PECADO
PECADO
PECADO
Juízes 16:15-22(NVI)
Introdução:
Nos Estados Unidos foi lançado um livro com um tema, no mínimo, intrigante: “O que foi feito do
pecado?”. A tese do autor é que Pecado tem sido um tema esquecido, senão quase abandonado
pela igreja contemporânea. Somos atingidos pela crise dos extremos – a epidemia dos exageros.
Antes tudo era pecado. Hoje, nada mais é pecado. É o perigoso jogo dos extremos.
Em muitos púlpitos, a pregação que denuncia o pecado está em franco declínio, quando não
completamente ausente. Confunde-se a denuncia profética do pecado com arrogância,
moralismo pietista de gente que quer ser santa demais:
Por isso penso ser um enorme desafio falar sobre um tema que, para uma grande maioria, o
considera fora de moda, démodé, obsoleto, estranho, deselegante; um assunto que causa
desconforto nos ouvidos “sensíveis” da massa, da platéia.
Alguém escreveu que “pecado é um tema apropriado para pastores velhos, conservadores,
ranzinzas, caducos e desatualizados. Isso porque a igreja pós-moderninha está numa outra vibe”
O império do politicamente correto que tem exercido forte pressão sobre a igreja tem dito
que pecado é uma palavra feia, melhor substituir por deslizes, equívocos, erros,
fraquezas, engano, tropeços, vacilos, falhas; uma tentativa de aliviar nossas consciências
atormentadas pela culpa.
Uma cultura marcada pelo relativismo. O relativismo prega a ausência de padrões morais
absolutos. O pressuposto– o que é pecado pra você, pode não ser pra mim. Depende.
Essas são desculpas de uma geração que deseja viver sem freios, sem padrões morais, sem
limites, sem critérios de certo e errado, sem proibições como cantavam Caetano Veloso, Gilberto
Gil e Cazuza na década de 60 entorpecidos pelo efeito da maconha na década 60: “É proibido
proibir”.
Transição
Esse era o cenário no período dos juízes. O texto de Juízes 21.25 dá-nos conta de que
“naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo”.
Um povo vivendo sem um governo, sem uma liderança, negando qualquer princípio de
autoridade estabelecida. O resultado foi a instauração de uma anarquia civil, moral e religiosa –
todo mundo fazendo o quem bem lhe parecia melhor: “cada um fazia o que lhe parecia certo”
Foram 300 anos de anarquia moral, religiosa e social. Neste tempo Deus levantou 6 juízes para
julgar e libertar o seu povo - Otoniel, Eúde, Débora, Gideão, Jefté e o sexto foi Sansão. Sansão é
o nosso personagem hoje a noite. Sua vida é emblemática
É a historia de um moço que não levou o pecado a sério; um moço que flertou com o pecado;
alguém que fez escolhas perigosas, alguém que cedeu a sedução fatal do pecado porque não
aprendeu a dizer “Não!”
Observemos, pois, a vida dele e vejamos quais lições podemos aprender, especialmente a
juventude que nos assiste.
A vida desse moço pode ser apresentada, resumida, condensada a partir dos capítulos 13-16,
em quatro cenas
Sansão tinha tudo para dar certo. Foi alguém privilegiado. As circunstancias de sua vida lhes
foram favoráveis.
a) Seu nascimento foi o resultado de um milagre, pois sua mãe era estéril
Juizes 13.2,3: “Naqueles dias, um homem chamado Manoá, da tribo de Dã, vivia na cidade de
Zorá. Sua esposa era estéril, e eles não tinham filhos. 3 O anjo do SENHOR apareceu à esposa
de Manoá e disse: “Embora você não tenha conseguido ter filhos até agora, ficará grávida e dará
à luz um filho.
Do mesmo modo como aconteceu com Ana, Sara, Maria, aconteceu com a mãe de Sansão – um
anjo de Deus anunciou que o menino haveria de nascer. Sansão nasceu milagrosamente
b) Sansão foi criado em um lar que temia ao Senhor (Jz 13.15-23). Seus pais eram
piedosos. Seu pai era um homem de oração (Jz 13.8) e sua mãe era uma mulher de
imensa maturidade espiritual (Jz 13.22-23).Era um casal que erigia altares para Deus
(Jz.13.19). Seus obedeciam o que estava prescrito em Dt. 6.7: “E as ensinarás a teus
filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e
levantando-te.”
Além disso
Certamente passou a infância e a adolescência ouvindo de seus pais: “Meu filho, você
é um menino especial. Você foi separado por Deus para servir e libertar uma nação”.
Ainda
d) Sansão foi uma grande promessa para Israel, que atravessava momentos
lamentáveis de crises e de opressão
A história de Sansão se inicia de um modo maravilhoso: Sansão nasceu como uma grande
promessa, face a imensas oportunidade; nasceu num lar temente a Deus, de pais decididos a
educá-lo da melhor forma possível, no temor do Senhor; ele começa a vida com uma dedicação
inigualável ao Senhor; mas quando chegou o momento dele sair do ninho, ele escolheu trilhar um
caminho pervertido. É quando começa a triste história desse herói.
Sansão que decidiu viver perigosamente. Cruzou a linha da sensatez. Desconsiderou os limites.
Flertou com o pecado e brincou com coisas sérias.
