados” a não fazer essas tarefas por ser “coisa de mulher”.
Dessa forma, elas são cobradas por si mesmas, pelos seus companheiros e pela
sociedade. Recentemente, a expressão “bela, recatada e do lar” circulou as redes
sociais fazendo referência a esse estereótipo de conduta e estética impostos pela
sociedade. Houve grandes discussões e comentários de pessoas discordando e
outras concordando, o que comprova que essa imagem da mulher ainda se faz
presente na sociedade.

De acordo com PLAN3, em uma pesquisa feita em 5 (cinco) estados brasileiros com
meninas entre 6 e 14 anos, cerca de 81,4% delas, arrumam a própria cama,
enquanto os irmãos, apenas 11,6% fazem o mesmo. No quesito em arrumar a
cozinha há também uma grande diferença 76,8% são meninas e 12,5% meninos.

A mulher é vista como um ser delicado, sensível, emotivo, confuso dentre


outras qualidades em que se certifica sua fragilidade. Todavia, o homem é visto
como forte, prático, desapegado e assim por diante. Tendo em vista essas
características que são atribuídas aos gêneros, é importante ressaltar como o

3
A PlanInternational Brasil é uma ONG que desenvolve programas e projetos com o objetivo de capacitar e
empoderar crianças, adolescentes e suas comunidades, para que adquiram competências e habilidades que os
ajude a transformar a sua realidade.

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primeiro é definido a ser submisso ao segundo.A partir dessa construção social em


fazer com que seja natural essa diferenciação entre os gêneros, justifica-se a
dominação do homem sobre a mulher nos mais variados aspectos.

Em A Dominação Masculina, p. 52,Bourdieu arremata bem:

A dominação masculina, que constitui as mulheres como


objetos simbólicos, cujo ser (esse) é um ser-percebido
(percipi), tem por efeito colocá-las em permanente estado de
insegurança corporal, ou melhor, de dependência simbólica:
elas existem primeiro pelo, e para o olhar dos outros, ou seja,
enquanto objetos receptivos, atraentes, disponíveis. Delas se
espera que sejam ‘femininas’, isto é, sorridentes, simpáticas,
atenciosas, submissas, discretas, contidas ou até mesmo
apagadas. E a pretensa ‘feminilidade’ muitas vezes não é mais
que uma forma de aquiescência em relação às expectativas
masculinas, reais ou supostas, principalmente em termos de
engrandecimento do ego. Em consequência, a dependência
em relação aos outros (e não só aos homens) tende a se tornar
constitutiva de seu ser.

O homem tem a necessidade de dominar o espaço em que ocupa, e isso é


perceptível pela forma de sentar, andar e trajar-se. As mulheres, ainda que de forma
inconsciente, buscam ocupar o mínimo de espaço disponível. Sentam-se geralmente
com as pernas mais fechadas, braços rentes ao corpo e roupas mais justas, e
quando fazem algum comportamento diferente do convencional são taxadas
como“homenzinhos”, assim mesmo, no diminutivo, pois elas jamais serão
Homens“de verdade”, com “h” maiúsculo, não se referindo ao sexo e sim ao padrão
ideal de conduta na civilização. As mulheres precisam sempre estar em alerta com a
sua beleza, se arrumando, maquiando e principalmente lutando contra o tempo, pois

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para ela, não é charmoso os cabelos grisalhos e nem as rugas no canto dos olhos,
ao contrário, ela se torna desleixada por não cuidar do seu corpo. Dessa forma, a
mídia publica e expõe inúmeros produtos para solucionar os “problemas” em relação
à estética, se beneficiando com o corpo da mulher, devido aos estereótipos criados
ao longo do tempo.

A imagem da mulher sempre será um alvo a ser criticado constantemente.


