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IRPS

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IRPS

O IRPS é um imposto que incide sobre o rendimento global anual das pessoas singulares, mesmo
quando provenientes de actos ilícitos.

Estão sujeitas a este imposto, segundo disposição do artigo 18 do CIRPS, as pessoas singulares
que residem em território Moçambicano, relativamente aos rendimentos aqui obtidos e também
os obtidos fora desse território, e as que nele não residindo aqui obtenham tais rendimentos.

As empresas têm obrigações em sede do IRPS, nomeadamente no que se refere ao pagamento ou


colocação à disposição de rendimentos a pessoas singulares, particularmente no que respeita à
retenção na fonte, nos termos dos artigos 57 e 65 do CIRPS, aprovado pela Lei n. o 33/2007 de 31
de Dezembro e artigos 29 e seguintes do Regulamento do CIRPS, aprovado pelo decreto n. o
8/2008, de 16 de Abril.

Taxa

Segundo o artigo 54 do CIPRS as taxas de IRPS são:

Rendimentos colectáveis anuais em MT Taxas Parcela a abater


Até 42.000 10% ______
De 42.001 a 168.000 15% 2.100
De 168.001 a 504.000 20% 10.500
De 504.001 a 1.512.000 25% 35.700
Além de 1.512.000 32% 141.540

Ao rendimento colectável anual, subtraído do mínimo não tributável, aplica-se a taxa que lhe
corresponder e abate-se a respectiva parcela.

O Código do IRPS prevê ainda uma taxa reduzida de 10%, aplicável, até Dezembro de 2010, aos
rendimentos da 2ª categoria, provenientes de actividades agrícolas ou pecuária, desde que os
sujeitos passivos apenas aufiram este tipo de rendimentos. Até à presente data deste manual a
aplicação da taxa reduzida não foi prorrogada, pelo que deverão se aplicar as taxas gerais de
IRPS para os rendimentos obtidos a partir de Janeiro de 2011.
Contudo segundo o (artigos 22, 28, 35 do novo CBF), ao abrigo do Código dos benefícios fiscais,
aprovado pela Lei 4/2009, de 12 de Janeiro, poderão ser aplicadas as taxas reduzidas de IRPC aos
sujeitos passivos de IRPS, desde que os projectos de investimentos tenham sido realizados e
aprovados, a partir de Janeiro de 2009, ao abrigo da Lei de Investimentos:

 Criação de infra-estruturas básicas de utilidade pública: redução da taxa do IRPC em 80%


nos primeiros cinco exercícios fiscais; em 60%, do 6° ao 10° exercício fiscal e em 25% do
11° ao 15° exercício fiscal;
 Investimentos nas áreas da agricultura e aquacultura: redução da taxa do IRPC em 80%
até 2015, e em 50% até 2025;
 Investimentos nas áreas de investigação científica, desenvolvimento de tecnologias de
informação e comunicação, levados a cabo em parques de Ciência e Tecnologia: isenção
de IRPC nos primeiros 5 anos; redução da taxa do IRPC em 50%, do 6° ao 10° exercício
fiscal, e em 25% do 11° ao 15° exercício fiscal.

Estas taxas são apenas aplicáveis à matéria colectável das actividades beneficiárias do incentivo,
cujos rendimentos pertencem à 2ª categoria.

Refira-se ainda que os sujeitos passivos de IRPS com projectos de investimentos autorizados e
localizados em zonas francas industriais ou zonas económicas especiais podem beneficiar de
isenções de taxas e ou reduções de taxas por determinados períodos.

Liquidação e cobrança

A liquidação é a ação e o efeito de liquidar (fazer o acerto formal de uma conta, pagar uma conta
ou uma dívida na totalidade ou pôr termo a uma situação, geralmente complexa).

