Estudando Curso de Sociologia - M4
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Estudando curso de
Sociologia
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No Brasil a sociologia vai aparecer também com o desenvolvimento do capitalismo, refletindo a situação colonial, a herança da cultura
jesuítica e o lento processo de formação do Estado Nacional.
A sociologia brasileira nasce a partir da década de 1930, quando começam a aparecer reflexões sobre a realidade social com um caráter
mais investigativo e explicativo.
A necessidade de se refletir sobre a sociedade brasileira foi impulsionada por principalmente três movimentos que trouxeram
transformações de ordem social, econômica, política e cultural ao Brasil e acabaram despertando o interesse de pensadores.
O Modernismo foi um destes movimentos; era um movimento que lutava para que as regras que existiam sobre arte e literatura não
imitassem a Europa e assim não sufocassem a criação nacional. A defesa de um novo ponto de vista estético e o compromisso com a
independência cultural do país fez do modernismo sinônimo de "estilo novo".
Outro movimento que vai influenciar o surgimento do pensamento sociológico no Brasil é a formação dos partidos políticos que
começam a ocorrer neste período, sobretudo o partido comunista em 1922, que tinha o ideário de criar uma cultura socialista no Brasil
e fazer uma política voltada aos interesses da classe trabalhadora.
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A Figura 6.2 retrata o Partido Comunista do Brasil que nasceu em 25 de março de 1922 sob influência da Revolução Russa de 1917,
comandada por Lênin e o Partido Bolchevique. Em seu 1º Congresso reuniu nove dirigentes proletários: Astrojildo Pereira ( jornalista),
Cristiano Cordeiro (advogado), Joaquim Barbosa (alfaiate), Manuel Cendón (alfaiate), João da Costa Pimenta (gráfico), Luís Pérez
(vassoureiro), Hermogêneo Fernandes da Silva (eletricista), Abílio de Nequete (barbeiro) e José Elias da Silva (pedreiro). Eles representavam
73 militantes de associações políticas de trabalhadores do Distrito Federal, e dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul. Há notícias de que delegações de Santos (SP), Juiz de Fora (MG), Passo Fundo e Livramento (RS) não
conseguiram ir a Niterói (RJ) para participar do Congresso onde nasceu esta experiência vitoriosa que, em 2002, completa 80 anos de
atividade contínua. Em defesa dos trabalhadores e do povo brasileiro.
Além destes movimentos o movimento armado de 1935, também conhecido como “Levante Comunista”, teve sua contribuição para a
chegada da sociologia no nosso país. Foi à união do Partido Comunista com alguns Tenentes de esquerda do exército brasileiro, que
lutavam pelo fim do imperialismo e pela existência de uma ditadura democrática, este movimento não foi vitorioso, pois não chegou a
acontecer de fato.
A Coluna Miguel Costa-Prestes, popularmente conhecida somente por Coluna Prestes, foi um movimento político/militar brasileiro
existente entre 1925 e 1927 e ligado ao tenentismo, baseava-se na insatisfação com a república velha, exigência do voto secreto, defesa
do ensino público e a obrigatoriedade do ensino primário para toda população.
A sociologia brasileira começou a ganhar identidade no início da década de 1930, com a publicação de trabalhos como Casa grande e
senzala, de Gilberto Freyre e Formação do Brasil contemporâneo (Colônia), de Caio Prado Jr.
Esses livros coincidiram com o início dos primeiros cursos de Ciências Sociais nas principais universidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
Graças a especialistas estrangeiros foram publicadas, nestas universidades, obras de sistematização teórica que permitiram o
nascimento de uma geração de sociólogos formada dentro do país.
Neste contexto, começou a se destacar a obra de Florestan Fernandes, na qual a preocupação com a interpretação do fato social tinha
mais relevância do que apenas sua descrição. Na década de 1960, a sociologia brasileira conheceu sua idade de ouro. Nesse período,
pensadores de formação marxista influenciaram fortemente a produção intelectual nacional.