Quando ela se arruma, está querendo “aparecer”, sendo impossível encontrar o
equilíbrio entre a “aparecida” e a “desleixada” para satisfazer os anseios da
sociedade, o que causa um conflito constante vivenciado entre elas. Além disso, é
muito comum dizer o que a mulher tem que fazer, como ela deve se comportar e
onde ela deveestar sem se preocupar com as suas vontades. Essas imposições são
motivadas pela indústria da mídia sendo reproduzidas e exigidas por pessoas mais
próximas, como seus companheiros e familiares, o que causa uma repressão ainda
maior na vida da mulher, pois ela começa a se preocupar com o que eles querem e
acabam ocultando seus desejos e vontades próprias.

3.2 A violência como resultado da objetificação da mulher

A mulher em muitas situações é intitulada como propriedade daquele que a


detêm sob o mesmo teto. Quando casada seu marido obtêm a posse, quando
solteira e vivendo com a família quem tem o poder são os pais. Este domínio
estereotipado pela sociedade cria muita insegurança e dependência na mulher,
fazendo com que ela sinta que realmente precisa se submeter a determinadas
situações (em que não deveria), pois não se vê no direito de questionar o
comportamento daqueles que a rodeiam.

A violência contra mulher é muita das vezes imperceptível por estar


naturalizada pela sociedade e sempre haver uma justificativa daquele que a comete

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culpabilizandoa vítima. Os traços da violência são iniciados de maneira sutil,


ocorrida em sua maioria no ambiente doméstico, cometidos principalmente pelo
marido ou companheiro. Dizer como a mulher pode se vestir, controlar os locais
aonde ela vai ou fazê-la se sentir mal por sair com suas amigas ou familiares sem a
companhia de seu marido, podem parecer atitudes inofensivas, mas reforça a ideia
de propriedade, a qual é abusiva e oportuna para gerar outros abusos de ordem
moral, física e sexual.

Segundo Rosa et al, apud Dantas Berger e Giffin (2005),

Uma ordem social de tradição patriarcal por muito tempo


“consentiu” num certo padrão de violência contra as mulheres,
designando ao homem o papel “ativo” na relação social e
sexual entre os sexos, ao mesmo tempo em que restringiu a
sexualidade feminina à passividade e à reprodução.

A culpa é uma forma de manipular e controlar as emoções e ações da mulher.


O agressor transfere a responsabilidade por suas ações para sua parceira, fazendo
com que ela sinta que está o magoando de forma consciente ao deixar de fazer o
que ele deseja. Dessa maneira, ela se enxerga como a culpada pelos maus-tratos
que sofre. A violência moral é um dos tipos de violência mais presente no ambiente
familiar, por mais que não cause marcas físicas, gera inúmeras consequências
psicológicas. Essas agressões acontecem em formas de ofensas, ferindo
diretamente a moral da vítima ao fazer com que ela se sinta diminuída e
menosprezada ao tentar agir em desacordo com as regras determinadas, ou
simplesmente por não se enquadrar no estereótipo da mulher bela aceito pela
sociedade. As consequências dessas situações são tão graves que se torna comum
a mulher acreditar nas ofensas feitas a ela, passando a se sentir feia,
desinteressante e até mesmo desprovida de valor, o que pode ocasionar uma
depressão e evetualmente a morte da vítima.

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Rebecca J. Cook e Simone Cusak, em Estereótipos de Gênero (2010)4


constroem:

Os prejuízos decorrentes da estereotipação de gênero são


variados: vão desde a negação de benefícios até a
degradação, marginação e desrespeito à dignidade das
pessoas alvos de estereótipos. No que diz respeito
especificamente à violência, a estereotipia que legitima os atos
de agressão (como nos casos de legítima defesa da honra)
impõe uma carga injusta às mulheres, ao reduzir a
probabilidade de que os agressores sejam legalmente
responsabilizados, contribuindo, assim, para aumentar sua
vulnerabilidade à violência doméstica.

