Alessandro Erivelton - A Bíblia Contada em Verso e Prosa
Alessandro Erivelton - A Bíblia Contada em Verso e Prosa
Alessandro Erivelton - A Bíblia Contada em Verso e Prosa
1. ADÃO
A história de Adão e sua família deixa algumas lições
importantes para aqueles que desejam servir a Deus com
sinceridade.
A ordem divina dada a Adão era clara: de todas as árvores que
estavam no Éden poderiam comer, com exceção da árvore da
ciência do bem e do mal. Você já parou para pensar que todas as
espécies de árvores frutíferas estavam naquele Jardim? Todas as
espécies de frutos que você já comeu, aquelas de que já ouviu falar
e tantas outras que sequer sabemos que existem estavam lá. E só
havia uma delas que não lhes era permitido comer.
O convite da serpente para a desobediência do casal foi
apresentado com dois atrativos: a garantia de que a Palavra do
Eterno não se cumpriria (“certamente não morrereis”) e a promessa
de que estariam em condição de igualdade para com o Criador
(“sereis como Deus”).
O casal creu na voz da mentira e comeu daquela árvore. Agora
o pecado entrava na história da humanidade.
“Mal acabaram de comer, ficaram conscientes da nudez em que
estavam, e se encheram de vergonha. Então juntaram folhas de figueira e
fizeram aventais para se cobrir. Na tarde desse mesmo dia, ouviram o som
produzido pelo Senhor Deus que passeava no jardim no frescor do dia. Os
dois ficaram escondidos entre as árvores. O Senhor Deus chamou Adão: "Por
que você se escondeu?” (Gênesis 3: 7-9)
Apesar do pecado e da tentativa do casal de se esconder do
Senhor, vemos o cuidado do Eterno com sua criatura. Deus realiza o
primeiro sacrifício de animais para vestir o casal, já apontando para
o próprio sacrifício de Jesus Cristo.
A primeira família da Terra cresceu com o nascimento de Caim
e Abel. Os irmãos cresceram e cada um apresentou a Deus uma
oferta ao Criador. Segundo a tradição judaica, o agricultor Caim não
ofereceu ao Eterno os melhores frutos da terra, ao passo que o
pastor Abel apresentou ao Senhor os melhores animais de seu
rebanho.
“Foi pela fé que Abel obedeceu a Deus e trouxe uma oferta que agradou
a Ele mais do que a oferta de Caim. Deus aceitou Abel e deu prova disso
aceitando a sua dádiva; e embora Abel esteja morto há muito tempo, nós
ainda podemos aprender lições dele sobre a confiança em Deus.” (Hebreus
11:4)
Caim fica furioso por não ter sua oferta aceita e mata seu
próprio irmão. A primeira família do mundo experimentava as
trágicas consequências do pecado que se espalharia pelos quatro
cantos da Terra.
CAMINHANDO COM DEUS
“Também Enoque confiou em Deus e foi por isso que Deus o levou para
o céu sem ele morrer; subitamente ele desapareceu, porque Deus o levou.
Porque antes que isso acontecesse Deus tinha dito como Ele se havia
agradado de Enoque.” (Hebreus 11:5)
2. ENOQUE
Apesar de pouco conhecida pela maioria dos cristãos, a história
de Enoque pode ser uma fonte de inspiração para todos os que
buscam uma vida marcada pela intimidade com Deus.
Segundo a tradição judaica, Enoque – cujo nome significa
“instrutor” – dedicou boa parte de seus anos a ensinar aos seus
contemporâneos os caminhos do Senhor, sendo o primeiro profeta
sobre a face da Terra.
“Enoque, que viveu há muito tempo, e pouco depois de Adão, sabia a
respeito desses homens e sobre eles disse o seguinte: Eis que o Senhor virá,
acompanhado de milhões dos seus santos. Ele trará a juízo diante dele todas
as pessoas do mundo, para receberem o justo castigo, e provará as coisas
terríveis que fizeram em rebelião contra Deus, e revelará tudo o que eles
disseram contra Ele”. (Judas 14,15)
Embora vivesse em uma época marcada pela contínua
depravação da raça humana, Enoque andou com Deus. Significa
que a instrução do Senhor a e constante presença do Eterno
representavam seu maior prazer.
É interessante lembrar que, mesmo após o pecado original,
Deus sempre esteve disposto a manter um relacionamento com a
humanidade. Mas o homem se afastou do Criador, entregando-se
aos desejos maus de seu próprio coração.
O Eterno amava tanto a Enoque e tinha tanto prazer nele que o
arrebatou. De acordo com a tradição judaica, ele teria sido
arrebatado ao céu acompanhado de cavalos e carruagens de fogo.
“Também Enoque confiou em Deus e foi por isso que Deus o levou para
o céu sem ele morrer; subitamente ele desapareceu, porque Deus o levou.
Porque antes que isso acontecesse Deus tinha dito como Ele se havia
agradado de Enoque.” (Hebreus 11:5)
Que possamos andar com Deus até que um dia vivamos para
sempre em Sua presença.
UMA FÉ À PROVA D’ÁGUA
“Noé foi outro que confiou em Deus. Quando ouviu o aviso de Deus
acerca do futuro, Noé creu nele, muito embora não houvesse então nenhum
sinal de dilúvio, e sem perda de tempo construiu a arca e salvou a família. A
crença de Noé em Deus estava em contraste direto com o pecado e a
incredulidade do resto do mundo - que se recusava a obedecer - e por causa
da sua fé ele tornou-se um daqueles que Deus aceitou.” (Hebreus 11:7)
3. NOÉ
O pecado se espalhou rapidamente sobre a Terra, a tal ponto
que o Eterno declara ter se arrependido de Sua criação. A
humanidade seria completamente destruída, porém Noé achou
graças aos olhos do Senhor.
Pense bem: por que o Eterno não arrebatou a Noé (como fizera
com Enoque) e destruiu toda a criação de uma vez? Porque em Noé
toda a humanidade estava recebendo uma segunda chance, uma
nova oportunidade de viver segundo o propósito de Deus.
Mas o plano da salvação divina incluía a participação humana.
Segundo a tradição judaica, Noé e Matusalém – filho de Enoque –
exortaram durante 120 anos os homens a se arrependerem de seus
pecados. A humanidade não creu na mensagem.
Após a morte de Matusalém, Noé foi encarregado de construir
uma Arca com aproximadamente 150 metros de cumprimento para
conservar em vida a criação. Após cinco anos de trabalho
incessante, a Arca da Salvação estava pronta e as chuvas
torrenciais enviadas pelo Todo-Poderoso varreram toda a vida de
sobre a face da Terra.
“Noé foi outro que confiou em Deus. Quando ouviu o aviso de Deus acerca do
futuro, Noé creu nele, muito embora não houvesse então nenhum sinal de
dilúvio, e sem perda de tempo construiu a arca e salvou a família. A crença de
Noé em Deus estava em contraste direto com o pecado e a incredulidade do
resto do mundo - que se recusava a obedecer - e por causa da sua fé ele
tornou-se um daqueles que Deus aceitou.” (Hebreus 11:7)
Além da fé, a grande obediência de Noé chama a atenção. O
processo de construção da Arca seguiu instruções minuciosas
dadas pelo próprio Deus. Tudo foi feito exatamente como havia sido
ordenado. Quando as obras de nossas mãos são dirigidas pelas
orientações divinas, certamente resistem às maiores adversidades
impostas pela vida.
As águas minguaram, o dilúvio que exterminou aqueles que se
entregaram a uma vida de pecado agora era passado e Noé foi
constituído pelo Eterno Deus como o herdeiro de toda Terra. E a
humanidade recebia através de Noé a oportunidade de reescrever
sua história de um jeito diferente.
A PACIÊNCIA DOS SANTOS
4. JÓ
Na mesma terra em que nasceu Abraão, viveu o piedoso Jó.
Era patriarca de uma grande família e homem de grande
prosperidade, sendo o mais rico de todo o Oriente em seus dias.
Segundo as tradições judaicas, o relato de sua história – ou seja, o
“livro de Jó” – foi escrito por Moisés.
Acerca de sua integridade, o próprio Senhor do Universo deu
testemunho, declarando que “não há homem igual a ele em toda a
terra, tão sincero e justo, obediente a Deus e cuidadoso para não
cometer pecado” (Jó 1:8). Apesar disso, o Criador permitiu que
satanás afligisse a Jó.
Mesmo após perder toda sua riqueza e receber a notícia da
morte de seus dez filhos em um único dia, o servo de Deus
permaneceu fiel e temente ao Eterno. Sendo afligido por uma
doença terrível que fez com que seu corpo fosse coberto com
chagas desde a planta do pé até a cabeça, ainda assim Jó reteve
sua fidelidade ao Senhor.
Em seu sofrimento, Jó amaldiçoou o dia em que nasceu (Jó
3:3) e o Senhor o ouviu, pois até hoje nada se sabe sobre sua
origem. Sabendo de seu estado, três amigos o foram visitar para
confortá-lo.
“Quando os três viram Jó, de longe, não reconheceram seu amigo, de
tão mudado que estava. Cheios de tristeza, rasgaram suas roupas e,
chorando bem alto, jogaram poeira para cima. Durante os sete dias seguintes,
os três se sentaram junto com Jó, sobre a cinza, sem dizer uma única palavra,
porque viram que a dor de Jó era grande demais e falar não ajudaria em
nada.” (Jó 2:12,13)
Mesmo quando as riquezas se foram, três amigos ainda
estavam dispostos a permanecer a seu lado. Apesar disso, estes
homens não compreendiam os planos de Deus e pensavam que os
sofrimentos pelos quais Jó passava fossem consequência do
castigo divino por algum pecado.
O temente Jó, que no passado “ensinou pessoas que estavam
sofrendo a confiar em Deus” (Jó 4:3), desiste de se justificar diante
do Criador e de seus próprios amigos. Assim como orava por seus
filhos quando ainda viviam, agora intercede diante do Senhor pelos
seus amigos.
“Assim que Jó orou por seus amigos, o Senhor começou a devolver a ele
sua antiga riqueza. Na verdade, Deus deu a Jó duas vezes mais do que ele
tinha antes!” (Jó 42:10)
Há coisas difíceis de entender e para as quais nunca teremos
respostas. Jó nunca recebeu do Senhor uma justificativa pelas
aflições que o assolaram, mas a história de sua vida será sempre
lembrada pela sua perseverança em caminhar em justiça e
santidade diante do Criador dos Céus e Terra (Ezequiel 14:20).
AMIGO DE DEUS
5. ABRAÃO
Segundo a tradição judaica, embora fosse filho de Terah – um
dos príncipes mais honrados do rei Ninrode – Abrão passou os
primeiros anos de sua vida na casa de Noé, onde foi instruído sobre
os ensinamentos do Eterno.
Ainda de acordo com a tradição judaica, ao completar 50 anos
de idade, Abrão se despede de Noé e volta para a casa de seu pai
Terah. Chegando lá, percebeu que sua casa estava completamente
entregue à idolatria. Abrão destrói os ídolos de seu pai e, por essa
causa, é entregue ao rei que o condena a ser morto queimado em
uma grande fornalha.
Conta a tradição judaica que Abrão, após ser lançado na
fornalha, não sofreu dano algum. Espantados com o livramento de
Abrão, o rei e seus príncipes pediram que ele saísse da fornalha e o
deixam ir em paz. Antes de ir, recebeu presentes de ouro e prata e
um servo chamado Eliézer.
Alguns anos mais tarde, o Eterno aparece a Abrão e lhe ordena
que deixe a casa de seu pai Terah. Abrão se vai rumo a Canaã aos
75 anos, mas leva consigo seu sobrinho Ló, o que não havia sido
ordenado por Deus.
Passado algum tempo, a terra de Canaã estava assolada pela
fome, de tal forma que Abrão e sua família foram peregrinar no
Egito. Pensando ser irmã de Abrão, o rei do Egito ordena que Sarai
lhe seja tomada como mulher. Um anjo do Senhor aparece a faraó
e, ao saber que Sarai era, na verdade, mulher de Abrão,
prontamente a restitui a seu marido, dando-lhe uma escrava egípcia
chamada Hagar como presente.
Voltando a Canaã, Abrão e Ló finalmente se separam. Quando
seu sobrinho é levado de Sodoma cativo por um grande exército,
Abrão reúne os homens que tinha em sua casa e vence em batalha
aos exércitos de quatro reis, resgatando a Ló. Retornando da
guerra, é abençoado pelo rei de Salém e sacerdote Melquisedeque
(uma figura que representava o sacerdócio eterno de Cristo).
Após estarem em Canaã a dez anos, Sarai decide entregar sua
serva Hagar a Abrão para que tivesse filho por meio dela. Após o
nascimento do filho da escrava (Ismael), Sarai atormenta sua
escrava, que decide fugir de sua senhora, mas, por ordem de Deus,
regressa a casa de Abrão.
Quando o menino Ismael já tinha 13 anos, o Eterno anuncia a
Abrão que sua esposa Sarai lhe dará um filho. O Senhor muda-lhes
então os nomes para Abraão e Sara e, um ano depois, nasce
Isaque, o filho da promessa divina.
Assim como lhe havia sido dito pelo Altíssimo, Abraão não só
foi o patriarca de uma grande nação, como, pela fé, nele foram
benditas – em todas as gerações vindouras – todas as famílias da
Terra.
“Abraão teve a mesma experiência. Deus o declarou digno do céu, só
porque ele creu nas promessas divinas. Daí se pode ver que os verdadeiros
filhos de Abraão são todos os homens de fé que realmente confiam em Deus.
E ainda mais: as Escrituras previram este tempo quando Deus salvaria
também os gentios mediante a sua fé. Deus falou a esse respeito há Abraão
muito tempo atrás quando disse: Eu abençoarei aqueles que, em todas as
nações, confiarem em mim como você. E assim acontece: todos aqueles que
confiam em Cristo participam da mesma bênção que Abraão recebeu.”
(Gálatas 3:6-9)
LUZ NAS TREVAS
6. LÓ
Sobrinho de Abraão, Ló deixa a terra em que vivia e parte
juntamente com seu tio para Canaã. Após peregrinarem no Egito
por causa da fome que assolava os cananeus, regressam para
Canaã. Como possuíam muitos gados e ovelhas, houve forte
discussão entre os pastores de Abraão e Ló, pois a terra em que
viviam não era grande o bastante para os animais que possuíam.
Desta forma, decidem se separar. Abraão permanece em
Canaã, enquanto Ló vai para fértil planície do rio Jordão, na cidade
de Sodoma.
Passado algum tempo em que vivia em Sodoma, houve uma
intensa guerra na qual as cidades de Sodoma e Gomorra caíram
nas mãos de um poderoso exército de 800 mil homens. Sendo Ló e
sua família levados cativos, Abraão deixa Hebrom com apenas 318
homens e resgata seu sobrinho Ló e tudo o que tinha.
Segundo a tradição judaica, a crueldade dos habitantes de
Sodoma e Gomorra era tanta que Deus decidiu destruir
completamente a estas cidades. O Eterno envia dois anjos à noite e
anuncia a Ló que destruiria aquelas cidades e o ordena que saia
imediatamente. Ló ainda anunciou o plano de Deus aos noivos de
suas filhas, mas eles não creram que o Altíssimo destruiria a cidade.
Pela manhã, os anjos ordenam a Ló que se apresse para sair
da cidade para que não fosse exterminado com os ímpios. Mas Ló
não se apressou e, pela misericórdia divina, foi retirado à força da
cidade pelos próprios anjos.
“Quando já estavam fora da cidade, um dos anjos disse: "Fujam! Corram
sem parar, e sem olhar para trás. Não fiquem no vale. Vão para as montanhas
e só parem quando chegarem lá. Só assim escaparão com vida!” (Gênesis
19:17)
Ló retrucou. Pediu aos anjos que lhe deixasse ir para a cidade
vizinha chamada Zoar, que foi poupada da destruição por causa de
Ló e sua família. Assim, foi-se para esta pequena cidade.
Quando entraram em Zoar, Deus fez chover fogo e enxofre dos
céus e destruiu completamente a Sodoma e Gomorra. A mulher de
Ló, contudo, olhou para trás e ficou convertida em uma estátua de
sal.
Quantas lições a vida de Ló nos deixou. Assim como em seus
tempos, vivemos em um mundo dominado pela maldade. Como os
futuros genros de Ló, muitos não creem no castigo divino. Cabe a
nós deixar a vida de pecado apressadamente e nunca olhar para
trás.
Ló e suas filhas deixaram a cidade de Zoar – com medo da
impiedade de seus habitantes – e foram habitar nas montanhas,
como o Senhor havia ordenado. Lá, suas filhas embriagaram o
próprio pai e se relacionaram com ele. Dos filhos que Ló teve com
as próprias filhas descenderam os moabitas e amonitas, grandes
inimigos do povo de Israel ao longo da história.
O FILHO DA PROMESSA
“Quando Jacó nasceu, lutou com seu irmão. Quando já era homem feito,
chegou a lutar com Deus. Sim, lutou com o Anjo e levou vantagem. Chorou e
implorou uma bênção para si. Ele se encontrou com Deus, frente a frente, em
Betel. Lá Deus falou a Jacó, nosso Pai.” (Oséias 12:3,4)
8. JACÓ
Após uma juventude marcada pelas incessantes disputas com
seu irmão Esaú, os planos de Deus começam a se cumprir na vida
de Jacó. Após enganar a Isaque e ao irmão Esaú, recebendo a
bênção destinada ao primogênito, foi aconselhado por seu pai a
deixar a terra de Canaã e peregrinar em Haran, fugindo da ira de
seu irmão Esaú.
