Ok - Ensino de Astronomia Na Educação Básica Na Cidade de Santo André
Ok - Ensino de Astronomia Na Educação Básica Na Cidade de Santo André
Ok - Ensino de Astronomia Na Educação Básica Na Cidade de Santo André
SÃO PAULO
2017
MARCOS PEDROSO BARBOSA DA SILVA
SÃO PAULO
2017
Dedico a minha esposa Mirna grande apoiadora e
parceira de vida.
Aos meus pais João e Maria por todos os
sacrifícios e dedicação em minha criação e dos
meus irmãos Sérgio, Walison e Janaina.
Ao meu filho Caetano que no futuro possa ler
esse trabalho e descubra que foi e será sempre
minha inspiração.
Agradecimentos
Carl Sagan
Resumo
The pursuit of scientific literacy is one of the goals of the teacher and teaching
astronomy can be a promising path in the direction of this acquisition. However,
astronomy is still present in a timid way in the school routine. The reasons are lack of
training of teachers, didactic material focused on the scarce subject and few spaces
that can encourage the practice of studies in astronomy.
In this sense, non-formal teaching spaces like planetariums and observatories
appear as allied to the pretensions of teachers with interests in developing and
stimulating the learning of astronomy concepts.
The Johannes Kepler Planetarium and the Sky Observation Center are located at
SABINA – Escola Parque do Conhecimento in the municipality of Santo André.
These spaces have as main objective the attendance of students from 1st to 5th year
of Elementary Education by developing activities in astronomy teaching.
The present work had as objective to narrow the planetary partnership and school
developing through a Didactic Sequence several meetings both in the school as in
the planetarium and in the observatory.
The partner school was EMEIEF Carlos Drummond de Andrade and the target
audience was a 4th grade class of elementary school.
The central theme of the Didactic sequence was "The sun and its importance in
culture and life". In all, there were 8 meetings in which various contents related to the
Sun were discussed besides the elaboration of a planetary session entitled "The sun
the star of our sky". The approaches in the meetings took place in a playful,
investigative, reflective and problematizing way, always seeking the students'
independence of thought.
For the analysis of the learning process, diagnostic questionnaires were used before
and after the meetings.
The results show that the longest and deepest partnership between planetarium and
school is satisfactory mainly in order to establish the longer lasting presence of
astronomy in the school environment, besides stimulating the interaction of the
teacher with the professionals of these non-formal spaces. In this sense, this
partnership could contribute to further training and dissemination of astronomy
education.
Keywords: Astronomy Education; Elementary School; Scientific Literacy; Didactic
Sequence; Non-Formal Education
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
EF - Ensino Fundamental
SD - Sequência Didática
15
LISTA DE TABELAS
16
Tabela 31 - Questionário antes e depois da SD - Pergunta 8 .................................... 130
Tabela 32 - Reelaboração da SD ............................................................................ 137
17
LISTA DE FIGURAS
18
Figura 26 - Apresentação do conteúdo da aula 6...................................................... 96
Figura 27 - Apresentação da rosa dos ventos ........................................................... 98
Figura 28 - Apresentação do relógio de Sol equatorial ............................................. 98
Figura 29 - Apresentação do relógio de sol analemático .......................................... 99
Figura 30 - Visita ao planetário Johannes Kepler .................................................... 100
Figura 31 - Apresentação do Telúrio ....................................................................... 100
Figura 32 - Apresentação dos equipamentos dentro da sala de projeção do
planetário................................................................................................................. 102
Figura 33 - Apresentação da sessão: " O Sol o astro do nosso céu" ...................... 102
Figura 34 - Apresentação dos cartazes sobre a importância do Sol - grupo 1 ........ 103
Figura 35 - Apresentação dos cartazes sobre a importância do Sol - grupo 2 ........ 103
Figura 36 - Apresentação dos cartazes sobre a importância do Sol - grupo 3 ........ 104
Figura 37 - Apresentação dos cartazes sobre a importância do Sol - grupo 4 ........ 104
Figura 38 - apresentação do jogo de tabuleiro e suas regras ................................. 105
Figura 39 - Aplicação do jogo de tabuleiro .............................................................. 105
Figura 40 - Respostas dos alunos sobre a causa do dia e a noite .......................... 106
Figura 41 - Pergunta sem resposta de um aluno sobre o nascer e o por do Sol.... 108
Figura 42 - Respostas dos alunos sobre os motivos da ocorrência das estações do
ano .......................................................................................................................... 110
Figura 43 - Para um aluno a força e a fraqueza do Sol determinava as estações do
ano .......................................................................................................................... 111
Figura 44 - Representação do Sol com "raios"........................................................ 112
Figura 45 - Representação do Sol sem referência aos raios solares ...................... 113
Figura 46 - Variedades de concepções sobre o Sol além do uso das cores laranja e
amarela ................................................................................................................... 114
Figura 47 - Concepções diferentes do Sol apresentados por alguns alunos .......... 114
Figura 48 - Respostas do aluno sobre a importância do Sol para vida na Terra ..... 116
Figura 49 - Resposta considerada incompleta ........................................................ 117
Figura 50 - conto indígena sobre o Sol citado por um familiar ................................ 119
Figura 51 - História relacionada ao Sol citada por um familiar ................................ 119
Figura 52 - Apresentação dos trabalhos sobre rosa dos ventos ............................. 120
Figura 53 - Atividade da rosa dos ventos ................................................................ 121
Figura 54 - Representação do desenho de Galileu sobre o Sol feito pelos alunos . 122
19
Figura 55 - Desenhos elaborados pelos alunos, nos desenhos foram colocadas
ideias sobre fotossíntese, evaporação, formação de nuvens e ciclo da água ......... 122
Figura 56 - Cartazes apresentados pelos alunos sobre a importância do Sol ........ 124
Figura 57 - Resposta considerada correta sobre o nascer e pôr do Sol ................. 125
Figura 58 - Respostas dos alunos sobre a ocorrência das estações do ano .......... 126
Figura 59 - Imagens do Sol onde aparecem estruturas como manchas e
proeminências ......................................................................................................... 128
Figura 60 - Imagens do Sol sem representação de raios ........................................ 128
Figura 61 - Respostas dos alunos sobre a importância do Sol ............................... 130
20
LISTA DE GRÁFICO
21
22
Sumário
2.4 O Sol como conteúdo no Ensino de Astronomia para o 4º ano do EF. ............... 44
24
25
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o Sol,
(...)
Porque a luz do Sol vale mais que os
pensamentos,
De todos os filósofos e de todos os poetas.
Alberto Caeiro
26
Capítulo 1 - O Ensino de Astronomia e o estímulo ao encantamento e a
Alfabetização Científica
A astronomia é uma ciência que fascina crianças e adultos, não é à toa que esta
ciência é uma das mais antigas desenvolvidas pelo homem. A observação dos
fenômenos astronômicos ajudou a elaborar os primeiros modelos de mundo e os
primeiros calendários, assim como a análise sistemática do movimento anual do Sol,
possibilitando a diferentes povos perceber as modificações que ocorriam no clima no
decorrer do ano, ou seja, as estações do ano.
Os fenômenos relacionados à observação lunar estimularam os antigos cientistas.
Eventos como as fases da Lua, eclipses e elevação de marés motivaram essas
pessoas a encontrar o entendimento real da dinâmica que acontecia sob suas
cabeças. Até mesmo nos dias atuais a astronomia avança a passos largos,
motivados, sobretudo, pelo interesse que os astrônomos de hoje têm em
compreender o funcionamento do Universo.
Fazer ciência, como por exemplo, a astronomia, está intimamente ligada a uma
característica muito especial que os antigos cientistas tinham e os atuais também
possuem que é a curiosidade. A necessidade levou o homem a explorar outras
regiões e experimentar outras dietas, e para isso a raça humana ocupou uma boa
parte da superfície deste planeta. Foi a observação e o entendimento da natureza
que propiciou a domesticação dos primeiros animais, o domínio da agricultura e
tantas outras coisas (BLAINEY, 2004). O despertar curioso sobre o céu formou os
primeiros astrônomos e todo o conhecimento adquirido dessa ciência. A observação
celeste está presente na história humana desde o início auxiliando em questões
práticas para sua própria sobrevivência e também em assuntos relacionados a
mitologias e religião, já que muitos dos fenômenos observados eram explicados
como ações de deuses e criaturas sobrenaturais.
A astronomia desperta e atrai o interesse de várias pessoas, mesmo aquelas sem
nenhum conhecimento científico, por essa razão o ensino de astronomia se torna
uma estratégia de motivação para o aprendizado de outras ciências (GONZALEZ et
al., 2004). Além disso, através da astronomia é possível desenvolver diversas
atividades integradoras estimulando a alfabetização científica e essas habilidades
são sugeridas pelos PCN.
No entanto a importância histórica da astronomia, muitas vezes se reflete de
maneira insatisfatória nos ambientes escolares. Há nas palavras de Kantor (2012)
27
uma exclusão desta ciência, presente de maneira coadjuvante, em disciplinas como
geografia, física e ciências no ensino fundamental e médio. Os conteúdos de
astronomia são sugeridos nos PCN, porém, em sala de aula está presente de forma
tímida.
Um dos motivos apontados na literatura pelo qual os conteúdos de astronomia são
apresentados de maneira discreta no ambiente escolar é a formação limitada dos
professores em relação a assuntos astronômicos, situação esta exposta através dos
trabalhos de (OSTERMANN; MOREIRA, 1999; BRETONES, 1999; MALUF, 2000;
KANTOR, 2001). Além disso, a falta de uma política educacional voltada à
alfabetização científica e a escassez de material didático adequado é apontada por
Pinto et al. (2007), como sendo uma das causas da baixa qualidade do ensino de
ciências e por consequência o distanciamento de conteúdos astronômicos.
É notório que as crianças têm curiosidade sobre quase tudo, tem o hábito de fazer
muitas perguntas, portanto o interesse sobre questões científicas sempre aparece.
Esse tipo de postura que os pequenos possuem sobre o mundo deveria ser mais
incentivada tanto no contexto familiar como no escolar, porém o que se verifica é
uma perda e um contínuo desinteresse desses indivíduos na medida em que vão
ficando mais velhos, apresentando mais adiante um desinteresse em desenvolver
conhecimentos relacionados à ciência.
Em pesquisa realizada por Maltese e Tai (2010), os estudantes apontaram que um
dos motivos para a perda de interesse em questões relacionadas a ciências é que
as disciplinas são apresentadas na escola de maneira desconectada da realidade
que os rodeiam. E, segundo os autores, esse sentimento apresentado pelos
estudantes favorece o não envolvimento por parte desses alunos nas disciplinas
científicas. Para Osborne, Simon e Collins (2003), Maltese e Tai (2010) o professor
tem papel fundamental para desenvolver uma postura positiva em relação à ciência,
trabalhando no sentido de evitar o processo de desinteresse ao longo do tempo.
Observando esse contexto de contínuo desinteresse, é sugerido que os profissionais
voltados à área da educação indiquem caminhos que possam estabelecer uma
interação mais rápida e profunda entre alunos e as disciplinas de ciências, e nesse
sentido a alfabetização científica ganha força como um objetivo a ser alcançado
pelos educadores (GOUVÊA; LEAL, 2001). A busca por um processo de
alfabetização científica nas séries iniciais permite que os alunos dessa fase escolar
desenvolvam efetivamente a construção do conhecimento e discutam os conceitos
podendo relacionar com a realidade a sua volta (SASSERON; CARVALHO, 2008).
28
Os autores indicam também a importância do contato e conhecimento das
habilidades associadas ao trabalho do cientista no início do desenvolvimento da
alfabetização científica.
Sasseron e Carvalho, (2008) apresentam que no Brasil existem diversos termos
para abordar o processo de alfabetização científica com variados autores utilizando
também a expressão “letramento científico”. Neste presente trabalho optou-se por
utilizar o termo alfabetização científica.
A alfabetização científica é a busca do significado no processo de aprendizagem,
permitindo que o aluno amplie seus conhecimentos e que garanta o
desenvolvimento de um olhar crítico e a inserção deste como cidadão atuante na
sociedade em relação aos conhecimentos científicos (LORENZETTI, 2000 p. 77).
Teóricos como Vygotsky, (1989, 1998) e Piaget, (1976, 1997) tem como premissa
que uma boa educação científica nos anos iniciais se baseia na participação ativa do
aluno e na interação que este tem com o meio.
O que ocorre na prática docente no ensino de ciência é um processo de
memorização estruturado e uma postura passiva por parte do alunado e sem
obtenção de um significado no que diz respeito ao aprendizado (SANTOS, 2007).
Segundo Santos (2007) a falta de contexto nas aulas de ciências com objetivos
focados em exercícios e problemas sem exigir a compreensão dos conteúdos
abordados favorece ainda mais o distanciamento dos estudantes quando se trata de
assuntos referentes a ciências.
O ensino de ciência não pode ser um processo apenas de acúmulo de
conhecimento sem propósito de um domínio e articulação desse conteúdo. É
importante levar em conta no processo de ensino os aspectos do cotidiano do aluno,
só assim o professor conseguirá alcançar um ensino satisfatório dando ao seu aluno
aprendizado significativo (BRASIL, 1996).
Nesse sentido a escola realmente se torna um espaço fundamental na construção
do conhecimento, desde os anos iniciais tornando conteúdos científicos acessíveis
aos alunos, ampliando seu entendimento sobre o mundo ao estimular a curiosidade
e encantamento com a ciência (CARVALHO et al. 1998).
Um lugar importante para que o interesse em ciências ocorra é o ambiente escolar,
tendo na figura do professor um mediador, na medida em que este tem a tarefa de
apresentar os conteúdos científicos e dessa maneira ter condições de despertar e
possivelmente inspirar seus alunos no mundo das ciências. A escola, porém, não
deve ser o único local a estimular o encantamento pelas ciências, mas é necessário
29
que haja cooperação entre o mundo escolar representando o ensino formal, e os
espaços não formais como museus, planetários e ambiente familiar.
A escola é reconhecidamente essencial para o processo de aprendizagem do
cidadão, porém o ambiente escolar é somente uma maneira de obter conhecimento,
pois há outras possibilidades, ambientes e contextos para se desenvolver
intelectualmente. As pessoas vão acumulando conhecimento ao longo da vida e
esse acúmulo acontece de diversas maneiras. Para Gohm, M. G, (2009) e Colley,
H.; et al, (2002) esse processo de aprendizagem divide-se em três momentos:
ensino formal desenvolvido no ambiente escolar, ensino informal adquirido no
contexto familiar, na interação com os amigos, leituras, internet entre outros. A outra
forma de aprender é através do ensino não formal caracterizado pelo objetivo de
ensinar conteúdos oriundos do ensino formal, porém esse processo de ensino
aprendizagem acontece em espaços como museus, centro de ciências e planetários.
“Hoje, vários espaços contribuem para o mesmo fim educativo que têm
como meta suprir a sociedade em suas carências de conhecimentos. Não
só os espaços mudaram, mas o tempo também. A rapidez nas mudanças
cotidianas acarreta a exigência de acompanhar os diversos e os novos
saberes construídos em um tempo também diferente. A sociedade busca
saciar-se por meio de formas mais amplas de conhecimento que permitem,
considerando as necessidades individuais, o envolvimento com os vários
campos das ideias em diferentes níveis, constituindo, desse modo, relações
entre a educação formal e a não formal, gerando redes cotidianas de
conhecimentos”.
30
trabalho, pessoal capacitado entre outras coisas, para o atendimento ao público. Os
espaços não formais podem se apresentar como uma proposta mais interativa ou
até mesmo lúdica no processo de aprendizagem. Os ambientes informais são
caracterizados pelo aprendizado de maneira livre sem mediadores de ensino, esse
processo de aprendizagem acontece em lugares como ambiente familiar, cinema,
clubes entre outros (ROMANZINI; BATISTA, 2009).
Marandino (2001) afirma que os professores que utilizam dos espaços não formais
para o aprendizado de ciências, vão motivados pelo fato desses locais possibilitarem
a experiência que eles não possuem na escola seja ela interacional ou material. O
argumento dos professores segundo a autora é que espaços não formais podem
exercitar a prática da teoria aprendida em sala de aula.