As agressões físicas quesão cometidas de maneira opressora e assustadora


por companheiroou marido da vítima, geralmente ocorrem após as agressões
morais, onde se iniciam as discussões, e muitos homens utilizam de sua força
física,que em sua maioria é maior que a da mulher, para demonstrar a sua
superioridade, fazendo com que ela se sinta ainda mais dominada e
submissa.Muitas das vítimas têm medo de denunciar essas agressões devido às
ameaças sofridas, e em muitos casos, elas suportam em silêncio as dores físicas e
psicológicas causadas por tais agressões. Aquelas que têm a coragem de denunciar
ainda escutam, dos profissionais que recebem as denúncias, as justificativasdo fato
ocorrido, através de perguntas como: “O que você fez para ele te bater dessa
maneira?”. De acordo com a antropóloga Beatriz Accioly5 que pesquisou ao longo de

4
Estereótipos de gênero: perspectivas legais transnacionais (COOK e CUSACK, 2010). A obra Reproductive
Health and Human Rights: Integrating Medicine, Ethics and Law (Oxford, 2003), em parceria com Bernard
Dickens e Mahmoud Fathalla, foi traduzida para a língua portuguesa.
5
(Accioly) Disponível em:
<http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1383842965_ARQUIVO_BeatrizAcciolyLins.pdf>

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15 meses duas Delegacias de Defesa a Mulher em São Paulo, as policiais,


enxergam as mulheres que procuram apoio como “mentirosas e manipuladoras”. Em
um questionamento feito pela pesquisadora, uma delegada disse que “lidar com
mulher é difícil, lidar só com mulher, então... Mulher é muito mentirosa. Você vai
escutar o cara e descobre que não é nada do que ela contou, ela inventou para
ferrar mesmo.”. O maior símbolo brasileiro da luta contra a violência doméstica,
Maria da Penha, revelou durante a “I Jornada Mulher Viver Sem Violência” em 2015,
que por anos teve que ouvir vários repórteres perguntarem “Vem cá, mas por que o
seu marido a agrediu desse jeito?”.Portanto, esse tipo de agressão também é visto
como culpa da vítima e não do agressor.

Além da violência moral e física, a mulher também é vítima da violência


sexual. E mesmo com esse crime bárbaro, as pessoas ainda justificam a atitude do
agressor culpando a vítima pela roupa que ela estava usando, o local que estava
frequentando, o horário, se estava acompanhada, entre outras. No mês de Maio
deste ano, houve um fato abominante que comoveu todo o país: uma jovem de 16
anos foi estuprada por 33 homens. O fato foi divulgado nas redes sociais pelos
agressores, no primeiro momento, que se vangloriaram por esse abuso.Após,
tornou-se um dos principais assuntos nas redes sociais, nos jornais, e isso
incentivou várias pessoas a julgarem o motivo que levou essa menina a ser
estuprada. Entretanto, não é o que ela fez para ser estuprada, pois ela não tem
culpa por ter sido agredida por 33 homens. Não importa se ela estava com roupas
curtas, em um local inóspito, sã ou alterada. O que importa é o seu
consentimento.Ninguém tem direito sobre o corpo de uma mulher senão ela mesma.
Se ela não deseja fazer determinado ato sexual, independente do motivo, já é o
suficiente para impedir que o ato aconteça, até mesmo em situações de simples
toques ou beijos.

Cria-se o estereótipo do agressor sexual sendo um desconhecido perverso


que “ataca” mulheres durante a madrugada, abusando delas por meio da força,

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enquanto que em cada 10 (dez) casos de estupro, 7 (sete) são cometidos por
parentes, namorados, amigos ou conhecidos da vítima, segundo uma pesquisa feita
pelo IPEA6 (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Se o marido ou namorado
induz a mulher a praticar algum ato de natureza sexual, para certificar a provação do
seu amor, se aproveita de algum momento em que ela esteja dormindo ou qualquer
forma que ela não tenha consentido o fato, é abuso.

O abuso é algo tão banalizado pela sociedade que está arraigado na cultura
desde os desenhos infantis. Em uma analogia ao conto da Branca de Neve dentre
vários outros que são difundidospara as crianças como uma forma romântica e
delicada de ver o amor verdadeiro, o Príncipe encantado beija a Branca de Neve
que está adormecida para salvar sua vida como prova do seu amor. Entretanto,
pode-se notar quea Branca de Neve não consentiu o beijo dado pelo Príncipe, pois
estava desacordada. Esse ato, mesmo que de forma subjetiva, propaga o
relacionamento sem o consentimento da vítima, assimilando a violência sexual, e
ainda assim é visto como um ato nobre e romântico.

