Chapelins Ou Espaçadores e Resfriadores
Chapelins Ou Espaçadores e Resfriadores
Chapelins Ou Espaçadores e Resfriadores
A dificuldade é que não existe uma técnica específica, a qual nós possamos determinar o chapelim a ser usado. Normalmente é pela prática que se
determina o tipo, tamanho e posição do mesmo no molde. Os núcleos (machos) de areia são fixados no molde por marcações ou camas de assento e por
meio de chapelins. Em muitos casos é impossível o macho permanecer em seu assento ou cama, devido ao peso do mesmo e também pela pressão
provocada pelo metal líquido, fazendo o macho flutuar (diferença de densidade). Núcleos compridos e pesados também sofrem deformações, arcam e
quebram, nestes casos só com o uso de chapelins é que podemos obter peças com paredes uniformes.
Todos os tipos de chapelins deverão estar isentos de oxidação (cobertura de estanho ou cobre).
Existem também chapelins de materiais especiais, para a fundição de aço inoxidável, cobre, produzidos com os respectivos materiais.
05. CHAPELIM PARA FERRO FUNDIDO
Para que a fusão do chapelim (caldeamento) ocorra facilmente com o material a ser fundido, é necessário que a temperatura de fusão não seja baixa demais
(abaixo de 1220 graus Celsius). Pois o ponto de fusão do aço com baixo teor de carbono, usado na fabricação do chapelim, é mais elevado do que o ponto
de fusão do ferro fundido. O correto é para o chapelim caldear-se com o ferro fundido ou melhor dito, soldar-se, formando assim uma só peça. Quando do
vazamento do metal líquido no molde, a superfície do chapelim atinge uma temperatura muito próxima da fusão do mesmo, e com a difusão do carbono do
ferro fundido, completa-se a solda.
Quando do vazamento de aço fundido, o caldeamento é total, pois a temperatura de vazamento é mais elevada e a incorporação do chapelim pelo aço
fundido é total.
A camada normal de estanho em chapelins menores é de 6 a 8 micra , e para peças pesadas (maiores) pode ser até de 15 micra.
O estanho usado em nossas instalações é de uma pureza de 99 %.
Todos os chapelins usados na parte inferior do molde sofrem mais, pois o metal líquido ao entrar no molde, envolve primeiro estes e eles perdem sua rigidez
(resistência), devido ao amolecimento de sua haste, para tanto devem ser calculados chapelins com maior resistência.
Os chapelins com hastes ranhuradas (estriadas), facilitam o caldeamento pelo metal liquido, tendo como maior utilidade em fundição de peças estanques.
Os chapelins com hastes redondas e arruelas redondas, permitem um melhor fluxo de metal líquido, reduzindo assim formação de vazios ou bolhas, devido a
turbulência formadas pelas arestas dos chapelins quadrados.
12. DIAGRAMASTOP
Diagrama 1: Diâmetro da haste de 1,6 a 4,0 mm Diagrama 2: Diâmetro da haste de 5 a 18 mm Diagrama 3: Diâmetro da haste de 20 a 40 mm
1,6 2,01
2,0 3,14
2,5 4,90
3,0 7,07
3,4 9,08
4,0 12,60
5,0 19,65
6,0 28,30
8,0 50,30
10,0 78,60
12,0 113,10
15,0 176,70
18,0 254,50
20,0 314,00
25,0 491,00
30,0 707,00
35,0 962,00
40,0 1.257,00
EXEMPLO 1
Procurar o diâmetro da haste de um chapelim para uma carga de 75 kg e uma espessura de parede de 20mm.
Solução: no diagrama 2 podemos observar de que alinha horizontal inferior indica a altura da haste, indo da esquerda para a direita, seguindo esta linha
encontramos o valor de 20mm. Aí subimos a linha vertical e encontramos a curva da linha da haste de diâmetro 5,0mm, neste encontro devemos seguir para
a esquerda, até encontrarmos a linha vertical que indica a resistência a compressão em kg/mm2 e aí encontramos um valor correspondente a 1kg/mm2;
Faremos agora os cálculos: diâmetro da haste= 5,0mm
Á rea da haste=(veja tabela 1=19,65mm2
Fazendo a multiplicação da área da haste com a resistência a compressão encontrada teremos:
19,65 x 1= 19,65 kg
podemos dizer que a haste encontrada de diâmetro de 5,0mm não suportará a carga de 75kg.
Seguimos para o próximo cálculo , partiremos do mesmo ponto (20,0mm) e chegaremos a outra linha de curva em um diâmetro de 8,0mm, seguindo então a
linha horizontal para a esquerda e chegaremos na linha vertical da resistência a compressão, cujo valor é 1,5 kg/mm2.
Faremos novamente os cálculos: diâmetro da haste=8,0mm
Á rea da haste(veja tabela 1 )= 50,3mm2
Fazendo a multiplicação da área da haste com a resistência a compressão encontrada teremos:
50,3 x 1,5= 75,45 kg
podemos afirmar que uma haste de diâmetro 8,0mm suportará a carga de 75 kg.
OBSERVAÇÃO:
Nestes três diagramas podemos intercalar outros diâmetros de haste. O bom senso permite só para exemplo, no diagrama 2, intercalar entre os diâmetros
5,0 e 8,0mm, os valores de 6,0 e 7,0mm acompanhando uma curva similar, e entre os diâmetros de 8,0 e 12,0mm intercalar os diâmetros de 9,0 ; 10,0 e
11,0mm e assim por diante.
EXEMPLO 2
Determine o diâmetro da haste para uma carga de 100 kg e uma parede com espessura de 28,0mm.
