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Ricardo

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Universidade Católica de Moçambique Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia Electrotécnica

Licenciatura Em Engenharia Eletrotécnica

Instalações Eléctricas

4º Ano – 1º semestre – Laboral

Projecto de Redimensionamento do PT da empresa Abilio

Antunes

Discente:

Edmundo Avelino
Manucha Milione
Afonso Ventura Guambe
Luizinho Nhongo
Ricardo Armando Junior

Docente:

Eng.º Amado Jorge Amado

Chimoio, Junho de 2022


Introdução

O dimensionamento das canalizações eléctricas, incluindo a respectiva protecção, baseia-se em


preceitos regulamentares relativamente simples, aos quais se juntam as condições físicas e
técnicas do sistema e as características da aparelhagem de protecção. Com excepção das leis
físicas e de alguns princípios técnicos fundamentais, toda esta envolvente é regularmente revista,
sendo, portanto, mais importante dominar os princípios gerais, e conseguir aplicá-los em novas
situações, do que conhecer algumas "receitas", eficazes num determinado momento, mas que o
tempo se encarregará de tornar obsoletas.

Neste texto, abordam-se os aspectos fundamentais do problema e fornecem-se os dados


regulamentares e técnicos actualmente em vigor, de forma relativamente sucinta, ou seja, não
fica dispensada a leitura dos regulamentos aplicáveis, para completo esclarecimento das
condições de estabelecimento em projecto.
Objectivos

Objectivos gerais

 Aumentar a capacidade de fornecimento de energia elétrica do Posto de Transformação


da empresa.
 Melhorar a confiabilidade e a qualidade do fornecimento de energia elétrica nas
instalações da empresa.
 Atender ao aumento da demanda de energia elétrica da empresa e garantir a
disponibilidade de energia para futuros crescimentos e expansões.

Objectivos específicos

 Realizar um levantamento detalhado da carga atual do Posto de Transformação da


empresa e projetar a demanda futura de energia com base nas necessidades e planos de
crescimento da empresa.
 Avaliar a capacidade atual do Posto de Transformação e identificar as limitações
existentes que possam estar afetando o fornecimento adequado de energia.
 Dimensionar e instalar novos transformadores de potência para aumentar a capacidade de
carga do Posto de Transformação, de acordo com as necessidades da empresa.
MEMÓRIA DESCRITIVA

Alimentação do poste de transformação

O fornecimento de energia eléctrica à nossa unidade fabril será efectuado em média tensão a
22kV/415V pela Electricidade de Moçambique, através de uma derivação directa da linha de
média tensão a partir do ramal existente da rede de média tensão (MT) da subestação de Chibata.
O projecto prevê a instalação de um posto de transformação de alvenaria com medição na média
tensão. Para garantir uma certa redundância no fornecimento de energia eléctrica ao
empreendimento, dependendo das características da rede local, poderá ser necessária a inclusão
de um anel na alimentação do nosso poste de transformação.

Normas e regulamentos

O presente Projecto de infraestruturas está elaborado de acordo com os regulamentos de


Moçambique em vigor, nomeadamente o Regulamento de Segurança de Subestações e Postos de
Transformação e de Seccionamento e o Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de
Energia Eléctrica em Baixa Tensão, decreto regulamentar nº 90/84, de 26 de Dezembro.

Todos os equipamentos, materiais e aparelhagem devem ser fornecidos e instalados de acordo


com:

 As presentes especificações técnicas gerais e especiais;


 A descrição das instalações e trabalhos;
 As notas de montagem, recomendações dos fornecedores respeitantes à instalação ou
manutenção dos equipamentos eléctricos, os quais serão considerados como fazendo
parte da presente especificação;
 Duma forma geral, a todas as normas, decretos e regulamentos de Moçambique e na
ausência destes, as normas ou recomendações internacionais;
 Normas e recomendações do Distribuidor Público de Energia Local.
Instalação

Rede de Média Tensão

A alimentação de energia ao nosso poste de transformação será efectuada por um ramal


Subterrâneo desde uma derivação numa linha aérea à tensão nominal de 22kV, da rede pública
de média tensão da Concessionária de Energia - EDM.

