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ISPB RELATÓRIO 2023 CHIPA Versão Final - 043457

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE BENGUELA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DA SAÚDE

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

ESTUDANTE: MARGARIDA CASSOVA NGANDO CHIPA

LICENCIATURA: EM ANÁLISES CLÍNICAS

BENGUELA
2023
MARGARIDA CASSOVA NGANDO CHIPA

Relatório de Estágio apresentado ao Instituto


Superior Politécnico de Benguela, como requisito
parcial para obtenção do Grau de Licenciado em
Análises Clínicas.

Supervisores:
Prof. José Varela,
Prof. Domingos Samatuca
Prof. Maria Laurinda Baptista
Prof. Leonel Mendes
Prof. Nataniel Chinjengue
Prof. Isabel Catraio

BENGUELA
2023
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................3

2. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DO ESTÁGIO ...................................................4

2.1. Localização da instituição ....................................................................................4

2.1. Tipo de instituição .................................................................................................4

2.3. Breve historial da Instituição ................................................................................5

2.4. Estrutura Organizacional ......................................................................................6

3. SOBRE ESTÁGIO .......................................................................................................8

3.1. Observação e análise ........................................................................................... 8

3.2. Actividades desenvolvidas / Atendimento ........................................................... 8

3.3. Participação em eventos ....................................................................................10

3.4. Discussão das actividades desenvolvidas......................................................... 10

3.4.1. Rotina laboratorial ....................................................................................... 11

3.4.2. Gestão laboratorial ...................................................................................... 12

3.4.3. Padronização Laboratorial .......................................................................... 12

3.4.4. Coleta de amostras ..................................................................................... 13

3.4.5. Parasitologia ................................................................................................ 15

3.4.6. Microbiologia ............................................................................................... 17

3.4.7. Saúde Pública ............................................................................................. 18

4. CONCLUSÃO ............................................................................................................20

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................21


1. INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta de forma breve as actividades desenvolvidas no âmbito


do Estágio Supervisionado, no Curso de Análises Clínicas, sob a supervisão d dos
professores: Nataniel Chinjengue, Maria Laurinda Baptista, Isabel Catraio, Domingos
Samatuca, José Varela e Leonel Mendes, em diferentes unidades hospitalares da
província de Benguela.
A prática supervisionada no contexto profissional possibilita ao estudante a
vivência em situações profissionais, estabelecer articulação entre teoria e prática
profissional, propiciando reflexões sobre o processo de trabalho quotidiano em saúde
e aperfeiçoar habilidades e técnicas necessárias para a prática profissional na área
da saúde.

Objectivo

O estágio profissional em Análises Clínicas é parte integrante do plano de


estudos do Curso de Licenciatura em Análises Clínicas e tem como objectivos gerais:

• Promover a integração no meio profissional e o contacto com os outros


profissionais de saúde;
• aplicar os conhecimentos adquiridos no curso num contexto real de trabalho;
• desenvolver a capacidade de trabalho em equipa e, igualmente, de trabalho
autónomo;
• adquirir a capacidade de organização e de execução das actividades diárias de
um laboratório; e promover o contacto com os doentes, aplicando princípios
éticos e deontológicos.

Este Relatório de Estágio, apresenta os locais de estágio, a caracterização dos


respectivos laboratórios, bem como a descrição das actividades desenvolvidas.

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2. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DO ESTÁGIO

Tal como referimos anteriormente, o estágio supervisionado foi realizado em


várias unidades hospitalares sediadas na Província de Benguela, nomeadamente: o
Centro Clínico Universitário de Benguela (CCUB), Hospital Municipal de Benguela
(HMB), Direcção Municipal de Saúde de Benguela (DMS-B), Hospital Geral de
Benguela (HGB), e Direcção Municipal de Saúde do Lobito (DMS-L).

