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Alopecia Areata Generalizada em Um Cão Da Raça Lhasa Apso Relato de Caso

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RELATO DE CASO

Alopecia areata generalizada em um cão da raça Lhasa Apso -


relato de caso
Generalized alopecia areata in a Lhasa Apso dog - case report
Bruna Duarte Pacheco - Médica Veterinária. Residente em clínica médica de pequenos animais – Pontifícia Universidade Católica do
Paraná. E-mail: bruna.medvet@hotmail.com
Marconi Rodrigues de Farias - Médico Veterinário, Mestre, Doutor, Professor adjunto III de Clínica Médica de Animais de Companhia
da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. E-mail: marconi.puc@terra.com.br
Juliana Werner - Médica Veterinária, Mestre, dermatopatologista responsável pelo laboratório Werner & Werner de Patologia Vete-
rinária. E-mail: juliana@werner.vet.br
Polyanne Cramer Schmidlin - Médica Veterinária - Clínica de Dermatologia e Alergologia Veterinária- DERMATOVET- Curitiba- PR.
E-mail: polyannes@yahoo.com.br

Pacheco BD, de Farias MR, Werner J, Schmidlin PC. Medvep Dermato - Revista de Educação Continuada em Dermatologia e Alergologia
Veterinária; 2014; 3(9); 174-178.

Resumo
A alopecia areata é uma dermatopatia autoimune da unidade pilo-sebácea, de caráter benigno, incomu-
mente descrita em cães e rara em gatos. A patogênese da doença é incerta porém parece estar relacionada
a imunidade celular mediada por linfócitos CD8, que atuam contra antígenos foliculares e alteram o ciclo
de crescimento do pelo. Este trabalho tem como objetivo relatar um cão, lhasa apso, com alopecia areata
generalizada, e discutir seus aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos de forma comparada.

Palavras-chave: alopecia, doença autoimune, pelo

Abstract
Alopecia areata is an autoimmune skin disease of the pilosebaceous unit, benign, described uncommonly
in dogs and rare in cats. The pathogenesis is uncertain but may be related to cellular immunity mediated
by CD8 lymphocytes that act against follicular antigens and alter the cycle of hair growth. This paper
aims to report a dog, Lhasa Apso, with widespread alopecia areata, and discuss its clinical, diagnostic
and therapeutic aspects of a comparative basis.

Keywords: alopecia, autoimmune disease, hair

Introdução Em cães, a idade de aparecimento da doença varia


de um a 11 anos, e não é observado predisposição por
Alopecia areata é uma dermatopatia autoimune gênero sexual e racial (1,5). Em humanos, afeta homens
da unidade pilo- sebácea, de evolução subaguda à e mulheres igualmente, e é observado principalmente
crônica, de caráter benigno (1) que, embora acometa em pacientes jovens, sendo que 60% destes apresen-
de 1 a 2% da população humana (5,8,9), tem sido tam a doença antes dos 20 anos de idade (1,4,2).
incomumente descrita em cães e é rara em gatos (6). Clinicamente, é caracterizada por lesões alopé-
Outras espécies acometidas incluem equinos, pri- cicas não inflamatórias, localizadas, multifocais ou
matas não humanos, bovinos, aves e ratos (3,8). generalizadas, que iniciam na face, e evoluem para

