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A Cidade de York e Sua Importância para A Maçonaria

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A CIDADE DE YORK E SUA IMPORTÂNCIA PARA A MAÇONARIA (OU PORQUE UTILIZAMOS A

EXPRESSÃO – MESMO QUE ERRADA – RITO DE YORK)

Irm Angelo Spoladore

A) FATOS HISTÓRICOS
Antes de darmos início às discussões gostaria de esclarecer alguns pontos. Primeiro, o nome correto
para o “Rito” que estamos estudando é Ritual ou Trabalhos de Emulação. Se formos pesquisar no
Grande Oriente da França encontramos o termo Rito de Emulação. Se procurarmos saber quais são os
ritos aceitos pela Grande Loja da Inglaterra veremos o termo Trabalhos de Emulação. Estes fatos podem
ser facilmente verificados com uma simples consulta na home page (na Internet) das Potências citadas.
O termo Rito de York é utilizado para o Rito praticado no USA, Rito este baseado nos Trabalhos de
Emulação mas em muito diferente. O Rito de York também é conhecido por Rito Americano.
Portanto, de agora em diante, acho que devemos tratar o Rito que praticamos, pelo nome de Trabalhos
de Emulação.
O que me levou a realizar este trabalho foi saber um pouco mais sobre a cidade e a região de York.
Porque falamos tanto desse lugar? Qual a sua importância para a história da Maçonaria? Afinal de
contas, existem dois ritos que levam o nome de York.
De acordo com The Oxford Universal Dictionary Illustrated, York (ou Eoforwic, Everwik, Yerk, Eboracum)
é o nome dado à capital da região de Yorkshine.
Yorkshine é a maior das províncias da Inglaterra. A cidade de York esta localizada a cerca de 250 km ao
norte de Londres às margens do rio Ouse e possui uma população aproximada de 100 mil habitantes.
A importância de York remonta aos tempos da Idade Média, e até o presente sendo que, até a metade
do século XVIII, York pôde ser “considerada a capital do norte da Inglaterra e a segunda cidade daquele
país” (Oliynik, 1997).
Conforme veremos adiante, esta cidade recebeu diferentes nomes em diferentes épocas, nomes estes
dados por seus invasores.
Como a maioria das cidades antigas, York atravessou períodos de prosperidade mas também épocas
difíceis. Foi também palco de guerras e de batalhas.
A arquitetura da cidade sempre se destacou merecendo especial atenção a sua Catedral (Catedral de
York) em estilo gótico primitivo e que levou vários séculos para ser construída.
Por fim, York foi famosa por abrigar um grande número de confrarias de construtores, fato este muito
significativo para a Maçonaria.
De acordo com o home page oficial na Internet do Conselho da Cidade de York, sua história pode ser
dividida em diferentes períodos de acordo com os principais eventos lá ocorridos. O Irm Anatoli Oliynik,
em seu livro “O Rito de York”, bem como outro autor profano, historiadores na sua maioria, também
utiliza a mesma sistemática para resumir a história de York.
Assim sendo, temos:

 York romana (Eboracum);


 York anglo-saxônica (Eoforwic);
 York viking (Jorvik);
 York normanda e medieval;
 Declínio de York;
 A guerra civil;
 York georgiana;
 A York atual

 York romana (ou Eboracum)


