Trabalho Davi Tavares Will - 7º Ano C
Trabalho Davi Tavares Will - 7º Ano C
Trabalho Davi Tavares Will - 7º Ano C
TRABALHO DE HISTÓRIA
POVOS ORIGINÁRIOS E SUAS INFLUÊNCIAS CULTURAIS
ÍNDIOS PATAXÓS
Professora Sheila
2º Bimestre
Os Pataxó vivem em diversas aldeias no extremo sul do Estado da Bahia e norte de Minas
Gerais. Há evidências de que a aldeia de Barra Velha existe há quase dois séculos e meio,
desde 1767. Em contato com os não índios desde o século XVI e muitas vezes obrigados a
esconder seus costumes, os Pataxó hoje se esforçam para avivar sua língua Patxohã e rituais
"dos antigos" como o Awê.
Nome
Pataxó é água da chuva batendo na terra, nas pedras, e indo embora para o rio e o
mar.”Kanátyo Pataxó, Txopai e Itôhâ, 1997
No caminho da classificação
Em 1938, Curt Nimuendajú, durante viagem à zona compreendida entre o rio de
Contas e rio Doce, chamou a atenção do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) para um
agrupamento de índios que vivia fora do seu raio de ação. Tratava-se
dos Maxakalí estabelecidos nos formadores do rio Itanhaém (rio de Alcobaça), Minas Gerais,
junto à divisa oriental com o Estado da Bahia (Nimuendajú, 1958, p. 53). O autor enfatiza
que o idioma dos Maxakalí é muito parecido com as línguas faladas pelos Macuni, Copoxó,
Cumanaxó, Pañame e Monoxó, e que apresenta “alguma semelhança com o Pataxó e o
Malali”. Afirma ainda que von Martius reuniu as línguas faladas por estes grupos e mais
alguns outros no grupo linguístico dos “Goytacás”, admitindo um parentesco com o grupo
Jê.
Já Von den Steinen incluiu no grupo Goytacá somente as línguas faladas pelos
Maxakalí, Macuni, Capaxó, Cumanaxó e Pañame e, sob reserva, pelos Pataxó, que seria uma
subdivisão do grupo Jê. Ehrenreich, Rivet e P. Schmidt conservaram esta classificação.
Foi em 1931 que o tcheco C. Loukotka reexaminou os escassos vocabulários
existentes e chegou à conclusão de que essas línguas, excluída o Pataxó, formam uma
família linguística completamente independente da família Jê (Loukotka, 1939).
Em 1971, o coronel Antônio Medeiros de Azevedo cedeu ao antropólogo Pedro
Agostinho uma lista de 71 vocábulos pataxó que recolheu enquanto comandava a tropa que,
em 1936, submeteu o Posto Paraguassu, no sul da Bahia. Agostinho reuniu, por sua vez, um
vocabulário com 120 formas durante seu trabalho de campo entre os Pataxó de Barra Velha,
no extremo sul baiano, em dezembro de 1971. Cópias da lista de Azevedo, dos questionários
(questionário padrão do Museu Nacional para estudos comparativos preliminares de línguas
indígenas brasileiras; e de caráter dialectológico, destinado a verificar as características do
português falado pelos índios) que Agostinho aplicou e a respectiva gravação em fita
magnética foram encaminhadas ao linguista Aryon Dall`Igna Rodrigues, então no Setor de
Linguística do Museu Nacional/UFRJ, para fins comparativos (Agostinho, 1972, p.7).
Rodrigues examinou esse material e concluiu de que se tratava de uma língua da família
Maxakalí.
Os informantes indígenas de Pedro Agostinho foram Rufino Vicente Ferreira/Tururim,
que aparentava 30 anos em 1971 e se limitou a vocábulos isolados, quase sempre
substantivos, e, mais raramente, lembrou-se do que, no português de referência gramatical,
seriam verbos e adjetivos; e Vicentina Ferreira, aproximadamente 45 anos, que se deslocou
do povoado Come-quem-Leva para Barra Velha pela primeira vez após o “fogo de 1951”. Ela
só foi capaz de responder ao questionário no isolamento da pequena capela e à medida que
adquiriu maior confiança no pesquisador. Lembrou-se também, sobretudo, de substantivos
isolados e, ao final, estabeleceu breve diálogo com Pedro Agostinho, levando-o a supor que
o resultado formal fosse muito inferior à sua aparente real capacidade de falar a língua,
embora recorrendo a reduzido vocabulário. Finalmente, Luciana Ferreira/Zabelê, residente
em Comuruxatiba, não pode ser entrevistada (Agostinho, 1972, p. 81).
No final dos anos 1990, durante pesquisa de campo em Comuruxatiba, Maria Rosário
de Carvalho tomou conhecimento, através de Zabelê, que Vicentina, Tururim e outros
haviam se deslocado, anos antes, para a aldeia maxakalí de Água Boa, no município de Santa
Helena de Minas, nordeste de Minas Gerais, onde permaneceram cerca de um mês. À época
da referida viagem, Zabelê, com cerca de dez anos de idade, morava com os pais em Barra
Velha. Estes, Emílio Ferreira e Maria Salviana, juntamente com os filhos, Patrício e Zabelê, e
mais os citados acima, foram convidados por um mineiro, que passava no Arraial Nossa
Senhora D’Ajuda, em romaria, para visitar os parentes maxakalí, tendo sido o convite
prontamente aceito.
É importante considerar, à luz das relações históricas existentes entre os Pataxó e os
Maxakalí, que essa visita não foi imotivada, assim como não o terá sido a presença de uma
família maxakalí no Parque do Monte Pascoal, logo depois da sua retomada pelos Pataxó,
em agosto de 1999. Afinal, a tradição oral pataxó refere-se recorrentemente à presença de
índios bravos de Minas Gerais que, de tempos em tempos, passavam pelo rio do Prado e
alcançavam a antiga aldeia de Bom Jardim/Barra Velha, para trocar com os mais velhos, na
praia, caça por peixe. Esse fluxo se interrompeu, muito provavelmente, devido ao
desmatamento que ocorreu na região, e que afugentou os Maxakalí. “Os brabo pegava as
caça, as mulher (as tapuia), vinha trocar com as outras daqui, com farinha, beiju, coco,
cauim, e voltava pras barraca deles” (Carvalho, 1977, p. 93-94).
Foi durante essa visita de um mês que Zabelê e os demais relembraram vocábulos da
língua maxakalí. Ela afirmava -- faleceu em 04 de julho de 2012-- ter aprendido palavras na
língua Pataxó com o seu pai, Emílio Ferreira, antes da aludida viagem: "antes de ir pra lá eu
sabia, agora quando eu trouxe as de lá [foi] que inteirou mais as de cá, que aumentou mais"
(Bomfim, 2012, p. 49). Da sua assertiva pode-se depreender que ela parecia considerar estar
diante de uma só língua, cujos vocábulos completavam-se sem dificuldades.
População
Aldeia Barra Velha. Um dos marcos fixados na atual TI Barra Velha por uma comissão
preparatória à criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, na década de quarenta do
século XX e localizado por Manuel de Suia Pataxó. Foto: E. Almeida, Mai 2001.
Danças e Festas
Há relatos de que, antigamente, o casamento era realizado entre primos, que deveriam
provar sua força com um desafio: os noivos em potencial precisavam carregar uma tora de
madeira! O Awê é outro ritual bastante tradicional entre o grupo indígena. O termo se refere
a diferentes momentos de festa, marcados por coreografias específicas. O caium, bebida
alcoólica produzida a partir de raízes e tubérculos, não pode faltar!
Cosmologia e Religiosidade
O Sol é um gênio mau que se nutre dos homens: foi ele que introduziu a morte no
mundo. Ao descer à terra, a cada dia, ele se sacia, no decorrer da noite, daqueles que foram
enterrados durante o dia. Por isso, quando eram feitas grandes plantações, os Kamakã só
queimavam um pequeno aceiro na floresta, a cada vez. A fumaça incomodava ao Sol e ele se
tornava vermelho de cólera quando se fazia fogo. Assim, queimando-se pouco a pouco, faz-se
menos fumaça e se o irrita menos (Douville apud Métraux 1930: 270 – 271).