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região cervical, torácica e membros (5). tórico de queda de pelos exagerada e hipotricose na
Em humanos, se manifesta como alopecia loca- face, que evoluíram para alopecia generalizada em
lizada (alopecia areata focal), irregular e multifocal duas semanas. O animal não apresentava prurido e
(alopecia areata reticular), generalizada do couro não havia descrição de alterações sistêmicas.
cabeludo (alopecia areata totalis), e pode ter envol- Ao exame clínico foi observado hipotricose e
vimento de toda superfície corpórea (alopecia area- alopecia de caráter não inflamatório nas regiões
ta universalis). Nas formas mais graves da alopecia periorbital, frontal da face, temporal, ponte nasal,
areata, podem ser observadas alterações ungueais, cervical, tronco e membros torácicos e pélvicos.
sendo mais frequentes em crianças (12%), em rela- Não foram observados eritema, sinais de escoriação
ção aos adultos (3,3%) e, quando concomitantes com ou erupções pápulo-pustulares foliculocêntricas. O
a dermatite atópica na infância, foram mencionadas pelo da periferia lesional era facilmente epilável à
como fatores prognósticos desfavoráveis (5,9,7). mínima tração (figuras 1, 2, 3 e 4).
A patogênese da doença é incerta. Em humanos, Raspado de pele, lâmpada de wood e cultura fúngi-
foi observado que mecanismos imunomediados, ca resultaram negativos. Na avaliação tricográfica ha-
modulados por fatores hormonais, genéticos e dis- via pelos em várias fases do ciclo de crescimento, e sem
túrbios psiquiátricos, alteram o ciclo de crescimento alteração em suas regiões cuticular, cortical e medular.
do pelo, e conduzem ao desenvolvimento de um Hemograma, avaliação da concentração sérica
anágeno distrófico, ciclo folicular interrompido e da albumina, ureia, creatinina, FA, ALT, e ultrasso-
telógeno prolongado (5,9). nografia abdominal não demonstraram alterações.
Esse trabalho tem como objetivo relatar o caso Biópsia de pele foi realizada e o exame derma-
de um cão com alopecia areata generalizada e dis- tohistopatológico demonstrou intensa inatividade
cutir, de forma comparada, seus aspectos clínicos, folicular, presença de alguns folículos pilosos em
epidemiológicos e terapêuticos. telógeno, catágeno e, aqueles que estavam entrando
em fase anagênica, estavam associados à peribulbi-
te linfocítica (figura 5).
Os achados clínico-patológicos subsidiaram o
Relato de caso diagnóstico de alopecia areata generalizada, sendo
instituído como tratamento prednisolona (1mg/
Um cão da raça Lhasa Apso, macho, orquiecto- kg/vo/24h/15 dias), associado à ciclosporina
mizado, 11 anos, foi atendido na Unidade Hospita- (5mg/kg/24h), que resultou em melhora apenas
lar de Animais de Companhia da PUCPR, com his- parcial dos sintomas clínicos até a presente data.

Figura 1 - Cão, Lhasa Apso, macho, de 11 com alopecia Figura 2 - Cão, Lhasa Apso, macho, de 11 anos, com hipotricose
não inflamatória, de caráter simétrico e generalizado, secundário e alopecia espontânea, não inflamatória nas regiões periorbital,
à alopecia areata. frontal da face, temporal, ponte nasal e plano naso-labial secun-
dário à alopecia areata generalizada.

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Figura 3 - Cão, Lhasa Apso, macho, de 11 anos, onde se evi-


dencia hipotricose e alopecia espontânea, não inflamatória no
pavilhão auricular, secundário à alopecia areata generalizada.

Figura 5 - Avaliação dermatohistopatológica a partir de um cão, Figura 4 - Cão, Lhasa Apso, macho, de 11 anos com expansão
Lhasa Apso, macho, de 11 anos com alopecia areata generaliza- da área hipotricótica e alopécica para a região esternal e mem-
da, demonstrando a presença de infiltrado inflamatório linfocítico, bros, secundário à alopecia areata generalizada.
predominantemente peribulbar e inatividade folicular (H&E, 10X).

Discussão Em humanos, fatores genéticos têm sido aven-


tados para sua ocorrência, devido ao aparecimento
Apesar de ser considerada uma doença inco- da doença em indivíduos do mesmo núcleo fami-
mum, a real incidência da alopecia areata em cães liar, sua alta incidência em portadores de síndrome
é desconhecida, seja por subnotificação de formas de Down (8,8%) em relação à população geral (o
leves da doença; seja pelo seu diagnóstico equivo- que sinaliza para possível participação de mutações
cado como atrofia folicular relacionada a doenças gênicas no cromossomo 21), e a frequente associa-
de caráter endócrino, ou displasias foliculares; ou ção com dermatite atópica, condição sabidamente
por sua negligência, na medida que tem importân- hereditária. Em cães, alterações genéticas e históri-
cia cosmética (9). co familiar da ocorrência desta morbidade não fo-
Embora não existam relatos que indiquem uma ram descritos.
predileção racial para o aparecimento da doença, A dermatite atópica foi observada em 42,8%
um estudo com 25 cães de diferentes raças mostrou dos pacientes humanos com alopecia areata, contra
que há maior prevalência em cães de raça (76%), 26,6% dos controles pareados no hospital das clíni-
comparados aos mestiços (24%) (9). Nenhuma des- cas da Faculdade de Medicina da Universidade de
crição em cães da raça Lhasa Apso foi descrito na São Paulo (FMUSP) (6). A associação de alopecia
literatura. areata e a dermatite atópica em cães não foi estabe-

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lecida na literatura. Existem evidências que os melanócitos da re-