Em 54 A .C. Júlio César invadiu a Bretanha. Apesar de alguns autores alagarem a existência de
vestígios de ocupação em York datados de 300 anos antes de Cristo, podemos afirmar que a fundação
deu-se no ano de 71 D.C., quando Quintus Petillius Cerialis, então governador romano da Bretanha,
invadiu a Brigantia (Úmbria ou Br) e estabeleceu um acampamento na junção dos rios Ouse e Foos. Este
acampamento, com o passar do tempo, tornou-se numa fortaleza permanente, recebendo o nome de
Eboracum ou Eburacum.
Tal afirmação é feita tomando-se por base diversos autores entre eles Oliynik (1997), Woodward (1964)
e Millertt (1990).
Alguns autores maçônicos tendem a invocar que Eboracum foi fundada pelo colégio fabrorum romano
(colégio de construtores romanos). Todavia, conforme ressalta Millett (1990), Eboracum foi fundada
inicialmente como um acampamento militar tornando-se uma fortaleza. Sua localização foi
cuidadosamente escolhida. Eboracum estava situada em uma zona neutra estrategicamente localizada
entre os territórios dos brigantes e o dos parisi. Esta localização estratégica faz sentindo pois permitia
aos romanos vigiar possíveis inimigos.
Woodward (1964) afirma que os romanos fundaram 4 colônias na região da Britânia: York (Eboracum),
Lincoln, Colcherter e Gloucester. Entende-se por colônia, o mais alto nível de cidade provincial,
estabelecimento de legionários reformados. Cada uma das colônias citadas anteriormente possuía seu
magistrado e um senado de ex-magistrados regido diretamente por Roma. A organização tribal nativa
teve de se adaptar ao novo sistema de governo.
Como vemos, a fundação de York obedeceu a critérios militares e seu desenvolvimento seguiu os
padrões romanos.
Eboracum estava localizada exatamente no local onde hoje se localizada atual York.
Eboracum chegou a ocupar uma área de 50 acres abrigando uma guarnição de 6 mil soldados romanos.
Com o desenvolvimento formou-se uma sociedade civil organizada, originando uma cidade de grande
importância para o Império Romano.

 York anglo-saxônica (ou Eoforwic)


O domínio romano durou por aproximadamente 3 séculos e em 476, as legiões romanas foram servir na
Gália, ocorrendo a conseqüente desocupação.
A região foi então colonizada pelos grupos germânicos anglo-saxões.
Eboracum passou a ser chamada de Eoforwic, principal cidade do reino independente da Northumbria.
Um dos reis que governou Eoforwic foi Edwin, quem se casou com uma princesa cristã introduzindo o
cristianismo nesta região. Posteriormente Edwin levou para Eoforwic um padre chamado Paulinus
(posteriormente bispo de York) e construiu a primeira igreja – que por sinal era de madeira (Oliynik,
1997).
Eoforwic manteve a hegemonia na Northumbria até o século VII quando foi invadida e devastada por
vikings de origem dinamarquesa liderada por Ivar.

 York viking (ou Jorvik)


Após a invasão viking, Eoforwic passou a se chamar Jorvik.
Foi estabelecidas uma cultura agrícola relativamente pacífica e Jorvik se tornou importante porto fluvial
que integrava as rotas de comércio estabelecidas pelos vikings.
Nesta época, os muros da cidade foram estendidos e novas ruas foram criadas. A cidade prosperava.
Em 954 Eric Bloodaxe, último governador viking, foi expulso pelo rei Eadhed, unido assim a Northumbria
ao reino do sul
Durante os anos de 1056 e 1066 a história da já então York, foi muito tumultuada: mudou-se de mãos
diversas vezes, enfrentou uma rebelião local, uma invasão norueguesa e finalmente a retomada pelo rei
Harold II da Inglaterra (Batalha de Stanford Bridge) sendo que este rei foi deposto 3 semanas depois em
decorrência da invasão normanda comandada por Willian (Batalha de Hastings).

 York normanda e medieval


Em 1069 Willian foi para York onde, por motivos estratégicos visando a defesa da cidade, mandou
construir dois castelos (de madeira) no topo de duas colinas artificiais. De acordo com Oliynik (1997), os
castelos não mais existem mas ainda é possível de se visualizar as duas colinas artificiais.
Neste período a prosperidade e o crescimento de York foi grande. A construção da catedral foi retomada
e os muros de pedra e os portões foram construídos.
Nos 3 séculos que se sucederam York cresceu tornado-se a segunda cidade da Inglaterra.

 O declínio de York
Nos anos de 1400 York enfrentou uma séria crise industrial e comercial. Como conseqüência, a
população sofreu uma grave diminuição.
Para agravar a situação, em 1455 a população de York se engajou na Guerra das Rosas.
Entende-se por Guerra das Rosas a disputa que durou 30 anos entre Edmundo Beaufort (duque de
Samerset – da casa de Lancaster) e Ricardo (3o duque de York).
A guerra em si não provocou destruição em York mas gerou conseqüências sérias. O rei Eduardo II não
perdoou York pelas simpatias lancastianas (Oliynik, 1997) e governou a cidade com mão de ferro.
York enfrentou também diversas epidemias.
Outro golpe para York foi a chamada Dissolução dos Mosteiros, em 1533 pelo rei Henrique VIII, que
renunciou a igreja católica e se auto proclamou como chefe da igreja na Inglaterra. “Todos os mosteiros
foram suprimidos. Metade das casas da cidade, anteriormente pertencentes às igrejas foram confiscadas
pela Coroa e vendidas para os oficiais reais e mercadores de Londres” (Oliynik, 1997).
Numa tentativa de reverter a situação e valorizar a cidade de York , Henrique VIII fortalece o Conselho
das Partes Nortistas sendo que o mesmo passava a ter base em York.

