Processo Civil 2
Processo Civil 2
Processo Civil 2
JURISDIÇÃO
CONCEITO
É a função atribuída a terceiro imparcial (que pode ser um juiz ou um árbitro) de realizar o direito de
modo imperativo e criativo, reconhecendo, efetivando e protegendo situações jurídicas concretamente
deduzidas, em decisão insuscetível de controle externo e com aptidão para tornar-se indiscutível
Jurisdição estatal
HETEROCOMPOSIÇÃO
Arbitragem (privada)
Conciliação
AUTOCOMPOSIÇÃO
Mediação
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
a) Inércia
- O juiz não pode instaurar um processo de ofício
- A jurisdição é tipicamente inerte. Ela não vai em busca do problema, é o problema que a procura
ATENÇÃO Não confunda instaurar o processo de ofício com agir de ofício. O juiz que personifica essa
atividade jurisdicional não pode instaurar o processo sem a petição inicial. Porém, uma vez instaurada a
relação processual, o juiz pode praticar diversos atos de ofício (exemplo: medidas cautelares).
b) Imparcialidade
- A atividade jurisdicional, seja por árbitro, seja por juiz, pressupõe a imparcialidade prestada por
alguém que não tenha interesse nem objetivo, nem subjetivo, na solução do conflito-
art. 144 (impedimento) Critério objetivo- Case se enquadre na situação, será impedido
c) Substitutividade
- substitutividade é a decisão e a vontade, não das partes, mas sim do juiz ou do árbitro, vontade essa
que substitui a vontade das partes.
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d) Definitividade
- O que for definido se tornará definitivo e lei entre as partes
- O que o árbitro e o juiz decidirem se tornará um título executivo judicial e não poderá mais ser
atacado. A definitividade só se torna lei entre as partes do processo.
e) Unicidade e indivisibilidade
- A jurisdição é una e indivisível. O que se fraciona não é o poder em si, e sim a competência.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
a) Inafastabilidade
- Não seria necessário se exaurir a fase administrativa ou extrajudicial para a busca da solução de uma
lesão ou ameaça de direito, conforme esse princípio.
b) Indelegabilidade
- Delegar é transferir para outra pessoa a responsabilidade.
- A jurisdição é indelegável.
Mas há exceções. Por exemplo, a expedição de cartas comporta atos de delegação, não
necessariamente o poder decisório, mas atos procedimentais (carta precatória)
c) Indeclinabilidade
- O juiz não pode declinar de julgar um conflito, salvo quando ele for incompetente. Esse princípio evita
o non liquet, quando o processo fica sem solução
d) Territorialidade
- O juiz tem a sua jurisdição e exerce o seu poder dentro da sua competência territorial.
Exemplo: as decisões de um desembargador do TJ-PE não podem atingir outros estados, e sim apenas
Pernambuco. O mesmo vale para tribunais regionais (o TRF 1 terá poder apenas nos estados que
compreendem a sua área de atuação).
e) Juiz Natural
- O terceiro imparcial deve ser legalmente investido no cargo, sem a admissão de tribunais de exceção.
• Jurisdição voluntária quando não há conflito, em que as partes decidem a solução; nesse
caso, o juiz atua como um fiscal.
• Jurisdição cível toda matéria que não for Penal (const. Trib,...)
X
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- Caso um estrangeiro entre com uma ação no Brasil e uma no estrangeiro, em caso de competência
concorrente, não há litispendência.
- Pode ter litispendência se houver tratado ou acordo bilateral, conforme art. 24.
-Se a ação correr primeiro na Espanha e o autor ganhar, ele pode trazer o processo para o Brasil (via
homologação no STJ) e pedir a extinção no processo brasileiro, mas não por litispendência, e sim por
existência de coisa julgada
COMPETÊNCIA
Competência é o critério de distribuir entre os vários órgãos judiciários as atribuições relativas ao
desempenho da jurisdição (Prof. Humberto Theodoro Jr.).
Obs.: todo juiz tem jurisdição, todo juiz tem poder, mas nem todo o juiz tem poder para tudo. Os limites
dessa sua jurisdição são a sua competência.
INCOMPETÊNCIA
Salvo decisão em contrário, os atos continuam produzindo efeitos (art. 64, § 4º)
Reconhecida da incompetência Juiz deve declinar da competência e remeter os autos ao juiz que
entende ser competente
- Tanto a incompetência absoluta como a incompetência relativa deverão ser arguidas pelo réu na
contestação/primeira oportunidade que tiver para falar nos autos (se for ação de conhecimento)
- A incompetência absoluta é um vício insuscetível de preclusão, portanto, deve ser alegada pela parte
na primeira oportunidade que tem para falar nos autos
ATENÇÃO Incompetência absoluta deve ser alegada na primeira oportunidade, pode ser alegada
depois por simples petição, a qualquer tempo e grau de JURISDIÇÃO ORDINÁRIA, pois na JURISDIÇÃO
EXTRAORDINÁRIA a madeira de incompetência absoluta mesmo sendo cognoscível de oficio, não
dispensa o requisito do prequestionamento
Se a parte que deveria falar, como preliminar à contestação, dentro dos embargos da execução ou
dentro da impugnação com o cumprimento de sentença, não fala sobre a incompetência absoluta, como
a matéria é cognoscível de ofício, mesmo não alegado na primeira oportunidade, a incompetência
absoluta poderá ser alegada posteriormente
Desse modo, o vício, inclusive, transcende a formação da coisa julgada (prazo bienal de dois anos para
promover uma ação rescisória, para desconstituir a decisão proferida por um juiz absolutamente
incompetente).
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Exceção à Súmula n. 33 do STJ Para essas situações em que há abusividade na cláusula de eleição
de foro, o STJ entende que o juiz pode não só reconhecer, com base no CDC, a abusividade da cláusula
de eleição de foro, como também, nesses casos, pode declinar de sua competência e remeter os autos
para o juiz competente.
- Observar alegação nas execuções (art. 525, §1º, V e art. 917, V).
Prorrogação de competência O juiz que era incompetente se torna competente pela inercia de quem
tinha que alegar (só ocorre na relativa)
Art. 340 Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio
do réu...
PERPETUATIO JURISDICTIONIS
- Art. 43
- Quando se propõe uma ação que verse sobre direito obrigacional (um contrato, por exemplo), essa
ação tem que ser proposta, via de regra, no foro de domicílio do réu. Quando a ação for distribuída, o
critério de endereçamento da petição é o domicílio do réu.
- Caso o réu se mude no curso da ação, não é possível fazer a redistribuição do feito, por conta do
princípio da perpetuatio jurisdictionis.
- função
- Há uma linha jurisprudencial do STJ mitigando a perpetuatio jurisdictionis quando for para beneficiar
menor
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- Dessa forma, o STJ determina que o juiz não pode indeferir o requerimento de redistribuição do feito
para outra comarca, se houver indícios de incidência do parágrafo único do art. 516. O juiz deve deferir
o pedido, pois se trata de prerrogativa do credor
2 • Continência:
Semelhança entre ações
– Mesmas partes;
Quando houver semelhança total – mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido – trata-se
de litispendência (as ações ainda estão em curso) ou coisa julgada (quando uma das ações já tiver
formado coisa julgada).
A litispendência gera a extinção sem resolução de mérito da segunda ação, nos termos do art. 485,
inciso V do CPC. Essa sentença será sem resolução do mérito, pois:
• No caso da coisa julgada, o mérito já foi julgado no processo que transitou em julgado, não podendo
ser violado.
Súmula n. 235 do STJ, “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”.
Assim, não ocorrerá a reunião dos processos se uma das ações conexas já houver sido sentenciada.
- Nesse caso, não haverá reunião desses processos, pois já houve sentença em um dos
processos. As ações continuam sendo conexas, apenas não haverá reunião dos processos
- A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento (art. 58)
O registro ou a distribuição da
petição inicial torna prevento o
juízo (art. 59)
- Quando primeiro for distribuída a causa continente e, após, a causa contida. Nesse caso, não haverá
reunião por continência, e a causa “contida” deve ser extinta sem resolução do mérito.
- Quando primeiro for distribuída a causa contida (pedido menor) e, após, a causa continente (pedido
mais amplo), as ações devem ser reunidas.
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- A conexão/continência pode ser reconhecida de ofício, art. 337, § 5º, a contrario sensu
-Embora os processos tenham a mesma origem, não haverá reunião, pois são competências em razão da
matéria (competência absoluta).
- Desta forma, em competência absoluta (matéria, pessoa e função) não há alteração por conexão e
continência.
3 • Foro de Eleição;
4 • Alegação de incompetência;
5• Prevenção.
- A maior parte da doutrina, portanto, entende que esta competência não pode ser ampliada por
legislação infraconstitucional.
- Deve-se entender pessoa como a presença da União e demais entes federais num dos polos da relação
processual.
- A justiça federal é classificada como jurisdição comum e não jurisdição especializada. As jurisdições
especializadas são as seguintes:
* Trabalhista
* Militar
* Eleitoral.
- Conselhos de fiscalização profissional (são tidos como autarquias federais): CRM, CREA, OAB etc.
Súmula n. 42 do STJ As sociedades de economia mista (Banco do Brasil; Petrobras etc.), porém, estão
fora da jurisdição da competência federal
Súmula n. 556 do STF cabe à justiça comum julgar os casos envolvendo as sociedades de economia
mista.
- Ainda, considerando o texto do art. 109 da CF, entende-se que a ação originária pode até mesmo não
ser diretamente direcionada a um ente federal, mas a União pode, se quiser, ingressar na ação na
qualidade de assistente ou de oponente, fazendo assim com que o processo seja deslocado para a
justiça federal.
- Quando o ente federal for chamado ao processo na condição de amicus curi, o processo não será
levado à Justiça Federal, pois a intervenção do amicus curi não altera a competência, conforme consta
no art. 138 do CPC/2015.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil
os autos serão remetidos ao juízo federal competente se e acidente de trabalho;
nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades
autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro
interveniente, exceto as ações:
- . Conforme o art. 109 da CF, 3° parágrafo, a Lei poderá autorizar que as causas de competência da
Justiça Federal em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas
e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal
Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente foro de situação da coisa
PEGADINHA DA BANCA É possível, em alguns casos, que competências relativas a bens imóveis sejam
relativas, e não absolutas, como prevê o art. 47, § 1º, por meio da expressão “o autor pode optar pelo
foro...”
Súmula n. 11 do STJ: “A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial,
não afasta a competência do foro da situação do imóvel.”
A usucapião extraordinária ou ordinária requer que a ação seja deslocada para a Justiça Federal.
Por outro lado, a usucapião especial requer que a ação remanesça na Justiça Estadual, ainda que haja a
presença da União.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Os conflitos de competência podem assim ser divididos (espécies de conflito):
• TRF julga conflito entre: juiz federal x juiz federal, ambos de mesma região.
• TJ julga conflito entre: juiz de direito x juiz de direito (ex.: juízes do TJRJ, sendo um do Rio de Janeiro e
outro de Niterói).
Súmula 428 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre
juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária
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Súmula 3 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência verificado, na
respectiva região, entre juiz federal e juiz estadual investido em jurisdição federal.
Súmula 22 do STJ: Não há conflito de competência entre o Tribunal de Justiça e Tribunal de Alçada do
mesmo Estado-membro.
- das partes
Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer: - pelo Ministério Público
- pelo juiz
Em conflito de competência, o Ministério Público pode ser o órgão suscitante. Não suscitando o conflito,
o Ministério Público não estará como parte. Além disso, quando não for parte, o MP somente será
ouvido nos casos em que houver interesse do MP
• Juiz – de ofício
São as pessoas que podem suscitar o conflito: • Ministério Público – por meio de petição;
- Em caso de urgência Relator designara um dos juízes para resolver em caráter provisório
Art. 957.- Às vezes, o conflito se instaura entre dois juízes, que estão em conflitos, e o tribunal pode
muito bem entender que há competência de um terceiro juiz
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- O conflito poderá ser julgado liminarmente, quando a questão estiver pacificada, quando houver
súmula do STF, do STJ, do próprio tribunal, IRDR e IAC.
COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA
Cooperação Nacional
A cooperação judiciária pode ser estabelecida a partir de uma solicitação, de uma delegação ou de um
concerto.
- Solicitação: tem por objetivo a prática de um ou alguns atos determinados. Ela é solicitada de forma
simples e deve ser atendida prontamente (carta precatória, por exemplo)
- Cooperação: Se da por delegação ocorre quando um órgão jurisdicional transfere a outro, a ele
vinculado, competência para a prática de um ou alguns atos (a carta de ordem, por exemplo).
- Ato concertado: tem por objetivo a disciplina de uma série de atos indeterminados, regulando uma
relação permanente entre os juízos cooperantes.
Ação
Conceito
É o direito fundamental composto por um conjunto de situações jurídicas, que garantem ao seu titular o
poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tempestiva e efetiva.
- a jurisdição não vai instaurar um processo de ofício, já que uma das características da atividade
jurisdicional é a inércia. Então, precisamos provocar a atividade jurisdicional para que ela instaure o
processo para resolver a lide. O objetivo da ação é funcionar como um instrumento de provocação da
jurisdição para que, através dela, se instaure um processo com o objetivo de resolver a lide.
CPC/2015:
- Interesse
Condições/requisitos/pressuposto subjetivo da ação (art. 17)
- legitimidade.
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- Quando esse processo é extinto, porque o pedido é impossível, há uma sentença sem resolução do
mérito. Se há sentença sem resolução de mérito, a ação normalmente pode ser reproposta, de acordo
com o art. 486, caput
- Para repropor a ação, será necessário corrigir o vício que gerou a extinção anterior, art. 486, § 1º.
- Se, no caso concreto, essa correção gerou mudança de ação e não há interesse, cabe ação rescisória
contra decisões que não apreciaram o mérito, mas que estejam impedindo a repropositura da ação, de
acordo com o art. 966, § 2º.
- Para outra parte da doutrina, a possibilidade virou o mérito. Portanto, se o pedido é impossível, ele
deve ser julgado improcedente, ex.: pedido de cobrança de dívida de jogo.
- O autor, para postular em juízo, na petição inicial, deverá demonstrar a legitimidade de interesse, e o
réu, na contestação? Na verdade, essa exigência deverá ser dada durante todo o processo
Ex.: a sogra pediu judicialmente a separação de seu filho e de sua nora. Ela agiu em nome próprio
pleiteando direito alheio, dos cônjuges. Nesse caso, o ordenamento jurídico não autoriza essa
legitimação. Como isso não é possível, o juiz vai extinguir o processo sem resolução de mérito, por
falta de legitimidade. De acordo com o art. 486, §1º, para repropor a ação é necessário corrigir o vício
que causou a extinção da ação anterior. O vício que causou essa extinção foi a falta de legitimidade
para entrar com a ação
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Substituição Processual
Quando falamos da legitimidade extraordinária, temos a figura da substituição processual. Alguns
autores distinguem legitimação extraordinária da substituição processual. Para o professor, as duas
coisas são sinônimas, bem como para Fredie Didier.
- No caso da ação de conhecimento, não sabemos quem está com o direito. Temos uma tese
apresentada pelo autor da petição inicial e a antítese apresentada pelo réu na contestação, a produção
de prova se depois o juiz analisará o caso para proferir a sentença, na qual ele declarará a sua síntese.
Na síntese, o juiz resolve a lide. Como as partes não chegaram a um consenso, a vontade do juiz vai
substituir a vontade das partes. Essa decisão se torna lei entre as partes, de acordo com o art. 506 do
CPC.
-Quando entramos com ação executiva, normalmente associada a títulos executivos extrajudiciais, a
atividade do juiz é voltada para forçar o cumprimento de obrigações, como a penhora, multa, busca e
apreensão etc., ou seja, medidas coercitivas para compelir a parte a realizar a decisão judicial.
1) Partes (art. 319, II) – Normalmente, as partes de um processo são o autor e o réu
- Na petição inicial, o primeiro pedido é feito ao Estado para que julgue o pedido procedente. Depois
que esse pedido é feito, pede-se a tutela jurisdicional para que o réu seja condenado a fazer algo, é o
pedido mediato. Para chegar na condenação do réu, o juiz terá que primeiro julgar o pedido procedente
- O Código veda a repetição de ações iguais. Se ocorrer a repetição de ações, a segunda ação deverá ser
extinta.
Repetição de Ações
1. Litispendência(art. 337, §1°)
- repete-se a ação quando existe ainda outra ação em curso.
- Extinção da 2° ação sem resolução de mérito, para que o mérito seja definido na 1° ação (art. 485, V)
2. Coisa julgada:
- repete-se a ação quando já existe outra ação igual julgada.
- A coisa julgada é uma imunização que impede que a questão seja rediscutida, proposta novamente.
- Para essa ação que está sendo repetida, deve-se proferir sentença de extinção do processo também s/
resolução de mérito, justamente para preservar o mérito que já foi julgado na ação anterior (art. 485, V)
Enquanto não for desconstituída a segunda coisa julgada, qual das duas produzirá efeitos?
Nessa situação, entendimento inclusive adotado pela corte majoritária do STJ, é a segunda coisa julgada
que produzirá efeitos. A decisão mais recente substitui a anterior.
Com decisão da corte especial, houve uma segunda discussão. Se transcorrer o prazo da ação rescisória
sem que nada seja feito, a segunda decisão passa a ser a decisão válida.
Processo
Considerando a trilogia estrutural do processo, se está diante de uma lide (conflito) em que não se pode
valer da força física ou da autotutela para que ela seja composta (salvo em situações que a lei
expressamente autoriza, como a legítima defesa), sendo necessária uma atividade substitutiva de
alguém que possa resolver o conflito, que pode ser a arbitragem (no âmbito privado) ou o próprio Poder
Judiciário (jurisdição estatal). A jurisdição precisa ser provocada pela ação, que resultará na instauração
de um processo pelo juiz, o qual, por meio do exercício da defesa, terá por objetivo resolver a lide. Esse
processo é chamado de trilogia (ou quadrilogia) estrutural do processo.
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• Ação: direito subjetivo de exigir do Estado que ele cumpra a sua função constitucional de resolver o
conflito;
Conceito
O Prof. Fredie Didier conceitua o processo como método de criação de normas jurídicas, ato jurídico
complexo (procedimento) e relação jurídica.
Para o Prof. Renato Montans, processo constitui um método de atuação do Poder Judiciário para o
exercício das atividades jurisdicionais em que participam sujeitos interessados (partes, juiz, auxiliares
etc.) com o objetivo de solução de uma determinada situação jurídica (a lide, por exemplo).
Espécies de procedimento
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O processo não pode ser confundido com o procedimento! O termo “processo” corresponde ao todo,
sua ciência, estrutura e a forma de se pensar, enquanto “procedimento” é a sistematização de atos com
um fim, sendo semelhante a um mapa que apresenta um passo a passo para que se chegue a uma
conclusão.
Pressupostos processuais
- Para que o processo se desenvolva, há a necessidade de preenchimento dos pressupostos processuais,
que não se confundem com as chamadas condições da ação. A lógica atribuída a eles é a de que sirvam
enquanto uma forma de verificação para que se saiba se é possível ou não percorrer o trajeto do
processo
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Capacidade
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
estar em juízo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador,
na forma da lei.
- Por exemplo: um menor de idade, ainda que tenha capacidade para ser parte (considerando a
capacidade de direito), não possuirá a capacidade de exercício, que é a capacidade processual para
desenvolver a ação, surgindo daí a necessidade de representação pelos pais, tutor ou curador
- Caso não preenchido um dos pressupostos processuais, a extinção do processo não se dará por falta de
legitimidade ou interesse.
- Nos casos de pessoas jurídicas, ainda que possuam capacidade, elas deverão ser presentadas em juízo.
As pessoas jurídicas não são representadas por outros (visto que não são incapazes), na verdade, há a
necessidade que se façam presentes no mundo real, o que configura a presentação, se fazendo presente
na pessoa de alguém (um dos sócios, represente legal etc.). (art. 75, CC)
Obs.: o inventariante dativo é um indivíduo nomeado pelo juiz para a administração de um inventário
em que os interessados apresentam conflitos de interesse ou não conseguem chegar a um termo
comum.
Obs.: uma sociedade de fato (irregular) não poderá alegar a sua própria irregularidade enquanto
excludente de responsabilidade.
SUJEITOS PROCESSUAIS
ATENÇÃO para não confundir os SUJEITOS com os PRESSUPOSTOS da relação processual para que esta
se desenvolva se forma válida e existente ATENÇÃO para não confundir os SUJEITOS com os
PRESSUPOSTOS da relação processual para que esta se desenvolva se forma válida e existente
• Sujeitos secundários.