Durante 20 anos serviu a seu sogro Labão em Haran, casando-
se com Leia e Raquel (a quem amava). Após formar uma grande
família e enriquecer na terra de suas peregrinações, Jacó obedece a
ordem divina e decide regressar a casa de sua pai Isaque.
Ao perceber que Jacó havia ido rumo a Canaã, Labão reúne
uma multidão e persegue a Jacó. Quando o grupo de Labão se
aproximava de Jacó, o Eterno aparece a Labão e o adverte a não
atacar a Jacó e sua família.
Segundo a tradição judaica, Labão envia alguns homens a
Esaú e lhe informa de que seu irmão Jacó está regressando a
Canaã. Esaú forma um pequeno exército de 400 homens armados e
sai das montanhas de Seir para destruir a Jacó. A notícia chega a
Canaã e Rebeca envia mensageiros a Jacó, avisando-lhe das
intenções de seu irmão.
Ainda conforme a tradição judaica, o Eterno enviou anjos que
foram ao encontro de Esaú e dos homens que com ele estavam.
Apresentaram-se como servos de Jacó e a aparência deles era
como de um poderoso exército. Esaú e seus homens ficaram
atemorizados e, pensando que realmente havia um poderoso
exército a serviço de Jacó, desistiram de enfrentá-lo.
Antes de encontrar-se com seu irmão Esaú, Jacó se vê sozinho
no vale de Jaboque e enfrenta em batalha um Anjo do Senhor,
lutando durante toda a noite. Nessa ocasião, tem seu nome mudado
para ISRAEL.
“Quando Jacó nasceu, lutou com seu irmão. Quando já era homem feito,
chegou a lutar com Deus. Sim, lutou com o Anjo e levou vantagem. Chorou e
implorou uma bênção para si. Ele se encontrou com Deus, frente a frente, em
Betel. Lá Deus falou a Jacó, nosso pai.” (Oseias 12:3,4)
Após rever seu irmão, regressa finalmente para Canaã,
enquanto Esaú volta com os seus homens para as montanhas de
Seir. De acordo com a tradição judaica, desde o incidente em que a
filha de Jacó foi violentada por Siquém, os filhos de Jacó estiveram
constantemente em conflitos contra os cananeus, derrotando vários
de seus reis em batalha.
Já em sua velhice, Jacó deixa a terra de Canaã que mais uma
vez havia sido assolada por uma grave fome e se muda para o
Egito, onde passa os últimos dias de sua vida junto a seu amado
filho José, governador do Egito.
OS SONHOS DE DEUS
9. JOSÉ
Sendo filho da velhice do patriarca Jacó, o moço José era mais
amado por seu pai do que seus irmãos. Ainda jovem, contou um
sonho a seu pai e irmãos no qual era possível entender que José
reinaria sobre toda sua casa.
Enviado pelo pai aos irmãos no deserto, foi vítima de uma
grande emboscada armada pelos próprios irmãos e vendido como
escravo para uma caravana de mercadores ismaelitas – isto é,
descendentes de Ismael, irmão de Isaque.
Chegando ao Egito, foi vendido a um oficial de faraó chamado
Potifar, comandante da guarda real. Desde a chegada de José
àquele lugar, Deus abençoou a casa do egípcio por amor a José, de
sorte que em pouco tempo seu senhor o fez administrador de tudo o
que possuía.
A mulher de Potifar se apaixonou por José, mas ele a rechaçou.
Segundo a tradição judaica, aproveitando-se que todos os
moradores da casa estavam fora por conta das festividades da
cheia do rio Nilo, a mulher tentou forçar José a se relacionar com
ela, mas o moço correu, ficando parte de sua capa em poder da
mulher de Potifar.
Acusado pela mulher diante de seu marido de tentar forçá-la a
um relacionamento, foi preso injustamente pelo comandante da
guarda. Mas, assim como na casa de seu senhor, o Eterno também
abençoou a José na prisão e em pouco tempo ele foi incumbido pelo
chefe dos carcereiros de cuidar dos demais prisioneiros. Apesar
disso, parecia que a vida de José seria uma sucessão de
fracassos...
Enquanto estava na prisão, o jovem sonhador interpretou o
sonho de dois servidores de faraó que estavam presos. Dois anos
mais tarde, o rei do Egito tem um sonho perturbador e nenhum de
seus sábios é capaz de lhe dar a interpretação. O copeiro de faraó –
que era um dos presos que teve seu sonho interpretado por José –
fala ao rei de José. A história do sonhador está para mudar...
José é trazido a presença de faraó, ouve seus sonhos e –
orientado por Deus – revela seus significados ao rei do Egito. Diante
do cenário de fome que lhe havia sido revelado, faraó faz de José
senhor sobre todo o Egito com a missão de governar a nação e
preparar o país para os anos de fome que estavam por vir.
Com a chegada dos anos de fome, não só os egípcios como
também homens de todos os lugares vinham ao Egito comprar
alimento. Assim vieram de Canaã os irmãos de José, que não
apenas os perdoou por todo o sofrimento que lhe causaram, como
trouxe a seu pai Jacó e toda sua família para viverem com fartura de
pão no Egito.
José deu todo apoio ao pai e aos irmãos para se estabelecerem no
Egito. E como Faraó tinha mandado, deu a eles escritura de posse da melhor
parte da região de Gósen - também chamada Terra de Ramessés. José
garantiu o sustento de Jacó e de toda a família dele. Não descuidou de
nenhum dos filhos e netos de Israel. (Gênesis 47:11,12)
Pouco antes de morrer, José anuncia aos irmãos que o Senhor
os visitaria no Egito e os levaria de volta a Canaã, fazendo-os
prometer que levariam seus ossos para a terra prometida pelo
Senhor a Abraão, Isaque e Jacó.
LIBERTADOR
10. MOISÉS
Alguns anos após a morte de José, surge um novo rei no Egito
que decide perseguir os descendentes de Jacó. Os israelitas são
então forçados a trabalhar como escravos para faraó. O Deus
Eterno vê a aflição da semente de Abraão e levanta dentre os
hebreus um libertador.
Salvo da morte iminente a que estava condenado pelo decreto
do rei do Egito, o menino Moisés foi criado justamente no palácio
real pela filha de faraó. Vendo um egípcio maltratando um hebreu,
Moisés ataca o oficial egípcio e o mata, fugindo em seguida.
Foi-se então para a terra dos midianitas, e cuidava dos
rebanhos de seu sogro Jetro (Reuel). Em uma das vezes que
apascentava o rebanho, próximo ao monte Horebe, recebe o
chamado de Deus para liderar a libertação dos filhos de Israel do
Egito. Mais uma vez, o plano da salvação divina contava com a
participação do homem. O Eterno envia Moisés de volta ao Egito e,
ali mesmo, conta-lhe detalhes de como será sua jornada.
“Bem sei que o rei do Egito não deixará que saiam, a não ser que, sofra
uma pressão muito forte. Eu mesmo farei essa pressão! Vou destruir o Egito
com meus milagres, e só depois o rei acabará cedendo. Quando acontecer
isso, vou fazer com que os egípcios fiquem gostando dos israelitas e lhes
deem muitos presentes. Assim vocês não sairão de mãos vazias.” (Êxodo
3:19-21)
E como Deus havia predito, assim aconteceu. O coração de
faraó se mostrou endurecido, o Egito foi assolado pelas pragas
enviadas pelo Senhor e, por fim, o exército egípcio pereceu no mar
Vermelho, enquanto os filhos de Israel o atravessaram em seco.
Assim começava uma longa jornada de 40 anos pelo deserto...
Poucos dias após atravessarem o mar Vermelho, o povo já
estava murmurando contra Deus e seu profeta Moisés. Após se
queixarem das águas amargas, Moisés orou ao Senhor, que
converteu as águas amargas em doce. Poucos dias depois, novas
murmurações: “Ali também os membros da assembleia de Israel fizeram
amargas queixas a Moisés e Arão. Que bom se estivéssemos no Egito!
‘choramingaram’. Era melhor que o Senhor nos tivesse matado lá! Pelo
menos tínhamos carne e pão com fartura. Mas vocês nos trouxeram a este
deserto para matar toda esta gente de fome!” (Êxodo 16:2,3)
O Eterno ouviu as murmurações dos hebreus e lhes fez chover
maná, o pão do céu. Moisés é chamado por Deus ao monte Sinai e
ali permanece por 40 dias até receber as tábuas com a Lei, escritas
pelo próprio dedo de Deus. Antes de descer do Sinai, o profeta
ainda intercede ao Senhor, pedindo ao Altíssimo que perdoe a
idolatria do povo pela fundição do bezerro de ouro.
Moisés rogou e o Santo de Israel lhe mostrou Sua glória. A
intimidade do profeta com Deus era tanta que até a pele de seu
rosto resplandecia pela presença da glória do Senhor. Durante a
longa jornada, Deus fez com que toda aquela geração murmuradora
caísse no deserto, preservando em vida apenas a Josué e Calebe.
Antes se sua morte, o velho Moisés abençoou a cada uma das
tribos de Israel. Em seguida subiu ao monte para avistar a terra
prometida pelo Todo-Poderoso a Abraão, Isaque e Jacó, morrendo
ali.
“Nunca mais apareceu nenhum profeta como Moisés - pois o
Senhor falava com ele face a face.” (Deuteronômio 34:10)
CONQUISTANDO PELA FÉ
“Foi um dia marcante para Josué! O Senhor Deus fez com que o povo
reconhecesse o valor de Josué. E o povo passou a respeitar Josué como
tinha respeitado Moisés, e não só naquele dia, mas durante toda a vida dele!”
(Josué 4:14)
11. JOSUÉ
Após a morte de Moisés, Josué é escolhido pelo próprio Deus
para liderar o povo a fim de que os filhos de Israel tomassem posse
da terra que o Senhor havia prometido a Abraão, Isaque e Jacó.
“Depois da morte de Moisés, homem que servia ao Senhor, Deus falou
ao assistente de Moisés chamado Josué, filho de Num: Agora que o meu
servo Moisés está morto, você passa a funcionar como o novo chefe do povo
de Israel. Prepare-se e guie este povo, atravessando com ele o rio Jordão e
indo à frente dele à terra prometida.” (Josué 1:1,2)
Para chegar a Canaã era necessário atravessar o rio Jordão.
Sob as ordens de Josué, os sacerdotes do Senhor levaram a Arca
da Aliança – que representava a presença do próprio Deus – à
frente do povo e o Todo-Poderoso abriu um caminho para o Seu
povo em meio às águas.
O próximo desafio seria conquistar a até então considerada
intransponível cidade de Jericó. Tratava-se de uma cidade-fortaleza
que, segundo os estudos arqueológicos do doutor John Garstang –
diretor da Escola Britânica de Arqueologia de Jerusalém – possuía
duas grandes muralhas de 10 metros de altura e que, juntas,
chegavam a incríveis 6 metros de largura.
O Eterno lançou por terra as muralhas daquela poderosa
cidade, dando vitória a Josué. Mas havia uma ordem a ser
cumprida: nesta primeira cidade – primícias de Canaã – todos os
objetos valiosos deveriam ser consagrados a Deus, sendo
guardados nos tesouros do Senhor.
Um israelita descumpriu a ordem divina e tomou para si o que
pertencia ao Eterno. Após essa estrondosa vitória sobre a poderosa
Jericó, os israelitas são vencidos em batalha por uma pequena
cidade adiante. Josué orou ao Senhor e o pecado foi revelado. Os
tesouros do Senhor estavam na tenda de Acã! Não há nada o
homem faça que não seja visto por Deus. E um dia, cedo ou tarde,
isso será trazido a juízo. O ímpio Acã e toda sua família morreram
naquele mesmo dia.
Uma das histórias mais marcantes das batalhas de Josué pela
conquista da terra prometida foi quando precisou guerrear contra
cinco reis cananeus e seus exércitos de uma só vez, pedindo ao
Eterno que parasse o tempo para que Israel vencesse seus
inimigos.
E o sol e a lua ficaram parados, até o exército de Israel terminar a
destruição dos inimigos. O Livro dos Justos faz descrição mais detalhada
deste fato. Assim o sol parou nos céus e não saiu durante quase vinte e
quatro horas. Nunca antes e nunca depois houve um dia como esse! Pois o
Senhor fez parar o sol e a lua, atendendo ao pedido de um homem! É que o
Senhor estava pelejando por Israel. (Josué 10: 13,14)
Ao longo de toda a sua jornada a frente dos filhos de Israel,
Josué venceu a mais de trinta reis cananeus, repartindo entre as 12
tribos de Israel a terra que o Eterno lhes havia dado por herança.
Pouco antes de sua morte, Josué traz a memória dos israelitas as
bênçãos recebidas de Deus e conduz toda a nação a um grande
pacto de fidelidade ao Senhor.
FÉ E OUSADIA
“Balaão tinha percebido então que o Senhor queria abençoar Israel, por
isso não foi ao encontro do Senhor como das vezes anteriores, mas olhou
para o deserto. E quando ele viu Israel acampado de acordo com a divisão
das tribos, o Espírito de Deus veio sobre ele.” (Números 24:1,2)
13. BALAÃO
Durante a jornada de Israel pelo deserto, muitos foram os
inimigos que se levantaram contra a semente de Abraão. Uma
destas figuras foi Balaão. Segundo uma antiga tradição judaica, este
Balaão – juntamente com seus filhos Janes e Jambres – era um dos
principais magos que serviram a faraó e um dos responsáveis por
fazer encantamentos diante do rei do Egito para desacreditar os
sinais realizados por Moisés.
Diante de tantos sinais e maravilhas que o Deus Todo-Poderoso
fez por toda a terra do Egito, é possível que o feiticeiro Balaão
realmente tenha se convertido ao Único e Verdadeiro Deus.
“Agora vejam! Os mágicos do Egito fizeram o que puderam com as artes
secretas deles, mas não conseguiram produzir piolhos! ‘Isto é o dedo de
Deus!’, disseram eles a Faraó. Mas o coração de Faraó continuou endurecido.
Ele teimou em não dar ouvidos a Moisés e a Arão. O Senhor tinha prevenido
que seria assim mesmo.” (Êxodo 8:18,19)
Quando os hebreus finalmente se aproximam dos termos de
Canaã, o rei Balaque fica atemorizado e manda chamar a Balaão
em uma cidade próxima ao rio Eufrates para amaldiçoar o povo de
Deus, livrando assim os moabitas das mãos de Israel.
Os primeiros mensageiros foram a Balaão com muito dinheiro
para que ele amaldiçoasse a Israel, mas o Eterno avisou ao profeta
que ele não poderia fazer isso, visto que aquele povo que saiu do
Egito e estava caminhando rumo a Canaã era abençoado pelo
próprio Deus.
Diante da primeira recusa, o rei dos moabitas envia príncipes
ainda mais honrados e maiores riquezas para que Balaão
amaldiçoasse o povo. O vidente não despediu a estes homens, mas
disse que consultaria ao Senhor. Deus já havia sido claro, mas o
amor ao dinheiro seduzia Balaão.
O Eterno permitiu que Balaão fosse com os príncipes enviados
por Balaque, mas, a caminho de Moabe, o Anjo do Senhor se
dispõe em batalha contra Balaão. Não fosse por sua jumenta – que
avistou o Anjo que se dispunha contra ele com uma espada –
Balaão não teria terminado a viagem. O Deus Eterno abre a boca da
jumenta e os olhos de Balaão...
“Então o Senhor abriu os olhos de Balaão, que viu o Anjo do Senhor na
estrada, segurando uma espada na mão, pelo que se abaixou até o chão. O
Anjo do Senhor perguntou: Por que você espancou a jumenta três vezes? Eu
vim para detê-lo porque você está caminhando para a destruição. A jumenta
me viu três vezes e se desviou de mim. Se não fosse isso eu teria certamente
matado você e deixado a jumenta com vida.” (Números 24:31-33)
Balaão chega finalmente a Moabe, mas o Senhor não permite
que qualquer maldição seja lançada sobre os filhos de Israel. Ao
invés disso, o Espírito do Senhor lhe pôs palavras em sua boca para
abençoar aos herdeiros da promessa feita aos patriarcas.
Embora tenha usado esse episódio para converter a maldição
em bênção, o Senhor claramente não aprovou a conduta deste
ganancioso “profeta”. Ao advertir a uma das sete igrejas da Ásia, o
Eterno revela a maldade do coração de Balaão com a seguinte
exortação: “Todavia eu tenho umas poucas coisas contra você. Você tolera
no seu meio alguns que procedem como fez Balaão quando ensinou Balaque
a destruir o povo de Israel envolvendo-o em pecados sexuais e estimulando-o
a ir às festas de ídolos. Sim, existem alguns desses mesmos seguidores de
Balaão entre vocês!” (Apocalipse 2:14,15)
UMA JUÍZA EM ISRAEL
14. DÉBORA
“Pouco tempo depois, os israelitas deixaram de servir ao Senhor e não
deram atenção aos milagres feitos por Ele a favor de Israel. Abandonaram o
Senhor que tinha tirado o povo de Israel do Egito! Puseram-se a servir e
adorar os ídolos dos povos que viviam ali por perto.” (Juízes 2:12)
Após a morte de Josué e toda aquela geração que foi
conduzida pelo Senhor a Canaã, surge uma nova geração de
hebreus que deixa os mandamentos e estatutos do Santo. Desta
forma, Deus permitiu que os cananeus que ainda habitavam em
Canaã afligissem aos filhos de Israel.