No campo tributário, a liquidação é o ato pelo qual se quantifica o tributo que deve pagar um
contribuinte. Ou seja, a liquidação de impostos é a distribuição destinada a suportar os impostos
em dívida correspondentes a um período tributário. Essa liquidação pode ser preparada pelo
contribuinte ou pela autoridade a quem compete arrecadar/cobrar os impostos num determinado
território.

Segundo o artigo 58 do CIRPS, a liquidação do IRPS compete:

a) À Administração Tributária;
b) Ao sujeito passivo, sendo que a autoliquidação é:
 Obrigatória, quando este seja titular de rendimentos da 2ª categoria, e
 Facultativa, nos restantes casos (pelo que não sendo exercida esta opção, a
liquidação compete à Administração Tributária).

De acordo artigo 20 do RIRPS:

 Na declaração de rendimentos (modelo 10), quando apresentada dentro do prazo legal, de forma
obrigatória ou opcional, sem prejuízo de ser corrigida pela Administração Tributária;
 No rendimento colectável determinado com base nos elementos constantes da declaração de
rendimentos, apresentada dentro do prazo legal, sem que se tenha procedido à autoliquidação,
quer esta seja obrigatória ou facultativa.

Não sendo entregue a declaração de rendimentos dentro do prazo legal, o apuramento do imposto
terá por base:

 Quando a autoliquidação é obrigatória:

- A totalidade do rendimento colectável do ano mais próximo em que tenha sido incluído
rendimentos da 2ª categoria, caso não tenha sido declarada a respectiva cessação de actividade;
ou

- Com base em declaração posteriormente apresentada, sempre que possível.

 Nos restantes casos: os elementos de que os serviços da Administração Tributária disponham,


ou os elementos constantes das declarações, ainda que entregues fora do prazo legal.

Prazos de liquidação

Segundo o artigo 21 do RIRPS, a liquidação do IRPS deve ser efectuada pela Administração
Tributária no ano seguinte àquele a que os rendimentos respeitam, até aos dias:

 30 de Abril, com base na declaração de rendimentos apresentada até 31 de Março pelo sujeito
passivo que aufere apenas rendimentos da 1ª categoria;
 30 de Maio, com base na declaração de rendimentos apresentada até 30 de Abril pelo sujeito
passivo que aufere outros rendimentos para além da 1ª categoria;
 31 de Julho, na falta de apresentação da declaração dentro do prazo legal.
Tributação de rendimentos não habituais

Pode solicitar a inscrição como residente não habitual o cidadão que preencha as seguintes
condições:

 Seja considerado, para efeitos fiscais, residente em território português, de acordo com
qualquer dos critérios estabelecidos no n.º 1 do art.º 16° do Código do IRPS (CIRPS) no
ano relativamente ao qual pretenda que tenha início a tributação como residente não
habitual;
 Não tenha sido considerado residente em território nacional em qualquer dos cinco anos
anteriores ao ano relativamente ao qual pretenda que tenha início a tributação como
residente não habitual.

Pedido de inscrição

O pedido de inscrição como residente não habitual só deverá ser efetuado após se ter registado
como residente em território português. Assim, no caso de já ter o número de identificação fiscal
(NIF) nacional, mas ainda se encontrar inscrito como não residente, deverá solicitar, previamente,
a alteração da morada e do estatuto para residente, junto de qualquer Serviço de Finanças ou Loja
do Cidadão.

Prazo: O pedido de inscrição, como residente não habitual, deverá ser efetuado até 31 de março,
inclusive, do ano seguinte àquele em que se torne residente no território nacional.

Pode solicitar essa inscrição, através de um dos seguintes meios:

 Eletrónico, no Portal das Finanças (mais simples e célere);


 Requerimento (em suporte papel).

Esquema de determinação de imposto

Bibliografia

Constituição da República de Moçambique Aprovada em 16 de Novembro de 2004 e publicada


na I Série, BR nº 51, de 22 de Dezembro de 2004.

Ministério das Finanças – Autoridade Tributária de Moçambique – DGI – Perguntas Mais


Frequentes em sede do IRPS, IRPC e IVA – Maputo.

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