* particular
- Advogado
* público
- Defensoria pública
LITISCONSÓRCIO
a pluralidade de partes. Havendo dois ou mais autores, dois ou mais réus, trata-se de um litisconsórcio
ativo e passivo, respectivamente
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b. dificultando a defesa ou
c. o cumprimento da sentença.
a. conhecimento
b. na liquidação de sentença ou
c. na execução.
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- Não quer dizer que todo litisconsórcio unitário é necessário: normalmente, o unitário torna o
litisconsórcio necessário. Na maioria das vezes, a unitariedade do litisconsórcio o torna necessário.
- Há exemplo de litisconsórcio unitário e facultativo (art. 1316 do CC), mas o litisconsórcio, sendo
unitário, a relação sendo indivisível, todos os litisconsortes devem ser citados porque a decisão para
produzir efeito necessita que todos tenham tomado conhecimento da existência do processo.
- Há casos em que a relação não é unitária e, mesmo assim, o juiz manda citar, como no caso da
usucapião.
Sentença sem
resolução de mérito
- Se o litisconsórcio for unitário, a relação que os une é indivisível – se a relação que os une é indivisível,
ele devia ter participado de todo o processo porque poderá ter sofrido, por exemplo, cerceamento da
sua defesa.
- Justamente por isso, o Código estabelece que se o litisconsórcio necessário for unitário, a decisão será
nula se ela foi proferida com a falta de um dos litisconsortes necessários.
Se esse litisconsórcio for simples, como no exemplo da Usucapião, a decisão é válida para quem
participou do processo, mas será ineficaz para aquele que não foi citado (artigo 115, incisos I e II do
CPC).
No litisconsórcio necessário, não é obrigatória a presença da parte. É obrigatória a citação para que ela
tenha ciência da existência do processo: se virá ou não para o processo, se ficará no polo ativo, em
nenhum polo, se migrará para o polo passivo, será uma opção desse litisconsorte ulterior que está
sendo chamado para o processo.
Não haveria qualquer sentido, ou seja, essa relação jurídica é unitária e a unitariedade está associada à
indivisibilidade: a solução jurídica não é passível de cisão, deve ser igual para os dois
Não necessariamente porque o que torna o litisconsórcio unitário não é que todos ganharam ou
que todos perderam, mas é aquela relação jurídica que não poderia ser decidida entre os
litisconsortes de forma diversa.
Por pura casuística, por puro acaso, todos podem ter vencido sem que isso signifique que a
relação era unitária, pode ser um litisconsórcio simples em que todos ganharam.
No litisconsórcio simples, perante natureza da relação jurídica, o juiz pode decidir o mérito de MODO
DIVERSO entre os litisconsortes (a relação é divisível).
O litisconsórcio será unitário quando o juiz tiver que decidir a relação jurídica de modo uniforme (a
relação é indivisível).
Há casos em que a relação jurídica é indivisível e, nestes casos, o mesmo fato pode gerar pedidos
divisíveis ou indivisíveis.
Em uma relação de solidariedade, a obrigação pode ser vista sob uma perspectiva simples ou sob
uma perspectiva unitária
Por exemplo: a relação que une dois litisconsortes é simples, divisível, o ato praticado por um,
necessariamente atingirá o outro? Via de regra, os litisconsortes em relação ao adversário serão
vistos como litigantes distintos, portanto, o ato praticado por um, não necessariamente,
prejudicará ou beneficiará o outro
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Se o litisconsórcio for simples o ato praticado por um, não necessariamente beneficiará o outro, mas
poderá beneficiar.
Se o litisconsórcio for unitário a relação que os une é indivisível e a relação jurídica é tão interligada
que, o que um fizer, atingirá o outro.
Se o que foi apresentado na contestação da relação jurídica é simples – não necessariamente a tese
apresentada, por exemplo, numa ação de cobrança disjuntiva a alegação da obrigação ter sido paga –,
nem sempre beneficiará o outro.
Se o litisconsórcio for unitário, provavelmente toda a resistência fática apresentada por B, beneficiará C
porque a relação é indivisível.
Pode beneficiar
Simples
Litisconsórcio
Pode beneficiar
Unitário
RELAÇÃO LITISCONSORCIAL
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
litisconsortes.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando
terceiros.
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se
distintos ou opostos os seus interesses.
CARACTERÍSTICAS
1. Serão vistos como litigantes distintos. O ato praticado por um não prejudicará, mas poderá beneficiar.
2. Possibilidade de prazos em dobro (art. 229 do CPC).
Por essa razão, para incidir a dobra do prazo não basta haver litisconsórcio com diferentes
procuradores, a lei tem mais exigências (art. 229):
• Ser litisconsórcio.
• Diferentes procuradores.
A Fazenda Pública tem dobra de prazo porque, muitas vezes, o procurador recebe aquele processo e
não sabe de nada do que aconteceu: precisa buscar, dentro do órgão público, documentos, e é
necessário dobrar o prazo porque existe uma dificuldade burocrática de tramitação.
Exceção
Além da exceção de que os autos não podem ser eletrônicos, há situações em que são preenchidos os 4
requisitos e, mesmo assim, não haverá dobra do prazo.
3 dias
para pgto
Distribuição Despacho; cite-se Citação
(art. 829)
Titulo
executivo
extrajudicial 15 dias A contar da citação para
opor embargos à execução
- Havendo petições protocoladas por réus distintos para que não haja audiência, o desinteresse deve ser
de todos os litisconsortes. Demonstrado o desinteresse de todos os litisconsortes, o prazo correrá a
partir da respectiva manifestação, isto é, a abertura do prazo para B e C será diferente, pois abrirá a
partir de cada protocolo em vez de abrir simultaneamente (art. 335, 1 °)
- Se houver litisconsórcio, o desinteresse deve ser demonstrado por todos, conforme inteligência do art.
334, § 6º, do CPC.
- Existem casos em que o Direito não admite a autocomposição. Nesses casos, não haverá audiência.
Portanto, as partes são citadas para integrar a lide e intimadas para oferecer contestação.
- A citação é feita para apresentação da contestação e pode ser feita de várias formas. Conforme art.
335, III, do CPC, o prazo varia de acordo com a forma da citação
- Se o réu B é citado por AR no dia 25 de março e o réu C é citado no dia 5 de março, a juntada do AR é
feita em dias diferentes. Nesse caso, como há litisconsórcio, o prazo para contestar começa na última
das datas, conforme art. 335, § 1º, do CPC
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
(…)
RELEMBRANDO
Na hipótese em que os réus vão para a audiência de autocomposição, o prazo para contestação é aberto
simultaneamente a partir da frustração da audiência.
Na hipótese do art. 335, § 1º – na qual o Direito admite a autocomposição, mas não haverá audiência,
pois todas as partes não querem a audiência –, o prazo abre individualmente para cada litisconsorte a
partir do seu respectivo protocolo.
Na hipótese em que o Direito não admite autocomposição, não há audiência. Nesse caso, os réus serão
citados para oferecer contestação. Havendo citação em momentos distintos, no litisconsórcio, o prazo
abrirá a partir da data da última citação, para oportunizar aos réus a possibilidade de agir em conjunto,
isto é, de constituir o mesmo advogado
O § 1º do art. 231 não se aplica aos Embargos à Execução. Portanto, deve ser observada a
exceção trazida pelo art. 915, § 1º, do CPC.
CPC, art. 335. (…)
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo
e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta
correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
28
A colocou no polo passivo B, C e D. A situação é uma das hipóteses em que o Direito não admite a
autocomposição. Foi possível citar B e C, mas D não foi citado porque o AR voltou e D não foi
encontrado no novo endereço indicado. Não é caso de litisconsórcio necessário, no qual a falta de um
litisconsorte poderá tornar a decisão nula e ineficaz.
Nesse caso, o autor pode prosseguir apenas contra B e C. O prazo da contestação correrá para todos a
partir da citação do último. Quando o autor faz a petição manifestando a desistência de prosseguir
contra D e o juiz homologa a desistência, B e C devem ser intimados da decisão e o prazo para contestar
será aberto da data da decisão da homologação da desistência de prosseguir contra D.
Para o prazo inicial de defesa é que o começo do prazo começará a contar apenas da última
citação. Os demais prazos, porém, são contados individualmente, isto é, da intimação do
litisconsorte (art. 231, §2°)
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
O CPC/2015 trata das intervenções de terceiros a partir do art. 119 e traz:
Terceiro
- É terceiro aquele que não for parte originária do processo
Regra: Para que o terceiro ingresse no processo, há necessidade de demonstração de interesse jurídico
Espécies de assistência
Litisconsorcial
Assistência litisconsorcial
-Se há relação jurídica entre o adversário do assistente e o assistente
Pode praticar atos de disposição pois o direito é dele, mas o que prejudicar não atinge os demais
Assistência simples
Já se não há relação jurídica entre adversário do assistente e o assistente
Assistente não pode praticar atos de disposição, pois o direito não é dele
Não será atingido pela coisa julgada, mas o assistente ficará impossibilitado de rediscutir a justiça
da decisão
Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das custas em proporção à atividade
que houver exercício no processo.
Se a assistência for litisconsorcial, o rateio se dá nas custas e honorários. Se a assistência for simples,
não se dará rateio dos honorários, mas haverá incidência do rateio das custas nos termos do art. 94
- Uma lide paralela à ação principal, onde o denunciante tenta exercer um direito de regresso
estabelecido por lei ou por contrato
• Ativa: “A” promove uma ação contra “B”, e o autor “A” denuncia a lide “C”.
• Passiva (mais comum): “A” promove uma ação contra “B”, e o réu “B” denuncia a lide “C
Intervenção facultativa (art. 125, §1°) a não realização não implica em perda do direito de regresso
- Denunciação da lide não é obrigatória. Pode ocorrer no polo ativo e no polo passivo. Ocorrendo no
polo passivo, é possível realizar a denunciação, no caso de evicção, do antecessor imediato. Nesse caso,
a denunciação é possível no CPC de 2015, mas apenas uma única vez. E o outro denunciado sucessivo
deverá promover ação autônoma, em vista de celeridade processual.
- Facultativa e provocada
- a sentença que julgar procedente o pedido em face do réu-chamante também será título executivo
para que aquele que pagar o débito possa exigi-lo do devedor principal ou dos demais codevedores, na
proporção que couber a quem pagou
Espécies
Existem várias espécies de desconsideração. O CPC regula algumas delas:
• Direta (clássica).
- Pj PF
• Inversa.
- PF PJ
- é usado tanto na desconsideração da personalidade da pessoa jurídica, para se chegar aos bens do
sócio, como também na desconsideração da personalidade do sócio, para se chegar nos bens da pessoa
jurídica (a chamada desconsideração inversa
- A suspensão é para os terceiros que não serão atingidos enquanto não for garantido a eles
o direito de defesa
- instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica serão citados para se manifestar e requerer as
provas cabíveis em até 15 dias
“Correspondendo a direito potestativo, sujeito a prazo decadencial, para cujo exercício a lei não previu
prazo especial, prevalece a regra geral da inesgotabilidade ou da perpetuidade, segundo a qual os
direitos não se extinguem pelo não uso. Assim, à míngua de previsão legal, o pedido de desconsideração
da personalidade jurídica, quando preenchidos os requisitos da medida, poderá ser realizado A
QUALQUER TEMPO." (REsp 1.312.591/ RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 11/06/2013, DJe 01/07/2013). STJ-4ª Turma, AgInt no AREsp 1.243.409/PR, rel. Min. Luis
Felipe Salomão, j. 08/06/2020, negaram provimento, v.u., DJe 12/06/2020).
A desconsideração pode ter sido formulada já na petição inicial. Nesse caso, talvez o juiz (principalmente
em uma ação de conhecimento) só se manifeste sobre ela na sentença quando caberá recurso de
apelação
Se a banca disser que foi um incidente de desconsideração da personalidade jurídica, deve-se perguntar:
Quem julgou? Um juiz de primeiro grau ou o relator? Pois o pedido de desconsideração pode ser
requerido em qualquer fase do processo de conhecimento. Então, ele pode ter sido pedido só quando o
processo estava no tribunal, aguardando julgamento de apelação ou de um recurso especial ou
extraordinário, por exemplo. Esse pedido pode ter sido feito ao relator. Se foi ele quem analisou o
pedido, essa decisão é unipessoal, e o recurso cabível será agravo interno. Porém, caso o pedido tenha
sido formulado em um juízo de primeiro grau, se a decisão dele não finalizou a relação processual, então
ela não é sentença, mas uma decisão interlocutória e, portanto, o recurso cabível é agravo de
instrumento. Contudo, se isso tiver sido formulado como pedido principal, o juiz pode julgar isso em
sentença e o recurso cabível seria apelação.
Ementa: “A corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do EREsp 1.366.014/SP, firmou
orientação no sentido de que não são cabíveis honorários advocatícios nos incidentes processuais,
exceto nos casos em que haja extinção ou alteração substancial do processo principal”. (STJ-3ª Turma,
AgInt no REsp 1.838.933/RJ, rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 11/05/2020, negaram provimento,
v.u. DJe 15/05/2020)]54
A proposta é que este terceiro, defendendo uma posição institucional, intervenha para apresentar
argumentos e informações proveitosas à apreciação da demanda
- Vale destacar que o interesse do amigo da Corte não é jurídico, mas institucional, moral, político,
acadêmico, intelectual ou outro.
o amicus curiae não poderá recorrer, salvo para embargar de declaração e no caso de julgamento do
incidente de resolução de demandas repetitivas, quando, portanto, admissíveis outros recursos
SUJEITOS PROCESSUAIS
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO (art. 144 a 148)
- são regras de parcialidade do juiz
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
Critério objetivo Critério subjetivo
A parcialidade é presumida por lei Não há presunção legal de parcialidade
- Se o seu cliente perder, ele será condenado como qualquer outra pessoa seria. Essa condenação é
condicional (deve-se provar que a situação financeira da pessoa mudou ou tem recursos para pagar)
A gratuidade, entre as suas várias vertentes, é não conseguir custear as despesas do processo. As
pessoas associam que o beneficiário da justiça gratuita é aquele que vive em miserabilidade. Porém, não
é isso. Pode ser que alguém de classe média não tenha condições de pagar uma perícia de R$ 10.000,00.
- A gratuidade não precisa ser pedida no processo inteiro. Ela pode ser deferida para um ato específico
Súmula n. 481 do STJ: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais”.
34
Enunciado n. 133 do FPPC: “Na Justiça do Trabalho, o empregador pode ser beneficiário da gratuidade
da justiça, na forma do art. 98”.
Ementa: "Se o credor for beneficiário da gratuidade da justiça, pode-se determinar a elaboração dos
cálculos pela contadoria judicial." (STJ-2a Seção, REsp 1.274.466/SC sob regime repetitivo, rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, j. 14/05/2014, negaram provimento, v.u., DJe 21/05/2014; RSTJ 243/326)
Enunciado n. 624 do FPPC: “As regras que dispõem sobre a gratuidade da justiça e sua impugnação são
aplicáveis ao procedimento de mediação e conciliação judicial”.
Art. 98. [...] § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas
processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
Conceder a gratuidade não retira de ninguém a responsabilidade se, no final, for sucumbente.
Inicia-se o prazo de 5 anos para que o credor mostre que o devedor (beneficiário) tem dinheiro
agora
Súmula n. 450 do STF: “São devidos honorários de advogado sempre que vencedor o beneficiário da
justiça gratuita”.
- Peticao inicial
- Contestação
Formulação do pedido na
- Recurso
A alegação de pobreza na parte gera presunção? No caso de pessoa natural, existe uma presunção, que
é relativa.
Todavia, quando for pessoa jurídica, deve provar através de balanço anual, balancete mensal e extrato
(§3°)
Se o cliente beneficiário da justiça gratuita for recorrer, o seu recurso estará isento do preparo. Mas, se
o advogado particular quiser recorrer terá que pagar?
Ementa: “O advogado dativo de parte beneficiada pela gratuidade da justiça pode interpor recurso que
verse exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência, sem o pagamento de preparo e sem
demonstrar direito à gratuidade, não lhe sendo aplicada a vedação contida no § 5º do art. 99 do CPC,
expressamente dirigida ao advogado particular. (STJ-2ª Turma, REsp 1.777.628/SE, rel. Min. Herman
Benjamin, j. 21/02/2019, DJe 11/03/2019)
Então, a gratuidade não tem efeitos ex tunc, mas sim ex nunc (não retroage e gera efeitos prospectivos).
Ementa: “Esta Corte possui entendimento de que os efeitos da concessão da gratuidade da justiça não
são retroativos. Procedentes.” (STJ-3ª Turma, AgInt no AREsp 1.718.508/ES, rel. Min. Nancy Andrighi, j.
23/11/2020, negaram provimento, v.u., DJe 27/11/2020)
- princípio da causalidade
- princípio da sucumbência
- Reconvenção
36
- Execução
- Recursos
Na Lei n. 9.099, as ações propostas em primeiro grau e em juizados não possuem honorários. Se você
interpõe o recurso inominado, que é a apelação dos juizados, e você perde, por exemplo, na apelação
(há uma derrota), nesse momento, existe a fixação de honorários.
Uma das grandes críticas à Lei n. 9.099, hoje, é a não incidência de honorários e custas.
Enunciado n. 118 da II Jornada de DPC do CJF: “É cabível a fixação de honorários advocatícios na ação
de produção antecipada de provas na hipótese de resistência da parte requerida na produção da prova.
Enunciado n. 621 do FPPC: “Ao cumprimento de sentença do capítulo relativo aos honorários
advocatícios, aplicam-se as hipóteses de penhora previstas no § 2º do art. 833, em razão da sua
natureza alimentar”.
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Enunciado n. 105 da I Jornada de DPC do CJF: “As hipóteses de penhora do art. 833, § 2º, do CPC
aplicam-se ao cumprimento da sentença ou à execução de título extrajudicial relativo a honorários
advocatícios, em razão de sua natureza alimentar”
O STF entendeu que a Fazenda Pública, quando faz um pagamento via precatórios, não pode fazer isso
espontaneamente. Todavia, quando pagamento for por meio de Requisição de Pequeno Valor (RPV), o
pagamento pode ser feito espontaneamente
Ementa: “As exceções destinadas à execução de prestação alimentícia, como a penhora dos bens
descritos no art. 833, IV e X, do CPC/1915, e do bem de família (art. 3º, III, da Lei 8.009/1990), assim
como a prisão civil, NÃO SE ESTENDEM AOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, como não se estendem às
demais verbas apenas com natureza alimentar, sob pena de eventualmente termos que cogitar sua
aplicação a todos os honorários devidos a quaisquer profissionais liberais, como médicos, engenheiros,
farmacêuticos, e a tantas outras categorias”. (STJ-Corte Especial, REsp 1.815.055/SP, rel. Min. Nancy
Andrighi, j. 03/08/2020, negaram provimento parcial, por maioria, DJe 26.08.2020)
- Estes atos independem de forma específica, exceto quando previsto em lei, e são de caráter público,
exceto os que tramitam em segredo de justiça
Fatos jurídicos processuais stricto sensu são fatos da natureza (a morte de uma das partes, uma
pandemia que suspenda os prazos processuais etc.
Atos jurídicos processuais são atos humanos, caracterizados por expressarem uma vontade humana
atos processuais em sentido estrito (uma citação, intimação, confissão, penhora etc.)
PRINCÍPIOS
Os princípios mais importantes relacionados aos atos jurídicos processuais são três:
• A publicidade; e
• O autorregramento da vontade
A citação, por exemplo, pode ser feita por via postal, por oficial de justiça ou por meio eletrônico. A
função da citação é convocar alguém para integrar a lide. Se o réu tomou conhecimento do processo de
forma espontânea, não houve a citação propriamente dita, contudo, como o réu veio ao processo,
então o ato alcançou a sua finalidade sem gerar prejuízos.
Art. 190
Requisitos
- Disponíveis
1. Direito que admita autocomposição
- Indisponíveis (pois há possibilidade
- Capacidade processual
2. Partes plenamente capazes
- Capacidade negocial
Objetivo
1. Procedimento
2. Situações jurídicas
Momento
Para haver o controle dos negócios processuais, esse controle pode ocorrer:
• De ofício ou a requerimento;
• Sentença;
• Decisão interlocutória;
• Despacho.
• Atos de comunicação;
• Atos de logística.