Sendo assim, é perceptível que a mulher sofre imposições e, em muitos


casos, ameaças daqueles que em sua maioria detém maior força física sobre elas.
Mesmo que de forma subjetiva e inconsciente, a cultura do machismo começa a ser
implantada na cabeça das pessoas, através da subjetividade das intenções de quem
tem maior poder, desde um filme de desenhos aos brinquedos que a mídia estipulou
para meninas e meninos. As agressões morais, físicas e sexuais, muitas vezes
acontecem quando a mulher deixa de seguir esses estereótipos de conduta e
estética para agir e ser como ela desejae estar onde e quando ela queira.

4 METODOLOGIA

6
(IPEA) Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/140327_notatecnicadies11.pdf>

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A metodologia utilizada para abordar esse artigo, consistiu em duas


pesquisas realizadas através do protejo “Dois Pesos, Uma Medida: IGUALDADE DE
GÊNERO” 7. Uma delas efetuada na Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete
com alunos do 1º ao 10º período, sendo que 84% dos alunos presentes na
Instituição completaram a seguinte frase: “Lugar de mulher é...”. O objetivo dessa
pesquisa foi estimular os discentes a pensar na posição da mulher na sociedade,
quantificar o nível de igualdade de gênero presente na Instituição e para rebater as
respostas machistas, conscientizar os alunos de que ninguém deve dizer onde é o
lugar da mulher senão ela mesma, sendo que cada uma deseja para si um lugar
diferente.

Primeiramente, foram preenchidas 615 fichas individuais e anônimas, e


posteriormente, as mesmas foram classificadas em feministas e machistas, para que
fosse estimado o percentual de igualdade de gênero de cada sala. O aspecto da
classificação parte dos princípios gerais de cada corrente, ou seja, quando as
manifestações traziam desigualdade entre os gêneros e principalmente quando
menosprezava a mulher, a frase foi considerada machista e de contrapartida,
quando a frase remetia a ideia de igualdade de direitos e posições na sociedade, ela
foi considerada feminista.A classificação foi efetuada quatro vezes por diferentes
pessoas, duas secretárias da FDCL fizeram a primeira classificação, posteriormente
o orientador e a pesquisadora fizeram a segunda, após duas terceiras mulheres a
fizeram e por fim a pesquisadora analisou novamente obtendo um resultado final.
Esse resultado foi transformado em gráficos, os quais foramafixados nas portas das
salas para que os alunos pudessem comparar os percentuais entre eles e entender
sobre a importância da igualdade de gênero, pois neles continham um breve texto
explicativo.Antes da exposição dos gráficos, foram selecionadas e fixadas nos
corredores da faculdade 24 frases feministas de empoderamento como “Lugar de

7
Dois Pesos, Uma Medida: IGUALDADE DE GÊNERO é um projeto de pesquisa e extensão idealizado pela
aluna/pesquisadora DamiresRinarlly Oliveira Pinto e incentivado pela Faculdade de Direito de Conselheiro
Lafaiete.

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mulher é em qualquer ocupação social que escolherem. Cada uma pode e deve ser
aquilo que quiser, sem taxatividade”. E também 24 frases machistas como “Lugar de
mulher é em casa cuidando dos filhos. Se ficassem em casa o mundo não estaria
assim!”. Junto às frases selecionadas, foram elaboradas frases de conscientização
como “Não queira definir o lugar de uma mulher, pois ela vai estar aonde desejar”,
que foram distribuídas de forma intercalar com as fichas preenchidas pelos alunos.