Os espaços não formais se diferem do ambiente, muitas vezes, sóbrio da escola
apresentando características em geral atrativas, interativas e em alguns momentos
com status de entretenimento. Porém são espaços importantes no complemento do
processo de aprendizagem que ocorre nas escolas, segundo Vieira, et al, (2005):
Dessa maneira, os ambientes não formais podem ser importantes aliados quando se
trata de discutir e aprofundar conteúdos relacionados às ciências. Parcerias entre
espaços formais e não formais se torna uma estratégia pedagógica com muito
potencial na direção da melhoria da ação docente, pois nas palavras de Machado
31
(2013) as visitas realizadas em centros de ciências por ser muitas vezes interativa e
possuir caráter lúdico, torna–se um motivador para o aprofundamento dos conteúdos
abordados em sala de aula.
Centros de ciências, museus e outros espaços não formais que possuem como
características a interação e experiência não convencional quando comparada com
os ambientes formais, tornam-se ferramentas no processo de revolução da
aprendizagem (DIERKING, 2005). Ambientes não formais permitem que o processo
de aprendizagem científica, na maioria das vezes, se apresente de uma forma
excitante e desafiadora por parte das pessoas que frequentam esses espaços
(BRAUND; REISS, 2006).
Essas características mostram que a motivação e o encantamento são peças
fundamentais para despertar nos alunos ou público em geral o interesse em
aprender determinado conteúdo e ter uma postura positiva em relação à ciência.
O ensino de astronomia pode se aproveitar dos espaços não formais como
planetários e observatórios no sentido de que estes locais podem promover “pontes”
com as escolas aprofundando suas relações pedagógicas. Sendo assim as escolas
poderiam ver nos planetários e observatórios um aliado para o ensino de astronomia
tanto para alunos e professores e esses espaços não formais podem aprimorar e
aprofundar suas abordagens em relação ao ensino de astronomia, atuando de forma
mais efetiva nessa parceria com as escolas.
34
Gráfico 1 - O gráfico mostra uma distribuição típica do público escolar em planetários de porte médio
por série de escolaridade (Steffani,2011)
39
Tabela 1 - Conteúdos abordados nos cadernos de ciências e geografia
Caderno - Ciências 4°ano Caderno – Geografia 4°ano
O Universo O planeta Terra
Exploração Espacial Sistema Solar
Sistema Solar O Sol: fonte de luz e calor para Terra
Galáxias Plutão não é mais planeta
Estrelas Comparação: Terra x Júpiter
O Sol Comparação: Vênus x Saturno
Os planetas Satélite artificial
Satélites naturais/ Satélites artificiais O eixo imaginário da Terra
Rotação da Terra: Dia e Noite Rotação e Translação
Movimento aparente no céu O Sol: Zona de iluminação da Terra
Translação da Terra: Anos bissextos/ estações do ano
Modelos de mundo: Geocentrismo x Heliocentrismo
Constelações indígenas
Fonte: Projeto Buriti – Caderno de Ciências e Geografia 4°ano
40
Gráfico 2 - Gráfico apresentando os conteúdos citado pelos professores e sua frequência
Tabela 2 - Os dez conteúdos mais abordados pelos professores do 4° ano da rede municipal de
Santo André
Posição Conteúdos de astronomia Nº de citações
1 Sistema Solar 131
2 Revolução (Translação) 127
3 Rotação 125
4 Pontos Cardeais 119
5 Fases da Lua 117
6 Dia e Noite 112
7 Terra: formação, evolução e composição do planeta 112
8 Estações do Ano 109
9 Estrelas 109
10 Eclipses 103
Fonte: Planetário Johannes Kepler
41
As pesquisas públicas voltadas ao 4º ano encontradas na literatura da área foram
localizadas através do protocolo de busca que engloba o ensino de astronomia nos
anos iniciais. Esse levantamento bibliográfico nos serviu de base teórica para
estruturar o trabalho que foi desenvolvido junto à escola parceira.
Esse levantamento que é feito em relação ao ensino de astronomia nas séries
iniciais seja ele referente aos conteúdos, tipos de abordagens e materiais utilizados,
pode auxiliar na reflexão sobre qual prática é mais eficaz no processo ensino
aprendizagem ou até mesmo na elaboração de práticas alternativas e novas
abordagens.
Embora não haja muitas pesquisas voltadas especificamente ao 4°ano do ensino
EF, é possível entender a realidade do ensino de astronomia nas séries iniciais
através dos diversos trabalhos publicados para os primeiros ciclos do EF.
Dentre os trabalhos realizados destacam-se os desenvolvidos por Morett e Souza
(2010) que teve como público-alvo alunos do 4º e 5º ano do EF. Em sua pesquisa os
conteúdos abordados foram: O Sistema Solar e a Terra e seus movimentos. Para
ilustrar as dinâmicas foram utilizados materiais de baixo custo como madeira, isopor,
lâmpadas e fios. Neste trabalho foram feitos experimentos como modelos
planetários, eclipses e simulação de movimentos planetários, além disso, foram
aplicados questionário antes e depois das atividades para que os autores pudessem
identificar o impacto que a trabalho havia causado nos alunos.
Indo na mesma linha de uso de material como isopor, madeira, lanterna, mapas e
globo terrestre, Pacca e Scarinci (2006) realizaram trabalhos envolvendo
concepções prévias de alunos da 5ª série (6º ano) com faixa etária de 10 a 12 anos.
O trabalho apresentou conteúdos relacionados à Lua como eclipses, fase lunar e
seus movimentos assim como estações do ano, fenômeno do dia e a noite,
gravidade, origem do universo, buracos negros, paralaxe, evolução estelar e
pequenos corpos do Sistema Solar.
No trabalho de Gomidi e Longhini (2013) foi realizada uma pesquisa relacionada a
sombras utilizando histórias problematizadoras com personagens imaginários e uso
de material como mapas, globo terrestre e lanterna. Temas como movimento
aparente do Sol e o formato da Terra foram discutidos ao longo da atividade. O
público-alvo foi alunos do 6º ano do EF com faixa etária entre 10 e 11 anos.
Gomidi e Longhini (2014) realizaram também pesquisa com alunos do 6º ano do EF
ao longo de um ano, cujos temas desenvolvidos foram estações do ano, fases da
Lua, movimento aparente do Sol e estudos envolvendo sombras. Os materiais e
42
práticas estimuladas foram pluviômetros, termômetros, observações do Sol e da
Lua, registro em planilhas e tabelas das observações.
O movimento aparente do Sol e as estações do ano foram conteúdos da pesquisa
realizada por Trogello et al (2013a) com alunos também do 6º ano do EF e o
material utilizado foi um gnômon para estudo de sombras.
Pacheco e Damasio (2014) realizaram pesquisa com alunos do 1º ano do EF
abordando temas relacionados à física, porém discutiram também temas de
astronomia como: Sistema Solar, estrelas, Universo, estações do ano e fases da
Lua. Os materiais utilizados para explicar os conteúdos de astronomia foram isopor,
lanternas e imagens.
Bernardes e Santos (2008) realizaram pesquisa com alunos da 1ª a 4ª série (2° e 5°
ano) do EF com o intuito de aproximar os alunos às disciplinas de ciências e
astronomia com uma abordagem interdisciplinar envolvendo astronomia, arte e
mitologia. Entre os conteúdos discutidos estavam o Sol, Lua, planeta Terra, Sistema
Solar. Os materiais e as práticas nesta atividade se basearam no uso de vídeos
educativos, teatro de fantoches, arte e sala de informática.
Darroz et al (2012) realizou pesquisa com alunos do 6º ano do EF trabalhando o
tema sobre as fases da Lua. As atividades realizadas foram confecção de um
calendário lunar e a utilização de um modelo didático (bola de isopor) para a
visualização do fenômeno das fases.
No que se refere ao planeta Terra, Peter e Nardi (2005) desenvolveram um pesquisa
com alunos com idade de 8 anos da 2ª série (3°ano) do EF em que puderam
identificar suas concepções prévias sobre a forma, localização e força gravitacional
do nosso planeta e para isso apoiaram-se na confecção de desenhos por parte dos
alunos para obtenção de seus dados.
Utilizando contação de história e questões problematizadoras Deus e Longhini
(2012) propuseram a discussão dos temas sobre o movimento aparente do Sol e a
Lua com alunos do 2º ano do EF.
Bulgarelli e Haun (2007) em parceria com o planetário do Rio de Janeiro relatam o
trabalho desenvolvido com crianças de 6 a 9 anos intitulado de “Brincando e
aprendendo Astronomia”. Entre os conteúdos abordados nesta atividade estão
reconhecimento de céu, constelação, Sol, Lua, Terra, Sistema Solar e o espaço. As
dinâmicas realizadas sobre os temas são sessão de planetário, jogos e desenhos
relacionados ao tema.
43
O planetário Johannes Kepler realiza um trabalho com as escolas municipais de
Santo André atendendo alunos do 2° ao 5° ano do EF. Os conteúdos abordados no
planetário são Sistema Solar, movimentos da Terra e da Lua, estações do ano,
bandeira do Brasil e sua relação com a astronomia, evolução estelar e astronáutica.
As atividades oferecidas durante as visitas escolares são sessões especificas para
cada ano escolar além de oficinas lúdicas relacionadas aos temas citados acima,
como lunetas, modelos de isopor e outros materiais didáticos.
Fazendo um resumo sobre o levantamento é possível identificar que, 83%
abordaram assuntos referentes à Lua como suas fases e movimentos, 50% tinha
como conteúdo o Sol e seu movimento aparente, 41% trabalhou conteúdos sobre
Sistema Solar, 33% apresentou o fenômeno das estações do ano, 25% eclipses e
16% para conteúdos relacionados ao dia e a noite e estudos de sombras. Esses
resultados foram apresentados na tabela 3.
Tabela 3 - Conteúdos abordados
Conteúdos abordados %
Luas: fases e movimentos 83
Sol 55
Sistema Solar 41
Estações do ano 33
Eclipses 25
Dia e Noite 16
Estudo de sombra 16
44
A astronomia é uma ciência que se conecta com muitas áreas do conhecimento. É
possível trabalhar conceitos de astronomia em muitas perspectivas no ambiente da
escola, dentro de uma proposta interdisciplinar.
O termo interdisciplinaridade ainda não possui um significado definitivo ou estável.
Esse conceito surgiu no século XX e a partir da década de 60 houve a discussão
sobre questões interdisciplinares e a necessidade de transcender os conhecimentos
fragmentados apesar de sempre existir na história algumas vezes em maior ou
menor intensidade à vontade ou aspiração de uma unidade do saber (DATTÁS;
FUREGATO, 2006).
Para Fazenda (1996) a interdisciplinaridade é:
45
energético, mas também astronômico, além da importância que ele possui não só
para o Sistema Solar, mas para a vida na Terra.
O Sol é a nossa maior fonte de energia atuando em diversos processos na Terra.
Portanto, muitos fenômenos ambientais podem ser explicados tendo a participação
direta ou indireta do Sol.
Em muitos artigos analisados sobre conteúdos desenvolvidos no EF o tema Sol está
presente, porém poucos utilizam esse elemento como personagem principal na
prática do ensino. O Sol é um elemento do cotidiano e para tanto, estabelecer
conexões com fenômenos astronômicos, energéticos e ambientais pode estimular os
estudantes a pensar o conhecimento de forma mais ampla.
Para o desenvolvimento desse trabalho optou-se por escolher um tema que não
alterasse o currículo e planejamento da escola e do professor em suas aulas de
ciência.
Nas aulas de ciências o Sol é um personagem frequente em muitos temas
abordados, sejam eles voltados ao meio ambiente ou questões de energia. Portanto
esse tema se mostrou promissor para os objetivos deste trabalho já que possibilitava
o ensino de astronomia em um contexto interdisciplinar.
46
Capítulo 3 - A Sequência Didática no Ensino de Ciências
A SD foi utilizada como ferramenta pedagógica para o ensino de ciências ou
alfabetização científica por diversos autores (MORELATTI et al., 2014;TROGELLO,
2013b; ALVES et al., 2012; SOARES; GURIDI, 2012; FORTI; ZIMMERMANN, 2013;
VIECHENESKI, 2013). Segundo esses autores o ensino de ciências através do uso
da SD pode proporcionar aos alunos, um melhor entendimento e consequentemente
uma interação mais harmoniosa com a natureza e com o mundo ao seu redor,
abrangendo todo o contexto social onde estes alunos estão inseridos (GIORDAN;
GUIMARÃES, 2012). Nesse sentido o contexto situacional pode ser um elemento
importante para o ensino de ciências (GIORDAN; GUIMARÃES, 2012). Para criar
sentido e estabelecer relação entre os contextos ampliados e específicos das
ciências, é importante o uso da problematização como elemento estruturante da SD.
Na sala de aula a narrativa desenvolvida segundo Giordan e Guimarães (2012),
possui uma escala macro e micro dentro da SD. Na escala macro a narrativa pode
estabelecer sentido e significado aos conteúdos que serão trabalhados. É importante
aproximar os conteúdos científicos da realidade em uma escala ampliada. Os temas
sociocientíficos denominados assim pelo autor abrangem diferentes esferas da
atividade humana sendo também elementos estruturantes da SD. A escala micro
possui a função de elo entre as atividades de ensino. Esses vínculos entre as
atividades ajuda relacionar situações específicas com a problematização geral da
SD.
No processo da elaboração da SD é importante estabelecer a intencionalidade do
ensino e seus objetivos além da articulação do plano com planejamento anual da
turma onde a atividade será implantada (GIORDAN; GUIMARÃES, 2012). Para
Giordan e Guimarães (2012) desenvolver uma SD que possibilite a problematização
de conceitos científicos e práticas sociais se apresenta como uma ação importante
para alcançar as propostas idealizadas pelo professor com o currículo da escola.
O desenvolvimento da SD pressupõe quatro elementos desenvolvidos no professor:
teórico-conceitual, prática pedagógica, investigação e articulação de elementos da
teoria e prática. O primeiro elemento se refere à ampliação e a compreensão dos
conteúdos adquiridos e trabalhados ao longo da formação do professor, já o
aprendizado das práticas pedagógicas é de grande relevância por se tratar de
importante exercício metodológico. A investigação apresenta-se como ato essencial
para melhorar o entendimento do processo de ensino-aprendizado e até mesmo no
próprio exercício docente. O último elemento trata-se da articulação entre a teoria e
47
a prática, pois Giordan e Guimarães (2012) acredita que no desenvolvimento de
uma SD é possível estabelecer a significação e uma relação entre os conceitos
pretendidos, e a maneira como será trabalhado em sala de aula. Esta prática é o
grande desafio do professor já que unir a teoria com ação dentro da sala de aula é
essencial para que o aluno possa compreender questões teóricas e assim agir de
maneira prática sobre a natureza, (GIORDAN; GUIMARÃES, 2012) estimulando o
objetivo que todos os professores almejam proporcionar em seu alunado: o ato de
estudar (MOURA 2010).
A motivação fundamental para o uso da SD é o aprendizado do alunado, sendo
assim o professor através desta proposta de ensino tem como função promover a
imersão dos seus estudantes com a cultura científica (GIORDAN; GUIMARÃES,
2012).
Acontecimentos externos ou internos do ambiente escolar podem caracterizar-se
como estímulo para a elaboração de uma SD (GIORDAN; GUIMARÃES, 2012).
Para Giordan e Guimarães, (2012) existem vários motivos para que o professor
elabore uma prática de ensino como a SD. Muitas vezes essa necessidade vem de
querer aprimorar suas práticas em sala de aula, melhorar a contextualização no
momento da abordagem dos conteúdos, ou até mesmo estruturar suas aulas. Outros
motivadores podem vir da própria escola e parcerias com outros professores ou
instituições como planetários, observatórios e museus de ciências.
