Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Geradores - 20230524 - 0001

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

2 - pRrNcípto DE FUNcToNAMENTo Do GERADoR DE

GORRENTE CONTINUA

2.1 - A FORçA ELETROfritOTRtZ


'NDUZ|DA
O principio de funcionamento do gerador de corrente contínua tem por base a
Lei de Faraday que estabelece que, se o fluxo magnético (<D) que envolve uma
determinada espira, varia no tempo, resultará nesta espira uma força eletromotriz
induzida (e), cujo valor será proporcional à intensidade do fluxo e à taxa de variação do
mesmo, conforme está mostrado na equação a seguir:

dtp_
e=A (6)
dt

onde:
A - Constante de proporcionalidade;
dg \ dt - Taxa de variação do fluxo.

A induçãodesta força eletromotriz (FEM) na espira vai resultar na circulação de


uma coÍrente, desde que o circuito es§a fechado, conforme está mostrado na Íigura 5 a
seguir
FIO DO

oe nomÇÀo

-t fr ü
it
'i! t-.
i]
ESCOVÀ' I'
Í +
d
al,lÊrs
OESLIZAIITCS

Fto oo ll{ouztoo

Figura 5 - Geração de FEM em uma espira

O fluxo magnético em máquinas de corrente contínua é produzido nos pólos que


estão localizados nâ parte estática (carcaça) mantendo-se desta forma sua direção fixa.
A alteração de sua intensidade e sentido é conseguida com a mudança da corrente de
campo, o que se presta a modificar e/ou corrigir as condições operacionais. Deste modo,
paru a análise do funcionamento do Gerador de Corrente Contínua, pode-se considerá-lo
constante. Sua variação em relação à espira é conseguida imprimindo-se uma
velocidade (giro) à espira.

7
A fig,ra ó mostra a espira em várias posições cm rclaçào

tj
ao ÍIuxo principal.

{t
L.-l t -l
rr rí rí
Figura 6 - Espira na armadura movendo-se em relação ao canlpo.

Sc a espira está urovendo-se com n [rpm], o fluxo principal em relaçào a espira


vai variar confcrrme a expressão:

?n
9=Çl'cos.-.11 .t (7)

onde
O - valor máximo do fluxo
n.t - posição ocupada pela espira num instante qualquer, determinada pelo
ângulo u.

Neste caso, a FEM induzida na espira é dada por:

d«o
e-4.
dt
oll:
2x
sen(-.
'60 ut ) (8)

no tetllpo'
ou seja. a FEM induzida tem fonna de onda scnoidal
por esta FEIvl também será alternada.
Isto inrplica q.," ,.o.,"nte pro.dtrzida
apeuas utna
para o .oro .rr. aná1ise. onde está cà,siderando-se a presettça de
(senoidal) tenha um irnico sentido de
espira, para que a corrente vista altemada anel ao invés de
a utilização de ltm irnico
cir-culaçào n.r circuito exteü1o, é ,ecessáiia
e cada ntna das partes resrútantes deve
dois anéis. Este anel deve ser cortado uo *"io
obtem-se a consttução indicada na
ser isolada eletricailrente da outra. Desta fonna,
figura 7' .-^ fe '
Confonne pode-sc veri{-tcar nesta figura. A cofi'enic
no CircuitO ^Ytêrnô tera um
^i-^.ritrr Cxterno
Íbi denominaclo por cornutador' A
unico sentido cle circulação. o anel de .oÃutução pEM (e) está indicada na figura I'
fbn[a de onda obticla no circuito exteffio paÍa a

Íl
se ao invés de apenas uma única espira, instalar-se
armadura' defasadas geometricamente várias espiras sobre a
de moào e conectadas aos anéis
comutadores de forma a comporem
suas FEM "orrr"rrr"ite
(rigaou, série), obtém-se como
resultado uma tensâo cuja magnitude "* instantâneos
é a soma doi varores das FEM
induzidas nas espiras.
n

Figura 7 - Comutação de uma espira.

Figura 8 - FEM obtida no circuito externo.

Na figura 9, a seguir, está representado um gerador de quatro espiras. A força


eletromotriz resultante esta mostrada na figura 10.
Como pode ser observado na figura 10, a força eletromotriz geradajá não mais
toca o eixo das abscissas, ou seja, seu valor instantâneo está mais próximo do valor
médio. Pode-se então concluir que um aumento no número de espiras, implica em uma
maior aproximação entre os valores médío e máximo da FEM resultante.

Figura 9 - Gerador com 4 espiras na armadura.

9
I REVOLU

Figura l0 - FEM resultante.

