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Proposta para Feira Popular

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ISCTEM

Arquitectura e Urbanismo

Título: Arquitectura Sensorial – Bairro Central “C”, Baixa, Cidade de


Maputo

Cadeira: Atelier IV
Grupo 04 – Ana Cossa
Cassamo Sucá
Eurídice José
Nylton Langa
Venâncio Mahahe
Docentes: Filipe Amaro
Hipólito Bichinho

Maputo, 31 de Março de 2023


ISCTEM | ARQUITECTURA URBANISMO | ATELIER IV ARQUITECTURA SENSORIAL

Índice
Introdução .................................................................................................................................. 3
Metodologia ............................................................................................................................... 3
Localização ................................................................................................................................ 4
Caracterização Sensorial das vias .............................................................................................. 4
Visão ...................................................................................................................................... 4
Cor...................................................................................................................................... 5
Iluminação.......................................................................................................................... 6
Materiais ............................................................................................................................ 6
Audição .................................................................................................................................. 9
Olfacto.................................................................................................................................. 11
Tacto .................................................................................................................................... 12
Paladar.................................................................................................................................. 13
Caracterização Sensorial do quarteirão .................................................................................... 14
Visão .................................................................................................................................... 14
Audição ................................................................................................................................ 14
Olfacto.................................................................................................................................. 15
Tacto .................................................................................................................................... 15
Paladar.................................................................................................................................. 15
Conclusão da Caracterização Sensorial das vias e do Quarteirão - Propostas ......................... 16

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Introdução
A presente Memória Descritiva é referente ao quarteirão da Baixa da cidade de Maputo
sugestionado para a requalificação dos empreendimentos existentes no seu interior não
ignorando os seus arredores. O quarteirão escolhido para a requalificação está localizado no
distrito de KaMpfumo, da Cidade de Maputo, no bairro Central “C”.
Sendo a Baixa da Cidade de Maputo região de rica oferta de serviços diversos, não fora
diferente com o quarteirão a requalificar. O quarteirão possui serviços públicos de variadas
utilidades como: Administração, Restauração, Transportes interurbanos e Lazer. Contudo isso,
a sua requalificação não deve cingir-se ao quarteirão, mas buscar junto do seu envolvente,
estabelecer uma relação interactiva agradável ao nível do pedestre e do carro onde far-se-á o
estudo do comportamento das vias que o circundam.
Junto das características que a arquitectura presente naquele quarteirão gera iremos classifica-
lo segundo as sensações que visualmente conduzem as pessoas aos serviços la existentes como
a circulação nas vias no seu entorno, odores que podem repelir ou mesmo despertar aos
pedestres da existência de um dado serviço como a restauração, a presença de ruido ou não
pela proximidade aos diferentes tipos de vias no seu entorno e se estes espaços são agradáveis
para a permanência de um individuo ou grupo de indivíduos. Todos esses aspectos como uma
resultante do espaço construído dos serviços existentes, guiar-nos-ão a um conjunto de
propostas de melhoria que tornara espaços pouco apelativos, em espaços atractivos.

Metodologia
A Arquitectura possui capacidade para de maneira propositada envolver as nossas percepções
sensoriais. Por esta capacidade, ela pode ser considerada uma das artes mais completas.
As características que criam os diferentes espaços arquitectônicos como a escala, a
materialidade, o programa e a formalidade dos mesmos, geram intencionalmente ou
inconscientemente esta experiência sensorial nos usuários desse mesmo espaço, condicionando
assim a sua percepção sensorial.
A percepção sensorial conduzida pelos receptores sensoriais do usuário como os olhos, os
ouvidos, o nariz, a boca e a pele, são auxiliados pela sensação que vem como resposta imediata
dos órgãos sensoriais perante um estímulo. Através dos sentidos são captadas informações
sensoriais presentes no espaço. Após um estímulo, o corpo absorve-o e interpreta-o. Esse
estímulo pode causar simpatia ou antipatia em relação a esse espaço em questão.
Por meio das nossas percepções sensoriais, avaliaremos as vias que perfazem o quarteirão da
feira e o interior do mesmo.

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Localização
O quarteirão de intervenção da baixa da Cidade de Maputo é circundado a Norte, pela avenida
25 de Setembro, a Sudeste, pela rua Belmiro Obadias Muianga, a Sul, pela rua Timor Leste e
a Noroeste pela rua da Imprensa.