 A guerra civil
Durante o reinado de Elizabeth I o Concelho das Partes Nortistas foi fortalecido e York voltou a
prosperar. Tal fato teve continuidade durante os reinados de James I e Charles I. Mesmo com a posterior
extinção do Concelho pelo Parlamento, o rei Charles I montou a corte no Solar do rei, instalou a Casa da
Moeda em York e manteve a imprensa real no St. William´s College.
Todavia, em 1642, quando Charles I deixou York a oposição parlamentar juntou força rompendo uma
guerra civil. Deu-se então o cerco de York por 40 mil homens do exército do Parlamento. Após batalhas,
a cidade rendeu-se em julho de 1944 sendo então parcialmente destruída.

 York georgiana
Após a remoção das tropas de York, a cidade foi gradualmente adquirindo seu ritmo normal. O comércio
e a indústria estavam em decadência mas a cidade passou a ter importante papel cultural. York aos
poucos voltava a ter um prosperidade.

 A York atual
Com o advento da ferrovia York experimentou rápido crescimento. Atualmente o turismo é talvez a mais
importante fonte de renda para a cidade. York é atualmente um modelo seguido por diversas cidades no
tocante a sua Universidade e ao seu Parque de Ciências.

B) A IMPORTÂNCIA DE YORK PARA A MAÇONARIA


A importância de York para a Maçonaria pode ser facilmente constatada. Vejamos.

 Antigüidade da Maçonaria em York


Determinar com exatidão quando e onde nasceu a Maçonaria é tarefa muito difícil sendo alvo de
intensas e apaixonadas discussões. Alguns autores tendem a puxar as origens da nossa Ordem para
tempos remotos (Antigo Egito e outras épocas anteriores a Cristo)
Todavia, não podemos negar que a Maçonaria como ela é atualmente surgiu em 1717 na Inglaterra.
Todavia, existem evidências da existência de Lojas Maçônicas funcionado em Londres e York anterior ao
famoso 1717. Acredita-se por exemplo, que por volta de 1690 existia pelo menos uma Loja em York e
sete em Londres. Sabe-se com certeza (Oliynik, 1997) que em 1705 existiam quatro Lojas em Londres,
uma em York outra em Scarbouough.
Sabe-se também da existência de outras lojas operativas em York entre os anos de1690 e 1700 sem
nenhum rito e sem formalismo.
Alguns autores, conforme veremos a seguir, afirmam a Maçonaria já existia em York no ano de 926,
quando o príncipe Edwin convocou para ter lugar em York, uma reunião de todos os Maçons da Europa.
Tal fato é muito discutido não sendo confirmando por autores importantes.

 A Lenda de York
Uma lenda, como o próprio nome esta dizendo, não tem obrigação de ser verdade. Uma lenda é uma
lenda e não um fato.
Apesar da Lenda de York aparecer com certa freqüência na literatura mesmo na do século XIX, o fato
que ela narra não pode ser comprovado.
Diferentes autores, alguns muito bem conceituados, versam a respeito da lenda. Como exemplo citamos
autor obra ano
J. G. Findel História da franco-maçonaria 1861
A Grande História da franco-maçonaria
Gould História Concisa 1836 - 1915
Albert G. Mackey A História da franco-maçonaria 1807 - 1903
W. J. Hughan História de franco-maçonaria em York -----
F. A . Woodford Conexão de York / franco-maçonaria na Inglaterra -----

