O documento discute a desnutrição proteico calórica, definindo-a como uma síndrome causada pela falta de calorias e proteínas. Apresenta suas principais características, incluindo prevalência, classificação, sinais e sintomas, complicações, tratamento e diagnósticos de enfermagem relevantes.
O documento discute a desnutrição proteico calórica, definindo-a como uma síndrome causada pela falta de calorias e proteínas. Apresenta suas principais características, incluindo prevalência, classificação, sinais e sintomas, complicações, tratamento e diagnósticos de enfermagem relevantes.
O documento discute a desnutrição proteico calórica, definindo-a como uma síndrome causada pela falta de calorias e proteínas. Apresenta suas principais características, incluindo prevalência, classificação, sinais e sintomas, complicações, tratamento e diagnósticos de enfermagem relevantes.
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DESNUTRIÇÃO PROTEICO CALÓRICA
DEFINIÇÃO
A Desnutrição Proteico Calórica (DEP) é uma
síndrome definida pela OMS como “uma gama de condições patológicas causadas pela falta concomitante de calorias e proteínas em proporções variáveis, que ocorre com maior freqüência em crianças de baixa idade estando geralmente associada à infecção”. PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA
Segunda patologia nutricional de maior prevalência
no mundo. Tem como pano de fundo a pobreza Baixa ingestão de nutrientes, a elevada morbidade infecto-parasitária e privação afetiva. OMS estima que 1/3 das crianças do mundo sofrem de desnutrição Redução das taxas nos últimos 10 anos No Brasil: redução de 30% Avaliação e Classificação Pode ser primária ou secundária Intensidade: leve, moderada , grave. Baseada no déficit de peso/idade, peso/altura, altura/idade. Por exemplo: Critérios de Gomez e Waterlow Utiliza-se gráficos de peso ( masculino e feminino) , como referência as tabela de crescimento e peso Avaliação clínica DIAGNÓSTICO
Histórico de enfermagem, vigilância do
crescimento e desenvolvimento com pesquisa de fatores de risco para a desnutrição como: história alimentar pregressa e atual, época do desmame, antecedentes mórbidos, situação sócio econômica, condições de habitação, saneamento básico, número de membros na família, intervalo interpartal, etc. Diagnóstico clínico
Desnutrição leve e moderado: baseado no
peso atual e na sua evolução. Sintomas inespecíficos, pode haver irritabilidade , diminuição da atividade física Desnutrição grave: Marasmo, Kwashiorkor, Kwashiorkor-Marasmático (forma mista). KWASHIORKOR
patologia das crianças desprezadas” em língua africana.
Crianças após um ano de idade, com alimentação marginal em termos quantitativos, com déficit predominante de proteínas. Tecido celular subcutâneo preservado; Apatia mental; Lesões de pele (seca, fria, áspera, sem brilho, eritema, descamação, fissuras lineares e flexurais); Grande emagrecimento do tórax e de segmentos proximais e edema dos segmentos distais; Edema, hepatomegalia, facies de lua cheia, lesões de pele, cabelos secos, quebradiços e descoloridos.“sinal da bandeira”(faixas de coloração clara e escura); Unhas finas, quebradiças, sem brilho; Mucosas: “língua careca”, retração das gengivas, lábios rachados; Hepatomegalia (esteatose hepática); Hipoalbuminemia Apresenta anorexia, apatia e pouco contato social. MARASMO
Significa “ definhamento ou enfraquecimento extremo do corpo humano”
em grego. Lactentes, desmamados precocemente, submetidos a baixa ingestão calórica principalmente. Emagrecimento intenso, facies senil, irritação, olhar ansioso e hipotrofia muscular intensa principalmente na região dos glúteos; Kwashiorkor-Marasmático
Forma mista; Crianças entre 1 e 2 anos; Perda de tecido celular subcutâneo; Edema de extremidades. Marasmo Kwashiorkor Mista
Edema Não Sim Variável
Dermatose Não Sim Variável
Alt. Cabelo Não Sim Variável
Hepatome- Não Sim Variável
galia ETIOPATOGENIA Predominância do catabolismo dos aminoácidos maior do que o anabolismo depleção tecidual autofagia diminuição das massas musculares. Alterações bioquímicas, funcionais e anatômicas. Diminuição da atividade enzimática decorrente da sua menor produção pela carência de matéria prima protéica e diluição do organismo. Ex: atrofia das células acinosas e das ilhotas de Langherans do pâncreas esteatose e fibrose hepática, atrofia das glândulas salivares, lesões da mucosa do estômago e esôfago, atrofia de todas as camadas do intestino delgado lesões da pele com comprometimento de todas as camadas da pele. Todos os aspectos da imunidade estão diminuídos: glândulas linfáticas, amigdalas, timo atrofiados, fagócitos não matam eficientemente as bactérias ingeridas, resposta inflamatória inadequada, sinais típicos de infecção como por exemplo, contagem leucocitária e febre inadequados (hipotermia e hipoglicemia podem ser sinais de infecção). Alterações Gastrintestinais Mastigação e deglutição prejudicadas; Atrofia da mucosa gástrica; Diminuição das secreções gástricas e pancreáticas; Diminuição da síntese de sais biliares e de sua conjugação; Deficiência de enzimas digestivas – lactase*; Má absorção de carboidratos e lipídeos, principalmente; Diarréia. Alterações Metabólicas: Metabolismo 70% do normal; Absorção comprometida, menos acentuada para as proteínas; Esteatorréia; Hipoglicemia. Alterações Hidroeletrolíticas Hipotonicidade extracelular; Hiponatremia (com aumento do Na intracelular); K sérico