. As mensagens de conscientização foram impressas em folhas brancas, e as fichas


dos alunos foram impressas nas cores verde e amarela, para quebrar o estereótipo
do rosa e azul. A partir da classificação das frases em feministas e
machistas,foramdeterminadas que as folhas amarelas fossem as frases machistas e
as folhas verdes as frases feministas (uma cor que simbolicamente sugere a
esperança).Cada folha A4 continha 6 fichas individuas, de modo que as frases
feministas, na cor verde, foram penduradasverticalmente, enquanto as machistas,
na cor amarela, foram penduradas horizontalmente, de forma que a pessoa tivesse
que virar o pescoço para ler. Dessa maneira, seria perceptível que algo estaria
incorreto naquelas frases.

A fim de difundir a pesquisa e conscientizar o maior número possível de pessoas


sobre a igualdade de gênero, as fichas preenchidas pelos alunos juntamente com as
mensagens de conscientização foram penduradas em varais na rodoviária da
cidade, onde possui uma grande movimentaçãode pessoas. Dessa forma, todos que
passaram por lá tiveram a oportunidade de ler e conversar sobre o assunto com a
responsável pelo projeto.

A segunda pesquisa consistiu na elaboração e aplicação de 200 questionários


acerca da violência contra a mulher. Os requisitos para o preenchimento do
questionário foram ser do sexo feminino e ter a idade mínima de 16 anos. Uma
equipe de 10 alunos do 5º período da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete,
se subdividiram em 5 duplas espalhadas em diversos pontos na manhã do dia

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21/05/2016, sábado, em que o movimento de pessoas no Centro da cidade de


Conselheiro Lafaiete é mais intenso, para que pudessem ser abordadas o maior
número de mulheres.

No questionário foram preenchidos idade, estado civil, escolaridade,


profissão, se possuía filhos, em casos positivos, quantos e a idade deles e quatro
perguntas fundamentais: se a questionada já sofreu ou conhecia outra mulher que
tenha sofrido violência moral, física e/ou sexual e também se conhecia os setores de
proteção à mulher na cidade, que são: Ministério Público, Defensoria Pública,
Delegacia da Mulher e o CREAS (Centro de Referência Especializado de
Assistência Social). Acerca desses órgãos de auxilio foram elaborados 400 panfletos
informando a função e funcionamento de cada um, juntamente com o endereço e
telefone, distribuídos a todas as mulheres que preencheram o questionário e
também outras que transitavam nos locais da pesquisa. O objetivo dessa pesquisa
foi saber o quanto a violência é presente no Município e o quanto essas mulheres
são informadas acerca dos órgãos competentes para auxiliá-las ou para que elas
possam auxiliar quem sofre com esse tipo de violência.

5 RESULTADOS DA PESQUISA E DISCUSSÃO

A primeira pesquisa realizada na FDCL, a qual se constituiu de 615 fichas


preenchidas pelos discentes da instituição, obteve 78% de frases feministas com a
maioria das frases dizendo: “Lugar de mulher é onde ela quiser”, sendo a melhor
resposta para tal preenchimento, pois o intuito era que ninguém estipulasse o lugar
da mulher. Além de outras criativas como “Lugar de mulher é no tanque, de guerra!”,
a qual quebra mais um estereótipo e remete a luta constante das mulheres. Uma
observação peculiar foi que em várias frases também se referiram ao lugar da

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mulher ser na política, talvez influenciados pela campanha do TSE8, difundida nas
emissoras de televisão e incentivando a participação da mulher na política. Ela
também exemplifica outros lugares como pilotando avião, quebrando o estereótipo
de “pilotar fogão”, dentre outros explícitos na propaganda. O que pode ser notado é
a maneira eficiente que a mídia influencia o pensamento da sociedade, embora
muitasvezes, essas influências não são sempre positivas, como foi visto no decorrer
deste artigo.