2.1. Localização da instituição

• Centro Clínico Universitário de Benguela (CCUB), ou Laboratório Clínico


Industrial (LCI), está localizado na Província de Benguela, Município de
Benguela, na Avenida Governador Moutinho.
• O Hospital Municipal de Benguela (HMB) está localizado na Província de
Benguela, Município de Benguela, bairro 70, na via expressa do aeroporto 17
de Setembro.
• A Direcção Municipal de Saúde de Benguela (DMSB) está localizada na
Província de Benguela, Município de Benguela, na Rua Santo Tomé Príncipe.
• O Hospital Geral de Benguela (HGB) está localizado na Província de Benguela,
Município de Benguela, Rua 31 de Janeiro.
• A Direcção Municipal de Saúde do Lobito (DMSL) está localizada na Província
de Benguela, Município do Lobito, Bairro da Restinga, Rua Dr. Vieira Machado.

2.1. Tipo de instituição

Hospital Geral de Benguela (HGB): é uma organização pública tem diversas


áreas que o compõem, dentre elas está os laboratórios de Análises Clínicas umas das
áreas bastantes requeridas auxiliando as demais áreas no fornecimento de
diagnósticos dos pacientes. Ele presta diversos serviços de assistência da saúde a
população em diversas áreas, é uma unidade de referência para toda região centro-
oeste do país.
Hospital Municipal de Benguela (HMB): é um hospital público que faz
assistência de saúde à população local. A unidade é composta por dois laboratórios
de análises sendo um de urgência (Laboratório de Banco de urgência) e um de rotina
(Laboratório do Banco Externo).

4
Centro Clínico Universitário de Benguela (CCUB) ou Laboratório Clínico
Industrial (LCI): trata-se de um laboratório privado, que realiza atendimento público
à comunidade através de realização de diversas análises ou exames laboratoriais que
alguns laboratórios públicos não realizam frequentemente.
Direcção Municipal de Saúde de Benguela (DMSB): é uma instituição pública
pertencente ao Ministério da Saúde que desenvolve actividades de vigilância,
promoção e prevenção de assuntos relacionados com o estado saúde/doença da
comunidade. A Direcção Municipal recolhe os dados fornecidos nos postos, centros e
hospitais do município, e com base nessas informações produz-se um relatório sobre
a situação epidemiológica e de saúde pública.
Direcção Municipal da Saúde do Lobito (DMSL): faz parte do sistema de
saúde de Angola e tem como objectivo principal promover a saúde e prevenir doença
na população local. Sendo responsável por supervisionar e coordenar as unidades de
saúde, implementar programa de saúde, fornecer assistência médica e melhorar a
qualidade dos serviços de saúde a nível do município.

2.3. Breve historial da Instituição

Hospital Geral De Benguela: é uma das instituições de saúde mais antigas da


província de Benguela. Ao longo dos anos, o hospital passou por expansões e
melhorias para atender às necessidades crescentes da população e avanços na área
da saúde. O Hospital foi construído no dia 10 de Fevereiro de 1896, inicialmente
denominado de Dom Carlos I. No mês de Março de 2006 o Hospital Geral de Benguela
foi reconstruído e entregado no dia 15 de Outubro de 2006.

Hospital Municipal De Benguela: O Hospital Municipal de Benguela é uma


instituição de saúde de primeiro nível aprovado pelo despacho n° 221/12 de 17 de
Outubro, publicado no Diário da República, inaugurado em 28 de Junho de 2010 e
está sob tutela da Administração Municipal de Benguela como unidade orçamental e
da Direcção Municipal de Saúde de Benguela.

CCUB- Centro Clínico Universitário de Benguela: está localizado dentro do


Instituto Superior Politécnico de Benguela, fundado em 2012.

Direcção Municipal da Saúde do Lobito (DMSL) foi criada após a


independência em 1975. Já foi chamado de delegacia municipal de saúde, Direcção

5
municipal de saúde, Repartição municipal de saúde, e agora é chamada de Direção
municipal de saúde.

