Português - Escolas Literárias Do Simbolismo À Contempora
Português - Escolas Literárias Do Simbolismo À Contempora
Português - Escolas Literárias Do Simbolismo À Contempora
Simbolismo à Contemporaneidade
POrTuGuÊs
EsCOlAs lIteRáRIaS:
dO sImBoliSMo à
COntEmpoRaNEidADE
2023
SUMÁRIO
VIDEO-AULA
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ESCANE
O
O CÓDIG
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
REVISÃO
RESUMO
Faz que tu’alma suplicando gema No campo literário, a linguagem é organizada pelo
E rebente em estrelas de ternura. poeta para provocar sensações estéticas, sentidos
polissêmicos etc. Para isso, o poeta se vale das fi-
Tu és o Poeta, o grande Assinalado
guras de linguagem e figuras de construção. No
GABARITO
01 - D 03 - C
02 - E 04 - D
GUIMARAENS, Alphonsus de. “Melhores poemas”. Seleção de Alphonsus de O assunto deste poema que você acaba de ler é:
Guimaraens Filho. São Paulo: Global, 2001, p. 161.
a) sensual
Entre as características poéticas de Alphonsus de
b) social
Guimaraens, predomina no poema apresentado
c) místico
a) o diálogo com amada. d) político
b) o poema-profanação. e) pagão
c) as imagens de morte.
08 (Ufrgs 2018)
d) o poema-oração.
No bloco superior abaixo, estão listados os movi-
e) o tom confessional.
mentos literários brasileiros; no inferior, caracterís-
ticas desses movimentos.
Associe adequadamente o bloco inferior ao supe-
rior.
GABARITO AULA 1
01 - E 05 - C 09 - E
02 - E 06 - D 10 - A
03 - D 07 - C
04 - A 08 - C
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ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
REVISÃO
RESUMO
O que mais a impressionou no passeio foi Tal comentário crítico aplica-se à obra
a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das ca-
a) Capitães da Areia, de Jorge Amado.
sas, o ar triste, abatido da gente pobre. (…) Havendo
b) Vidas secas, de Graciliano Ramos.
tanto barro, tanta água, por que as casas não eram
c) Morte e vida severina, de João Cabral de Melo
de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele
Neto.
sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a
d) Os sertões, de Euclides da Cunha.
trama de varas, como o esqueleto de um doente.
e) Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
Por que ao redor dessas casas não havia culturas,
uma horta, um pomar? (…) Não podia ser preguiça
só ou indolência. Para o seu gasto, para uso pró-
prio, o homem tem sempre energia para trabalhar
relativamente. (…) Seria a terra? Que seria? E todas
essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu
desejo de saber, e também a sua piedade e simpa-
tia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados,
talvez com fome, sorumbáticos!...
(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)
sia simbolista, manifesta em metáforas como gulha no “eu”, buscando assim explorar seu ser
“Monstro de escuridão e rutilância” e “influência biológico e metafísico.
má dos signos do zodíaco”.
c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, 08 (Enem PPL 2011)
como se lê em “carbono e amoníaco”, “epigê- – Adiante... Adiante... Não pares... Eu vejo.
nesis da infância” e “frialdade inorgânica”, que Canaã! Canaã!
restitui a visão naturalista do homem. Mas o horizonte da planície se estendia
d) a manutenção de elementos formais vinculados pelo seio da noite e se confundia com os céus.
à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, Milkau não sabia para onde o impulso os le-
dimensionada pela inovação na expressividade vava: era o desconhecido que os atraía com a pode-
poética, e o desconcerto existencial. rosa e magnética força da Ilusão. Começava a sentir
e) a ênfase no processo de construção de uma a angustiada sensação de uma corrida no Infinito...
poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica, – Canaã! Canaã!... suplicava ele em pensa-
que incorpora valores morais e científicos mais mento, pedindo à noite que lhe revelasse a estrada
tarde renovados pelos modernistas. da Promissão.
E tudo era silêncio, e mistério... Corriam...
07 (Unifesp 2013) corriam. E o mundo parecia sem fim, e a terra do
Apóstrofe à carne Amor mergulhada, sumida na névoa incomensurá-
Quando eu pego nas carnes do meu rosto, vel... E Milkau, num sofrimento devorador, ia vendo
Pressinto o fim da orgânica batalha: que tudo era o mesmo; horas e horas, fatigados de
– Olhos que o húmus necrófago estraçalha, voar, e nada variava, e nada lhe aparecia... Corriam...
Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto. corriam...
ARANHA, G. Canaã. São Paulo: Ática, 1998 (fragmento).
E o Homem – negro e heteróclito composto,
Onde a alva flama psíquica trabalha, O sonho da terra prometida revela-se como valor
Desagrega-se e deixa na mortalha humano que faz parte do imaginário literário brasi-
O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto! leiro desde a chegada dos portugueses. Ao descre-
ver a situação final das personagens Milkau e Maria,
Carne, feixe de mônadas bastardas,
Graça Aranha resgata esse desejo por meio de uma
Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas,
perspectiva
A dardejar relampejantes brilhos,
Dói-me ver, muito embora a alma te acenda, a) subjetiva, pois valoriza a visão exótica da pátria
Em tua podridão a herança horrenda, brasileira.
Que eu tenho de deixar para os meus filhos! b) simbólica, pois descreve o amor de um estran-
geiro pelo Brasil.
(Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.)
c) idealizada, pois relata o sonho de uma pátria
No soneto de Augusto dos Anjos, é evidente acolhedora de todos.
a) a visão pessimista de um “eu” cindido, que de- d) realista, pois traz dados de uma terra geografi-
siste de conhecer-se, pelo medo de constatar o camente situada.
já sabido de sua condição humana transitória. e) crítica, pois retrata o desespero de quem não
b) o transcendentalismo, uma vez que o “eu” de- alcançou sua terra.
sintegrado objetiva alçar voos e romper com um
projeto de vida marcado pelo pessimismo e pela
tortura existencial.
c) a recorrência a ideias deterministas que impul-
sionam o “eu” a superar seus conflitos, rompen-
do um ciclo que naturalmente lhe é imposto.
d) a vontade de se conhecer e mudar o mundo em
que se vive, o que só pode ser alcançado quan-
do se abandona a desintegração psíquica e se
parte para o equilíbrio do “eu”.
e) o uso de conceitos advindos do cientificismo
do século XIX, por meio dos quais o poeta mer-
b) O uso do soneto como forma de expressão Afonso Arinos, advogado, contista, romancista,
poética permite classificá-lo como um poeta da nasceu em Paracatu, MG, em 1º de maio de 1868.
vanguarda modernista. Foi acadêmico da Academia Brasileira de Letras e
c) Augusto dos Anjos, assim como Álvares de renomado escritor Pré-Modernista. Pode-se infe-
Azevedo, em “Adeus, meus sonhos”, cantou rir que no trecho predomina uma característica do
suas angústias de adolescente, daí o seu epiteto Pré-Modernismo que é:
poeta do byronismo.
d) A subjetividade do poema e o uso da função a) Dualismo, por apresentar situações de contras-
emotiva da linguagem permitem inserir seu au- te.
tor na geração romântica, em que também se b) Subjetivismo, por destacar a impressão do au-
encontra Castro Alves. tor sobre o mundo.
e) As metáforas e suas associações às circunstân- c) Regionalismo, por apresentar elementos da cul-
cias da vida mostram uma forte influência do tura do sertão.