Para encaminhamento do ramal de MT até ao nosso poste de transformação, será prevista uma
infra-estrutura constituída por 2 tubos PVC Ø 160 mm, 6 Kgf/cm² no exterior, enterrados no solo
à profundidade mínima de 1,00m, intercalados por caixas de visita nas mudanças de direcção ou
próximo dos edifícios, de forma a facilitar os trabalhos de enfiamento dos cabos eléctricos.

Terra de protecção

Serão ligados à terra de protecção os elementos metálicos da instalação que normalmente não
estão em tensão, mas que poderão eventualmente estar, devido a avarias ou circunstâncias
externas (defeito de isolamento).

As celas disporão de uma barra de cobre que as interligará, constituindo o colector de terra de
protecção. O circuito de terra de protecção será constituído por uma barra de cobre á qual todos
os elementos metálicos serão ligados.

Terra de serviço

Ligar-se-ão à terra de serviço o neutro do transformador, como se indica no capítulo Peças


desenhadas deste projecto.

Terras interiores

A terra no interior do Posto terá como missão pôr em continuidade eléctrica todos os elementos
que estão ligados à terra exterior. Próximo da saída do edifício e dentro deste existirá uma
ligação amovível que permita efectuar a medição das resistências de terra dos eléctrodos.
Segurança de pessoas e bens

Todas as partes metálicas, massas das lâmpadas, armaduras e parafusos dos equipamentos de
potência e de uso geral que podem, acidentalmente, estar em contacto com as superfícies
condutoras de energia deverão ser convenientemente aterradas.

Os eléctrodos deverão ser de aço galvanizado, cobre ou aço cobreado em forma de placas, barras
ou tubos. Elementos metálicos simplesmente mergulhados em água não podem ser usados com
eléctrodos de terra. Os elementos metálicos que servem como eléctrodos de terra deverão ser
enterrados em lugares o mais húmidos possível, de preferência em solo arável, fora das zonas de
passagem e a uma distância considerável de depósitos de substâncias corrosivas que,
eventualmente, se possam infiltrar no solo.

Os eléctrodos deverão ser colocados verticalmente de modo a que se verifique uma diferença de
0,80 metros do topo do eléctrodo à superfície do terreno. A superfície de contacto do eléctrodo
com o solo, qualquer que seja o metal de fabrico, não deverá ser menor do que 2 metros, assim:

 Se forem usados na forma de placas, deverão ser cobre ou aço galvanizado de 2 ou 3


milímetros.
 Se forem na forma de barra deverão ter 15 milímetros de diâmetro exterior r 1 metro de
comprimento.
 Se forem usados tubos de cobre ou aço galvanizado, deverão ter 25 milímetros de
diâmetro exterior, 3 milímetros de espessura da parede e 3 metros de comprimento.

Para informações adicionais ver as Especificações Técnicas – Sistemas de Terra.


Dimensionamento

Conceitos fundamentais

O objectivo fundamental do dimensionamento e protecção de canalizações é a determinação da


secção do cabo a instalar e do calibre da protecção respectiva, da forma mais económica
possível, satisfazendo as condições técnicas e regulamentares aplicáveis. Neste texto, não se
discutem as razões que poderão levar a escolher um determinado tipo de cabo (estudadas noutra
ocasião), supondo-se, portanto, conhecido o material condutor e o isolante. Também se supõem
já determinadas as condições de montagem, pelo menos nos seus aspectos essenciais.