A alopecia areata resulta de danos seletivos e gião bulbar são alvos da imunorreatividade, em
reversíveis aos folículos pilosos na fase de anáge- cães e humanos, visto que em alguns pacientes, as
no, sendo estes, alvos da agressão imunológica. A primeiras manifestações de alopecia ocorrem em
doença apresenta muitas características sugestivas pelos de coloração escura (9), e sabe-se que a leu-
de etiologia autoimune, como associação da alope- cotriquia é uma sequela comum da doença, princi-
cia areata com outros distúrbios imunomediados, palmente em cães (1).
especialmente a tireoidite de Hashimoto; à presen- Em relação aos aspectos clínicos, em 92% dos
ça de peribulbite e de autoanticorpos margeando o cães, as lesões alopécicas iniciam-se na face (na re-
bulbo folicular; anormalidade das células de Lan- gião periocular, ponte e espelho nasal), e pavilhões
gerhans no epitélio bulbar; aumento da expressão auriculares, como no presente caso, e em 8% em re-
de moléculas apresentadoras de antígenos de classe gião cervical e membros (9).
I e II; deposição de IgG, IgM ou ambos no folículo Em cães, com a evolução da doença, a leucotri-
piloso em testes de imunofluorescência direta, e res- quia após reepilação pode ser observada em 28%
posta favorável, em alguns casos, a fármacos imu- dos pacientes, e em 20% deles podem ser observa-
nossupressores (5). dos melanodermia (5,9).
Histopatologicamente é característica a presen- Em 8% dos cães, ocorre apenas leucotriquia, sem
ça de infiltrado inflamatório linfocítico peribulbar. alopecia, o que denota que os melanócitos do epi-
Eventualmente, infiltrado misto, composto por lin- téilio folicular são também alvos da reação imuno-
fócitos, macrófagos e células dendríticas é observa- mediada que acompanha alopecia areata em cães.
do. Em menos da metade dos cães há peribulbite Ao contrário do que ocorre em relação a seres
neutrófilica, e em 16%, peribulbite eosinofílica (5,6). humanos, não há uma classificação morfolesional
Depósitos de mucina peribulbar, incontinência pig- estabelecida para alopecia areata em cães, e suas
mentar e displasia folicular podem ocorrer. implicações prognósticas são pouco conhecidas.
Em lesões crônicas, a histopatologia consiste em Atualmente, são reconhecidos nos cães os padrões
folículos com predominância em catágeno e teló- localizado solitário, multifocal e o padrão generali-
geno, bem como atrofia folicular, o que dificulta a zado, que não é semelhante à alopecia areata univer-
realização do diagnóstico. Devido a isto, é recomen- salis humana, pois esta se dá de forma incompleta,
dado a realização de biópsias múltiplas e principal- como observado no presente caso descrito (7).
mente de lesões precoces (5). Na alopecia areata em humanos, particularmen-
A avaliação imunohistoquímica demonstra que o te as formas mais graves da doença, pode ocorrer
infiltrado celular linfocítico é composto, sobretudo, vários tipos de alterações ungueais, sendo a forma
por linfócitos T CD4 e CD8, e as células CD8 foram mais frequente de onicopatia a presença de depres-
responsáveis pela perda de cabelo em modelos labo- sões cupuliformes e traquioníquia. As alterações
ratoriais. Em cães, maior número de células CD8 foi ungueais podem preceder, acompanhar ou suceder
encontrada dentro do bulbo folicular, o que demons- as lesões de alopecia (6).
tra similaridade com a doença em humanos (1,5). Traquioníquia afetando todas as unhas, caracte-
Imunoflurescência direta e indireta, em cães e rizado por enrugamento, estrias e superfície irregu-
humanos, demonstrou presença de anticorpos anti- lar também têm sido descrita em cães com alopecia
foliculares da classe IgG (5,6). A avaliação por Elisa areata (1).
Imunoblotting do soro de cães com alopecia areata Os diagnósticos diferenciais da alopecia area-
revelou um padrão comum, forte e heterogêneo, de ta em cães incluem padrão de calvície adquirida,
reatividade dos anticorpos séricos a antígenos en- displasia folicular, alopecia de tração, alopecia lin-
tre 40 e 60kDa e 200 e 220kDa. A imunoprecipitação focítica istmal (pseudopelada de Brocq simili), en-
permitiu constatar reatividade de anticorpos contra docrinopatias, reação tópica à esteroides, alopecia
a tricohialina. Este fato não foi observado em hu- psicogênica, demodiciose e dermatofitose (1,5).
manos e roedores. A tricohialina é necessária para a O exame tricográfico da periferia lesional pode re-
diferenciação da bainha radicular interna, e defeitos velar pelos peládicos ou pelos em ponto de exclama-
ou danos a ela podem resultar na lesão de folículos ção, que se apresentam afilados e menos pigmentados
pilosos e em pelos danificados, o que favorece a alo- no ponto de emergência do folículo, e com espessura
pecia espontânea (1). maior na extremidade distal. Porém, o diagnóstico