Simbolismo, sobretudo em relação ao sofrimen- d) Bucolismo, por narrar a saída do eu lírico da ci-
to e à transcendência. dade para o campo.
e) Nacionalismo, por exaltar a beleza do país.
GABARITO AULA 2
01 - B 05 - E 09 - E
02 - C 06 - D 10 - C
03 - D 07 - E
04 - D 08 - E
01 (Unesp 2018) Esse movimento descobriu algo po que descamba para a costa oriental em andares,
que ainda não havia sido conhecido ou enfatizado ou repetidos socalcos, que o despem da primitiva
antes: a “poesia pura”, a poesia que surge do espí- grandeza afastando-o consideravelmente para o
rito irracional, não conceitual da linguagem, oposto interior.
a toda interpretação lógica. Assim, a poesia nada De sorte que quem o contorna, seguindo
mais é do que a expressão daquelas relações e cor- para o norte, observa notáveis mudanças de rele-
respondências, que a linguagem, abandonada a si vos: a princípio o traço contínuo e dominante das
mesma, cria entre o concreto e o abstrato, o mate- montanhas, precintando-o, com destaque salien-
rial e o ideal, e entre as diferentes esferas dos sen- te, sobre a linha projetante das praias, depois, no
tidos. Sendo a vida misteriosa e inexplicável, como segmento de orla marítima entre o Rio de Janeiro
pensavam os adeptos desse movimento, era natu- e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito
ral que fosse representada de maneira imprecisa, da envergadura desarticulada das serras, riçado de
vaga, nebulosa, ilógica e ininteligível. cumeadas e corroído de angras, e escancelando-se
(Afrânio Coutinho. Introdução à literatura no Brasil, 1976. Adaptado.) em baías, e repartindo-se em ilhas, e desagregan-
do-se em recifes desnudos, à maneira de escom-
O comentário do crítico Afrânio Coutinho refere-se
bros do conflito secular que ali se trava entre os
ao movimento literário denominado
mares e a terra; em seguida, transposto o 15º para-
a) Parnasianismo. lelo, a atenuação de todos os acidentes — serranias
b) Romantismo. que se arredondam e suavizam as linhas dos talu-
c) Realismo. des, fracionadas em morros de encostas indistintas
d) Simbolismo. no horizonte que se amplia; até que em plena faixa
e) Arcadismo. costeira da Bahia, o olhar, livre dos anteparos de
serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata
02 (Ucs 2014) Sobre a literatura brasileira na tran-
em cheio para o ocidente, mergulhando no âmago
sição entre o final do século XIX e o início do século
da terra amplíssima lentamente emergindo num
XX, é correto afirmar que
ondear longínquo de chapadas...
a) Aluísio Azevedo escreveu romances em que Este fácies geográfico resume a morfoge-
os seres humanos são determinados pela raça, nia do grande maciço continental.”
pelo meio e pelo momento histórico, dada a in- Euclides da Cunha, Os Sertões.
fluência do cientificismo.
Assinale a alternativa INCORRETA sobre o contex-
b) Machado de Assis era tido como o maior escri-
to histórico e literário da prosa pré-modernista a
tor brasileiro, porque foi o primeiro a aderir ao
que pertence o fragmento de Os Sertões.
Naturalismo e por ter fundado a Academia Bra-
sileira de Letras. a) Os prosadores pré-modernistas produziram
c) Olavo Bilac, que retomou a estética romântica, uma literatura problematizadora da realidade
era considerado o Príncipe dos Poetas. brasileira de sua época.
d) Os Sertões, de Euclides da Cunha, foi a primeira b) Entre os temas pré-modernistas, está o subde-
obra naturalista do Brasil, pois nela se identifi- senvolvimento do sertão nordestino.
cam as três raças em que se baseia a formação c) A investigação social presente na prosa pré-
étnica brasileira. -modernista colabora para o aprofundamento
e) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens fo- do sentimento ufanista nacional.
ram os principais representantes do Simbolis- d) A prosa da época é marcada por obras de aná-
mo brasileiro, estética que uniu a objetividade lise e interpretação social significativas para a
científica ao rigor formal. literatura brasileira.
e) O pré-modernismo antecipou formal ou temati-
03 (Mackenzie 2015) “O planalto central do Brasil camente práticas e ideias que foram desenvol-
desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, vidas pelos modernistas.
altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-
-se em chapadões nivelados pelos visos das cor-
dilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a
Minas. Mas ao derivar para as terras setentrionais
diminui gradualmente de altitude, ao mesmo tem-
GABARITO REVISÃO
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ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
REVISÃO
RESUMO
Primeira metade do século XX; Significado da palavra vanguarda: Surgimento: 1918-1939 - França;
Belle Époque e Era da Máquina; aqueles que preveem e anunciam o Salvador Dalí;
Período: as duas guerras mundiais; futuro, os novos tempos. Fantasia, devaneio e loucura.
Psicanálise: Sigmund Freud. d) Cubismo
a) Dadaísmo Surgimento: entre 1907 e 1914;
VANGUARDAS Pablo Picasso / França;
Duração: 1916 a 1921 (Suíça); Fragmentação da realidade;
Possui como característica o ilogismo EUROPEIAS Figuras geométricas.
e a irracionalidade;
Marcel Duchamp; e) Futurismo
Combinação de elementos ao acaso;
Sentimentos: raiva e indignação. CARACTERÍSTICAS Fundação: 1909 – Itália;
Filippo Tommaso Marinetti;
b) Expressionismo Apresenta o culto da velocidade;
“Beleza da velocidade”;
Marcado pelo progresso e inovações;
Surgimento: 1912 / (Edvard Munch); Postura política direitista;
Aceleração técnico-científica;
Preocupação: emoção do observador; Tornou-se porta-voz oficial do
Integração entre as artes;
Expressava agitação e inquietação. Fascismo.
Ausência de valores humanos.
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS
01 (UEA - SIS - 2020) As vanguardas europeias não devem ser vistas iso-
Leia o trecho destacado do poema “Como um pre- ladamente, uma vez que elas apresentam alguns
sente”, do escritor Carlos Drummond de Andrade, conceitos estéticos e visuais que se aproximam.
para responder a questão: Com base nos conceitos vanguardistas, entre eles o
“Teu cavalo corta o ar, guardo uma espora de exploração de formas geometrizadas do Cubis-
de tua bota, um grito de teus lábios, mo, no início do século XX, o quadro Soldados jo-
sinto em mim teu corpo cheio, tua faca, gando cartas explora uma
tua pressa, teu estrondo… encadeados.” a) abordagem sentimentalista do homem.
A presença do elemento onírico nesses versos re- b) imagem plana para expressar a industrialização.
vela a influência, sobretudo, da seguinte vanguarda c) aproximação impossível entre máquina e ho-
europeia: mem.
a) Futurismo. d) uniformidade de tons como crítica à industria-
b) Cubismo. lização.
c) Expressionismo. e) mecanização do homem expressa por formas
d) Dadaísmo. tubulares.
e) Surrealismo.
04 (Albert Einstein - 2023)
02 (FAMECA - 2020) Essa vanguarda baseia-se na crença na realidade
Nós cantaremos as grandes multidões movimen- superior das formas específicas de associação, an-
tadas pelo trabalho [...]; a vibração noturna dos tes negligenciadas, na onipotência dos sonhos e no
arsenais e dos estaleiros sob suas violentas luas jogo desinteressado do pensamento. André Breton,
elétricas; [...] as usinas suspensas nas nuvens pelos seu principal teórico, afirmou que o propósito dessa
barbantes de suas fumaças; [...] as locomotivas de vanguarda era “resolver a contradição até agora vi-
grande peito, [...] como enormes cavalos de aço. gente entre sonho e realidade pela criação de uma
(Filippo Tommaso Marinetti. “Manifesto do Futurismo”. In: Gilberto M. Teles. Vanguar- realidade absoluta, uma supra-realidade.”
da europeia e modernismo brasileiro, 1986.)