De acordo com a Lenda, em 926 A . C., em York, durante o domínio do rei Athelstan, ocorreu o primeiro
congresso maçônico convocado pelo príncipe Edwin. Durante este encontro, Edwin teria sido eleito chefe
da Ordem e os Maçons dele receberam diplomas, certificados e patentes.
A lenda é rica em detalhes. De acordo com a mesma, em 926 quase todas as cidades da Inglaterra
existiam Lojas Maçônicas. Mesmo com a uniformidade entre as leis e princípios, elas mantinham pouco
contato entre si.
O rei Athelstan, arquiteto e “educado pelos sacerdotes-arquitetos, antes de ser elevado ao trono fez
educar nessa arte o seguindo de seus filhos, o príncipe Edwin, para nomea-lo, depois, chefe ou Grão-
Mestre da Confraria.
O príncipe Edwin, desejoso de reconduzir a Confraria – de acordo com as antigas Leis e Costumes – a
reconquistar o seu lugar, isto em 926, quando ocorreu a famosa reunião de todos da Europa, convocou
todos os Maçons de seu reino para uma reunião em York, solicitando que trouxessem todos os
documentos sobre a sociedade salvos da destruição” (Oliynik, 1997).
Ainda durante a reunião teria sido escrita a “Carta de York” ou “Constituição de York” , um dos
documentos mais antigos da Maçonaria e no qual as primeiras constituições foram baseadas.
Os historiadores negam tal evento por um motivo simples: não conseguem comprovar a existência do
príncipe Edwin na época citada. Acredita-se que exista uma confusão entre com o Edwin, rei na
Northumbria que viveu de 568 a 623, ou seja, 300 anos antes.

A constituição de York
De acordo com a Lenda de York, este documento foi elaborado durante a referida reunião dos Maçons
em 926. Segundo o Irm? Oliynik (1997), em 1807 a constituição teria sido traduzida do latim para o inglês
e em 1808 do latim para o alemão pelo Irm? Schneider e publicada pelo editor e Irm? Krause (o
documento também ficou conhecido como “manuscrito de Krause”).
A Constituição de York se compõe de três partes:

 Preâmbulo
 História da Arte de Construir
 No exterior
 No interior da Inglaterra
 Estatutos particulares

Vinha a seguir um histórico do arte de construir na Inglaterra e no exterior e depois vinha as obrigações
conforme texto abaixo.

 As guildas
York sempre foi famosa por abrigar guildas, confrarias e associações operárias. Como sabemos, estes
estão intimamente relacionados com a origem da Maçonaria moderna.
Uma guilda pode ser definida como sendo uma associação de caráter solene ou um grupo de pessoas
que se reúnem com um determinado fim comum. São estabelecidas confrarias ligadas por algum tipo de
juramento e expressam a vinculação entre si por meio de formas rituais de comer e beber.
Na coleção “História da vida privada” organizada por Paul Veyne, as guildas são assim tratadas, tendo
por base documentos do clero medieval: “ mais bem conhecidas são essas comunidades que o clero
denuncia sob o nome de “conjurações” e outros chamam de “guildas” . Homens de todo a espécie –
camponeses, artesãos e sobretudo comerciantes – juram uns aos outros, de igual para igual, manter-se
juntos custasse o que custasse. Tais juramentos ocorriam em 26 de dezembro, dia do festim do deus
pagão Jul quando podiam aliar-se com os espíritos dos mortos e com os demônios que subiam a
superfície. Os futuros confrades preparavam então gigantescos banquetes onde todos se
empanturravam até vomitar e bebiam até alcançar o estado no qual, mediante perturbação de todos os
sentidos, podiam entrar em comunhão com as forças sobrenaturais”.
Todavia, de acordo com o mesmo autor, as guildas eram verdadeiras organizações de autodefesa
executando papel fundamental na luta contra piratas e invasores (como os vikings)
O nome guilda deriva do inglês arcaico geld = pagamento, jóia que cada confrade tinha de depositar para
entrar na organização, sendo este pagamento uma constante em todas as guildas.
As guildas mais antigas eram provavelmente festins sacrificiais pagãos sendo posteriormente a carne e o
sangue de uma vítima substituídos pela cerveja e pela comida de um banquete.
Com o tempo surgiram guildas com diferentes propósitos. As guildas clericais surgiram precocemente e
com diferentes finalidades. Talvez a finalidade mais importante de uma guilda clerical era a construção
de igrejas.
Existiam ainda as guildas mercantis que apareceram com a intensificação da vida urbana e
consequentemente das ralações comerciais.
Um outro tipo de guilda são àquelas que desempenharam papel importante nos assuntos cívicos.
Existiam também as guildas urbana relacionadas com as artes e ofícios.
O sistema coporativo das guildas entrou em declínio no século XVI devido a uma série de fatores dentre
eles mudanças nas condições de trabalho e mudanças nas rotas comerciais. Nesta mesma época deu-
se início a Maçonaria especulativa.
Ressaltamos ainda que não podemos confundir as guildas com as associações operárias as quais
geralmente possuem 3 graus (aprendiz, companheiro e mestre) e também surgiram a partir do século
XVI.