Ao elaborar e desenvolver uma SD é preciso levar em conta à interação e a imersão
dos estudantes na cultura científica além do desenvolvimento humano (GIORDAN E
GUIMARÃES, 2012). Para os autores as atividades pedagógicas planejadas como
SD pode desencadear o desenvolvimento intelectual na medida em que se observa
a apropriação dos conteúdos desenvolvidos como ferramentas culturais, assim o
aluno terá condições de agir no mundo ao seu redor de maneira individual e coletiva,
dessa forma:
[...] consideramos que o aprendizado e o desenvolvimento não se
estabelecem naturalmente, mas são constituídos em interação social
segundo mediações culturais. (GIORDAN E GUIMARÃES, 2012).
48
para a elaboração de prática como a SD tendo como objetivo o aprendizado do
aluno (GIORDAN e GUIMARÃES, 2012).
Muitas vezes o professor tem dificuldades para contextualizar suas aulas e dar
significado a sua ação docente. A falta de um amplo domínio do que se ensina
muitas vezes impede que o professor desenvolva um processo de aprendizagem em
sala de aula. Há que se buscar alternativas de ensino para aprimorar e melhorar o
rendimento de sua prática em sala de aula, porém para que ocorra essa melhoria é
preciso compreender alguns aspectos dentro do processo de ensino-aprendizagem.
Um desses aspectos é conhecer muito bem seus estudantes. Através do
entendimento das concepções prévias dos alunos, o professor terá condições de
estabelecer uma alternativa pedagógica apropriada para aquele perfil de público
(GIORDAN; GUIMARÃES, 2012). Diferentemente da filosofia positivista de ensino,
em que o aluno é uma lousa em branco (VOSNIADOU; IONNIDE,1998), seus
conhecimentos alternativos e suas vivências socioculturais são essenciais para
nortear o educador a entender qual a melhor estratégia para desenvolver os
conceitos cientificamente corretos. Outro aspecto importante para melhoria do
processo do ensino é criar um ambiente eficaz de aprendizagem e para tanto há
necessidade de se ter um bom plano de ensino.
A organização e análise da prática docente precisam estar estruturadas previamente
e fundamentadas em um contexto teórico permitindo assim a intencionalidade
objetivada pelo professor (GIORDAN; GUIMARÃES, 2012). Segundo os autores o
referencial teórico pode desencadear uma orientação sensata da prática do
professor. Nesse sentido é importante buscar desenvolver unidades organizadoras
de ensino, sobretudo baseado no contexto metodológico (GIORDAN; GUIMARÃES,
2012).
Há inúmeras terminologias para designar os planos de ensino dependendo do
referencial teórico ou linha de pesquisa (GIORDAN; GUIMARÃES, 2012). Neste
caso optou-se em denominar a unidade organizadora de Sequência Didática.
Segundo Giordan e Guimarães (2012) a organização e a análise da ação docente
necessitam de planejamento prévio e principalmente ter fundamentação teórica para
que possa atingir os objetivos de ensino traçados pelo professor. Quando trabalhado
dentro de um conceito teórico, a organização do ensino auxilia o docente em suas
práticas de ensino.
49
A SD é uma prática pedagógica que possibilita apresentar conceitos teóricos aliados
a ações práticas dentro de um contexto sociocultural, dando ao aluno a possibilidade
de desenvolver um conhecimento significativo (GIORDAN; GUIMARÃES, 2012).
Segundo os autores:
[...] Sequências Didáticas são instrumentos desencadeadores das ações e
operações da prática docente em sala de aula. Em consequência, a
estrutura e o planejamento da SD elaborada pelo professor, determinarão a
forma e os meios pelos quais os alunos vão interagir com os elementos da
cultura e, consequentemente, quais serão os processos de apropriação dos
conhecimentos.
50
3.2 Processo de validação da Sequência Didática
O papel do professor é de elaborar ferramentas de ensino para que possa
estabelecer um processo de aprendizagem dentro da sala de aula. É através dessa
mediação que se torna possível o dialogo entre os conceitos científicos e os alunos
(GUIMARAES; GIORDAN, 2013).
Para auxiliar o professor na elaboração e estruturação de uma SD promovendo
assim uma visão global da atividade, é necessário apresentar os processos de
elaboração, aplicação e reelaboração (EAR). Nas palavras de Guimaraes e Giordan:
A metodologia EAR foi apresentada por Guimaraes e Giordan (2012) e tem como
objetivo metodológico a elaboração e a validação da SD dentro de análises e
avaliações de todos os elementos que compõe a SD, desde seu contexto de
aplicação, de seus resultados e a relação com o plano de ensino da escola
(GUIMARAES; GIORDAN, 2013).
O processo da EAR possui três momentos que já foram ditos: elaboração, aplicação
e reelaboração e que são apresentados na tabela 4.
51
Esta fase do processo EAR é composta por
quatro etapas. Sendo três etapas de
validação a priori, realizadas segundo
instrumentos de validação específicos
(Giordan e Guimarães, 2012) e uma etapa na
Aplicação qual a SD é desenvolvida em sala de aula,
esta última constitui a experimentação no
processo de validação. Em cada uma das
etapas a SD pode e deve ser revista pelo
professor como forma de validação da SD
(GUIMARAES; GIORDAN, 2013).
52
Segundo os autores Giordan e Guimarães (2012) os elementos que constitui a SD
são:
Título,
Público – alvo (caracterização dos alunos, da escola e do ambiente
escolar),
Problematização,
Objetivos (gerais e específicos),
Conteúdos,
Dinâmicas,
Avaliação,
Bibliografia (referencial teórico e materiais utilizados),
53
Para que essa aceitação ocorra de diferentes formas é necessário conhecer o
público – alvo, já que essa percepção pode facilitar a ação docente, além disso, o
contexto escolar possibilita o desenvolvimento cognitivo, as interações sociais e a
apropriação dos elementos culturais desenvolvidos na escola (GIORDAN E
GUIMARÃES 2012).
Um dos itens que caracteriza uma SD é que essa estratégia de ensino não é
definitiva, não existindo uma única fórmula para ser aplicado em qualquer situação.
Na verdade a elaboração e aplicação de uma SD são de alguma maneira
personalizada sob as condições e a realidade que a cerca. Todos os elementos que
compõem a SD necessariamente precisam estar de acordo com o público – alvo que
se pretende trabalhar. Os elementos que caracterizam o público – alvo, segundo
Giordan e Guimarães (2012) está subdivido em três partes:
54
3.3.3 Problematização
Para Giordan e Guimarães (2012) a problematização é a elaboração de um
problema de duas faces: a científica e a social.
Esse elemento tem capacidade articuladora no sentido de criar um movimento ou
até mesmo ambiente de discussão desafiando os alunos no sentido de solucionar o
problema proposto. Os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem que ao
desenvolver aulas de ciências o professor atue levando em consideração ações
problematizadoras com temáticas significativas permitindo trabalhar além de
conteúdos científicos, tecnológicos e sociais (VIECHENESKI E CARLETTO, 2013).
Uma das funções que a problematização pode assumir é a prática de fazer ciências
na medida em que nesse momento é possível agir sobre o mundo, intervindo e
refletindo sobre ele. Nesse sentido a problematização auxilia os alunos na prática,
pois desta maneira eles podem se utilizar de ferramentas culturais específicas para
a discussão e resolução das diferentes situações (GIORDAN; GUIMARÃES 2012).
É importante ressaltar que a problematização traz os conteúdos abordados ao
contexto real dos alunos, com isso é possível estabelecer um elo entre o
conhecimento científico com a realidade vivenciada pela turma tanto no sentido
cultural, social e histórica (GIORDAN; GUIMARÃES 2012).
Para Freire (2005) a problematização permite abordar questões que vão de encontro
com a realidade social, que os educandos estão inseridos. Ele afirma que
problematizar estimula a análise crítica da realidade valorizando os conhecimentos
trazidos para escola.
A problematização muitas vezes pode ser a questão que permeia toda SD, todas as
atividades, dinâmicas e conteúdos tem como objetivo dar respostas às questões
problematizadoras que regem toda a atividade.
Nas palavras de Delizoicov et al (2002, p.197) a problematização pode assumir ações
mais amplas. Ele afirma que:
55
Para (GIORDAN; GUIMARÃES 2012) a problematização apresenta três etapas
fundamentais na elaboração da SD: Problema Inicial, Contextualização do Conteúdo
e agente integrador das aulas. Estas características estão descritas na tabela 5.
3.3.5 Conteúdos
Na SD é possível rever e se for apropriado, relacionar os conteúdos com o restante
dos elementos da atividade, principalmente quando se quer dar um caráter
interdisciplinar ao processo (GIORDAN; GUIMARÃES 2012).
Segundo os autores os conceitos são entendidos como ferramentas culturais que
permite ao indivíduo atuar e pensar de maneira histórica e cultural. A capacidade
interacional da ação humana estabelece outras características para essas
ferramentas já que através deles é possível trocar, interagir com o outro.
Na visão dos autores os conteúdos são diversificados, porém é necessária a
ampliação do conceito de conteúdo, não restringindo somente os aspectos
conceituais, epistêmicos ou cognitivos, mas levar em considerações também
características procedimentais relacionadas às operações e a forma de agir, e
atitudinais que representam os valores e regras do grupo social.
Nas palavras de Giordan e Guimarães (2012):
57
Tabela 6 - Tipologia conceitual no Modelo Topológico de Ensino
Conteúdos Proposições
Referem-se ao conhecimento e entendimento da natureza e seus
fenômenos, por meio de sínteses abstratas que utilizam sistemas
Conceituais: semióticos específicos. Descrevem situações de causa e efeito ou de
correlação. ”[] referem-se à construção ativa das capacidades
intelectuais para operar com símbolos, signos, ideias, imagens que
permitem representar a realidade” (Brasil, 1998,p.75).
Determina um curso de ação, uma sequência de operações com as
quais se estabelece a interação com a cultura. Trabalhar conteúdos
Procedimentais: procedimentais no ensino de ciências significa desenvolver
capacidades para usar com destreza as ferramentas culturais da
ciência escolar em situações determinadas por propósitos específicos.
“Os procedimentos expressam um saber, que envolve tomar decisões
e realizar uma série de ações, de forma ordenada e não aleatória, para
atingir uma meta” (Brasil, 1998,p.76).
Incluem conteúdos relacionados aos valores, atitudes e regras. A
elaboração de conceitos atitudinais promove posicionamento crítico
Atitudinais: frente à sociedade, assim envolve um processo marcado por complexa
elaboração de caráter pessoal e social “[] envolve tanto a cognição
(conhecimento e crenças), quanto os afetos (sentimentos e
preferências) e as condutas (ações e declarações de intenção)”
(Brasil,1998.p.78).
Adaptado de GIORDAN e GUIMARÃES, 2012.
3.3.6 Dinâmicas
Em uma prática de SD as metodologias de ensino são fundamentais, pois é a partir
delas que o processo ensino – aprendizagem acontece. É importante que aconteça
também a variação de dinâmicas e atividades aliadas ao contexto e estrutura
escolar, além da avaliação em momentos específicos (GIORDAN; GUIMARÃES
2012).
3.3.7 Avalição
As práticas avaliativas devem ser condizentes com todo o processo da atividade da
SD e com seus objetivos. Em resumo a avaliação apura se os conteúdos que se
pretendia ensinar obteve um resultado satisfatório (GIORDAN; GUIMARÃES 2012).
3.3.8 Bibliografia
A bibliografia se caracteriza em apresentar todo o material que auxiliou para a
elaboração e aplicação da SD (GIORDAN; GUIMARÃES 2012). Este item está
dividido em duas partes:
Referencial Teórico
O referencial teórico se trata do aporte documental, sejam artigos e livros
relacionados ao tema com os quais foram utilizados para a elaboração da atividade,
58
ou as metodologias de ensino, avaliativo e material de apoio que possa auxiliar o
professor participante da SD (GIORDAN; GUIMARÃES 2012).
Material Utilizado
Este item deve conter todos os materiais que serão usados na atividade da SD.
Materiais como vídeos, simuladores, livros, instrumentos, cartões de imagens,
equipamentos eletrônicos, textos e animações quando usados, são apresentados
neste item da bibliografia (GIORDAN; GUIMARÃES 2012).
59
60
Capítulo 4 - A Elaboração da SD: O Sol e sua importância na cultura e na vida
61
A faixa etária dos alunos está entre 9 e 10 anos, divididos em 16 meninas e 11
meninos. Para fins de pesquisa a identidade dos alunos e da professora foi
preservada.
Antes da elaboração da SD houve um encontro com a professora da turma para
estabelecer qual tema e a melhor forma de desenvolver a SD, pois o objetivo era
desenvolver as atividades de maneira a contribuir com as propostas pedagógicas da
professora e da escola.
Título
O título escolhido para a SD foi “O Sol e sua importância na cultura e na vida”. A
intenção foi apresentar o objetivo central do projeto que é discutir a participação do
Sol nos processos físicos e biológicos da Terra assim como sua presença na cultura
humana. Esse título expressa a intenção deste projeto.
Público alvo
A escolha inicial do 4°ano do EFI se deve ao fato de esse ser um público frequente
no planetário.
Problematização
As questões problematizadoras foram desenvolvidas em cada um dos encontros
objetivando a maior participação dos alunos. Essa abordagem estimula a discussão
e contextualiza as aulas.
62
Todos os encontros que constitui o corpo da SD focam um objetivo geral no qual a
intenção é o entendimento do tema de maneira mais abrangente. Já nos objetivos
especifico o intuito era promover o entendimento dos assuntos abordados de cada
encontro. Ou seja, cada encontro contempla um objetivo especifico que encaminha o
aluno para uma visão mais ampla do entendimento do tema proposto, como objetivo
geral.
Conteúdos
Os conteúdos apresentados na SD tiveram um caráter interdisciplinar principalmente
por que o tema escolhido, o Sol, permite que se possam abordar diferentes áreas do
conhecimento, assim é possível contextualizar as aulas e os alunos se apropriarem
da atividade, criando um ambiente de discussão e reflexão sobre os temas.
A tabela 7 apresenta um panorama geral dos conteúdos abordados na SD.
Geocentrismo x Heliocentrismo
Movimento aparente do Sol
Encontro 3 Característica orbital da Terra: movimento de rotação
Dia e noite
Pontos cardeais
Movimento aparente anual do Sol
Característica orbital da Terra: movimento de translação
Encontro 4 Estações do ano
Eixo de inclinação da Terra
Rosa dos ventos: Origem e utilização prática
Estruturas visíveis na fotosfera e cromosfera solar:
Proeminências
Encontro 5 Grânulos
Manchas solares
Conceitos gerais sobre telescópios refratores e solares
63
Conceitos gerais sobre a formação do Sistema Solar
Energia solar
O sol e a zona habitável
Encontro 6 O sol em escala de tamanho com outras estrelas
Fotossíntese
Ciclo da água
Auroras austrais e boreais
Relógio de Sol analemático
Observatório astronômico indígena
Encontro 7 Conceitos de esfera celeste
Constelações
Poluição química e luminosa
Aurora austral
Encontro 8 A importância do sol para vida na Terra
Dinâmicas
Ao elaborar as dinâmicas para o encontros da SD foram discutidas junto à
professora a melhor estratégia para que as aulas fossem significativas. O que ficou
estabelecido foi que a abordagem acontecesse de forma dialógica e que pudesse
explorar todo o potencial interdisciplinar da SD estimulando a curiosidade,
investigação, o lúdico, a tecnologia e a brincadeira.
A tabela 8 apresenta as dinâmicas idealizadas para SD:
As dinâmicas presentes na SD
Encontro 1 Aula expositiva
Encontro 2 Contação de História, e Música e roda de conversa
Encontro 3 Aula expositiva e seminários dos alunos
Encontro 4 Aula expositiva e uso de tecnologia através de simuladores
Encontro 5 Aula expositiva uso de telescópios e roda de conversa
Encontro 6 Aula expositiva e uso de vídeos e slides
Encontro 7 Aula expositiva no Núcleo de Observação do céu e sessão no planetário
Johannes Kepler (atividades externas à escola)
Encontro 8 Apresentação de cartaz e jogo de tabuleiro
Avaliação
As avaliações ao longo da SD se concentraram nos resultados obtidos nos dois
questionários diagnósticos, nas observações realizadas nos momentos dos
encontros e através das tarefas que foram propostas.