Solução: valores para a resistência da haste de chapelins com alturas superiores a 20mm, são encontradas no diagrama 2, portanto usando a tabela 1 e o
diagrama 2, supõe-se um diâmetro de 10,0mm e encontramos no diagrama um valor aproximado de 1,3 kg/mm2.
Fazendo os cálculos: 78,6mm2 (área da haste de 10mm) multiplicado por 1,3kg/mm2=102,18kg
Podemos afirmar que esta haste é possível usar.
Supondo agora um diâmetro da haste de 8,0mm, encontraremos no diagrama um valor aproximado de 1,0kg/mm2
Fazendo os cálculos: 50,3mm2 multiplicado por 1,0kg/mm2= 50,3 kg
Se usarmos um chapelim com duas hastes de 8,0mm ou dois chapelins com haste de 8,0mm,também o mesmo irá suportar a carga
( 50,3 x 2= 100,6 kg).
OBSERVAÇÃO:
Quando a produção de peças é seriada (grandes quantidades), podemos então fazer experiências com chapelins, visando a possibilidade de reduzir as
dimensões, barateando assim o custo do chapelim e conseqüentemente o custo da peça fundida.
Para peças fundidas em aços, onde a temperatura de vazamento é mais elevada, devemos considerar nos cálculos para a determinação do chapelim, uma
resistência à compressão nos diagramas em torno de 20% menor.
Dureza da
Pressão
areia do
(kg/cm2)
molde(AFS)
60 0,42
70 0,60
80 0,90
90 1,90
EXEMPLO 3
Devemos encontrar que arruelas iremos usar no exemplo 1, sabendo que o molde e o núcleo é de areia seca com uma dureza de 5,0kg/cm2 e o núcleo pesa
75 kg.
Solução : por meio de eliminatória, supomos a utilização de uma arruela quadrada de 30mm de lado.
Façamos os cálculos: 30mm=3,0cm donde a área é 3,0×3,0=9,0cm2
Multiplicando-se 9,0cm2 pela resistência da areia que 5 kg/cm2 teremos um valor de 45 kg donde esse valor é menor que os 75 kg do núcleo.
Iremos então aumentar a dimensão da arruela para 40 mm de lado e efetuarmos o cálculo:
40mm=4,0cm donde a área é 4,0×4,0=16cm2
multiplicando-se 16,0cm2 pela resistência 5,0kg/cm2 teremos um valor de 80 kg, onde chegamos a conclusão que essa arruela suportará a pressão do
núcleo.
O chapelim então terá as seguintes dimensões: altura de 20mm, duas arruelas quadradas de 40mm,1 pino de 8,0mm (encontrado no exemplo 1) e a
espessura da arruela em torno de 1,5mm (usa-se o bom senso e a prática no dimensionamento da espessura da arruela).
EXEMPLO 4
Determinar as dimensões (diâmetro da haste e arruelas), e quantidades de chapelins, sabendo que:
a) o núcleo tem um peso de 7 kg.
b) o núcleo é confeccionado em areia seca e o molde em areia verde (dureza 80 afs).
c) espessura da parede é de 10,0mm.
d) peça fundida deverá ser estanque.
Solução: através da altura de 10,0 mm ,encontramos no diagrama 1 o valor da resistência à compressão da haste(0,9kg/mm2) e seu diâmetro( 1,6mm).
Na tabela 1, a haste com diâmetro 1,6mm tem uma área equivalente de 2,01mm2.
Realizando a multiplicação da resistência à compressão 0,9kg/mm2, com a área da haste 2,01mm2, encontramos um valor de 1,81kg, mas não devemos
esquecer de descontar os 10%, pois o pino deverá ser ranhurado (estriado), para que a peça seja estanque.Nessas condições o valor é 1,63 kg/chapelim e o
número de chapelins a serem usados é de 5 peças.
Usando o bom senso, verificamos por experiência, que para uma boa fusão (caldeamento) dos chapelins seria necessário uma arruela de diâmetro máximo
10,0mm.
A areia verde têm uma dureza de 80 afs e na tabela 2 nos mostra que a pressão para esta dureza é de 0,9kg/cm2.
Fazendo os cálculos, teremos: área da arruela = 0,78cm2
Multiplicando-se a área de 0,78cm2 por 0,9kg/cm2=0,702kg/chapelim.
Neste caso serão necessários 10 chapelins para suportar o macho seco de 7,0 kg.
17. RESFRIADORES
Nem sempre é possível, por meio de massalotes eliminar os rechupes.
Para obter um resfriamento mais uniforme nas diferentes espessuras da peça, ocasionando assim peças perfeitas (sem rechupe), devemos processar um
resfriamento direcionado.
Para atingir este objetivo, utilizamos um artefato metálico chamado de RESFRIADOR.
Basicamente existe dois tipos de resfriadores: Resfriador Interno e o Resfriador Externo.
O resfriador interno é colocado dentro do molde,onde após a entrada do metal líquido, se tornará parte integrante da peça.
O resfriador externo é colocado fixo na areia, apenas uma parte dele encosta no metal líquido.Sua forma é a do perfil da peça onde ele será colocado no
molde. Quando do vazamento, o metal líquido encosta no resfriador, ocorrendo um choque térmico e o resfriamento é mais uniforme.
Suas dimensões, tanto para o interno como para o externo, depende do tamanho do rechupe e da experiência do pessoal de fundição. Ambos os
resfriadores necessitam de proteção superficial .
Os resfriadores internos, os quais fazem parte da peça, recebem os mesmos tratamentos dos chapelins (estanhados ou cobreados). Já os resfriadores
externos, devem estar limpos e são pintados com tinta refrataria na parte que fará contato com o metal líquido. A pintura é para formar uma película isolante,
evitando assim que o metal líquido se solde ao resfriador.