Vendo-se em grandes aflições durante 20 anos por causa do
jugo de opressão do rei de Canaã, a nação clamou ao Senhor por
libertação. Neste tempo, a profetisa Débora era juíza em Israel. A
juíza ordena a Baraque que reúna o povo e saia em combate ao
poderoso exército do general Sísera.
Embora tivesse medo do exército dos cananeus, o comandante
Baraque aceita o chamado e vai a batalha com a profetisa Débora.
Sob a liderança militar e espiritual de Débora, o Senhor dos
Exércitos destruiu os inimigos de Israel, conforme havia sido predito
pela profetisa.
“Disse, pois, Débora a Baraque: ‘Chegou a hora de entrar em ação! O
Senhor vai na frente! Ele já entregou Sísera a você!’ Então Baraque e os dez
mil soldados de Israel desceram do monte Tabor para a batalha. O Senhor
derrotou totalmente as forças chefiadas por Sísera, pondo em confusão os
soldados e os carros, diante de Baraque. Vendo isso, Sísera saltou do carro e
fugiu a pé.” (Juízes 4:14,15)
Fugindo de diante dos soldados de Israel, o general Sísera se
esconde na tenda de Héber (da descendência de Hobabe, cunhado
de Moisés) e Jael, mulher de Héber, usa de astúcia para matar o
temido comandante do exército dos cananeus, trazendo fim a duas
décadas de opressão do rei cananeu Jabim contra os israelitas.
Assim liderou a profetisa e juíza Débora em batalha os homens
de Israel ao triunfo contra seus opressores, marcando para sempre
seu nome na história do povo de Deus.
Então Débora e Baraque cantaram esta canção de louvor, celebrando a
grande vitória: Os chefes de Israel foram na frente; e o povo foi atrás
alegremente! Bendigam o Senhor! Ouçam, príncipes e reis, eu cantarei ao
Senhor, ao Senhor, Deus de Israel.” (Juízes 5:1-3)
O GUERREIRO ESCONDIDO
15. GIDEÃO
Antes de sua morte, Josué havia dado instruções às tribos de
Israel sobre a importância de perseverarem em sua fidelidade ao
Senhor. Apesar disso, os hebreus se contaminaram com as práticas
pagãs dos cananeus que ainda habitavam na terra.
Como consequência do pecado, Deus permitiu que os
cananeus afligissem aos filhos de Israel. A opressão dos midianitas
era tanta, que os hebreus passaram a se esconder em cavernas
com medo dos inimigos. Diante do clamor da nação, o Senhor
atentou a aflição de Seu povo.
“Pedindo Israel socorro ao Senhor, Ele respondeu por meio de um
profeta, que disse: Assim diz o Senhor Deus de Israel: 'Fui eu que libertei
vocês da escravidão do Egito. Fui eu que trouxe vocês para estas terras.
Livrei vocês não só do Egito, mas de todos os povos que oprimiam vocês -
expulsei todos estes povos, e dei a vocês as terras deles. Então eu disse: Eu
sou o Senhor, o Deus de vocês. Não sirvam aos deuses dos amorreus que
estão ao redor de vocês. Mas vocês não deram ouvidos!” (Juízes 6:7-10)
Naquele cenário em que o medo tomava conta dos israelitas, o
Senhor chamou a Gideão. Como era de se esperar, ele temeu a
missão. E tinha motivos para isso. Gideão não era a pessoa mais
preparada para liderar Israel na batalha contra os inimigos, mas o
Senhor dos Exércitos era com ele.
Depois de destruir o altar que seu pai tinha dedicado a Baal,
Gideão provou ao Senhor e foi respondido em suas petições. Os
midianitas se juntaram a outros povos e formaram um poderoso
exército para atacar os filhos de Israel.
Gideão obedeceu ao chamado e convocou o povo para o
combate. Deus disse a Gideão que fosse a batalha contra aquela
multidão de dezenas de milhares de cananeus com apenas 300
homens. Quando o Senhor está conosco, não há motivos para nos
preocuparmos com a força do inimigo.
“Gideão dividiu os trezentos homens em três batalhões, e deu a cada
soldado uma corneta, um vaso de barro e uma tocha dentro do vaso. Depois
explicou o plano: Fiquem olhando para mim, e façam o que eu fizer. Quando
estivermos chegando perto do acampamento, façam exatamente o que eu
fizer.” (Juízes 7:16,17)
Perto da meia-noite, ao ouvirem as trombetas dos hebreus, o
Eterno fez com que uma grande confusão se instalasse no
acampamento dos exércitos cananeus e eles se destruíram
mutuamente. Certamente a escuridão da noite fez com que
pensassem estar atacando os homens de Israel. Quando já estavam
arruinados, os valentes de Gideão arrasaram o que restou do
numeroso exército cananeu.
Voltando de perseguir e aniquilar os reis que escaparam do
arraial dos midianitas, os homens de Israel foram ter com Gideão
para o fazerem rei sobre toda a nação, mas ele recusou, dizendo a
eles que o SENHOR deveria ser o Rei sobre a nação.
Apesar disso, com uma parte do ouro que tomou dos inimigos
midianitas que morreram em combate fez para si uma faixa
sacerdotal que foi levada para sua cidade natal e acabou servindo
de tropeço aos hebreus, pois o povo passou a prestar culto à faixa
de ouro que Gideão havia feito.
BRINCANDO COM O PECADO
“Mas escute o que [o anjo] disse: ‘Você vai ter um menino!’ E disse que
eu não devo beber vinho e nenhuma bebida alcoólica, e que não devo comer
nada do que a Lei declara impuro, pois o menino será nazireu - será dedicado
a Deus desde o momento em que nascer até o momento em que morrer.”
(Juízes 13:6,7)
16. SANSÃO
Afastando-se dos preceitos divinos, mais uma vez os filhos de
Israel são entregues nas mãos de seus inimigos. Durante longos 40
anos, os filisteus oprimiram aos hebreus. Mais uma vez, Deus teve
misericórdia da semente de Abraão e levantou um libertador.
O anjo do Senhor anuncia a uma mulher estéril que ela daria a
luz a um menino e que este seria consagrado ou separado para o
serviço de Deus. A mulher então vai a seu marido e lhe conta tudo o
que lhe foi anunciado. Por causa da oração de Manoá, o anjo volta
àquele lugar e reafirma as instruções que haviam sido dadas a sua
esposa referentes à criação do menino.
O menino nazireu cresceu e se apaixonou por uma jovem
filisteia. Mesmo repreendido pelos pais, Sansão decide se casar
com a mulher cananeia. Indo à casa da moça, encontrou um leão
que o atacou, mas Sansão o matou usando apenas as mãos.
Regressando algum tempo depois a casa da jovem para casar-se
com ela, encontra no corpo do leão morto na estrada um enxame de
abelhas com mel, decidindo comer um pouco deste mel.
Sansão encontrou doçura em meio à podridão! O mundo em
que vivemos está dominado pelo mal, mas ainda hoje há pessoas
que se consomem o pecado e sentem prazer nisso. Sansão faz um
enigma com esta situação e o propõe aos filisteus durante a festa de
casamento. Como eles não foram capazes de descobrir, ameaçam a
mulher de Sansão até que ela revela o enigma, enfurecendo seu
marido ainda nos dias de núpcias. Era o início da inimizade entre
Sansão e os filisteus.
Após atear fogo em uma enorme plantação dos filisteus, foi
atacado por eles. Usando apenas a queixada de um jumento, o
valente Sansão matou mil dos filisteus que foram atacá-lo. Os
inimigos ficaram aterrorizados, mas não desistiram da vingança...
Algum tempo depois, Sansão vai a uma cidade dos filisteus
para se relacionar com uma prostituta. Mais tarde, estava
novamente apaixonado por uma mulher filisteia. Depois de muito
importuná-lo, fez com que o insensato Sansão lhe revelasse o
segredo de sua força. Quando dormiu, teve o cabelo cortado por
Dalila, foi capturado e teve seus olhos vazados pelos filisteus.
Sansão foi feito prisioneiro e, durante as comemorações pela
sua captura, foi levado ao templo de Dagom para “brincarem” com
ele. Pela primeira vez Sansão faz uma oração ao Senhor: “Em certo
momento, Sansão orou a Deus e suplicou: Ó Senhor, Deus de Israel! Rogo
que se lembre de mim - e que só mais esta vez me dê força para que eu
possa fazer os filisteus pagarem pela perda de pelo menos um dos meus
olhos!” (Juízes 16:28)
O Senhor ouviu a oração de Sansão e, novamente revestido
pelo Espírito de Deus, lançou abaixo o templo, matando de uma só
vez a milhares de filisteus. Era o fim de uma triste história de um
homem que, embora tenha sido escolhido por Deus antes de ser
formado no ventre de sua mãe, passou a vida a brincar com o
pecado.
O PODER DA ORAÇÃO
“Foi ele quem orou ao Deus de Israel, dizendo: ‘Oh, quanto eu desejo
que o Senhor me abençoe maravilhosamente e me ajude em meu trabalho;
por favor, fique comigo em tudo quanto eu fizer, e guarde-me de todo mal e
sofrimento!’ E Deus concedeu a ele o que havia pedido.” (I Crônicas 4:10)
17. JABEZ
A breve história de Jabez surge em meio a uma extensa lista de
nomes que aparecem no primeiro livro das Crônicas. Uma história
breve – descrita em apenas dois versículos – que demonstra o
poder da oração na vida do homem.
Por circunstâncias desconhecidas, recebeu em seu nascimento
um nome cujo significado em hebraico é “aquele que causa
sofrimento”. Era costume na época que o nome dado a criança
tivesse relação com as circunstâncias de seu nascimento. Apenas
para ilustrar, vale a pena lembrar que o patriarca Jacó (“enganador”)
foi assim chamado pelo fato de ter nascido agarrado ao calcanhar
de seu irmão, como que se lutando pela primogenitura.
Desta forma, é bastante provável que o parto da mãe de Jabez
tenha lhe causado um grande sofrimento. E isso ficou marcado no
nome de seu filho, trazendo talvez problemas de relacionamentos a
ele durante toda sua vida. Afinal de contas, quem gostaria de estar
junto, de se relacionar com “aquele que causa sofrimento”?
Jabez poderia ter se entregado à autopiedade, mas preferiu não
se conformar com o “rótulo” recebido e clamou ao Senhor Deus de
Israel: “Foi ele quem orou ao Deus de Israel, dizendo: ‘Oh, quanto eu desejo
que o Senhor me abençoe maravilhosamente e me ajude em meu trabalho;
por favor, fique comigo em tudo quanto eu fizer, e guarde-me de todo mal e
sofrimento!’ E Deus concedeu a ele o que havia pedido.” (I Crônicas 4:10)
A oração de Jabez pode ser dividida em quatro partes, como
veremos a seguir: I. “desejo que o Senhor me abençoe
maravilhosamente”: Como derramada extraordinariamente em
outros tempos (Gênesis 26:12), Jabez pede ao Senhor que a
bênção celestial repouse sobre ele.
II. “e me ajude em meu trabalho”: Assim como o salmista
(Salmos 127:1), ele reconhece que somente o Eterno pode fazer
prosperar a obra de suas mãos.
III. “fique comigo em tudo o que eu fizer”: Ele não se contenta
apenas em ser próspero, mas clama – como Moisés (Êxodo 33:15)
– pela presença divina em todos os momentos.
IV. “e guarde-me de todo mal e sofrimento”: A oração de Jabez
termina como ensinado pelo Senhor Jesus (Mateus 6:13),
reconhecendo a soberania divina sobre toda força do mal.
O Senhor atendeu a súplica de Jabez, um homem que teve seu
destino completamente transformado pelo poder da oração.
CAMINHO DA ESPERANÇA
“Mas Rute respondeu: Não insista para que eu a abandone, pois quero ir
aonde a senhora for, e viver onde a senhora viver. Seu povo será o meu povo
e o seu Deus será o meu Deus.” (Rute 1:16)
18. RUTE
No tempo em juízes governavam a Israel, os termos de Belém –
que significa “casa do pão”) foram assolados por uma grave fome,
levando a Elimeleque a abandonar suas terras e partir com sua
esposa Noemi e seus dois filhos para peregrinar em Moabe.
Durante o tempo em que permaneceram em Moabe, os filhos
de Noemi se casaram com mulheres moabitas. Alguns anos mais
tarde, tanto Elimeleque como seus filhos morreram, deixando
desamparadas a Noemi e suas duas noras. Noemi decidiu regressar
para Belém e suas noras moabitas decidiram que não a deixariam.
“Porém, quando já estavam caminhando de volta a Israel, Noemi disse
às suas noras: Por que vocês não voltam para as casas de seus pais, em vez
de irem embora comigo? Eu desejo sinceramente que Deus recompense
vocês duas por terem sido fiéis a seus maridos e a mim.” (Rute 1:8)
Uma de suas noras decide seguir o conselho de Noemi e
regressa para a casa de seu pai, mas outra decide ir com ela até o
fim. O nome dela era Rute. A moça estava decidida a não
abandonar sua sogra, regressando assim Noemi e Rute para os
termos de Israel.
Como Noemi já era uma mulher de idade avançada, Rute sai
sozinha para trabalhar. Colhendo espigas no campo, conhece o
proprietário das terras em que trabalhava: Boaz. Orientada por
Noemi, a jovem Rute vai ao encontro de Boaz e pede que ele se
case com ela. O Eterno usa de misericórdia para com Rute e Noemi
e o casamento entre a jovem e Boaz acontece.
“As mulheres de Belém disseram a Noemi: Louvado seja Deus, pois Ele
deu um netinho a você. Desejamos que ele seja famoso em Israel, que
devolva a você a juventude e que cuide de você quando chegar à sua velhice:
ele é o filho de sua nora, que a ama muito, que foi melhor para você do que
sete filhos!” (Rute 4:14,15)
A união entre a piedosa Rute e seu esposo Boaz foi abençoada
pelo Santo de Israel, resultando no nascimento de um menino. O
filho de Rute viria a ser avô do rei Davi, fazendo desta virtuosa
moabita parte da linhagem do Senhor e Salvador Jesus Cristo.
A BÊNÇÃO DA ENTREGA
“Esta foi a oração que Ana fez: Quanto me regozijo no Senhor! Quanta
força e bênção Ele me tem dado! Agora tenho uma resposta para os meus
inimigos. Porque o Senhor me salvou do meu problema. Quanto me regozijo!”
(I Samuel 2:1)
19. ANA
Embora amada por seu marido, a estéril Ana sofria por não
poder ter filhos. Além do sofrimento natural por não conceber, havia
outro agravante: as provocações de Penina.
Era algo muito comum na época que um homem se casasse
com mais de uma mulher. Elcana era marido de Ana e também de
Penina. Surge então certa rivalidade entre estas mulheres, pois Ana,
embora fosse estéril, era mais amada por seu marido do que
Penina.
Tantas vezes afrontada por Penina pelo fato de ser estéril, Ana
faz um voto ao Deus de Israel: “Ana fez este voto: Senhor dos céus, se
olhar para o meu sofrimento e responder à minha oração dando-me um filho,
então eu darei esse filho de volta ao Senhor; ele será seu por todos os dias da
sua vida, e os seus cabelos nunca serão cortados.” (I Samuel 1:11)
Após esta oração, o semblante de Ana já não era o mesmo. No
plano terreno, nada havia mudado, mas ela estava confiante na
resposta de Deus. O Senhor atentou para a aflição e a fé desta
mulher e lhe concedeu o desejo de seu coração.
Um menino nasceu e, assim como havia prometido ao Senhor,
ela o consagrou ao serviço do Eterno, entregando a criança ainda
muito pequena ao sacerdote Eli para que servisse ao Senhor por
todos os dias de sua vida.
Ser mãe era o maior desejo de Ana e, apesar disso, ela entrega
o que há de mais precioso em sua vida para Deus. O menino
Samuel cresceu no tabernáculo, servindo ao Santo de Israel desde
a mais tenra idade.
“Embora ainda fosse uma criança, Samuel era o auxiliar do Senhor, e
usava um pequeno manto de linho igual ao manto do sacerdote. Cada ano a
mãe de Samuel fazia para ele uma túnica e lhe dava quando vinha com o
marido para oferecer sacrifício. Antes de voltarem para casa, Eli abençoava a
Elcana e Ana, e pedia a Deus que desse a esse casal outros filhos que
tomassem o lugar deste que eles haviam dado ao Senhor. E o Senhor
concedeu a Ana três filhos e duas filhas. Enquanto isso, Samuel crescia,
prestando serviço ao Senhor.” (I Samuel 2:18-21)
Ana honrou a promessa que havia feito e o Eterno
recompensou a esta mulher por sua fidelidade, concedendo a ela e
a seu marido outros cinco filhos.
CONSAGRADO AO SENHOR
“Por fim, Jônatas disse a Davi: ‘Coragem, pois nós confiamos a nós
mesmos e a nossos filhos à proteção do Senhor para sempre’. Assim eles se
separaram; Davi tomou outro rumo, e Jônatas voltou à cidade.” (I Samuel
20:42)
21. JÔNATAS
O reinado de Saul se estabelecia em Israel e sucessivas
guerras entre os filisteus e os israelitas marcaram aquela época.
Como filho de Saul e sucessor natural do trono de Israel, Jônatas
demonstrava grande coragem à frente das tropas israelitas.