2.4. Estrutura Organizacional

Hospital Geral de Benguela apresenta a seguinte organização:


➢ Conselho Geral;
➢ Director Geral;
➢ Conselho fiscal,
➢ Secretaria de apoio;
➢ Direcção clínica,
➢ Direcção de Enfermagem;
➢ Direcção pedagógica e científica;
➢ Administração:
➢ Enfermarias,
➢ Laboratórios (Laboratório central para consultas externas e internas; Laboratório do
banco de urgência da pediatria; Laboratório do banco de urgência para adultos)
➢ Hemoterapia ou banco de sangue.

Hospital Municipal de Benguela apresenta a seguinte hierarquia: Director


geral, Directora Clínica, Director Administrativo, Chefe da Secção do Laboratório. Em
linhas gerais, essa unidade hospitalar comporta: um laboratório para consultas
externas; um laboratório de banco de urgência e um banco de sangue (hemoterapia).

Direcção Municipal de Saúde Pública de Benguela: é composta de uma


direção principal que possui chefes e subchefes, Direção dos Recursos Humanos,
área onde são feitos documentos como atestados e cartões de vacinações, boletins
de óbito, PAV, programas de saúde pública, W.C, armazém de medicamentos e
cozinha.

A referida instituição apresenta os seguintes programas:

➢ Programa alargado de vacinação (PAV)


➢ Programa de vigilância epidemiológica (PVE)
➢ Programa de saúde infantil e de adolescência (PSIA)
➢ Programa de nutrição (PN).
➢ Programa de controlo de tubérculos (PCT)

6
➢ Programa de doenças negligenciadas (PDN)
➢ Programa de saúde ambiental (PSA)
➢ Programa de luta contra o VIH/SIDA (PLC VIH/SIDA)
➢ Programa de combate a malaria (PCM)
➢ Programa de supervisão de laboratório (PSL)
➢ Programa de Saúde reprodutiva (PSR)
➢ Programa do cancro (PC)
➢ Programa de Saúde Escolar (PSE)
➢ Programa de Saúde mental (PSM)
➢ Programa de Saúde bocal (PSB)
➢ INALUD

CCUB- Centro Clínico Universitário de Benguela está constituído pelas


seguintes áreas:

➢ Hematologia
➢ Química clínica
➢ Imunologia
➢ Microbiologia

7
3. SOBRE ESTÁGIO

3.1. Observação e análise

Durante o estágio, tive o privilégio de lidar com diferentes realidades ou contexto


profissional. Pude observar a estrutura externa e interna das unidades hospitalares
onde estagiou; sobretudo as áreas de laboratório.

Por outro lado, foi possível constatar que o estágio é uma etapa importante no
processo do desenvolvimento e aprendizagem do estudante, porque promove
oportunidades de vivenciar na prática, conteúdos académicos, proporcionando desta
forma aquisição de conhecimentos e atitudes relacionados com a profissão escolhida
pelo estagiário, além disso o programa de estágio permite a troca de experiência entre
os funcionários de trabalho, bem como o intercâmbio de novas ideias, conceitos,
planos e estratégias.

3.2. Actividades desenvolvidas / Atendimento

O estágio teve início no dia 06 de março de 2023, fiz parte do turno da Manhã e noite
realizava os estágios nas instituições acima mencionadas semanalmente conforme
mostra a tabela abaixo.

Local de estágio Dias de semana


2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira
CCUB
HMB
DMSB
HGB
DMSL

Centro Clínico Universitário De Benguela


Sector Área Actividades realizadas
CCUB CCUB Apresentação e breves considerações sobre a
dinâmica laboratorial
CCUB Microbiologia Preparação dos meios de cultura

CCUB Microbiologia Semeadura da urocultura


CCUB Hematologia Hemograma

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Hospital Municipal de Benguela
Sector Área Actividades realizadas
Hemoterapia Hemoterapia Tipagem sanguínea
Triagem
Colecta Intransportável
Banco Preparação da Giesa
Externo Parasitologia Coleta do exudado vaginal
Exame Físico Da Urina