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No final da década de 1980, na prática, a falência da ideologia socialista gerou uma crise no pensamento sociológico brasileiro. Para
substituir as proposições perdidas e responder as novas perguntas da sociedade contemporânea, os pensadores resgataram os autores
clássicos da sociologia mundial, como o francês Émile Durkheim e o alemão Max Weber. Nessa nova geração, destacam-se os trabalhos
de Renato Ortiz, no campo da cultura e de Ricardo Antunes, no campo das relações trabalhistas.
É possível perceber também o engajamento dos cientistas sociais na política formal e institucional. Percebe-se também uma progressiva
diversificação das ciências sociais e, em especial, da sociologia. Multiplicaram-se os campos de estudo, fazendo surgir análises sobre a
condição feminina, do menor, das favelas, das artes, da violência urbana e rural, entre outras.
Não somente no Brasil a sociologia se torna cada vez mais interdisciplinar e plural, com a multiplicação infindável de seus objetos de
estudo, no que é auxiliada pela própria realidade cada vez mais diversificada.
Resumo
Nessa aula tivemos a compreensão de como a sociologia chegou ao nosso país, os principais acontecimentos tais como o modernismo,
a formação de partidos políticos e o movimento armado, que acabaram por impulsionar o pensamento sociológico no Brasil.
7. VIVER EM SOCIEDADE
Agora que já estudamos os clássicos da sociologia, que já sabemos como ela chegou ao Brasil vamos começar a refletir
sociologicamente!!!!! Nesta aula vamos entender como se dá a convivência humana em coletividade, conceitos teóricos que nos ajudarão a
compreender melhor a vida em sociedade.
Agora que já estudamos os clássicos da sociologia, que já sabemos como ela chegou ao Brasil vamos começar a refletir
sociologicamente!!!!! Nesta aula vamos entender como se dá a convivência humana em coletividade, conceitos teóricos que nos
ajudarão a compreender melhor a vida em sociedade.
A ideia a partir de agora é perceber como nós seres humanos somos eminentemente seres sociais, pertencemos a agrupamentos
sociais, trabalhamos em grupos e equipes, desenvolvemos projetos coletivos, nos divertimos em grupos enfim, não vivemos sozinhos,
precisamos uns dos outros!
Quando nós agimos e reagimos em relação àqueles que estão ao nosso redor, iniciamos um processo conhecido como interação social.
Isto é, quando dois ou mais indivíduos participam da mesma ação, estão interagindo.
Os seres humanos têm absoluta necessidade de convivência com um grupo e é através desta convivência que o comportamento
humano se manifesta e se desenvolve. É a partir desta convivência que os seres humanos se articulam e estabelecem formas de
comunicação e cooperação, ou seja, se socializam e se sociabilizam.
Sociabilidade: é a capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade, desenvolve-se pelo processo de socialização.
Socialização: por meio da socialização o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos, regras e
costumes característicos de seu grupo.
Viver em sociedade requer uma grande variedade de tipos de contatos sociais. É pelo contato social que as pessoas estabelecem
relações sociais, criando laços de identidade, comportamentos que vão ser a base dos grupos sociais.
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A ausência de contatos sociais caracteriza o isolamento social. O isolamento social pode ser de ordem social que envolve preconceitos,
como racial, religioso, de sexo; ou podem ser de ordem individual como a timidez, a desconfiança, etc. Estes tipos de atitudes colocam
dificuldades para se comunicar e de estabelecer laços de convivência e afinidades.
Nos grupos sociais, os indivíduos se unem e se separam, na sociologia chamamos isto de processos sociais.
A palavra processo significa uma mudança contínua e os processos sociais são as diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os
grupos atuam uns com os outros, a forma pelas quais os indivíduos se relacionam e estabelecem relações socais.
• Os processos sociais associativos de Cooperação ocorrem quando o grupo trabalha junto para um mesmo fim. Exemplos: formação
de uma cooperativa, um mutirão para limpeza de um terreno, um aluno emprestar uma caneta para outro, uma comissão para angariar
roupas para a população carente, enfim qualquer tipo de ação conjunta.