41
Para que haja desistência, precisará ou não do consentimento do réu? Depende se houve ou não
contestação, que é resposta do réu
42
a) sentenças:
- decisão que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a
execução.
- Para ser sentença, é preciso ter conteúdo previsto no art. 485 ou no art. 487 +
finalidade de sentença: encerrar a fase cognitiva de procedimento comum ou extinguir a
execução
b) decisão interlocutória:
- Decisão que não põe fim à fase cognitiva do procedimento comum ou execução.
c) despacho:
Princípio da instrumentalidade das formas (art. 188) Alcançou seu objetivo sem causar prejuízo, este
ato é considerado válido
lógica – pela incompatibilidade do ato que se deseja praticar com o que foi praticado
44
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
- Segundo o professor Fredie Didier, a boa-fé OBJETIVA (prevista no art. 5º do CPC) é uma norma de
conduta que impõe ou proíbe comportamentos, INDEPENDENTEMENTE da existência de boas ou más
intenções.
- Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Parágrafo
único. Considera-se aceitação tácita a prática, SEM NENHUMA RESERVA, de ato incompatível com a
vontade de recorrer.
“Venire contra factum proprium” (que significa “vir contra seus próprios atos”) nada mais é do que um
brocardo latino que proíbe as partes de agirem de forma contraditória. Perceba que o factum proprium
é o comportamento contraditório e isso é vedado. Portanto, fale VEDAÇÃO ao “venire contra factum
proprium”
Exemplo: Advogado comunica cliente que ele foi condenado a pagar 100.000 reais. Cliente quer
recorrer, mas decide pagar logo para seguir impugnando e talvez ser ressarcido posteriormente.
Advogado efetua pagamento, mas não faz a reserva, que seria comunicar o pagamento com o objetivo
de cessar juros de mora e correção monetária, e avisar que não aceita a derrota e que irá interpor o
recurso. Posteriormente, se o advogado entra com recurso, há um comportamento contraditório: pagar
sem reservas e posteriormente impugnar.
TUTELA PROVISÓRIA
Tutela provisória é uma forma de gerir o tempo do processo, de dar justiça ao ônus do tempo.
Se o juiz defende uma tutela provisória em favor da parte que estava sofrendo com o ônus do tempo, a
outra parte deve correr atrás para provar que está sofrendo injustiça.
Tutela provisória é um aspecto amplo de gestão do tempo, em que é claramente injusto que uma das
partes sofra com o tempo, quando existem todos os indícios de que ela está certa
- Obs.: Quando o juiz analisa um pedido de tutela provisória, ele está analisando normalmente
sem todos os elementos para formar uma opinião com cognição exauriente. As tutelas
provisórias, por via de regra, são formadas com base em cognição sumária
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2ª – São PRECÁRIAS;
Antecedente
Tutela de
urgência
antecipada
Incidente
Tutela de
urgência
Antecedente
Espécies
Tutela de
urgência cautelar
Incidente
tutela de
evidência
No caso de modalidade antecedente, em que sequer foi formulado o pedido principal, será feito o juízo
de prelibação, que significa imaginar onde seria formulado a ação principal, de forma que o pedido de
tutela provisória antecedente seria pedido lá também.
Geralmente, a propositura das tutelas antecedentes torna prevento aquele juízo para a formulação do
pedido principal
ATENÇÃO Todas as vezes em que estiver sendo pedido um efeito suspensivo, estará sendo pedido
uma medida cautelar, isto é: uma tutela provisória de urgência cautelar incidental.
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido
diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata
produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso.
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal
Enunciado n. 647 do FPPC: “A tutela provisória pode ser concedida pelo relator liminarmente ou após
justificação prévia”.
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TUTELA DE URGÊNCIA
Observar fungibilidade entre as tutelas (art. 305, §único)
Antecipada
1°- Probabilidade do direito (fumus boni juris)
Cautelar
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la
Enunciado n. 40 da I Jornada de DPC do CJF: “A irreversibilidade dos efeitos da tutela de urgência não
impede sua concessão, em se tratando de direito provável, cuja lesão seja irreversível.”
Enunciado n. 419 do FPPC: “Não é absoluta a regra que proíbe tutela provisória com efeitos
irreversíveis’
Enunciado n. 497 do FPPC: “As hipóteses de exigência de caução para a concessão de tutela provisória
de urgência devem ser definidas à luz do art. 520, IV, CPC”.
Enunciado n. 498 do FPPC: “A possibilidade de dispensa de caução para a concessão de tutela provisória
de urgência, prevista no art. 300, §1º, deve ser avaliada à luz das hipóteses do art. 521”.
TUTELA ANTECIPADA
Neste caso, o juiz pode dar a liminar e, se o réu não impugnar a decisão, o processo será extinto, sem
resolução de mérito, haverá estabilização, e o autor seguirá recebendo o medicamento;
Neste caso, o juiz pode dar a ordem para conceder o medicamento e, se o réu não impugnar tal decisão,
o processo não será extinto, continuará por mais 1 (um) ou 2 (dois) anos e, no final, dando tudo certo, o
juiz confirmará a ordem dada por sentença, com resolução de mérito. Durante esse período, o
proponente seguirá recebendo o medicamento, porque a tutela produz efeitos até ser substituída na
tutela final.]
- a probabilidade do direito
- perigo de dano.
1. Decisão interlocutória: o juiz analisa o pedido de tutela provisória da parte e indefere o pedido. Por
exemplo, o juiz indeferiu o pedido de cirurgia.
Nesse caso, a forma antecedente não funcionou. Nesse caso, somente resta a formulação do pedido
principal.
– Autor realiza a emenda, por conseguinte, o processo tem seguimento pelo rito comum.
– O autor não emenda. O juiz profere sentença de extinção do processo sem resolução de mérito.
Considerando que a medida foi indeferida, o réu não sofreu nenhum prejuízo, não havendo que se falar
em reparação.
2. Deferimento da medida:
o juiz defere a medida. A parte será intimada para se manifestar sobre essa decisão, abrindo prazo para
impugnação da decisão (prazo para recurso).
- O recurso cabível para atacar essa decisão é o Agravo de Instrumento (prazo: 15 dias).
Situações possíveis:
• Réu não interpõe o agravo de instrumento. Ocorre a estabilização da medida. Em seguida, o processo
será extinto sem julgamento do mérito;
- Somente ocorre a estabilização se o réu não recorrer da decisão de deferimento da tutela antecipada.
Assim, a necessidade de complementação da petição inicial pela parte autora surge a partir da
impugnação do réu; pois, se o réu não impugnar a decisão, o processo será extinto (art. 304, § 1º).
50
Ação impugnativa:
A ausência de recurso do réu gera como consequência a estabilização da medida e a extinção do
processo (art. 304, caput e § 1º).
Posteriormente, essa decisão pode ser revista, mas o instrumento processual cabível não será a ação
rescisória. A tutela antecipada antecedente estabilizada pode ser atacada mediante ação impugnativa.
Essa ação impugnativa pode ser proposta por qualquer das partes e pode ter por objeto qualquer
argumento para rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada.
A ação impugnativa tem cognição plena, cabe alegação de qualquer matéria que reforme, revogue ou
modifique a tutela antecipada (art. 304, § 2º).
Essa ação será proposta no juízo em que a tutela antecipada foi concedida
Ela deve ser ajuizada no prazo de 2 anos (mesmo prazo da ação rescisória) – art. 304, § 5º, mas não se
confunde com a ação rescisória.
O § 6º define que a decisão que concede a tutela NÃO FAZ COISA JULGADA, apenas pode ensejar a
estabilização dos efeitos.
• Será proposta no juízo em que a tutela antecipada foi concedida (art. 304, § 4º)
É precária. A partir do momento em que a medida deixa de ser útil, ela será revogada, modificada ou
substituída por uma tutela final.
O processo civil é um direito instrumental e tem como função estabelecer as regras do jogo para definir
quem está certo. Dessa forma, o processo civil caracteriza-se como instrumento de aplicação do direito
material.
Esse instrumento pode ser ineficaz, razão pela qual existe a tutela cautelar, que serve como instrumento
para que o instrumento (processo civil) não perca sua eficácia.
51
– formulação do pedido cautelar: com exposição sumária do direito (fumus boni iuris) e o perigo de
dano/risco ao resultado útil do processo (periculum in mora);
– Para o CPC/2015 não há previsão de o juiz analisar o pedido cautelar antes da citação do réu. Pelo rito
do art. 305 o juiz profere despacho determinando a citação do réu para oferecer contestação.
• Despacho: cite-se
• Citação
• Essa contestação não é uma contestação do pedido principal. É uma contestação do pedido cautelar,
por isso o prazo é exíguo (5 dias), pois o objeto da contestação não é saber se a dívida existe, mas se há
indícios de inexistência do débito, impedindo a inscrição no cadastro de inadimplentes.
• Se o réu não contestar, se houver revelia – nos termos do art. 307 – o juiz deverá decidir em 5 dias.
• Contestado o pedido, será observado o procedimento comum, assim o professor interpreta esse
dispositivo da seguinte maneira: decisões interlocutórias deverão ser proferidas em até 10 dias, nos
termos do art. 226, inciso II;
• Pela literalidade dos arts. 305 ao 307, não há previsão de concessão da tutela cautelar antecedente,
de forma inaudita altera pars (sem a oitiva do réu).
– Isso significa impossibilidade de concessão liminar (antes da citação do réu) no procedimento cautelar
antecedente?
– Na opinião do professor, essa impossibilidade não é razoável, razão pela qual ele defende que mesmo
inexistindo no rito dispositivo que autorize a concessão de liminar, ela pode ser concedida, com base no
art. 9º, parágrafo único, inciso I, que afasta a decisão surpresa para os casos de tutela de urgência;
– Assim, a possibilidade de concessão inaudita altera pars é possível com base no art. 9º, parágrafo
único, inciso I do CPC
52
• O juiz defere a tutela cautelar antecedente e determina que a medida seja efetivada.
– A medida deve ser efetivada/cumprida, deve ser aplicada no “mundo real”, por exemplo:
- intimar a parte a não inserir o autor nos cadastros de inadimplentes, sob pena de multa;
- sequestrar o bem;
- deixar o imóvel na detenção de terceiro enquanto não se discute quem é o legítimo possuidor.
– Se a medida for deferida, ela deve ser executada, ocorrendo a efetivação da medida;
– Quando ocorrer a efetivação da medida, estará aberto o prazo para formulação do pedido principal
(art. 308), pois na petição inicial apenas foi requerido o pedido cautelar
Quando a medida cautelar for efetivada, o pedido principal deverá ser formulado em até 30 dias. É o
período máximo para formulação do pedido principal.
Considerando que o prazo começa a ser contado da efetivação da ordem, a contagem se opera “contra”
o autor da tutela cautelar, pois foi o autor quem solicitou a cautelar. Dessa forma, é o autor quem tem
de formular o pedido principal no prazo de 30 dias
Existindo vários atos de constrição, efetivados em dias distintos, o prazo de 30 dias começa a ser
contado do primeiro ato de constrição ou do último?
- Considerando que o objetivo do prazo é proteger o réu de um excesso de constrição, o réu passou a
sofrer constrição desde o primeiro ato. Por esse motivo,
É possível que o autor requeira uma medida cautelar, que não gera constrição de direito.
• Destinatário do prazo:
̶ corre contra o autor, mas tem por finalidade proteger o réu de excesso de constrição.
Resumindo:
1. O prazo é de 30 dias, contados da efetivação da medida.
3. Começa a contar da literal efetivação da medida. Se houver várias medidas, o prazo começa a ser
contado a partir da primeira medida.
É possível que o juiz indefira a medida cautelar? Sim, é possível. Nesse caso, qual é o prazo para
formulação do pedido principal?
Considerando que o objetivo da norma que estabeleceu o prazo é a proteção do réu de excesso de
constrição, sabe-se que, se a medida foi indeferida, o réu não sofreu constrição. Por esse motivo, não há
prazo para formulação do pedido principal
Assim, se a medida for indeferida, não há prazo para formulação do pedido principal, pois o réu
não sofreu constrição, razão pela qual não se aplica o art 308
54
Desdobramentos:
1. O pedido principal deve ser deduzido nos mesmos autos.
a. Essa contestação não deve ser confundida com a contestação do art. 306, com prazo de 5 dias, na
qual se discute o pedido cautelar.
c. O pedido principal pode ser formulado em conjunto com a tutela cautelar (art. 308, § 1º):
- Autor protocola a petição inicial, formula o pedido cautelar COM o pedido principal. Nesse caso, o
pedido cautelar é incidental.
- Despacho: cite-se.
- A análise do pedido de tutela cautelar será feita mediante decisão interlocutória, na qual a medida
pode ser deferida ou não.
- Esse procedimento segue o procedimento comum, pois se trata de tutela cautelar incidental
• A parte autora formula o pedido principal. Por conseguinte, o processo seguirá o procedimento
comum;
- a decisão liminar que havia sido deferida e efetivada (art. 309, I) terá sua eficácia “cancelada” –
cessa a eficácia da medida
- Súmula 482 do STJ: “A falta de ajuizamento da ação principal* (*leia-se: pedido principal) no
prazo do art. 806 do CPC (leia-se art. 308 CPC/2015) acarreta a perda da eficácia da liminar
deferida (art. 309, inciso I do CPC/2015) e a extinção do processo cautelar”. Apesar de ser da
época do CPC/1973, essa súmula continua em vigor.
- Nesse caso, o processo será extinto, nos termos da Súmula 482 do STJ.
- Essa decisão não possui mérito, pois não houve julgamento ou reconhecimento de mérito nesse
momento
A extinção da medida impede que o mesmo pedido seja formulado novamente. Ver o disposto no art.
309, parágrafo único:
Essa vedação é denominada por parte da doutrina de preclusão ou coisa julgada pro judicato.
55
Não impede (art. 310) e não influi no julgamento do pedido principal, pois são objetos distintos
Assim, o indeferimento da tutela cautelar não influi no julgamento nem impede a formulação do
pedido principal, SALVO se o juiz reconhecer prescrição ou decadência.
o indeferimento da cautelar antecedente não faz coisa julgada material e não impede a
formulação do pedido principal. Mas, se nessa fase da cautelar antecedente, o juiz declarar
prescrição e decadência, essa decisão é proferida com resolução de mérito – nesse caso, a
extinção do processo pela prescrição e decadência, em sede de cautelar antecedente, faz coisa
julgada material.
TUTELA DE EVIDÊNCIA
O rol do art. 311 não é exaustivo:
• A Liminar do art 562 das ações possessórias, em rito especial é tutela da evidência.
Segundo exemplo, o pedido do autor está baseado em REsp Repetitivo (no mesmo sentido) e há prova
documental dos fatos. O juiz pode proferir sentença de procedência sem que o réu tenha sido citado?
Não, sob pena de violação da ampla defesa e do contraditório (princípios constitucionais), pois não
houve oportunidade de contraditório. Nesse caso, o juiz pode conceder tutela de evidência. O juiz não
pode julgar liminarmente procedente, mas pode julgar liminarmente improcedente (art. 332).
Sendo assim, embora o juiz não possa julgar liminarmente procedente, ele pode conceder tutela de
evidência – deferindo a medida, com base no art. 311, inciso II, mediante decisão interlocutória.
art. 311, inciso II, é preciso haver prova documental E súmula vinculante (STF) ou julgamento de casos
repetitivos (REsp/RE repetitivos, IRDR). Isso, com base na letra da lei.
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PETIÇÃO INICIAL
• Deve preencher os requisitos dos arts. 319 e 320, para não sofrer inépcia ou ter de complementar a
Petição Inicial.
• Algumas petições iniciais - ex: ação rescisória, art. 968 - possuem requisitos a mais
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial,
requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso
II, for possível a citação do réu.
1. Partes
3. Pedido
- Portanto, a certeza está associada ao fenômeno da sentença extra petita ou ultra petita
- Ou seja, deve analisar se foi feito o pedido, não importando onde ele esteja geograficamente na
petição inicial
Já que o pedido tem de ser explícito, não deveriam ser aceitos pedidos implícitos, que são os casos em
que o juiz deve se manifestar mesmo quando não há o pedido
Três deles estão previstos no art. 322, § 1º, e o quarto está no art. 323
Juros legais
Correção monetária
Pedidos implícitos Verbas sucumbenciais (inclusive os honorários adv.)
Se o juiz não se manifestar com relação a elas, é possível afirmar que a decisão é omissa. Então,
cabem embargos de declaração sobre essa omissão, conforme o art. 1.022, II
- Já a doutrina oscila em relação a esse tema. No CPC de 2015, o art. 292, V, prevê que, na petição
inicial, é preciso atribuir valor à causa. E, quando o pedido for indenizatório, a parte deve atribuir o valor
que pretende da indenização, inclusive se for de dano moral.
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Nome da ação
Ementa: “(...) 3. O nome atribuído à ação é irrelevante para aferição da sua natureza jurídica, que tem a
definição baseada na causa de pedir e no pedido. Deve-se abolir o exagero formal para que o processo
não venha a se torna um fim em si mesmo” (STJ-4ª Turma, REsp 1.374.222/RS, rel. Min. Luis Felipe
Salomão, j. 18.10.2018, deram provimento, v.u., DJe 04.12.2018)
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
O pedido da petição inicial, além de ser certo e determinado, pode também ter a chamada cumulação
de pedidos. É possível a cumulação ainda que não haja conexão.
Alternativa (art. 292, VII (o de maior valor) são feitos dois ou mais
pedidos, sendo que o autor aceita um deles. Se um pedido for deferido,
o outro interesse é retirado do autor da ação, ou seja, se ele ganhou a
ação num dos pedidos o autor, na alternativa, não poderá entrar com
nova ação para tentar o outro pedido
A parte faz mais de um Subsidiária (eventual) é feito um pedido principal e é feito mais um
pedido, mas não irá, se for outro subsidiário, que será dado se o principal não for reconhecido.
procedente o pedido, Exemplo: dono da casa pede o despejo do locatário da casa (principal)
receber todos deles. O ou, se não for decidido pelo despejo, o autor da ação pede o aumento
pedido pede uma coisa ou do aluguel.
outra. Exemplo: a parte
quer R$ 100.000 ou a casa
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- Pedidos compatíveis
Exceção: § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a
cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum
- Se houver erro, o juiz dará o despacho de saneamento da petição inicial (art. 321), com prazo de 15
dias para que haja as correções.
- Nem todo o caso será de emenda; pode ser que o juiz peça complementações.
Não cumprida a diligência Juiz indeferirá a petição inicial (sentença sem resolução de mérito)
Pi Distr. Desp. (cite-se) cit. aud. art 334 cont réplica decisão de saneamento e org. do proc. (art. 357)
Independentemente do
Desde que haja consentimento do réu (art. 329, II)
consentimento do réu (art.
329, I)
- Já a palavra improcedente está relacionada à rejeição do pedido, que foi analisado e foi entendido que
ele não pertence ao autor
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I - for inepta;
Pode ser dada ordem para que a petição inicial seja corrigida, emendada, completada.
Se o autor não corrigir a petição inicial, será expedida uma sentença sem resolução de mérito, nas
hipóteses do art. 330. Contra essa sentença, o recurso cabível é a apelação.
Se o indeferimento for parcial, a decisão será interlocutória (art. 354, §único e art. 208, § 2º) e caberá
agravo de instrumento
Indeferimento
Parcial: Decisão interlocutória parcial s/ análise do mérito agravo de instrumento
- Essa apelação permitirá juízo de retratação e será lícito ao juiz voltar atrás, no prazo de 5 dias, em
chamado efeito regressivo.
- Alguns recursos possibilitam que esse efeito ocorra, outros não. A apelação não gera efeito regressivo
automático (esse efeito só acontecerá se o juiz se retratar). Ela pode gerar esse efeito.
61
- A apelação é interposta no juiz que proferiu a sentença, então, quando o autor interpõe a apelação, o
juiz que a recebeu terá 5 dias para se retratar.
- Prazos que correm contra juízes são impróprios, ou seja, a não obediência a esse prazo não gera
preclusão processual, não gera sanção processual, podendo ele se retratar depois dos 5 dias.
- Se o juiz se retratar, então significa que a sentença estava errada e que o processo renasce e deve
prosseguir. A primeira sentença é anulada e o processo, que estava extinto, volta à ativa. Então, é dado
o despacho, pelo juiz, de “cite-se”
- Se ele não se retratar, o réu será citado, conforme o art. 331. Após a citação do réu, ou seja, após
apresentadas ou não as contrarrazões, é que o processo será enviado ao tribunal.