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007. Adaptado.)
O Manifesto do Futurismo foi publicado, pela pri-
O texto trata de uma vanguarda que influenciou
meira vez, no jornal francês Le Figaro, em 20 de fe-
inúmeros escritores do Modernismo brasileiro, qual
vereiro de 1909. Observa-se, pela leitura do excer-
seja,
to, que o Futurismo enaltecia a experiência humana
produzida a) o Futurismo.
a) pela diversificação industrial com o emprego de b) o Surrealismo.
novos tipos de energia e de metais. c) o Realismo.
b) pela superação da pintura e da literatura devido d) o Simbolismo.
à criação industrial de imagens plásticas. e) o Cubismo.
c) pela onipresença de pequenas unidades produ-
toras nas sociedades europeias.
d) pela semelhança do novo mundo industrial com
as paisagens naturais românticas.
e) pela libertação da humanidade do trabalho re-
petitivo em linhas de montagem.
GABARITO
01 - E 03 - E
02 - A 04 - B
02 (Espm 2017)
Centrando-se, assim, no moderno, [...] fa-
ziam apologia da velocidade, da máquina, do auto-
Em termos estéticos e de conteúdo, o poema e a
móvel (“um automóvel é mais belo que a Vitória de
pintura vinculam-se a que movimento de vanguar-
Samotrácia”, dizia Marinetti no seu primeiro mani-
da artística?
festo), da agressividade, do esporte, da guerra, do
patriotismo, do militarismo, das fábricas, das esta- a) Expressionismo.
ções ferroviárias, das multidões, das locomotivas, b) Surrealismo.
dos aviões, enfim, de tudo quanto exprimisse o mo- c) Dadaísmo.
derno nas suas formas avançadas e imprevistas. d) Futurismo.
Massaud Moisés, Dicionário de Termos Literários, Cultrix, p. 234. e) Cubismo.
O texto acima define um dos primeiros “ismos” das
vanguardas artísticas europeias que sacudiram o
século XX. Trata-se do:
a) Cubismo
b) Futurismo
c) Surrealismo
07 (Unirio 2000)
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
[...] magro e macilento, um tanto baixo, um tanto De noite ardo.
curvado, pouca barba, testa curta e olhos fundos.
O uso constante dos chinelos de trança fizera-lhe A oeste a morte
os pés monstruosos e chatos; quando ele andava, Contra quem vivo
lançava-os desairosamente para os lados, como o Do sul cativo
movimento dos palmípedes nadando. Aborrecia-o A oeste é meu norte.
o charuto, o passeio, o teatro e as reuniões em que Quero que contem
fosse necessário despender alguma coisa; quan- Passo por passo
do estava perto da gente sentia-se logo um cheiro Eu morro ontem
azedo de roupas sujas. Nasço amanhã
AZEVEDO, Aluísio de. O mulato. p. 17. In:< http://www.dominiopublico.gov.br> Aces- Ando onde há espaço:
so em: 21 ago. 2014
- Meu tempo é quando.
A pintura de Lasar Segall e o fragmento de Aluísio (Vinícius de Moraes)
de Azevedo, embora afastados no tempo, servem- O poema estrutura-se numa quebra da lógica ex-
-se de motivos semelhantes, e caracterizam, res- terna. Que movimento de vanguarda apresenta
pectivamente, o essa característica?
a) Simbolismo e o Naturalismo. a) Futurismo.
b) Arcadismo e o Colonialismo. b) Dadaísmo.
c) Expressionismo e o Realismo. c) Expressionismo.
d) Romantismo e o Parnasianismo. d) Surrealismo.
e) Barroco e Modernismo. e) Cubismo.
06 (Ucs 2014)
Uma nova escala:
A outra, a de um mundo proporcionado e catalo-
gado com letras nos livros, crianças nos colos. O
reclame produzindo letras maiores que as torres. E
as novas formas da indústria, da viação, da aviação.
Postes. Gasômetros Rails. Laboratórios e oficinas
técnicas. Vozes e tics de fios e ondas e fulgurações.
Estrelas familiarizadas com negativos fotográficos.
O correspondente da surpresa física em arte.
ANDRADE, Oswald de. Manifesto da poesia pau-brasil. Disponível em: <http://www.
tanto.com.br/manifestopaubrasil.htm>. Acesso em: 9 ago. 2013.
a) explora elementos sensoriais para explicar a ra- Tanto o poema quanto a pintura
cionalidade do pós-guerra.
a) realizam uma leitura de aspectos sociais com
b) recria a realidade para combater os padrões es-
base em representações artísticas de viés inti-
téticos da época.
mista.
c) organiza as formas geométricas para inovar as
b) distanciam-se de um retrato objetivo da reali-
artes visuais.
dade ao se aterem à representação de cenas de
d) representa as experiências individuais de exal-
teor onírico.
tação.
c) utilizam a arte para abordarem questões cole-
e) utiliza a sensibilidade para retratar o drama hu-
tivas nas quais as experiências do presente são
mano.
ressignificadas.
09 (UEG 2017/2) d) inserem-se no que se pode denominar de arte
Um sonho engajada, na medida em que tematizam ideais
Eu tive um sonho esta noite que não quero esquecer, de igualdade social.
por isso o escrevo tal qual se deu: e) colocam em xeque o papel da memória como
era que me arrumava para uma festa onde eu ia matéria de arte, ao se constituírem como for-
falar. mas artísticas que dela prescindem.
O meu cabelo limpo refletia vermelhos,
o meu vestido era num tom de azul, cheio de panos,
lindo,
o meu corpo era jovem, as minhas pernas gostavam
do contato da seda. Falava-se, ria-se, preparava-se.
Todo movimento era de espera e aguardos, sendo
que depois de vestida, vesti por cima um casaco
10 (ITA - 2014)
Considere o poema abaixo, de Carlos Drummond
de Andrade, à luz da reprodução da pintura de Ed-
vard Munch a que ele se refere.
O grito (Munch)
A natureza grita, apavorante.
Doem os ouvidos, dói o quadro.
O texto de Drummond
I. traduz a estreita relação entre a forma e o con-
teúdo da pintura.
II. mostra como o desespero do homem retratado
repercute no ambiente.
III. contém o mesmo exagero dramático e aterrori-
zante da pintura.
IV. interpreta poeticamente a pintura.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I e II.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas II, III e IV.
d) apenas III e IV.
e) todas.
GABARITO AULA 3
01 - C 05 - C 09 - B
02 - B 06 - D 10 - E
03 - B 07 - D
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REVISÃO
RESUMO
CARACTERÍSTICAS Participantes
Ausência de formalismo; Resultados Literatura: Mário de Andrade, Ronald
Ruptura: tradicionalismo; de Carvalho, [...] Oswald de Andrade;
Crítica ao modelo parnasiano; Repercussão ruim e público chocado; Escultura: Victor Brecheret;
Valor: identidade e cultura brasileira; Insatisfação e desaprovação; Pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcanti;
Experimentações estéticas; Poemas sem rima; Arquitetura: A. Moya; Villa-Lobos,
Temáticas nacionalistas e cotidianas. Música: sons sucessivos e sem nexo. Guiomar Novaes, Ernâni Braga.
