ENG03343 – Processos de

Fabricação por Usinagem

Avarias, Desgastes e Vida

da Ferramenta de Corte

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 Falhas na Ferramenta de Corte
⚫ Ferramenta: sujeita a fatores de origem térmica, mecânica, química e abrasiva 
elevada pressão de contato entre peça/ferramenta/cavaco:
o efeito das solicitações  deterioração torna-se relativamente rápida;
o materiais não homogêneos  desgastes e avarias de naturezas distintas.

⚫ Tipos de falhas em ferramentas:

o Efeitos superficiais: desgastes
− ocorre no flanco e na face
− falhas contínuas
− comportamento determinístico (previsível)
− detecção durante o ocorrido (efeito esperado)

o Efeitos volumétricos: avarias

− fraturas e deformações
− falhas transitórias
− comportamento aleatório (imprevisível)
− detecção após o ocorrido (efeito inesperado)

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 Falhas na Ferramenta de Corte

Desgaste de Flanco Adesão (APC) Microlascamentos

Desgaste de Cratera Trincas Térmicas Lascamento

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 Avarias da Ferramenta
o APC  aderência de material (deformado e encruado) à face da ferramenta (vc pressão)
− Minimização: vc; atrito interface cavaco/ferramenta (VÍDEOS)

o Deformação Plástica  T° pressão (região de corte)

− Minimização: vc; ferramenta com alta dureza a quente

o Trincas  efeitos térmicos ou mecânicos

− Minimização (térmicos): tenacidade ferramenta; vc e/ou
lubrirrefrigerante (em abundância ou não-aplicação)
− Minimização (mecânicos): tenacidade ferramenta; f; r;
suavização 1º contato ferramenta/peça; estabilidade.

o Lascamentos   resistência ferramenta (classe e/ou

geometria); sobresolicitações térmicas ou mecânicas.
− Minimização: tenacidade ferramenta; r, r e/ou ;
suavização 1º contato ferramenta/peça.

o Quebra  ruptura da quina ou da aresta de corte.

− Minimização: F.

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 Desgastes da Ferramenta
⚫ Norma ISO 3685/1993  determina os
parâmetros de medida dos desgastes
desenvolvidos nas superfícies de folga e
saída da ferramenta de corte.

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 Mecanismos de Desgastes
⚫ Deformação plástica e atrito   T° região de corte (interface ferramenta/peça) 
 resistência ao desgaste da ferramenta.

⚫ Desgaste da ferramenta  altera geometria, tamanho e afiação da aresta   F 

 P   T° região de corte (interface ferramenta/peça)  ...

⚫ Desgaste da ferramenta  altera geometria da aresta  modifica a geometria e o

acabamento da peça.

Abrasão Difusão

Adesão Oxidação

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 Desgastes: Causas e Soluções
o Desgaste de flanco  abrasão mecânica (vc) ou adesão
(cisalhamento da APC) com abrasão (vc).
− Minimização: vc e/ou ferramenta com alta dureza (a quente).

o Desgaste de cratera  difusão (+) c/ abrasão mecânica (−).

− Minimização: ferramenta com cobertura de Al2O3.

o Desgaste de entalhe  oxidação (+) c/ abrasão mecânica (−)

(OBS. Cavacos cisalhados e/ou lamelares)
− Minimização: lubrirrefrigerante com agente antioxidante; vc.

o Aderência e arrastamento (attrition)  fluxo irregular de

material com adesão (flanco ou face).
− − Minimização: vc; atrito interface cavaco/ferramenta

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 Vida da Ferramenta
Definição
⚫ Tempo que a ferramenta resiste do início do corte até sua total utilização; ou o
período no qual a ferramenta pode ser mantida usinando de forma econômica.

⚫ O critério econômico pode ser relacionado principalmente com:

o necessidade de retrabalhos  elevação dos custos de produção;
o sucateamento de peças  perda de produção;
o tempo de máquina parada  menor produtividade;
o maior potência consumida  aumento do consumo de energia elétrica;
o aumento no consumo de ferramentas;
o etc.

⚫ A vida da ferramenta é relacionada a um

dado critério, sob certas condições de corte,
o qual é utilizado para determinar quando
uma ferramenta (inserto ou aresta) deve ser
substituída no processo de usinagem.

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 Critérios de Fim de Vida
⚫ Critérios de fim de vida:
o Altos valores de desgastes podem levar a ferramenta à quebra
(valores limítrofes: VBB  0,3 mm e/ou VBmáx  0,6 mm – Norma ISO 3685/1993).
o Temperaturas excessivas atingidas pela ferramenta.
o Tolerâncias dimensionais da peça fogem do controle.
o Acabamento da superfície usinada
deixa de ser satisfatório.
o Componentes da força de usinagem
aumentam excessivamente.

⚫ A continuação do uso da aresta de

corte depois de superados critérios
preestabelecidos traz sérios riscos:
o Valores excessivos de desgastes 
F e To  falha na ferramenta
 danos irreversíveis à peça.