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definitivo de alopecia areata só pode ser estabelecido avaliação dermatohistopatológica e o prognóstico e


pelo exame dermatohistopatológico (5,6). resposta ao tratamento é variado, visto que em al-
Informações sobre prognóstico e tratamento da guns casos de observa reepilação espontânea.
alopecia areata em cães são baseadas em um pequeno No presente estudo, o paciente apresentou me-
número de casos e estudos não controlados, porém, lhora apenas parcial com a terapia com ciclosporina,
sugere-se que o prognóstico da doença seja bom. sendo reservado seu prognóstico para reepilação,
A reepilação pode acontecer espontaneamente pois, assim como na medicina, lesões generalizadas
em 60% dos cães (5,9), o que subsidia a instituição de são mais refratárias à terapia.
terapia expectante nas fases iniciais da doença. Caso
não ocorra reepilação, tratamento com ciclosporina,
5mg/kg a cada 24 horas pode ser estabelecido.
No presente caso, a alopecia areata teve caráter
generalizado e evolução subaguda, não sendo asso- Referências
ciada a nenhuma comorbidade sistêmica ou tegu-
mentar. Sua resposta a terapia com a ciclosporina 1. Gross TL, Ihrke PJ, Walder EJ et al. Mural diseases of the
foi discreta, o que torna o prognóstico reservado hair follicle. In: ______ Skin diseases of the dog and cat
- Clinical and Histopathologic Diagnosis. Blackwell Science
para reepilação do animal. Ltd. Second edition. 2005. Pg. 460-464.
Por ser uma doença de caráter predominantemen-
2. Gutiérrez G, Bujaldón AR, Giménez JCM. Update on the
te cosmético, a alopecia areata não deve ser tratada treatment of alopecia areata. Acta Dermo-Sifiliográficas.
com o uso regular de corticoides, ou outras medica- 2009. v.100. pg. 266-76.
ções imunossupressores, devido a possibilidade de
3. Hoolahan DE, White SD, Outerbridget CA et al. Equine alo-
desenvolvimento de importantes efeitos colaterais. pecia areata: a retrospective clinical descriptive study at
De maneira geral, o tratamento da alopecia are- the University of California, Davis (1980–2011). 2013. Ve-
ata em humanos consiste de corticoides (sistêmico, terinary Dermatology, 24, 282–e64.

intralesional e tópico), além disso, inibidores de cal- 4. Madani S, Shapiro J. Alopecia areata update. Journal of the
cineurina (tópicos e sistêmicos), imunoterapia tópica American Academy of Dermatology. 2000. 1-18.

e sistêmica, antralina tópica, minoxidil tópico e foto- 5. Miller WH, Griffin CE, Campbell K L. Autoimmune and Immu-
quimioterapia (4,2), sendo que o período mínimo para ne-Mediated Dermatoses. In: ______Muller & Kirk’s Small
Animal Dermatology. Saunders, 7 ed. 2013.pg 462-463.
avaliação de qualquer tratamento é de três meses (6).
Em geral, a terapia sistêmica em humanos é re- 6. Rivitti EA. Alopecia areata: a revision and update. Anais
servada para casos generalizados, e leva-se sempre Brasileiros de Dermatologia. 2005;80(1):57-68.

em consideração o risco/benefício do tratamento. 7. Sillas T, Farias MR, Werner J. Alopecia areata generalizada
O elevado número de remissões espontâneas, par- em um cão: relato de caso. Revisa Clínica Veterinária, São
Paulo. 2006. Guará v.11, n.63, pg.76-80.
ticularmente em casos leves, é um obstáculo para
avaliar a real eficácia do tratamento. Alguns ensaios 8. Timm K, Fenacht SR, Tschamer CV et al. Alopecia areata in
Eringer cows. Veterinary Dermatology. 2010; 21, 545–553.
foram restritos a pacientes com formas graves e re-
calcitrantes da doença, os quais são, geralmente, 9. Tobin DJ, Gardner PBL; Dunston SM et al. Cutaneous Biolo-
mais resistentes ao tratamento (6,2). gy - A natural canine homologue of alopecia areata in hu-
mans.British Journal of Dermatology 2003; 149: 938–950.

Recebido para publicação em: 19/08/2014.


Enviado para análise em: 20/08/2014.
Aceito para publicação em: 25/08/2014.
Conclusão
A alopecia areta é uma dermatite autoimune que
envolve principalmente a imunidade celular me-
diada por linfócitos CD8, que atuam sobre antíge-
nos foliculares, e cursa com alopecia em diferentes
padrões topográficos. Embora incomum em cães e
rara em gatos, acredita-se que sua real incidência
seja subestimada.
O diagnóstico é confirmado exclusivamente pela

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