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS
GABARITO
01 - A 03 - C
02 - C 04 - A
a) modernistas.
06 (Enem 2010)
b) românticos.
Após estudar na Europa, Anita Malfatti
c) naturalistas.
retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a
d) parnasianos.
cultura nacional do início do século XX. Elogiada
e) árcades.
por seus mestres na Europa, Anita se considerava
pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas en- 08 (Enem 2007)
frentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que
intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura muito influenciaria a Semana de Arte Moderna,
brasileira, Anita Malfatti e outros artistas moder- Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Pa-
nistas ranoia ou Mistificação:
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas Há duas espécies de artistas. Uma com-
acadêmicas europeias, valorizando as cores, a posta dos que veem as coisas e em consequência
originalidade e os temas nacionais. fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da
10 (PUC-Campinas - 2017)
Não há dúvida de que a Semana havia sido con-
cebida pelos seus idealizadores para causar furor,
marcar uma data, gerar atritos e instaurar-se como
marco simbólico de uma transformação. Sem rea-
ções de desagrado, sem polêmica e sem vaias, o
plano corria o risco de naufragar. A imprensa, aliás,
já tocara na ferida, na cobertura da primeira noi-
te, ao notar que a expectativa hostil do público se
transformara em aplausos – o oposto do que se es-
d) d) perava de um acontecimento futurista (...).
(GONÇALVES, Marco Augusto. 1922. A semana que não terminou. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2012. p. 299)
GABARITO AULA 4
01 - A 05 - E 09 - D
02 - A 06 - A 10 - B
03 - D 07 - D
04 - A 08 - E
01 (Upf 2018) O estilo de época que surge no Bra- b) Graça Aranha - o cubismo.
sil na última década do século XIX e que se destaca c) Haroldo de Campos - o concretismo.
pela produção poética dos autores a ele vinculados, d) Mário de Andrade - o surrealismo.
entre os quais Cruz e Sousa, é o e) Décio Pignatari - a poesia Práxis.
a) Arcadismo. 04 (Enem PPL 2017)
b) Romantismo. Chamou-me o bragantino e levou-me pelos
c) Simbolismo. corredores e pátios até ao hospício propriamente.
d) Parnasianismo. Aí é que percebi que ficava e onde, na seção, na
e) Pré-Modernismo. de indigentes, aquela em que a imagem do que a
Desgraça pode sobre a vida dos homens é mais
02 (Unifesp 2013)
formidável. O mobiliário, o vestuário das camas, as
Apóstrofe à carne
camas, tudo é de uma pobreza sem par. Sem fa-
Quando eu pego nas carnes do meu rosto,
zer monopólio, os loucos são da proveniência mais
Pressinto o fim da orgânica batalha:
diversa, originando-se em geral das camadas mais
– Olhos que o húmus necrófago estraçalha,
pobres da nossa gente pobre. São de imigrantes
Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto.
italianos, portugueses e outros mais exóticos, são
E o Homem – negro e heteróclito composto, os negros roceiros, que teimam em dormir pelos
Onde a alva flama psíquica trabalha, desvãos das janelas sobre uma esteira esmolam-
Desagrega-se e deixa na mortalha bada e uma manta sórdida; são copeiros, cochei-
O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto! ros, moços de cavalariça, trabalhadores braçais. No
Carne, feixe de mônadas bastardas, meio disto, muitos com educação, mas que a falta
Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas, de recursos e proteção atira naquela geena social.
A dardejar relampejantes brilhos, BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos. São Paulo: Cosac & Naify,
2010.
Dói-me ver, muito embora a alma te acenda,
Em tua podridão a herança horrenda, No relato de sua experiência no sanatório onde foi
Que eu tenho de deixar para os meus filhos! interno, Lima Barreto expõe uma realidade social e
humana marcada pela exclusão. Em seu testemu-
(Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.)
nho, essa reclusão demarca uma
No plano formal, o poema é marcado por
a) medida necessária de intervenção terapêutica.
a) versos brancos, linguagem obscena, rupturas b) forma de punição indireta aos hábitos desregra-
sintáticas. dos.
b) vocabulário seleto, rimas raras, aliterações. c) compensação para as desgraças dos indivídu-
c) vocabulário antilírico, redondilhas, assonâncias. os.
d) assonâncias, versos decassílabos, versos sem d) oportunidade de ressocialização em um novo
rimas. ambiente.
e) versos livres, rimas intercaladas, inversões sin- e) conveniência da invisibilidade a grupos vulnerá-
táticas. veis e periféricos.
03 (Ita 1996) 05 (Enem 2019)
“ Não há temas poéticos. Não há épocas poéticas. 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito
O que realmente existe é o subconsciente enviando da energia e da temeridade.
à inteligência telegramas e mais telegramas (...) A 2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elemen-
inspiração parece um telegrama cifrado, que a ativi- tos essenciais de nossa poesia.
dade inconsciente envia à atividade consciente, que 3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pen-
o traduz”. sativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o
Esse trecho, de importante ensaio de___________, movimento agressivo, a insônia febril, o passo de
revela nítida semelhança com as propostas corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
de um dos movimentos de vanguarda euro- 4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo
peu,____________. enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da
velocidade. Um automóvel de corrida com seu
a) Oswald de Andrade - o futurismo. cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes
a serpentes de hálito explosivo... um automóvel ruptura de Tarsila do Amaral com o traçado ge-
rugidor, que parece correr sobre a metralha, é ométrico inspirado no cubismo.
mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que se-
gura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra,
lançada também numa corrida sobre o circuito
da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor,
fausto e munificiência, para aumentar o entusiás-
tico fervor dos elementos primordiais.
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e
Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.
06 (Ufpr 2007)
Observe a seguir a tela “São Paulo”, pintada em
1924 por Tarsila do Amaral.
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ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
REVISÃO
RESUMO
c) O trecho apresenta a inovação em termos de cantada porque aquele buraco na lapa era marca
linguagem que caracteriza as obras literárias da do pezão do Sumé, do tempo em que andava pre-
primeira geração do Modernismo. gando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira.
d) O texto apresenta as características que mar- Quando o herói saiu do banho estava branco louro
cam o regionalismo crítico da prosa da segunda e de olhos azuizinhos, a água lavara o pretume dele.
geração do Modernismo. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um
e) O aprofundamento psicológico da personagem filho da tribo retinta dos Tapanhumas. Nem bem Ji-
permite afirmar que se trata de um romance da guê percebeu o milagre, se atirou na marca do pe-
terceira geração do Modernismo brasileiro. zão do Sumé. Porém a água já estava muito suja da
negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse
07 (G1 - ifal 2017) feito maluco atirando água pra todos os lados só
PRA MIM BRINCAR conseguiu ficar da cor do bronze novo. Macunaíma
Não há nada mais gostoso do que o mim teve dó e consolou:
sujeito de verbo no infinitivo. Pra mim brincar. As — Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não,
cariocas que não sabem gramática falam assim. To- porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem na-
dos os brasileiros deviam de querer falar como as riz.
cariocas que não sabem gramática. Maanape então é que foi se lavar, mas Ji-
– As palavras mais feias da língua portu- guê esborrifara toda a água encantada pra fora da
guesa são quiçá, alhures e miúde. cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape
BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org: Emanuel de Moraes. 4ª ed. Rio de conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos.
Janeiro, José Olympio, 1986. p. 19.
Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapa-
No texto, o poeta modernista Manuel Bandeira faz nhumas.
uma recomendação em relação ao emprego do pro- ANDRADE, Mário de. Macunaíma. 22. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986.
nome oblíquo tônico mim, como se verifica no tre-
Macunaíma é uma obra da primeira geração mo-
cho “[...]Todos os brasileiros deviam de querer falar
dernista, cujo autor, Mário de Andrade, foi um dos
como as cariocas que não sabem gramática.”.
mentores da Semana de Arte Moderna, de 1922. A
Diante disso, pode-se inferir que a sua crítica se respeito da primeira fase do Modernismo, podemos
centra em afirmar que
a) combater a imposição gramatical proveniente a) seus romances valorizaram a cultura brasileira
dos poetas parnasianos. através de forte regionalismo, com influência da
b) desrespeitar as normas gramaticais do portu- psicanálise de Freud.
guês padrão. b) buscou uma maior aproximação com a realidade
c) desconsiderar as variantes linguísticas presen- ao descrever os costumes, as relações sociais e
tes no Brasil. a crise das instituições.
d) deslegitimar a norma padrão da língua portu- c) propôs uma estética poética transgressora, que
guesa brasileira. tentou romper com o tradicional, buscando a li-
e) ironizar as cariocas que não sabem gramática. berdade formal e a valorização do cotidiano.
d) apresentou influência do Parnasianismo e do
08 (G1 - ifpe 2017)
Simbolismo, forte academicismo e passadismo.
MACUNAÍMA
e) cultuou o objetivismo e a linguagem culta e di-
Uma feita a Sol cobrira os três manos duma
reta.
escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de to-
mar banho. Porém no rio era impossível por causa 09 (CESMAC - 2021)
das piranhas tão vorazes que de quando em quando Vou-me embora pra Pasárgada
na luta pra pegar um naco de irmã espedaçada, pu- Vou-me embora Pra Pasárgada
lavam aos cachos pra fora d’água metro e mais. En- Aqui eu não sou feliz
tão Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio Lá a existência é uma aventura
do rio uma cova cheia d’água. E a cova era que-nem De tal modo inconsequente
a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois Que Joana a Louca de Espanha
de muitos gritos por causa do frio da água entrou Rainha e falsa demente
na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era en- Vem a ser contraparente
10 (UEMA - 2021)
O Surrealismo, movimento vanguardista, trazia
como princípios a prevalência do automatismo psí-
quico em estado puro e a expressão do pensamen-
to de maneira automática e espontânea, gerando,
na escrita literária, imagens impulsionadas pelo in-
consciente.
As poesias de Mário Quintana, não muito raro, tra-
zem imagens que dialogam com a proposta surrea-
lista, como se pode observar no seguinte conjunto
de versos, extraído do livro de poemas Esconderijos
do tempo:
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ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
REVISÃO
RESUMO
a) o poeta quer dizer que a divisão é rígida e espe- Liberdade, ainda que tarde,
lha fielmente as fases de sua obra. ouve-se em redor da mesa.
b) o poeta admite, com ironia, a própria falibilidade E a bandeira já está viva,
e faculta ao leitor a liberdade de outra organiza- e sobe, na noite imensa.
ção dos poemas. E os seus tristes inventores
c) a Antologia poética deve ser entendida norma- já são réus — pois se atreveram
tivamente, isto é, segundo uma “ordem interna” a falar em Liberdade
inalterável e que representa a chave da poética (que ninguém sabe o que seja).
de Drummond. Liberdade — essa palavra,
d) o poeta retira do leitor a possibilidade de inter- que o sonho humano alimenta:
pretar a sua poesia. que não há ninguém que explique,
e) é evidente a falta de critério para a seleção dos e ninguém que não entenda!
poemas, o que indica apenas a intenção de
amostragem, sem qualquer planejamento ou E a vizinhança não dorme:
organização. murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
02 (FMP - 2019) mas fica escrita a sentença.
Romanceiro da Inconfidência Romance XXIV MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Livros de Portugal,
1953. p.103-105. Fragmento.
Atrás de portas fechadas,
Entre as diversas faces da obra poética de Cecília
à luz de velas acesas,
Meireles, o poema exemplifica o seguinte aspecto:
brilham fardas e casacas,
junto com batinas pretas. a) poética marcada pela abordagem da morte, da
E há finas mãos pensativas, fugacidade do tempo e da precariedade da vida
entre galões, sedas, rendas, humana.
e há grossas mãos vigorosas, b) profundo espiritualismo, com desenvolvimento
de unhas fortes, duras veias, de temas como a transitoriedade da vida, o infi-
e há mãos de púlpito e altares, nito, o amor, a solidão.
de Evangelhos, cruzes, bênçãos. c) lirismo extremamente pessoal, de inspiração
Uns são reinóis, uns, mazombos; popular e tradicional, com a dominância da mu-
e pensam de mil maneiras; sicalidade.
mas citam Vergílio e Horácio, d) temática de cunho histórico-social em versos
refletem, e argumentam, curtos, com elementos dramáticos, épicos e lí-
falam de minas e impostos, ricos na defesa da liberdade.
de lavras e de fazendas, e) atmosfera de sonho, fantasia, intimismo e mis-
de ministros e rainhas ticismo em seus poemas, com presença de im-
e das colônias inglesas. pressões sensoriais.
Atrás de portas fechadas, 03 (UEA-Específico - 2022)
à luz de velas acesas, Leia o fragmento do romance Vidas secas, de Gra-
uns sugerem, uns recusam, ciliano Ramos, para responder a questão.
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada, “Deu estalos com os dedos. A cachorra Baleia, aos
há levante, com certeza. saltos, veio lamber-lhe as mãos grossas e cabelu-
das. Fabiano recebeu a carícia, enterneceu-se:
dos e quipás, farejando a novilha raposa. Depois de Selva selvaggia exemplifica uma das características
alguns minutos voltou desanimada, triste, o rabo da poética de Mário Quintana:
murcho. Fabiano consolou-a, afagou-a. Queria ape-
nas dar um ensinamento aos meninos. Era bom eles a) memorialismo nostálgico sem ser imagético.
saberem que deviam proceder assim.” b) descrições de paisagens poéticas com lingua-
(Vidas secas, 2013.) gem seca e disciplinada.
Uma das características do Regionalismo, do qual o c) sucessão de diálogos como experimentalismo
romance Vidas secas é uma manifestação, é: concretista.
d) metalinguagem com instalação do fantástico e
a) o foco em belezas naturais que sobreviveram à do trágico.
margem, longe da ação do homem e do olhar e) linguagem denotativa com seu significado con-
seletivo dos artistas, que antes se preocupavam vencional.
apenas com as capitais e os grandes centros.
b) a narrativa escrita por homens simples, como o
vaqueiro e o menino de rua, o que rompe com a
ideia de que estes indivíduos não seriam capa-
zes de escrever sua própria literatura.
GABARITO
c) a produção de uma ideia estereotipada de Bra-
01 - B 03 - E
sil, que simplifica a realidade nacional para que
02 - D 04 - D
ela seja mais facilmente entendida e consumida
É a hora do descanso,
Mário Quintana ficou conhecido por seus “quinta-
mas o descanso vem tarde,
nares”, nome que o poeta Manuel Bandeira deu a
o corpo não pede sono,
esses quartetos com pequenas observações sobre
depois de tanto rodar;
a vida. Nessa perspectiva, os versos do poema Da
pede paz – morte – mergulho
humana condição ressaltam
no poço mais ermo e quedo;
a) a desvalorização da cultura popular. desta hora tenho medo.
b) a falta de sentido da existência humana.