Figura 1 - Hierarquia viária no entorno do quarteirão

Caracterização Sensorial das vias

Visão
A visão é dos sentidos mais importantes e mais utilizado para caracterizar o comportamento da
arquitectura pois é maioritariamente a primeira percepção a ser impactada e absorver a
arquitectura. Desta forma ela permite ao usuário estudar e analisar as configurações do que está
ao seu redor, determinando se elas representam um perigo ou não para as nossas vidas.
Denotamos pontos que impactariam a percepção sensorial visual de um dado espaço. São estas,
as cores, a presença ou ausência de iluminação, gerando pontos sombreados, e os materiais.

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Figura 2 - Espaço com jogo de luzes e sombra sobre o material nas paredes

Cor
A cor é um elemento sensorial que permite criar um espaço e atua sobre a emotividade humana,
com a capacidade de causar diversas sensações, propositadas ou não e que traduzem a
proximidade que se espera obter nesse espaço ou a distância. A carácter de exemplo temos os
tons de azul, que produzem confiança nas pessoas, muitas vezes utilizados em bancos para
transmitir confiabilidade aos seus clientes. Os tons de laranja e tons de vermelho são utilizados
em espaços gastronómicos para mexer com as emoções dos clientes e gerar-lhes necessidade
de consumo, não sendo indicados para uma habitação onde o seu usuário tenciona reduzir as
suas idas a cozinha por motivos de saúde ou até mesmo perder peso.

Figura 3 - Paleta de cores de grafite

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Iluminação
A luz faz-se necessária para a exposição da matéria. E ela quem torna o espaço visível ou não
ao olho humano. Podemos ver e perceber os diferentes espaços, as suas componentes
individuais ou conjunturais que formam o todo de um espaço pela presença de luz no mesmo.
A Arquictetura possui diversos elementos espaciais capacitados para captar, refletir e emitir a
luz. Esta iluminação pode ser natural ou artificial. Sem a presença da luz em nenhuma das
formas, surgem-nos espaços escuros ou na presença de alguma luz, espaços em sombra.

Figura 4 - Efeitos de luz, sombra e reflexão nos materiais

Materiais
Os materiais expressam a identidade de um espaço. O uso correcto dos materiais de forma
conjunta, podem transmitir visualmente a intenção da criação de um determinado espaço. Os
mesmos materiais criam a temperatura que se deseja no interior dos espaços. A carácter de
exemplo denotamos o uso de vidro e janelas amplas em construções europeias e o uso reduzido
de vidro e suas janelas amplas em construções africanas pois não desejam o sol no interior dos
seus espaços de maneira similar.

Figura 5 - Lodge com materiais vernaculares

Com base nesses pontos característicos da percepção visual, começamos por caracterizar as
avenidas no entorno do quarteirão.

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25 de Setembro
Via larga com cerca de 40 metros de largura, com duas faixas para cada um dos sentidos, sendo
uma avenida de alto fluxo de pedestres e carros no entorno do quarteirão da feira. Possui no
seu entorno edifícios altos (mais de 15 pisos), médios (menos de 15 e mais de 5 pisos) e baixos
(menos de 5 pisos). Com estas configurações que a avenida apresenta, denota-se que esta
proporciona alguma liberdade e tranquilidade ao pedestre na sua circulação, pois possui vitrines
interactivas e largos passeios livres a direita mas torna-se um percurso inseguro no passeio
degradado por água a esquerda. Possui o estacionamento de viaturas na estrada, o que confere
segurança ao pedestre. É agradável ao pedestre na sua caminhada por boa parte dos edifícios
possuir palas junto ao seu piso térreo, e árvores ao longo do passeio, permitindo-lhes refugiar-
se da chuva e da luz do Sol para caminhar debaixo de sombra por boa parte do seu percurso.
As cores presentes ao longo dos edifícios, junto das paredes lisas de construção convencional
e suas cores frias (tons de creme, branco), conferem segurança e tranquilidade para avaliar a
proximidade ou distância dos possíveis perigos existentes na calçada ou na via.