Direcção Municipal Da Saúde De Benguela


Sector Actividades realizadas
DMS Apresentação, Revisão e Breves considerações sobre
o estágio.
Cancro Apresentação do Programa
Saúde escolar Definição, finalidade, consequência
DMS e Mercado Informal Projecto de Intervenção no Mercado Informal do 04
do 04
Saúde Mental Consequências e Causas
SHT Segurança e Higiene no Trabalho
Doenças crônicas não Objectivos e Principais Indicadores
transmissíveis
Planeamento Familiar Definição e sua importância

Hospital Geral de Benguela


Sector Área Actividades realizadas
Lab. B.U Coleta Intransportável
Lab. B.U Coleta Punção Capilar e Esfregaço sanguíneo
Hemograma
Lab. B.U Coleta Velocidade de Hemo Sedimentação

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Direção Municipal Do Lobito

Sector Actividades desenvolvidas


DMS Apresentação e Breves considerações
sobre o estágio.
Depósito de Medicamentos Apresentação dos programas da Saúde
Pública e controlo de endemias
Depósito de Medicamentos Separação dos frascos das vacinas da
Covid- 19
PAV. Bairro da Lixeira /Lobito Feira de Vacinação
ISPB Jornada Científica
ISPB Jornada Científica
ISPB 1ª Amostra Científica
Malária Forma de transmissão e como erradicar
Planeamento familiar Definição, objectivos e importância

3.3. Participação em eventos

Durante o estágio participei em actividades como: feiras da saúde, jornada científica,


1ª amostra científica. De facto, foi uma experiência bastante enriquecedora, visto que
me proporcionou novas aprendizagens.

3.4. Discussão das actividades desenvolvidas

Ao longo do estágio, realizei várias actividades em diversas áreas do


laboratório, designadamente: Hematologia, Microbiologia, Parasitologia e Saúde
Pública.

Antes da descrição das actividades desenvolvidas, importa referir que análises


clínicas é um termo utilizado para designar exames que buscam estudar de forma
aprofundada os diferentes componentes biológicos do organismo, como sangue, urina
e fezes, por exemplo.

Além disso, o estudo de análises clínicas também pode envolver outras


substâncias do corpo, como a saliva e o sêmen, pedaços de tecido removidos por
conta de biópsias, líquido cefalorraquidiano e outros.

Esses materiais podem ser coletados em um laboratório médico especializado,


10
em um hospital ou até mesmo na coleta domiciliar. No caso de tecidos retirados por
meio de biópsia, a depender de sua localização, pode ser necessário realizar um
procedimento cirúrgico para a retirada dessas amostras.
Assim que são coletadas, as amostras são encaminhadas para as análises
clínicas. Elas são observadas em laboratório, analisadas com diferentes
equipamentos laboratoriais e, então, o paciente recebe seus resultados.
Na maior parte dos casos, as análises clínicas chegam acompanhadas de
números de referência chamados de “padrões” que servem para entender se o
paciente está dentro de parâmetros normais e esperados ou se há algo alterado em
seus exames laboratoriais.
É recomendado que as análises clínicas sejam sempre analisadas por um
médico, já que ele saberá interpretar o exame de forma correta, entendendo a
realidade do organismo de cada paciente.

3.4.1. Rotina laboratorial

todas as etapas na gestão laboratório precisam ser tratadas com toda eficiência
e segurança, desde a chegada do paciente na recepçao.com a rotina laboratorial bem
estabelecida, apoiada num bom sistema de gestão, é possível garantir o
gerenciamento e o acompanhamento de todo o fluxo laboratorial com amplo controlo
das diversas áreas.
A correria em um laboratório de análises clínicas se dá pela manhã: o período
da colheita é considerado crítico. A rotina laboratorial em várias unidades hospitalares
por onde estagiei funciona em regime de turno (manhã, tarde e noite), e escalas,
estando disponível para cada turno 1 ou mais técnicas efetivas, contando também
com estagiários de diversas instituições tanto os do médio, como os do ensino
superior, tendo estes os mesmos objetivos.

O dia-a-dia no laboratório clínico começa pela chegada dos funcionários e


estagiários, apresentação dos mesmos, preparação pessoal, preparação do ambiente
de trabalho, materiais, reagentes, entre outros.