Hora de delicadeza,
c) a irreverência diante das crenças do povo.
agasalho, sombra, silêncio.
d) uma visão irônica das diferenças de classe.
Haverá disso no mundo?
e) um olhar objetivo sobre as diferenças sociais.
É antes a hora dos corvos,
05 (Unifesp 2017) bicando em mim, meu passado,
Nesta obra, o autor optou por uma situação meu futuro, meu degredo;
narrativa que se define pelo movimento de aproxi- desta hora, sim, tenho medo.
mação e distanciamento da substância sensível da ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).
realidade retratada, como forma de solidarizar-se Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial,
com seus personagens e, ao mesmo tempo, sus- o livro A rosa do povo revela desdobramentos da
tentar uma posição crítica rigorosa ante a “desgra- visão poética. No fragmento, a expressividade lírica
ça irremediável que os açoita”. Relativiza, assim, a demonstra um(a)
onisciência da terceira pessoa e reconstitui, pela via
literária, o hiato entre seu saber de intelectual e a a) defesa da esperança como forma de superação
indigência dos retirantes – alteridade que buscou das atrocidades da guerra.
compreender pelo exercício artístico da palavra en- b) desejo de resistência às formas de opressão e
xuta e medida. Com a cautela de quem não se per- medo produzidas pela guerra.
mite explicitar significados ou avançar conclusões, c) olhar pessimista das instituições humanas e so-
o narrador condiciona a narração à expectativa dos ciais submetidas ao conflito armado.
personagens, através do uso intensivo do discur- d) exortação à solidariedade para a reconstrução
so indireto livre, que dá forma à sondagem interior dos espaços urbanos bombardeados.
pretendida e singulariza os destinos representados. e) espírito de contestação capaz de subverter a
condição de vítima dos povos afetados.
(Wander Melo Miranda. “Texto introdutório”. In: Silviano Santiago (org). Intérpretes
do Brasil, vol. 2, 2000. Adaptado.)
07 (Upf 2016)
Tal comentário aplica-se à obra
Primeiro grande poeta a se afirmar após as
a) Morte e vida severina, de João Cabral de Melo estreias modernistas, Carlos Drummond de Andra-
Neto. de publica, na década de 1930, os livros Alguma
b) Os sertões, de Euclides da Cunha. poesia e Brejo das almas, marcados pelo individua-
c) Vidas secas, de Graciliano Ramos. lismo e pelo humor do poeta gauche. Entretanto,
d) Capitães da Areia, de Jorge Amado. desde Sentimento do mundo, publicado no início
e) Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. da década de 1940, nota-se a emergência de um(a)
__________ na produção do poeta mineiro, e o livro
A rosa do povo, de 1945, assinala, justamente, o e) abordar a identidade nacional a partir da visão
momento culminante e derradeiro da __________ minuciosa das faces regionais do Sudeste bra-
de Drummond, composta sob os anos trágicos e sileiro.
sombrios da Segunda Guerra Mundial.
10 (ITA - 2022)
Assinale a alternativa cujas informações preenchem
Leia atentamente a primeira estrofe de “Morte do
corretamente as lacunas do enunciado.
leiteiro”, de Carlos Drummond de Andrade.
a) sentimento ufanista – poesia nacionalista. Há pouco leite no país,
b) senso participante – poesia política. é preciso entregá-lo cedo.
c) pendor filosofante – poesia metafísica. Há muita sede no país,
d) sentimento nostálgico – poesia memorialística. é preciso entregá-lo cedo.
e) concepção formalista – poesia experimental. Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
08 (Espcex (Aman) 2016)
Assinale a alternativa que contém uma das caracte- Em seguida, assinale a alternativa CORRETA.
rísticas da segunda fase modernista brasileira.
a) os verbos, advérbios e complementos repre-
a) Os efeitos da crise econômica mundial e os cho- sentam uma situação perigosa para quem bebe
ques ideológicos que levaram a posições mais pouco leite.
definidas formavam um campo propício ao de- b) a construção repetitiva dos versos sugere uma
senvolvimento de um romance caracterizado tensão entre as condições de vida, a repetição
pela denúncia social. própria do trabalho moderno e uma moralidade
b) Na poesia, ganha corpo uma geração de po- social violenta.
etas que se opõem às conquistas e inovações c) o estilo coloquial do poema está em perfeita
dos primeiros modernistas de 1922. Uma nova consonância com os preceitos da poética ro-
proposta é defendida inicialmente pela revista mântica do autor.
Orfeu. d) os versos tematizam a luta no campo entre
c) O período de 1930 a 1945 é o mais radical do grandes e pequenos pecuaristas dedicados à
movimento modernista, pela necessidade de produção de laticínios no país.
ruptura com toda arte passadista. e) a escassez de recursos linguísticos é uma metá-
d) As revistas e manifestos marcam o segundo fora da escassez de recursos na produção social
momento modernista, com a divulgação do mo- de laticínios no país.
vimento pelos vários estados brasileiros.
e) Ao mesmo tempo em que se procura o moder-
no, o original e o polêmico, o nacionalismo se
manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta
às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas,
a procura de uma “língua brasileira”.
09 (CESMAC - 2021)
Autores que pretenderam representar o romance
regionalista da década de 1930 propuseram:
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ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
REVISÃO
RESUMO
nio linguístico para a preservação da cultura nacio- Sobre o texto, assinale a alternativa correta.
nal devido
a) Reflete sobre a manipulação do narrador com
a) à menção a enfermidades que indicam falta de relação à história que irá contar e apresenta ca-
cuidado pessoal. racterísticas da personagem que mudarão no
b) à referência a profissões já extintas que carac- decorrer do romance.
terizam a vida no campo. b) Mostra um narrador decidido a contar a história
c) aos nomes de personagens que acentuam as- de uma jovem e seu destino já fatal, ao mesmo
pectos de sua personalidade. tempo em que reflete sobre a influência da lite-
d) ao emprego de ditados populares que resgatam ratura na vida dos seus leitores.
memórias e saberes coletivos. c) Apresenta reflexões que serão recorrentes ao
e) às descrições de costumes regionais que des- longo do romance como: o narrador que fala
mistificam crenças e superstições. acerca do processo da escrita, criação e destino
da personagem.
d) Revela como a escrita é um passatempo sem
influência na vida do narrador, e como escrever
é uma forma que ele encontra para se divertir
com a pobreza e a feiúra da personagem.
e) Mostra que a consciência do narrador sobre o
pouco valor acerca do que ele escreve influen-
04 (UNIFESP - 2019)
A verve social da poesia de João Cabral de Melo
Neto mostra-se mais evidente nos versos:
e jogar fora o leve e o oco, palha eco,” São autores que, havendo estreado na década de
40, acabaram por criar, em gêneros diferentes,
Alguidar: recipiente de barro, metal ou material
aquelas “linguagens extremamente particulariza-
plástico, usado para tarefas domésticas
das” a que se refere a frase final do texto:
Em “Catar feijão”, João Cabral de Melo Neto revela
a) Érico Veríssimo e Vinícius de Moraes.
a) o princípio de que a poesia é fruto de inspiração b) Jorge de Lima e Ferreira Gullar.
poética, pois resulta de um trabalho emocional. c) Érico Veríssimo e Guimarães Rosa.
b) influência do Dadaísmo ao escolher palavras, ao d) João Cabral de Melo Neto e Guimarães Rosa.
acaso, que nada significam para a construção e) João Cabral de Melo Neto e Jorge de Lima.
da poesia.
c) preocupação com a construção de uma poesia 06 (G1 - ifpe 2012)
racional contrária ao sentimentalismo choroso. Você lerá no texto abaixo um trecho do poema
d) valorização do eu lírico, ao extravasar o estado “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo
de alma e o sentimento poético. Neto, importante poeta pernambucano da Geração
e) valorização do pormenor mediante jogos de pa- de 45 do Modernismo brasileiro. No excerto, um
lavras, sobrecarregando a poesia de figura e de retirante chamado Severino, protagonista da obra,
linguagem rebuscada. encontra dois homens que estão carregando um
defunto numa rede.