normal ou baixo; Eletrólitos intracelulares: K, Mg e P diminuídos; Tendência à acidose metabólica, às vezes alcalose metabólica, nas deficiências graves de K. Alterações Cardiovasculares: Redução do débito cardíaco; Redução do volume sistólico; Alterações da bomba cardíaca pela própria deficiência de vitaminas e de oligoelementos; Bradicardia, hipotensão; Insuficiência cardíaca na recuperação nutricional. Alterações Endócrinas: Redução da secreção de insulina; Aumento da secreção de glucagon e de epinefrina; Liberação de cortisol; Resistência periférica à insulina; Estímulo de secreção do hormônio de crescimento. Alterações Musculares: Perda de massa muscular; Alteração permanente da massa muscular; Dificuldades futuras de recomposição normal da massa muscular. Alterações do Sist. Nervoso Central: Alterações da função cerebral e de aprendizagem; Privação de estímulos; Deficiências associadas: Ferro, Ac. Graxos Essenciais, Vit. E. Alterações Imunológicas: Redução da imunidade celular; Alterações dos linfócitos T; Alterações funcionais das imunoglobulinas; Redução da capacidade de opsonização; Deficiência de aminoácidos específicos (arginina e glutamina); Carência de vitaminas associadas ( A,E,C e B6); Maior predisposição a infecções. Tratamento (tratamento inicial estabilização ▪ Tratar hipoglicemia (glicose < 54mg/dl) ▪ Prevenir/tratar hipotermia; ▪ Tratar desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e choque séptico; ▪ Tratamento dietético; ▪ Tratar possíveis infecções; ▪ Correção de deficiências de micronutrientes; ▪ Anemia muito grave (hematócrito<12%); ▪ Estimular vínculo mãe-filho. Esquema alimentar
O registro da ingesta deve ser exato, se a criança vomitar o
volume deve se deduzido do total Necessidade calórica: 150 kcal/kg/dia, iniciando-se com1/4 ou 1/5 do total calórico aumentando progressivamente a cada 2 ou 3 dias. Alimento básico = leite: inicia-se com leite em pó a 7,5 %, com 4 % de carbohidratos (dextrino maltose) óleo vegetal ou TCM (1 a 2 %). Glicose 5 % a cada hora Se intolerância à lactose: formulas lácteas sem lactose Se intolerância as proteínas do leite de vaca: leite de soja, hidrolisado de caseína Se intolerância a soja: fórmula de carne de frango,com adição de minerais, vitaminas, e hidratos de carbono. Depois de 7 dias o leite poderá ser a 10 % e após 15 dias a 15% (integral). A introdução dos novos alimentos segue o padrão normal porém mais rápido, a partir de 7 dias da realimentação. Após 3 semanas o ideal que toda alimentação já esteja completa. Suplementação de Vit. A Micronutrientes :Multivitaminas, Ferro, Zinco,Cobre, Ác. Fólico. Demais cuidados gerais e sintomáticos
Edema: administrar albumina humana EV,
1g/kg em 2 horas. Anemia: papa de hemácias 10 ml/kg em 3 horas Sudorese:na fase de recuperação, que pode causar inflamações nas glândulas sudoríparas causando miliária. Estimulação psicomotora DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA DESNUTRIDA Crescimento e desenvolvimento alterados relacionados ingesta calórica e/ou nutricional inadequadas caracterizados por peso e cumprimento/estatura abaixo de dois desvios padrões ou do percentil 10 indicando queda.
Nutrição alterada menor do que as necessidades corporais relacionadas a
incapacidade financeira de procurar alimentos, caracterizada por peso e cumprimento/estatura abaixo de dois desvios padrões ou do percentil 10, anorexia, diarréia secundária a infecções, fraqueza e flacidez muscular, albumina sérica diminuída, edema em membros inferiores ou anasarca.
Integridade da pele prejudicada relacionada a lesão secundária a emissão de
fezes liquidas, umidade, imobilidade no leito caracterizada por área hiperemiada em região perianal.
Perfusão tissular alterada relacionada a hipotermia caracterizada por
temperatura axilar menor do 35 graus centigrados.. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇA DESNUTRIDA Risco para hipotermia relacionada a relacionada a regulação ineficaz, diminuição circulatória, diminuição do metabolismo basal.
Risco para infecção relacionado ao comprometimento das defesas do
organismo secundária a Desnutrição.
Intolerância a atividade relacionada ao transporte de oxigênio prejudicado
secundário a diminuição de hemácias e hemoglobina caracterizado por pouca resposta a estimulação social.
Risco de déficit de volume de liquido relacionado ao vomito e a diarréia.
Risco para conflito no desempenho de papéis dos pais relacionado as
separações secundarias as hospitalizações freqüentes Critérios para alta de cuidado não hospitalar: Criança:
Peso ≥ 90% do P50 NCHS/OMS
Comendo quantidade adequada de dieta que a mãe pode dar em casa; Ganhado peso a uma velocidade normal ou adequada; Todas as infecções e outras condições tratadas foram ou estão sendo tratadas (anemia, diarréia, parasitoses, malaria, tuberculose, e otite média); Começou o programa de imunização. Critérios para alta de cuidado não hospitalar: Mãe (responsável): ▪ Capaz e desejosa de cuidar do filho; ▪ Sabe como preparar alimentos apropriados e como alimentar a criança; ▪ Sabe fazer brinquedos apropriados e sabe brincar com a criança; ▪ Sabe como fazer o tratamento domiciliar para diarréia, febre e infecções respiratórias agudas, e como reconhecer os sinais que ela deve buscar assistência médica. Por fim deve-se fazer acompanhamento da criança após a alta (1 semana, 2 semanas, 1 mês e seis meses)*. Acompanhar de 6 em 6 meses até criança completar 3 anos.