* A apelação subirá para o tribunal independentemente de juízo de admissibilidade (art. 1.010, § 3º).
- Se o tribunal reformar a sentença, o processo volta à origem e terá prosseguimento com a intimação
do autor para contestar, se não for a hipótese de audiência de autocomposição.]
- Se o juiz, ao receber a apelação, perceber que ela é intempestiva e deserta, e, ao invés de remeter ao
tribunal para que o relator decidisse isso, ele inadmitiu a apelação em 1º grau, essa atitude será
considerada ilegal por usurpação de competência, cabendo reclamação, com base no art. 988, I
- Se o autor não apelar a sentença de indeferimento da petição inicial e os vícios não tiverem sido
corrigidos dentro do prazo, será possível repropor a ação, desde que corrigido o problema que deu
causa à extinção anterior (art. 487, § 1º).
- Se o autor não apelar e o processo transitar em julgado sem resolução de mérito, o réu deverá ser
comunicado do trânsito em julgado da sentença (art. 331, §3°)
- É usado o termo improceder, em vez de indeferir, já que agora o pedido está sendo rejeitado, agora a
decisão é de mérito.
- No indeferimento, se o autor não apelasse dessa sentença, haveria o trânsito em julgado sem coisa
julgada material e a ação poderia ser reproposta. Mas, na improcedência, se o autor não apelar contra
essa sentença, a decisão transitará em julgado e fará coisa julgada material, sem possibilidade de
reanálise dentro do Judiciário, salvo se for promovida uma ação rescisória (art. 966).
Sentença com resolução de mérito Apelação contra decisão de improcedência liminar - única exceção
O comum, nas petições iniciais, é que haja cumulação de pedidos. Se um for improcedente e os outros
não, não será uma sentença, e sim uma decisão interlocutória liminar parcial de mérito (art. 356 e art.
1.015, I).
Se o autor não apelar, haverá trânsito em julgado e o réu será intimado de que houve um processo. Se o
autor tentar propor novamente a mesma ação, será decidida a improcedência liminar da nova ação
Conciliação (autocomposição)
o conciliador atua preferencialmente nas ações, nas quais não houver vínculo entre as partes, e pode
sugerir soluções
Mediação (autocomposição)
Já o mediador atua nas ações na quais as partes possuem vínculos, com objetivo de restabelecer o
diálogo e permitir que elas proponham soluções para o caso.
Arbitragem (heterocomposição)
A arbitragem é regulada pela Lei 9.307/96 e depende de convenção das partes, em cláusula específica e
expressa, para ser aplicada.
63
Quando as partes optam pela arbitragem, elas afastam a via judicial e permitem que um ou mais
terceiros, os árbitros, que geralmente detém vasto conhecimento da matéria em questão, decidam o
conflito.
Os árbitros atuam como juízes privados e suas decisões têm eficácia de sentença judicial e não pode ser
objeto de recurso
CONTESTAÇÃO
Prazo: 15 dias
- O prazo da Contestação tem várias formas de termo inicial, mas o padrão do art. 335, inciso I, dispõe
que esse prazo tem início a partir do dia da Audiência: excluído o dia da Audiência, conta-se o prazo do
art. 335, inciso I, que são 15 dias
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contestação, como peça de defesa dos fatos e direitos alegados na petição inicial. Está para o
réu assim como a petição inicial está para o autor;
reconvenção, destinada a formular pedidos contra o autor na própria ação. É um meio de
contra-ataque do réu (reconvinte) contra o autor (reconvindo)
além do mérito (fato ou fundamento principal no qual se escora a petição inicial do autor), incumbe ao
réu, na contestação, alegar as chamadas ―defesas processuais‖, que podem ser de duas espécies: as de
acolhimento que implique a extinção do processo; ou as de acolhimento que resulte apenas em sua
dilação
A lógica do Princípio da Eventualidade é a concentração das teses de defesa para que o Juiz analise a
próxima na eventualidade de não acolher a anterior, com a necessidade de observar a preclusão
consumativa para defesas não apresentadas: o que o réu não alega na primeira oportunidade, em tese,
não poderá alegar posteriormente.
Preliminares
- São questões processuais que são cognoscíveis de ofício, via de regra, e que são apresentadas para,
caso o Juiz as acolha, as chamadas defesas peremptórias, o processo se extinga sem resolução de
mérito.
66
V- perempção;
VI – litispendência;
X – convenção de arbitragem;
A palavra “exceção” é polissêmica, ou seja, admite mais de um sentido. Para o professor Moacir Amaral
Santos, as defesas podem ser utilizadas como sinônimos de exceções. Logo, toda defesa apresentada,
sob uma perspectiva ampla, é uma exceção. Todavia, no plano do processo civil, normalmente a palavra
exceção está associada às matérias que não são cognoscíveis de ofício
Pi Desp. (cite-se) citação Aud. De auto.--> Contestação - Impug. Dos fatos
- Mérito
Questões prejudiciais
- Defesa indiretas de mérito
- Questões levantadas pelo réu que impedem a análise do mérito do pedido formulado pelo autor
2) João pode reconhecer que errou e solicitar a substituição de Marcos por uma terceira pessoa (Fábio).
Marcos é então excluído da lide. O advogado de Marcos tem direito a honorários, que variam, em
conformidade com a lei, de 3% a 5% do valor da causa.
3) Ao invés de solicitar a substituição de Marcos, João pode pedir a inclusão de Fábio na ação
- Isso significa que cada fato precisará ser rebatido de forma analítica.
- Se cada fato não for impugnado, o fato não impugnado será presumido como verdadeiro
ATENÇÃO É preciso observar a exclusão do MP e quanto à Fazenda Pública deve-se observar a Art,
341, inciso I. Deve-se atentar quanto às variações em relação à necessidade de impugnação específica
dos fatos.
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Importante lembrar que, teoricamente, após a contestação opera-se a preclusão quanto à apresentação
de novas alegações de defesa, bem como no tocante à produção de provas não requeridas, com três
exceções (art. 342):
Exceção b) quando competir ao juiz conhecer delas de ofício (matérias de ordem pública);
RECONVENÇÃO
1. Reconvenção é uma ação incidental.
• Observar a necessidade de conexão com a ação principal ou com o fundamento de defesa. (art. 343)
- Na ação incidental aplicam-se as mesmas regras de pedido da Petição Inicial (Art. 324, §2º)
3. Será oferecida na contestação, em seguida o autor será INTIMADO na pessoa do seu advogado para
contestar. (343,§1º)
Prazo: 15 dias
Apesar de vir dentro da contestação, trata-se de uma ação autônoma onde tem a inversão dos
polos (autor vira réu e réu vira autor) e pode adicionar um terceiro
O réu não pode reconvir só contra um terceiro
Na reconvenção em ação deve existir algum nexo (relação) entre a ação e reconvenção
1. Tem que existir conexão com a ação principal ou com o fundamento de defesa.
Enunciado n. 154 do FPPC: “É cabível agravo de instrumento contra ato decisório que indefere
parcialmente a petição inicial ou a reconvenção”.
Enunciado n. 629 do FPPC: “Se o réu reconvier contra o autor e terceiro, o prazo de contestação à
reconvenção, para ambos, iniciar-se-á após a citação do terceiro
REVELIA
O termo revelia diz respeito às consequências jurídicas decorrentes da não apresentação de defesa pelo
réu (ausência de contestação), quando devidamente citado
Com efeito, não se pode confundir a revelia, isto é, o estado processual daquele que não apresentou
contestação, com os efeitos dela decorrentes
Autor Contumácia
Contumácia
- Inércia do réu
Réu Revelia
- Ausência de contestação
Súmula 196 do STJ “Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será
nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos”.
1 – o efeito processual/formal:
- art. 346, tem-se que "os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data
de publicação do ato decisório no órgão oficial";
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontrar.
Só incidira para o réu que não tem advogado constituído nos autos
70
2 – o efeito material:
é diferente de reconhecimento do pedido. O que está tido como verdade são os fatos e
não reconhecimento do direito do autor
Assim, o réu pode ser revel e mesmo assim sair vencedor da demanda, pois não esta
aceitando o direito do autor
"se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações
de fato formuladas pelo autor" (art. 344)
Ementa: “O Superior Tribunal de Justiça entende que os efeitos da revelia são RELATIVOS e NÃO
acarretam a procedência automática do pedido, devendo o magistrado analisar as alegações do autor e
a prova dos autos”. (STJ-4ª Turma, AgInt no AREsp 1.679.845/GO, rel. Min. Antônio Carlos Ferreira, j.
28/09/2020, negaram provimento, v.u., DJe 01/10/2020)
Obs.: O inciso I desse art. 345 dispõe que haverá afastamento do efeito material da revelia
automaticamente pela apresentação da contestação por um dos litisconsortes. Todavia, isso não é uma
verdade absoluta, pois há casos em que um litisconsorte promova a contestação, mas essa contestação
apresentada não beneficie os demais litisconsortes revéis.
Obs.: Vale lembrar que, via de regra, o direito fazendário é indisponível e não admite a autocomposição.
Nesse sentido, não pode ser presumido como verdadeiro fato relativo a direito indisponível.
Assim, em cenários como esse, se a fazenda pública não contesta, apesar de ser considerada revel, não
sofrerá o efeito material da revelia e o autor ainda precisará comprovar o fato.
Ementa: “Consolidou-se nesta Corte o entendimento segundo o qual NÃO se aplica à Fazenda Pública o
efeito material da revelia, NEM É ADMISSÍVEL, quanto aos fatos que lhe dizem respeito, a confissão, em
face da indisponibilidade dos bens e direitos sob sua responsabilidade”. (STJ-13 Turma, Aglnt no AREsp
1.171.685/PR, rel. Min. Gurgel de Faria, j. 02/08/2018, negaram provimento, v.u., DJe 21/08/2018).
71
72
73
Já se não ocorrer esse efeito material, o juiz partirá para as providências preliminares, o que envolve
especificar os meios de prova (art. 348, CPC).
Nesse sentido, o autor deverá especificar as provas, pela não ocorrência do efeito material.
Art. 349- Vale lembrar que o réu revel pode comparecer a qualquer momento no processo. Todavia, não
haverá o julgamento antecipado do mérito se houver o pedido de produção de prova.
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua
correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá
julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X.
Ou seja, a depender do que seja levantado, antes de tentar extinguir o processo, o juiz tentará salvar o
processo, permitindo o saneamento em até 30 dias.
2. Delimitar as questões de fato, sobre as quais recairá a atividade probatória (as partes serão intimadas
para especificar os meios de prova);
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Obs.: vale lembrar que a parte autora especificar os meios de prova na petição inicial (vide art.
319 do CPC). Trata-se de um protesto genérico de produção de provas. Assim, é preciso informar
qual é o fato que se pretende provar e qual é o meio de prova. Todavia, vale destacar que essa
manifestação genérica feita na inicial não gera preclusão consumativa em relação a especificação
das provas. Isso porque o art. 357, II do CPC permite que o juiz reabra a possibilidade de
especificação de provas.
Vale lembrar que dizer que o ônus da prova é de quem alegou o fato é uma resposta perigosa,
pois, em alguns casos, pode ser equivocada. Via de regra, quem alega o fato é quem tem o ônus
de prová-lo. Isso é o que se chama de distribuição estática do ônus da prova (vide art. 373, I e II
do CPC)
É importante destacar que quando o juiz resolve inverter a ordem natural da produção da prova,
o réu deve ser avisado previamente dessa redistribuição, pois, caso contrário, será pego de
surpresa.
Por conta disso, a distribuição do ônus da prova não ocorre na sentença do processo, mas sim na
decisão de saneamento e organização.
Quando o juiz profere a decisão de saneamento e organização do processo, faz o que se chama de
estabilização da demanda, que é preparar o processo para a fase de instrução. Nesse momento, encerra
a fase postulatória, não permitindo que sejam trazidos novos elementos pelas partes
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No primeiro caso, não há necessidade de provas (exceto os casos excepcionais do art. 376, em que o juiz
pode exigir a comprovação da vigência e do teor do direito municipal, estadual, estrangeiro ou
consuetudinário).
Ademais, é certo que a prova pertence ao processo, e não às partes, consagrando o conhecido princípio
da comunhão da prova (ou aquisição processual).
Objeto: fatos (alegações de fato): para uma parte da doutrina, o fato ocorreu e o que se prova é a
alegação de que o fato existiu.
Outra corrente entende que o que se prova é o fato. O Código, em alguns momentos, dispõe sobre
alegação de fato em alguns momentos. Mas, na maior parte, ele dispõe sobre fato
Não existe prova lícita ou ilícita. O que existe é meio de prova lícito ou ilícito
- Juiz (normalmente)
• Dinâmica:
requerimento (partes/MP) -> admissão (juiz) -> produção (de ofício/ art. 370) -> valoração (juiz)
O pedido pode ser julgado improcedente por ausência de provas. Quando se alega, é preciso provar,
salvo nas questões de distribuição de ônus da prova.
O sistema brasileiro não é de prova tarifária (hierarquia de provas com valores diferentes), mas o da
persuasão racional.
O juiz valora a prova de acordo com o seu critério pessoal, desde que o faça de maneira fundamentada.
Prova emprestada
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor
que considerar adequado, observado o contraditório.
Obs.: é possível ter uma perícia constante nos autos, as que foi produzida em outro processo. Isso é o
que se chama de prova emprestada
Enunciado n. 30 da I Jornada de Processo Civil do CJF: “É admissível a prova emprestada, ainda que não
haja identidade de partes, nos termos do art. 372 do CPC”
Distribuição estática
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
II – ao réu, quanto à existência de:
* fato impeditivo
* modificativo
Distribuição dinâmica
§ 1º Nos casos previstos em lei OU diante de peculiaridades da causa relacionadas À IMPOSSIBILIDADE
ou à EXCESSIVA DIFICULDADE DE CUMPRIR O ENCARGO NOS TERMOS DO CAPUT ou À MAIOR
FACILIDADE DE OBTENÇÃO DA PROVA DO FATO CONTRÁRIO, PODERÁ o juiz atribuir o ônus da prova de
MODO DIVERSO, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Prova diabólica (art. 373, §2°): aquela em que não se tem como desincumbir do encargo.
Distribuição dinâmica
I - notórios;
Obs.: Como na produção antecipada de provas em tese, não há uma ação em curso, é necessário
realizar o chamado juízo de prelibação, ou seja, imaginar onde uma eventual ação principal futura seria
proposta, domicílio em que ocorrerá a produção antecipada da prova.
Obs.: Uma eventual ação principal futura não estará necessariamente “presa” a competência do juízo
em que foi produzida a prova antecipada. Isso ocorre pois o juiz, ao proferir sentença sobre a ação
principal, não valora a prova e não atribui verdade sobre os fatos, promovendo simplesmente a sua
coleta.
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Obs.: possibilidade de citação de interessados de ofício. Esse é um exemplo de intervenção Iussu Iudicis
(intervenção determinada pelo juiz) mais apropriado do que o do art. 115, parágrafo único, em que o
juiz manda requerer uma citação.
Obs.: o juiz não valora prova e não atribui verdade sobre os fatos. O juiz apenas colhe a prova (§2°)
Obs.: não haverá contestação e recursos. O juiz vai determinar a produção de prova depois do “cite-se”.
Ex.: perícia, audiência (testemunhas e partes). (§4°)
Ex.: João entrou com a produção antecipada de provas citando o condomínio, o antigo proprietário e a
construtora. O juiz decide também colocar a empreiteira. Os citados podem pedir produção de provas.
O ônus será arcado pelo autor e não será ressarcido, já que não há sucumbência. As partes podem
também formular quesitos para serem respondidos pelos peritos e pelas testemunhas. Depois que o
perito disser quem é o responsável, o laudo fica no processo e o juiz apenas sinaliza na sentença que a
perícia foi realizada.
• Incompetência de juízo da produção antecipada de provas que prejudica as partes. A discussão não é
do mérito.
• Perito impedido.
• Vícios processuais.
PROVAS EM ESPÉCIE
O depoimento pessoal é um ato que tem por objetivo obter a confissão provocada e não a confissão
espontânea, que não necessita de depoimento pessoal.
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O juiz pode determinar o depoimento pessoal das partes com objetivo de obter a confissão
provocada?
Se o juiz quiser ouvir a parte, de ofício, não é técnico dizer que ele quer o depoimento pessoal das
partes. O juiz não deve buscar a confissão provocada, sob o risco de se tornar parcial. Por isso,
parte da doutrina afirma que, quando o juiz age de ofício, o nome técnico não deveria ser
depoimento pessoal, mas interrogatório.
O depoimento pessoal poderia ser prestado por outra pessoa sem ser a própria parte?
Não, porque sempre se mandaria alguém que soubesse mentir ou atuar.
É um ato personalíssimo
a revelia não ocorre se os direitos forem indisponíveis. O efeito material é presumir como verdadeiros
os fatos alegados. Isso não acontece quando o direito tutelado pelo autor recai sobre direitos
indisponíveis (art. 345, II).
A Confissão é a pena aplicada nos casos de depoimento pessoal quando a parte não comparece ou
comparece e fica dando respostas evasivas ou fica calado.
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A prova documental é associada a papel, mas o conceito de documento é mais amplo e envolve
fotografia, áudio, vídeos.
Ata notarial é a tentativa de dar maior credibilidade as provas documentais juntadas ao processo e essa
credibilidade se quando você vai ao tabelião e ele documenta isso dando fé
PROVA DOCUMENTAL
• Conceito de documento: imagem, foto, vídeo, papel, áudio.
A parte contrária pode impugnar a veracidade da prova. No entanto, caso ela não se manifeste, a lógica
do Código é de que ela se presume verdadeira.
No processo digital, é comum que se coloque um monte de provas documentais para deixar a parte
contrária perdida e deixar que ela deixe um documento importante passar. Portanto, o juiz pode
mandar retirar os documentos irrelevantes ou indicar os que são relevantes.
As provas documentais serão produzidas pelo autor na petição inicial e pelo réu na contestação. O autor
deve juntar, na petição inicial, as provas essenciais e indispensáveis à propositura da ação.
Em contrário senso, o que não for essencial poderá ser juntado no curso do processo.
Decisão interlocutória
Sentença
No momento em que o juiz declara em sentença, a coisa será acobertada pela coisa julgada material,
logo o documento passa a ser falso em qualquer outro processo.
Se não for resolvido como questão principal, a eficácia é interna ao processo, não acobertada pela coisa
julgada material
Questões prejudiciais também poderão serão acobertadas pela coisa julgada material, ainda que não
haja declaração expressa da parte sobre isso.
Se a declaração não for pedida pela parte expressa em sentença, a falsidade é uma prejudicial
acobertada pela coisa julgada material no caso de preencher os requisitos do art. 503, §1º, ter o
contraditório efetivo, o juiz for competente e não tiver nenhuma restrição probatória.
- A prova continuará a ser falsas, mas, no processo, ela terá presunção de veracidade. O prazo é
preclusivo para o incidente e não para promover uma ação declaratória de falsidade.
Nesse caso, é possível alegar conexão, que a ação é prejudicial da outra ação.
Exceção: - Suspeito
- Incapaz
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- Impedido
- Menor de 16 anos
É o Código de ética de cada profissão que vai prever a barreira para o afastamento do sigilo.
Máximo 10 testemunhas
Enunciado n. 300 do FPPC: o juiz poderá ampliar ou restringir o número de testemunhas a depender da
complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
Enunciado n. 694 do FPPC: Modificada a decisão de saneamento quanto à delimitação das questões de
fato sobre as quais recairá a produção de prova testemunhal, poderá a parte complementar ou alterar
seu rol de testemunhas
• O prazo de apresentação do rol de testemunhas preclui. Se não foi arrolado no momento, não é
possível arrolar em outro, senão estaria sendo violada a ampla defesa e o contraditório da parte
contrária. O juiz pode determinar o comparecimento de alguém de ofício.
PROVA PERICIAL
Perito x Especialista (obs. A possibilidade de prova técnica simplificada (art. 464, §2 e 3°)
• Se o juiz decidir pela realização da perícia, ele deve estabelecer uma série de dinâmicas
• Sendo elas: nomeação do perito e fixação do prazo para apresentação do laudo pericial (que é o
documento dado pelo perito, em que ele responde aos quesitos formulados).
• O prazo para apresentação do laudo pericial é um prazo judicial, sendo fixado pelo juiz de acordo com
a complexidade da perícia.