Na primeira de suas batalhas contra os filisteus, o príncipe
Jônatas comandou um ataque que culminou com a destruição de
uma guarnição inteira de filisteus. A notícia se espalhou e os filisteus
reuniram um numeroso e poderoso exército para atacar a Israel.
“Quando os homens de Israel viram aquela enorme quantidade de
soldados inimigos, perderam a coragem por completo e procuraram esconder-
se nas cavernas, nas moitas, nos esconderijos, entre as rochas, e mesmo nos
túmulos e nos poços.” (I Samuel 13:6)
Após a fuga em massa dos homens que formavam o exército
hebreu, restaram apenas 600 soldados israelitas – e, mesmo assim,
tremiam de medo – sob as ordens de Saul contra os incontáveis
combatentes filisteus. Além disso, os filhos de Israel não possuíam
armas para o combate.
Confiando que o Senhor dos Exércitos “pode dar a vitória por
meio de muitos ou de poucos” (I Samuel 14:6), o destemido Jônatas
parte contra uma guarnição inimiga acompanhado apenas de seu
escudeiro, causando grande matança entre eles. O Todo-Poderoso
fez com que a terra tremesse e causou um pavor e confusão tão
grande entre os filisteus que eles se atacaram mutuamente.
Os filisteus tornaram a reunir um numeroso exército para
enfrentar a Israel, mas viram o gigante Golias tombar diante de Davi
e, mais uma vez, voltaram para seus termos vencidos pelos
hebreus. Desde aquele dia nasceria uma bela amizade entre o
príncipe Jônatas e o futuro rei Davi.
Com a crescente popularidade de Davi entre o povo, o rei Saul
intente tirar-lhe a vida. Sabendo disso, o príncipe procura persuadir
seu pai a não se levantar contra o jovem filho de Jessé: “Você se
esqueceu de quando ele arriscou a vida para matar o gigante Golias, e como
o Senhor deu uma grande vitória a Israel como resultado? Certamente você
ficou feliz naquela ocasião. Por que deveria derramar o sangue de um
inocente, matando-o? Não há motivo algum para isso!” (I Samuel 19:5)
O rei não deu ouvidos aos conselhos de seu filho e procurava
uma ocasião oportuna para matar a Davi. Sabendo disso, Jônatas
se encontra com seu amigo Davi e o ajuda a fugir de seu pai,
mesmo sabendo que essa atitude poderia fazer com que Davi – e
não ele – fosse o sucessor do rei Saul.
Em mais uma das batalhas entre Israel e os filisteus, os
inimigos atacaram violentamente as tropas israelitas, provocando
não só a morte de muitos hebreus, como também a do próprio rei
Saul e de seu filho Jônatas.
SAINDO DE TRÁS DAS MALHADAS
“Agora Davi entendia por que o Senhor fez com que ele se tornasse rei e
deu a ele um reino tão grande; era por um motivo especial: dar alegria ao
povo de Deus!” (I Crônicas 14:2)
22. DAVI
O reinado de Saul foi rejeitado pelo Senhor, de tal forma que o
profeta Samuel é enviado por Deus a Belém com o propósito de
consagrar o novo rei de Israel. Embora fosse o mais novo dos filhos
de Jessé, o jovem Davi é ungido rei sobre toda a nação “e o Espírito
do Senhor veio sobre Davi e lhe concedeu grande poder, daquele
dia em diante.” (I Samuel 16:13) Algum tempo depois, os filisteus se
acamparam em batalha para enfrentar a Israel. O temido gigante
filisteu Golias – que media quase 3 metros de altura – se coloca a
frente do exército israelita e lhe propõe um desafio: uma luta homem
a homem. Caso o representante de Israel vencesse o combate, os
filisteus serviriam ao rei Saul, mas se Golias vencesse, Israel
serviria aos filisteus.
Durante 40 dias, o guerreiro Golias se punha à frente dos
soldados de Israel e os desafiava ao combate, mas não havia ali
quem se encorajasse a enfrentá-lo. Enviado por seu pai Jessé ao
acampamento de Israel para levar alimentos a seus irmãos, Davi
ouve as afrontas de Golias e aceita o desafio de enfrentar o
campeão dos filisteus.
Embora não acreditasse que Davi poderia vencer o gigante
filisteu, o rei Saul lhe permite enfrentar a Golias, oferecendo-lhe,
inclusive sua própria armadura, mas o menino Davi não a quis usar.
Há coisas que servem bem para algumas pessoas, mas nunca
servirão para outras. O menino levou consigo apenas o seu alforje
de pastor com cinco pedras e uma funda.
Golias via a sua frente apenas um rapaz incapaz de enfrentá-lo,
insultando ao destemido Davi.
“Davi gritou em resposta: Você vem a mim com uma espada e uma
lança, mas eu vou a você em nome do Senhor do universo, e Senhor do
exército de Israel – o verdadeiro Deus, a quem você dirigiu insultos.” (I
Samuel 17:45)
Enquanto o gigante – e seu escudeiro – caminhava em direção
ao corajoso menino, Davi correu em direção a Golias e arremessou
uma das pedras que levava, cravando-a na fronte do filisteu.
Israel venceu a batalha contra os filisteus pela mão de Davi e a
fama do jovem se espalhou por toda a nação, despertando a fúria
de Saul. Apesar de ser duramente perseguido pelo rei, Davi não se
levantou contra o ungido do Senhor. Embora também tivesse sido
ungido por Samuel, Davi soube esperar com paciência seu tempo
de reinar.
Com a morte de Saul e de seu filho Is-Bosete, o jovem rei Davi
unificou os reinos de Judá e Israel, conquistando pouco tempo
depois a fortificada cidade de Jerusalém – que até então
permanecia sob o domínio dos cananeus – e transformando-a na
capital do reino de Israel.
Davi amava ao Deus de Israel e por isso trouxe a Arca da
Aliança para Jerusalém. Como a Arca representava o próprio Deus,
essa atitude do rei revela o quanto ele almejava a presença do
Senhor. “E o Senhor ia concedendo vitórias a Davi por onde quer
que ele passasse.” (II Samuel 8:6) Embora tenha cometido alguns
erros graves em sua trajetória de vida, a história do reinado de Davi
será para sempre lembrada pela bondade e fidelidade do Senhor
sobre aquele que foi um homem segundo o coração de Deus.
UMA SÁBIA MULHER
“A mulher sábia faz do seu lar um paraíso, mas a mulher tola, sozinha,
estraga a vida de sua família.” (Provérbios 14:1)
23. ABIGAIL
Uma mulher sábia que tinha como marido um homem
insensato. Esta pequena frase reflete a condição da bela Abigail,
esposa do tolo Nabal.
Por causa da implacável perseguição de Saul, Davi durante
muito tempo vagou como um fugitivo pelos termos de Israel. Certa
ocasião, Davi envia mensageiros a Nabal, pedindo-lhe que
oferecesse a ele e os que o acompanhavam (600 homens) alguma
provisão.
O insensato Nabal não só se negou a ofertar qualquer coisa ao
futuro rei de Israel como o insultou, comparando-o com um servo
fugitivo de seu senhor. Diante da afronta de Nabal, Davi parte
armado com 400 homens para exterminar toda a casa deste
insensato homem.
O fim trágico de Nabal e sua parentela era uma questão de
tempo. Sabedor da inteligência e prudência de Abigail, um dos
empregados de Nabal vai a ela e lhe conta o ocorrido: “Nesse meio
tempo, um dos homens de Nabal foi procurar Abigail, e disse a ela: Davi
enviou homens do deserto para falar com o nosso patrão, mas ele insultou os
homens e os expulsou daqui. Porém os homens de Davi foram muito bons
para nós, e nunca nos fizeram nenhum mal; para dizer a verdade, dia e noite
eles foram como um muro de proteção para nós e para as ovelhas, e nada foi
tirado de nós durante todo o tempo em que estiveram ao nosso lado.” (I
Samuel 25:14-16)
Não havia tempo a perder! Abigail vai ao encontro de Davi com
uma grande oferta e se inclina diante dele, desculpando-se diante
dele pela insensatez de seu esposo e suplicando o favor do futuro
rei de Israel.
A sabedoria e prudência de Abigail foram capazes de aplacar a
ira de Davi e livrar da morte iminente a toda sua casa.
“Davi respondeu a Abigail: Bendito o Senhor Deus de Israel, que hoje
enviou você ao meu encontro! Graças a Deus pelo bom juízo que você
demonstra! Bendita seja você, por me impedir de matar esse homem e de
vingar-me por minhas próprias mãos. Pois juro pelo Senhor, o Deus de Israel,
que me impediu de fazer mal a você, que se você não tivesse vindo ao meu
encontro, nenhum dos homens de Nabal estaria vivo amanhã pela manhã.” (I
Samuel 25:32-34)
Ao retornar a sua casa, Abigail encontra seu marido bêbado em
uma grande festa que ele havia dado. Dez dias depois desse
episódio, o próprio Deus provocou a morte de Nabal por sua
insensatez.
Sabendo da notícia, Davi se apressou e enviou ao Carmelo
mensageiros pedindo a prudente Abigail em casamento. A sábia
mulher aceita prontamente o convite e se torna esposa do futuro rei
de Israel.
CONTADOR DE HISTÓRIAS
Bom rei, mas mau pai. Davi sofreu duras derrotasem seu próprio lar
Brigas pelo trono, estupro e assassinato entre filhos. Difícil suportar
Buscou refúgio quando fugia de diante da face do filho Absalão
Bem sabemos que só a morte do príncipe deu fim à rebelião
24. NATÃ
Sucessor de Samuel no ministério profético, a voz de Natã foi
um poderoso instrumento do Senhor Deus de Israel para a instrução
e correção do rei Davi.
Quando o reino de Israel estava em paz – não havendo conflito
com as nações circunvizinhas – o rei Davi desejou construir uma
casa para o Deus Eterno, tendo em vista que a Arca da Aliança
permanecia em tendas desde os tempos em que Israel peregrinava
no deserto.
Consultando ao profeta Natã, ouviu do mensageiro do Senhor
de que deveria fazer aquilo que desejasse seu coração. Naquela
mesma noite, Deus orienta o profeta e ele é enviado ao rei para
dizer-lhe que não deveria construir uma casa para a habitação do
Altíssimo.
O profeta anuncia que da linhagem de Davi surgiria Aquele que
governará a terra “por todas as gerações que hão de vir” (II Samuel
7:11), predizendo ainda que seu filho e sucessor – Salomão – será o
responsável por edificar um templo ao Senhor.
Algum tempo depois, o profeta é enviado a Davi para
repreendê-lo através de uma parábola por dois graves pecados: o
adultério com Bate-Seba e a morte premeditada do marido desta
mulher. O rei se arrependeu de seus pecados e alcançou o perdão
divino, embora tenha sofrido com as consequências de seu próprio
pecado.
“Por isso, daqui para frente, a espada estará sempre sobre a sua família,
pois você me deixou triste ao tomar a esposa de Urias. Agora o meu aviso:
por causa do seu mau procedimento, farei com que a sua casa se revolte
contra você. Darei as suas esposas a outro homem que dormirá com elas em
plena luz do dia. Você fez isso em segredo, mas com você será feito
abertamente, à vista de todo o Israel.” (II Samuel 12:10-12)
Quando Davi já era muito idoso para reinar, Adonias decide
colocar a coroa real em sua própria cabeça, se autodeclarando rei
em lugar de seu pai Davi. Diante daquele cenário de conspiração de
um dos próprios filhos do rei para usurpar o trono de Israel, o profeta
Natã elabora um plano para que a coroa fosse dada por Davi a
Salomão, conforme o rei lhe havia prometido.
Por conta da intervenção do profeta Natã, o rei Davi é levado a
destituir ao usurpador Adonias, conduzindo ao trono de Israel o seu
sucessor e filho Salomão.
PRESERVE A COMUNHÃO
“Assim Deus indicou Salomão para sentar-se no trono de seu pai Davi: e
ele foi muito feliz, e todo o Israel obedecia a ele. Os chefes do povo, os
oficiais do exército, e seus irmãos, todos eles prometeram que seriam fiéis ao
rei Salomão. O Senhor fez que ele ficasse muito bem conhecido de todo o
povo de Israel, e ele teve maior riqueza e honra do que seu pai.” (I Crônicas
29:23-25)
25. SALOMÃO
Nos últimos dias de vida de Davi, o jovem Salomão recebe
conselhos de seu pai e é constituído como rei sobre toda a nação. O
reino de Israel se fortaleceu em seus dias, pois “Salomão amava ao
Senhor e seguia todas as instruções de seu pai Davi.” (I Reis 3:3) O
Eterno Deus concede a Salomão uma extraordinária sabedoria para
governar aos filhos de Israel. A fama de Salomão se espalhou por
várias nações, sendo grandemente admirado por sua sabedoria. Ao
longo de sua vida, escreveu a 3.000 provérbios e mais de mil
canções (I Reis 4:32) Havia paz em Israel e o rei Salomão se
dedicou na construção da Casa de Deus, como o Senhor havia dito
a Davi. O templo construído nos dias de Salomão era uma obra que
impressionava por seu esplendor. Para sua construção, Salomão
empregou simplesmente o que havia de melhor.
Apenas para que se tenha uma ideia da grandiosidade da obra,
foram utilizadas aproximadamente 3.800 toneladas de ouro.
Considerando que um mísero grama de ouro é cotado em pouco
mais de U$ 56 (janeiro/2020), chegamos a impressionante soma de
aproximadamente 214 bilhões de dólares americanos!
Após pouco mais de sete anos para sua edificação, o templo
finalmente estava acabado e Salomão preparou uma grande
celebração para a consagração da Casa do Senhor. O Altíssimo
aparece novamente a Salomão e conta a seu servo que santificou o
templo que ele havia construído.
O reino de Israel prosperava nos dias de Salomão. O rei
possuía grandes acordos comerciais com diversas nações que
geravam enormes riquezas. Além disso, o comércio marítimo
empreendido pelas frotas de Salomão era responsável pela
chegada de ouro e prata em abundância a Israel.
“Assim o rei Salomão ficou sendo mais rico e mais sábio do que
todos os reis da terra.” (I Reis 10:23). Apesar de toda glória de seu
reinado, os últimos dias de Salomão foram marcados por sua
apostasia. Embora o Eterno houvesse ordenado aos israelitas que
não se casassem com mulheres estrangeiras, Salomão se uniu a
muitas mulheres pagãs, entregando-se à idolatria.
“Ele teve setecentas esposas, e além dessas ainda teve outras trezentas
mulheres; sem dúvida, elas conseguiram que o rei desviasse o seu coração
do Senhor, especialmente quando ele ficou velho. Elas conseguiram que ele
adorasse os deuses delas em vez de se dedicar completamente ao Senhor,
conforme seu pai Davi se havia dedicado de todo o coração.” (I Reis 11:3,4)
O Senhor se irou contra Salomão e o avisou que, após sua
morte, o reino de Israel seria rasgado das mãos de seu sucessor.
Assim reinou Salomão durante 40 anos sobre toda nação,
encerrando de forma triste um reinado marcado pela paz e
prosperidade de Israel.
VENCENDO PELA ORAÇÃO
“Porém Micaías respondeu: Tão certo como vive o Senhor, o que o meu
Deus disser, isso falarei.” (II Crônicas 18:13)
27. MICAÍAS
Era um período de certa tranquilidade para o reino de Israel,
pois já se passavam três anos sem conflitos com a Síria. O perverso
rei Acabe decide romper com aquele momento de paz e pede
auxílio ao rei Josafá para sair ao combate dos síros.
Josafá prontamente coloca a disposição as tropas de Judá para
combater ao lado do exército de Israel, mas ressalta que
“deveríamos primeiro perguntar ao Senhor, para termos certeza do
que Ele quer que façamos.” (I Reis 22:5) O rei Acabe chama então a
400 falsos profetas que, na presença dos reis de Israel e Judá,
profetizam que o Senhor os faria prosperar naquela campanha
militar. Josafá não se satisfez com aquelas palavras, pedindo a ao
rei de Israel que trouxesse algum profeta do Verdadeiro Deus para
que pudessem consultar a vontade divina através dele.
O rei Acabe disse a Josafá que ainda havia um profeta do
Senhor nos termos de Israel e enviou um de seus oficiais para que
fosse chamar ao profeta Micaías.
“O homem que foi buscar Micaías disse a ele o que estava acontecendo,
e o que todos os profetas diziam - que a guerra ia terminar com a vitória para
o rei. ‘Espero que você concorde com eles, e dê ao rei uma palavra favorável,’
foi o conselho que o homem deu. Porém Micaías respondeu: Tão certo como
vive o Senhor, o que o meu Deus disser, isso falarei.” (II Crônicas 18:12,13)
O homem de Deus se apresenta diante dos reis e destes falsos
profetas com uma mensagem impactante: Acabe morrerá naquela
batalha diante do exército da Síria e os homens de Israel voltarão
derrotados para suas casas.
Micaías foi golpeado no rosto por um daqueles profetas pagãos
que ali estavam e Acabe manda em seguida que o profeta do
Senhor seja levado preso ao prefeito da cidade, sendo mantido na
prisão com “pão e água apenas o suficiente para conservá-lo vivo.”
(I Reis 22:27) Saíram então reunidos os exércitos de Israel e Judá
para enfrentar as tropas sírias, se cumprindo no campo de batalha
as palavras do Senhor dos Exércitos.
“A batalha ia ficando cada vez mais terrível à medida que as horas
passavam. O rei Acabe voltou, tentando ficar apoiado no seu carro; o sangue
do seu ferimento escorria para o fundo do carro. Afinal, à tardinha, ele morreu.