64
A aplicação do questionário diagnóstico foi realizada no inicio e final da SD. Dos
conteúdos citados acima o trabalho utilizou para formulação das questões os temas
dia e noite, estações do ano e outros elementos relacionados ao Sol. As questões
que foram contempladas no questionário estão da tabela 9.
O intuito da aplicação do questionário é coletar dados sobre os conhecimentos
prévios dos alunos e após as atividades o questionário servirá para entender se o
trabalho desenvolvido provocou alguma mudança nas respostas dos estudantes.
Das oito questões sobre o Sol, seis foram dissertativas, uma alternativa e outra é um
desenho livre.
Essa atividade foi inspirada e baseada em questionários diagnósticos descritos na
literatura, principalmente no que se refere ao ensino de astronomia (VOELZKE;
BARBOSA, 2016; CAMARGO;CAMARGO, 2012; LANGHI, 2009).
O processo de avalição que tem como base o pré e o pós-teste é um dos critérios de
validação de Meheut (2004) em que a aplicação de pré e pós-teste são classificados
como avaliação externa ou comparativa. O outro tipo de validação proposta pelo
autor é a interna, em que são discutidos os efeitos da Sequência Didática no
processo de ensino aprendizagem.
A tabela 9 apresenta as perguntas do questionário diagnóstico:
Materiais utilizados
65
Os materiais tinham o papel de ilustrar alguns conceitos discutidos ao longo da SD
além de auxiliar nas realizações das aulas. Eis a seguir os materiais utilizados nos
encontros:
I. Globo terrestre
II. Lanterna
III. Violão
IV. Observatório indígena (maquete)
V. Gravador de som
VI. Notebook
VII. Telescópio refrator e telescópio solar
VIII. Cartões de imagens
IX. Tabuleiro para jogos
As atividades foram elaboradas e estruturadas para acontecer em oito encontros,
de maneira que cada aula pudesse apresentar diferentes conteúdos relacionados ao
Sol, seja conhecimento cultural ou científico.
Tendo estabelecido a estrutura da SD, o próximo passo foi elaborar todo o projeto e
planejar detalhadamente todas as aulas.
A tabela 10 abaixo sintetiza toda estrutura da SD
Tabela 10 - Elaboração da SD
66
Conhecer as Análise da
A Compreensão da diferentes Abordagem audiovisual Indagar os alunos sobre participação
importância importância do Sol para a contribuições com apresentação de uma possível ausência das tarefas e
do Sol. vida na Terra. energéticas e slides e vídeos para do Sol. Quais seriam as recepção
ambientais vindas do discutir o tema. consequências? dos alunos
Sol.
Visita ao Compreensão do
Planetário e movimento aparente Uso dos experimentos do
Teatro Apresentar os espaços do do Sol e da esfera NOC e da sala de
digital de planetário e do Núcleo de celeste, projeção do planetário - -
Santo André Observação do Céu (NOC) constelações e a apresentando a sessão
o Núcleo de e a diferença entre relação do Sol com a “O Sol o astro do nosso
observação observatório e planetário. aurora austral. céu”
do céu
Promover Abordagem expositiva Análise da
Discussão apresentações dos com apresentações de participação
dos cartazes Promover a reflexão dos alunos em que cartazes dos alunos. das tarefas e
/jogos de alunos sobre os assuntos possam expressar Abordagem lúdica com o - da recepção
tabuleiro/ tratados na SD seus entendimentos desenvolvimento do jogo dos alunos.
Questionário sobre a importância de tabuleiro relacionada
do sol para a cultura aos temas discutidos. Questionário
e vida. diagnóstico
67
68
Capítulo 5 - Aplicação da SD
História das
rosas dos ventos, Pesquisar e
21/10 O movimento 120 min Sala de estações do ano, reproduzir o Sol
aparente do aula/ sala movimento Globo terrestre/ simuladores observado por
Sol ao longo de aparente do Sol Galileu
do ano informática no horizonte,
movimento de
translação.
Estruturas Listar as
Solares visíveis contribuições do
Qual é a 60 min Pátio na fotosfera e Telescópio refrator e Sol ao observar
24/10 aparência do cromosfera, Telescópio Solar os arredores da
Sol? instrumentos de escola.
observação.
Fotossíntese,
energia Solar,
ciclo da água. /
A importância Tamanho do Sol Cartaz sobre a
27/10 do Sol. 120 min Sala de e outras Slides com imagens e vídeos. importância do
vídeo estrelas/aurora Sol.
boreal.
Movimento
Visita ao diurno do Sol,
Planetário e Constelações, Planetário/ Relógio de Sol/
Teatro digital poluição química observatório indígena Cartaz sobre a
de Santo André e luminosa, (tamanho real), rosa dos importância do
31/10 o Núcleo de 150 min SABINA relógio de Sol, ventos/ telúrios/ Sol Sol.
observação do observatório cenográfico.
céu indígena, rosa
dos ventos.
Apresentação A importância do
07/11 dos cartazes 90 mim Sala de Sol para vida e a Cartazes/jogos de tabuleiros/
/jogos de aula cultura. Questionário -
tabuleiro/
Questionário
69
5.1 Encontro 1. Apresentação do cronograma e Questionário Diagnóstico
O primeiro encontro iniciou com a apresentação do cronograma onde estavam as
datas e os conteúdos que seriam discutidos ao longo da SD.
O cronograma oferece aos alunos o primeiro contato com as atividades que eles irão
participar, essa é uma maneira de apresentar e iniciar uma aproximação do tema
proposto com os estudantes, assim cria-se uma familiarização com o processo da
SD.
No decorrer da apresentação do cronograma os alunos se mostraram empolgados,
a ponto de se manifestarem sobre os conteúdos proposto pela SD.
Na apresentação da proposta da atividade do encontro que tratava das diferentes
civilizações e sua relação com Sol os alunos começaram a opinar sobre o conteúdo.
Um exemplo desse entusiasmo foi à manifestação de uma aluna sobre a cultura
indígena e sua relação com o Sol.
Aluna Sa: “assim, eles usavam isso para saber quando tá perto da noite pra poder
voltar ou direcionar o horário certo de caçar”.
Quando a proposta, para o 4° encontro sobre o movimento aparente que o Sol
realiza no horizonte ao longo do ano e que para essa discussão seria utilizado a sala
de informática com o uso de simuladores astronômicos da Universidade de
Nebraska uma aluna perguntou:
Aluna Ma: “é confiável?”.
Em seguida desse comentário a professora relatou que isso era reflexo das
discussões que existe na sala de aula sobre as pesquisas na internet já que a
professora aconselha seus alunos a pesquisarem os conteúdos em páginas
confiáveis.
Ao apresentar as atividades do encontro 5° consistia em observar o Sol através de
telescópios no pátio da escola, um aluno perguntou:
Aluno He: “o Sol queima as nossas retinas?”.
A partir desta pergunta o autor explicou os perigos de se olhar diretamente para o
Sol.
No momento do anuncio do 7° encontro a visita ao planetário Johannes Kepler, os
alunos demonstraram bastante motivação.
Nesse primeiro contato com os alunos foi preciso estabelecer acordos para o
desenvolvimento das aulas. Os alunos se mostraram ansiosos e com a intenção de
70
fazer perguntas relacionadas à astronomia, de interesse geral, principalmente vindas
da mídia.
Foi apresentado que o tema central da SD seria “O Sol e sua importância na cultura
e na vida”, portanto todos os encontros teriam como foco conteúdos relacionados
com o Sol, mas foi estipulado um acordo de que ao final das atividades da SD seria
aberto um tempo adicional para a realização de perguntas relacionadas com temas
variados de astronomia.
Ao final da apresentação do cronograma da SD os alunos foram informados que
receberiam um questionário com algumas perguntas relacionado com o tema.
O questionário diagnóstico foi divido em oito perguntas, cinco delas são
dissertativas, uma é de sim ou não, uma de múltipla escolha e um desenho livre.
O objetivo da aplicação do questionário era entender o nível de conhecimento que
os alunos tinham em relação aos temas que seriam discutidos ao longo da SD.
Quando defrontada com algum conhecimento inicial e não familiar a elas, as
crianças tentam buscar explicações com base em geral na sua fantasia, experiência
familiar e cultura (TIGNANELLI, 1998). O PCN afirma que:
Segundo Langhi (2004) e Tignanelli (1998) se não forem apresentados aos alunos
outras opções para o aprendizado, esse pensamento “fantasioso” ou “mágico”
permanecerá por toda vida.
Em estudos realizados por Teodoro (2000) essas representações podem ser
definidas por vários termos, porém para o presente trabalho optou- se por chamá-las
de concepções prévias.
Conhecer as concepções prévias do público que se pretender trabalhar, em especial
com conteúdos de astronomia, auxilia no entendimento da sua origem possibilitando
uma atuação para promover a eficácia no ensino desta ciência (LANGHI, 2004).
Análises feitas pelo autor constatou que as concepções prévias mais comuns entre
professores e alunos são sobre conteúdos relacionados com gravitação, forma da
terra, ciclo dia e noite, estações do ano e fases da Lua.
Para Bisch, (1998) as naturezas das concepções prévias sobre astronomia
apresentam três características: realismo ingênuo, conhecimento feito de chavões,
reinterpretados de acordo com o senso comum.
71
Nesse trabalho o questionário diagnóstico não tinha a finalidade de aprofundar nos
estudos das concepções prévias. Apenas nos auxiliar quanto à abordagem da SD.
Após a aplicação do questionário os alunos foram orientados a realizar a tarefa na
qual precisaram escolher entre seus familiares, uma pessoa para responder duas
perguntas sobre o Sol (1° Por que o Sol é importante para vida na Terra? 2° Você
conhece alguma história sobre o Sol?). Os resultados da entrevista foram discutidos
no encontro seguinte.
Com o globo terrestre foi possível relembrar conceitos sobre linha do equador e
hemisférios, auxiliando assim a localização na superfície do globo.
Ao iniciar o bate papo sobre a cultura indígena foi mostrado a eles uma imagem
indígena que representava o Sol e isso causou diversos comentários como:
“Parece um olho”
“Pode ser a marca da tribo”
Ao mostrar a maquete do observatório indígena um aluno comentou:
“Parece o Sol!”
Foi perguntado aos alunos o que seria aquele monumento indígena, e a resposta foi:
“É um relógio de Sol?”
Durante a explicação do funcionamento e o significado do observatório indígena os
alunos reagiam de diferentes maneiras, relacionando o observatório com os deuses
indígenas, como:
Aluna M: “É macumba!”
Foi importante sempre deixar claro para os alunos que essa era uma visão da
cultura indígena e que cada povo possui suas crenças e suas culturas, pois era
73
nítido que muitos alunos pareciam descrentes sobre os deuses e seu papel na
formação do mundo.
Ao mostrar o movimento aparente do Sol com o auxílio da lanterna foi possível
mostrar o comportamento da sombra ao longo do dia e também o movimento
aparente anual que ele realiza no horizonte, utilizando a maquete, nesse momento
percebeu-se que os alunos ficaram surpresos com essa dinâmica da sombra e
também do Sol. Dependendo da posição da sombra em diferentes épocas do ano,
os povos indígenas sabiam exatamente qual estação do ano eles se encontravam.
Nesse momento os alunos estavam todos concentrados na explicação.
Na explicação do nascer do Sol no inverno ou no verão utilizando as pedras
correspondentes no observatório uma aluna perguntou:
Aluna S: “E quando o Sol nasce aqui?”.
A aluna havia apontado a pedra correspondente ao ponto cardeal leste. Com essa
pergunta foi possível explicar que o Sol só nasce duas vezes no ponto cardeal leste
sempre no início do outono e da primavera e que ao longo do ano os índios
perceberam que o nascer e o pôr do Sol aconteciam em diferentes pontos no
horizonte todos os dias.
Usando a lanterna para simular o movimento aparente do Sol durante o dia, os
alunos perceberam e comentaram que no início do dia a sombra era maior e com o
passar do dia ela encurtava até um limite, e depois aumentava novamente e se
punha do outro lado. A fala foi interrompida com uma pergunta:
Aluna S: “Como é que eles descobriram primeiro em que época eles estavam”
Nesse momento foi explicado que através desse monumento com a presença do
gnômon e as rochas alinhadas na posição dos pontos cardeais os índios
conseguiam marcar o tempo, prever as estações do ano e até mesmo a duração dos
dias e das noites e com esses conhecimentos em mãos essas informações eram
passadas para a geração seguinte (AFONSO,203).
74
Figura 2 - Uso do globo terrestre, lanterna, imagens e observatório indígena
Com o uso do globo terrestre e cartões de imagens foi realizada a “viagem” entre as
diferentes civilizações e sua relação com o Sol. Dentre as civilizações a que mais
chamou atenção foi a egípcia, com muitas manifestações:
“O Egito tem muitos deuses”
“La tem pirâmides”
“Tem múmias”
75
“Tem escaravelho lá”
Ao apresentar a civilização grega e romana os alunos realizaram muitos comentários
sobre os deuses inclusive aos que dão nome dos planetas do Sistema Solar, porém
durante a aula a professora se ausentou da sala, então os alunos começaram a ficar
muito agitados e dispersos.
Na explicação sobre a origem do Sol na mitologia chinesa os alunos demostraram
incredulidade e ironias.
No momento da contação de história foram apresentados aos alunos dois contos
africanos sobre o Sol. O mito bosquímano é bem conhecido no sul da África e revela
que o Sol era um homem que fazia o dia quando levantava o braço, pois com suas
axilas iluminava a Terra, porém com o passar do tempo o homem envelheceu e suas
noites de sono eram cada vez maiores deixando assim as pessoas com muito frio.
Então as crianças africanas jogaram o homem no céu e ele se tornou redondo e
brilhante para sempre.
Já a briga entre o Sol e a Lua é outra história mitológica africana que conta que a
Lua era um homem que irritou o Sol. O Sol estava com tanta raiva que pegou uma
faca e começou a cortar a Lua em vários pedaços. Quando a Lua estava somente
um filete o Sol ficou com remorso. A Lua implorou para que o Sol a libertasse para
levar os pedaços a suas crianças e então o Sol permitiu. Assim que ficara livre dos
ataques do Sol, Lua começou a juntar os pedaços até ficar uma Lua cheia. Com isso
irritou o Sol novamente que recomeçou o ataque e essa briga segue desde o inicio
dos tempos.
Alguns alunos demostraram incômodo e espanto com os eventos das histórias
africanas. Nesse momento houve a intervenção para relembrar aos alunos que tudo
se tratava da mitologia e cultura daqueles povos.
76
Figura 4 - Usando o globo para localizar as diferentes regiões onde habitavam os povos discutidos na
aula
A etapa final do encontro foi a apresentação de 3 músicas: “De onde você vem”;
“Quero ser um astronauta”; “Com as estrelas” com temas de astronomia com o
auxílio de um violão, de autoria do autor do projeto.
77
Figura 5 - Contação de História e Música
A tarefa de casa proposta para ser apresentada no encontro seguinte foi explicada.
Os alunos foram orientados a observar o nascer e do pôr do Sol para discussão
posterior.
78
Aluna S: “Eu achei estranho porque o Sol nasce aqui (de frente da janela do quarto
da mãe) e se põe do outro lado próximo a uma escada de casa”
Outra aluna descreveu o nascer e o pôr do Sol usando como referência o muro de
casa, porém ela apresentou uma explicação confusa dizendo que achava estranho,
porque às vezes observava que o Sol se punha próxima ao ponto onde ele nascia.
Aluno H: “O Sol nasce lá pelas seis horas, ao meio dia ele está bem no alto
exatamente no meio, e seis horas da tarde ele está do outro lado”.
Aluno A: “O Sol de manhã ele está no fundo, quando eu chego da escola ele está no
alto e a noite ele está na frente”.
“Aluna He: Quando o Sol nasce é na esquerda perto do meu vizinho e depois se põe
na direita perto do meu outro vizinho”.
