Ensino Da Matemática
Ensino Da Matemática
Ensino Da Matemática
INTRODUÇÃO
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CAPITULO I
1. REFERENCIAL TEÓRICO
Diz Duarte (1986), que o cálculo no ábaco, como uma das etapas mais importantes no
processo histórico que gerou o cálculo escrito, pode ser uma etapa igualmente importante no
processo ensino-aprendizagem.
Além dessa importância para o cálculo, existe a importância para o raciocínio.
Vejamos como Piaget (1975, p.247), descreve a ausência desse tipo de raciocínio:
Pensar de maneira irreversível, é não saber passar de uma
destas operações para a outra, é, portanto, em poucas palavras,
não saber manejar as operações como tais: é substituir um
mecanismo operatório móvel e de direção dupla pelas
percepções estáticas e sucessivas de estados que é possível
sincronizar e, consequentemente, conciliar.
A adição e subtração são operações que fazem parte da vida dos alunos desde muito
cedo. Há muitas situações importantes para o desenvolvimento intelectual, bem como
experiências envolvendo materiais concretos em que o aluno tenha condições de vivenciar as
idéias de juntar, acrescentar, retirar, completar e comparar.
É preciso que o professor saiba aproveitar todos os momentos do cotidiano em que as
operações estão presentes, tais como: contagem de folhas, materiais, classes, cadeiras, alunos.
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Sobraram? Faltaram? Quantos? A solução de pequenos problemas diários devem fazer parte
do planejamento do professor.
Há varias formas de se trabalhar em sala de aula com uso de material didático.
Exemplos: fichas de cartolina, dado, dominó, etc.
Quando trabalhamos a adição dizemos referências à mesma como uma operação
fundamental do qual as demais iriam derivar-se. Pois bem, teremos agora a oportunidade de
experimentar, como a multiplicação e a divisão, descobertas que guardam forte semelhança
com a adição. Mas, sobretudo, iremos ver ainda, as diferenças ou falsas semelhanças com
aquela operação.
Antes de multiplicar ou dividir formalmente um número por outro, é necessário que a
criança tenha explorado várias situações nas quais ela tenha tido que multiplicar e dividir
brinquedos, material escolar e o próprio lanche de forma empírica.
Quanto a adição e a subtração diz os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais –
op.cit. 109), explicita:
Os matemáticos pitagóricos afirmavam que todas as coisas têm um número e, sem ele,
nada se pode compreender. Este pensamento foi profético, o número está presente em quase
todas as ciências, e mesmo nas artes, os meios de comunicações, etc. Não se pode conceber o
mundo sem matemática.
É o que costuma dizer aos seus alunos o professor Paulo Rubens Ferreira, (Revista
Nova Escola – 1990), do Colégio Dimensão, em São Paulo, que promoveu a II Exposição
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Matemática em 1990, afirma que “A matemática pode nos ajudar a organizar o pensamento,
contribuindo para desenvolver em cada um de nós a capacidade de pensar de modo abstrato e
elaborar argumentos lógicos.”
O professor Ferreira (op.cit.), parte do ponto de vista de que o aluno constrói os
conceitos através de experiência e diz:
Para este trabalho, deve ser utilizadas histórias, onde são destacadas algumas figuras
geométricas planas: quadrado, círculo, triângulo e retângulo, que são apresentados através de
quatro personagens.
O primeiro personagem resolve construir uma casa com apenas três destas figuras. No
decorrer da história, cada um dos outros personagens procura no cotidiano formas
semelhantes às das figuras. Neste trabalho, tem-se como objetivo oferecer condições para os
alunos trabalharem com formas e cores, oportunizando o resgate do uso dos blocos lógicos e
salientando a importância dos jogos em sala de aula.
É preciso que o professor realmente conheça seus alunos e se prepare para atendê-los
em suas individualidades. As crianças gostam de contar, ler e escrever os números. Devido ao
intenso trabalho realizado com significação, eles conseguem entender que 26 é menor que 62,
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mesmo antes de construírem o SND (Sistema de Numeração Decimal), que é orientado pelo
valor posicional.
Porém, orienta o fascículo da capacitação em Formação Continuada dos Professores
da Rede Pública (1999, p.255), que:
Todo ser humano é um aprendiz. E como todo ser humano, os alunos trazem à escola
seus conhecimentos adquiridos no seu meio social. Nesta situação, cabe ao professor dar
oportunidade de articulação do conteúdo trabalhado em sala de aula, de modo que eles
possam se expressar e desenvolver seu raciocínio e assim construir novos conhecimentos no
ensino da matemática.
O CETEB - (1997, p.03), opina sobre o assunto e diz que:
Numa abrangência das diversas e mais variadas habilidades, a escola deve criar uma
imagem, de que o ensino da matemática deve ser voltado como um mecanismo que possibilite
rendimento ótimo graduado ao desempenho do discente, tornando-o capaz de dominar a
variante, conscientizando-o de que não há cultura inferior. As variedades culturais devem ser
respeitadas, pois as mesmas são diferentes, não são inferiores, quanto ao seu valor.
Orienta Carvalho (1994, p.20), que:
Com as novas idéias, professor bom é aquele que prefere ajudar o aluno a descobrir,
construir, pensar, em vez de dar tudo pronto. Sempre se falou que a matemática deveria
desenvolver o raciocínio, mas isso nunca ocorria para a maioria dos alunos. Agora,
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finalmente, estamos chegando lá. Muitas inovações já atingiram as salas de aula, graças aos
esforços de dedicados pesquisadores na área de educação matemática.