Logo ao pôr-do-sol correu este aviso entre os seus soldados: ‘Tudo está
acabado - voltem para casa! O rei está morto!’ O seu corpo foi levado para,
Samaria e sepultado ali.” (I Reis 22:35-37)
ENSINANDO A OBEDECER
“Assim, depois disso, Josafá não fez mais viagens a Israel, mas
permaneceu sossegado em Jerusalém. Mais tarde ele saiu outra vez entre o
povo, viajando desde Berseba até à região das montanhas de Efraim para
animar todos a adorarem o Deus de seus pais.” (II Crônicas 19:4)
28. JOSAFÁ
Com a morte de seu pai Asa, Josafá assume o reino de Judá. O
começo de seu reinado foi marcado pelo esforço em fortalecer as
linhas militares de defesa dos judeus contra possíveis ataques de
Israel.
Além disso, se destacou dos seus antecessores pelo cuidado
em ensinar os mandamentos de Deus aos judeus. Para isso, foram
enviados príncipes, sacerdotes e levitas a todas as cidades de Judá
com cópias do livro da lei do Senhor para a instrução do povo.
Apesar de sua fidelidade ao Deus Eterno, foi repreendido pelo
profeta do Senhor por se aliar ao perverso Acabe e sair em batalha
contra os sírios para ajudar ao rei de Israel. Diferente de seu pai
Asa, o rei Josafá ouviu com temor a palavra profética que foi dada
ao profeta Jeú.
“Assim, depois disso, Josafá não fez mais viagens a Israel, mas
permaneceu sossegado em Jerusalém. Mais tarde ele saiu outra vez entre o
povo, viajando desde Berseba até à região das montanhas de Efraim para
animar todos a adorarem o Deus de seus pais.” (II Crônicas 19:4)
Alguns anos mais tarde, os exércitos dos reis de Moabe, Amom
e Edom se reuniram e partiram para batalha contra Judá. Ao saber
da ameaça que estes exércitos representavam, Josafá convoca a
todo povo a consagrar um jejum ao Senhor. De todas as partes da
nação, os judeus vieram a Jerusalém para se unirem ao rei em sua
oração para que Judá fosse salva dos inimigos.
“Enquanto todo o povo de todas as partes de Judá estava em
pé diante do Senhor, com suas crianças, suas esposas e seus
filhos” (II Crônicas 20:13), o Santo de Israel ordena que o exército
judeu avance contra os inimigos e anuncia a toda aquela
congregação que Ele mesmo iria a batalha contra os que se
levantavam contra Judá.
Josafá e seu exército saíram no dia seguinte pela manhã em
direção àquele poderoso exército. Quando se aproximavam, o rei
ordenou que cantores fossem enviados à frente do exército
entoando louvores ao Senhor dos Exércitos.
No momento em que os cânticos de louvor e adoração
começaram, Deus suscitou uma contenda entre os exércitos que
marchavam contra Judá, de tal forma que eles se destruíram
mutuamente.
Assim, quando os de Judá chegaram num local alto de onde se olha
para o deserto, até onde eles podiam ver, o chão estava coberto de corpos
mortos - não escapou nem um só dos soldados inimigos. (II Crônicas 20:24)
Os judeus encontraram tantas riquezas entre os inimigos que
levaram três dias para recolher todas as coisas valiosas que
levavam quando caíram mortos no deserto. Assim Josafá e seu
exército entraram em Jerusalém com cânticos de louvor e adoração
ao Senhor.
Quando se espalhou a notícia de que o Deus de Israel havia
pelejado contra os inimigos de Judá, as nações circunvizinhas
ficaram atemorizadas e temeram sair em batalha contra os judeus.
No fim de seus dias, Josafá novamente firma uma aliança com
o rei de Israel e é repreendido pelo Senhor. Durante 25 anos, o rei
Josafá reinou sobre Judá, servindo ele próprio como exemplo para a
nação de uma vida marcada pela fidelidade e confiança no Deus de
Abraão.
UM PROFETA NO DESERTO
“Certa vez Eliseu passou por Suném, e uma mulher rica e de boa
posição na cidade o convidou para almoçar em sua casa. Depois disso, toda
vez que Eliseu passava por ali, parava para almoçar ou jantar. Um dia essa
mulher sunamita disse ao marido: Sabe de uma coisa? Estou certa de que
esse homem que vem aqui em casa de quando em quando é um santo
profeta.” (II Reis 4:8,9)
30. ELISEU
Ungido por Elias como seu sucessor no ministério profético,
Eliseu permaneceu até o último momento ao lado de Elias,
presenciando o arrebatamento de seu mestre em uma carruagem
de fogo que ascendia aos céus em um redemoinho diante de seus
olhos.
Regressando então para Jericó, o profeta Eliseu invoca ao
Deus de Elias e usa o manto de seu mestre para dividir as águas e
passar o rio Jordão em seco. Algum tempo depois, os reis de Israel,
Judá e Edom – descendentes de Jacó e Esaú – se uniram para
atacar o rei de Moabe. Diante da escassez de água, buscaram a
palavra do Senhor por meio de Eliseu e foram vitoriosos na batalha.
A bondade de uma mulher sunamita para com o profeta fez
com que ele a abençoasse, declarando que Deus lhe daria um filho.
A palavra profética se cumpriu e a mulher se tornou mãe, mesmo
sendo esposa de um marido já idoso. Alguns anos depois, o menino
que ela tanto amava morre em seus braços enquanto o pai
trabalhava no campo.
A mulher avisou ao marido que precisava se encontrar com o
homem de Deus, mas não lhe disse do que se tratava. Chegando ao
Carmelo, o assistente de Eliseu vai ao seu encontro, mas ela
também nada conta a ele. A sábia sunamita não perdeu tempo se
lamentando com pessoas que nada podiam fazer para ajudá-la;
contou o problema apenas àquele que poderia resolvê-lo. O profeta
vai a casa desta mulher e o filho dela ressuscita dos mortos pelo
poder de Deus.
Em outra ocasião, o chefe dos exércitos da Síria, ouvindo falar
de um profeta de Deus que vivia em Samaria, foi enviado por seu rei
às terras de Israel para que fosse curado de lepra. Embora se
sentisse um homem importante, Eliseu sequer o recebe, enviando
seu assistente com uma ordem clara: mergulhe sete vezes no rio
Jordão e será curado da lepra. O sírio fica indignado, mas é
convencido a fazer o que lhe foi ordenado pelo profeta e foi curado
de sua doença mortal.
Algum tempo depois, a Síria entrou em guerra contra Israel e
montava suas guarnições em locais estratégicos para atacar aos
israelitas. Os planos do exército sírio eram revelados por Deus ao
profeta Eliseu e este anunciava ao rei de Israel onde os
combatentes sírios esperavam atacar.
O rei da Síria soube que era Eliseu que frustrava seus planos,
revelando suas estratégias ao monarca de Israel. E assim foi
enviado à noite “um grande exército, com muitos carros e cavalos
para cercarem a cidade” e prender o profeta (II Reis 6:14). O
assistente de Eliseu estava apavorado com o exército sírio, até que
Eliseu pede ora para que a fé do moço fosse fortalecida: “Não tenha
medo, disse Eliseu. Nosso exército é muito maior, e muito mais forte do que o
do rei da Síria! Então Eliseu orou: ‘Ó Deus! Abre os olhos de o meu auxiliar
para que ele veja!’ E Deus abriu os olhos do moço, e ele viu a montanha
coberta de cavalos e carros de fogo!” (I Reis 6:16,17)
O Deus Vivo cegou aos sírios e estes foram conduzidos pelo
próprio Eliseu a capital de Israel. Em Samaria, o profeta ora ao
Senhor e estes homens recobram a visão, sendo alimentados pelo
rei de Israel antes de serem despedidos de volta para Síria.
Desde episódios como a multiplicação dos pães para alimentar
a uma multidão em Gilgal até o cumprimento da profecia de
livramento durante o cerco do exército sírio a Samaria, Deus sempre
esteve com Eliseu, operando milagres ao longo de sua vida e até
mesmo depois dela (II Reis 13:21)
UM CAPITÃO NO TRONO
“Pelo que disse o Senhor a Jeú: Porquanto bem obraste em fazer o que
é reto aos meus olhos e, conforme a tudo quanto eu tinha no meu coração,
fizeste a casa de Acabe.” (II Reis 10:30)
31. JEÚ
Os pecados da casa de Acabe se multiplicavam sobre a terra.
Desta forma, o Senhor ordenou a Eliseu que ungisse ao capitão Jeú
como novo rei sobre todo Israel.
“Então Jeú deixou os outros companheiros e entrou na casa, e o moço
despejou o óleo sobre a sua cabeça, dizendo: O Senhor Deus de Israel diz:
Com este ato você agora é rei de Israel, o povo do Senhor. Você deve destruir
a família de Acabe; vingará o assassinato dos meus profetas e de todos os
meus servos que Jezabel matou. Toda a família de Acabe deve ser liquidada -
todos os do sexo masculino, seja lá quem for.” (II Reis 9:6-9)
O capitão Jeú parte junto com outros comandantes do exército
para cumprir as palavras que o Senhor lhe tinha dito. Encontrou-se
com o rei Jorão no campo de Nabote e, com uma flechada certeira,
atravessou o coração do rei de Israel. O ímpio Acazias, que reinava
sobre Judá, também acompanhava a Jorão e foi morto naquela
ocasião por Jeú. Naquele mesmo dia, adentrou ao palácio real e
ordenou a morte da perversa Jezabel.
Após matar em um mesmo dia aos reis de Israel e Judá, Jeú
agora se volta contra toda casa a descendência de Acabe,
ordenando a morte de seus 70 filhos e de todos os seus parentes,
além de parentes do rei Acazias que saíram de Judá para visitar aos
filhos de Jorão. (II Crônicas 22:8) Partindo o rei Jeú encontra-se
com o piedoso Jonadabe, do qual o próprio Deus Eterno daria
testemunho séculos mais tarde (Jeremias 35). Jeú chega a Samaria
com um plano para exterminar a todos os adoradores de Baal,
ordenando que todos se reunissem no templo dedicado ao deus
pagão para um grande culto.
“Então Jeú e Jonadabe, filho de Recabe, entraram no templo de Baal
para falar ao povo que ali estava: ‘Examinem bem para ter certeza de que
estejam aqui somente aqueles que adoram a Baal; não deixem entrar
ninguém dos que adoram ao Senhor!’ Quando os sacerdotes de Baal
começaram a oferecer sacrifícios e a queimar as ofertas, Jeú cercou o templo
com oitenta dos seus homens, e disse a eles: Se algum de vocês deixar
escapar alguém, pode estar certo de que vai pagar com a própria vida por
isso.” (II Reis 10:23,24)
Naquele dia, o rei Jeú exterminou a todos os adoradores de
Baal dos termos de Israel, destruindo em seguida o próprio templo
onde se cultuava ao deus cananeu.
Embora não tenha preparado o seu coração inteiramente para
servir ao Deus Vivo, o rei Jeú será lembrado como um homem que
cumpriu com fidelidade às ordens do Senhor, exterminando não só a
descendência de Acabe como também os adoradores de Baal que
viviam em Israel.
MENINO REI
“Joás estava com sete anos de idade quando se tornou rei, e reinou
quarenta anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Zibia, de Berseba.
Joás fez o que pôde para agradar ao Senhor durante o tempo do sacerdote
Joiada.” (II Crônicas 24:1,2)
32. JOÁS
Sabendo da morte de seu filho Acazias em Israel pelas mãos
de Jeú, a perversa Atalia ordena a morte de toda a descendência
real e assume o trono de Judá. Apesar do massacre empreendido
pela rainha, o menino Joás foi salvo por sua tia Jeoseba, sendo
criado no templo do Senhor.
O sacerdote Joiada conversou com alguns dos oficiais do
exército e estes percorreram os termos de Judá, convocando os
líderes da nação a se reunir em Jerusalém com o sacerdote do
Senhor.
“Ao chegarem, eles juraram que seriam fiéis ao jovem rei, que ainda
estava escondido no templo. ‘Por fim chegou a vez do filho do rei governar! ’ -
exclamou Joiada. A promessa do Senhor - de que um filho do rei Davi seria
nosso rei - vai ser uma realidade.” (II Crônicas 23:3)
O prudente Joiada havia arquitetado um plano para fazer com
que o menino Joás herdasse o trono de seu pai. O menino foi
proclamado então rei de Judá com apenas sete anos de idade e a
rainha Atalia morreu naquele mesmo dia. O templo de Baal foi
derrubado logo depois e o sacerdote do deus cananeu foi morto.
Durante todos os anos de vida do sacerdote Joiada, o rei Joás
conduziu seus caminhos no temos do Senhor Deus de Israel,
ordenando, inclusive, que fosse realizada uma grande oferta em
toda a terra de Judá para que fossem feitas obras de restauração do
templo do Senhor.
Joiada prolongou seus dias de vida sobre a terra, morrendo – e
sendo sepultado entre os reis da nação – aos 130 anos de idade.
Após sua morte, o rei Joás e toda a nação se afastaram do Santo de
Israel e se entregaram à idolatria.
Embora Deus tenha enviado profetas para alertar aos filhos de
Judá, estes não ouviram a repreensão divina. O Espírito do Senhor
revestiu então ao profeta Zacarias – filho do sacerdote Joiada – com
uma mensagem que exortava a nação a se voltar para o Eterno.
Confrontado pela mensagem divina, o rei Joás ordena o assassinato
do profeta ali mesmo no pátio do templo.
O Senhor castigou a Judá, permitindo que um pequeno
destacamento do exército da Síria arrasasse a Jerusalém, ferindo
ao rei e matando a todos os seus príncipes.
“Foi uma grande vitória para o pequeno exército sírio, porém o Senhor
deixou que o grande exército de Judá fosse conquistado pelos sírios, porque
eles haviam abandonado ao Senhor Deus de seus pais. Desse modo Deus
executou o seu juízo sobre Joás. Quando os sírios se foram embora -
deixando Joás muito ferido - seus próprios oficiais decidiram matá-lo por
causa do assassinato do filho do sacerdote Joiada. Eles mataram Joás
quando este estava deitado na cama, e o enterraram na cidade de Davi, mas
não no cemitério dos reis.” (II Crônicas 24:24,25)
BENDITA PROMESSA
“O que vocês estão vendo nesta manhã foi profetizado há séculos pelo
profeta Joel – Nos últimos dias, disse Deus, Eu derramarei o Meu Espírito
Santo sobre toda a humanidade; os filhos e as filhas de vocês profetizarão, os
jovens terão visões, e os velhos terão sonhos. Sim, o Espírito Santo virá sobre
todos os meus servos, homens e mulheres, e eles profetizarão.” (Atos 2:16-
18)
33. JOEL
Vivendo em um contexto histórico turbulento marcado pela
grave fome e seca que assolavam os termos de Judá, o profeta Joel
revela que o estado de miséria da cidade de Jerusalém é reflexo da
sentença divina sobre a terra.
Os elementos da natureza muitas vezes são instrumentos de
juízo do Senhor do Universo sobre os povos. Já nos primórdios da
raça humana, as águas do dilúvio foram usadas para sentenciar a
corrupção da humanidade. Séculos mais tarde, aqueles que se
rebelaram contra Moisés durante a peregrinação de Israel rumo à
Canaã foram “engolidos” pela terra, que tragou vivos aos rebeldes
com tudo que possuíam. (Números 16:31-33).
Nos dias do perverso rei Acabe a terra estava entregue à
idolatria e a sentença divina sobre os pecados da nação resultou em
um período de seca que se arrastaria por longos três anos. Por
ocasião da crucificação e morte do Senhor Jesus Cristo até mesmo
o sol escureceu e houve densas trevas – a partir do meio-dia –
sobre toda terra durante três horas sucedidas por um grande
terremoto.
Os numerosos gafanhotos que encheram a nação de Judá e
arrasaram suas plantações simbolizavam ainda um poderoso
exército que assolaria a terra. Os judeus são exortados a se
voltarem para Deus e seu “arrependimento deve rasgar seus
corações e não apenas as suas roupas” (Joel 2:13). A genuína
conversão da nação de seus pecados resultaria nas bênçãos
divinas.
“Eu devolverei a vocês as colheitas que os gafanhotos devoraram, o
grande exército dos cortadores, migradores, saltadores e devoradores que Eu
enviei contra vocês. Mais uma vez vocês terão toda a comida que desejarem.
Louvem ao Senhor que faz esses milagres em favor de vocês. Então o meu
povo jamais sofrerá outra vergonha semelhante. Assim vocês saberão que Eu
estou aqui, entre o meu povo Israel e que apenas Eu sou o Senhor seu Deus.
Não existe outro Deus. O meu povo nunca mais sofrerá uma vergonha como
esta.” (Joel 2:25-27)
Anunciou ainda que as nações que se levantaram contra Judá
seriam castigadas pelo Deus de Israel e o Espírito Santo será
derramado sobre todas as pessoas – não apenas os judeus – de
forma poderosa. A gloriosa promessa alcançou seu cumprimento a
partir do dia de Pentecostes e as palavras do profeta Joel foram
lembradas pelo apóstolo Pedro (Atos 2:16) na poderosa pregação
que resultou na conversão de 3.000 almas ao Senhor Jesus Cristo.
FUGINDO DA MISSÃO
UM PROFETA DO CAMPO
35. AMÓS
O chamado para o ministério profético de Amós acontece
quando este estava no campo em seu ofício de pastor. Ainda que as
primeiras revelações divinas que tenha recebido apontassem para
os pecados das nações que estavam ao redor de Jerusalém, o
profeta Amós é chamado pelo Senhor na terra de Judá para
anunciar a ruína da casa de Israel.