Figura 6 – Passeios da avenida 25 de Setembro (direito e esquerdo)

Rua da Imprensa
Via média com uma faixa para cada um dos sentidos, sendo uma rua de alto fluxo de carros e
pedestres no entorno do quarteirão da feira. Possui no seu entorno edifícios altos (mais de 10
pisos), médios (menos de 10 pisos) e baixos (menos de 5 pisos). A sua altura em relação a
dimensão da via não gera desconforto no pedestre.
Com estas configurações que a via apresenta, denotamos que esta oferece um certo grau de
protecção e tranquilidade na circulação dos pedestres pelo sombreamento que e oferecido pelos
edifícios em algumas horas do dia, palas e presença de árvores que os permitem refugiar-se em
dias de chuva, ou até mesmo do sol em dias de intenso calor. Com isto, vão de encontro a
edifícios de paredes maioritariamente lisas de construção convencional e cores claras e frias
(azul claro, branco, creme) que transmitem calma e permitem ao pedestre ver o percurso com
clareza. Encontramos passeios largos e livres, tendo o estacionamento de viaturas na estrada a
direita o que confere segurança ao pedestre, diferindo do lado esquerdo que apesar de possuir
vitrines interactivas, possui um passeio degradado com o estacionamento ao longo da estrada
e no passeio, tornando a caminhada insegura.

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Figura 7 – Passeios da rua da Imprensa (direito e esquerdo)

Rua Timor Leste


Via pequena com uma faixa para cada um dos sentidos, sendo uma rua de baixo fluxo de
pedestres e médio fluxo de carros do entorno do quarteirão da feira. Possui no seu entorno
edifícios médios (3 a 7 pisos) e baixos (1 a 3 pisos). A altura destes edifícios sendo esta a parte
posterior dos mesmos, cria na rua passeios não sombreados, não apresenta palas ou árvores que
reduziriam a sensação de aflição que é causada pela excessiva exposição ao Sol na travessia de
um pedestre por esta rua. O processo de caminhabilidade é dificultada pela existência de
passeio pequeno, degradado por pontos de água e sem vitrine interactiva ou presença de acessos
do lado direito da rua, causando insegurança no pedestre e do lado direito um desconforto por
este passeio igualmente pequeno, não possuir pontos de sombra, mas somente acessos a zona
de carga e descarga de alguns edifícios. As cores claras e frias tornam-se pouco eficientes em
oferecer tranquilidade na circulação de pedestres por esta via pois os outros factores operam
negativamente na caminhada por esta rua.

Figura 8 – Passeios da rua Timor Leste (esquerdo e direito)

Rua Belmiro Obadias Muianga


Via média com uma faixa para cada um dos sentidos, sendo uma rua de médio fluxo de
pedestres e carros do entorno do quarteirão da feira. Possui no seu entorno edifícios baixos (1
a 3 pisos). Esta rua transmite uma sensação de liberdade pela presença de um jardim a esquerda
que distrai o pedestre tornando a caminhada agradável em contrapartida a aflição criada pela
ausência de sombreamento dos edifícios, palas ou árvores ao longo do passeio pequeno que é

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abarrotado pelo estacionamento de viaturas. A direita igualmente sem pontos de sombra, com
um passeio largo e livre, estando o estacionamento na estrada, apesar da inexistência de vitrines
interactivas com alguns acessos, mostra-se seguro. Encontramos cores quentes e frias
(vermelho, cinza, verde) em suas paredes lisas convencionais que se destacam visualmente ao
longo da rua.

Figura 9 – Passeios da rua Belmiro Obadias Muianga (esquerdo e direito)

Audição
A audição é o segundo sentido mais incorporado na Arquitectura. As sensações acústicas
presentes em determinados espaços nos conferem uma análise do grau de agradabilidade de
um determinado espaço. Na Arquitectura o som se apresenta através das actividades
desenvolvidas no entorno do espaço em estudo. Este mesmo som, é condicionado pela presença
de vento, barulho produzido no meio urbano, existência ou não de jardins, árvores e folhagens,
ou a presença de corpos de água que passam a sensação de calmaria e conforto em questões
sonoras para uma edificação. Em espaços fechados a reverberação do som requer uma selecção
cuidada dos materiais usados para revestir as paredes e em alguns casos, até mesmo o tecto,
consoante ao seu uso.

Figura 10 – Contaminação acústica

Com base nesses pontos característicos da percepção auditiva, seguimos caracterizando as


avenidas no entorno do quarteirão.