Aluna M: “Na minha casa o Sol nasce no leste e se põe no oeste”.
Foi perguntado aos alunos se eles já haviam realizado esse tipo de observação e
todos responderam que não e acharam bem interessante esse tipo de atividade.
Durante a discussão sobre o movimento diurno do Sol foi perguntado qual seria a
explicação para tal fenômeno. Os alunos não se manifestaram.
Mediador: “Porque acontece esse movimento?” “É o Sol que está se movimentado
no céu e a Terra está parada ou é a Terra está girando e o Sol está parado, e temos
essa sensação? ”.
Aluna T: “A terra está girando e o Sol está parado”.
Nesse ponto da aula foi abordado um breve histórico sobre os modelos de mundo
geocêntrico e heliocêntrico.
Voltando a discussão sobre o movimento diurno do Sol os alunos foram
questionados sobre quais seriam as causas desse movimento aparente. Nesse
momento foram abordados conceitos relacionados ao movimento de rotação,
fenômeno este que determina o dia e a noite na Terra.
A resposta de um aluno sobre esse tema foi que a terra gira e o Sol ilumina outros
países.
Outro questionamento feito foi o porquê do Sol nascer no horizonte leste e se pôr no
horizonte oeste.
Resposta da aluna S: “Por que a Terra está em movimento”
Mediador: Que lado é o sentido do movimento de rotação da Terra?
Alguns alunos responderam “leste e oeste”, para “esquerda e para direita”.
No intuito de contextualizar o sentido do movimento de rotação da Terra e o sentido
aparente do Sol no céu, foi utilizada a explicação de uma viagem de ônibus, na qual
79
uma pessoa dentro do veículo às vezes tem a sensação de que o ambiente fora do
ônibus está se movimentando no sentido oposto do ônibus. Esse tipo de sensação
foi amplamente compartilhado pelos alunos, pois todos se manifestaram sobre esta
situação.
Assim foi possível estabelecer uma relação no qual o ônibus seria a terra e o
ambiente fora dele seria o Sol. A movimentação fora do ônibus é ilusória porque na
verdade é o ônibus que está em movimento para frente, por isso as coisas fora dele
se “movimenta” aparentemente para trás.
Mediador: A terra assim como o ônibus está se movimentando em sua rotação para
um sentido e o Sol aparentemente se movimenta no sentido oposto. Se o Sol está
indo de leste para oeste, então o movimento de rotação vai de...?
Aluno H: “de oeste para leste”
Para problematizar o tema sobre o movimento diurno do Sol trabalhando os temas
sobre dia e noite e movimento de rotação, os alunos foram separados em grupos
para que com a ajuda do globo terrestre, boneco e lanterna fizessem uma
apresentação explicando o movimento de rotação, o nascer e o pôr do Sol, e o dia e
noite.
80
Os alunos se dividiram em três equipes: Copérnico, Galileu e Kepler. Eles tiveram
cinco minutos para se reunir e elaborar as apresentações.
Figura 7 - Alunos se organizando em equipes para realizarem a apresentação sobre o dia e noite,
movimento de rotação e movimento diurno do Sol
Após as discussões das equipes eles tiveram quatro minutos para explicar os
conteúdos propostos. Logo de início houve o esclarecimento sobre os objetos
utilizados (globo terrestre, lanterna e o boneco), pois era somente para ilustrar as
explicações, os objetos como a lanterna e o boneco estavam totalmente fora de
escala quando comparado com o globo que representava a Terra.
Antes de iniciar, os alunos foram orientados a prestar atenção na apresentação dos
colegas das outras equipes.
A primeira equipe a apresentar foi a Galileu, eles tiveram dificuldades para explicar a
ocorrência do dia e a noite, porém conseguiram apresentar de forma razoável o
movimento de rotação.
Equipe Copérnico também teve dificuldades para explicar o dia e a noite e
igualmente a equipe anterior conseguiram mostrar e explicar o movimento de
rotação.
A última equipe foi a Kepler conseguiu relacionar a rotação com o dia e a noite,
diferentemente dos grupos anteriores. Já para explicar a rotação os alunos
confundiram o movimento ao redor do Sol (translação) com a rotação.
81
Figura 8 - Equipe Galileu
82
Figura 10 - Equipe Kepler
83
Ao final do encontro foi proposto como tarefa de casa a pesquisa e confecção de
uma rosa dos ventos.
84
Outro aluno atribuiu a aproximação e o afastamento da Terra em relação ao Sol para
a ocorrência das estações do ano.
Aluno M: “Tem vez que a Terra está longe do Sol é meio que inverno e a parte do
outono quando a Terra está próxima do Sol entra a primavera e o verão também
porque depende da distância”.
Com essa problematização inicial e a explicação breve dos motivos pelos quais
ocorrem as estações do ano a turma se dirigiu até a sala de informática para a
segunda parte da aula e a utilização dos simuladores astronômicos com o objetivo
de explorar o movimento aparente que o Sol realiza ao longo do ano, as estações do
ano e os motivos para sua ocorrência.
85
A segunda parte da aula foi feita no laboratório de informática com o uso do
simulador de eventos astronômicos da Universidade de Nebraska1, assim os alunos
reuniram-se em duplas para manipular os computadores usando o simulador.
Os links para os simuladores já estavam presentes nos computadores e com uma
rápida apresentação sobre o site foi iniciado a aula. Foi utilizado um projetor e
enquanto ocorriam às explicações os alunos acompanhavam e interagiam com os
simuladores em seus respectivos computadores.
O primeiro ponto a ser abordado foi o movimento aparente que o Sol realiza no
horizonte ao longo do ano2, e para isso foi utilizado o simulador que mostra de forma
acelerada o movimento do Sol no horizonte leste. Assim foi possível representar e
reforçar o conceito de que o Sol não nasce ou se põe todos os dias exatamente nos
pontos cardeais leste e oeste respectivamente, acontecendo apenas dois dias no
ano (Paula e Oliveira, 2002). Outra questão importante que foi abordada e reforçada
é que esse movimento anual aparente do Sol foi percebido por diversos povos no
passado e esse tipo de conhecimento poderia auxilia-los em seu dia a dia.
Figura 12 - Aula com simulador: movimento aparente anual do Sol ao longo do horizonte
1
http://astro.unl.edu/animationsLinks.html
2
http://astro.unl.edu/classaction/animations/coordsmotion/horizon.html
86
Figura 13 - Interação dos alunos com o simulador
3
http://astro.unl.edu/classaction/animations/coordsmotion/sunsrays.html
87
Figura 14 - Simulador sobre a duração dos dias e das noites durante as estações do ano
4
http://astro.unl.edu/classaction/animations/coordsmotion/obliquity.html
88
Figura 16 - Simulador do eixo de rotação da Terra
Ao final da aula foi apresentada a tarefa de casa para ser desenvolvida e explorada
no encontro seguinte. Para essa atividade os alunos foram orientados a fazer uma
pesquisa sobre as observações que o Galileu Galilei realizou do Sol, e trazer para
próxima aula a reprodução do Sol desenhado por Galileu em 1611.
5
http://astro.unl.edu/classaction/animations/coordsmotion/eclipticsimulator.html
89
5.5 Encontro 5. Qual é a aparência do Sol?
O encontro 5 teve como objetivo discutir a importância de observar o Sol e as
observações históricas que o Galileu realizou da nossa estrela. Essa aula teve como
objetivo proporcionar aos alunos a possibilidade da prática da observação através
de telescópios. Com essa atividade a turma teve a chance de visualizar o disco solar
e algumas estruturas visíveis como manchas solares, grânulos, proeminências e
filamentos com o auxílio de um telescópio solar e um telescópio refrator e, assim
como Galileu, desenhar o que foi observado através dos telescópios. Nessa aula,
com auxílio de cartões com várias imagens do Sol e suas estruturas, também foi
possível discutir algumas características solares.
Na sala de aula foi discutida a tarefa proposta no encontro anterior que pedia aos
alunos uma pesquisa e a reprodução do Sol feito por Galileu Galilei.
O tema problematizador é uma discussão sobre o astrônomo Galileu Galilei que
através da sensibilidade e curiosidade sobre o mundo fez realizar descobertas
importantes para o avanço da astronomia e a ciência em geral. Através de suas
observações com um telescópio melhorado por ele, o conhecimento sobre os corpos
celestes ampliou formidavelmente. Usando o exemplo de Galileu foi possível
problematizar a aula elaborando questões como: Por que é tão importante realizar
observações? Aprendemos com essa prática?
O intuito foi iniciar uma a discussão sobre a prática da observação e o que leva um
astrônomo, biólogo ou outros cientistas a querer observar o mundo ao seu redor. A
discussão teve que ser curta, pois o céu estava instável e, portanto quando houve
uma melhora nos encaminhamos até o pátio.
90
Figura 18 - Apresentação da tarefa sobre o Sol de Galileu
91
A euforia tomou conta dos alunos, portanto houve certa dificuldade para organizar as
filas e passar as instruções da dinâmica para o início das observações.
Antes do início das observações foram perguntados aos alunos quantos deles
haviam feito observação no telescópio. Dos 23 alunos presentes no encontro
somente 2 já haviam feito observação com telescópio.
Após a organização das filas os alunos iniciaram as observações. Eles puderam
observar o Sol no telescópio refrator protegido por um filtro baader e em seguida no
telescópio solar. Ao final das observações eles puderam optar de qual telescópio
eles fariam o desenho do Sol.
Os alunos demostraram muita ansiedade na fila e no momento das observações.
Alguns alunos demonstraram medo de olhar nos telescópios. Perguntado para uma
das alunas o motivo do medo, ela respondeu que o medo era pelo fato de ser a
primeira experiência com o equipamento.
A presença de nuvens no céu dificultou a dinâmica, pois a todo o momento a
observação era paralisada devido à instabilidade do céu. De certa forma essa
situação propiciou que fosse explicado aos alunos que tais dificuldades faziam parte
da observação astronômica.
92
Figura 21 - Alunos fazendo observação do Sol
93
Figura 23 - Discussão sobre o que foi observado através dos telescópios
94
Figura 25 - Alguns desenhos do Sol após as observações com telescópios
Em seguida foi passada a tarefa e casa para o próximo encontro. Eles precisariam
observar no ambiente da escola alguns exemplos da atuação do Sol.
6
VY Canis Majoris – Em comparação com a Terra e o Sol - https://www.youtube.com/watch?v=mmUkJcnLs4g. Acesso em:
Outubro de 2016.
7
Manchas Solares - https://www.youtube.com/watch?v=l3l6dFkh0Lo. Acesso em : Outubro de 2016.
96
O vídeo sobre o ciclo da água 8causou reclamações dos alunos, pois eles já tinham
assistido o material em aulas anteriores. Nesse momento foi discutido com os alunos
a importância de ter uma postura positiva ato de estudar. Mesmo sendo um material
que é visto pela segunda vez, ainda é possível fazer uma revisão ou até mesmo
um reforço dos conteúdos aprendidos.
Os temas sobre a produção de vitamina D através do Sol, energia solar e auroras
austrais e boreais foram assuntos que causaram bastante repercussão durante a
aula.
Ao final do encontro foi apresentada a tarefa que seria entregue somente no último
dia do projeto. Essa atividade consistia na produção de um cartaz sobre a
importância do Sol para Terra, o cartaz deveria ser feito em grupos e apresentado
na última aula.
98
Figura 29 - Apresentação do relógio de sol analemático
99
Figura 30 - Visita ao planetário Johannes Kepler
A última parte da aula ficou reservada para atividades dentro da sala de projeção
com a apresentação da sessão intitulada “O Sol, o astro do nosso céu”. Essa sessão
foi roteirizada e produzida exclusivamente para essa Sequência Didática e faz parte
do conteúdo apresentado como produto final, junto com a SD, desse mestrado
100
profissional. Atualmente a sessão faz parte do acervo do planetário Johannes
Kepler. Ver detalhes no anexo II.
Dentro da sala de projeção os alunos tiveram contato e foram apresentados aos
equipamentos tecnológicos utilizados no planetário, como o projetor óptico e os
projetores digitais além dos objetivos e ações realizadas no local.
A sessão teve a duração de 50 minutos e foram abordados temas como movimento
diurno aparente do Sol, constelações e planetas visíveis no céu de Santo André no
mês de outubro, constelações que representam as estações do ano e a diferença de
um céu com poluição luminosa e um céu da época dos dinossauros onde não havia
poluição que pudesse impedir a visualização de um céu estrelado.
Durante o apontamento das constelações foi possível mostrar aos alunos a segunda
estrela mais próxima da Terra depois do Sol, a alpha da constelação do centauro,
com isso foi possível comparar a distância do Sol e dessa estrela introduzindo o
conceito de anos e minutos luz.
A viagem até uma época onde não havia poluição luminosa apresentou aos alunos
um céu com mais de 6000 estrelas e causou reações de admiração por parte da
turma.
No final da sessão os alunos fizeram uma viagem, o planetário proporcionou a
saída de Santo André rumo ao polo sul onde os alunos puderam presenciar o
fenômeno da aurora austral. A cúpula do planetário projetou efeitos luminosos
semelhantes às auroras. Esse momento causou grande euforia por parte dos
alunos. A sessão se encerrou com a volta a Santo André.
101
Figura 32 - Apresentação dos equipamentos dentro da sala de projeção do planetário
102
Figura 34 - Apresentação dos cartazes sobre a importância do Sol - grupo 1
103
Figura 36 - Apresentação dos cartazes sobre a importância do Sol - grupo 3
Depois das apresentações dos cartazes foi proposto aos alunos o jogo de tabuleiro
de perguntas e respostas sobre os temas da SD que foi jogado em grupo. As figuras
e os conteúdos estavam relacionados com os temas apresentados na SD. Foram
passadas as regras do jogo e a sala foi organizada em grupos para a realização da
dinâmica. Esse jogo nos ajudou a avaliar se os alunos apropriaram - se dos
104
conhecimentos desenvolvidos durante as apresentações. Assim os temas e as
figuras do tabuleiro eram temáticos.
No início os alunos tiveram dificuldade para formar os grupos, pois eles buscavam
os colegas com maior afinidade para jogar. No momento do jogo alguns alunos
apresentaram dificuldade em relação às regras e houve até discussão por parte de
alguns membros do mesmo grupo. Por esses complicadores o início da atividade foi
tumultuado. Após esse início confuso, a dinâmica fluiu e os alunos puderam interagir
de maneira satisfatória com o jogo e com os colegas.
Após o jogo de tabuleiro foi aplicado o questionário diagnóstico que serviria para
análise posterior na tentativa de explorar a aprendizagem dos alunos ao longo dessa
SD.
105
Capítulo 6 - Análises e coleta de dados da SD
Neste Capítulo estão contidos todos os dados coletados ao longo da SD. No início e
final da atividade foi apresentado aos alunos questionários com o objetivo de
explorar seus conhecimentos prévios sobre os assuntos trabalhados e, além disso,
esse questionário teve como intuito refletir sobre o aprendizado em todo o processo.
A coleta de dados aconteceu também nas tarefas que foram propostas nos
encontros com os alunos.
Figura 40 – Alguns exemplos das respostas dos alunos sobre a causa do dia e a noite
106
A figura 40 apresenta as respostas sobre o dia e a noite. A letra A representa a
resposta considerada correta, já a letra B são respostas incompletas e C são
consideradas incorretas.
Respostas N° alunos %
Corretas 5 20,8
Pergunta1: Incorretas 14 58,3
Porque acontece Incompletas 2 8,3
o dia e a noite? Não souberam 3 12,5
responder
107
didáticos, pois é comum dizer que o Sol nasce e se põe sempre no ponto cardeal
leste e oeste respectivamente.
Ficou notória a quantidade de alunos que não responderam essa questão, a falta de
conhecimento sobre o assunto motivou uma atenção sobre esse conteúdo no
decorrer da SD.
Respostas N° alunos %
Corretas 4 16,6
Pergunta 2: Incorretas 5 20,8
Onde o Sol Incompletas 1 4,1
nasce e onde ele Não souberam 14 58,3
se põe? responder
108
a translação ou só o a inclinação do eixo de rotação essa resposta foi considerada
incompleta.