Relacionamentos perigosos. A tragédia e o triste fim de Sansão começou com um simples flerte,
um namoro proibido. - 14.1-2:
“Certo dia, Sansão estava em [desceu a] Timna e viu uma moça do povo
filisteu. 2 Quando voltou para casa, disse a seu pai e a sua mãe: “Vi uma moça filisteia
em Timna. Quero me casar com ela. Consigam aquela moça para mim”.
Juízes 16.1,4:
4
Certo dia, Sansão foi à cidade filisteia de Gaza e conheceu uma prostituta, com quem
passou a noite. […] 4 Algum tempo depois, Sansão se apaixonou por uma
mulher chamada Dalila, que morava no vale de Soreque.
Sansão não mediu esforços para saciar a cobiça dos olhos, nem a luxuria do coração. Passou a
vida saciando seus impulsos carnais. Quebrou o mandamento do Senhor (não possuir mulheres
da terra de terras estranhas— Dt 7.1-4).
Juizes 14.3:
“Seu pai e sua mãe se opuseram: “Não há uma moça sequer em nossa tribo ou entre todo
o nosso povo com quem você possa se casar? Por que tem de procurar uma esposa entre
os filisteus pagãos?” Mas Sansão disse a seu pai: “Consiga a moça para mim. É ela que
eu quero”.
O autor de provérbios, Salomão, aconselha os filhos em tom solene – Pv. 18:1“Filho meu, ouve
a instrução de teu pai e não menosprezes o ensino de tua mãe, pois eles formarão uma
coroa de bênçãos para a tua cabeça e colar de honra…”
A vida de Sansão é um brado de alerta para a nossa geração. Há muitos jovens, que à
semelhança de Sansão, não escutam seus pais
Nazireu, na língua hebraica, nazir, significa separar, consagrar, abster-se. Nazireu era alguém
consagrado a Deus, e o que selava essa consagração eram os três votos do nazireado: não
tocar em cadáver, não beber bebida forte, e nem cortar o cabelo. Sansão quebrou cada um
desses votos ao tocar em cadáver, beber vinho e cortar o cabelo
Jz 14.8,9, Ele comeu mel da caveira de um leão morto (Sansão era nazireu e não podia
tocar em cadáver. Ele quebrou, ali, o primeiro voto de sua consagração a Deus. Ele
procurou doçura na podridão. Muitos ainda hoje buscam prazer no pecado e procuram
doçura naquilo que é impuro.
Jz. 14.10, Sansão quebra o segundo voto. Na festa de casamento regado a muito vinho,
Sansão fez um banquete, Sansão preferiu imitar os moços de sua época a posicionar-se
como um ungido de Deus. Além de não tocar em cadáver, um nazireu não podia beber
vinho. Mas, Sansão quebrou mais esse voto de consagração por não ter peito para ser
diferente e fazer diferença.
E, por último, em 16.15-19, Sansão, aparece deitado colo de Dalila. Essa mulher astuta o
seduziu e arrancou dele a confissão acerca da origem de sua força – seu cabelo, mas a
cabeça de Sansão foi raspada. Esse jovem prodígio perdeu sua força.
O preço que Sansão pagou por suas escolhas erradas foi muito alto e teve conseqüências em
diversas áreas, como vemos a seguir.
1. Perdeu a força –v.19: “Sansão começou a ficar fraco e sua força desapareceu”
Sansão teve seus olhos vazados. O fascínio pelo pecado o deixou cego.
Sansão perdeu o respeito. Era objeto de deboche e zombaria. Faziam chacotas do nazireu.
Punham ele para dançar nu na frente deles. Essa é a história de um herói que se tornou palhaço.
5. Perdeu a presença do Senhor - “Jz 16.20 | Então ela gritou: “Sansão! Os filisteus
vieram atacá-lo!”. Ao acordar, ele pensou: “Farei como das outras vezes e me livrarei
deles”. Não sabia, porém, que o SENHOR o havia deixado.”
Deus retirou- se de Sansão. Sansão está só num vazio relacional. O estilo de vida dissoluto de
Sansão o deixou insensível, sua força se foi e ele nem sabia disso, nem se deu conta que Deus
não era mais com ele.
Lamentavelmente, é como muitos que morrem espiritualmente e acham que ainda estão vivos,
fortes e vigorosos.
Jz 16.21-22 | 21 Os filisteus o capturaram e furaram seus olhos. Levaram-no para Gaza, onde o
prenderam com duas correntes de bronze, obrigando-o a moer cereais na prisão. 22 Não
demorou muito, porém, e seu cabelo começou a crescer de novo.
Seria esse o fim de Sansão se não fosse pela graça de Deus. Afinal, com o Senhor, sempre
existe chance de recomeço. Com Deus, novos começos são sempre possíveis. Deus é o Deus
das segundas chances.
6
Esse é, para mim, o versículo mais extraordinário do livro de Juízes. Como é bom saber que ele
está aqui em meio o caos, a tragédia: “O cabelo que tinha sido cortado começou a crescer de
novo”
Essa é a boa notícia do evangelho: não importa o quanto temos pecado, nos desviado, nos
distanciado, a Graça de Deus pode nos alcançar.
Não existe abismo tão grande, poço tão profundo que a mão não possa alcançar.
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou,
superabundou a graça”
Conclusão: