Aula 6
Aula 6
Aula 6
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
2
Por isso, Bondioli (2004) aponta que a qualidade deve ser negociada.
Esse acordo entre o que se compreende e se entende por qualidade não abre
mão das condições fundamentais do direito à educação e do direito à
aprendizagem, devendo ser realizado antes mesmo do processo avaliativo em
si, considerando que “[...] a escola não pode ser vista de forma insular,
desgarrada da realidade social que a envolve. Disto decorre que a avaliação da
qualidade de seu processo é influenciada por um conjunto de fatores tanto
intraescolares como extraescolares” (Sordi; Ludke, 2009, p. 321).
Esse acordo sobre o que a escola compreende como qualidade é pautado
por diferente visões e expectativas, pois a escola é o lugar da pluralidade de
percepções do mundo que o cerca e de significados que dão sentido às suas
ações.
3
procedimentos, do compartilhamento de poder e do engajamento de toda a
comunidade.
Sem diálogo e alteridade, a AIP é inviabilizada, pois não há processo
avaliativo sem comunicação e sem disposição à escuta. Da mesma maneira, o
universalismo de procedimentos agrega à AIP a devida legitimidade e lisura ao
processo, com procedimentos previamente definidos e fundamentados nas
normas legais que conferem a legalidade do procedimento, com objetivos claros
e compartilhados por todos.
Ademais, a transparência é uma categoria cara a todos os processos
democráticos, pois estabelece que todas as informações devem ser socializadas
e compartilhadas, conferindo a dimensão pública da avaliação.
Na AIP, a comunidade escolar participa como avaliadora, mas é também
avaliada (Dalben, 2010). Isso implica que a participação dos sujeitos deve ser
ativa, crítica e reflexiva sobre a ação contextualizada desse segmento. Já a
comunidade escolar, como protagonista que é devido ao conhecimento mais
profundo acerca dos processos de ensino-aprendizagem, deve atuar de maneira
mais solidária, dialógica e autônoma, ou seja, os sujeitos que participam de uma
avaliação institucional precisam ser autores nesse processo.
Esse é o ponto-chave da aderência dos sujeitos à AIP. Ela deve pressupor
a participação de todos e todas em suas etapas, seja no momento em que a
antecede com os acordos e negociações acerca do referencial de qualidade,
seja na construção do instrumento avaliativo, ou no apontamento de soluções,
ou no acompanhamento dos resultados das ações. Se a participação não for de
fato provocativa e desafiadora à realidade dos envolvidos, estes não a
reconhecerão como um instrumento em potencial.
Essa participação requer um equilíbrio entre a dimensão técnica e política
da AIP. O conhecimento técnico que o diretor, pedagogo e professores da escola
possuem não deve se sobressair ao momento político da avaliação, da
coletividade, do compartilhamento e da participação. Ressalta-se que a AIP deve
contemplar a participação dos estudantes, uma vez que eles são os principais
sujeitos desse momento, prevendo questões que motivem sua manifestação e
envolvimento, para que se reconheçam como autores da avaliação.
Além da identificação de problemas, a AIP pretende apontar
conjuntamente a solução destes. Nessa perspectiva, a avaliação institucional
4
integra a gestão democrática da escola, pois é um instrumento coletivo e
participativo de avaliação.
5
1. indicadores de resultado escolares internos (taxa de aprovação,
reprovação, taxa de evasão e taxa de conclusão da etapa) e externos
(resultados de avaliações em larga escala) à escola;
2. recursos materiais e humanos – condições objetivas para a realização do
trabalho escolar;
3. espaços escolares e o ambiente educativo;
4. gestão administrativa, financeira e pedagógica;
5. gestão democrática da escola;
6. prática pedagógica;
7. formação continuada dos profissionais;
8. acessibilidade;
9. recursos didático-pedagógicos.
Dimensão Características
7
Frisamos que os elementos apontados para análise das duas etapas
tratam-se de questões norteadoras e que a AIP deve considerar as demandas e
necessidades que surjam no contexto específico, por isso, o instrumento de
avaliação deve ser construído coletivamente, a fim de se aproximar e atender as
situações próprias do contexto escolar, sem perder de vista que todo esse
processo exige autoavaliação constante e práticas que favoreçam a cooperação,
o respeito aos outros e a democracia como princípio fundamental.
8
Figura 1 – Visões da escola no contexto da avaliação institucional
9
Figura 2 – Concepções de avaliação institucional
TRANSFORMACIONAL
MERITOCRÁTICA
Reflexiva sobre as Resultados e
ações rankings
Acordos
Revisão das
práticas
Ações
11
A partir dos resultados obtidos por meio da avaliação institucional
participativa, é necessário analisar as responsabilidades das demandas
elencadas. Assim, temos a seguinte configuração, conforme a Figura 4.
ATRIBUIÇÕES DO PODER
ATRIBUIÇÕES DA ESCOLA
PÚBLICO
Demandas que
Demandas que
correspondem à
correspondem ao órgão
resolução no âmbito
responsável
escolar
12
Figura 5 – Características gerais de um plano de ação
Prático Dinâmico
Plano de
ação
13
se uma estrutura possível de coordenação e encaminhamento das ações
pensadas a partir da AIP.
Diagnóstico
Planejamento coletivo
Socialização
14
2. metas – é a objetivação das intenções do plano. Nela se descreve a
indicação sobre o que se pretende atingir, de maneira coerente e plausível
às possibilidades da escola, incluindo as demandas de responsabilidade
do poder público e da escola;
3. ações – desenho sobre o que será feito para que determinada meta seja
alcançada e efetivada;
4. responsáveis – segmentos e sujeitos que deverão coordenar as práticas
apontadas;
5. cronograma – é fundamental estabelecer prazos acerca das ações a
serem realizadas, considerando que a flexibilidade e a vigilância às
responsabilidades acordadas dialogam intimamente em uma relação ética
e comprometida com as necessidades da escola.
15
REFERÊNCIAS
16