Para essa questão sobre as estações do ano ninguém conseguiu apresentar uma
resposta correta, 37,5% dos alunos responderam de forma incompleta, já 41,6 %
responderam de forma incorreta e 20,8% não souberam responder.
Esse resultado reforça alguns trabalhos realizados nessa área, onde muitos alunos e
professores não conhecem quais são os fatores para a ocorrência das estações do
ano.
Para Langhi, (2004) as noções sobre as estações do ano são as que mais sofrem
com concepções alternativas de alunos e professores. Além disso, o autor afirma
que um dos agravantes é que os livros didáticos apresentam o fenômeno de
maneira errônea, influenciando assim no entendimento do professor e
consequentemente dos alunos.
Respostas N° alunos %
Corretas 0 0
Pergunta 3: Incorretas 10 41,6
Como você acha Incompletas 9 37,5
que acontece as Não souberam 5 20,8
estações do responder
ano?
109
Figura 42 - Respostas dos alunos sobre os motivos da ocorrência das estações do ano
Analisando as respostas sobre esse tema 8,3 % dos alunos responderam que as
causas das estações do ano aconteciam por causa da aproximação e o afastamento
da Terra ou do Sol. Esse tipo de explicação foi discutido em alguns trabalhos
relacionados ao ensino de astronomia que tinha como tema as estações do ano
sendo esta concepção as mais citadas pelos pesquisados (LANGHI, 2004).
Para Paula e Oliveira (2002) a aproximação da Terra e seu afastamento do Sol
como explicação para a ocorrência das estações do ano estão contidos em muitos
livros didáticos.
Esse tema também é abordado pelo PCN do ensino fundamental:
110
Figura 43 - Para um aluno a força e a fraqueza do Sol determinava as estações do ano
Características N° alunos %
O Sol é uma estrela 10 41,6%
O Sol é quente 4 16,6%
Luz e calor 3 12.5%
O Sol é grande 2 8,3%
É perigoso para os 2 8,3%
Pergunta 4: O que olhos
você sabe sobre o Importante para 2 8,3%
Sol? vida
Ajuda no ciclo da 1 4,1%
água
Ajudou no 1 4,1%
calendário
Explosões Solares 1 4,1%
Ajuda na 1 4,1%
fotossíntese
Ilumina a Terra e os 1 4,1%
outros planetas
Fonte de energia 1 4,1%
111
Os resultados mostraram uma variedade de concepções do Sol, muitos desenhos
representaram a estrela de maneira convencional com estruturas representando
raios solares, já outros esquematizaram o Sol como somente uma esfera sem
referências aos raios. As concepções apresentaram aparências diversas do Sol,
além de uso predominante das cores amarela e laranja, algumas vezes houve o uso
de uma das cores e outras a junção das duas cores. Houve uma menção de
estrutura solar no caso, um desenho tinha um esquema que o aluno chamou de
explosão.
Abaixo alguns exemplos de desenhos que os alunos desenvolveram:
112
Figura 45 - Representação do Sol sem referência aos raios solares
Os desenhos em que o Sol era somente uma esfera sem nenhuma referência aos
raios solares representam 25% das figuras analisadas.
113
Figura 46 - Variedades de concepções sobre o Sol além do uso das cores laranja e amarela
Cores N° alunos %
Questão 6: Amarelo 5 20,8
Desenhe o Sol. Amarelo e laranja 15 62
Laranja 1 4,1
Grafite 1 4,1
Não pintaram 2 8,3
114
Na figura 47 estão apresentadas concepções diferentes do Sol. Nessas concepções
os alunos dos desenhos A e B quiseram apresentar o Sol de maneira diferente. O
aluno do desenho A foi o único que citou estruturas no disco solar, ao lado do
desenho elaborou uma pequena legenda indicando “crateras” e “explosões” em seu
Sol. No caso desse desenho especifico o aluno quisesse falar sobre as manchas
solares no caso das crateras e proeminências na palavra explosões. O desenho B
apresenta um Sol de cor grafite onde o aluno indica ser o “Sol apagando” em
seguida ele cria uma sequência de eventos indicando uma “super nova” e depois um
objeto menor no final da sequência indicando aparentemente o final do estágio do
seu Sol. A concepção do desenho C apresenta o Sol com as bordas de maneira
ondulatória, o único desenho com tais características.
A questão 6 perguntou se o Sol era a única estrela do Sistema Solar, portanto os
alunos só precisavam responder sim ou não.
Das respostas obtidas 70,8% dos alunos acredita que o Sol é a única estrela do
sistema solar, já para 25% o Sol não é a única estrela no sistema um aluno não
soube responder essa questão.
Respostas N° alunos %
Sim 17 70,8
Pergunta 7: O Não 6 25
Sol é a única Não souberam 1 4,1
estrela do responder
sistema Solar?
115
Tabela 19 - Questionário diagnóstico Pergunta 8
Respostas N° alunos %
Nunca olho 2 8,3
Pergunta 8: As vezes olho 18 75
Você olha o céu Olho muitas 3 12,5
à noite para vezes
apreciar as Sim inclusive com 1 4,1
estrelas, Lua e telescópio
planetas?
Respostas N° alunos %
Corretas 8 33,3
Pergunta 9: Qual Incorretas 1 4,1
é a importância Incompletas 8 33,3
do Sol para vida Não souberam 7 29,1
na Terra? responder
116
A resposta da figura 48 foi considerada correta, pois citou a questão da energia para
a manutenção da vida na Terra.
117
Tabela 21 - Participação dos familiares na tarefa
Familiar N° de pessoas %
Tarefa para Mãe 12 54,54
casa: Pai 8 36,36
Questionário Tio/Tia 1 4,54
sobre o Sol Irmão/Irmã 1 4,54
Não identificado 2 9,09
Características N° de pessoas %
Luz e calor 10 45,45
Por que o Sol é Fotossíntese 6 27,27
importante para Fonte de energia 4 18,18
vida na terra? Dia e noite 1 4,54
Vitamina 1 4,54
Gravidade 1 4,54
118
Tabela 23 - Histórias citadas pelos familiares
Histórias N° de %
pessoas
Indígena 7 31,81
Você conhece Grega – Ícaro 1 4,54
alguma história Egípcia – Deus Rá 1 4,54
relacionada ao Religiosa 1 4,54
Sol?
Desconhecida 2 9,09
Sobre eclipse/luneta/ 3 13,63
exposição ao Sol
Não souberam 7 31,81
responder
119
Na figura 51 apresentamos uma história em que o familiar explorou a mitologia
grega descrevendo o personagem Ícaro para representar sua história sobre o Sol.
No 3° encontro os alunos tiveram a tarefa de observar o nascer e o pôr do Sol em
suas casas para depois discutir esse fenômeno em sala de aula.
No geral essa atividade pode estimular a capacidade de observação dos alunos.
Muitos deles para descrever o nascer e o pôr do Sol, utilizaram pontos de referência
como o muro de casa, janela e vizinhos. E outros relacionaram o horário com a
posição do Sol no céu. Porém ao explicar os movimentos diurnos do Sol e a causa
desse fenômeno muitos deles se mostraram confusos.
O 4° encontro iniciou com a tarefa que consistia na apresentação dos desenhos da
rosa dos ventos. Os alunos alinharam seus desenhos em frente a lousa. Foi
perguntado se eles tiveram dificuldades para a realização da tarefa e se eles haviam
gostado de fazer a rosa dos ventos e muitos se manifestaram a favor da tarefa.
120
Figura 53 - Atividade da rosa dos ventos
121
Figura 54 - Representação do desenho de Galileu sobre o Sol feito pelos alunos
Figura 55 - Desenhos elaborados pelos alunos. Nos desenhos foram colocadas ideias sobre
fotossíntese, evaporação, formação de nuvens e ciclo da água.
122
Na figura A o aluno descreveu a importância do Sol para a formação das nuvens e
consequentemente das chuvas. Já o aluno do desenho B dividiu seu esboço em
quatro partes abordando várias atuações do Sol no dia a dia, o primeiro quadro ele
abordou a importância do Sol na evaporação das poças de água para não proliferar
doenças como a dengue, no segundo quadro o Sol era importante para ir ao parque
já no terceiro e quarto quadro o Sol foi representado como sendo importante para as
plantas e flores da escola. A figura C representa o que a maioria dos aluno fizeram,
representando Sol no contexto da escola. Já na figura D o aluno apresentou o
crescimento de uma planta até se tornar árvore e todo esse desenvolvimento
estimulado pela fotossíntese.
O grande objetivo dessa tarefa foi conquistado, pois essa atividade quis estimular
observação e a sensibilidade no sentido de entender quais os papéis e a importância
do Sol em nosso dia a dia e para todos os seres vivos além de promover o senso
crítico e global já que tiveram que pensar na atuação do Sol em diferentes
perspectivas.
No 8° encontro a tarefa a ser apresentada foram os cartazes abordando tema sobre
a importância do Sol para a vida na terra.
Os alunos puderam expor todo o entendimento que vivenciaram ao longo da SD no
que diz respeito ao Sol e sua importância para vida. A figura 56 apresenta os
resultados dessa atividade.
123
Figura 56 - Cartazes apresentados pelos alunos sobre a importância do Sol
125
Tabela 25 - Questionário antes e depois da SD - Pergunta 2
126
Tabela 26 - Questionário antes e depois da SD - Pergunta 3
Nessa nova tabela sobre o que os alunos sabem sobre Sol a participação na
produção de vitamina D e a fotossíntese foram os mais citados. No primeiro
127
questionário a participação do Sol na produção da vitamina D não tinha sido
apontada por nenhum aluno, na tabela acima há características novas citadas como
manchas solares, movimento do Sol e sua formação através de explosão de outra
estrela.
Na quinta questão os alunos são solicitados a desenhar a sua concepção do Sol.
128
Diferente dos primeiros desenhos sobre a aparência do Sol apresentado pelos
alunos no questionário pré SD, as concepções apresentadas neste questionário pós
SD em sua maioria não apresentou traços indicando raios solares. Já em relação às
cores 52,17% apresentaram a mistura de amarelo e laranja, 34,78% o Sol era todo
amarelo, 4,34% somente laranja, 4,34% somente utilizou o grafite e 4,34%
esquematizou o Sol com a cor vermelha.
Na sexta questão foi perguntado aos alunos se o Sol era a única estrela do Sistema
Solar. Para 95,65% dos alunos o Sol é a única estrela do Sistema Solar e já para
4,34% o Sol não é a única.
A pergunta 8 quis saber dos alunos qual era a importância do Sol para vida na Terra.
Das respostas analisadas 86,95% dos alunos responderam de forma correta, 8,69%
responderam de forma incompleta, já 4,34% não souberam responder. Na figura 61
129
a imagem A representam a respostas consideradas corretas já na figura B as
respostas incorretas, pois o aluno respondeu de maneira genérica não apontando
características especificas sobre a importância do Sol.
130
Capítulo 7 - Conclusões e Perspectivas
131
há no Brasil 64 planetários cadastrados na ABP entre fixos e móveis com a
possibilidade de haver mais equipamentos de projeção espalhados pelo país. O
planetário Johannes Kepler é fixo e de grande porte, porém essa não é
característica que torna essa parceria possível. Essa parceria também é factível
com planetários móveis. No caso deste último a mobilidade é uma vantagem, já que
o planetário poderá ir até a escola em dias especiais para a realização das aulas.
É importante ressaltar que esse tipo de parceria não é meramente uma visita ao
planetário, mas sim fruto de um planejamento anterior com aulas bem estruturadas e
acordadas com a diretoria da escola e o professor. Além disso, foi desenvolvida uma
sessão de planetário especial para atender as necessidades da turma. Nesse caso,
apresentado nessa dissertação a interação com o planetário foi somente mais uma
etapa de uma SD, auxiliando no complemento de todo o processo de ensino que o
professor estabeleceu para sua turma.
134
“No ano de 2016, minha filha He foi aluna e participou do projeto de
astronomia desenvolvido pelo professor Marcos Pedroso. Foi bem gratificante ver o
interesse que o projeto despertou nela. Em casa, muitas perguntas eram feitas e a
tínhamos que buscar algumas informações para compreender a que ela se referia.
Penso que astronomia é um assunto bem abstrato, pela distância e pela dimensão
física, inclusive. Muitas vezes é difícil para um adulto dimensionar essas grandezas,
mas a abordagem feita deixou mais acessível esse tipo de conhecimento. O
encantamento da He foi tão grande que ela registrou alguns nomes como
“Nebulosa”, “Andrômeda”, entre outros e garante que será o nome das filhas dela no
futuro.
Sou grata pelo projeto e pela sinergia e respeito entre os envolvidos”
Este projeto alcançou o objetivo almejado no que diz respeito à mobilização dentro
da sala de aula, pois serviu de inspiração para que a professora elaborasse a prova
final de ciências e geografia (anexo). A maioria das questões contidas nesta prova
tinha relação com os temas desenvolvidos na SD. E o ponto de vista da professora
foi expressada em suas próprias palavras que segue abaixo:
7.3 Reelaboração
Tendo em vista que o processo de validação de um SD está estruturado da tríade
EAR proposto por Giordan e Guimarães, (2012), ao final do processo da SD é
necessária uma reavaliação de toda a atividade e estrutura novamente, porém agora
usando a favor toda a experiência vivida ao longo do processo, portanto reelaborar a
SD se torna fundamental para estruturar o melhor formato possível da metodologia.
Abaixo temos a nova tabela da SD:
Tabela 32 - Reelaboração da SD
O Sol e as estações do 100 Sala de História das rosas dos ventos, Globo terrestre/ Pesquisar e reproduzir
ano. min aula/ sala estações do ano, movimento de simuladores o Sol observado por
de translação. Galileu
informática
Qual é a aparência do 100 Pátio Estruturas Solares visíveis na Telescópio refrator e Listar as contribuições
Sol? min fotosfera e cromosfera, Telescópio Solar do Sol ao observar os
instrumentos de observação. arredores da escola.
A importância do Sol. 100 Sala de Fotossíntese, energia Solar, Slides com imagens e Cartaz sobre a
min vídeo ciclo da água. / tamanho do Sol vídeos. importância do Sol.
e outras estrelas/aurora boreal.
Visita ao Planetário e 120 SABINA Movimento diurno do Sol, Planetário e Núcleo de Cartaz sobre a
Teatro digital de Santo min Constelações, poluição química observação do céu. importância do Sol.
André o Núcleo de e luminosa,
observação do céu
Discussão dos 100mi Sala de A importância do Sol para vida e Cartazes/jogos de -
cartazes /jogos de m aula a cultura. tabuleiros/ Questionário
tabuleiro/ Questionário
138
139
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140
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Anexo I
Encontro 2 da SD – Canções
146
Quando eu crescer
Quero ser um astronauta
E viajar pelo espaço sideral Refrão
E conhecer todos os planetas
E poder ver o que eles têm pra oferecer
Quando eu crescer
Quero ser um astronauta
E viajar pelo espaço sideral Refrão
E conhecer todos os planetas
E poder ver o que eles têm pra oferecer
Um grande caçador
Luta com o touro e o escorpião
Corre atrás um centauro
Ouvindo o rugido de um belo leão
Vai cintilar onde queira “star”
Anexo II
ABERTURA DA SESSÃO
1 NARRADOR:
2 Apresentação do narrador assim como os equipamentos do planetário como o
projetor central e os projetores laterais.
3 MUSIC: MUSICA PARA O POR DO SOL
(Simulação do pôr do Sol na cúpula)
148
4 NARRADOR:
O Sol parece caminhar lentamente sentido ao horizonte oeste e daqui a pouco, ele
irá se esconder abaixo da linha do horizonte dando o início ao período da noite aqui
na cidade de Santo André e assim as estrelas irão aparecer.