• Quando o juiz nomeia o perito e intima as partes, abre-se um prazo para manifestações de quinze dias
(art. 465, § 1º). Poderão ser formulados quesitos, impugnações e nomeações de assistentes técnicos.
Esses quesitos serão respondidos no laudo pericial que será entregue
83
- Os assistentes técnicos são das partes, não havendo regra de impedimento e suspeição.
• Quando o juiz nomeia o perito, o perito deve apresentar a proposta de honorários no prazo de cinco
dias (art. 465, § 2º).
ATENÇÃO Não deve-se confundir quem adianta o valor inicial do perito e quem suporta esse ônus no
final. Quem suportará o ônus no final será sempre a parte sucumbente
- Rateada se os 2 pediram
Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do
perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada
de ofício ou requerida por ambas as partes.
- O juiz, posteriormente, em decisão interlocutória, irá fixar esses honorários periciais. Esses
honorários se tratam de título executivo judicial (art. 515, V)
84
Os esclarecimentos sobre o laudo serão prestados na audiência de instrução e julgamento. O art. 361
estabelece que, nessa audiência, devem ocorrer primeiro os esclarecimentos do perito e dos assistentes
técnicos
ATENÇÃO
• Não é o juiz que fixa os honorários periciais, mas o perito que apresentará uma proposta de
honorários, e o juiz apenas homologa esse valor.
• O prazo para perícia não é um prazo legal, mas um prazo judicial, que pode ser modificado.
• Intimação das partes: 15 dias, com antecedência mínima de 20 dias (art. 477, § 1º).
• Depois de apresentar a manifestação, o juiz intima novamente o perito, com prazo de 15 dias para
manifestação do perito (art. 477, § 2º).
• Depois desse esclarecimento, o juiz deve ouvir novamente as partes, sendo possível que as partes
solicitem novos esclarecimentos. Se isso ocorrer, esses esclarecimentos serão prestados na audiência
(art. 477, § 3º)
• Intimação para que o perito preste esclarecimentos: antecedência mínima de 10 dias (art. 477, § 4º).
• O laudo deve ser apresentado com 20 dias de antecedência da audiência de instrução e julgamento.
• Se houver necessidade, o perito deve ser intimado com 10 dias de antecedência da audiência para
responder novos esclarecimentos.
- O perito não presta esclarecimentos a perguntas formuladas na audiência. As perguntas devem ser
feitas antes e o prazo de dez dias é para que ele se prepare para responder a essas dúvidas na audiência
85
SENTENÇA
Para ser sentença, ela deve ter conteúdo de sentença e finalidade de sentença.
Haverá pronunciamentos do juiz que estarão tipificados no art. 485 e no 487, mas que não estarão
encerrando a fase cognitiva do procedimento comum. Esses pronunciamentos não podem ser chamados
de sentença, apenas de decisão interlocutória parcial de mérito ou decisão interlocutória sem resolução
de mérito (art. 356 e art. 354, parágrafo único).
Extinção do processo
- Ocorre com a sentença
A natureza jurídica da decisão que julga a liquidação de sentença ou que julga a impugnação ao
cumprimento de sentença depende do resultado.
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de
30 (trinta) dias;
Negligência das partes e abandono do autor. Nesses casos, para se extingua o procedimento, há
necessidade de inércia.
2. Lapso temporal
No caso de negligência das partes, o processo deve estar parado há, no mínimo, um ano; no caso de
abandono do autor, o lapso temporal é de trinta dias
86
- O juiz, nesse caso, dará um despacho determinando a intimação para se manifestar no prazo de 5 dias.
Somente após a intimação pessoal, se ninguém aparecer, será proferida a sentença.
• O abandono do autor fica caracterizado quando ele deixa de movimentar o processo por, no mínimo,
trinta dias.
• Antes de extinguir, deve-se intimar a parte pessoalmente para que ela demonstre se tem ou não
interesse no prosseguimento do feito. O prazo para que a parte se manifeste é de cinco dias.
• O abandono do autor não pode ser reconhecido de ofício se o réu já houver contestado. Nesse caso,
depende de requerimento do réu.
Em uma situação favorável ao réu, o réu não aceitará o pedido de desistência – porque, se
aceitar, a desistência será sem resolução de mérito, o que significa que o autor poderá
entrar novamente com a ação contra o réu. Se o processo prosseguir para uma sentença de
mérito no final e o pedido for julgado procedente, haverá coisa julgada material
Súmula 240/STJ: A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento
do réu
- Quando ocorre a extinção sem resolução de mérito, a ação poderá ser reproposta.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura
da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
87
Arts. 487
III – homologar:
Art. 488
- Sobre esse art., recomenda-se a observância da noção de primazia do mérito (art. 4º) e das regras de
nulidade (art. 282, § 2º).
Conceito
- art. 203, §1°
Classificação - Ternária
- Quinaria
88
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- Art. 38 da Lei 9.099 de 1995, em que se prevê que na esfera dos juizados há a possibilidade de a
sentença não dispor de relatório.
- Já para o CPC, uma sentença sem relatório e sem fundamentação é considerada nula.
Art. 286
- Extinta a ação sem resolução de mérito, a repropositura da ação tem que ser no mesmo juízo que a
ação foi proposta inicialmente
- Isso ocorre para que não haja violação ao princípio do juiz natural
O § 1º do art. 489 descreve quais são as situações em que qualquer decisão judicial (sentença, DI,
unipessoal, acórdão) é considerada nula
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
formulado pedido certo, é vedada a prolação de sentença ilíquida, sendo que "a decisão definirá
desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso" (art. 491);
Exceção: Inciso I e II
Objeto:
- Estabelecer o quantum debeatur (valor/quantidade/cifra)
Legitimação
a requerimento do credor ou devedor
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos
apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças
processuais pertinentes.
Esse efeito suspensivo, que impede a produção de efeitos da sentença, impede também a
liquidação?”
- A liquidação pode ser requerida independentemente do efeito do recurso
O art. 512 não especifica se o recurso tem ou não efeito suspensivo, mas apenas esclarece que é
possível liquidá-lo. Isso porque, nesse pedido, não se faz cumprimento à execução (a liquidação é um
passo anterior à execução).
- Mas se na pendencia do recurso come feito suspensivo e devolutivo houver a liquidação da sentença,
não será possível executá-la, pois a decisão esta suspensa.
Caso se queira insurgir sobre essa decisão, o recurso cabível é o agravo de instrumento (AI) (art. 1.015,
parágrafo único – cabe agravo de instrumento contra qualquer decisão interlocutória em liquidação).
Por outro lado, a maior parte da doutrina considera a liquidação como um incidente complementar do
procedimento comum do processo de conhecimento. Nesse sentido, via de regra, entende-se que a
decisão que julga a liquidação é de natureza interlocutória.
No mesmo sentido: “Na fase liquidatória, ainda que definido o an debeatur, é admitida a liquidação
zero quando se verifica a inexistência de débito em favor do credor, em decisão que põe fim ao
processo com julgamento de mérito e eficácia definitiva”. (STJ3a Turma, REsp 1.549.467/SP, rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, j. 13.09.2016, deram provimento, v.u., DJe 19.09.2016; RB 635/32)
Uma sentença publicada não poderá ser modificada, excetuando as seguintes hipóteses:
• Erro de cálculo ou inexatidões materiais;
– Esse tipo de erro pode ser corrigido a qualquer tempo (ad eternum), por simples petição.
– Na verdade, esta é a única hipótese em que o juiz pode corrigir de ofício uma sentença.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5
(cinco) dias para retratar-se./
Enunciado n. 310, do FPPC: “Não é constitutivo de hipoteca judiciária a decisão judicial que condena à
entrega de coisa distinta de dinheiro.”
- Obrigação de fazer
TUTELA ESPECÍFICA
Condenação - Obrigação de não fazer
Tutela de remoção de ilícito exige a reparação do que “não deveria ter sido feito”: “desfaça
determinado ato”
- Tutela que visa a reparação por algo que não deveria ter sido feito
- Por outro lado, se não for mais possível cumprir a ordem, há a possibilidade da conversão de perdas ou
danos, conforme o art. 499
- Essa indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada, conforme o art. 500
- Para evitar a conversão em perdas e danos, para evitar que descumpra a ordem judicial, pode-se valer-
se de medidas executivas típicas (mais conhecida é a multa ou astreintes) ou atípicas
- Logo, multa é diferente de indenização. Mesmo tendo recebido o valor de uma multa, ainda se pode
aplicar uma ação indenizatória contra uma parte, por esta ter descumprido uma ordem judicial.
- A multa e as suas variações serão estudadas mais detalhadamente em outro momento mais oportuno.
Natureza jurídica
- Recurso
- Sentença
Decisões sujeitas
- Decisão interlocutória parcial de mérito
Não estão sujeitas Acórdão, decisões unipessoais de relator, decisões interlocutórias (tela provisória)
95
- União
- Estados
- Distrito Federal
Proferida contra - Municípios
É importante observar a obrigatoriedade na Lei de Mandado de Segurança (art. 14, Lei 12.016 de 2009).
Art. 14.Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.
No mandado de segurança, se a decisão for contrária à Fazenda Pública, a remessa necessária deve
ocorrer.
§ 1º:
- Leonardo da Cunha defende que a remessa necessária só ocorre se não houver interposição de recurso
voluntário pela Fazenda Pública.
Súmula 325 do STJ: A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da
condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado.
Súmula 45 do STJ: no reexame necessário, e defeso, ao tribunal, deve- -se agravar a condenação
imposta à Fazenda Pública
No caso de uma matéria subir por causa de uma remessa necessária, sendo debatida na sentença,
mas não no tribunal, essa remessa gera o requisito do pré-questionamento?
- quando a lei dispensar remessa necessária, não se impedirá a interposição de recurso voluntário
Súmula 490 do STJ “A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito
controvertido for inferior a sessenta salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas”.
- Súmula 490 não se aplica se a ação for contra o INSS de natureza previdenciária, pois o teto de
aposentadoria mais o prazo prescricional não chega a um milhão e cem mil reais
- No caso do § 4º a dispensa da remessa necessária não é pela alçada, e sim pela existência de
precedente obrigatório ou orientação vinculante
- Nesses casos independe do valor da condenação e não impede a interposição de Recurso Voluntário
pela Fazenda Pública.
2 — REsp e RE Repetitivo;
3 — IRDR e IAC e;
– Súm. Vinculante
– Súm. Const.
STF
– IAC
– Re Repetitivo
– Súm. Infrac.
– IAC
STJ
– Resp Repetitivo
– IRDR
– Súmula
TJ/TRF
– IAC
– IRDR
97
Espécies - Formal Decisão sem resolução de mérito ou com resolução, mas não sujeita a recurso
- Processual
ATENÇÃO Toda questão prejudicial de mérito é incidental. Mas nem toda questão incidental de mérito é
prejudicial
Observando-se o § 1º, as questões prejudiciais poderão ser atingidas pela coisa julgada material.
ATENÇÃO Mesmo que toda questão tenha sido resolvida incidentemente, ela pode ser uma prejudicial
de mérito, mas, para ser imunizada pela coisa julgada material, deverá preencher todos os requisitos do
art. 503:
ATENÇÃO Art. 1.054. O disposto no art. 503, § 1º , somente se aplica aos processos iniciados após a
vigência deste Código, aplicando-se aos anteriores o disposto nos arts. 5º , 325 e 470 da Lei nº 5.869, de
11 de janeiro de 1973 .
ATENÇÃO Cumprimento de sentença também é execução, apesar de não estar ocorrendo através de um
processo executivo propriamente dito. É uma atividade executiva contínua.
99
Título executivo extrajudicial (art. 784) Processo de execução (ação executiva) Citação
Defesa: Embargos à execução
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (ART. 515) TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (ART. 784)
as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de debênture e o cheque;
não fazer ou de entregar coisa;
a decisão homologatória de autocomposição judicial; a escritura pública ou outro documento público
assinado pelo devedor
a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial o documento particular assinado pelo devedor e por 2
de qualquer natureza testemunhas;
formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação o instrumento de transação referendado pelo Ministério
ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública,
singular ou universal; pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal;
o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por outro direito real de garantia e aquele garantido por
decisão judicial; caução;
sentença penal condenatória transitada em julgado; o contrato de seguro de vida em caso de morte;
Art. 523.No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela
incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado
intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação.
- Segundo o professor Alexandre Flexa, deve-se olhar para a formação da coisa julgada. O que ocorreu
antes já não deverá ser considerado (efeito preclusivo da coisa julgada), mas os vistos posteriores, esses
poderão ser objetos da impugnação.
- Para o professor Araken de Assis, a cognição nos embargos é plenária, no sentido de que o executado,
nos embargos, poderá alegar absolutamente qualquer matéria, que seria lícito a ele alegar uma
contestação. Art. 917, Inc. VI, citado acima.
Resumindo, existe um diálogo de fonte que pode ser observado na análise dos Arts. citados acima, pois
todos tratam a questão da execução.
Ao se examinar o código, percebe-se que a parte de cumprimento de sentença é muito mais detalhada
do que a parte de execução de título extrajudicial. No entanto, ao consultar o Art. 911, por exemplo, ele
direciona o leitor para o Art. 528. Todos estão interligados com o assunto atividade executiva, cujo
objetivo é a satisfação, a realização do direito e não mais a resolução. Portanto, execução.
101
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
É a execução dos títulos executivos judiciais (art. 515).
ESPÉCIES
– Definitivo: a decisão já transitou em julgado.
comum, ou seja, é executada normalmente. Aqui há o procedimento especial, quantia certa porque,
conforme a Constituição, art. 100, será pago através de precatório. Logo, aqui há um procedimento
diferente quando se trata de pagamento em dinheiro, porque nesses casos há RPV e precatório
Competência no cumprimento
Exemplo 2: uma sentença proferida pelo juiz da primeira vara de Niterói foi objeto de recurso. Na
Segunda Câmara Cível no TJRJ, o desembargador Alexandre Freitas Câmara (presidente da Segunda
Câmara do TJRJ) alterou a sentença proferida pelo juiz da primeira vara de Niterói.
- O acordão do TJ será executado na primeira vara de Niterói, porque a competência recursal não altera
a competência funcional de quem proferiu a decisão originária
Protesto judicial
Quando o indivíduo não está pagando, pode gerar uma constrição via cartorária contra ele.
Medidas executivas
103
Direta:
- é aquela tomada cuja medida tem relação direta com o objeto da execução.
Indireta:
- Quando não houver esse coincidência entre o objeto da execução e a medida tomada
- Mozart quer que o executado entregue um carro. O juiz fixa uma multa em caso de descumprimento. A
multa é uma medida executiva, mas o que está sendo estabelecido por essa medida executiva não
coincide com o objeto da execução. A multa é apenas uma forma indireta de alcançar o resultado
Típica
- tem previsão no ordenamento.
Exemplo: penhora, busca e apreensão, imissão na posse, penhora eletrônica, multa em caso de
descumprimento (astreinte, arts. 536, IV e 537)
Atípica
- o Código não prevê apreensão de passaporte, de cartão de crédito.
Constritivas
- medidas executivas que têm por objetivo gerar uma constrição ao executado, como a multa, a busca e
apreensão, a penhora. São medidas que agridem o executado, que impõe ao executado uma situação
que provavelmente ele não desejaria
Premiais
medidas que não pioram a situação do executado, mas melhoraram caso ele cumpra, que são técnicas
premiais,
104
exemplo: art. 827, o juiz vai fixar os honorários das execuções de título extrajudicial em dez por cento,
mas se ocorrer pagamento integral da dívida em três dias, os honorários serão reduzidos de dez por
cento para cinco por cento.
- Por exemplo, a Fazenda Pública, o juiz, o exequente munido de uma certidão, vai ao cartório de
protesto informar que algum indivíduo é devedor. Logo, há um protesto cartorário contra o
indivíduo/devedor. Se o indivíduo/devedor quiser dar baixa, tem que pagar, ir ao cartório e comprovar
que pagou para que seja dado baixa. É preciso gastar um bom dinheiro para retirar o protesto.
13. Tese jurídica firmada: “O art. 782, §3º do CPC é aplicável às execuções fiscais, devendo o
magistrado deferir o requerimento de inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes,
preferencialmente pelo sistema SERASAJUD, independentemente do esgotamento prévio de outras
medidas executivas, salvo se vislumbrar alguma dúvida razoável à existência do direito ao crédito
previsto na Certidão de Dívida Ativa - CDA.” (TEMA 1.026, STJ-1ª Seção, REsp 1.807.180/ PR, Rel.
Ministro Og Fernandes, j. 24.02.2021, deram provimento, v.u., DJe 11/03/2021)
Se não transitou em julgado, como é que vai executar ainda? E se houver uma reviravolta no julgamento
desse recurso? É o cumprimento provisório, que só pode acontecer se esse recurso, que ainda está
pendente de julgamento, não tiver sido recebido no efeito suspensivo
Uma das funções do efeito suspensivo é impedir que a decisão produza efeitos, logo, se o recurso foi
recebido no efeito suspensivo, não pode executar aquela decisão porque ela não está produzindo
efeitos
Como o recurso é
desprovido de efeito
Agravo de
suspensivo, a decisao ja Acórdão
instrumento
produz efeitos a partir da
publicação
Decisão
P.i
interlocutóra
Cumprimento
A parte pode requere Requerimento provuisório porque
cumprimento provisório do credor ocorre na pendencia
do jrecurso
- Não exige caução para ser iniciada, mas antes dos atos de alienação e afins
Com base no art. 520, § 2º, são devidos a multa e honorários advocatícios de dez por cento no
cumprimento provisório.
O cumprimento definitivo ocorre com base em uma decisão que já transitou em julgado.
O cumprimento definitivo pode também se dar com base em uma decisão parcial de mérito, art. 356, §
3
O principal requisito é o demonstrativo atualizado do crédito (quando para obtenção do valor depender
apenas de cálculo aritmético, pode dar entrada no requerimento com o demonstrativo atualizado, sem
necessidade de liquidação). O demonstrativo será distribuído nos termos do art. 516
PEGADINHA DA BANCA
Sim, quando for fazer, não fazer ou entrega. Porém, quando for para pagar quantia, não pode ser de
ofício, depende de requerimento.
Enunciado n. 450 do FPPC: “Aplica-se a regra do art. 827, § 2º, ao cumprimento sentença”
INTIMAÇÃO DO EXECUTADO
Com advogado nos autos Pelo DJe na pessoa do advogado (art. 513, §2°, I)
Patrocinado pela Defensoria Pública Intimação por carta com aviso de recebimento (art.
513, §2°, II)
Pessoa natural e jurídica Intimação por carta com aviso de recebimento(art.
que não se enquadram 513, §2°, II)
no art. 246, §1°
Sem advogado
Pessoa jurídica que se Intimada por meio eletrônico (art. 513, §2°, III)
enquadra no art. 246,
§1°
Sem advogado e citado por edital e revel na fase de Intimado por edital (art. 513, §2°, IV)
conhecimento
Com advogado, mas o requerimento foi formulado Intimação por carta com aviso de recebimento (art.
após 1 ano do trânsito em julgado 513, §4°)
A partir do momento que transita em julgado e a dívida é exigível, tem que esperar para o credor fazer o
requerimento. Se o requerimento demorar muito para ser formulado, ou seja, se o exequente passar
mais de um ano para fazer o requerimento, observar art. 513, § 4º.
108
A partir do momento em que a dívida é exigível, começa a correr prazo prescricional. Se o exequente
demorar muito para fazer o requerimento, quando ele for fazer, talvez o crédito possa estar prescrito. O
prazo prescricional, conforme a súmula n. 150 do STF, depende da natureza do crédito da ação
cognição.
Passado os quinze dias, abre prazo para o oferecimento de eventual impugnação, que é a defesa do
executado no cumprimento de sentença.
• No 16º dia, que é o primeiro após o término do prazo para pagar, é o primeiro dos 15 dias para
impugnar.
O prazo de 15 dias dobra se houver litisconsorte com diferentes procuradores, segundo o art. 229 do
Código de Processo Civil.
Não tendo pagado nos 15 dias, no 16º dia o devedor já está sujeito a penhora e avaliação; isso quer
dizer que a partir do 16º dia o executado já pode sofrer atos de constrição
Os vícios que aconteceram antes do trânsito em julgado normalmente estão preclusos; os que
acontecem posteriormente poderão ser alegados dentro da impugnação. Assim, tem-se o efeito
109
preclusivo da coisa julgada (art. 508), salvo expressa previsão legal; logo, vícios posteriores ao trânsito
em julgado poderão ser objeto da impugnação.
• Cogn. Limitada
• Efeito suspensivo
– Mas poderá ser concedido pelo juiz (ope judiciais) [Possibilidade de prosseguir mediante caução
(art. 525, § 10)]
- 1º Garantir o juízo
Se o vício na penhora ou avaliação for posterior à impugnação, como deve ser apontado?
- arguido por simples petição (art. 525, §12°)
Prazo: 15 dias
- Pode:
- Se entender:
* Pela insuficiente sofre o valor ofertado, sobre ele incidirá 10% de multa e honorário
- D.i (alimentos provisórios) ou sentença (alimentos definitivos- não apelou, t. em. julgado) -fixa
alimentos em 1000 reais
- Requerimento do credor
* Pagar
* Ficar inerte
Pois o tempo que ficar preso não o libera do pagamento (art. 528, §5)
Será no regime fechado
Preso separado dos demais presos
Pagamento integral juiz suspende a ordem de prisão
Não há limites para o número de prisões
As prestações vencidas durante o cumprimento da pena de prisão civil podem ser utilizadas como
justificativa para um novo decreto prisional?
As prestações vencidas durante o curso do decreto prisional não podem ser utilizadas como justificativa
para uma nova prisão.
Pode ser requerida uma nova prisão, embora o requerimento anterior ainda esteja em curso, só termina
quando ele efetuar o pagamento.
114
16° dia
- Funcionário público
- Empregado CLT
115
Se a pessoa for executar a Fazenda Pública por uma obrigação de fazer, de não fazer, de entrega de
coisa, a Fazenda será executada normalmente. O regime só é diferenciado quando é feita cobrança de
dinheiro, porque ela tem que pagar por RPV ou por precatório.
É uma exigência do art. 100, CF, e também um controle de constitucionalidade feito pelo Supremo. No
caso de quantia, a Fazenda é intimada para se defender, e depois, não havendo defesa, ou rejeitada a
defesa, é que vem a ordem de pagamento.
116
Obrigação de fazer, não fazer ou entrega cabe, porque a Fazenda, nesses casos, não possui regime
diferenciado. Ainda que haja um recurso, se esse recurso estiver sem efeito suspensivo, a decisão contra
a Fazenda, já está produzindo efeitos e pode ser executada
Obrigação de pagar quantia certa e determina expedição de RPV ou precatório, a CF exige regime
especial e a decisão precisa ter transitado em julgado para promover a execução provisória.
Obs.: A representação da Fazenda Pública é feita (art. 75) da seguinte forma: a União é intimada na
pessoa do Advogado da União; os estados, na pessoa do procurador do estado; os municípios, na pessoa
de seu procurador ou do prefeito
* carta
* Remessa
* Meio eletrônico
- Prazo de 30 para impugnação (art. 535) esse prazo é próprio logo não dobra
- A fazenda pode:
- Precatório: Não incide honorário (Art. 85, §7°)
* Não impugnar
- RPV: Incide honorário (não aplica o art. De cima)
* Oferece impugnação
Pode ser:
Total-
- Controverso
Parcial- Há um valor
- Incontroverso
117
118
119
Tutelas específicas
São aquelas que impõem obrigações de fazer, não fazer ou de entrega de coisa. Pagar quantia não é tutela
específica.
• Obrigação de FAZER;
• A obtenção de tutela específica pode ser cumulada com medidas executivas típicas indiretas, que é para
compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação. Isso não afasta a obrigação de perdas e danos;
• Suponha que:
– um juiz ordene ao plano de saúde que expeça uma guia de internação e que arque com todas as
necessidades do paciente em seu tratamento – obrigação de fazer;
120
– um juiz determine que o fabricante de um determinado veículo/bem móvel substitua o produto – obrigação
de entrega de coisa;
Então, todas as vezes que se tem na decisão judicial uma obrigação de fazer, de não fazer ou de entrega,
espera-se que o réu cumpra isso de forma específica;
• E no caso de uma eventual recalcitrância, quando o réu não cumpre a ordem judicial? Como compelir o réu a
obedecer a ordem judicial, evitando eventual execução forçada?
Uma das possibilidades é através de multa, a astreinte. Essa multa não impede uma ação indenizatória e/ou de
perdas e danos, porque a função da multa não é indenizar.
O cumprimento de obrigação de fazer, de não fazer e de entrega de coisa pode ter o requerimento, mas o
juiz/a secretaria deve proceder a um cumprimento dessa decisão independentemente de requerimento.
Nesses casos, essa fase da execução forçada ocorre de ofício.
Portanto, cumprimento de sentença necessariamente depende de requerimento se for quantia certa; fazer,
não fazer e entrega podem ocorrer de ofício.
Observe que a multa é apenas uma das medidas possíveis. Veja, também, que isso serve tanto para as
obrigações de fazer como para as obrigações de não fazer. De acordo com o professor Humberto Theodoro
Júnior, negativa (não fazer) é a obrigação; a execução (cumprimento) é sempre positiva. Ou seja, não se
executa para que o outro não faça. Na verdade, se executa para que ele desfaça o que não poderia ter feito
(remoção de ilícito). Para fazer valer essa ordem judicial, são necessárias medidas executivas diretas e
indiretas para obter um resultado específico, e uma delas é a multa.
Multa astreinte
– segundo o professor Cândido Rangel Dinamarco, tem por objetivo vencer a recalcitrância, convencer alguém
que se deve obedecer à ordem judicial.
É necessário valer-se de medidas executivas para compelir essa pessoa a agir obedecendo normas e regras.
Ex.: obrigatoriedade do uso de cinto de segurança e multa para quem não a cumprir.
– No art. 536, o Código prevê a possibilidade de multa. Já o art. 537 regula essa multa.
– aplicação de ofício ferramenta de executoriedade do juiz (juiz se vale da multa para fazer valer a ordem
judicial, que deveria ser cumprida espontaneamente);
– Momento: pode ser aplicada em qualquer fase do processo, seja em tutela provisória, seja na sentença ou
na fase de execução;
critérios para que o juiz reflita com cuidado sobre um percentual da multa, seu valor, periodicidade e sobre um
prazo razoável para o cumprimento da ordem para a incidência da multa;
– ofensor x ofendido
122
– o juiz, quando vai fixar uma multa, deve pensar, também, sob a perspectiva pedagógica, para que o ofensor
não continue gerando novas lesões;
– flexibilização da Súmula 7 do STJ quando o valor da astreinte for irrisório ou muito alto;
Um ex-presidente do STJ levantou uma discussão sobre a culpa do judiciário nessa desobediência generalizada
de ordens judiciais, uma vez que, ao criar a cultura de que a multa fixada será revista a qualquer momento
caso esteja desproporcional, isso, de certa forma, faz com que o réu aja com mais descaso, porque ele não
confia que a multa será aquela.
Obs.: o Código estabeleceu critérios para que a multa que ainda vai vencer (vincenda) possa ser modificada,
mas a multa vencida não deve ser alterada
Obs. 1: quem é o titular e/ou beneficiário desse crédito é o credor. A multa é convertida para ele, não para o
Estado;
Obs. 2: o que ele receber a título de multa não impede uma ação indenizatória (art. 500).
• Se não houver cumprimento da ordem judicial, a multa, que já está incidindo, pode ser executada
provisoriamente (art. 537, § 3º);
Ementa: “PROCESSUAL CIVIL. FIXAÇÃO DE ASTREINTES CONTRA O PODER PÚBLICO. POSSIBILIDADE. 1. O STJ
entende ser cabível a cominação de multa diária (astreinte) contra a Fazenda Pública como meio executivo
para cumprimento de obrigação de fazer ou entregar coisa (arts. 536 e 537 do CPC/2015). 2. Recurso Especial
provido”. (STJ – 2ª Turma, REsp 1.827.009/PE, rel. Min. Herman Benjamin, j. 20.08.2019, deram provimento,
v.u., DJe 13.09.2019).
Obs.: a multa recai sobre o Estado e não sobre o servidor (princípio da impessoalidade).
123
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitindo o
levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
• Exemplo: se há tutela provisória sendo fixada e a multa vai para o credor, caso a decisão não seja confirmada
futuramente, não se pode permitir que se pague a multa por uma ordem não devida.
• A partir do momento que a multa incidir, é possível requerer o cumprimento provisório dela.
• É possível o cumprimento provisório dos valores fixados a título de multa em tutela provisória, em sentença,
em acordo etc.
• Se a multa for executada, os valores apreendidos do devedor que descumpriu a ordem judicial só poderão
ser levantados pelo exequente quando a condenação transitar em julgado.
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for
cumprida a decisão que a tiver cominado.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de
não fazer de natureza não obrigacional.
• Exemplo: a sentença condenou o réu a pagar cem mil reais, o credor fez o requerimento para que o
executado seja intimado a pagar o valor, sob pena de multa de 10% e honorários advocatícios.
Neste caso, a obrigação de pagar é do devedor, porém está sendo intimado na pessoa de seu advogado. Logo,
o advogado possui responsabilidade de manter o cliente informado sobre a pena de não pagamento de multa.
Súmula n. 410 do STJ: “A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança
de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer”.
(RESSALVA DE ENTENDIMENTO) (MIN. NANCY ANDRIGHI): “Não há necessidade de intimação pessoal da parte
para a incidência da multa diária pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, sendo suficiente a
intimação do devedor na pessoa de seu advogado. Isso porque a tendência do atual Direito Processual Civil é
de agilizar e desburocratizar a execução, com previsão, inclusive, de expansão dos poderes inerentes ao
mandato conferido ao advogado. Além disso, exigir a intimação pessoal do devedor no cumprimento das
obrigações de fazer e de não fazer proporciona, ainda, o estímulo à sua ocultação, já que, sem essa
formalidade, não haverá como lhe impor medidas coercitivas para o cumprimento específico da obrigação.
Desse modo, constata-se que a intimação do devedor, via advogado, acerca da imposição da multa do artigo
461, § 4º, do CPC, se mostra como o meio mais adequado de cientificar a parte, por guardar consonância com
o espírito condutor das reformas que vêm sendo feitas ao CPC, em especial a busca por uma prestação
jurisdicional mais célere e fluida, bem como a antecipação da satisfação do direito reconhecido judicialmente”.
Ementa: “É necessária a prévia intimação pessoal do devedor para a cobrança de multa pelo descumprimento
de obrigação de fazer ou não fazer antes e após a edição das Leis n. 11.232/2005 e 11.382/2006, nos termos
da Súmula n. 410 do STJ, cujo teor permanece hígido também após a entrada em vigor do novo Código de
Processo Civil”. (STJ-Corte Especial, EREsp 1.360.577/MG, rel. p/acórdão Min. Luis Felipe Salomão, j.
19.12.2018, deram provimento, por maioria, DJe 07.03.2019)
• A Corte Especial do Supremo Tribunal de Justiça manteve a Súmula n. 410 do STJ em vigor.
124
§ 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e
com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor.
§ 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento.
§ 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação
de fazer ou de não fazer.
• Exemplo: após o trânsito em julgado, intimou o réu para entrega do carro em 5 dias sob pena de multa
diária. Contra essa sentença, cabe recurso de apelação. Caso não apelado, transitou em julgado, intimando o
réu sobre a sentença. Essa intimação deve ser pessoal, por conta da multa (Sum. 410/STJ). A partir disso, abre-
se o prazo para cumprimento. Caso não cumpra, há a expedição do mandado de busca e apreensão (bem
móvel) ou imissão na posse (bem imóvel). Em caso de intimação pessoal, passa a incidir a multa.
1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a
requerimento do exequente.
125
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (ART. 515) TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL (ART. 784)
as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de debênture e o cheque;
não fazer ou de entregar coisa;
a decisão homologatória de autocomposição judicial; a escritura pública ou outro documento público
assinado pelo devedor
a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial o documento particular assinado pelo devedor e por 2
de qualquer natureza testemunhas;
formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação o instrumento de transação referendado pelo Ministério
ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública,
singular ou universal; pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal;
o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por outro direito real de garantia e aquele garantido por
decisão judicial; caução;
sentença penal condenatória transitada em julgado; o contrato de seguro de vida em caso de morte;
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de
promover-lhe a execução.
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem
executados.
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do
lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação
126
• É possível execução contra a Fazenda Pública, por exemplo, baseado em título executivo extrajudicial.
• Não basta ter um documento particular, ele precisa ter duas testemunhas para presenciar a existência do
contrato.
• O contrato de abertura de conta corrente, ainda que esteja subscrito por duas testemunhas e acompanhado
no demonstrativo de débito, não se caracteriza como título executivo extrajudicial. Porém, esse contrato se
aperfeiçoa como prova escrita, sem eficácia de título, pode-se valer de monitoria.
• O proprietário de um imóvel pode mover uma execução contra o inquilino que não pagar o IPTU,
condomínio etc., previstos em contrato.
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim
de obter título executivo judicial
• Exemplo de falta de interesse de agir: a parte autora instaura um processo de execução e ela já detém um
título executivo extrajudicial.
• Se dentro de uma cobrança de título extrajudicial existe uma obrigação decorrente daquilo que não está
constituída no título, algumas pessoas poderiam optar por entrar com uma ação única.
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
• Patrimonialidade A execução não recai sobre o devedor e sim sobre seus bens (art. 789)
• Utilidade O bem que será executado deve demonstrar algum tipo de proveito para o fim da obrigação
(art. 836)
• Menor onerosidade A execução se dará da forma menos gravosa ao executado (art. 805)
I – serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente
as custas processuais e os honorários advocatícios;
ATENÇÃO
III – o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
COMPETÊNCIA
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o
seguinte:
I – a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de
situação dos bens a ela sujeitos;
II – tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III – sendo incerto ou
desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de
domicílio do exequente;
IV – havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à
escolha do exequente;
V – a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem
ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
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CADASTRO DE INADIMPLENTES
Há a possibilidade de utilização de medidas executivas típicas indiretas para compelir o executado ao
cumprimento da quitação. Uma delas é a inscrição do executado em um órgão de inadimplência
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
§ 1º O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas comarcas contíguas, de
fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana.
§ 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará.
§ 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.
§ 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a
execução for extinta por qualquer outro motivo.
ATENÇÃO É possível a cumulação de execuções, mas devem ser preenchidos certos requisitos, conforme
definição expressa no CPC:
- Mesmo executado
- Idêntico procedimento
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for
o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento
RELEMBRANDO
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
associada às execuções por quantia certa
- O devedor.
i. Sócios (observar regime societário: nome coletivo, comandita simples, contas de participação,
limitada etc);
ii. Cônjuge (observar benefício do casal). Súmula n. 251 do STJ: A meação só responde pelo ato
ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante
aproveitou ao casal.
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo
as restrições estabelecidas em lei.
“Todos” os bens, mas com exceções: o imóvel usado para moradia, por exemplo, é impenhorável. O salário,
pensão, aposentadoria, vencimentos também são impenhoráveis (salvo para pagamento de pensão
alimentícia ou se o devedor recebe mais de 50 salários mínimos).
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
IV – do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de
fraude contra credores;
Fraude
130
- Fraude à execução
O que é a fraude?
Ponto de partida para entender a fraude: a parte está com o patrimônio insuficiente para solver a dívida e a
transferência de bem coloca o devedor em um estado de insolvência. A premissa da insolvência é um fator
caracterizador da fraude.
Porém, além da insolvência, para ser considerado fraude, tem que existir a intenção, a conduta ilícita.
- muitas vezes a alienação de bens ocorre com a ação já ajuizada, mas antes da citação. Neste caso, pode
ocorrer a fraude contra credores ou a fraude à execução. A depender se o devedor, de alguma forma, tinha
ciência da existência da ação, ônus de provar de que ele tinha ciência de que a ação estava em curso é do
credor
- é muito comum que tenha um terceiro envolvido. Este terceiro pode alegar boa-fé, mas pode estar agindo
com o devedor. Ou pode ser um indivíduo desavisado, que não tomou as medidas protetivas necessárias.
- Transferência para terceiros em simulação: consilium fraudis, exigência para fraude contra credores
ATENÇÃO Fraude à execução não é dilapidação que se dá com a execução em curso ou com a futura
execução em curso. É quando existe qualquer tipo de ação que pode levar o devedor à insolvência.
Súmula 375, STJ: O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado
ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.
Enunciado n. 191 do FPPC: (arts. 792, § 4º, 675, caput, parágrafo único) O prazo de quinze dias para opor
embargos de terceiro, disposto no § 4º do art. 792, é aplicável exclusivamente aos casos de declaração de
fraude à execução; os demais casos de embargos de terceiro são regidos na forma do caput do art. 675.
(Grupo: Execução; redação revista no VI FPPC-Curitiba).
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para,
em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
§ 1º Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo
valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.
Astreinte. Portanto, no despacho, o juiz também pode fixar multa no caso de descumprimento.
§ 2º Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem
imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi
designado.
Na hipótese do executado não entregar o bem, imediatamente se dará a ordem de busca e apreensão
(bem móvel) ou imissão na posse (bem imóvel).
Lembre-se: em títulos judiciais, o executado não é citado, mas intimado (art. 513, § 2º).
Mas esta citação precisa ser, necessariamente, por oficial de justiça ou poderia ser por AR (correios)? Não
existe mais restrição, portanto, pode ser feita pelos dois meios.
Então, veja: simultaneamente com o prazo de entrega, haverá o prazo para embargos (15 dias), art. 915.
Embargos à execução:
Portanto, promovida uma execução de título extrajudicial, embargada ou não, há incidência de honorários
(art. 85, §1°)
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo
executado.
§ 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela
metade.
§ 2º O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo
a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho
realizado pelo advogado do exequente.
Art. 808. Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente será
ouvido após depositá-la.
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe
for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente
Se o executado não entrega o bem, e após ordem de busca e apreensão ou imissão na posse, o bem não
é encontrado ou está deteriorado > art. 809: perdas e danos
Obs.: os arts. 811, 812 e 813 representam uma variação da execução de entrega de coisa. Situação que é
pactuado a entrega de coisa incerta, ou seja, tratada pelo gênero. Neste caso, deverá ocorrer a
132
individualização do bem.
A execução é positiva: a execução é feita para que seja “desfeita” a ação > remoção de ilícito
Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz
fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo .
Súmula 410, STJ: “A prévia intimação pessoal do devedor constitui condição necessária para a cobrança de
multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.”
- Portanto, prazo fixado pelo juiz no despacho > prazo judicial e será contado em dias úteis (art. 219).
embargos à execução:
Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do
processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em
indenização
•Execução corre às custas do executado para realização por terceiro. Arts. 817 e 818.
• Conversão em perdas e danos. Neste caso, torna-se execução por quantia certa.
134
I – adjudicação;
II – alienação;
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou
consignando a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.
• Citação do executado. Feito por AR ou OJ. Enunciado n. 85 da I Jornada de Processo Civil do CJF: “Na execução
de título extrajudicial ou judicial (art. 515, § 1º, do CPC) é cabível a citação postal.
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo
executado.
§ 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
§ 2º O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a
majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho
realizado pelo advogado do exequente
Enunciado n. 451 do FPPC: “A regra decorrente do caput e do § 1º do art. 827 aplica-se às execuções fundadas
em título executivo extrajudicial de obrigação de fazer, não fazer e entrega de coisa”
Se, nesse prazo, ocorrer o pagamento integral é possível diminuir os honorários advocatícios pela metade, art.
827, § 1º.
O prazo começa a ser contado depois que o mandado de citação é integrado aos autos
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da citação.
§ 1º Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça
tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado.
Não é feito o pagamento no prazo ordem de penhora e avaliação, art. 829, § 1º.
§ 2º A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo
juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
no caso de penhora e avaliação, se for encontrado o patrimônio > auto/termo de penhora e avaliação. Mas
atenção: há casos em que não precisa da lavratura de auto/termo.
Obs.: é possível pedir, na petição inicial, o requerimento de penhora eletrônica (on-line), art. 854. E, também, a
indicação de bens do devedor passíveis de penhora, art. 798:
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: (...)
II – indicar: (...)
-após a citação, pode ocorrer situações em que o executado se oculta, dificultando o seu descobrimento. Para
situações como esta usa-se o arresto ex officio, art. 83.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a
execução.
§ 1º Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias
distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
- Se a citação pessoal não for possível e tiver suspeita de ocultação > prosseguir para citação por hora certa, art.
252.
- E caso a citação por hora certa seja impossível de ser feita, segue-se com a citação por edital, art. 257.