A mensagem do profeta era clara: o Santo de Israel era
testemunha dos graves pecados da nação e a sentença divina não
tardaria a ser decretada. A corrupção e a opressão contra o pobre
seriam duramente castigadas pelo Justo Juiz.
“Vocês pisam o pobre e roubam sua última migalha com todos os seus
impostos e multas, com a ganância que têm. Por isso, vocês jamais morarão
nas belas casas que estão construindo, nem beberão dos belos vinhedos que
estão plantando.” (Amós 5:11)
O Senhor dos Exércitos cumpriu as palavras do profeta Jonas
(II Reis 14:25) e fez com que o rei Jeroboão II fosse bem sucedido
em suas campanhas militares, reconquistando diversos territórios
que haviam sido tomados de Israel pelas nações circunvizinhas.
A nação experimentava um período de relativa paz e
prosperidade, mas permanecia mergulhada na idolatria. A vida de
luxo com que viviam contrastava com a miséria espiritual em que se
encontravam diante do Santo de Israel.
“O Senhor Deus do Universo jurou pelo seu próprio nome: Detesto o
orgulho e a glória falsa de Israel. Odeio suas belas mansões. Entregarei esta
cidade e tudo o que nela existe aos seus inimigos.” (Amós 6:8)
O profeta Amós continuava a denunciar o pecado da nação
conforme as palavras do Senhor, profetizando ainda a completa
destruição da família real de Jeroboão II e o período do cativeiro
assírio.
Quando o sacerdote de Betel escutou a sentença divina sobre a
nação, se dirigiu ao rei de Israel e acusou o profeta de ser um
conspirador, intentando levantar uma revolta popular contra o rei.
Apesar das graves acusações do sacerdote Amazias, o rei parece
não ter dado importância ao fato.
“Em seguida Amazias mandou uma ordem a Amós: Vá embora daqui,
seu profeta idiota! Fuja para a terra de Judá e profetize por lá. Não venha nos
incomodar aqui com as suas visões. Aqui, em nossa capital, onde fica a sede
do rei!” (Amós 7:12,13)
Apesar da sentença divina que estava sobre a nação, o Senhor
promete que restaurará Israel e que este povo que será levado em
cativeiro pelos seus pecados um dia será novamente “plantado” pelo
Senhor na terra que foi prometida em herança a Abraão, Isaque e
Jacó.
PROFETA DO SENHOR
36. MIQUÉIAS
Nascido em uma pequena cidade de Judá, Miquéias exerceu
seu ministério profético no interior do país. Os pecados de Israel –
também chamado “reino do Norte” – se multiplicavam sobre a terra
e apressavam a sentença divina sobre a nação. O profeta Miquéias
viveu nos dias em que as tropas do exército assírio invadiram a
Samaria, dando início ao cativeiro de Israel.
Embora vissem o castigo divino sobre as dez tribos de Israel, o
reino de Judá permanecia imerso em violência e maldade. A
corrupção cresce na sociedade a tal ponto que há “sacerdotes e
profetas que não pregam ou profetizam, se não receberem um bom
dinheiro.” (Miquéias 3:11) Revestido pelo Espírito do Senhor,
Miquéias proclama os juízos divinos sobre os falsos profetas que
estavam entre o povo e os governantes corruptos da nação que
aceitavam subornos para favorecerem o homem ímpio e condenar o
justo.
Ainda que muitas vezes fosse desprezada, a mensagem do
Senhor anunciada pelo ministério profético de Miquéias impactaria
não só a sociedade de sua época como seriam lembradas pelas
gerações futuras de Judá.
“No passado, quando Ezequias era o rei de Judá, o profeta Miquéias, da
cidade de Moresete, disse o seguinte ao povo de Judá: Esta é a mensagem
do Senhor do Universo: Este monte Sião ficará limpo como um campo
preparado para o plantio; Jerusalém vai se transformar num monte de casas
destruídas, e o lugar do templo ficará coberto de mato! Por acaso o rei
Ezequias e o povo mataram Miquéias? Muito pelo contrário; eles respeitaram
ao Senhor, se arrependeram e deixaram seus pecados! Pediram perdão ao
Senhor, e Ele não castigou a Judá como tinha ameaçado. Se matarmos
Jeremias porque ele anunciou o que o Senhor disse, vamos chamar o castigo
de Deus sobre nós.” (Jeremias 26:18,19)
O Senhor do Universo proclamaria ainda pelo ministério
profético deste homem simples do campo a cidade em que se daria
o nascimento do prometido Messias e o mistério da salvação dos
gentios. (Gênesis 12:3) Apesar da forte repreensão feita aos judeus
por seus terríveis pecados, o profeta encerra suas profecias
declarando que o Santo de Israel promete se compadecer da nação
e perdoar aos herdeiros das promessas do Senhor.
“Onde haverá outro Deus como o Senhor, que perdoa os pecados dos
sobreviventes de seu povo? O Senhor não pode ficar zangado para sempre,
porque tem alegria em amar e perdoar. O Senhor terá compaixão de nós mais
uma vez. O Senhor pisará e esmagará nossos pecados; jogará todos eles ao
fundo do mar! O Senhor nos abençoará como prometeu a Jacó há muito
tempo. O Senhor estenderá o seu amor sobre nós, conforme prometeu a
nosso pai Abraão!” (Miquéias 7:18-20)
PROFETIZANDO ÀS NAÇÕES
“Assim, antes que Isaías saísse do pátio, o Senhor falou a ele outra vez.
Volte à presença de Ezequias, o dirigente do meu povo, e diga a ele que o
Senhor Deus de seu pai Davi ouviu a sua oração e viu as suas lágrimas. Vou
curá-lo, e de hoje a três dias ele sairá da cama e irá à Casa do Senhor!” (II
Reis 20:4,5)
37. ISAÍAS
O ministério de Isaías transcorreu em Judá em um período
difícil da história da nação. O reino de Israel – que compreendia dez
tribos – estava sendo castigado pelos seus pecados e seus
moradores foram levados em cativeiro pelo rei da Assíria.
O chamado de Isaías para o ministério profético se deu após
uma visão celestial na qual presenciou os serafins que adoram ao
Senhor dos Exércitos. O coro celestial fez com que ele se
reconhecesse como um homem de lábios impuros, mas um dos
serafins tocou-lhe com uma brasa viva retirada do altar e seus
pecados foram perdoados.
Isaías atendeu ao chamado divino e desde então foi enviado
como profeta do Deus Vivo. Revestido pelo Espírito do Senhor,
proclamou ao longo de seu ministério profético que o Salvador seria
enviado ao povo de Deus, anunciando detalhes do ministério terreno
do Messias.
“Apesar disso, o plano perfeito do Senhor exigia sua morte e seu
sofrimento. Mas depois de dar a sua vida como oferta pelo pecado, Ele vai
ressuscitar, verá os muitos filhos que ganhou através da fé. Ele cumprirá com
sucesso a vontade do Senhor. E, quando Ele puder ver o resultado do seu
terrível sofrimento, ficará muito satisfeito. Através de tudo o que passou, o
meu Servo, o Justo, fará muitas pessoas se tornarem justas diante de Mim,
porque Ele mesmo levará sobre Si os pecados delas.” (Isaías 53:10,11)
As sentenças divinas sobre várias nações da terra também
foram proclamadas pelo ministério do profeta Isaías. Babilônia,
Moabe e Egito foram algumas que receberam a sentença divina.
Alguns anos após a conquista do reino de Israel, o rei da
Assíria se volta contra Judá. O rei Ezequias era um homem piedoso
e apresentou ao Senhor dos Exércitos a sua sincera oração para
que Judá fosse alcançada pela graça divina e o poderoso exército
assírio não os destruísse.
“Senhor, é verdade que os reis da Assíria destruíram todas aquelas
nações, e queimaram suas imagens. Mas essas imagens não eram deuses de
forma alguma. Foram destruídas porque esses deuses eram apenas coisas
que os homens fizeram de madeira e de pedra. Ó Senhor nosso Deus,
rogamos que nos salve do poder desse rei; então todos os reinos da terra vão
saber que só o Senhor é Deus.” (II Reis 19:17-19)
O profeta Isaías conforta ao rei de Judá, assegurando a
Ezequias que o próprio Deus de Israel castigaria a Senaqueribe e
seu numeroso exército. Naquela mesma noite, o Senhor dos
Exércitos enviou um anjo e exterminou a 185.000 soldados assírios
que estavam acampados contra Jerusalém. O rei da Assíria retorna
humilhado para sua terra e é assassinado pelos próprios filhos.
Além do livramento que os judeus receberam contra o exército
assírio, o Santo de Israel proclama ainda pelo ministério de Isaías a
glória que está reservada para a cidade de Jerusalém nos últimos
dias.
O PODER DE UM CLAMOR
“Josias estava com oito anos de idade quando se tornou rei. Ele reinou
trinta e um anos em Jerusalém. Seu reinado foi bom, visto ter seguido com
muito cuidado o bom exemplo de seu pai Davi.” (II Crônicas 34:1,2)
39. JOSIAS
Com apenas oito anos de idade, o menino Josias começa a
reinar e se empenha no propósito de erradicar dos termos de Judá a
persistente adoração aos falsos deuses.
“Derrubou os altares dos deuses falsos, reduziu a pó as imagens de
Aserá, e derrubou as colunas. Fez isto em toda parte da terra de Israel, antes
de voltar para Jerusalém.” (II Crônicas 34:7)
Após combater com firmeza as práticas idólatras que se
praticavam em Judá, o jovem rei ordena que sejam realizadas obras
de restauração do templo do Senhor. Durante a realização do
serviço, o sumo sacerdote encontra um livro perdido no templo: as
leis de Deus dadas ao profeta Moisés.
O livro foi levado ao rei Josias que, ouvindo a leitura de suas
palavras, ficou desesperado. A calamidade na qual Judá estava
imersa era consequência de terem sido rebeldes aos mandamentos
do Deus Eterno. Josias enviou homens piedosos ao templo para
que estes intercedessem pela vida do rei e por toda a nação, pois a
justa ira do Senhor estava sobre Judá.
A profetisa Hulda envia ao rei uma palavra vinda da parte de
Deus: o castigo divino sem dúvida viria sobre Judá, mas a sentença
divina não se cumpriria nos dias de vida de Josias. O rei convocou
todo o povo a comparecer ao templo do Senhor e leu as palavras do
Senhor para os judeus.
Naquele mesmo dia, Josias convoca a todos a celebrarem um
pacto com o Deus de Israel, comprometendo-se a observar os
preceitos divinos que se encontravam naquele livro.
“Assim Josias retirou todas as imagens das áreas ocupadas pelos
judeus, e exigiu que todos adorassem ao Senhor seu Deus. E por todo o
restante da vida do rei, eles continuaram servindo ao Senhor, o Deus de seus
pais.” (II Crônicas 34:33)
O rei então convoca toda nação para a celebração da Páscoa
do Senhor. O cuidado de Josias foi tanto que desde os tempos do
profeta Samuel não havia se realizado uma celebração de Páscoa
como aquela que se deu durante o seu reinado.
Algum tempo depois, Josias declara guerra ao rei do Egito que
se aproximava dos termos de Judá com numeroso exército. Embora
faraó tenha enviado mensageiros a Josias explicando-lhe que saía a
guerra contra os assírios e que não avançaria sobre o território dos
judeus, o rei de Judá não quis ouvi-lo e saiu para combater aos
egípcios, sendo ferido na batalha e morrendo em Jerusalém.
O piedoso rei Josias foi então sepultado entre os reis de Judá
que o antecederam, recebendo homenagens póstumas – incluindo
uma lamentação escrita pelo profeta Jeremias – de todos os
habitantes de Judá.
NOS DIAS DO CERCO DE JERUSALÉM
“Então Pedro respondeu: Vejo bem claramente que os judeus não são os únicos
preferidos de Deus. Em cada nação Ele tem aqueles que O adoram, praticam boas obras,
e são aceitáveis a Ele.” (Atos 10:34,35)
41. JETRO e EBEDE-MELEQUE
O menino Moisés nasce durante o período que marca os anos
de escravidão dos descendentes de Jacó na terra do Egito.
Conforme o propósito divino, foi criado pela filha de faraó no palácio.
Moisés vivia no palácio real, mas quando tinha 40 anos
assassinou a um homem egípcio e se viu obrigado a fugir de diante
da face de faraó, passando a viver desde então na terra dos
midianitas. Conheceu a Jetro – também chamado Reuel – e recebeu
uma de suas filhas como esposa.
Durante 40 anos viveu junto aos midianitas – povo que era da
linhagem de Abraão – apascentando os rebanhos de seu sogro
Jetro, até que o Senhor o comissionou para regressar ao Egito e
libertar aos filhos de Israel da opressão egípcia.
O Senhor do Universo devastou ao Egito com grandes sinais e
maravilhas que eram feitos pelas mãos do profeta Moisés. Assim os
hebreus deixaram a terra da escravidão e partiram para uma longa
jornada de 40 anos no deserto sob a liderança de Moisés.
Sabendo de como o Deus de Israel libertou aos hebreus do
Egito, o sacerdote midianita Jetro reuniu a mulher e os filhos de
Moisés e foi ao encontro de seu genro no deserto. O profeta
recebeu a seu sogro com grande alegria, contando-lhe com mais
detalhes como o Senhor os tinha libertado.
“Jetro ficou contente com todos os benefícios que Deus tinha feito a
Israel, chegando a fazer aquele grande livramento. Disse ele: Bendito seja o
Senhor que libertou vocês das mãos dos egípcios e de Faraó! Agora sei que o
Senhor é maior do que todos os deuses. Sim, pois libertou este povo da mão
dos orgulhosos e cruéis egípcios!” (Êxodo 18:9-11)
No dia seguinte, Jetro presenciou o pesado trabalho de Moisés.
Como juiz de um povo com centenas de milhares de pessoas, ele se
assentava pela manhã e passava o dia inteiro julgando as
demandas dos israelitas. Vendo isso, o sábio Jetro aconselhou seu
genro a “escolher homens que ajudem como juízes e advogados de
causas menores.” (Êxodo 18:21) O profeta Moisés ouviu as palavras
de Jetro, sendo assim abençoado por seu prudente conselho.
*
[Jeremias] “anunciava as mensagens do Senhor: ‘Quem ficar em
Jerusalém será morto na guerra, pela fome ou de doença. Mas, quem se
render aos caldeus escapara com vida, mesmo perdendo tudo o que tem.
Sem a menor sombra de dúvida, Jerusalém será conquistada pelo exército do
rei da Babilônia. Nabucodonosor tomará posse desta cidade!’ Então os quatro
oficiais procuraram o rei e disseram: Por favor, deixe-nos matar Jeremias!
Com as palavras dele vai deixar todos os nossos soldados e cidadãos
completamente desanimados! Ninguém mais vai querer lutar para defender a
cidade. Jeremias não tem boas intenções, ele é um traidor!” (Jeremias 38:2-4)
Com a permissão do rei, lançaram a Jeremias em uma cisterna
na qual havia apenas lama para que morresse de fome naquele
lugar. Ouvindo isto, um oficial etíope chamado Ebede-Meleque que
servia no palácio real correu ao encontro do rei intercedendo pela
vida do profeta de Deus.
Sendo autorizado pelo rei, o etíope partiu com 30 homens até a
cisterna e resgatou Jeremias da morte iminente. O Senhor do
Universo recompensou a bondade deste homem que corajosamente
arriscou a própria vida para salvar o profeta, concedendo-lhe a
proteção divina quando as tropas de Babilônia destruíram a
Jerusalém. (Jeremias 39:15-18)
PROFETIZANDO NO CATIVEIRO
“Há um homem no seu reino que tem em si o espírito dos deuses santos.
Na época de seu pai, esse homem era cheio de inteligência e sabedoria. Ele
parecia até ser um deus! [...] Chame esse homem, Daniel, porque ele está
cheio da sabedoria e da inteligência divinas. Ele pode interpretar sonhos ou
resolver problemas muito difíceis e solucionar qualquer caso. Ele poderá dizer
ao rei o que significam as palavras escritas na parede.” (Daniel 5:11,12)
43. DANIEL
Com a invasão de Judá pelo exército babilônico, muitos judeus
foram levados cativos para o império. O rei de Babilônia ordena que
o chefe dos oficiais de sua corte selecione entre os jovens judeus
exilados alguns que passassem por um período de treinamento para
servirem no palácio real.
Os jovens eleitos foram Daniel, Hananias, Misael e Azarias. O
período de preparação era rigoroso e até mesmo a alimentação
destes jovens era determinada pelo rei. Daniel e seus amigos
propuseram em seu coração a não se alimentar com as iguarias do
palácio real, pois muitas delas feriam princípios divinos. Desta
forma, se alimentaram apenas com legumes e águas durante os três
anos em que foram preparados para servirem na presença do rei.
“Deus deu aos quatro rapazes uma capacidade de aprender fora do
comum, e logo eles conheciam muito bem toda a literatura e a ciência de sua
época. Além disso, Deus deu a Daniel uma capacidade especial para
compreender os significados dos sonhos e visões.” (Daniel 1:17)
O rei Nabucodonosor teve um sonho que o deixou muito
perturbado, porém não se lembrava do sonho que teve. Ordenou
que alguns sábios magos do reino fossem ao palácio. Ali chegando,
souberam que a ordem do rei era para que eles contassem o sonho
do rei e sua interpretação. Como não foram capazes de cumprir a
missão dada, o imperador sentenciou a todos os magos e sábios de
Babilônia – e isso incluía a Daniel e seus amigos – a pena de morte.