 A Grande Loja de York e o conflito entre os “antigos” e os “modernos”.


O Rito Emulação, apesar de alguns autores afirmarem diferente (por exemplo, o Irm? Astaphai afirma
que o presente Rito foi “inventado” na Escócia em 1777 pelos Jesuítas; o Irm? Oliynik, 1997, afirma que
o Rito de Emulação surgiu a partir da Lenda de York) nasceu a partir da fusão entre a Grande Loja de
Londres e os Antigos Maçons de York.
Sua criação pode ser assim entendida: no século XVIII a Maçonaria na Inglaterra enfrentava sérios
problemas internos estando em franca decadência.
Estes problemas se originaram porque a Grande Loja de Londres, constituída originalmente por quatro
Oficinas teve influência muito limitada. As outras Lojas existentes na Inglaterra continuavam a respeitar
as antigas obrigações e respeitavam o princípio das Lojas “livres”, isto é, não se agrupavam em
nenhuma organização obediência (Irm?Naudon, 1968).
O centro da resistência era a velha Loja de York. Surgiu então o movimento dos antigos Maçons que
criaram, para brigar em condições semelhantes, a mui Antiga e Ilustre Sociedade dos Maçons Livres e
Aceitos ou a Grande Loja dos Maçons Francos e Aceitos, posteriormente transformada na Grande Loja
de York, a qual se opunha a Grande Loja de Londres.
A Grande Loja de Londres se autodenominada de Grande Loja da Inglaterra. Por sua vez a Grande Loja
de York se denominou de a Grande Loja de Toda a Inglaterra.
Os Maçons a Grande Loja de York eram conhecidos por antigos.
Os Maçons pertencentes a Grande Loja da Inglaterra eram chamados de modernos.
Os principais pontos de discórdia, eram:

 omissão das preces;


 transposição dos modos de reconhecimento no 1° e 2° Graus;
 descristianização do ritual, provocado pelas Constituições de Anderson;
 ignorância e negligência dos dias santos (realização de posses e de festas em dias que não
eram os de São João);
 omissão da preparação do candidato segundo os costumes;
 abreviação no Ritual;
 negligência das instruções inerentes a cada grau;
 cessação da leitura dos antigos deveres nas iniciações;
 eliminação da Espada na Cerimônia de Iniciação;
 desuso da cerimônia de Instalação de Venerável;
 afastamento do antigo método de arrumar a Loj
 Ignorar os Diáconos;

Essa situação dura quase sessenta anos - até 1813. Foi quando o Duque de Dussex torna-se Grão-
Mestre dos “Modernos” e seu irmão de sangue, o Duque de Kent, Grão-Mestre dos “Antigos”. Nesta
época, as duas Grandes Lojas, cuja rivalidade perdera o objetivo doutrinário, reconciliaram-se e
fundiram-se.
Em 27/12/1813, realizou-se um ato solene de reunião das duas Grandes Lojas. Este ato ratificou um
acordo prévio firmado em 25/11/1813.
A nova Potência passou a se chamar de Grande Loja Unida da Inglaterra ou Grande Loja Unida dos
Antigos Franco-Maçons da Inglaterra.
Em 1815 foram publicas as Constituições da nova Potência. A Grande Loja Unida da Inglaterra decidiu
também trabalhar no Rito dos Antigos, que haviam adquirido o hábito de chamar-se de Maçons de York,
donde surgiu o nome errôneo de Rito de York.
Buscava-se com isso a harmonização dos Rituais, posto que até então ainda existiam diferenças locais,
ocasionando variações de Ritos (Rito de Logic, Bristol, West End, etc).
Surgiu então o Ritual de Emulação.

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