- promovida a citação (por hora certa ou por edital) > citado o executado > abertura do prazo de pagamento. Se o
pagamento não for efetuado, os bens arrestados são convertidos em penhora.
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor
da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou
indisponibilidade.
§ 1º No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas.
§ 2º Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10
(dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados.
§ 3º O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo.
136
§ 5º O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2º
indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos apartados.
Enunciado n. 539 do FPPC: “ A certidão a que se refere o art. 828 não impede a obtenção e a averbação de
certidão da propositura da execução (art. 799)”.
Na etapa do despacho é possível obter a certidão para fins de averbação premonitória, art. 828.
EMBARGOS À EXECUÇÃO
• Art. 517: protesto judicial que se dá em cartório.
• Art. 828: não é um protesto, que é ato específico, mas é uma averbação. E esta se dá em registro de imóveis.
A parte de embargos à execução será desenhada na parte de baixo do fluxograma. Representando a defesa do
executado, pois ele pode apresentar resistência após ser citado
citação > prazo para embargos à execução (15 dias), art. 915.
embargos possuem:
§ 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças
processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoa
I – quando intempestivos;
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o oferecimento de embargos manifestamente
protelatórios.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença
que: (...)
distribuição por dependência > se tudo estiver em ordem, juiz dá um despacho. No despacho, ele determinará a
citação (mas o código não fala). E, seguindo, terá a resposta do exequente (prazo de 15 dias), art. 920, inciso I
Resposta do exequente > fase instrutória, art. 920, inciso II > Sentença, art. 920, inciso III. Sobre as sentenças:
• Sentença de rejeição liminar: recurso cabível é a apelação, sem efeito suspensivo, art. 1.012, § 1º, inciso III.
– Improcedente: caberá apelação, sem efeito suspensivo, art. 1.012, § 1º, inciso III
auto/termo de penhora e avaliação > depósito > fase de expropriação, art. 825.
1. Adjudicação.
2. Alienação:
i. Presencial;
ii. Eletrônico.
- o oferecimento dos embargos suspende a execução? Impediria, por exemplo, os atos de expropriação?
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos
para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes
Tutela provisória: art. 300. Portanto, pode-se pedir nos embargos a concessão de direito suspensivo
- Ao requerer, o juiz analisará o pedido durante a distribuição por dependência. E, por decisão interlocutória (DI)
ele irá conceder ou não.
- Portanto, nem toda decisão interlocutória em embargos é agravável, necessário observar o art. 1.015
ATENÇÃO obter o efeito suspensivo não impede que a execução seja aparelhada. Ou seja, pode penhorar,
substituir o bem penhorado, pode proceder à avaliação. O que será impedido é a expropriação.
Enunciado n. 546 do FPPC: “O efeito suspensivo dos embargos à execução pode ser requerido e deferido a
qualquer momento do seu trâmite, observados os pressupostos legais”.
Enunciado n. 547 do FPPC: “O efeito suspensivo dos embargos à execução pode ser parcial, limitando-se ao
impedimento ou à suspensão de um único ou de apenas alguns atos executivos”.
ATENÇÃO O prazo para embargos, além de não dobrar com litisconsórcio, conta individualmente para cada
litisconsorte
§ 1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo
comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir da juntada do último
Mas existe exceção: se os executados litisconsorte forem casados ou companheiros, pois é provável que eles
apresentem uma defesa em conjunto
I – da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da
penhora, da avaliação ou da alienação dos bens;
II – da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º deste artigo ou, não havendo este, da
juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas da prevista no inciso I deste
parágrafo.
§ 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a
competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da
penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado
140
Aula 164
141
142
- Quando se tem um bem penhora, significa dizer que aquele bem está disponível para a atividade expropriatória,
mas a penhora em si não é expropriatória.
Não! Um dos efeitos da posse, é chamado de efeito material, sendo um dos seus efeitos ter a possibilidade de
haver desapossamento do bem, quando o oficial de justiça leva o bem e leva para o depositário. Pode perder a
posse direta, mas a pessoa continua proprietária. Sendo assim, a penhora pode gerar desapossamento, e não
gera em si desapropriação
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das
custas e dos honorários advocatícios.
Penhorabilidade regra;
Impenhorabilidade exceção.
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
Enunciado n. 153 da II Jornada de DPC do CJF: “A Penhorabilidade dos bens, observados os critérios do art. 190 do CPC, pode
ser objeto de convenção processual das partes.”
Obs.: pode ser que seja pactuado em um contrato que determinado bem seja impenhorável, ou seja, pode ser
convencidas regras de impenhorabilidade. Além disso, podem ser criadas de impenhorabilidade, bem como
renunciá-la e gerar uma penhorabilidade.
Enunciado n. 152 da II Jornada de DPC do CJF: “O pacto de impenhorabilidade (arts. 190, 200, e 833, I) produz efeitos entre
as partes, não alcançando terceiros”.
Obs.: Por exemplo, quando se diz que um apartamento é impenhorável para qualquer tipo de dívida, inclusive
para a dívida do próprio imóvel, e o Município aceita essa convenção processual. Se isso acontecer, só atingirá os
contratantes
143
III - os vestuários, bem como os pertences de uso XII - os créditos oriundos de alienação de unidades
pessoal do executado, salvo se de elevado valor; imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária,
vinculados à execução da obra.
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os
salários, as remunerações, os proventos de § 1º A impenhorabilidade não é oponível à
aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os execução de dívida relativa ao próprio bem,
montepios, bem como as quantias recebidas por inclusive àquela contraída para sua aquisição.
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador § 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se
autônomo e os honorários de profissional liberal, aplica à hipótese de penhora para pagamento de
ressalvado o § 2º ; prestação alimentícia, independentemente de sua
origem, bem como às importâncias excedentes a 50
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a
utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis constrição observar o disposto no art. 528, § 8º , e
necessários ou úteis ao exercício da profissão do no art. 529, § 3º .
executado;
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no
VI - o seguro de vida; inciso V do caput os equipamentos, os implementos
e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa
VII - os materiais necessários para obras em física ou a empresa individual produtora rural,
andamento, salvo se essas forem penhoradas; exceto quando tais bens tenham sido objeto de
financiamento e estejam vinculados em garantia a
negócio jurídico ou quando respondam por dívida
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
em lei, desde que trabalhada pela família;
Ementa: “As exceções destinadas à execução de prestação alimentícia, como a penhora dos bens descritos no art.
833, IV e X. do CPC/15, e do bem de familia (art. 3º, III, da Lei 8.009/90), assim como a prisão civil, NÃO SE
ESTENDEM AOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, como não se estendem às demais verbas apenas com natureza
alimentar, sob pena de eventualmente termos que cogitar sua aplicação a todos os honorários devidos a
quaisquer profissionais liberais, como médicos, engenheiros, farmacêuticos, e a tantas outras categorias”. (STJ-
Corte Especial, REsp 1.815.055/SP, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 03.08.2020, negaram provimento parcial, por
maioria, DJe 26.08.2020).
ATENÇÃO Não é independente da sua origem, porque se for honorários advocatícios não se aplica a
possibilidade de penhora de salário.
144
Se o salário da pessoa exceder a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, poderá ser penhorado o valor que
sobejar.
Ementa: “(...) 6.A REGRA GERAL DA IMPENHORABILIDADE DE SALÁRIOS, VENCIMENTOS, PROVENTOS ETC. (ART.
649, IV, DO CPC/73; ART. 833, IV, DO CPC/2015), PODE SER EXCEPCIONADA QUANDO FOR PRESERVADO
PERCENTUAL DE TAIS VERBAS CAPAZ DE DAR GUARIDA A DIGNIDADE DO DEVEDOR E DE SUA FAMÍLIA. 7. Recurso
não provido”. (STJ-Corte Especial, REsp no 1.582.475-MG, rel. Min. Benedito Gonçalves, j. 03.10.2018, negaram
provimento, por maioria, DJe 16.10.2018).
Obs.: Apesar de haver divergência dentro do STJ, a caderneta de poupança em alguns procedentes pode ser
interpretada como só valores em poupança, já em outros como qualquer tipo de aplicação e outra até valor de
conta corrente.
STJ
Ementa: “Não se incluindo nas excepcionais hipóteses legais de impenhorabilidade, a arma de fogo pode ser
penhorada e expropriada, desde que assegurada pelo Juízo da execução a observância das mesmas restrições
impostas pela legislação de regência para a sua comercialização e aquisição” (STJ-2a Turma, REsp 1.866.148/RS,
rel. Min. Herman Benjamin, j. 26.05.2020, deram provimento. v.u., DJe 20.08.2020; RT vol. 1021 p. 416).
Tese: “É impenhorável a pequena propriedade rural familiar constituída de mais de 01 (um) terreno, desde que
contínuos e com área total inferior a 04 (quatro) módulos fiscais do município de localização”. (STF Pleno, ARE
1.038.507, rel. Min. Edson Fachin, j. em sessão virtual de 11.12.2020 a 18.12.2020. negaram provimento, por
maioria, DJe 07.01.2021: Tema 961).
Obs.: a regra de impenhorabilidade é observada no art. 833, mas também é vista na Lei 8009/90, a famosa lei
Bem Família, que diz que é impenhorável a moradia que é utilizada pelo casal. Essa lei fala sobre a
penhorabilidade do veículo, como também no art. 3º fala sobre outras exceções
Súmula 364
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras,
separadas e viúvas
Súmula 486 do STJ
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida
com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família
145
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar
ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade
supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a
indisponibilidade ao valor indicado na execução.
§ 1º No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade
excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
DEPÓSITO
I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica
Federal ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais da metade do capital social integralizado, ou, na
falta desses estabelecimentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo juiz;
II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário
judicial;
III - os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os instrumentos necessários
ou úteis à atividade agrícola, mediante caução idônea, em poder do executado.
146
§ 1º No caso do inciso II do caput , se não houver depositário judicial, os bens ficarão em poder do exequente.
§ 2º Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente.
§ 3º As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado de resgate.
MODIFICAÇÃO DA PENHORA
Art. 847
AVALIAÇÃO
Art. 870
- Se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da execução o comportar, o juiz nomeará avaliador
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar:
I – reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao
crédito do exequente e dos acessórios;
II – ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos de expropriação do bem.
FASE DE EXPROPRIAÇÃO
Na adjudicação, a própria adjudicação é a satisfação - Duas ou mais pessoas podem concorrer para ficar
do crédito (art. 904, II). com o mesmo bem. Haverá uma espécie de leilão, e
quem oferecer mais vai ficar com o bem
147
- A ordem é gradativa, em caso de a proposta ter o - Não sendo possível o leilão eletrônico, se usará o
mesmo valor leilão presencial.
Art. 877
Art. 880
Art. 895
- A alienação por própria iniciativa é o próprio
exequente tentando vender.
- Previstas no código
Ementa: “4. O Código de Processo Civil de 2015, a fim de garantir maior celeridade e efetividade ao processo, positivou regra
segundo a qual incumbe ao juiz determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub–rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária
(art. 139, IV).
5. A interpretação sistemática do ordenamento jurídico revela, todavia, que tal previsão legal não autoriza a adoção
indiscriminada de qualquer medida executiva, independentemente de balizas ou meios de controle efetivos.
6. De acordo com o entendimento do STJ, as modernas regras de processo, ainda respaldadas pela busca da efetividade
jurisdicional, em nenhuma circunstância poderão se distanciar dos ditames constitucionais, apenas sendo possível a
implementação de comandos não discricionários ou que restrinjam direitos individuais de forma razoável. Precedente
específico.
7. A adoção de meios executivos atípicos é cabível desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua
patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha
fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do contraditório substancial e do
postulado da proporcionalidade”. (STJ–3ª Turma, REsp 1.894.170/RS, rel. Min. Nancy Andrighi, jl. 27.10.2020, negaram
provimento, v.u., DJe 12.11.2020)
4 – Garantido o contraditório substancial (em que o devedor tenha capacidade de influir na formação do
convencimento do juiz).
5 – Observada a proporcionalidade. Lembremos o art. 916, que é a possibilidade do devedor justo e decente pedir
o parcelamento legal
149
PARCELAMENTO LEGAL
Art. 916
- O requerimento de parcelamento da dívida gera uma confissão de dívida. Se o requerimento for rejeitado, não é
possível ao devedor opor embargos, o que seria um comportamento contraditório.
- O parcelamento, que pode ser feito em até 6 vezes, recai sobre o 70% que sobraram do depósito de 30%.]
§ 1º
-Se não houver o pagamento, haverá o vencimento antecipado das parcelas vincendas e multa sobre o saldo
devedor de 10%
PRECEDENTES
SISTEMAS DE PRECEDENTES OBRIGATÓRIOS E A SUA
APLICAÇÃO
Precedente
- é a decisão judicial tomada em um caso concreto, que pode servir como exemplo para outros julgamentos
similares
Jurisprudência
- significa o conjunto das decisões, aplicações e interpretações das leis.
Dever de uniformização
Art. 926.
- É uma norma fundamental deslocada, que poderia muito bem estar no Livro 1
FPPC
Há enunciados que também tratam do ponto da uniformização.
Enunciado n. 453 do FPPC: A estabilidade a que se refere o caput do art. 926 consiste no dever de os
tribunais observarem os próprios precedentes. (É a chamada Autorreferência)
Enunciado n. 455 do FPPC: Uma das dimensões do dever de coerência significa o dever de não contradição,
ou seja, o dever de os tribunais não decidirem casos análogos contrariamente às decisões anteriores, salvo
distinção ou superação. (A uniformização deve ser aplicada com coerência)
Enunciado n. 456 do FPPC: Uma das dimensões do dever de integridade consiste em os tribunais decidirem
em conformidade com a unidade do ordenamento jurídico.
Enunciado n. 457 do FPPC: Uma das dimensões do dever de integridade previsto no caput do art. 926
consiste na observância das técnicas de distinção e superação dos precedentes, sempre que necessário
para adequar esse entendimento à interpretação contemporânea do ordenamento jurídico
152
Precedentes obrigatórios
• O CPC propõe uma obediência ao que já foi decidido, ao trazer o art. 927:
• Os incisos I e II por terem previsão constitucional, vinculação o poder judiciário e a administração pública. De
outro modo, os demais incisos (III, IV e V) vinculam somente o poder judiciário
STJ — Ementa: “(...) 3- A regra do art. 489, §1º, VI, do CPC/15, segundo a qual o Juiz, para deixar de aplicar
enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, deve demonstrar a existência de
distinção ou de superação, somente se aplica às súmulas ou precedentes vinculantes, mas não às súmulas e aos
precedentes apenas persuasivos. Precedente”. (STJ-3º Turma, Resp 1.892.941/SP, rel. Min. Nancy Andrighi, j.
01.06.2021, deram provimento parcial, vu., DJe 08.06.2021; RSD CPC vol. 132, p. 153).
Enunciado n. 308 do FPPC: “Aplica-se o art. 489, §1º, a todos os processos pendentes de decisão ao tempo da
entrada em vigor do CPC, ainda que conclusos os autos antes da sua vigência.”
Enunciado n. 309 do FPPC: “O disposto no §1º do art. 489 do CPC é aplicável no âmbito dos Juizados Especiais.”
• Distinção (distinguishing)
– É um método de confronto, “pelo qual o juiz verifica se o caso em julgamento pode ou não ser considerado
análogo ao paradigma”
O distinguishing é a prática de não aplicar dado precedente vinculante por se reconhecer que a situação sub
judice (aquela que se está julgando imediatamente) não se encarta nos parâmetros de incidência do precedente.
153
• Superação/modificação (overruling)
é a técnica através da qual um precedente perde a sua eficácia vinculante e é substituído (overruled) por outro
precedente.
• O próprio tribunal, que firmou o precedente pode abandoná-lo em julgamento futuro, caracterizando o
overruling.c
Art. 1.022
Art. 988
III, IV
§4º
§5, II
Ação Rescisória
Art. 966.
V–
154
§5º
§6º.
– Precedente persuasivo: Aquele que convence outros julgadores a seguirem aquele entendimento.
Ex.: O precedente da terceira turma do STJ que dispõe que o inciso VI somente se aplica para precedentes
obrigatórios e não a precedentes persuasivos; não se trata de um precedente obrigatório, pelo fato de ter sido
proferido pela terceira turma, não encaixando em nenhuma das hipóteses do artigo 927 do CPC (precedentes
obrigatórios). Contudo, se um juiz de primeiro grau leu essa decisão e se convenceu de que se trata do
entendimento correto. Assim, será precedente persuasivo, vez que ele não é obrigado a seguir o mesmo
raciocínio, mas pode convencer.
SÚMULA
verbete que sintetiza a interpretação dominante de um Tribunal sobre um tema específico por meio da resolução
de casos parecidos.
JURISPRUDÊNCIA
repetição e julgados no mesmo sentido, que por muitas vezes, se trata de um argumento retórico para
estabelecer autoridade.
EMENTA
PRECEDENTE
• Para Fredie Didier, precedente é a decisão judicial tomada à luz de um caso concreto, cujo elemento normativo
pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos.
STJ — Ementa: “O CPC/2015 estabelece em seu art. 926 que é dever dos tribunais uniformizar a sua Jurisprudência e mantê-la
estável, íntegra e coerente. A integridade e coerência da Jurisprudência exigem que os efeitos vinculante e persuasivo dos
fundamentos determinantes (arts. 489, $1º, V; 927, §1º; 979, §2º; 1.038, §83º) sejam empregados para além dos processos
que enfrentam a mesma questão, abarcando também processos que enfrentam questões outras, MAS ONDE OS MESMOS
155
FUNDAMENTOS DETERMINANTES POSSAM SER APLICADOS.” (STJ-2a Turma, Resp 1.441457/RS, rel. Min. Mauro Campbell
Marques, j. 16.03.2017, negaram provimento, v.u., DJe 22.03.2017, RT 982/481 e RT 985/488)
é a parte da decisão que de fato vincula, é a proposição de direito extraída do julgamento, o core da decisão, o
núcleo que emana a força vinculante do precedente, do qual se extrai “a regra Jurídica generalizável para outros
casos que tratem dos mesmos fatos essenciais”
OBITER DICTUM
trata-se de colocação ou opinião jurídica adicional, paralela e dispensável para a fundamentação e conclusão da
decisão.
– Por muitas vezes lê-se a ementa e existe um argumento que não é o precedente, mas sim uma questão obiter
dictum. Assim, ocorre o drama da aplicação de precedentes a partir da leitura de enunciados de súmulas e
ementas, sem compreender de a razão de decidir.
• Aplicação prospectiva clássica (aos fatos novos e às partes do processo em que se originou);
• Aplicação prospectiva a termo (tribunal fixa data e condição para a eficácia do precedente).
• A ação rescisória, embargos de terceiros, mandado de segurança, reclamação, por exemplo, são meios de
impugnações (são ações), ou seja, criam uma relação jurídica (uma nova demanda).
• De outro modo, os recursos não existem uma nova demanda, mas é um prolongamento da mesma relação.
Vícios da decisão:
– Error in judiciando: é a injustiça da decisão.
- é relativo ao vício de procedimento. Assim, a decisão não é substancialmente (materialmente) errada, mas sim
formalmente errada.
–Error in judicando: o juiz é frio, sem coração, pois não ouviu e não entendeu a dor da parte.
– Error in procedendo: É o caso de um juiz burro e que não sabe processo civil.
157
Rol de Recursos
Rol de Recursos
I – apelação;
II – agravo de instrumento;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
VI – recurso especial;
IX – embargos de divergência.
• Quando comparado com o CPC de 1973, no CPC/2015 que não existem mais os recursos:
– Agravo retido;
– Embargos infringentes.
– Lei n. 9.099/1995, art. 41 dispõe que contra sentença cabe recurso. Nesse contexto, como não tem nome, é
chamado de Recurso Inominado, que é a apelação nos juizados especiais
Princípio da taxatividade: para ser recurso deve estar previsto como recurso em lei federal
– A resposta é sim, pois não viola a unicidade, unirrecorribilidade ou a singularidade (para cada decisão somente
cabe um recurso), vez que o pedido de suspensão de liminar ou de segurança não é recurso.
O pedido de reconsideração não é recurso, pode ser chamado de sucedâneo recursal, pois as vezes se faz de
recurso, mas recurso não é, pelo fato de não está previsto como recurso em lei federal.
158
Quanto à fundamentação:
– Recursos de fundamentação livre: Pode-se alegar absolutamente qualquer matéria dentro dele.