05 (Uel 1998) Texto
O Modernismo, em sentido amplo, tem fa- “— A quem estais carregando, irmãos das
ses distintas, havendo mesmo que se considerar o almas, embrulhado nessa rede? Dizei que eu saiba.
fato de que as influências de suas convicções mais — A um defunto de nada, irmão das almas,
fortes se fizeram sentir várias décadas depois da que há muitas horas viaja à sua morada.
Semana de Arte Moderna. Pense-se, por exemplo, — E sabeis quem era ele, irmãos das almas,
na inspiração que Oswald de Andrade e sua “antro- sabeis como ele se chama ou se chamava?
pofagia” ofereceram aos movimentos de contracul- — Severino Lavrador, irmão das almas, Se-
tura da década de 60, entre eles o Tropicalismo. verino Lavrador, mas já não lavra.
Na própria década de 20, a pluralidade já se — E de onde que o estais trazendo, irmãos
faz sentir, por exemplo, nos vários “nacionalismos”: das almas, onde foi que começou vossa jornada?
MACUNAÍMA é mais problemático e menos cívico — Onde a Caatinga é mais seca, irmão das
que MARTIM CERERÊ. Também quanto à forma almas, onde uma terra que não dá nem planta bra-
literária, há muita diferença entre o verso piadísti- va.
co e lúdico de Oswald de Andrade e a intensidade — E foi morrida essa morte, irmãos das al-
subjetiva com a qual é filtrada, por um ângulo tido mas, essa foi morte morrida ou foi matada?
como “futurista”, a vida da metrópole nascente.
(...)
Na década de 30, vencidos os impulsos
mais arrebatados de experimentalismo estético, a — E quem foi que o emboscou, irmãos das
poesia e o romance amadurecem com uma gera- almas, quem contra ele soltou essa ave-bala?
ção de artistas brilhantes. Na lírica, o sentimento — Ali é difícil dizer, irmão das almas, sem-
da inadaptação ao mundo desemboca na figura do pre há uma bala voando desocupada.
GAUCHE ou na do visionário em cujos versos não — E o que havia ele feito irmãos das almas,
faltam imagens surrealistas. Na ficção, o peso da e o que havia ele feito contra a tal pássara?
realidade se faz sentir em diversas obras regionalis- — Ter um hectare de terra, irmão das al-
tas, sobretudo do Nordeste, muito marcadas pelos mas, de pedra e areia lavada que cultivava.
respectivos ciclos econômicos: da cana-de-açúcar — Mas que roças que ele tinha, irmãos das
e do cacau, por exemplo. Nem faltaram, nessa mes- almas que podia ele plantar na pedra avara?
ma década e na seguinte, autores mais intimistas, — Nos magros lábios de areia, irmão das
dedicados à sondagem do interior humano, e au- almas, os intervalos das pedras, plantava palha”.
tores revolucionários, cujas linguagens, particulari-
A única alternativa verdadeira a respeito dos ele-
zadas, deram novo fôlego à expressão literária no
mentos retirados do texto é:
Brasil.
GABARITO AULA 7
01 - A 05 - D 09 - D
02 - C 06 - C 10 - C
03 - C 07 - B
04 - C 08 - E
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ANOTAÇÕES
REVISÃO
RESUMO
GABARITO
01 - A 03 - A
02 - E 04 - E
abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais d) discurso direto e indireto alternados na voz do
coisas ainda, minha queridinha”, anunciou Margari- eu lírico e localização espacial.
da fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com e) narrador em primeira pessoa, linguagem dis-
violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, cursiva e elementos descritivos.
mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. 06 (Acafe 2016)
Representante da ficção contemporânea, a prosa Com base na obra Auto da Compadecida, de Ariano
de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói Suassuna, assinale a alternativa correta que com-
modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo pleta as lacunas da frase a seguir.
familiar descortina um(a) Trata-se de __________ que retoma elementos con-
tidos em autos medievais e da literatura __________
a) convivência frágil ligando pessoas financeira-
para exaltar os humildes e satirizar os poderosos e
mente dependentes.
__________ que se preocupam apenas com ques-
b) tensa hierarquia familiar equilibrada graças à
tões materiais.
presença da matriarca.
c) pacto de atitudes e valores mantidos à custa de
a) um romance – modernista – cristãos.
ocultações e hipocrisias.
b) uma peça teatral – de cordel – os religiosos.
d) tradicional conflito de gerações protagonizado
c) filme – clássica – magistrados.
pela narradora e seus tios.
d) um conto – regionalista – políticos.
e) velada discriminação racial refletida na procura
e) uma crônica – marginal – políticos.
de casamentos com europeus.
07 (Enem 2016)
05 (Enem 2ª aplicação 2014)
Primeira lição
A despropósito
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático,
Olhou para o teto, a telha parecia um quadrado de
épico, ligeiro.
doce.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Ah! – falou sem se dar conta de que descobria,
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo,
durando desde
sincero e pessoal.
a infância, aquela hora do dia, mais um galo can-
É a linguagem do coração, do amor.
tando,
O lirismo é assim denominado porque em outros
um corte de trator, as três camadas de terra,
tempos os versos sentimentais eram declamados
a ocre, a marrom, a roxeada. Um pasto,
ao som da lira.
não tinha certeza se uma vaca
O lirismo pode ser:
e o sarilho da cisterna desembestado, a lata
batendo no fundo com estrondo. a) a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes,
Quando insistiram, vem jantar, que esfria, quase sempre a morte.
ele foi e disse antes de comer: b) b) Bucólico, quando versa sobre assuntos cam-
“Qualidade de telha é essas de antigamente”. pestres.
PRADO, A. Bagagem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. c) c) Erótico, quando versa sobre o amor.
A poesia brasileira sofreu importantes transforma-
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia,
ções após a Semana de 1922, sendo a aproximação
a endecha, o epitáfio e o epicédio.
com a prosa uma das mais significativas. O poema
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tris-
da poeta mineira Adélia Prado rompe com a lírica
tes.
tradicional e se aproxima da prosa por apresentar
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pes-
a) travessão, estrutura do verso com pontuação soa morta.
comum a orações e aproximação com a oralida- Era declamada junto à fogueira onde o cadáver
de, elementos próprios da narrativa. era incinerado.
b) uma estrutura narrativa que não segue a sequ- Endecha é uma poesia que revela as dores do
ência de estrofes nem utiliza de linguagem me- coração.
tafórica. Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras
c) personagem situado no tempo e espaço, des- tumulares.
crevendo suas memórias da infância. Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida
se carne com farinha. Eu estava indisposta, resolvi Sobre a relação da personagem com o meio em que
benzer-me. Abria a boca duas vezes, certifiquei-me vive, assinale a afirmativa correta.
que estava com mau olhado. A indisposição desa-
a) Percebe-se uma interação amistosa quando ob-
pareceu saí e fui ao seu Manoel levar umas latas
servamos, no relato, a descrição do ambiente.