Os educadores matemáticos têm buscado novos métodos para levar à prática da sala de
aula as idéias chaves de construção e de compreensão. A pesquisadora Beatriz D’Ambrósio
(1996), publicou um artigo no qual destaca os principais métodos desenvolvidos:
Resolução de problemas
Os alunos defrontam-se com problemas, a partir dos quais vão construindo seu saber
matemático - Veja bem: a teoria vem depois dos problemas!
Modelagem
Tornam-se situações motivadoras para os alunos, procurando-se os modelos matemáticos
que elas se aplicam.
Abordagens etnomatemáticas
Numa abordagem etnomatemática, o professor valoriza conhecimentos matemáticos do
grupo cultural ao qual pertencem os alunos e aproveita a experiência temática extra escolar.
Abordagem histórica
Usam-se motivações de história da matemática como ponto de partida para o aprendizado.
Uso de computadores
O computador pode ser usado para reforço do velho ensino ou para implementar as novas
idéias.
Uso de jogos
O objetivo é abordar os conteúdos por meio de jogos, resgatando o lúdico do universo das
crianças e também dos adolescentes.
D'Ambrósio (op. cit.), coloca que a partir dos anos 80, acentuou-se uma preocupação
entre os educadores matemáticos em desenvolver uma educação que permitisse aos alunos do
ensino fundamentar adquirir competências básicas necessárias para o exercício de sua
cidadania. Essas preocupações se concretizaram em diferentes propostas, cujas características
principais são:
Explorar a matemática a partir dos problemas encontrados no cotidiano e nas demais áreas
de conhecimentos.
Usar, da melhor forma possível, recursos tecnológicos disponíveis - vídeos, calculadoras,
computadores, etc. - como instrumentos da aprendizagem.
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Na escola, não precisa nem dizer em que área de estudo, temos professores e alunos,
comumente subordinados a regras e padrões rígidos, porque, afinal, trata-se das "ciências
exatas".
Libâneo (1994, p. 113), acrescenta ainda que:
Ítalo Calvino, (1993), quando fala na, exatidão em seu livro "Seis Propostas para o
Próximo Milênio", em uma das maneiras como define o tema, diz que exatidão na literatura
pode ser: "Um Projeto de obra bem definida e calculada" .
Calvino, com esta forma de expressar a exatidão, permite colocarmos a discussão
voltada para a educação, do mesmo modo. Podemos, sem dúvida, entender o trabalho escolar
como um projeto. Um grande empreendimento que envolve diversas etapas e diversos
ingredientes na sua realização. Entre eles devem estar os sonhos, fantasia, realidade, projetos
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CONCLUSÃO
A maneira como é ensinada a matemática não tem demonstrado bons resultados, nem
mesmo com alunos de classes mais favorecidas, onde ela é ensinada de forma reproduzida e
repetitiva, como se fosse sistema pronto, imutável, desprovido de qualquer significado e
usando a memória de modo indevido mecanicamente. No entanto a sua reprodução deveria se
processar gradativamente com base em atividade que se use uma metodologia dinamizadora,
capaz de incentivar o aluno a calcular.
A faculdade de pensar e calcular, jamais perderá seu lugar de destaque e de
imprescindibilidade, mesmo que haja concorrência cerrada e desleal dos aparatos da
comunicação eletrônica, o poder de síntese das imagens, o caráter de descontração dos
audiovisuais e o uso do computador contribuírem para que o individuo evite, o máximo
possível o trabalho de raciocinar, calcular, escrever, consequentemente atingido e atrofiando
as habilidades correspondentes.
Nesta contextualidade, o professor tem como principal tarefa, fazer uma interação
entre didática, o ensino aprendizagem, conduzindo este processo numa compreensão das
influências externas e internas, as quais agem sobre o aprendiz, assegurando a transmissão e a
assimilação dos conteúdos repassados.
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Tais informações podem dar-lhe os indicadores daquilo que realmente está ao alcance
das crianças. Sabe-se, por exemplo, que apresentar noções às crianças antes que elas tenham o
amadurecimento necessário para sua compreensão, além de nada adiantar, ainda apresenta o
sério risco de fazer com que elas se sintam incapazes, desinteressando-as para a aprendizagem
em matemática, talvez para o resto de suas vidas.
O educador cônscio de suas atribuições orienta o educando com meios apropriados
para sua formação, tendo em vista suas capacidades e a transformação social a que se aspira,
numa dimensão que venha assegurar a atividade própria que lhes corresponde e ainda se
fundamenta numa conversão de objetivos políticos em objetivos pedagógicos que possam
contribui na seleção dos conteúdos, métodos e técnicas e recursos que forneçam desafios da
prática, como exigências metodológicas.
Este processo de ensinar e aprender se resume numa ação conjunta dos professores e
alunos, organizados, que se propõem a assimilação de conhecimentos e aperfeiçoamento de
habilidades e atitudes, como a construção intelectual e a segurança profissional de cada um
com bases que venham aprimorar a experiência e a ação prática orientada pela teoria.
Por fim, concluímos que para que as apropriações dos conceitos matemáticos requer
uma nova postura profissional.
O ensino da matemática não deve ser baseado somente em exposições verbais dos
conceitos, mas, trabalhado através de atividades práticas e com a participação dos alunos.
O ensino da matemática deve tornar o aluno apto para atividades simples do cotidiano,
para desvendar o mundo trabalho e para o exercício pleno da cidadania.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1979.
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