O embargo de declaração dispõe que quando a decisão for obscura, contraditória, omissa ou ter erro material, ou
seja, somente nessas 4 (quatro) situações poderão ser opostos os embargos. Assim, caso o juiz não encontre um
desses requisitos (situações) citadas, o recurso será considerado manifestamente incabível. Nesse contexto, o STJ
entende que não interrompe o prazo do recurso seguinte. – Assim, se o juiz demorar a dizer que não admite o
recurso por não ter apontado alguma das 4 (quatro) situações, pode ser que a parte perda o prazo do recurso
contra a decisão, vez que não interrompe o prazo
Pronunciamentos Judiciais:
Conteúdo e finalidade
– O tema 988 do STJ é a taxatividade mitigada, pois o rol do art. 1.015 do CPC é mitigado. Assim, mesmo não
havendo nas situações desse artigo de previsão para a decisão interlocutória, se for comprovado que ela possa
causar risco de grave lesão ou a apelação futura contra ela seja inócua, pode-se oferecer agravo de instrumento
mesmo que ele não esteja previsto neste rol
– As sentenças são impugnáveis por meio da apelação (art. 1.009 do CPC), que é o recurso próprio para isso.
– Contudo, existem casos excepcionais em que se pode atacar a sentença pelo R.O (recurso ordinário
constitucional), que cabe nas situações do art. 1.027, inciso II, alínea b do CPC.
• Contra qualquer um desses pronunciamentos, poderá ser oferecido embargos de declaração. Conforme a
doutrina majoritária, qualquer pronunciamento judicial é embargável.
– O STJ e o STF não têm admitido embargos de declaração contra as decisões do presidente ou do vice, quando se
faz análise de RESP e/ou RE. Assim, tem-se situações que o EDCL não tem sido aceito, como por exemplo, o
pronunciado no art. 1.030 do CPC da admissibilidade de RESP ou RE, o STF e o STJ somente tem admitido, via de
regra, o agravo em recurso especial e agravo em recurso extraordinário e os agravos internos.
PRINCÍPIOS
• Princípio do Duplo grau de jurisdição.
– Trata-se de um princípio implícito dentro da Constituição Federal (CF), pois ele prevê a possibilidade de
recursos.
– O STF entende que se trata de um princípio amplo, mas não absoluto. Assim, podem ocorrer decisões judiciais
que são simplesmente irrecorríveis. Nesse sentido, não se pode dizer que uma decisão irrecorrível é
inconstitucional, partirá da premissa que o duplo grau de jurisdição é um princípio absoluto, enquanto o Supremo
já disse inúmeras vezes que não é.
• Princípio da Taxatividade.
– Para ser recurso, tem que estar previsto como recurso em lei federal.
– Trata-se de uma regra Pontiana (do professor Pontes de Miranda), na qual para cada decisão, caberá um
recurso.
160
• O número de exceções varia a partir da tese de se admitir ou não que esses recursos possam ser ou não
interpostos simultaneamente.
1. A possibilidade contra o mesmo acórdão oferece RESP e RE (art. 1.029 do CPC). Assim, esse acórdão
violou norma infraconstitucional e norma constitucional, logo, contra ele poderá dar entrada com os dois
recursos.
2. Entrar com agravo interno, agravo em RESP e agravo em RE (art. 1.030, §§1º e 2º do CPC).
– Para se aceitar a fungibilidade, ou seja, aceitar um recurso errado e processá-lo com se certo fosse, há a
necessidade de a dúvida ser objetiva.
– A dúvida objetiva ocorre quando a doutrina e a jurisprudência estão discutindo qual é o recurso cabível contra
aquela decisão.
– é aplicado de ofício pelo relator, pois ele parte da premissa que aquele erro é escusável, pelo fato da dúvida se
objetiva, ou seja, a doutrina e jurisprudência estão discutindo qual é o recurso cabível para aquele caso.
STJ — Ementa: “A aplicação do princípio da fungibilidade depende do preenchimento dos seguintes requisitos: i)
dúvida objetiva quanto ao recurso a ser interposto; ii) inexistência de erro grosseiro; e iii) que o recurso
interposto erroneamente tenha sido apresentado no prazo daquele que seria o correto.” (STJ—1º Turma, AgInt
no REsp 1.760.693/CE, Rel. Min. Regina Helena Costa, j. 01.04.2019, negaram provimento, v.u., DJe 03.04.2019)
• Princípio da Consumação.
– Quando se interpuser o recurso, consome-se o ato. Assim, posteriormente não poderá alterá-lo.
161
– Em face do princípio da primazia do julgamento do mérito, no sistema recursal do CPC/2015, tende a ser
abrandado.
– Assim, mudou-se a segurança jurídica e a pessoa que já recorreu e consumou o ato, poderá ajustar o recurso já
interposto alterando seu texto, para que se adapte à situação atual da decisão, conforme art.1.024, § 4º do CPC.
– Recorrer em separado significa, processualmente, recorrer com a suspensão da marcha processual. Nesse
sentido, trata-se da Irrecorribilidade em separado das Decisões Interlocutórias, ou seja, quando se recorre de uma
decisão interlocutória, o processo continua andando, mesmo que se conceda efeito suspensivo ao recurso
– Assim, recorribilidade em separado ocorre quando a parte recorre e se para a marcha processual.~
– Conhecer e admitir.
Juízo de mérito
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
• Juízo de admissibilidade negativo.
– Recurso conhecido.
162
– Recurso conhecido.
• O juízo de admissibilidade é como se fosse o preenchimento dos pressupostos recursais para que se tenha o
recurso aceito. Nesse sentido, tem a ver com a análise dos pressupostos processuais e condições da ação, que são
requisitos formais de admissão do recurso.
• Bifásico:
Pressupostos de Admissibilidade
1. Cabimento.
3. Interesse em recorrer.
5. Tempestividade.
6. Preparo.
7. Regularidade formal.
• Intrínsecos (1 a 4):
•Extrínsecos (5 a 7):
ATENÇÃO
• Existe uma divergência doutrinária com relação ao pressuposto da inexistência de fato impeditivo
ou extintivo do direito de recorrer (4).
– A decisão do juízo de admissibilidade é declaratória. Assim, retroagirá ao momento em que foi proferida.
– Por ser matéria de ordem pública, o juízo de admissibilidade poderá ser visto e revisto a qualquer tempo.
164
• Subdivide-se em 3 (três):
1. CABIMENTO
• O cabimento, que é o primeiro pressuposto, está relacionado aos pronunciamentos do juiz, que são ou não
passíveis de recurs
• Conteúdo e finalidade.
– Pouca importa o nome do ato, o que vale é o seu conteúdo e a finalidade. Assim, se o conteúdo é decisório,
caberá recurso.
• Assim, a partir da observação do pronunciamento judicial (conteúdo + finalidade), pode-se identificar qual é o
recurso cabível.
• Exceções:
– Possibilidade de RESP + RE; Agravo interno + ARESP/Agravo em RE. Dessa forma, variará (conforme visto na
aula anterior) se for interpretado como unicidade e como simultaneidade. Assim, se houver a simultaneidade
ocorrerão essas exceções.
Observar o princípio da fungibilidade (que será utilizado quando houver dúvida objetiva).
• Quando houver discussão na doutrina e na jurisprudência (dúvida objetiva) sobre qual seria o recurso cabível,
será utilizado o princípio da fungibilidade. Assim, a regra do cabimento é não incidir o princípio da fungibilidade.
– Nesse sentido, se interpuser o recurso errado, não se utilizará dele como se o certo fosse.
A legitimidade é conferida:
2. Ao Ministério Público.
3. Ao terceiro interessado
1. Às partes
Interesse
Utilidade do recurso
• Normalmente está associada à parte vencida (sucumbiu). Assim, junto com o interesse de recorrer vem a
legitimidade em recorrer.
–A sucumbência material: Quando se tem outra perspectiva, ou seja, quando não se obtém tudo que o
processo poderia lhe render
Súmula 99. O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda que não
haja recurso da parte.
• Diante dessa situação, o MP tem legitimidade para recorrer do processo, ainda que não haja recurso da parte
do réu (do investigado), pois está na condição de fiscal da ordem jurídica
3. Terceiro interessado
• Cabe ao terceiro interessado comprovar o nexo causal, parágrafo único do art. 996, CPC:
• Assim, ele deve mostrar o porquê da sua intervenção e demonstrar o interesse jurídico.
Utilidade x Necessidade
• Utilidade:
– O julgamento do recurso tem que colocar o recorrente em uma situação mais favorável que a atual.
• Necessidade:
– Assim, ao poder alcançar a melhora sem o recurso, ele se torna desnecessário e assim, não há utilidade e
o recurso será inadmitido.
• Concordância com a decisão, sem reservas (obs.: art. 1.000, parágrafo único).
O PULO DO GATO
Em síntese, o que o CESPE explora é: renúncia pressupõe recurso ainda não interposto;
desistência pressupõe recurso já interposto
Outro tema bastante explorado em provas do CESPE versa sobre os efeitos decorrentes dos
atos praticados pelas partes, qual seja: se a desistência do recurso precisaria (ou não) de
homologação para produzir efeitos.
A desistência do recurso precisa (ou não) de homologação para produzir efeitos? Não é preciso
homologar, pois quando o recorrente desiste, produzem-se, de imediato, todos os efeitos
legais, e o CESPE explora muito isso.
ATENÇÃO
Via de regra, pronunciamentos das partes produzem efeitos imediatos. Logo, no instante em que a
parte renuncia ao direito de recorrer, protocolando petição de renúncia, tal petição já produziu
efeitos. Igualmente, tão pronto a parte protocola petição de desistência de recurso, tal petição já
produziu efeitos.
Na falta de melhor redação para transpor a ideia principal, serve o seguinte: a questão central é que a
decisão posterior à petição de desistência não pode produzir efeitos; o ato os produziu antes, no
instante em que foi protocolado
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PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
1. Prazo (Tempestividade)
ATENÇÃO
O Código de Processo Civil (CPC) de 2015 transformou todos os tipos de agravos antes previstos pelo
Código de 1973 em agravos internos, que são aqueles contrários à decisão do relator, agravos
processados internamente no tribunal.
O PULO DO GATO
É possível que haja fora do CPC outros prazos, como é o caso dos recursos inominados, quem têm prazo de dez
dias, segundo o artigo 41 da lei 9.099/1995.
Enunciado n.º 96 (FPPC): Fica superado o enunciado 216 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC
(art.1.003, § 4º).
Art. 1003/CPC
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem.
4. Feriado local
- Havendo feriados no intervalo de tempo, eles são desconsiderados, contando-se só os dias úteis.
- Em caso de feriados locais, NO ATO de interposição do recurso esse feriado deve ser devidamente comprovado
- Caso o recurso não apresente a devida comprovação do feriado local, NÃO haverá como proceder o saneamento
do vício
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Preparo
princípios extrínsecos de admissibilidade no que tange o seu juízo como pressuposto
- a recolha do preparo, bem como a sua devida comprovação, devem ocorrer obrigatoriamente no momento do
ATO da interposição do recurso
- O não recolhimento do preparo (inexistência) gera o pagamento dobrado das custas relacionadas. É assim
também quando não acontecer a comprovação do preparo (art. 1.007, § 2º)
- Se ainda assim não acontecer a comprovação do pagamento das custas que são referentes ao preparo, segue-se
a deserção (Art. 1007, caput).
- Continuando a insuficiência do preparo, fica vedada qualquer forma de sua complementação (art. 1.007, §5º
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Ementa: “O preparo do recurso deve ser comprovado no ato de sua interposição, não se admitindo a mera juntada de
comprovante de agendamento/lançamento” (STJ - 2ª Seção, AGInt nos EDVs nos EAREsp 1.430.338/SP, rel. Min. Nancy
Andrighi, j. 18.02.2020, negaram provimento, v.u., DJe 20.02.2020).
Isenção do preparo
Subjetiva (art. 1.007. § 1º) leva em consideração quem recorre
Ementa: “1. O STJ consolidou o entendimento “no sentido de os recursos dirigidos a esta Corte devem estar acompanhados
das guias de recolhimento e dos respectivos comprovantes de pagamento, de forma visível e legível, no momento de sua
interposição, sob pena de deserção” (AgRg no AREsp 731.504/PR. Rel. Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, DJe de
5/10/2017). In casu, essa previsão não foi cumprida. 2. É firme a jurisprudência desta Corte estipulando que a “juntada de
guias de preparo ilegíveis atrai o Enunciado da Súmula 187/STJ, implicando a deserção do recurso especial” (AgInt no AREsp
1.039.483/PE, Rel. Ministro Marco Buzzi, Quarta Turma, DJe de 26/6/2018)”. (STJ-3ª Turma, AgInt no AREsp 1.569.257/RS,
rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 15.06.2020, negaram provimento, v.u., DJe 22.06.2020)
Ementa: “(...) 2. “Este Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que a irregularidade no preenchimento das
guias do preparo, no ato da interposição do recurso especial, característica a sua deserção, sendo inviável nova intimação
para regularizar o vício” (AgInt no RMS 58.719/CE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segundo Turma, DJe
19/12/2018). 3. Precedentes:
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2. Obstativo
3. Suspensivo
4. Translativo
5. Regressivo
6. Expansivo
7. Substitutivo
8. Rescindente.
1. Efeito devolutivo
A expressão “devolverá”, do art. 1.013, se refere à devolução para apreciação do judiciário, em órgão
hierarquicamente superior. Está associada ao efeito devolutivo e o objetivo seria a reforma/cassação da decisão.
Extensão
- é aquele em que devolve-se o que foi objeto do recurso, ou seja, devolve-se o que foi impugnado
-limita o campo de atuação do tribunal, pois ele não pode se manifestar sobre o que não foi impugnado.
Profundidade
- No momento do aprofundamento, é possível que acabe se percebendo vícios que são matéria de ordem pública.
Se esses vícios de ordem pública não foram objeto de impugnação, eles poderão, chamando o feito à ordem, ser
analisados. No entanto, não será efeito devolutivo, mas sim efeito translativo. O efeito translativo ocorre nos
recursos ordinários
A Teoria da Causa Madura surge nesse contexto e está relacionada ao efeito devolutivo art. 1013§ 3º
A Teoria da Causa Madura acontece quando o tribunal, ao julgar o recurso, afastada a questão processual e não
encontrado nenhum outro vício processual que impeça a análise do mérito, define que é possível julgar o mérito.
a permite que o tribunal julgue de pedido o que o juiz do primeiro grau não julgou e que analise o fundamento
que o juiz de primeiro grau não analisou.
Há vários precedentes do STJ dizendo que a Teoria da Causa Madura (art. 1013, §3°) é aplicável ao agravo de
instrumento.
2. Efeito obstativo
- impede o trânsito em julgado da decisão
Ex. Suponha que saiu uma sentença mandando pagar R$ 70.000,00. Sem apelação, essa ação transitará em
julgado. Entretanto, se houver recurso, obstará o trânsito em julgado. A matéria continua viva para ser
reapreciada, ou seja, o recurso impede o cumprimento definitivo.
3. Suspensivo
- impede a decisão de produzir efeitos
- pode ser:
-ope legis/típico: imposto pela lei). a suspensão já acontece a partir da publicação.
Apelação
Recurso especial e extraordinário contra acordão de IRDR
Embargos de declaração contra essas decisões
- ope judicis/atípico: quando a lei não impuser, mas o relator determinar a suspensão da decisão. A
decisão passa a produzir efeitos a partir da publicação.
Art. 995
O pedido de tutela provisória pode ser de urgência, se for cautelar ou antecipada (efeito suspensivo); e pode ser
também uma tutela da evidência (efeito ativo)
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Exceção:
Art. 987 Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso.
§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida
4. Translativo
5. Regressivo
O efeito regressivo é quando, com a interposição do recurso, o juízo a quo se retrata da decisão recorrida.
Basicamente quando o relator ou juiz se arrepende e volta atrás
6. Expansivo
O efeito expansivo pode ser dividido sob duas perspectivas:
7. Substitutivo
8. Rescindente
• Ambos estão associados ao juízo de mérito;
• A decisão de mérito do recurso substitui ou rescinde a decisão recorrida (art. 1.008).
APELAÇÃO
1. Objeto:
• Sentença (art. 1009);
• Decisões interlocutórias não agraváveis de instrumento (art. 1009, § 1º)
2. Vícios
• Error in judicando (EIJ);
• Error in procedendo (EIP)
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3. Prazo
15 dias, assim como para contra-arrazoar (art. 1.003, § 5º)
- Esse prazo pode ser dobrado quando o recorrente for o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Fazenda
Pública, litisconsortes com diferentes procuradores, escritórios de advocacia distintos e com processo em autos
não eletrônicos, por ex.
4. Preparo
- Significa que para apelar, é preciso pagar. O preparo é imediato; no ato de interposição de recurso, o recorrente
deverá comprovar que recolheu (recolher e comprovar é ato complexo);
5. Forma:
•O recurso será interposto por meio de petição;
• A reprodução ipsis literis da petição inicial ou de uma contestação dentro do bojo da apelação na maioria das
vezes conduz à inadmissão do recurso por falta de regularidade formal, que ocorre quando a pessoa
simplesmente reproduz a petição ou a contestação sem apontar os vícios da decisão que são motivos da sua
irresignação;
6. Órgão de interposição
juízo que proferiu a sentença (art. 1.010, caput).
• Enunciado n. 662 do FPPC: “É admissível impugnar, na apelação, exclusivamente a decisão interlocutória não
agravável”
• Enunciado n. 611 do FPPC: “Na hipótese de decisão parcial com fundamento no art. 485 ou no art. 487, as
questões exclusivamente a ela relacionadas e resolvidas anteriormente, quando não recorríveis de imediato,
devem ser impugnadas em preliminar do agravo de instrumento ou nas contrarrazões”.
• Enunciado n. 55 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF: “É cabível apelação contra sentença proferida
no procedimento especial de habilitação (arts. 687 a 692 do CPC)”.
• Enunciado n. 93 da I Jornada de Direito Processual Civil do CIF: “Da decisão que julga a impugnação ao
cumprimento de sentença cabe apelação, se extinguir o processo, ou agravo de instrumento, se não o fizer”
Recurso Adesivo
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais
Recurso independente =
Recurso autônomo = x Recurso adesivo.
Recurso principal
- o recurso adesivo não se trata de um novo recurso, mas uma forma diferida de processar um recurso; ou seja,
não existe O Recurso, ele não é uma espécie própria de recurso, e sim recursos que estão sendo processados
adesivamente. Esse recurso não foi oferecido de forma principal, independente, autônoma, mas ele está sendo
oferecido de forma adesiva; por isso é preferível dizer “a apelação adesiva”, “o recurso especial adesivo” ou “o
recurso extraordinário adesivo”
1. Admissão
- apelação
- recurso especial
- recurso extraordinário
2. Requisitos
2. 1. Ter havido sucumbência recíproca
- O recurso adesivo fica condicionado à admissibilidade do recurso principal; se houver desistência ou inadmissão,
ele ficará prejudicado; a desistência independe da concordância da parte contrária e pode ser formulada a
qualquer tempo
- O recurso adesivo está condicionado à admissibilidade do recurso principal (ou seja, que ele seja conhecido), e
não ao provimento ou improvimento (art. 997, § 2º, III)
- O recurso adesivo não pode ser utilizado como complementação de recurso principal já interposto;
- A regra diz que se o recorrente principal desistir do recurso, mata o adesivo; essa regra é clara e não admite
interpretação elástica. Entretanto, o STJ tem dois julgados dizendo que, em alguns casos, se ficar evidente a má-fé
do recorrente principal, o adesivo prosseguirá mesmo após o pedido de desistência.
- O principal efeito dos recursos é o devolutivo, já que destinado a impedir o trânsito em julgado da sentença,
permitindo o reexame, a nova apreciação, da matéria já decidida pelo Judiciário por outro órgão funcionalmente
superior.
- O efeito devolutivo é regido pelo princípio dispositivo e pelo tantum devolutum quantum appellatum, pois, por
meio do recurso, somente se devolve ao órgão superior a matéria recorrida pela parte interessada
- A jurisprudência do STJ privilegia a instrumentalidade das formas, adotando a orientação de que a mera
circunstância de terem sido reiteradas, na petição da apelação, as razões anteriormente apresentadas na inicial
da ação ou na contestação, não é suficiente para o não conhecimento do recurso, eis que a repetição dos
argumentos não implica, por si só, ofensa ao princípio da dialeticidade
- É essencial, todavia, que as razões recursais da apelação guardem alguma pertinência com a matéria decidida na
sentença.