Ao saber da situação, Daniel e seus amigos suplicaram que o
Senhor lhes revelasse o sonho do rei e sua interpretação. Deus
atendeu as suas súplicas e revelou o sonho e o mistério que estava
envolto nele. O jovem Daniel se apresenta diante do rei e lhe conta
o sonho e revela que a estátua vista representava o surgimento dos
quatro impérios mundiais: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma.
“É verdade, Daniel, disse o rei. O seu Deus é o Deus dos deuses, o
Senhor dos reis, o Revelador de mistérios, porque Ele revelou a você este
segredo. Depois disso, o rei fez com que Daniel se tornasse famoso e
respeitado. Deu a ele muitos presentes valiosos e escolheu Daniel para ser
governador da província de Babilônia. Além disso, Daniel foi escolhido para
chefe de todos os sábios.” (Daniel 2:47,48)
Tempos depois, o coração de Nabucodonosor foi tomado pela
soberba e ele ordenou que fosse construída uma estátua de ouro
com cerca de 30 metros de altura, diante da qual todas as
autoridades do império deveriam se ajoelhar. Os amigos de Daniel
não se prostraram e foram condenados a serem lançados em uma
grande fornalha para serem queimados até a morte. Deus os livrou
da morte iminente, pois pela fé “apagaram a força do fogo” (Hebreus
11:34).
Deus puniu a prepotência do rei Nabucodonosor, humilhando-o
como um animal. A arrogância de seu sucessor também foi
castigada e a sentença celestial gravada em uma parede diante de
seus olhos. Babilônia sucumbiu diante do poderoso império medo-
persa.
O Senhor amava a Daniel e também o fez prosperar diante dos
reis da Pérsia (Daniel 6:3). Apesar disso, sofreu com ciladas de
seus inimigos, sendo condenado à morte e lançado na cova dos
leões por sua fidelidade a Deus. Como seus amigos, recebeu o
socorro divino e foi preservado da morte.
Os últimos capítulos da história da humanidade lhe foram
mostrados por revelação celestial e se cumprirão no fim dos tempos.
NOS DIAS DO CATIVEIRO
“Três dias depois, Ester vestiu seus vestidos reais e entrou no pátio
interior do palácio do rei, que ficava bem em frente do salão real. O rei estava
sentado no trono real. Quando ele viu a rainha Ester parada ali no pátio, ficou
muito contente, fez sinal com o cetro e mandou que ela se aproximasse. Ester
se aproximou e com a mão tocou a ponta do cetro.” (Ester 5:1,2)
45. ESTER
Após a conquista de Babilônia, o império medo-persa passou a
dominar uma vasta extensão do mundo até então conhecido. Com
mais de 4.000 quilômetros de extensão, Assuero reinava sobre 127
províncias que se estendiam desde a Índia até à Etiópia.
Durante o terceiro ano de seu reinado, o imperador decidiu
realizar uma grande festa para a qual foram convidados os homens
mais importantes de cada uma das províncias de seu império. As
comemorações de Assuero se estenderam por seis meses. Após
essa grande festividade, o rei promoveu outra festa para os
servidores e oficiais do palácio real.
No último dia de comemorações o rei já estava embriagado e
ordenou que a rainha Vasti comparecesse diante de seus
convidados, porém ela se recusou. Diante da inesperada recusa da
rainha as suas ordens, Assuero destitui a Vasti e ordena que se
busque em todo seu reino por moças virgens que participem de uma
espécie de concurso de beleza para a escolha da nova rainha.
Havia na fortaleza do império um judeu da linhagem de Saul
chamado Mardoqueu que havia sido levado em cativeiro para
Babilônia por ocasião do exílio imposto pelo rei Nabucodonosor. Ele
criava sua sobrinha, uma jovem muito bela chamada Hadassa (e
passou a ser chamada Ester).
A jovem foi levada por um dos oficiais do rei para participar do
concurso de beleza, sendo escolhida pelo rei Assuero para reinar
em lugar de Vasti. Algum tempo depois, Mardoqueu estava de
serviço no palácio real quando descobriu que dois oficiais
conspiravam para tirar a vida de Assuero. O caso foi denunciado à
rainha Ester e os conspiradores foram enforcados pelo rei.
Pouco tempo depois, o rei Assuero decide exaltar a Hamã,
fazendo deste homem o oficial mais importante de todo seu império.
Em reverência, todos os que vivem no reino deveriam se curvar
diante dele, mas o judeu Mardoqueu ignorava o fato e se recusava a
reverenciar outro homem.
Ao saber disso, o oficial Hamã elaborou um plano para destruir
não apenas a Mardoqueu, mas a todos os judeus que viviam no
vasto império medo-persa. O ódio de Hamã se justifica, pois este
era da linhagem do rei amalequita Agague, nação que foi dizimada
pelos hebreus nos dias de Saul.
Desta forma, Hamã convence o imperador a publicar um edito
real permitindo que todos os judeus fossem mortos em um dia
determinado, não sabendo ele que a própria rainha era judia.
Quando soube da notícia, Mardoqueu enviou um mensageiro a sua
prima Ester para que ela intercedesse pelos judeus. A moça temeu,
pois caso se apresentasse ao rei sem ser chamada poderia ser
morta.
Coordenados por Mardoqueu (também chamado ‘Mordecai’), os
judeus jejuam por três dias e noites, a rainha decide arriscar a vida
diante do rei, anuncia pertencer ao povo judeu e confronta a
maldade do perverso Hamã. O rei Assuero fica furioso contra Hamã
e o sentencia a morte: “Então Harbona, um dos homens de confiança do
rei, disse: ‘Majestade, Hamã deu ordens para construir uma forca de mais de
vinte metros de altura, para enforcar Mordecai, o homem que salvou o rei de
ser assassinado! A forca está no quintal de Hamã.’ Então o rei deu esta
ordem: Enforquem Hamã nela’. (Ester 7:9)
Assuero publica um edito real em favor dos judeus, mudando a
sorte do povo de Deus. Assim o Senhor concedeu grande
livramento aos judeus através da rainha Ester e seu primo
Mardoqueu.
TEMPO DE EDIFICAR
“Será que eu tenho de assistir todo esse pecado e toda essa tristeza à
minha volta para sempre? Para qualquer lugar que eu olhe, existe violência e
chantagem. Homens que dão a vida por uma discussão e uma briga. A lei não
é cumprida [...], pois os perversos são muito mais numerosos que os justos.”
(Habacuque 1:3,4)
O cenário no qual se situa o ministério profético de Habacuque
revela com clareza que a nação estava imersa em seus próprios
pecados. O profeta questiona abertamente ao Senhor sobre os
pecados do povo e ouve que o castigo divino sobre Judá viria pelas
mãos do rei de Babilônia.
Mesmo diante dos conflitos sociais que marcam sua geração, o
profeta Habacuque declara sua confiança incondicional e inabalável
no Senhor Deus de Israel. (Habacuque 3:17-19) *
PROFETAS DO SENHOR
[...] Furioso por ter sido obrigado a fugir da batalha, o rei da Síria atacará
Jerusalém mais uma vez e vai desrespeitar o templo, obrigando os judeus a
parar com os sacrifícios diários e adorando ídolos dentro do templo. Quando
partir, deixará no governo de Israel judeus que não amam a Deus – homens
que abandonaram a fé de seus pais. Ele prometerá muitas vantagens aos que
não dão importância às coisas de Deus, e assim eles passarão a colaborar
com a Síria. Apesar disso, as pessoas que conhecem o seu Deus serão
corajosas e farão grandes coisas!” (Daniel 11:30-32)
49. MACABEUS
Ao regressarem do cativeiro babilônico, os judeus viveram em
Jerusalém sob o domínio do império medo-persa por muitos anos.
Conforme anunciado pelo profeta Daniel, o império medo-persa
sucumbiu ante o poderio bélico da Grécia e, após a morte do rei
grego Alexandre Magno, seu vasto império foi dividido entre seus
quatro generais (Daniel 11:2-4).
O general Antíoco Epífanes consolida seu governo sobre a Síria
e o Egito e ordena que todos os povos que vivem sob o domínio de
seu império abandonem seus costumes religiosos e prestem culto
às divindades gregas. Os judeus receberam ordens para não mais
circuncidarem os meninos que nascessem. Além disso, deveriam
destruir os escritos sagrados e profanar o sábado e o templo do
Senhor com sacrifícios impuros. Os que se recusavam a cumprir as
ordens reais eram mortos.
“Lutou, contra o povo de Deus e derrotou alguns, dos líderes judeus.
Chegou a desafiar o Comandante do exército dó Céu, interrompendo os
sacrifícios que eram oferecidos diariamente a Deus e manchando a pureza do
seu templo.” (Daniel 8:10,11)
O sacerdote Matatias se rebelou contra as ordens do rei e fugiu
para as montanhas no deserto acompanhado de seus filhos.
Aqueles que eram tementes ao Deus Vivo se juntaram a família do
sacerdote. Aproximando-se os dias de sua morte, Matatias fez larga
exposição sobre a fidelidade divina desde Abraão até os dias de
Daniel, exortando seus filhos a permanecerem fiéis ao Senhor.
Judas Macabeu assume a liderança após a morte de seu pai,
vencendo as batalhas contra os exércitos enviados pelo rei. Apesar
de serem poucos quando comparados às tropas reais que saíam
para combatê-los, os judeus eram vitoriosos porque confiavam no
Deus de Israel (Levíticos 26:7-9).
Jerusalém e o templo do Senhor estavam abandonados. Sob a
liderança de Judas, os judeus decidiram regressar a cidade. O
templo foi então restaurado e purificado pelos sacerdotes, sendo
novamente consagrado ao Deus Vivo. Durante oito dias celebraram
a dedicação do altar, oferecendo sacrifícios com alegria e ações de
graças ao Senhor.
Judas Macabeu e a assembleia de judeus declaram que os dias
de dedicação do altar seriam celebrados anualmente e esta tradição
– chamada “festa das luzes” – celebrada nos dias de Jesus (João
10:22) permanece até hoje. O perverso rei sofreu a sentença divina,
morrendo de uma enfermidade que fazia com que vermes saíssem
de seu próprio corpo e comessem sua carne.
O filho do cruel monarca assume o poder e inicia sua
campanha militar avançando contra Jerusalém. Marchava com um
poderoso exército formado por 100.000 soldados, milhares de
cavaleiros, centenas de carros militares e algumas dezenas de
elefantes adestrados para guerra. Os judeus clamaram ao Senhor
dos Exércitos e os inimigos foram vencidos pelas tropas de Judas.
“Um só de vocês basta para pôr em fuga mil inimigos, pois o Senhor
nosso Deus luta por nós, como prometeu. Portanto esforcem-se para
continuar amando ao Senhor nosso Deus! Este amor vai guardar suas almas.”
(Josué 23:10,11)
Os judeus realizam uma aliança de paz e cooperação com os
romanos e, mesmo após a morte do valoroso Judas Macabeu, seus
irmãos assumem a liderança militar da nação de Judá, servindo
ainda hoje como exemplos de coragem e confiança inabalável no
Senhor Deus.
CRIANDO O SALVADOR
“Maria disse: ‘Eu sou a serva do Senhor, e estou pronta a fazer tudo
quanto for necessário. Que aconteça tudo o que o Senhor me disse’. Então o
anjo desapareceu.” (Lucas 1:38)
50. MARIA
No ventre desta virtuosa mulher foi gerado um menino que
transformaria para sempre a história da humanidade. A jovem Maria
– que teria cerca de 12 anos – estava prometida em casamento a
um homem chamado José, quando o Senhor do Universo envia um
anjo a esta moça com uma revelação surpreendente: ela estaria
grávida de um menino que deveria se chamar JESUS.
Diante de uma mensagem impactante como esta, a jovem
Maria pede ao anjo Gabriel que lhe explique como poderia ser isso,
pois ainda era virgem.
“O anjo respondeu: O Espírito Santo virá sobre você e o poder de Deus a
cobrirá com a sua sombra; por isso a criança que vai nascer de você será
completamente santa - o Filho de Deus.” (Mateus 1:35)
A moça aceitou prontamente a missão divina recebida, embora
sua vida estivesse seriamente ameaçada. Conforme a tradição
judaica, uma moça que surgisse grávida antes do casamento
deveria ser apedrejada até morrer. Maria realiza uma pequena
viagem rumo às terras montanhosas da Judéia para visitar sua
prima Isabel, pois o anjo do Senhor lhe havia contado que esta
mulher em idade avançada havia engravidado e sua gestação já
completava seis meses.
A jovem permaneceu na casa de sua prima por três meses.
Regressando para sua cidade, José toma conhecimento de que sua
noiva está grávida e planeja deixa-la secretamente. Supondo ter
sido traído pela moça, a fuga de José representaria para sociedade
uma espécie de confissão pública de que ele se relacionou com sua
noiva, inocentando assim a Maria por seu aparente adultério.
O anjo do Senhor aparece em sonho a José para que ele não
deixasse a Maria, revelando ainda que a criança que estava sendo
gerada no ventre de sua futura esposa havia sendo concebida pelo
Espírito Santo. José atende a ordem divina, levando a jovem para
morar consigo. Apesar de estarem juntos desde então, a moça
“permaneceu virgem até seu Filho nascer.” (Mateus 1:25) Como
José era membro da antiga família real, ele e sua esposa viajaram
para Belém – cidade natal do rei Davi – para atender ao
recenseamento ordenado pelo imperador romano. Naquela cidade
nasceria o menino Jesus. Alguns dias depois, o casal levou o
menino Jesus para ser circuncidado e apresentado no templo de
Jerusalém.
Quando completou 12 anos, o menino Jesus acompanhou seus
pais na viagem para Jerusalém por ocasião da festa da Páscoa.
Quando regressavam, perceberam que Jesus não estava com os
demais familiares e voltaram a Jerusalém para procurar o menino.
Chegando ao templo, o encontraram assentado conversando com
os mestres da lei. O menino obedece aos seus pais e retorna para
casa.
Muitos anos depois, Maria foi convidada – a ausência de José
sugere que ele já havia morrido – para uma festa de casamento,
assim com Jesus e seus primeiros discípulos. Durante as
celebrações do casamento, o vinho acabou! Maria apresenta o
problema dos recém-casados a Jesus, dando uma ordem aos
criados: "Façam tudo o que Ele disser a vocês" (João 2:5). O
Senhor operou ali seu primeiro milagre, transformando seis talhas
de água (cerca de 500-600 litros) em excelente vinho.
Durante a crucificação do Senhor Jesus, quando muitos de
seus discípulos se esconderam com medo da morte, ali estava sua
amorosa mãe. Vendo-a Jesus, ordena ao apóstolo João que cuide
dela daquele dia em diante (João 19:25-27), demonstrando mesmo
na cruz Seu amor por Maria.
UMA VOZ CLAMANDO NO DESERTO
O PRÍNCIPE DA VIDA
“Os discípulos de Jesus O viram fazer muitos outros milagres além dos
que são mencionados neste livro, mas estes estão registrados para que vocês
creiam que Ele é o Messias, o Filho de Deus, e crendo nEle tenham a Vida.”
(João 20:30,31)
52. SENHOR JESUS CRISTO
Compreendendo ser impossível descrever todos os
ensinamentos e milagres que marcaram o ministério do Senhor
Jesus Cristo (João 20:30,31), passamos então a um breve olhar
sobre eles.
Logo após ser batizado por João Batista, o Senhor Jesus foi
levado pelo Espírito Santo para o deserto. O propósito era claro: um
período de consagração em jejum e oração. Durante 40 dias foi
tentado pelo diabo, mas suportou as investidas malignas e estava
pronto para o ministério.
Após o milagre da transformação da água em vinho na
celebração de um casamento, Jesus parte para Jerusalém.
Chegando ao templo, o Senhor encontrou pessoas vendendo
animais que eram comprados para os sacrifícios. “Jesus fez um
chicote com umas cordas e expulsou todos, pondo para fora as
ovelhas e os bois, espalhando no chão as moedas deles!” (João
2:15).
O Senhor se caracterizava por procurar aqueles que eram
rejeitados pela sociedade. Quando esteve em Samaria, conversou
com uma mulher e lhe ensinou acerca do Reino de Deus. Voltando
para aldeia, ela convida todos a conhecer Jesus. O Senhor ensinou
por apenas dois dias e os samaritanos disseram à mulher: “Agora
nós cremos porque ouvimos Jesus por nós mesmos, e não somente
por causa do que você nos contou. Ele é na verdade o Salvador do
mundo” (João 4:42).
Algum tempo depois, Jesus e os apóstolos atravessaram o mar
da Galiléia (onde o Senhor acalmou a tempestade) e foram à cidade
de Gadara. Chegando naquela região, Jesus encontrou um homem
endemoniado que “sem casa e sem roupa, vivia no cemitério, entre
os túmulos” (Lucas 8:27). Possuído por uma legião de demônios, o
homem foi liberto pelo poder da palavra do Senhor.
O Senhor buscava aos humilhados. Assim curou o paralítico
que há 38 anos padecia, perdoou a mulher adúltera que estava
prestes a morrer apedrejada e ressuscitou o filho da viúva de Naim.
Ainda que o milagre seja fruto da ação divina através de seres
humanos, a tradição judaica identifica que existem três milagres
messiânicos, ou seja, aqueles que apenas o Messias poderia
realizar.