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25 de Setembro
A Avenida 25 de Setembro, sendo uma via colectora, denota grande fluxo de carros (20
carros/min), apresentando assim um nível de poluição sonora elevado. Nesta avenida pelo seu
igual fluxo de pessoas, podemos ouvi-las conversar enquanto caminham, vemos pessoas
sentadas a conversa aguardando pela compra dos seus produtos (vendedores ambulantes), a
presença do INATER cria filas de pessoas que promovem algum ruído naquele ponto da
avenida enquanto aguardam pela sua vez, assim como pelo elevado número de pessoas que ali
se reúnem, alguns homens empossados das vagas de estacionamento ao longo da via, convidam
os carros a estacionarem nos seus lugares reservados, denotamos o som da água quando os
carros são lavados ao longo de diferentes pontos dos passeios, e não obstante, o som das
árvores, quando o vento se faz passar pelas suas folhagens.

Rua da Imprensa
A rua da Imprensa, sendo uma via colectora, denota um fluxo de carros médio (12 carros/min)
na maior parte do dia, comparativamente a avenida 25 de Setembro, sendo abarrotada somente
nas horas de pico (7 horas,12 horas, 15 horas e 17 horas). Desta forma apresenta um nível
médio de poluição sonora. Sendo esta uma rua de largos passeios, denotamos um elevado fluxo
de pessoas que buscam pelas paragens do chapa que são encontradas naquele troço, assim como
se faz presente o som dos cobradores de chapa que convidam as pessoas a subirem os mesmos,
o som da água usada para a lavagem dos carros ali estacionados e dos mesmos convidando
pessoas a parquearem nos seus lugares reservados na via e igualmente o som das conversas e
abordagens dos vendedores ambulantes quando um possível cliente lhes passa a dianteira
aguardando pela compra dos seus produtos maioritariamente de frente para o Maputo Shopping
Center. Temos presente o som do vento sobre as folhagens das árvores.

Rua Timor Leste


A rua Timor Leste, sendo uma via local, mas caracteristicamente de uso de serviços dos
estabelecimentos existentes nos dois quarteirões que a cercam, possui baixo fluxo de carros (2-
3 carros/min), desta forma, o seu nível de poluição sonora é baixo, sendo moderadamente
elevado nas horas de pico (7 horas,12 horas, 15 horas e 17 horas) por carros que desejam ver-
se livres dos engarrafamentos ou semáforos. Por seu aspecto pouco atractivo, apresenta baixo
fluxo de pessoas.

Rua Belmiro Muianga


A rua Belmiro Muianga, sendo uma via colectora, denota um fluxo de carros médio (12
carros/min) na maior parte do dia, comparativamente a avenida 25 de Setembro, sendo
abarrotada somente nas horas de pico (7 horas,12 horas, 15 horas e 17 horas). Esta via é usada
nas horas de pico para dar vazão aos trabalhadores dos empreendimentos existentes nos
quarteirões que ela da acesso. Os sons presentes nesta rua são associados a passagem dos ventos
nas folhagens das árvores e os pássaros presentes nas árvores do jardim António Repinga e do
outro lado o som da água usada na lavagem dos carros ao longo da estrada.

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Olfacto
O olfacto é um dos sentidos que não pode ser encoberto ou interrompido por longa duração
comparativamente as outras percepções pois levaria-nos a morte. O olfacto é um grande
auxiliar de memórias das pessoas, pois o nosso subconsciente pode absorvê-los e na presença
do mesmo independemente do tempo, irá desperta na memória do individuo sensações de um
momento vivido outrora, trazendo-lhe lembranças que poderão despertar diversas emoções no
mesmo. Pelas constantes mudanças que a sociedade vem sofrendo referentes ao seu aspecto
exterior, por muito que o individuo se esqueça do aspecto de outrora, o olfacto e as suas
percepções, após captarem um odor característico embalam o individuo em momentos
passados como se ele se encontrasse debaixo da velha realidade.

Figura 11 - Fumo

Avenida 25 de Setembro
Ao longo dos passeios da avenida 25 de Setembro os odores encontrados divergem ao longo
da via. No passeio a esquerda da via, pela presença de diversos estabelecimentos de restauração
os odores predominantes são os de comida consoante a diversidade de cada um deles como
pão, bolos, frangos, pizza’s, entre outros.
No passeio a direita da via, os odores na maior parte do passeio são indefinidos, mas
encontrados pontos de lixo, o odor é tomado pela putrefação do mesmo nas lixeiras ali presentes
que convidam aos reservadores de vagas de estacionamento ao longo da via a libertarem-se
publicamente junto as lixeiras, cruzando os odores naqueles espaços. As poças de água depois
de algum tempo ali estagnadas produzem um odor indefinido mas desagradável a estádia.