De modo geral, os laboratórios clínicos das instituições de estágio, conta com


um vasto número de funcionários, tantos efectivos como colaboradores, com um
número significativo de estagiários, garantindo assim um atendimento profissional,
eficaz e excelente para os utentes.
11
3.4.2. Gestão laboratorial

A gestão laboratorial concentra-se na tarefa de integrar e coordenar recursos


organizacionais, para que os serviços laboratoriais sejam desempenhados com a
maior qualidade, segurança e menor custo possível. Dessa maneira, um termo chave
a ser levado em consideração por qualquer gestor de laboratório é a eficiência de suas
operações.

Biossegurança: contempla um conjunto de procedimentos, acções, técnicas,


metodologias, associadas a equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou
minimizar riscos inerentes às actividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a
saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos.
O laboratório pode ser considerado um ambiente complexo, o qual é composto
por pessoas, regentes, soluções, microorganismos, papéis entre outros, favorecendo
muitas vezes a ocorrência de acidentes. Para que funcione de forma adequada e
segura, torna-se necessário: disciplina, ética, adesão às normas e legislação, pois a
ausências desses fatores em um ambiente extremamente hostil, tornam-se
vulneráveis aos riscos que permeiam esse local. informação e a formação;
Equipamentos de Proteção Individual e coletiva, Higiene no local de trabalho são
alguns dos vários pontos que devem ser levados em consideração para manter a
segurança no laboratório.

Os equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI) são barreiras primárias


que protegem a integridades física e fisiológica do profissional quanto o ambiente de
atuação. Citando protector facial, luvas, batas (compridas e devidamente fechadas),
calçados de seguranças, etc.

3.4.3. Padronização Laboratorial

A realização de exames divide-se, classicamente em:


➢ Fase pré analítica: começa na coleta de material, seja ela feita pelo paciente (urina,
fezes e escarro), seja feita no ambiente laboratorial. Os erros da fase pré analítica são
os mais comuns atingindo cerca de 46%-68% dos erros totais de um laboratório
preenchimento inadequado do pedido, uma inadequada preparação do paciente, o uso

12
excessivo do garrote, extração lenta ou difícil, má identificação da amostra ou um
anticoagulante errado, enchimento do tubo com volume inadequado, tempo
prolongado de transporte, conservação da amostra a temperaturas inadequadas ou
centrifugação incorreta são alguns exemplos de erros que podem ser cometidos nessa
fase. A fase pré analítica deve ter prioridade a fim de reduzir os erros totais.
➢ Fase analítica: corresponde a etapa da execução da análise propriamente dita, sendo
que a manutenção dos equipamentos, a calibração, o controle de qualidade e a
preparação das amostras estão compreendidas nesta fase.
➢ Fase pós analítica: esta fase consiste na avaliação final de todos os resultados, que
culmina com a avaliação biopatológica, emissão e entrega do boletim analítico. Os
erros que resultam desta fase podem ter origem quando acontece uma falha na
comunicação, uma validação errada dos dados analíticos ou uma entrada errada
proveniente do sistema.

3.4.4. Coleta de amostras

A coleta de amostras é uma das actividades mais importante de um laboratório


de análises clínicas, na medida em que afecta a qualidade e credibilidade dos
resultados, constituindo também, na quase totalidade das vezes, o local de contacto
privilegiado entre o doente e o laboratório (Lourenço, et al., 2020).

Punção Venosa: o método mais comum de obtenção de sangue para exame


laboratorial é a venopunção. Trata-se de uma forma rápida de obter uma grande
quantidade de sangue na qual podem ser feitas várias análises diferentes.

Punção Capilar: chamada de punção dérmica é uma forma segura, rápida e


eficiente para coletar amostra de sangue. Na punção capilar, uma pequena lanceta
ou lâmina estéril é usada para perfurara pele e os capilares, para criar fluxo
sanguíneos.