As frases machistas tiveram 24% do total das fichas. Mesmo sendo a minoria,
o resultado ainda é considerado elevado, devido ao grau de instrução intelectual que
os participantes possuem.As frases repercutiram entre os alunos ao serem expostas
pelos corredores, onde muitas pessoas se demonstraram indignadas e outras
acharam engraçada a maneira como as fichas foram completadas, como por
exemplo: “Lugar de mulher é na cozinha, no fogão, na garagem, no quintal, onde ela
possa mostrar o amor aos seus” e “Lugar de mulher é cuidando do marido, sempre
feliz por ter encontrado um. #BelaRecatadaedoLar”. Pode-se notar, que na primeira
frase, a pessoa expressa alguns cômodos e eletrodoméstico de uma casa e sugere
que nesses lugares são onde a mulher consegue demonstrar amor aos que estão a
sua volta, restringindo a sua liberdade e até mesmo a forma como ela possa amar.
Já na segunda frase, é nítida a maneira como o machismo é levado na “brincadeira”
e como realça o estereótipo de que o principal objetivo da vida da mulher é
“encontrar” um marido, e quando ele é alcançado, sua obrigação se torna zelar pelo
mesmo e se manter constantemente feliz, pois para uma mulher, ela já conseguiu
“coisa demais”.

Acerca das exposições das frases na rodoviária de Conselheiro Lafaiete, as


reações não foram tão diversas das obtidas na Faculdade. Um fato que demonstrou
como o machismo é enraizado na sociedade pôde ser percebido em uma conversa

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TSE – TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, campanha disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=funE0vstSn0>

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da pesquisadora com um Senhor que passava pelo local. Ao ler as frases expostas,
o Senhor se expressou em concordância com uma frase de conscientização em
meio as outras, que dizia: “Não queira definir o lugar de uma mulher, pois ela vai
estar aonde desejar”. Para ele, sua esposa tende estar no melhor lugar possível e se
um dia ela o pedisse para trabalhar “fora”, ele com certeza a deixaria trabalhar.
Naquele momento foi ainda mais perceptível como o machismo é inconsciente na
sociedade e como é visto positivamente por quem o comete, pois o Senhor se sentia
um bom marido por “consentir” com o pedido que supostamente sua esposa o faria.
Dessa forma o sentimento de propriedade do homem sobre a mulher é evidente.
Entretanto, a pesquisadora de forma sugestiva, indagou aquele Senhor ao perguntar
se quando ele começou a trabalhar “fora” pediu a ela, sua esposa, permissão para
tal, ele instantaneamente, respondeu de forma negativa. Então, a pesquisadora
mostrou àquele Senhor outra frase que estava exposta: “Somente a própria mulher
pode dizer onde é o lugar dela e cada uma deseja para si um lugar diferente”,
posteriormente, o Senhor sorriu e foi-se embora.

Os estereótipos tratados em várias frases pôde fazer com que os discentes e


a população repensassem na posição da mulher na sociedade, dando a
oportunidade de atentar para atitudes tão comuns no dia a dia, mas que na realidade
precisam ser olhadas sob uma ótica mais crítica, desmistificando as “brincadeiras”
feitas à mulher e apontando o verdadeiro machismo.

Na segunda pesquisa realizada com 200 mulheres, demonstrou, em sua


maioria, a presença da violência no cotidiano. As respostas afirmativas relativas às
mulheres que já sofreram ou que conheciam outra mulher que tenha sofrido
violência moral ou física foram quase que o triplo das que responderam
negativamente. Entretanto, o oposto aconteceu nas respostas referentes à violência
sexual, que pode ser notado no gráfico abaixo:

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Violência Contra a Mulher


160
140
120
100
80 sim
60 não
40
20
0
Violência moral Violência fisica Violência sexual

Já era esperado um percentual superior relativoà violência moral e física, por


ser um assunto mais protagonizado pela sociedade, o qual já foi rompido a barreira
da vergonha da mulher para se expor diante do ocorrido.Entretanto, o mesmo não
acontece com a violência sexual. As estatísticas apontam que grande parte da
violência sexual é cometida por familiares em ambientes domésticos, os quais em
sua maioria exigem o segredo da vítima, fazendo com que em muitos casos, a
mulher se submeta a anos de violência sem “alguém” saber.Outro motivo para essas
omissões é a reação da sociedade que, de uma forma ou de outra, culpabiliza a
vítima, para justificar as atitudes do agressor. Muitas delas não fazem a denúncia
por medo das ameaças feitas pelo agressor, vergonha, humilhações, sentimentos de
culpa e também pela falta de conhecimento dos órgãos de acompanhamento para
esses casos.