Definições

Os valores fundamentais envolvidos são os seguintes:

 Is: corrente de serviço (A)


 Iz: corrente máxima admissível na canalização (A)
 In: calibre da protecção (A)
 If: corrente convencional de funcionamento da protecção (A)
 Δ|U|: queda de tensão (ponto mais desfavorável) (V)
 ε.Uns: queda de tensão máxima admissível (V)

Recorde-se que o valor de Is é calculado em função da carga prevista para a canalização, Iz


depende da secção e das condições de instalação do cabo e In e If são características da
protecção escolhida. Finalmente, a queda de tensão máxima é imposta por condições
regulamentares ou por necessidades técnicas mais restritivas.

Condições técnicas

De forma geral, as condições a verificar pelo conjunto cabo/protecção são as listadas a seguir. O
desenvolvimento será feito mais adiante.

 Is ≤ Iz condição de aquecimento
 Δ|U| ≤ ε.|Uns| condição de queda de tensão
 Protecção contra sobreintensidades (sobrecargas e curto-circuitos)
O valor de ε a usar depende da exigência da qualidade de serviço, sendo valores típicos 8%
(redes rurais) e 5% (redes urbanas). Em casos especiais, podem ser impostas restrições
adicionais, salientando-se o mínimo de 10 mm2 nas colunas montantes e de 4 mm2 nas entradas.
Como se disse, haverá sempre que confirmar no regulamento quais as condições particulares de
estabelecimento eventualmente aplicáveis.

Aspectos económicos

Tradicionalmente, a secção escolhida é a menor de todas aquelas que satisfazem as condições


regulamentares (incluindo a existência de uma protecção adequada), uma vez que corresponde ao
menor investimento. O aumento do custo da energia eléctrica, no entanto, fez subir os custos de
exploração (perdas Joule) para valores que podem pôr em causa esse princípio, levando a
escolher uma secção maior (e, portanto, mais cara) porque provoca menos perdas. Essa questão é
analisada na última secção do texto.

Levantamento de Carga

Equipamento/Área Potência (kVA)


Iluminação 80
Tomadas 30
Ar condicionado 80
Máquinas industriais 700
Total 890

Correntes nominais e correntes de curto-circuito

No caso geral de alimentação de uma carga absorvendo a potência aparente S à tensão nominal
composta Unc, é conhecido que a corrente de serviço é dada por:

S 200
I 1= = =5.24 A
√ 3 ×U √ 3× 22
S 200
I 2= = =278.24 A
√3 ×U √ 3× 0.415
Por se tratarem de transformadores idênticos as correntes para calibre dos disjuntores serão as
mesmas.

Corrente máxima admissível

O valor de Iz obtém-se de tabelas fornecidas pelos fabricantes de cabos eléctricos, sendo


eventualmente afectado por um ou mais factores de correcção para a situação de montagem e
condições locais. Os factores usualmente fornecidos pelos fabricantes referem-se às correcções
seguintes:

 Cabos enterrados, em grupos;


 Cabos instalados ao ar, em grupos;
 Temperatura ambiente;
 Resistividade térmica do terreno.

Todos os factores são multiplicativos, tomando o valor 1 para a situação de referência. Saliente-
se que o valor de Iz a considerar no exercício de dimensionamento e protecção é o que se
obtém depois de aplicados todos os factores.

Terra de Protecção

Um sistema de aterramento é um conjunto de condutores enterrados, cujo objectivo é realizar o


contacto entre o circuito e o solo com a menor impedância possível. Os sistemas mais comuns
são hastes cravadas verticalmente, condutores horizontais ou um conjunto de ambos.

Para k = 0.1045 teremos aproximadamente 16Ω, segundo a tabela de resistências de terra para
hastes em paralelo que será mostrada no anexo 2.
Conclusão

O dimensionamento do transformador de um posto de transformação e das respectivas


protecções atestam bem o carácter sistémico deste tipo de projecto. De facto, o
dimensionamento de uns componentes está subordinado às características de outros, sendo
essencial que exista uma boa coordenação destes dimensionamentos de modo a que o bom
funcionamento do posto de transformação esteja garantido, tanto em regime normal como em
regime excepcional.

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