10 (Mackenzie - 2018)
Quanto eu tiver setenta anos
quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta minha adolescência
vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência
vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito
vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito
então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência
Paulo Leminski
A respeito do poema acima, de autoria do escritor
contemporâneo Paulo Leminski, assinale a alterna-
tiva correta.
GABARITO AULA 8
01 - C 05 - A 09 - C
02 - D 06 - B 10 - E
03 - A 07 - B
04 - C 08 - D
01 (Upf 2012)
Olavo Bilac e Cruz e Sousa estão situados, respecti-
vamente, nos seguintes períodos literários:
a) Parnasianismo e Simbolismo.
b) Simbolismo e Parnasianismo.
c) Parnasianismo e Pré-Modernismo.
d) Barroco e Simbolismo.
e) Simbolismo e Pré-Modernismo.
02 (Mackenzie 1996)
Assinale a alternativa que não se refere ao Simbo-
lismo.
03 (Unesp 2018)
Expressionismo: Termo aplicado pela crí-
tica e pela história da arte a toda arte em que as
ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas
em favor de distorções ou exageros de forma e cor
que expressam, de modo premente, a emoção do
artista. Neste sentido mais geral, o termo pode ser
aplicado à arte de qualquer período ou lugar que
conceda às reações subjetivas um lugar de maior
importância que à observação do mundo exterior.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)
a)
e)
passa a preconizar que ambas devem adequar-se As perguntas da menina e do poeta versam sobre a
à era da velocidade das locomotivas, dos aeropla- morte. É correto afirmar que
nos, dos automóveis, à era das máquinas, enfim, ao
desenvolvimento tecnológico e que, para isso, era a) ambos guardam uma dimensão transcendente
necessário romper com o passado, com a tradição. e católica, de origem mineira.
Mais tarde, entra em contato com outras propostas b) ambos ouvem respostas que lhes esclarecem
vanguardistas europeias, de que surgirão outros em definitivo as dúvidas existenciais.
movimentos por ele liderados, como o Movimento c) a menina mostra curiosidade acerca da morte
__________. como episódio e o poeta especula o sentido fi-
Preenche corretamente as lacunas a alternativa: losófico da morte.
d) a menina está inquieta por conhecer o destino
a) Dadaísmo - Plínio Salgado - Verde-amarelo.
das almas, enquanto o poeta critica o ceticismo.
b) Concretismo - Manuel Bandeira - Regionalista.
e) as duas respostas reforçam os mistérios da vida
c) Futurismo - Oswald de Andrade - Antropofá-
ao acolherem crenças populares.
gico.
d) Cubismo - Ronald de Carvalho - Construtivista. 06 (Fuvest 2012)
e) Surrealismo - Mário de Andrade - Nativista. Como não expressa visão populista nem elitista, o
livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não
05 (Fuvest 2020)
oculta o dano causado pela privação, nem os re-
Hoje fizeram o enterro de Bela. Todos na
presenta como seres desprovidos de vida interior;
Chácara se convenceram de que ela estava morta,
ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos
menos eu. Se eu pudesse não deixaria enterrá‐la
desvalidos, o enlace estreito e dramático de limita-
ainda. Disse isso mesmo a vovó, mas ela disse que
ção intelectual e esforço reflexivo. Essas afirmações
não se pode fazer assim. Bela estava igualzinha à
aplicam-se ao modo como, na obra
que ela era no dia em que chegou da Formação, só
um pouquinho mais magra. a) Auto da barca do inferno, são representados os
Todos dizem que o sofrimento da morte é judeus, marginalizados na sociedade portugue-
a luta da alma para se largar do corpo. Eu perguntei sa medieval.
a vovó: “Como é que a alma dela saiu sem o menor b) Memórias de um sargento de milícias, são figu-
sofrimento, sem ela fazer uma caretinha que fos- radas Luisinha e as crias da casa de D. Maria.
se?”. Vovó disse que tudo isso é mistério, que nunca c) Dom Casmurro, são figurados os escravos da
a gente pode saber essas coisas com certeza. Uns casa de D. Glória.
sofrem muito quando a alma se despega do corpo, d) A cidade e as serras, são representados os
outros morrem de repente sem sofrer. camponeses de Tormes.
Helena Morley, Minha Vida de Menina. e) Vidas secas, são figurados Fabiano, sinha Vitó-
Perguntas ria e os meninos.
Numa incerta hora fria
perguntei ao fantasma
que força nos prendia,
ele a mim, que presumo
estar livre de tudo
eu a ele, gasoso,
(...)
No voo que desfere
silente e melancólico,
rumo da eternidade,
ele apenas responde
(se acaso é responder
um pontapé.
Tal comentário refere-se a
Avizinhou-se da janela baixa da cozinha,
viu os meninos entretidos no barreiro, sujos de lama,
fabricando bois de barro, que secavam ao sol, sob o a) Jorge Amado.
pé-de-turco, e 5não encontrou motivo para repreen- b) José Lins do Rego.
dê-los. Pensou de novo na cama de varas e mental- c) Graciliano Ramos.
mente xingou Fabiano. Dormiam naquilo, tinha-se d) Guimarães Rosa.
acostumado, mas sena mais agradável dormirem e) Clarice Lispector.
numa cama de lastro de couro, como outras pessoas.
Fazia mais de um ano que falava nisso ao 09 (Enem PPL 2016)
marido. Fabiano a princípio concordara com ela, Naquele tempo eu morava no Calango-Fri-
mastigara cálculos, tudo errado. Tanto para o cou- to e não acreditava em feiticeiros.
ro, tanto para a armação. Bem. Poderiam adquirir E o contrassenso mais avultava, porque,
o móvel necessário economizando na roupa e no já então, – e excluída quanta coisa-e-sousa de nós
querosene. 6Sinha Vitória respondera que isso era todos lá, e outras cismas corriqueiras tais: sal der-
impossível, porque eles vestiam mal, as crianças ramado; padre viajando com a gente no trem; não
andavam nuas, e recolhiam-se todos ao anoitecer. falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom,
Para bem dizer, não se acendiam candeeiros na “faísca”; nem dizer lepra; só o “mal”; passo de en-
casa. trada com o pé esquerdo; ave do pescoço pelado;
risada renga de suindara; cachorro, bode e galo,
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro; São Paulo: Record; Martins, 1975.
p. 42-43. pretos; [...] – porque, já então, como ia dizendo, eu
poderia confessar, num recenseio aproximado: doze
A partir do texto acima, identifique a alternativa que
tabus de não uso próprio; oito regrinhas ortodoxas
contém a característica correta em relação à análise
preventivas; vinte péssimos presságios; dezesseis
da obra de Graciliano Ramos e à sua inclusão na
casos de batida obrigatória na madeira; dez outros
ficção regionalista dos anos 30.
exigindo a figa digital napolitana, mas da legítima,
a) Valorização do espaço urbano e das relações de ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis
poder. indicações de ritual mais complicado; total: setenta
b) Ênfase em aspectos pitorescos da paisagem e dois – noves fora, nada.
nordestina. ROSA, J. G. São Marcos. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967 (adaptado).
10 (Upf 2015)
Na década de 1950, surge, no Brasil, o movimento
da poesia concreta, liderado pelos irmãos Augusto
e Haroldo de Campos e por Décio Pignatari. Algu-
mas características marcantes da poesia concreta
são:
GABARITO REVISÃO
01 - A 05 - C 09 - E
02 - E 06 - E 10 - A
03 - E 07 - D
04 - C 08 - E