Nas perguntas realizadas a respeito do conhecimento dos órgãos


competentes que protegem as mulheres vítimas de violência, a maioria diz não
conhecer os órgãos, com exceçãoda Delegacia da Mulher.Veja o gráfico:

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Órgãos Competentes de Proteção a Mulher


160
140
120
100
80
Sim
60
Não
40
20
0
Minestério Público Defensoria Pública Delegacia da CREAS
Mulher

A Delegacia da Mulher é, de fato, o órgão mais importante nos casos de


violência em um primeiro momento.Entretanto, não se pode diminuir a importância
dos outros órgãos para uma efetiva punição ao agressor, pois é necessário um
conjunto de competências dos referidos órgãos para sua celebração. Dessa forma,
as cartilhas informativas acerca dos órgãos foram de extrema relevância para levar a
informação à população feminina, as quais relataram a necessidade de ter
referências mais acessíveis,como foi disponibilizado.

Diante do exposto, busca-se um amparo legal na Lei Maria da Penha (Lei


nº11.340/2006), a qual é uma lei específica aos crimes de violência contra a mulher.
Ela aborda todos os tipos de agressão,sendo ela física, sexual, moral, psicológica e
patrimonial. Foi o primeiro importante avanço na legislação brasileira para a
segurança da vítima e a efetiva punição ao agressor. Outro passo essencial foi a
sanção da Lei nº 13.104/2015, no ano passado, conhecida como Lei do Feminicídio.
Essa lei aumenta a pena de homicídio e o qualifica, passando de 6 a 20 anos, para
12 a 30 anos de prisão. Além disso, se tornou crime hediondo, o que impede os
acusados de serem libertados mediante o pagamento de fiança.

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6 CONCLUSÃO

Diante das faces resultantes das pesquisas, é preocupante o resultado obtido


pela manifestação dos discentes e da população acerca do assunto tratado, sendo
notória a necessidade de se falar sobre igualdade de gênero nos mais diferentes
aspectos e ambientes. Não há como realizar a conscientização sobre o assunto se
ele não é colocado em meio à sociedade de maneira objetiva para que as Leis e
órgãos de proteção à mulher sejam cada vez mais eficazes, atentando para a
necessidade de capacitação dos profissionais acerca desses crimes.

É urgente a necessidade de desconstruir a cultura patriarcal que é vivenciada,


buscando uma sociedade livre de estereótipos e preconceitos, concedendouma
liberdade igualitáriapara que cada um decida o que é melhor para a sua vida,
inclusive a mulher, para que seja detentora de si mesma.

Dessa forma, os paradigmas de submissão que resultam dos estereótipos e


na manifestação da violência contra à mulher serão cada vez menores e de uma
forma esperançosa, um dia serão inexistentes. Mas para isso é imprescindível que
comece a conscientização das pessoas, para que aos poucos, se forme uma
sociedade justa, sem preconceitos, refletindo e manifestando nas atitudes a igualde
de gênero.

Conclui-se, portanto, que há muitos pensamentos machistas na sociedade,


mas em contrapartida, há um número bastante significativo de pessoas que estão
lutando por uma sociedade sem preconceitos, onde as pessoas possam respeitar
uns aos outros independente das suas escolhas, principalmente a mulher, que é
uma das mais atingida pela sociedade. Apesar dessa pesquisa não ser o suficiente
para construir essa sociedade, é satisfatório reconhecer que ela é o início dessa
construção. As pesquisas realizadas, de algum modo, fizeram com que os

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participantes se reavaliassem para olhar sob uma nova ótica a atual posição da
mulher na sociedade, e este é o início de um grande processo de transformação
cultural. “A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura. Se uma
humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que
mudar nossa cultura.” (Adichie, 2015, p. 57).

BIBLIOGRAFIA

ADICHIE, C. N. (2015). SEJAMOS TODAS FEMINISTAS. São Paulo: Schwarcz


S.A.

BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para prevenir,


punir e erradicar a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acesso em
13 de Julho de 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm.Acesso em: 09 de jun. de 2016.

COOK, Rebecca J.; CUSACK, Simone. Estereótipos de género. Perspectivas


legales transnacionales. Traducción Andrea Parra. Colombia: Profamlia, 2010.

D, C., & D, C. C. (27 de Março de 2014). Estudo analisa casos notificados de


estupro. IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21849
Acesso em: 19 de jul. de 2016.

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GRECO, Rogério. Feminicído: comentários sobre a Lei n. 13.104, de 9 de março


de 2015. Disponível em: http://www.rogeriogreco.com.br/?p=2906. Acesso em: 10 de
jul. de 2016.

PLAN, I. (Julho de 2013). PLAN Internacional Brasil. POR SER MENINA NO


BRASIL [RESUMO EXECUTIVO]: Disponível em: https://plan.org.br/. Acesso em: 06
de jul. de 2016.

LARA, RANGEL, MOURA, BARIONO, & MALAQUIAS. (2016). # MEU AMIGO


SEGRETO. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro.

LEÃO, C. (s.d.). A FACE DE GÓRGONA. Pernambuco Suplemento Cultural do


Diário Oficial do Estado.Disponível em:
http://www.suplementopernambuco.com.br/edicao-impressa/71-ensaio/1635-a-face-
de-g%C3%B3rgona.html. Acesso em 07 de jul. de 2016.

BOURDIE,Pierre. A Dominação Masculina. Trad. Maria Helena Kühner. 2.ed. Rio


de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

LINS, B. A. (20 de Setembro de 2013). A LEI NAS ENTRELINHAS: A LEI MARIA


DA PENHA E O TRABALHO POLICIAL NAS DELEGACIAS DE DEFESA DA
MULHER NA CIDADE DE SÃO PAULO. São Paulo, São Paulo, Brasil.

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PASSOS, B. (05 de Dezembro de 2013). Por que você não usa roupa rosa?Papo
de Homem. Disponível em:http://papodehomem.com.br/por-que-voce-nao-usa-
roupa-rosa/ Acesso em 06 de jul. de 2016.

ROSA, Antonio Gomes da et al .A violência conjugal contra a mulher a partir da


ótica do homem autor da violência. Saude soc. São Paulo , v. 17, n. 3, p. 152-
160, set. 2008. . Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12902008000300015&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 22 jul. 2016.

APÊNDICES

Logomarca do Projeto de Pesquisa desenvolvido na FDCL – Dois Pesos, Uma


Medida: Igualdade de gênero.

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Frases de conscientização que foram fixadas em meio as frases feministas e


machistas expostas na Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete - FDCL

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Frases selecionadas e de conscientização em exposição no corredor da Faculdade


de Direito de Conselheiro Lafaiete – FDCL.

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Frases selecionadas e de conscientização em exposição nas rampas de acesso da


Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete – FDCL.

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Frases selecionadas e de conscientização em exposição nas rampas que ligam os


dois prédios da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete – FDCL.

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Varal montado na rodoviária de Conselheiro Lafaiete, onde há o maior número de


circulação de pessoas.

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Varal montado na rodoviária de Conselheiro Lafaiete, onde há o maior número de


circulação de pessoas.

Demonstrativo fixado nas portas das salas com texto informativo sobre a igualdade
de gênero e gráfico demonstrando o nível de feminismo e machismo de cada sala.

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Os alunos, Damires (pesquisadora), Rafael, Lorena, Camila, Prof. José Arthur,


Natália, Mara, Ana Cecília e Andréia. E os alunos Fábio e Bruno que não estão na
foto, da turma do 5º período AN que se voluntariaram para fazer a pesquisa com 200
questionários referente à violência contra mulher.

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Exemplar dos 400 panfletos informativos acerca da função, funcionamento e


localidade de cada órgão competente de proteção à mulher em casos de violência,
distribuídos para todas as mulheres que preencheram o questionário e também
outras que transitavam nos locais da pesquisa.

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