Pré-coleta /Anamnese: antes de realizar exames, o laboratório deve informar


ao paciente a respeito do exame que ele irá se submeter, além de dar instruções como
a necessidade de jejum, cuidados com alimentações (caso não seja exigido jejum),
horário de funcionamento de colectas entre outros. O paciente por sua vez deve
informar ao laboratório pontos importantes, como por exemplo a utilização de algum
medicamento. Após isto, paciente é cadastrado no laboratório.

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Cadastro: toda amostra ou paciente que chega ao laboratório deve apresentar
uma requisição vinda do médico em serviço, onde devem constar os seguintes dados:

a) Nome do paciente;
b) Número de registo do paciente;
c) Sexo e idade do paciente;
d) Localização do paciente (ambulatório, ou leito-sala);
e) Código do exame solicitado.
Materiais

➢ Agulha
➢ Seringas
➢ Algodão
➢ Álcool
➢ Suporte
➢ Tubo de ensaio
➢ Recipiente para descarte
➢ Garrote
➢ Centrifuga
➢ Pipeta de pauster
➢ Lápis demográfico

Procedimentos

➢ Confira se tem a disposição de todos os materiais que precisa;


➢ Higienize as mãos;
➢ Organize os materiais conforme a ordem de uso;
➢ Explique ao paciente como será feito a coleta;
➢ Confirme com ele os dados e coloque as etiquetas nos tubos;
➢ Coloque a luva e mostre ao paciente as seringas e as agulhas nas embalagens
antes de abrir;
➢ Veja onde deve fazer a punção venosa;
➢ Faça assepsia do local e garroteie o braço do paciente pedindo para ele feche a
mão;
➢ Tire a capa da agulha, faça a punção, solte o garrote e peça para o paciente abrir
a mão;
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➢ Coloque a quantidade de sangue necessária (3ml) para realização do exame
solicitado;
➢ Quando terminar, retire agulha, peça para que paciente faça pressão em 3
minutos em média e acione dispositivo de segurança da agulha;
➢ Descarte a agulha e coloque o sangue em tubo de coleta (seco);
➢ Faça um curativo ao paciente e oriente para que continue pressionando o local;
➢ Deixar o sangue em repouso durante 30 minutos;
➢ Após o cumprimento do tempo necessário levar o tubo do ensaio contendo o
sangue para a centrifuga, cuidadosamente calibrar; onde haverá uma força
centrifuga de 3.500 rpm durante 15 minutos, após este tempo retira-se os tubos
e observarás uma separação dos elementos figurados do sangue e o soro.

Medidas de segurança: na execução dos procedimentos tenho usado os


equipamentos de proteção individual (EPI) como bata de mangas cumpridas,
mascaras e luvas descartáveis. Sem esquecer a atenção com os materiais perfuro
cortantes.

3.4.5. Parasitologia

PP (pesquisa de Plasmódio):
Método: Microscopia ótica e imunocromatograficos.
Princípio: pesquisa de plasmódio.
Gota espessa – sua técnica baseia-se na visualização das formas do parasito
através de microscopia óptica, após coloração pelo método de Walker ou Giemsa.
Permite a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise de sua coloração,
morfologia e estágios de desenvolvimento no sangue periférico, devido à sua alta
concentração.
Esfregaço – é o método mais utilizado para a identificação das espécies de
plasmódios, porém a sensibilidade do diagnóstico é menor que o da gota espessa, em
virtude da menor concentração do sangue. A preparação é corada pelos métodos de
Giemsa ou Wright.
Coloração da gota espessa
A colaração da gota espessa pode ser feita através de vários. Desta feita,
trabalhamos com o método de Giemsa.

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Procedimento técnico para preparo da solução corante Giemsa:
➢ Em um tubo de ensaio, misture 3 gotas do corante Giemsa para cada 2ml de
água destilada.
➢ Fixar o esfregaço, cobrindo-o com 15 a 20 gotas de metanol por 2 minutos.
➢ Escorrer o álcool metílico e, sem lavar ou deixar secar, cobrir a lâmina com
solução de uso de Giemsa (aproximadamente 5ml).
➢ Proceder à coloração por 10 minutos.
➢ Lavar a lâmina em água corrente e deixá-la secar em posição vertical.