Rua da Imprensa
Ao longo dos passeios da rua da Imprensa os odores encontrados são menos consistentes
comparativamente a 25 de Setembro. No passeio a esquerda da via maioritariamente captamos
um odor indefinido na maior parte do passeio que é purificado pela presença de árvores que é
interrompido por um ponto de lixo na travessia da rua Timor Leste onde a lixeira aberta e as
poças de água junto a urina a sua volta cruzadas, exalam a putrefação e produção de chorume
naquele ponto.

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No passeio a direita da via, apesar da existência de dois espaços de restauração o odor não é
afectado pelas suas produções no interior como é encontrado ao longo da avenida 25 de
Setembro, ficando portando um odor indefinido, simplesmente o ar purificado pelas árvores
presentes.

Rua Timor Leste


Ao longo dos passeios da rua Timor Leste os odores encontrados dependem do posicionamento
do pedestre ao longo da sua travessia pela rua. No passeio a esquerda pela presença de alguns
empreendimentos há um maior cuidado com a apresentação dos seus passeio, sendo encontrado
um odor indefinido, não causando desconforto na travessia, sendo mesmo um espaço de refúgio
para quem atravessa por ali por no passeio a direita da via encontrar-se pontos de lixo e água
vindas dos pequenos estabelecimentos existentes no interior do quarteirão da feira que para
além do seu mau aspecto, exalam um odor desagradável a esgoto para uma travessia tranquila.

Rua Belmiro Obadias Muianga


Ao longo dos passeios da rua Belmiro Muianga os odores encontrados são indefinidos mas
agradáveis pela presença de empreendimentos ao longo daquela via em ambos lados da via,
que recebem um maior cuidado comparativamente a rua Timor Leste e pela presença do jardim
António Repinga no passeio a esquerda que com a sua elevada oferta de vegetação purifica o
ar presente.

Tacto
O tacto é o sentido que nos permite experimentar o mundo no qual estamos inseridos e nos
dispõe alguma individualidade em nossa caminhabilidade. O tacto auxilia a visão e a audição.
Na ausência de um deles como e o caso da visão, o tacto permite as pessoas com baixa acuidade
visual, uma maior integração no meio urbano. A carácter de exemplo, uma pessoa com baixa
acuidade visual consegue identificar o local em que se encontra, fazendo o reconhecimento dos
materiais e texturas que pela sua memória táctil associadamente aos outros sentidos como
audição e olfacto, o indicam ter chegado ou estar próximo do ponto que pretende alcançar.
Desta forma percebemos a importância da presença de sinalizações tácteis no meio urbano
possuidoras de texturas e materiais tangíveis e característicos de determinada sinalização para
que estas pessoas possam igualmente ter uma experiência agradável e abraçarem sua
individualidade na sociedade sem temer perigo algum. A Arquitectura cuida para que estes
possam junto aos passeios e junto as vias, identificar pontos de perigo, pontos de travessia,
pontos de viragem, cruzamentos e rampas por intermédio de texturas tácteis.

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Figura 12 - Tacto

A nível da presença do tacto, denotamos pouca variação quanto as paredes dos edifícios ao
longo das vias no entorno do quarteirão, cingindo-se a paredes lisas convencionais e alguns
pontos gradeados onde se pode sentir o gelado ou quente do ferro dependendo da temperatura
do dia. Concernente aos passeios a avenida e as ruas mostram-se despreparados para acolher
estas pessoas oferecendo-lhes alguns obstáculos como: passeios degradados por poças de água
ou raízes que contrapondo os seus passeios, criam rachas ao longo do percurso e a variação de
texturas criadas pelos materiais presente não é simbólica de percurso táctil, mas de recurso que
cada um dos empreendimentos e estabelecimentos dispunha na sua instalação naquele lugar.

Paladar
O paladar é um dos sentidos menos experienciados primordialmente na arquitectura. O paladar
não possui relação directa de sensação com o ser humano, sendo muito visceral. O paladar é
um acto social, e relacionado ao convívio e interacção entre as pessoas dentro de uma
arquitectura existente. O paladar depende do ambiente que o cerca, sendo envolvido pelos
cheiros, agradabilidade para se acomodar, se este espaço e visivelmente atractivo ou não, para
estar-se a fazer uma refeição com outras pessoas a conversa e experimentando os diferentes
sabores das comidas.