A cura de um leproso era um deles. E depois de pregar o
sermão da montanha, Jesus vê um homem leproso que se ajoelha e
suplica pela cura. “Jesus toca no homem” (Mateus 8:3) e o cura.
O segundo milagre messiânico seria a cura de uma pessoa
possuída por um demônio que a deixasse surda. O Mestre
regressou a região de Decápolis – onde estava situada a cidade de
Gadara – e ali lhe foi apresentado um endemoniado surdo e, após
retirá-lo dentre a multidão, o curou. “Naquele mesmo instante o
homem pôde ouvir perfeitamente e falar claramente.” (Marcos 7:35)
Jesus também curou um cego de nascença – terceiro milagre
messiânico. “Jesus cuspiu no chão, fez barro com a saliva, esfregou
nos olhos do cego” (João 9:6) e ordenou que fosse se lavar em um
tanque ao lado do templo. O homem obedeceu, foi curado e assim
declarou diante dos fariseus: “Desde o princípio do mundo nunca
houve ninguém que pudesse abrir os olhos de uma pessoa que
nasceu cega. Se este homem não fosse de Deus, não poderia fazer
isto.” (João 9:32,33) Os judeus reconheceram os sinais
messiânicos, mas não confessaram que Jesus Cristo era de fato o
Messias. O apóstolo João conclui declarando “que se todos os
outros acontecimentos da vida de Jesus também fossem escritos,
os livros não poderiam caber no mundo inteiro!” (João 21:25)
“Jesus lhe disse: Isso mostra que hoje a salvação chegou a esta casa.
Este homem era um dos filhos perdidos de Abraão.” (Lucas 19:9)
54. ZAQUEU
Depois de um período de pouco mais de um século de
autonomia política sob a liderança dos irmãos Macabeus, a cidade
de Jerusalém é dominada pelo general romano Pompeu no ano 63
a.C.
Como ocorria em todas as regiões sob domínio do império
romano, os judeus eram obrigados a pagar impostos a Roma. Os
responsáveis pela cobrança dos impostos eram os publicanos. Eram
detestados pela nação, não só por serem cooperadores do império
opressor, como também pelo fato de muitas vezes cobrarem mais
do que deveriam, enriquecendo à custa da exploração do povo.
“Até os cobradores de impostos - famosos pela sua desonestidade -
vieram para ser batizados e perguntaram: Como provaremos a você que já
abandonamos os nossos pecados? Pela sua honestidade, respondeu ele.
Vejam que não cobrem mais impostos do que o governo romano exige de
vocês”. (Lucas 3:12,13)
Embora os publicanos não fossem bem vistos pela sociedade
judaica, Jesus não os discriminava. A escolha do publicano Mateus
– também chamado “Levi” – como um dos doze apóstolos de Cristo
comprova o caráter acolhedor do ministério do Senhor. O Mestre,
inclusive, foi censurado pelos fariseus por se assentar a mesa com
publicanos.
“Mas quando alguns dos líderes religiosos judaicos viram Jesus
comendo com esses homens de má reputação, disseram aos seus discípulos:
Como é que Ele aguenta isso, e come com essa gente baixa?” (Marcos 2:16)
As mensagens pregadas por Jesus despertavam o interesse de
muitos publicanos (Lucas 15:1) e com o baixinho Zaqueu não era
diferente. Homem de grandes riquezas e considerado como um dos
chefes dos publicanos, ele deseja realmente conhecer ao Senhor. O
Mestre passava pela cidade de Jericó cercado por uma multidão de
seguidores. Além de sua pequena estatura ser um grande
obstáculo, Zaqueu sabia que os judeus não lhe facilitariam a
passagem para se aproximar de Jesus.
O baixinho publicano não desistiu e correu para onde o Senhor
passaria, subindo em uma figueira para dali avistar a Jesus. Era
uma estratégia arriscada, pois poderia ser motivo de chacota entre
os judeus que o vissem ali. Mas ele não estava preocupado com
sua reputação; queria conhecer a Jesus. Quando o Mestre chegou
ao local onde Zaqueu estava, olhou para cima e disse ao publicano
que descesse, pois se hospedaria em sua casa naquele dia.
Como era de se esperar, a multidão murmurava pelo fato de
Jesus entrar na casa de um cobrador de impostos. Sem se
incomodar com isso, o baixinho Zaqueu desceu mais do que
depressa daquela árvore e recebeu com grande alegria o Mestre.
“Nisso, Zaqueu levantou-se diante do Senhor e disse: Senhor, de agora
em diante eu darei metade da minha riqueza aos pobres e se descobrir que
cobrei demais os impostos de alguém eu pagarei uma multa devolvendo-lhe
quatro vezes mais!” (Lucas 19:8)
A presença de Jesus no lar daquele publicano impactou
profundamente sua vida. Zaqueu decide voluntariamente dar
metade de seus bens aos pobres e promete restituir ainda quatro
vezes mais (o que faz pressupor que não era corrupto) caso tenha
cobrado imposto excessivo de algum judeu.
Conhecer a Jesus mudou para sempre a vida deste homem,
provocando nele uma conversão genuína. O Senhor declara diante
de todos que “hoje a salvação chegou a esta casa” (Lucas 19:9),
restituindo ao reino de Deus mais uma ovelha perdida dentre os
filhos de Abraão.
PESCADOR DE HOMENS
DISCÍPULO AMADO
56. JOÃO
Como anunciado pelos profetas séculos antes, o Senhor
enviaria um profeta para preparar o caminho para a chegada do
Messias. O ministério de João Batista representou o cumprimento
destas profecias. Certa vez João Batista estava acompanhado de
dois de seus discípulos, quando avistou a Jesus e declarou que ali
estava o Cordeiro de Deus. João e André – até então discípulos de
João Batista – a partir daquele dia se tornaram os primeiros
seguidores do Senhor Jesus Cristo.
Quando escolhido por Jesus para o ministério apostólico, João
– e seu irmão Tiago – foi chamado pelo Senhor de “filho do trovão”.
Essa expressão usada pelo próprio Jesus para se referir aos recém-
eleitos apóstolos já nos diz muito sobre a personalidade destes
irmãos. Apesar dos seus defeitos, Cristo os escolhe como
protagonistas da história que mudaria o mundo para sempre.
Para cumprir a missão que lhe seria confiada, João – assim
como Pedro e Tiago – foi preparado de forma especial não só para
o ministério apostólico, como também para se levantar como
verdadeira coluna da igreja primitiva (Gálatas 2:7). Não por acaso,
esses apóstolos foram chamados a participar com exclusividade de
momentos marcantes do ministério de Jesus como a ressurreição
da filha de Jairo, a transfiguração no monte e a oração aflita do
Senhor no Jardim do Getsêmani.
Apesar de sua caminhada com Cristo, o apóstolo João
precisava de maturidade e amor fraternal para prosseguir nesta
jornada. Quando em uma aldeia de samaritanos se recusaram a
oferecer hospedagem ao Senhor, “Tiago e João disseram a Jesus:
Mestre, podemos pedir que caia fogo do céu para queimar todos
eles?” (Lucas 9:54). Os irmãos foram repreendidos pelo Senhor
nessa ocasião e o seriam mais adiante também quando a mãe deles
pede a Jesus que seus filhos assumam posição de destaque – em
detrimento dos demais apóstolos – no possível reino terreno do
Messias.
Chamado de “discípulo amado”, ele se manteve sempre
próximo ao Senhor. Mesmo durante a crucificação, no momento
mais doloroso do ministério de Jesus, ali estava João. Quando todos
os discípulos abandonaram o Senhor e se esconderam por medo de
morrer, ele permaneceu corajosamente junto à cruz do Salvador.
(João 19:26) O Senhor Jesus ressurgiu dentre os mortos e
comissionou os apóstolos a espalhar por todo o mundo a
mensagem da salvação. Cheios do Espírito Santo, João e Pedro
foram ao templo para participar da reunião de oração e foram
abordados por um coxo de nascença que mendigava. O homem
lhes pediu dinheiro, mas recebeu uma palavra de cura: em nome de
Jesus, levanta e anda!
“Com isto Pedro tomou o coxo pela mão e pôs o homem em pé. Ao fazer
isso, os pés do homem foram curados e ficaram tão fortes que ele pôde se
levantar de um pulo, ficou ali um momento e começou a caminhar! Então,
caminhando, pulando, e louvando a Deus, entrou no templo com eles.” (Atos
3:7,8)
Uma verdadeira multidão correu ao encontro dos apóstolos e
ouviu uma mensagem poderosa sobre a ressurreição do Senhor
Jesus Cristo. Pedro e João foram presos por ordem dos sacerdotes,
“porém muitos que ouviram a mensagem deles creram nela, de
modo que o número de crentes agora já atingia cerca de 5.000
homens!” (Atos 4:4) João permaneceria por muitos anos levando a
mensagem da salvação aos homens de seu tempo, anunciando
ainda os acontecimentos que marcarão os últimos dias da história
da humanidade.
O PRIMEIRO MÁRTIR
57. ESTEVÃO
O número de discípulos crescia no seio da igreja primitiva e
com isso começavam a surgir problemas de relacionamento entre
os novos cristãos. A fim de encerrar as contendas entre os irmãos
por causa da distribuição de alimentos às viúvas, os apóstolos
decidiram pela instituição dos diáconos para que estes homens
eleitos pela comunidade cristã se dedicassem à assistência social,
repartindo com justiça os mantimentos entre as viúvas da igreja.
Entre os sete eleitos para o ministério diaconal estava Estêvão,
um “homem tão cheio de fé e do poder do Espírito Santo [que] fazia
milagres espantosos entre o povo” (Atos 6:8). Certa vez, se
levantaram vários judeus que iniciaram uma discussão com o
diácono Estêvão.
Como nenhum destes homens era capaz de resistir à sabedoria
deste fiel discípulo de Jesus, decidiram subornar algumas pessoas
para que dissessem que ouviram Estêvão blasfemando, acusando-o
de proferir palavras de maldição contra o profeta Moisés e o próprio
Deus.
Por conta do falso testemunho destes homens, Estêvão foi
preso e levado diante do Sinédrio para que se defendesse das
acusações. Chegando à sala onde seria julgado, os membros do
conselho viram o “o rosto de Estêvão tornar-se radiante como o
rosto de um anjo!” (Atos 6:15) Ao receber a palavra para apresentar
sua defesa, apresentou uma sucinta exposição da história da nação
de Israel, começando no chamado divino do patriarca Abraão e
passando pouco depois pelo período de escravidão dos filhos de
Israel na terra do Egito até sua libertação pelas mãos do profeta
Moisés.
Cheio do Espírito Santo, o corajoso Estêvão prosseguiu em sua
defesa falando com ousadia sobre a jornada dos hebreus pelo
deserto, passando pelos dias em que a nação foi liderada por Josué
na conquista da terra de Canaã até alcançar o ministério do Senhor
Jesus Cristo.
Por um momento os protagonistas se viram com os papéis
trocados, pois agora era o destemido Estêvão que acusava os
membros do Sinédrio ao declarar que os judeus “mataram aqueles
que profetizaram sobre a vinda do Justo - o Messias, que vocês
traíram e assassinaram”. (Atos 7:52) Confrontados pelas palavras
contundentes do diácono Estêvão, os chefes religiosos da nação
judaica se enfureceram tanto que chegavam a ranger os dentes de
raiva.
“Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, olhou bem firme para o céu e viu
a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita do Pai. Então disse a eles: olhem,
eu estou vendo os céus abertos e Jesus, o Messias, em pé ao lado direito de
Deus!” (Atos 7:55,56)
Para que não ouvissem o relato de Estêvão, os judeus
presentes na audiência taparam os ouvidos e com gritos o
arrastaram para fora da cidade para apedrejá-lo. Chegando ao local
onde haviam de matá-lo, depuseram suas capas aos pés de um
jovem chamado Saulo de Tarso.
Durante os ataques furiosos dos judeus que o apedrejariam até
a morte, o primeiro mártir do Cristianismo faz sua última oração
pedindo ao Senhor Jesus que recebesse seu espírito e perdoasse
àqueles que cruelmente o assassinavam.
AS PRIMÍCIAS ENTRE OS GENTIOS
58. CORNÉLIO
Os filhos de Israel foram separados dentre as outras nações
para formarem um povo santo ao Senhor Deus (Deuteronômio 7:6-
8). Sendo assim, foram orientados ainda durante sua jornada no
deserto a não se corromperem com as tradições religiosas dos
habitantes da terra de Canaã.
Embora fossem capazes de conviver de forma pacífica com os
gentios – isto é, aqueles que não eram judeus – havia uma clara
separação entre a comunidade de Israel e as outras nações. O
sacrifício redentor de Jesus e o surgimento da igreja representavam
o cumprimento da promessa divina a Abraão de que por meio de
sua descendência seriam benditas todas as famílias da Terra.
Os apóstolos de Cristo, no entanto, se limitaram a anunciar as
boas novas de salvação apenas ao povo judeu. É neste momento
da história que o Senhor resolve mudar os rumos da igreja primitiva.
“Morava em Cesaréia um oficial do exército romano, chamado Cornélio,
comandante de um regimento italiano. Ele era um homem religioso que tinha
fé em Deus como também toda sua família. Praticava a caridade com boa
vontade e era um homem de oração.” (Atos 10:1,2)
O Senhor se agradou tanto da conduta de Cornélio que enviou
um anjo a este homem com uma mensagem clara na qual lhe era
dito para enviar mensageiros a cidade de Jope, pedindo a Pedro
que fosse visitá-lo em sua casa.
Quando os mensageiros enviados pelo centurião se
aproximavam da casa, o apóstolo recebeu uma visão na qual via o
céu aberto e algo semelhante a um lençol que descia ao chão e no
qual estavam animais considerados impuros para alimentação
(Levíticos 11). Uma voz desceu do céu por três vezes ordenando
que Pedro matasse e comesse daqueles animais, porém o apóstolo
se recusou.
Enquanto Pedro ainda procurava entender o que poderia
significar aquela visão, os homens enviados por Cornélio chegaram
a casa onde o apóstolo estava hospedado. O Espírito Santo disse a
Pedro que acompanhasse os mensageiros e, no dia seguinte, foram
juntos para Cesaréia.
Chegando a casa do oficial romano, Cornélio não só o estava
aguardando como reuniu também aos seus parentes e amigos mais
próximos para ouvir a mensagem divina. Percebendo quantas
pessoas haviam se ajuntado ali, “Pedro falou: Vocês sabem que é
contra as leis judaicas que eu entre na casa de um estrangeiro. Mas
Deus me mostrou numa visão que eu nunca devo pensar que
alguém é indigno de minha companhia.” (Atos 10:28) O apóstolo
Pedro começa seu discurso reconhecendo que Deus não faz
distinção entre judeus e gentios, passando a narrar o ministério do
Senhor Jesus e como a mensagem da salvação vinha se
“espalhado por toda a Judéia, começando com João Batista na
Galiléia.” (Atos 10:37) “Quando Pedro ainda estava falando estas coisas, o
Espírito Santo caiu sobre todos aqueles que estavam ouvindo a Palavra de
Deus! Os judeus que tinham ido com Pedro ficaram admirados de que a
dádiva do Espírito Santo fosse destinada também aos não-judeus.” (Atos
10:44,45)
Os gentios que ali estavam foram batizados em nome do Jesus.
Apesar da resistência inicial de alguns irmãos, todos reconheceram
no fim do relato de Pedro que “Deus concedeu também aos que não
são judeus o privilégio de se voltarem para Ele e receberem a vida
eterna!” (Atos 11:18)
COLABORADORES DE DEUS
“Uma pessoa que planta ou rega não é muito importante; Deus é que é
importante, porquanto é Ele quem faz as coisas crescerem. Eu e Apolo
trabalhamos em equipe, com o mesmo alvo, ainda que seremos
recompensados pelo trabalho árduo que cada um de nós fizer. Nós dois
somos apenas colaboradores. Vocês são lavoura de Deus, não nossa; vocês
são edifício de Deus, não nosso.” (I Coríntios 3:7-9)
É Ó
59. BARNABÉ – SILAS – TIMÓTEO – APOLO
O Evangelho se espalhava rapidamente entre judeus e gentios.
Além dos apóstolos de Cristo, muitos outros homens foram usados
como instrumentos divinos para a pregação das boas novas.
Nos primórdios da igreja cristã, Barnabé já se destacava por
sua preocupação com os cristãos mais pobres (Atos 4:34-37).
Quando o temido Saulo – que viria a se tornar o apóstolo Paulo –
regressou de Damasco, foi Barnabé o responsável por testemunhar
sua conversão junto aos irmãos. Com a fé nascente entre os gentios
de Antioquia, a igreja de Jerusalém decide enviar Barnabé àquela
cidade.
“Ao chegar e ver as maravilhosas coisas que Deus estava fazendo, ele
ficou cheio de entusiasmo e de alegria, e animava os crentes a continuar
firmes no Senhor. Barnabé era uma pessoa bem agradável, cheia do Espírito
Santo, e muito forte na fé. Como resultado, grande número de pessoas uniu-
se ao Senhor.” (Atos 11:23,24)
Acompanhou ao apóstolo Paulo em sua primeira viagem
missionária, estabelecendo diversas igrejas cristãs entre os gentios.
“Paulo e Barnabé também nomearam líderes em cada igreja e
oraram por eles com jejum, entregando todos ao cuidado do Senhor,
em quem confiavam.” (Atos 14:23) *