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 Controle do Fim de Vida
A continuação do uso da aresta de corte depois de superados os critérios de fim
de vida preestabelecidos traz sérios riscos. Por isso, o controle é necessário.
⚫ Em operações de desbaste:
o Considera-se VBB  0,3 mm e/ou VBmax  0,6 mm (ISO 3685) e/ou a presença de
lascamentos. Dependendo das condições de
trabalho de cada empresa, tais parâmetros
podem assumir valores diferentes.

⚫ Em operações de acabamento:
o Qualidade IT7  VBB  0,2 mm.
o Qualidade IT8  VBB  0,3 mm.
o Na prática, trabalha-se com a ferramenta até que as peças produzidas saiam das
especificações de tolerância dimensional e acabamento superficial ditadas pelo projeto.

⚫ Pela dificuldade de se quantificar VB, sugere-se o controle através do tempo de

corte e/ou volume de material removido e/ou número de peças usinadas e/ou
controle estatístico de processos (CEP).

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 Curva de Vida da Ferramenta
⚫ F. W. TAYLOR demonstrou em 1907 que a relação entre a vida da ferramenta e a
velocidade de corte pode ser expressa aproximadamente pela equação empírica:
x
C 
v c  T y = Ct  T= t 
Em que:  vc 
o vc  velocidade de corte [m/min]
o T  tempo de vida da ferramenta [min]
o Ct  constante cujo valor depende principalmente do material da peça, do
material da ferramenta, das dimensões do corte e do meio
lubrirrefrigerante. Seu valor é numericamente igual à velocidade de corte
que dá à ferramenta de corte a vida de 1 min.
o y = 1/x  expoente cujo valor depende até certo ponto das
outras variáveis (máquina, ferramenta e peça). O expoente y
varia usualmente entre 1/3 e 1/10. O valor do mesmo mostra
quão sensível é a ferramenta à mudança de vc.

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 Curva de Vida da Ferramenta
T [min] T varia inversamente com a potência x da velocidade de corte vc :
x
100 C  K
v c  T y = Ct  T= t   T=
 vc  vcx
T2 Em que K = Ctx
T A equação define uma reta em um gráfico bi-
logaritmo da função T = f(vc):
T1
log T = log K − x  log vc
10
Pelo gráfico :

logT − logT1 logv c − logv c1

=
logT2 − logT1 logv c 2 − logv c1

 logT2 − logT1
 x = tg =
  logv c1 − logv c 2
1 vc [m/min] log K = log T + x  log v
10 vc 100  1 c1
vc2 vc1
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 Influência dos Parâmetros de Corte
⚫ O tempo de vida T, para uma dada vc, é evidentemente
influenciada pelas dimensões do corte.

⚫ Em 1954, KRONENBERG agrupou equações de vc de diferentes

pesquisas que consideraram a forma e a seção de corte.

⚫ Desta maneira, podem ser introduzidas duas relações:

o área da seção transversal de corte: A = apf
o índice de esbeltez do cavaco: G = ap/f

⚫ Assim, a equação de Taylor pode ser novamente reescrita:

x x
K  60 y  Cv  (0,2  G)g   60 y  Cv  (0,2  G)g 
T= x =  em que K = Ct = 
x

vc  vc  A i
  Ai 

OBS: A área da seção A tem um efeito superior que a forma (índice G), pois i > g.

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 Influência dos Parâmetros de Corte
Equação da vida da ferramenta por
Kronenberg:
x
 60 y  Cv  (0,2  G)g 
T= 
 v c  A i


Em que:
o y = 1/x  expoente cujo valor depende da
máquina, da ferramenta e da peça.

o Cv  vc obtida experimentalmente que dá à

ferramenta de corte um tempo de vida padrão
T = 60 min no corte de uma seção A = 1 mm2,
com G = 5.

o i  expoente da área de seção de corte.

o g  expoente do índice de esbeltez do

cavaco.

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 Influência dos Parâmetros de Corte
Exemplo:
Calcule o tempo de vida T [min] de uma ferramenta
de metal-duro P20 revestida com TiN na usinagem de
aço ABNT 1040 (156 HB) utilizando (Q = 72 cm3/min):
a) vc = 150 m/min, f = 0,30 mm/volta e ap = 1,6 mm.
b) vc = 600 m/min, f = 0,15 mm/volta e ap = 0,8 mm.

OBS. considerando r = 90°, então:

K s1  Q 2110  72 25,32
Pc [kW] = = = 0,17
6000  (f senr ) z
6000  f 0,17 f

Solução:
o área da seção transversal de corte: A = apf
o índice de esbeltez do cavaco: G = ap/f
x
K C 
T= x = t
vc  vc 
x
 60 y  Cv  (0,2  G)g 
em que K = Ct = 
x

 Ai 

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 Influência dos Parâmetros de Corte

K
T=
vcx

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