O valor médio da FEM induzida em cada espira será dado pela expressão
indicada a seguir:

E:C:.(D.n (e)
onde:

E - valor ntedio da FEM induzida


C: - constante de proporcionalidade
o - t'luxo lnagnetico
n - velocidade da armadura

2.2. TIPOS DE GERÁDORES DE CORRENTE CONTíNUA

Dependendo da aplicação prevista para um gerador de corrente contínua, é


desejável que apresente utrla determinada resposta relatir,a à tensâo terminai
conespondente à uma condição operacional dcÍ'rnida. Esta diferenciação e basicamente
deternrinada pela tbnna de excitação. ou seja. pelo mcdo corno o tluxo principal é
produzido, A seguir serão mostrados cada ttnt dos tipos de geradores.

2.2.r - GERADOR COM EXCITAÇÃO INDTpENDENTE

A figura I I mostra o tliagrarna básico de um gerador de cot'rente contínua com


excitação independente.
Este tipo de gerador, aprcsentâ como caracteristica prÓpria possuir o circuito de
excitação totalmente independente do circuito de armadura. Desta forma, a tetxão de
aliurcntaçào do circuito de campo dcve ser estabelecida por ttma fonte externa ao
gerador.

l0
GCC BCnr

Figura ll - Gerador com excitação indepentlente.

2.2.2 - GERADOR CONI EXCTTAÇÃO rm DERTVAÇÃO (SnUXr)

No gerador com excitação em derivação o enrolarnento de excitação e ligado em


paralelo com o circuito de armadura, dc modo que a pr-opria tensâo de armadura c
aplicada no euolamento de campo.
Como neste caso a excitação da rnáquina é obtida da força eleÍromotriz geracla.
que no início do processo âpresenta-se bastante reduzida, sendo resultado apenas da
ação do magnetisrro residual, deve-se tonlar o cuidado que nesta fase o gerador este.ia
operando, preÍ-erencialmente ern vazio, ou el11 uma condiçào tal que a carga seja
suficienternente pequçna de urodo a não intcrferir no processo.
A f,rgura 12 rnostra um gerador com excitação em derivação.

BCss
GCC

Figura 12 - Geratlor com excitação em derivação.

2,2.3. GERADOR COM EXCITACÃO Ul\{ SÉNTT

Neste caso, o circuito de excitaçào é colocado em serie com o circuito de


atmadura, de modo que a concnte de excitação ó a própria conente de carga.
O esquema básico de um gerador com excitaçâo sçrie está indicado na figuru 13.

11
BCs

GCC

Figura 13 - Gerador com excitação em

2.2.4 - GERADoR cCIM ExcrrlÇÃo coltposrA (coMpouND)


Estes gerado[es possuem tanto os enrolamentos
de excitaçâo série (Bcs ), bern
cor11o os de excitaçâo paralera (B.p), conÍbr.,ne está
mostrado natigura r4.
BCs

GCC BCsH

Figura 14 - Gerador com excitação composta.

2.3 - EQUAÇÕES BÁSTCAS Do GERADAR

Na figura 15, a seguir. está representado o circuito equivalente de um gerador de


correllte continua com excitaçào independente. qr,re é o tipcl de excitação tnais
usualmente utilizada na inclúrstria.

A aplicação da tensão UL no circuito de excitação da uráquina, tent cotno


conseqtiência a circulação da corrente de excitaçào Ir:, dehnida pela equaçâo:

Us
I (10)
'RE

t2
onde:

UE - tensão de excitaçào [V]


RE - resistência do circuito de excitaçâo
[ohm]
In - Çomeüte de excitação [A]

A comente de excitaçâo Ie circulando pelas N espiras clo enrolamento de


excitação (carnpo), origina o tluxo n-ragnético <0. A relação entre este t-luxo e a coffente
de excitação 11; depende da característica de magn etização do circuito rnagnético da
máquina, conforme mostra a figura 16.

.I* R.\ IE
+

C
.\ ur
R f CCC BCe, I Us
G I

Rc

Figura 15 - Esquenra básico do gerador com excitação intlependente.


!. i.v.

14C -

100 -

BO-------

2§-

'rll 1ã t : i'--'
lH^ . !-r.,t

Figura 16 -Curva característica que relaeiona o (D e Ie .