Hematologia
Hemograma completo é um exame utilizado para avaliar as três linhagens
sanguíneas, sendo elas: os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas,
permitindo conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias.
É um dos exames de sangue mais útil e mais solicitado na prática médica (Dalaqua
(2016).
Material: sangue total com EDTA, volume mínimo 5,0 ml.
Método: contagem eletrônica automatizada (técnica utilizada nos laboratórios
clínicos, por ser rápida, reprodutível e confiável).
Princípio: impedância elétrica e dispersão da luz.

Velocidade de hemossedimentação (VHS) reflete o aumento da


concentração plasmática de proteínas de fase aguda, principalmente a de
fibrinogênio. Avalia, portanto, uma resposta lenta por medida indireta. A sedimentação
depende da agregação das hemácias. Devido a suas cargas negativas, elas tendem
a se repelir, porém a presença de outras moléculas carregadas positivamente pode
neutralizar a repulsão e permitir a formação do rouleaux – agregação eritrocitária em
torno do mesmo eixo que, por ser mais pesado, tende a se depositar no fundo.

Método: Neste método emprega-se a pipeta de Westergren, graduada de 0 a


200 mm, que é preenchida com sangue oxalatado* até a marca zero. A pipeta é fixada
na posição vertical em um suporte próprio e a leitura da VHS é feita na 1ª. e na 2ª.
Hora.

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3.4.6. Microbiologia

Meios de Cultura: os meios de cultura também podem ser classificados


como líquidos, sólidos ou semi-sólidos. Os meios líquidos (também conhecidos
como caldos), assim como os semi-sólidos, são acondicionados em tubos de ensaio.
Já os meios sólidos são preparados adicionando-se ágar ao meio líquido e posterior
colocação em tubos de ensaio ou placas de Petri, onde o meio se solidifica.
Preparação de meios de cultura: Para o cultivo e identificação de
microrganismos, usam-se soluções e substâncias nutritivas chamadas meios de
cultura, que devem atender às exigências nutricionais das espécies a serem
cultivadas.
Objectivo: Preparar diferentes meios de cultura a serem utilizados para o
cultivo de microrganismos.
Material: Meio de cultura desidratado; Béqueres; Balões Volumétricos; Água
Destilada; Balança; Placas de Petri.
Método: Pesar o pó, seguindo o protocolo indicado, e adicionar separadamente
à água destilada, tomando-se o cuidado de homogeneizar a cada componente
adicionado. Os meios de cultura mais utilizados em laboratórios de microbiologia
estão disponíveis comercialmente, já na forma desidratada. Nestes casos, pesar a
quantidade de mistura especificada na embalagem do produto e acrescentar à água
destilada.
Técnica de semeadura: a escolha da técnica para o cultivo de
microrganismos varia de acordo com o tipo de meio de cultura e a finalidade do cultivo.
Desse modo, algumas regras devem ser seguidas nas inoculações:

As alças devem ser esterilizadas por flambagem antes e após qualquer cultivo.
Tome cuidado de esfriá-las antes da coleta.

Os recipientes devem sempre ser abertos próximos à chama do bico de


Bunsen.

Deve-se evitar ao máximo que as tampas dos tubos e placas Petri sob a
bancada durante o cultivo.

Para garantir uma semeadura correta, deve-se evitar ao máximo perfurar ou


rasgar o Ágar, pois poderá ocorrer acúmulo de bactérias neste setor do meio além de
alterar as condições de crescimento bacteriano.

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Semeadura em meio (Placa de Petri – técnica do esgotamento)
➢ Divida a Placa de Petri em três partes, fazendo linhas com pincel marcador na
parte de baixo da placa.
➢ Mergulhe a alça de platina esterilizada na cultura bacteriana que lhe é
apresentada.
➢ Faça estrias em cada divisão, respeitando as linhas e utilizando da melhor
forma possível toda a superfície da placa.