Figura 13 – Pessoas comendo pizza em conjunto

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Os espaços de restauração ao longo da avenida 25 de Setembro e a rua da Imprensa possuem


um aspecto atractivo para despertar o paladar das pessoas pela oferta de espaços para um
convívio interactivo com os passeios.

Caracterização Sensorial do quarteirão


Visão
Feira a dentro, denotamos o enferrujamento dos brinquedos oferecidos pela feira, reveladores
de uma fraca manutenção estéctica dos mesmos, tornando-os visualmente não apelativos.
Denotamos que o posicionamento desordeiro dos estabelecimentos de restauração cria
percursos desordenados na circulação do pedestre da entrada central a entrada de carros.
Os passeios a volta dos brinquedos são feitos por entulhos no lugar de passeios pavimentados
ou cimentados, não apresentando uma uniformidade.

Figura 14 – Vista das actividades temáticas dentro da feira e do passeio

Audição
Feira a dentro, durante o meio de semana, denotamos silêncio próximo as actividades temáticas
criando um ambiente morto e algum ruído nas zonas de restauração na hora do almoço no
preparo e na chegada dos clientes. Durante o final de semana o convívio e a presença do ruído
gerado das conversas entre mesas, mostra-se presente na área de restauração mas permanece
pouco notório nas proximidades das actividades temáticas.

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Figura 15 – Vista da actividade temática (carrinho de choque) e restaurante

Olfacto
Pela presença de áreas de restauração, a feira é coberta pelo odor da diversidade dos pratos
preparados no interior destes estabelecimentos.

Tacto
Feira a dentro, denotamos a ausência de percursos trabalhados visando a acessibilidade dos
diversos públicos por no lugar de passeios pavimentados ou cimentados, possuir percursos de
areia e entulho. A feira não é acessível a pessoas com baixa acuidade visual ou mobilidade
reduzida, seja este cadeirante ou pessoa de idade avançada.

Figura 16 – Percursos no interior da Feira

Paladar
A presença de convívios durante o meio de semana é reduzida pela rotina de trabalho da
clientela, mostrando-se agradável a partir de sexta feira e pelo final de semana a dentro que
buscam degustar das comidas servidas pelos diversos restaurantes dispostos ali, mas as
actividades temáticas apresentam baixa aderência.

Figura 17 – Espaços exteriores das áreas de restauração

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Conclusão da Caracterização Sensorial das vias e do Quarteirão -


Propostas
Feito um levantamento cuidado das características sensoriais presentes nas vias que circundam
o quarteirão presente no bairro Central C da cidade de Maputo, em nossa busca por conectar o
ambiente presente no interior da feira Luna park disposto no quarteirão, com as vias e os
empreendimentos que lhe fazem frente, viemos a concluir que algumas características,
mostrando-se apelativas ao publico, mantidas, poderiam ser trabalhadas visando o seu
melhoramento e visibilidade. Por outra, as caraterísticas pouco apelativas e repulsivas, podiam,
por meio de intervenções correctivas, ser melhoradas buscando o melhor aproveitamento
daquele espaço.
Com tudo isso, criaram-se as seguintes propostas:
• Trazer iluminação para a rua Timor Leste;
• Ampliação e restauração do passeio a direita junto do quarteirão na rua Timor Leste,
tirando o estacionamento lateral;
• Criação de acessos aos estabelecimentos de restauração do quarteirão junto a rua Timor
Leste para gerar fluxo de pessoas naquela rua;
• Retirada de alguns estacionamentos para a colocação de um espaço verde e arborizado
com o acesso encontrado pela rua Timor Leste;

Figura 18 – Acessos para comunicar com os outros quarteirões

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• Criação de um estacionamento em silos;


• Melhoramento das actividades temáticas oferecidas pela feira e colocação de novas
actividades temáticas;
• Melhoramento estético das barracas em quiosques;
• Melhoramento do acesso feira ao longo da avenida 25 de Setembro, dando-lhe
visibilidade;
• Tornar o acesso de carros da feira feito pela rua Obadias Muianga em acesso pedonal;
• Ampliação do acesso pedonal pela rua Obadias Muianga para uma maior exposição e
tornando-a convidativa ao uso recreativo;

Figura 19 – Sectorização das Propostas

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• Colocação de novas actividades temáticas apartadas mediante faixa etária.

Figura 20 – Roda Gigante e Dancinha fly

Figura 21 – Cataclisma e Barraca de jogos

Figura 22 – Carrinho de choque (melhoramento) e Carrossel (melhoramento)

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