• Os processos sociais associativos de Acomodação ocorrem quando o grupo se ajusta a uma situação de conflito, através de uma
solução superficial. Exemplo: pode ocorrer em forma de coerção quando um indivíduo impõe sua vontade sobre o outro; pode ocorrer
sob forma de tolerância, quando apesar de não concordar com o outro acaba tolerando-o; pode ocorrer ainda sob forma de
compromisso ou acordo, quando ambas as partes ou um terceiro auxilia e há concessões dos dois lados, um acordo judicial ou coisa do
gênero e também sob forma de conciliação onde as partes em conflito identificam interesses em comum, como numa separação
amigável.• Os processos sociais associativos de Assimilação ocorrem quando o grupo encontra uma solução definitiva e mais ou menos
pacífica do conflito social, implica em uma transformação da personalidade. Exemplo: imigrantes que passam a fazer parte de outra
cultura que não a sua própria.
• Os processos sociais dissociativos de Competição ocorrem quando em um grupo há uma luta por objetivos escassos. Exemplos: o
vestibular, os campeonatos de futebol, uma disputa amorosa, uma disputa comercial.
• Os processos sociais dissociativos de Conflito ocorrem quando em um grupo há uma competição com tensão e violência social.
Exemplos: lutas entre posseiros e índios no Brasil, torcidas organizadas de futebol que entram em conflito corporal, as guerras entre
nações, as guerras civis.
Com o estímulo ao consumo e a competição desenfreada, a economia capitalista, dinâmica e tecnologicamente inovadora, colabora
para reforçar a cultura do individualismo e do isolamento social.
Numa sociedade como esta, a satisfação individual está acima de qualquer obrigação comunitária.
Resumo
Trabalhamos aqui alguns conceitos importantes para a compreensão da convivência humana em sociedade e como se dão os processos
sociais, a fim de percebermos estes mesmos processos no nosso cotidiano e entendermos melhor como se estabelecem determinadas
relações.
8. OS GRUPOS SOCIAIS
Já vimos o que são os grupos sociais na aula anterior; agora vamos tentar entender como eles se mantêm se organizam, enfim, como
funcionam.
Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se
identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de muitas
associações humanas o ser humano passou a estabelecer verdadeiros grupos sociais.
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Podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação humana que se considera como um todo, com tradições morais e
materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes.
Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva. Outra característica é que estes grupos são superiores e
exteriores ao indivíduo. Assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente este não irá acabar. Os membros de um grupo também
possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum.
Dentro dos grupos sociais podemos observar que todo o indivíduo ocupa uma posição social que lhe dá maior ou menor valor,
prestígio ou poder.
Status Social: é a posição ocupada pelo indivíduo no grupo social ou na sociedade. E implica em direitos, deveres, manifestações de
prestígio e até privilégios, conforme o valor social conferido a cada posição.
Numa sociedade o indivíduo ocupa tantos status quantos são os grupos sociais a que pertence. Dependendo da maneira pela qual o
indivíduo obtém seu status ele pode ser classificado como:
• Atribuído: quando não depende das qualidades ou ações do indivíduo e podem ser por idade, sexo, raça, parentesco, classe social,
etc. Ex: ”irmão mais velho”, “filho do pescador”
.• Adquirido: quando depende das qualidades pessoais do indivíduo, de sua capacidade e habilidade. Ex: “capitão do barco”, “chefe do
departamento”.
Quando cumprimos os nossos deveres ligados ao nosso status social, dizemos que estamos cumprindo nosso papel social.
Resumo
Vimos aqui como os grupos sociais são importantes para os indivíduos se situarem no mundo, como se organizam e como funcionam. É
no grupo social que o indivíduo estabelece sua identidade, sua personalidade, que adota um sistema de valores que pautará a sua vida.