Fornecendo-se energia rnecânica ao eixo da rnáquina â armadura vai girar, sendo


então induzida a FEM "e". cuio valor médio "E" é deÍinido pela expressão (9), ou seja:

E:Cz.tD.n
Com fecharnento da chave Kr indicada na figura 15, cir-culará a con'ente de
annadura I,1 € rlos terminais do gerador resultará a tensão U1 definida pela equação:

Ur:E-RlIo (1 l)

l3
onde

U,1 - tensào nos rerminais da máquina


[V]
E - valor nrédio da FEM induzida na máquina [V]
R,r - resistência do circuito de annadura
[ohm]
I,1- corr€tltc de annadura [A]
A circulaçâo da conente de armaduÍa provoca o aparecimento de um conjugado
eletromagnctico quc atua contrâ o sentido de movimento àu amadura. Este conjugado é
dado por:

M: K.O . I,r (12)

onde

M - conjugado [N.m]
(D - fluxo [Weber]
I.1 - conellte de annadura [A]
K - constante dependente cle caracterÍsticas da máquina
Observ'e que a constante K da equaçâo (12) tem um valor ditbrente da constante
C2 da equação (9).

EXEMPLO 2:

Uma máquina de corTente contínua operando com excitação independente'


apresenta os seguintes dados nominais:

lJ,rN:240 [V] n.r:1000 [rPm]


I,rx = 300 [A] r.1rv:85%.
Rr:0,035 [ohm] J : 80 [kg.nl']

qttal a potência mecânica fornecida à


a) Estando a máquina operando cornO gerador,
armadura nas condições nomiuais?

condições nominais?
b) Qual é a FEM desenvolvida na máquina nas
(Dx da máquina enr consideraçào7
c) Qual e o valor da constante Cz
desde o.s ro,oot+ml até-800 [rpm]
d) Determine o ternpo de frenagem da máquina
da máq*ina motrlz'
qua,do ligada u u*ul.rirtência ,t* O,+Z [ohm] e desligada

solUÇÀo:
a potência
a) corno a máquina opera como gerador de conente contínua,
pelo rendimento desenvolvido
mecânica entregue a seir eixo está vinculuà à .lét'ica
1as condições operacionais. Assirn deve-se calcular o
t'alor da potência elétrica que o
gerador está fornecendo à carga' Desta tbnna tem-se:

1+
Prr-:UlN.I,rN
Pet:24ü x 300

Pr,r :72 [kW]

Levando-sc ellt conta o rcndinlcnto da nráquina otrtóni-se. entào, a potênciil


nrecânica fbmecida ao eixo da annadura.

NLL
P.t
rMEC
n

72
Pugc
0,85

PMEC:84,71 [kW]

b) A queda de tcnsão desenvolvida pela circnlaçâo da corrente nominal pela


almadrrra da máquina é dada por:

R,r . I.rr: :0.035 . 300

R,r . I.ri'i: i0,5 [V]


Então, a partir de (l l) resuita:

E = Ueu + R.,r Iax :24A + 10,5

E:250,5 Nl

c) A partir da equação 9, vem:

E*
cz'ÔN - ny =?10-f
1000

Cz @N: 0,2505 [Vlrpm]

d) Nas condiçôes operacionais propostas pelo exemplo, a corrente de armadura é


dada por:
r _
-
0,2505. n
'A o/2+o&r5

I.r:0,551.n
O conjugado desenvolvido pela máquina na frenagsm será calculado pela
equação tr2, ou se-ja:

I5
M:K.(r.I.r
A constante J( <Dx (a frenagem é Íbita com o fruxo nominal) pode
dctcrminada a parrir- das condiçõ.,
- ser
nà,iinuir,

K'ôN _M*
IeN
O con-jugado nominal também devc ser obtido das
condições nominais. Desre
modo:

MN =io t*
l7t.ny

60'84'715
M*, =
^ 2n.1000

MN:808,9 [N.m]
Assirn:
808.9
K.@." -
300

K cDx :2.696 [N.nr/A]

Desta fbrma. conclui-se:

M:2,696x0.551 .n
M: 1,484 . n

Durante o processo de frenagem a máquina motriz é desativada e o conjugado


produzido pelo gerador passa a ser o conjugado de fi'enagern (desprezando-se os
esfbrços de atrito). Desta tbrma. tem-se:

Mtn: 1,484 . n

li::l:lJg não e independente da velocidade


.,o.,,...Çube salientar que o aô;jüg;Í3 a segulr'
oãstã formu d.u"-re r,ri-rã, u que está colocada
"offi:1ry.Ti*:,
À..-irn. 1,484'"# -##
rr = l.4l1.9
elt

l(r
Dc'sta fbrma. resulÍa:

d,r_
trn = 1.411
I 11
11
rn

onde:

n1R - vclociriaclc tlnal da licnagcm


n - t,elocidadc inicial da frcnagcm

Como:

dx
_-1111
í x

Obtem-se:

tix = 5.644 firr 10(]0 - ll Ít001

tg : 1"26 is]

t7

Você também pode gostar