NARRADOR:
Este é o céu da cidade de Santo André por volta das 19h00min, se o céu não estiver
nublado, é esta disposição de estrelas que estará sobre nossas cabeças. Neste céu,
para este horário, podemos apreciar as estrelas, as constelações e até planetas,
mas antes de iniciarmos o reconhecimento dos objetos celeste é muito importante a
orientação de alguns pontos para uma boa noite de observação. O primeiro ponto a
conhecer é o zênite pois este é o ponto mais alto em relação ao observador e está
exatamente acima de nossas cabeças. O ponto oposto ao zênite, ou seja, abaixo de
nossos pés se chama Nadir. Outra localização importante são os horizontes de
observação onde estão contidos os pontos cardeais. No início da sessão
percebemos que o Sol se pôs neste horizonte.
(O narrador fará a determinação dos horizontes de observação)
NARRADOR:
Neste céu podemos contemplar e apreciar estrelas, mas...
(APAGAR OS PONTOS CARDEAIS)
7 PERGUNTA:
(Porque vemos as estrelas assim, como pontinhos pratas, vermelhos e azuis?
Será que elas estão perto uma das outras?)
8 NARRADOR:
149
Como vocês viram nos encontros anteriores, o Sol é uma estrela certo? E muito
especial, pois se trata da estrela mais próxima da Terra. Por estar bem próximo o
Sol parece diferente das outras estrelas. Ele parece maior, por isso que
conseguimos com equipamentos adequados observar alguns detalhes existentes
nele. O Sol além de ser nossa fonte primordial de energia é também um grande
laboratório para se entender o funcionamento de uma estrela. E uma noite como
esta vemos muitas delas, porém de maneira diferente. Isso acontece por que as
outras estrelas estão muito, mas muito longe de nós, por isso vemos somente
pontos no céu noturno. E esses pontos luminosos parecem estar próximos uns dos
outros não é pessoal? Mas é só impressão, pois na verdade essas estrelas estão
em diferentes distâncias no universo. Existem estrelas que tem aproximação física e
a esses grupos de estrelas damos o nome de aglomerados.
9 PERGUNTA:
(Porque não vemos as estrelas durante o dia?)
10 NARRADOR: (cont’d)
Não conseguimos observar as outras estrelas durante o dia por que os raios do Sol
iluminam o céu ofuscando o brilho delas. Continuando nossa contemplação da noite
de hoje, além das estrelas podemos observar a Lua e planetas. Isso mesmo que
vocês ouviram é possível observar planetas em determinadas épocas do ano sem
nenhum tipo de equipamento de observação como: telescópios, lunetas e binóculos.
Cinco são os planetas que conseguimos observar a olho nu são eles: Mercúrio,
Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Estes planetas já eram conhecidos desde a
antiguidade, já os planetas Urano e Netuno foram observados bem depois e
somente por telescópios. E no céu de Santo André hoje será possível observar três
planetas dos cinco visíveis. Aqui acima do horizonte Oeste nós temos este planeta.
Este não é um planeta qualquer, mas simplesmente o maior planeta do Sistema
Solar, Júpiter. Júpiter é um planeta formado por gases e possui mais de 60 satélites
naturais. O que chama a atenção nele é sua mancha vermelha que na verdade é um
imenso furacão três vezes maior que a Terra. A primeira pessoa a observar Júpiter
no céu com um telescópio foi Galileu Galilei em 1609, além de observar a grande
mancha em Júpiter descobriu seus 4 maiores satélites chamados hoje de luas
galileanas. A descoberta desses satélites reforçou a ideia de que a Terra não era o
centro do universo até porque esses pequenos corpos giravam em torno de Júpiter,
150
fortalecendo o sistema heliocêntrico. Lembram-se desse modelo de mundo? Os
outros planetas estão neste horizonte aqui no horizonte leste.
11 PERGUNTA:
(Vocês conseguem identificar onde eles estão?)
12 NARRADOR: (cont’d)
Este planeta é um dos mais pesquisados pelo o homem e conhecido como planeta
vermelho, planeta Marte. Marte é um planeta formado por rochas ele é o quarto
planeta em distância do Sol. Ele possui essa coloração avermelhada, pois sua
superfície é coberta por uma fina camada de ferrugem. Diferentemente do que
muitos pensam Marte é gelado e deserto, possui calotas congeladas, apresenta
também estações do ano, porém diferente das nossas estações. Na superfície
marciana tem o maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olimpo com a incrível altura
de 25 km! Marte possui dois satélites naturais, Fobos e Deimos. O outro planeta que
vocês identificaram é conhecido como planeta dos anéis, Saturno. O detalhe é que
todos os planetas gasosos possuem anéis, Júpiter, Urano e Netuno, porém os de
Saturno são maiores e refletem muito a luz do Sol por isso é possível observar
essas estruturas através de um telescópio pequena. Na verdade, os anéis de
Saturno são formados por milhões de pedaços de blocos de rocha e material
congelados de vários tamanhos girando em torno do planeta e visto de longe,
parece formar uma estrutura continua, mas é só uma impressão. Este planeta
também possui muitos satélites naturais assim como Júpiter. Saturno tem mais de
sessenta satélites.
Agora que identificamos os planetas visíveis aqui da cidade de Santo André na noite
de hoje, podemos identificar estrelas e constelações. E nesta noite e neste horário
temos coisas bem interessantes para contemplar. Mas antes precisamos entender o
que é realmente uma constelação.
13 PERGUNTA:
(Vocês sabem o que é uma constelação?)
14 NARRADOR: (cont’d)
Para a astronomia, constelações são regiões no céu como um grande quebra-
cabeça e dentro dessas regiões estão contidas as estrelas que fazem parte dessas
151
constelações. Os desenhos que conhecemos que formam figuras entre as estrelas
são chamados de concepções artísticas ou asterismos.
15 NARRADOR: (cont’d)
Esses desenhos no céu foram imaginados por determinados povos em
determinadas épocas. Aqui temos ao sul as constelações austrais, boa parte delas
foram criadas no período das grandes navegações, época essa que coincide com a
chegada dos europeus aqui no Brasil. Este grupo de constelações aqui são
chamadas de zodiacais. Na astronomia são 13 constelações zodiacais bem
conhecidas por muitas pessoas e são elas: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão,
Virgem, Libra, Escorpião, Ofiucus, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. É nessa
região por entre essas constelações que o Sol, a Lua e os planetas parecem
percorrer todo o tempo. Nesta região norte do céu estão as constelações boreais,
muitas delas foram criadas há muito tempo e contam um pouco sobre a mitologia
dos gregos, romanos, egípcios, babilônicos etc., portanto esses desenhos
representam esses povos citados, mas existem outras formas de ver as
constelações. Os índios, por exemplo, têm outra visão do céu, provavelmente os
povos incas, maias e astecas aqui na América também. Os chineses lá na Ásia
também têm sua visão particular do céu.
16 NARRADOR: (cont’d)
Agora que vimos as concepções artísticas das constelações que tal identificar
algumas somente procurando as estrelas? Vamos começar localizando uma
constelação que está neste horizonte aqui o Oeste.
17 PERGUNTA:
18 NARRADOR: (cont’d)
152
Vamos utilizar uma técnica astronômica chamado asterismo que nada mais é que
ligar as estrelas com traços para formar a figura da constelação e iremos usar o
laser e imaginar como seria o desenho. Essas estrelas formam a constelação do
Leão. Essa estrela é a mais brilhante desta constelação e seu nome é Regulus,
juntamente com essa curva de estrelas, nós temos a juba do leão. Essas outras que
formam uma espécie de retângulo temos o seu corpo, essa estrela chamada
Denebola forma sua cauda.
19 PERGUNTA:
(Conseguiram ver a figura de um leão com o auxílio do asterismo?)
20 NARRADOR:
Senão conseguiram ver o leão mesmo fazendo o asterismo não tem problema
podemos então acender a concepção artística.
21 PERGUNTA:
(Quais são as estações do ano mesmo?)
22 NARRADOR: (cont’d)
A constelação do Leão é símbolo do outono no hemisfério sul. Para este horário e
época ela se encontra aqui próximo ao horizonte Oeste e logo irá se por. E aqui
nesta constelação temos um planeta que observamos no início da sessão, Júpiter.
Indo para o horizonte Leste, temos um grupo de estrelas que também é símbolo de
uma estação do ano o inverno.
23 PERGUNTA:
(Conseguem ver outro animal entre essas estrelas?)
24 NARRADOR: (cont’d)
Essas estrelas que parecem um ponto de interrogação, anzol até mesmo um cavalo
marinho é na verdade o escorpião, constelação símbolo do inverno aqui no
hemisfério Sul. Fazendo o asterismo, essas três estrelas formam sua cabeça,
153
percorrendo por essas estrelas temos seu corpo onde encontramos a estrela mais
brilhante da constelação chamado Antares. Ela "rivaliza" em brilho com o planeta
Marte. Por também ter uma coloração avermelhada, essa estrela representa o
"coração" do escorpião. Com essa curva de estrelas temos a sua cauda e o seu
ferrão. Nesta época do ano e neste horário escorpião está acima do horizonte leste.
Então, na noite de hoje poderemos apreciar duas constelações símbolos das
estações do ano, Leão representando o outono e Escorpião simbolizando o inverno.
As outras constelações que representam a primavera e o verão não estão no céu
nesse horário e época do ano. A primavera é representada pelo Pégaso o cavalo
com asas e a constelação do gigante caçador Orion simboliza o verão. Nesta
constelação é que estão as famosas três Marias.
25 PERGUNTA:
(Vocês perceberam que há outros objetos brilhantes em escorpião?)
26 NARRADOR: (cont’d)
Esses objetos são os planetas Saturno e Marte. Vamos agora nos concentrar no
horizonte sul porque nesta região temos um grupo de estrelas muito famosas, elas
foram importantes para os grandes navegadores porque se trata de uma "bussola
estelar", pois elas apontam o lado sul da Terra. Esse grupo de estrelas está nos
livros da escola e também na bandeira do Brasil. É um grupo de estrelas que forma
uma cruz.
27 PERGUNTA:
(De que constelação estou falando? Onde está o Cruzeiro do Sul no céu?)
28 NARRADOR: (cont’d)
Este grupo de estrelas representa a constelação do Cruzeiro do Sul e são cinco
estrelas principais que fazem o desenho da cruz. Aqui temos o madeiro maior e o
madeiro menor.
29 PERGUNTA:
(Vocês conhecem os nomes das estrelas do cruzeiro do sul?)
154
30 NARRADOR: (cont’d)
Essa estrela é a mais brilhante da constelação e chamada de estrela de Magalhães,
pois é uma homenagem ao navegador Fernão de Magalhães. Esta estrela tem um
nome curioso, seu nome é Mimosa. A próxima estrela possui uma coloração
avermelhada no céu e seu nome é Rubídea lembrando a pedra preciosa Rubi. Esta
outra estrela é chamada de Pálida. Aqui atrapalhando a configuração da cruz nós
temos esta estrela e seu nome é nada mais nada menos do que Intrometida. A
constelação do Cruzeiro do Sul é muito conhecida pelas pessoas que vivem no
hemisfério Sul como já foi dito ela está presente na bandeira do Brasil e de outras
bandeiras de países deste hemisfério. O Cruzeiro do Sul assim como algumas
constelações presentes nesta região são vistas com facilidade daqui do hemisfério
Sul. Na latitude que nos encontramos estas estrelas são observáveis. Tanto é
verdade que estas estrelas só foram observadas e as constelações criadas quando
os primeiros europeus chegaram nesta região no século XVI. Logicamente que este
céu já era conhecido pelos povos que viviam aqui como os índios, incas e maias.
Como foi dito essa constelação mostra o lado sul da Terra como uma bússola
estelar, pois é possível se orientar utilizando o cruzeiro do sul. A técnica é simples,
basta utilizar o espaço do madeiro maior e estender 4 vezes e meia e chegamos
nessa região bem especial chamada de polo celeste sul.
31 PERGUNTA:
(Alguém sabe me dizer o que seria o Polo Celeste Sul?)
32 NARRADOR: (cont’d)
O Polo Sul Celeste nada mais é do que a projeção do eixo imaginário da Terra e ele
está apontando para essa região do céu. A esfera celeste que nos envolve, gira em
torno desse ponto imaginário. Depois de chegar nesse ponto é só descer até o
horizonte e aqui estaremos bem próximo do ponto cardeal Sul. Essa técnica é uma
boa saída para se identificar os pontos cardeais! Se caso tenham dificuldades de
encontrar o cruzeiro vocês podem utilizar essas duas estrelas como referência. Elas
são chamadas de apontadoras da cruz é a Rigel Kentaurus e a Radar. Se vocês
percebem, elas realmente apontam para o cruzeiro. Essas estrelas fazem parte da
constelação do Centauro, aquela figura mitológica metade homem e metade cavalo.
155
Elas representam as patas do Centauro. A Rigel Kentaurus é um sistema de três
estrelas e uma delas é bem pequena que chamamos de anã vermelha conhecida
como Próxima Centauri. Essa estrela é especial por que se trata da segunda estrela
mais próxima da Terra.
33 PERGUNTA:
(Qual seria a estrela mais próxima da Terra?)
34 NARRADOR: (cont’d)
O Sol é a estrela mais próxima da Terra. Ele está a 150 milhões de quilômetros de
nós. Vamos agora imaginar uma nave muito especial que consegue viajar a altas
velocidades e seu limite é a velocidade da luz que é de 300.000km por segundo!!!
Isso é muito rápido. A nossa nave chegaria na Lua em um segundo com tamanha
velocidade. Se pudéssemos ir ao Sol chegaríamos em 8 minutos. Já na Próxima
Centauri a nave levaria 4 anos para chegar até lá. As estrelas que vemos no céu
estão muito distantes de nós! Agora que identificamos estrelas, constelações e
planetas visíveis no início da noite desta data, seria também interessante observar o
céu da alta madrugada. No céu da natureza precisaríamos esperar por horas para
contemplar o céu da alta madrugada, porém lembro a todos que estamos no
planetário e aqui podemos fazer coisas incríveis, conseguimos avançar as horas,
mas para isso acontecer o movimento de rotação da Terra precisa ser acelerado
certo?
36 NARRADOR: (cont’d)
O movimento real de rotação da Terra se dá de Oeste para Leste. Por esse motivo
quando observamos os objetos celestes como o Sol, estrelas, planetas e a Lua
parecem ter um movimento no sentido oposto no céu. Esse é conhecido como
156
movimento aparente das estrelas e conforme aceleramos a rotação da Terra as
estrelas parecem nascer no horizonte Leste ganham altura passando pelo Zênite e
vão se pôr no horizonte Oeste. Percebam que esse movimento mostra que a esfera
celeste parece girar aparentemente em torno do Polo Celeste Sul. Aqui em Santo
André boa parte nasce a Leste e se põe a Oeste, porém as estrelas próximas ao
Polo Celeste Sul não nascem e não se põem elas giram em torno desse ponto.
Essas estrelas são chamadas de circumpolares.
39 NARRADOR:
Percebam que o céu está bem diferente, outras estrelas apareceram novas
constelações surgiram. E aqui no horizonte Norte tem um grupo de estrelas que
representa a constelação símbolo da estação do ano da primavera.
40 PERGUNTA:
(Vocês conseguem enxergar entre essas estrelas um cavalo com asas?)
41 NARRADOR: (cont’d)
Este grupo de estrelas formam o corpo e a asa do cavalo, aqui temos seu pescoço e
sua cabeça com a estrela Enif. Este é Pégaso o cavalo alado constelação símbolo
da primavera aqui no hemisfério sul. Se não conseguiram observar vamos fazer a
concepção artística desta constelação.
42 PERGUNTA:
(Alguém conseguiu identificar as famosas Três Marias?)
157
43 NARRADOR: (cont’d)
Aqui estão as famosas Três Marias, mas essas estrelas não formam uma
constelação, e sim, juntamente com esse grupo de estrelas, representam o gigante
Órion. As três Marias representam o cinturão de Órion. Essa estrela chamada
Betelgeuse, é uma gigante vermelha e a estrela mais brilhante da constelação do
Órion. Sua massa é 20 vezes a massa do Sol! Ela representa um ombro do gigante
assim como essa outra estrela Bellatrix. Passando pelas três Marias, com essa
estrela chamada Rigel temos uma das pernas e com essa temos a outra perna.