Exsudado vaginal: é um teste realizado na vagina e colo do útero para determinar


se uma mulher tem certos tipos de infecções ou para verificar a presença de
organismos estranhos.
Para a realização deste exame a utente não deve:
➢ Estar a fazer nos 3 dias que antecedem a colheita (preferencialmente uma
semana) terapêutica com: antibióticos ou anti-fúngicos orais; óvulos, cremes ou
geles de aplicação intra-vaginal.
➢ Ter relações sexuais nos 2 dias que antecedem a colheita
➢ Estar menstruada
No dia da colheita, a utente deve lavar-se apenas com água abundante e sabão
(outros produtos poderão alterar resultado).

3.4.7. Saúde Pública

É uma das áreas de saúde, que visa dar proteção da saúde a nível
populacional,procurando melhorar as condições de saúde das comunidades. Das
várias funções da saúde pública, destacam-se:

➢ A prevenção epidemio-patológica (com vacinações gratuitas)


➢ A proteção sanitária (controlo do meio ambiente e da contaminação)
➢ A promoção sanitária (através da educação)
➢ A restauração sanitária (para recuperar a saúde

Programa de malária: é um programa que procura erradicar esta doença aqui


no município mediante o combate das larvas e dos matadouros. Uma vez que a
malária é uma doença endêmica aqui no nosso país.

A Organização Mundial de Saúde(OMS), está preocupada com a estagnação


do número de casos de malária ao nível mundial.
18
Em Angola, malária é um problema dominante da saúde pública é a primeira
causa de morte, de doença e de absentismo laboral e escolar. Esta representa cerca
de 35% da demanda de cuidados curativos, 20% de internamentos hospitalares, 40%
das mortes perinatais e 25% de mortalidade materna.

Programa Do Planeamento Familiar: o programa de planeamento familiar é


uma iniciativa da saúde pública que tem como objetivo promover o acesso universal
a serviços de saúde reprodutiva e planeamento familiar. Seu objetivo principal é
capacitar indivíduos e casais para tomarem decisões informadas sobre o momento e
o espaçamento de suas gestações, bem como para garantir o acesso a métodos
contraceptivos eficazes.

Os objectivos específicos do programa de planeamento familiar podem variar


de acordo com as necessidades e prioridades de cada país ou região. No entanto,
eles geralmente incluem:
➢ Acesso a informações e serviços
➢ Disponibilidade de métodos contraceptivos
➢ Acesso equitativo
➢ Saúde materna e infantil
➢ Planeamento familiar como um direito humano.

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4. CONCLUSÃO

A experiência adquirida no estágio possibilitou-nos afirmar ou modificar a visão


profissional, além do que foi uma óptima oportunidade para aprimorar e desenvolver
novas habilidades em Análises Clínicas.

O referido estágio foi realizado em várias unidades hospitalares da província


de Benguela. É um processo de uma aprendizagem positiva, pois facilita a nossa
inclusão na realidade do serviço de atenção básica.

Visto que o nosso estágio é para nos preparar para sermos um bom
profissional de saúde, é de salientar que exige muito dos estudantes ter
conhecimentos e competências para melhor elaboração das actividades técnicas. É
necessário termos também qualidades como empatia, sensibilidade, amabilidade e
acima de tudo o respeito pelos doentes. Se assim formos seremos excelentes
profissionais de saúde.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Dalaqua, Márcio Carvalho (2016). Hemograma: O que é, para que serve e como
interpretá-lo. ( Ss.d). Academia de Ciências e Tecnologia.

Lourenço, Rafaela Gessner; Lima, Allan Kardec de; Santos, Deivisson Vianna Dantas
dos; Alessi, Sandra Mara, Daniel, Edevar (2020). Manual de tubos de coleta de
sangue. Curitiba: Universidade Federal do Paraná.

Naoum, Paulo Cesar e Naoum, Flávio Augusto (2008). Hematologia Laboratorial –


Eritrócitos. 2ª Edição, São Paulo: AC&T - Academia de Ciência e Tecnologia.

Rios, Danyelle Romana Alves e Carvalho, Maria das Graças (2020). Atlas De
Hematologia. Universidade Federal De São João Del-Rei – UFSJ.

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