Industria 4.0
Industria 4.0
Industria 4.0
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-
as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD
O que é?
Foi na edição de 2011 da Feira de Hannover que o conceito da Indústria 4.0 começou a ser
revelado ao público em geral. A iniciativa, fortemente patrocinada e incentivada pelo governo
alemão em associação com empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa do
país, propõe uma importante mudança de paradigma em relação à maneira como as fábricas
operam nos dias de hoje.
Nessa visão de futuro, ocorre uma completa descentralização do controle dos processos
produtivos e uma proliferação de dispositivos inteligentes interconectados, ao longo de toda a
cadeia de produção e logística.
O impacto esperado na produtividade da indústria é comparável ao que foi proporcionado pela
internet em diversos outros campos, como no comércio eletrônico, nas comunicações pessoais
e nas transações bancárias.
Tornar a Indústria 4.0 uma realidade implicará a adoção gradual de um conjunto de tecnologias
emergentes de TI e automação industrial, na formação de um sistema de produção
físico-cibernético, com intensa digitalização de informações e comunicação direta entre
sistemas, máquinas, produtos e pessoas; ou seja, a tão famosa Internet das Coisas (IoT). Esse
processo promete gerar ambientes de manufatura altamente flexíveis e autoajustáveis à
demanda crescente por produtos cada vez mais customizados.
Para o sucesso do projeto, a consolidação de um único conjunto de padrões técnicos de
comunicação e segurança será um elemento-chave. Com ele, a troca de informações entre os
diferentes tipos de sistemas e dispositivos será assegurada, eliminando-se as restrições
relacionadas aos padrões proprietários vigentes.
O tema também já foi explorado em um episódio especial do programa do Sebrae Papo de
Especialistas. O programa foi gramado em um coworking dedicado à cadeia produtiva da
confecção e moda. Entre os convidados, estão o empresário Bernardo Fonseca, da Base
Avançada Confecção, Juliana Borges, especialista do Sebrae, e Flávio Bruno, representante do
Senai/Cetiqt. Confira no vídeo abaixo.
Um bom exemplo é o material disponibilizado pelo site da Academia Nacional de Ciência e
Engenharia da Alemanha (conteúdo disponível em inglês). É importante frisar que boa parte
dessas novas tecnologias já está disponível, mas que a transição para a Indústria 4.0 não
ocorrerá de forma repentina, e sim gradual, com uma velocidade de implantação que
dependerá de fatores econômicos e estratégicos e da capacitação tecnológica da indústria
presente em cada país.
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E o Brasil?
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E o Brasil no meio dessa história toda? O consenso entre os especialistas é de que a indústria
nacional ainda está em grande parte na transição do que seria a Indústria 2.0, caracterizada
pela utilização de linhas de montagem e energia elétrica, para a Indústria 3.0, que aplica
automação por meio da eletrônica, robótica e programação.
Para termos uma ideia da nossa defasagem, precisaríamos instalar cerca de 165 mil robôs
industriais para nos aproximarmos da densidade robótica atual da Alemanha. No ritmo atual,
cerca de 1,5 mil robôs instalados por ano no país, levaremos mais de 100 anos para chegar lá.
A boa notícia é que não precisaremos passar por todo o processo de modernização fabril
ocorrido nos países desenvolvidos nas últimas décadas para poder abraçar as tecnologias da
Internet Industrial e da Indústria 4.0. Podemos e devemos queimar etapas. O que não podemos
fazer é ignorar essa revolução se quisermos preservar a indústria presente no Brasil e
prepará-la para esse novo panorama competitivo.
Trata-se de criar um cenário no qual as tecnologias de informação e de automação, e não a
mão de obra de baixo custo, é que vão gerar as vantagens competitivas para as nações com
setor de manufatura relevante. A conjuntura brasileira atual, marcada por uma severa crise
econômica e política, torna esse desafio ainda mais difícil para o país.
Precisaremos, mais do que nunca, de lideranças fortes e articuladores na indústria, no governo
e nas instituições acadêmicas e de pesquisa. Precisaremos também de níveis de investimento
relevantes e da capacitação intensiva de gestores, engenheiros, analistas de sistemas e
técnicos nessas novas tecnologias, além de parcerias e alianças estratégicas com entidades de
outros países.
Cada um precisará fazer a sua parte:
● Governo: políticas estratégicas inteligentes, incentivos e fomento.
● Empreendedores e gestores da indústria: visão, arrojo e postura proativa.
● Instituições acadêmicas e de pesquisa: formação de profissionais e com
desenvolvimento tecnológico, preferencialmente em grande proximidade com a
indústria.
A Internet Industrial e a Indústria 4.0 criam também enormes oportunidades para
empreendedores que atuam na área de tecnologia, talvez como nunca antes na história da
humanidade. Muito do que será necessário para converter a manufatura, os meios de
transportes, o agronegócio e outros setores industriais ainda precisa ser desenvolvido. Boa
parte dessas tecnologias disruptivas ainda requer aperfeiçoamento, customização e a criação
de soluções abrangentes que funcionem e gerem os benefícios esperados.
Para mencionar apenas algumas dessas novas ferramentas, precisaremos de empresas e de
startups focadas em Big Data, Analytics, nuvem, segurança e automação de conhecimento na
área de software e em robótica avançada, manufatura aditiva, novos materiais, energias
sustentáveis e simulação no campo da engenharia. Para empreendedores que já atuam em um
dos segmentos diretamente impactados por essa revolução, vale investir tempo na formulação
de um plano consistente para avaliar e aplicar as novas tecnologias em suas operações.
O ideal é reunir a equipe interna com especialistas do mercado para analisar a viabilidade e o
impacto de cada uma das novas tecnologias. Na transição, uma dica é pensar grande e
começar pequeno, ou seja, pilotar cada ideia, medir os resultados e expandir para toda a
operação. Outra dica é não esperar por um momento futuro, a hora é agora, antes que seus
competidores o tirem do mercado.
Autor
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José Rizzo é fundador da Pollux, empresa fundada em 1996, especialista em automação
industrial e Empreendedor Endeavor.
Conteúdo feito em parceria com a Endeavor Brasil