44 NARRADOR: (cont’d)
A constelação de Órion é símbolo do verão aqui no hemisfério sul ela estará bem
alta no céu no verão no início da noite. Próximo à constelação de Órion temos esse
grupo de estrelas que parece formar um V. Esse grupo é chamado de Híades, um
aglomerado aberto de estrelas. Aglomerados são conjuntos de estrelas que estão
próximas fisicamente, perto uma da outra, diferente do que vemos no céu, pois
essas estrelas estão em diferentes distâncias no universo. Lembram-se da Próxima
Centauri que apesar de ser a segunda estrela mais próxima de nós, demoraríamos 4
anos para chegar até ela com nossa nave super veloz! As três Marias, por exemplo,
parecem estar próximas, mas é só uma impressão por que elas estão longe umas
da outras. Mas temos nos aglomerados estrelas que estão próximas atraídas pela
força da gravidade.
45 NARRADOR: (cont’d)
Esse aglomerado forma a cabeça de um animal. A estrela Aldebaran que não faz
parte das Híades, pois está distante desse aglomerado. Ela representa o olho desse
animal. Essa estrela é uma gigante vermelha. Aqui temos os chifres e indo para
essa região temos o corpo deste animal onde encontramos outro aglomerado aberto
de estrelas chamado Plêiades. Esses aglomerados é formados por estrelas bem
jovens, é quase como uma "ninhada" de estrelas todas juntas, porém no futuro elas
irão se separar e cada uma irá ocupar algum lugar no universo.
158
46 PERGUNTA:
(Vocês conseguiram enxergar um Touro entre essas estrelas?)
47 NARRADOR: (cont’d)
Esta é a constelação do Touro, a fera que aparenta lutar com o gigante caçador
Órion!
48 NARRADOR: (cont’d)
Vamos voltar ao Polo Celeste Sul. A altura e a posição desse ponto variam conforme
nos deslocamos na superfície da Terra. Quando mudamos de latitude, a altura do
polo celeste muda também. A cidade de Santo André está localizada
aproximadamente a 23°,05 de latitude, portanto a altura do Polo Celeste Sul estará
nessa altura no céu. Se viajarmos para outras latitudes aqui no hemisfério sul
veremos a posição do polo celeste mudar. E por falar em viajar....
49 PERGUNTA:
(O que acham de usar a nossa nave e viajar para uma região bem especial do
planeta Terra?)
50 NARRADOR: (cont’d)
159
Esse local é inabitável e poucas pessoas se aventuram indo para essa região. Tem
alguns animais selvagens e lá é muito, mas muito frio. Mas como estamos no
planetário essa máquina fantástica, não precisamos de cobertores e quando chegar
lá vocês verão um fenômeno muito bacana.
51 PERGUNTA:
(Vocês estão preparados para essa viagem?)
52 NARRADOR: (cont’d)
Iremos para a região mais ao sul do planeta, no continente chamado Antártida
próximo ao Polo Sul!! Prepare-se coloquem o cinto de segurança, pois vamos partir
em:
53 CONTAGEM REGRESSIVA:
5 4 3 2 1 ... PARTIR... DESTINO: POLO SUL !!
55 NARRADOR:
Estamos agora no extremo sul da Terra, no continente Antártico pouquíssimas
pessoas vivem aqui e mesmo assim não são moradores fixos e sim cientistas que
vem no intuito de estudar a região. Estamos próximos do Polo Sul e aqui acontecem
coisas bem legais. O céu daqui também tem estrelas e constelações, porém em
regiões diferentes. Isso porque viajamos e nos deslocamos pela superfície da Terra,
portanto a visão do céu muda. Quando viajamos para regiões distantes do lugar que
moramos percebemos mais essa diferença no céu. Lembram que no céu de Santo
André as estrelas nasciam no horizonte Leste ganhavam altura e se punham no
160
horizonte Oeste. Aqui na região do Polo Sul o movimento do céu é diferente. A
começar pela posição do polo celeste sul.
56 PERGUNTA:
(Vocês conseguem identificar onde está o polo celeste sul?)
57 NARRADOR: (cont’d)
Lembre-se que esse ponto é a projeção do eixo imaginário da Terra e se
pudéssemos espetar esse eixo ele atingiria uma região do céu. Em Santo André
esse ponto está lá no horizonte Sul a uma altura de aproximadamente 23°, 05. E
aqui onde ele está? Podemos usar o cruzeiro do Sul para encontrar. Agora... onde
está a constelação do cruzeiro do sul? Aqui está o cruzeiro e bem alto no céu. A
técnica para encontrar o polo celeste era utilizar o espaço do madeiro maior da cruz
estendendo quatro vezes e meia para encontrar o polo celeste sul.
58 PERGUNTA:
(Vamos fazer isso juntos então?)
59 NARRADOR: (cont’d)
Nós temos aqui o madeiro maior que vai da estrela Rubídea até a estrela de
Magalhães. Esse espaço entre elas estendeu quatro vezes e meia. Vamos contar
comigo? Chegamos nessa região, no zênite o ponto mais alto em relação ao
observador.
NARRADOR: (cont’d)
O interessante é que esse ponto está bem diferente do que vimos em Santo André.
O polo celeste sul aqui fica no zênite. Isso significa que o eixo imaginário da terra
está apontando para o alto do céu. No polo norte o polo celeste norte também está
no zênite. Agora que vem um movimento bem interessante. Em Santo André o céu
se movimenta aparentemente de leste para oeste. E aqui é a mesma coisa?
Lembrando que a esfera celeste gira em torno do polo celeste.
60 PERGUNTA:
161
(Vamos tirar essa dúvida acelerando o movimento de rotação da Terra?)
62 NARRADOR: (cont’d)
Estão percebendo que o céu está se movimentando de maneira diferente aqui no
polo sul? Como o polo celeste sul está no zênite bem no alto do céu toda a esfera
celeste irá girar em torno desse ponto. Aqui não há o movimento aparente de leste
para oeste. Aqui todas as estrelas são circumpolares !! Fantástico!!
63 NARRADOR: (cont’d)
Agora que vimos o movimento circumpolar do céu do polo sul, vamos nos preparar
para um fenômeno bem legal que está prestes a acontecer. É um espetáculo de
cores que só acontece aqui e lá no Polo Norte e está relacionado diretamente com o
Sol.
65 PERGUNTA:
(Vocês já ouviram falar em Auroras?)
66 NARRADOR:
As auroras são fenômenos de luz e cores que acontecem à noite nas regiões
polares. Isso tem relação com o campo magnético da Terra e com o Sol, pois suas
partículas, também chamadas de vento solar atingem as altas camadas da
atmosfera terrestre principalmente nas regiões dos polos. As partículas do Sol
interagem com as partículas da atmosfera presentes nos polos, causando um efeito
belo de luz e cores. Quando as auroras acontecem no norte são chamados de
auroras boreais (nome dado por Galileu Galilei em 1619, uma menção a deusa
162
romana do amanhecer Aurora e seu filho Bóreas, que representa os ventos do
norte). Já quando esse fenômeno acontece ao sul é chamado de aurora austral,
nome dado pelo navegador e explorador James Cook uma referência ao fato do
evento acontecer na região sul, ou seja, na região austral. E como estamos aqui na
parte austral da Terra vamos ficar atentos, pois está chegando o momento de
contemplarmos esse espetáculo da natureza.
68 NARRADOR: (cont’d)
É isso que acontece quando as partículas da nossa estrela o Sol se encontram com
as partículas da alta atmosfera presentes aqui no polo sul. Essas diferentes cores
têm relação com os diferentes elementos químicos interagindo nesse momento,
cada elemento irá emitir uma cor. As auroras não acontecem somente na Terra, mas
em outros planetas também como Vênus, Júpiter e Saturno. Esse fenômeno
impressiona e encanta muitas pessoas.
(AUMENTAR A MÚSICA)
69 NARRADOR: (cont’d)
Agora que apreciamos a espetacular aurora austral vamos preparar nossa nave para
o retorno a Santo André.
70 PERGUNTA:
(Estão todos prontos?)
71 NARRADOR:
163
E voltamos à cidade de Santo André por volta das 19h00min. Gostaram de conhecer
o polo sul e a aurora austral? Agora iremos fazer outra aventura em nossa nave por
que além de viajar em uma velocidade impressionante conhecendo vários lugares
da Terra, a nossa nave também é uma máquina do tempo !!!
72 PERGUNTA:
(O que acham de viajar para o passado há uns 500 anos atrás?)
73 NARRADOR: (cont’d)
Durante o dia as estrelas são ofuscadas pelo brilho de quem mesmo? A presença do
Sol no céu ofusca o brilho das outras estrelas por isso não conseguimos observa-
las. Só contemplamos o céu azul. A noite isso não acontece, conseguimos ver as
estrelas, porém como vivemos em grandes cidades o céu noturno não é totalmente
estrelado. Temos dois problemas. A poluição química causada pelas fábricas e
automóveis, pois além de prejudicar o ar que respiramos, vai para a atmosfera e
ofusca o céu. O outro problema é a poluição luminosa causada principalmente pela
iluminação pública que na verdade são os postes de luz que ao invés de iluminar
somente o chão essa luz é jogada para o céu ofuscando muito o brilho das estrelas.
Esse é um problema de viver em uma grande cidade, não conseguimos contemplar
um céu bem estrelado. O céu estrelado foi tão importante para a humanidade, pois
ao observar uma noite estrelada os primeiros povos da humanidade se inspiraram e
se motivaram a conhecer mais profundamente o céu. Por isso astronomia evoluiu.
Atualmente os astrônomos usam equipamentos superpotentes para observar, além
do céu sobre nossas cabeças existem equipamentos espalhados no espaço
capturando informações importantíssimas sobre o universo e tudo isso se iniciou
com a observação de um céu estrelado lá no passado e a única ferramenta que eles
tinham eram seus olhos. Mas estamos com uma máquina do tempo e podemos
contemplar o céu que inspirou os antigos astrônomos. Segurem - se crianças por
que nossa viagem ao passado irá começar.
(EFEITO DE TRANSIÇÃO)
76 NARRADOR:
Continuamos na cidade de Santo André, porém viajamos no tempo, em uma época
onde não havia a cidade que conhecemos. Um céu com mais de 6.000 estrelas! Um
céu que está todas as noites sobre nossas cabeças, mas que infelizmente a
poluição química e luminosa impede a contemplação desse espetáculo do universo.
Um espetáculo como este inspira e inspirou os antigos astrônomos. Tantas estrelas
desperta a curiosidade sobre o universo. Tantas estrelas nos faz pensar o número
de planetas existentes nesta vastidão do cosmos. O número de estrelas na nossa
galáxia ultrapassa os bilhões. A quantidade de galáxias no universo também
ultrapassa os bilhões. O nosso universo é gigantesco e há muito que aprender com
ele. O desenvolvimento da ciência e em especial astronomia avança muito e quanto
mais avançamos no conhecimento mais perguntas fazemos e mais próximo de
questões fundamentais chegamos. É possível apreciar um céu perfeito assim nos
dias atuais, no entanto, precisamos nos afastar dos grandes centros em regiões que
não tenha interferência da poluição química e luminosa, só assim é possível
presenciar um céu bem estrelado.
77 PERGUNTA:
(O que vocês conseguem observar neste céu perfeito?)
78 NARRADOR: (cont’d)
Perceberam essa grande faixa que corta o céu? Será uma nuvem? Os antigos
romanos chamavam essa estrutura de "caminho de leite" mais precisamente Via
Láctea. Essa estrutura nada mais é do que a nossa galáxia vista de perfil. A
aparência nebulosa é provocada pela luz de estrelas que estão muito distantes atrás
de densas camadas de poeira, pois nessa região existe uma concentração estelar
intensa fazendo com que essa luz chegue até nós com essa característica nebulosa.
79 PERGUNTA:
(Com tantas estrelas fica fácil ou fica difícil encontrar as constelações?)
165
80 NARRADOR: (cont’d)
Aqui no horizonte sul tem a constelação do cruzeiro do sul. Próxima a ela temos
essa região escura chamada "saco de carvão". Trata-se de uma nebulosa fria que
eventualmente dará origem a outras estrelas. Só relembrando as nebulosas são
gigantescas nuvens de gás e poeira que estão no espaço e essas nebulosas irão
formar estrelas. O Sol é um grande exemplo disso. A nossa estrela se formou de gás
e poeira enriquecida de com elementos químicos de estrelas que viveram bem antes
dele. Com o céu livre de poluição podemos observar estruturas que chamamos de
objetos de céu profundo como, por exemplo, essa nuvem também próxima ao
cruzeiro. Esse objeto é chamado de Eta Carina, é um sistema binário de estrelas, ou
seja, existe duas estrelas girando uma ao redor da outra e uma delas a maior, ejetou
matéria, essencialmente gases, formando essa nuvem ao redor do sistema.
Continuando aqui no horizonte sul podemos observar duas estruturas. A Grande e a
Pequena nuvem de Magalhães, mas não se tratam de nuvens e sim de duas
galáxias menores que giram ao redor da nossa galáxia, são satélites. Elas possuem
esse nome por causa também do navegador Fernão de Magalhães. Esse outro
objeto bem discreto é o que chamamos de aglomerado globular de estrelas,
conhecido como Ômega Centauro localizado na constelação do centauro. Os
aglomerados globulares são agrupamentos de milhões de estrelas e representam
estruturas muito antigas do universo. Visto de um telescópio superpotente parece
um enxame, mas não de abelhas e sim de estrelas! Voltando nossos olhares ao
horizonte norte temos esta estrela a mais brilhante da constelação do Boieiro,
chamada Arcturus uma gigante estrela laranja.
81 PERGUNTA:
(Vamos usar os recursos do planetário para avançar as horas?)
NARRADOR:
166
Estamos agora contemplando o céu estrelado da alta madrugada. Como vocês
perceberam o céu está diferente. Aqui no horizonte oeste quase se pondo, temos o
escorpião e se você olhou com atenção percebeu que a via láctea parece mais larga
nessa região. Nesse ponto temos uma concentração enorme de estrelas por isso
aqui é mais bojudo ou mais largo. O interessante que essa região está localizada o
centro da nossa galáxia. Aqui ao norte, podemos verificar a presença deste objeto
nebuloso semelhante a uma mancha, mas se trata de uma galáxia.
83 PERGUNTA:
(Alguém sabe qual é essa galáxia?)
84 NARRADOR: (cont’d)
Esta é a galáxia de Andrômeda! Como podemos perceber, conseguimos observar
três galáxias a olho nú no céu: A grande e Pequena Nuvem de Magalhães e a
galáxia de Andrômeda. Esta galáxia é o objeto mais distante que podemos observar
a olho nu. Se pudéssemos viajar com nossa nave incrivelmente rápida na velocidade
da luz, demoraríamos mais de dois milhões de anos para chegar até lá. Bom
pessoal poderíamos ficar aqui horas e horas observando este céu perfeito, mas
precisamos voltar para o presente para nossa realidade e assim como os antigos
astrônomos esperamos que tenham se encantado ainda mais por essa ciência tão
fascinante que é a astronomia.
85 PERGUNTA:
(Estão preparados para voltar?)
(NASCER DO SOL)
(CRÉDITOS)
87 NARRADOR: (cont’d)
Apreciem um belo nascer do Sol aqui na cidade de Santo André!!
167
Pedimos a todos que permaneçam sentados enquanto a sala estiver escurecida.
Fim.
Anexo III
Prova final de Ciências e Geografia
EMEIEF CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
1. A TERRA tem mais de 15 movimentos, 2 são mais importantes. Quais são eles?
168
g. O nome do Sistema Solar é devido a sua principal estrela ser o
_______________.
h. A Terra possui ______ satélite natural, é um planeta ______ rochoso e tem
______ calotas polares.
i. A _______________ precisa de Sol, ____________, _____________e
________________________
_____________________ e acontece nas _______________das árvores.
___________________________________________________________________
________________
___________________________________________________________________
________________
___________________________________________________________________
________________
169
170