Nesta aula começaremos a perceber como o capitalismo traz conseqüências sérias a respeito da desigualdade social, suas causas e suas
consequências. Pois o problema da desigualdade social está presente mais do que nunca neste início de século. Veremos que a
desigualdade supõe quantias diferentes de riqueza, prestígio ou poder e que todas as sociedades são caracterizadas por algum grau de
desigualdade social.
Numa sociedade organizada não basta ter consciência social, ou seja, saber que existe desigualdade simplesmente para a manutenção
da ordem, pois a existência social é que determina a consciência.
Em outras palavras, os valores, o modo de pensar e de agir das pessoas em sociedade são reflexos das relações entre estas pessoas para
conseguir meios para sobreviver.
Assim, as relações de produção entre as pessoas dependem de suas relações com os meios de produção e que, de acordo com essas
relações, podem ser de dono ou não dono, quer dizer, de capitalista ou trabalhador, patrão ou empregado.
Já estudamos que os homens se diferenciam em classes sociais. Aqueles homens que detêm a posse dos meios de produção
apropriam-se do trabalho daqueles homens que não possuem esses meios, sendo que os últimos vendem a força de trabalho para
conseguir sobreviver.
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Para Marx, a luta de classes nada mais é do que o confronto dessas classes antagônicas, a burguesia X o proletariado.
Quando tratamos de dominação de classe, estabelecemos os chamados estratos sociais conforme o grau de distribuição de poder numa
sociedade.
É preciso perceber que o poder sendo exercido sobre os homens, em que uns são os que o detêm enquanto outros o suportam, torna
difícil considerar que o poder seja um recurso distribuído, mesmo que de forma desigual, para todos os cidadãos.
Assim, as relações de classe são relações de poder e o conceito de poder representa de modo simples e sintético, a estruturação das
desigualdades sociais.
Já para Weber, o juízo de valor que as pessoas fazem umas das outras e como se posicionam nas respectivas classes, depende de três
fatores: poder, riqueza e prestígio, que nada mais são que elementos fundamentais para constituir a desigualdade social.
Embora já tenhamos falado de classe social em outras aulas, é importante deixar bem claro a diferença de classe social e estrato social:
Classe Social: é um grupo de pessoas nas mesmas condições no processo de produção e que têm afinidades políticas e ideológicas.
Estrato Social: é a classificação diferencial dos indivíduos que compõem um sistema social dado e a sua qualificação de superiores ou
inferiores uns em relação aos outros, segundo valores importantes para a sociedade. Refere-se a um arranjo hierárquico entre os
indivíduos em divisões de poder e riqueza em uma sociedade. É a diferenciação hierárquica entre indivíduos e grupos, segundo suas
posições (status), estamentos ou classes.
O Estrato Social pode acontecer através de diversos critérios como revelam os tipos de estratificação abaixo:
Tipos de estratificação
• Sócio profissional – resulta da diferente importância atribuída a cada profissão (prestígio, grau de educação). É determinante nas
sociedades industrializadas e urbanas.
Quando ocorre a mudança de posição social de uma pessoa ou de um grupo de pessoas em um determinado sistema de estratificação
social damos o nome de mobilidade social que pode ocorrer de forma vertical ou horizontal.
––Mobilidade Social Vertical Ascendente: (ascensão social) O indivíduo passa a integrar um grupo economicamente superior ao seu
grupo anterior.
––Mobilidade Social Vertical Descendente: (queda social) O indivíduo passa a integrar um grupo economicamente inferior ao seu
grupo anterior.
• Mobilidade Social Horizontal: ocorre quando a mudança de uma posição social a outra se opera dentro da mesma camada ou
estrato social. Ex: o indivíduo que se muda do interior para a capital, muda suas ideias políticas, mas seu nível de renda não se altera
substancialmente. No caso acima, houve uma mudança na posição social, mas, apesar disso, permaneceu no mesmo estrato social.
Resumo
Nessa aula conseguimos entender que a desigualdade é um dos principais problemas do mundo hoje, e que a igualdade é uma
impossibilidade social. Vimos que as relações de classe são necessariamente relações de poder e que estas relações acabam gerando a
desigualdade.
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1° Módulo: Introdução
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