A Lua, ao contrário, é considerada uma divindade benfazeja. É ela que indica aos
Kamakã o melhor período para plantar, na lua nova, quando ela surge, a oeste, assim que sol se
põe. É a Lua também que lhes informa sobre o início dos tempos chuvosos e tempestades e os
guia no decorrer da celebração das festas: a cada cinco anos, eles permanecem ao longo de um
ano em festas, quando os casamentos são celebrados (Douville apud Métraux 1930: 271).
Aspectos Culturais
Casamento e namoro
O namoro pataxó era um namoro discreto, quando uma moça e um rapaz Pataxó
começavam a se gostar, um dos interessados jogava uma pedrinha em direção ao outro e
trocavam olhares. Começavam então a jogar pedrinhas um no outro, com isso já estavam
namorando. Quando o sentimento fica forte e existia a vontade de se casar, o rapaz
entregava uma flor à moça, se ela aceitasse a flor, significava que ela queria se casar com
ele, se recusasse, é porque não queria se casar com ele.
Acontecido essas etapas do namoro. No dia do casamento o noivo carrega uma pedra
que equivale ao peso da noiva por uma distância determinada pelos pais da noiva
juntamente com o cacique. O noivo carrega a pedra* até o local da cerimônia, chegando lá
ele põe a pedra no chão e é realizada a troca de corares entre os noivos. A troca de cocares é
o que simboliza a união entre os noivos pataxós. Depois da cerimônia, todos da aldeia vão
para a casa dos noivos festejarem e beberem cauim.
Rapaz carrega a pedra simbolizando a sua força e resistência para manter uma
família, caso ele não consiga carregar a pedra o casamento não acontece, será
provado que ele não esta preparado para suprir uma família.*
Batizado
O batizado é uma forma dos pataxós apresentarem suas crianças a sua cultura,
apresentá-las a aldeia. Nesse dia acontece um grande almoço, cozinhado, com danças,
brincadeiras e agradecimento a Niamissun. A criança pataxó é apresentada a Niamissun e o
cacique e toda a comunidade pedem proteção para essa criança, e é a primeira participação
da criança no ritual da cultura pataxó.
Medicina Tradicional
Algumas ervas medicinais são muito utilizadas pelo povo Pataxó de modo geral. São elas:
Amesca: uma árvore muito importante para os Pataxó. A sua seiva é usada nos rituais sagrados do povo
Pataxó em forma de incenso, para espantar os maus espíritos e fortalecer os espíritos dos guerreiros.
Também tem importante uso medicinal: a seiva serve para combater dores de cabeça, dor de dente,
sinusite, dor de barriga e outros. Seu aroma é bastante agradável.
Babosa:a folha da babosa batida no liquidificador junto com leite é usada para combater o câncer. É
também eficaz no combate à diabete, fazendo o comprimido do seu líquido com a farinha de trigo.
Santa Maria:o sumo de sua folha serve para combater micoses e impigem, passando no local. O banho
com suas folhas serve para combater a sinusite e a goma de suas folhas serve para curar infecções na
pele.
Cardo Santo:a folha batida no liquidificador junto com leite é anti-inflamatório; o chá com as folhas serve
para dores no corpo; o sumo da folha junto com óleo de rícino serve para combater a pneumonia.
Tioiô:o banho com suas folhas serve para o fortalecimento espiritual, “olho gordo” e combate à sinusite; o
chá das suas folhas serve para combater verme.
Confrei: o chá com as suas folhas é anti-inflamatório; o sumo junto com leite serve para tirar pustema; o
chá junto com coentro-maranhão é anti-inflamatório fortalecido, serve para curar inflamação de
garganta.
Hortelã:o chá com as suas folhas serve para combater febre e gripe; as suas folhas amassadas espantam r
atos de casa, colocando no local onde eles costumam aparecer.
Boldo:o chá com as suas folhas serve para congestão e dor no estômago.
Coentro-Maranhão:o chá com as suas folhas é estimulante sexual; o sumo da raiz pisada serve para
escorbuto.
Chapéu-de-couro: o chá com as suas folhas serve para combater dores no corpo; a raiz e as folhas
colocadas na cachaça servem para reumatismo.
Cana-de-macaco: o sumo de seu caule e olho serve para combater hemorragia, dor de estômago e
problema nos rins; o chá das folhas serve para dores no corpo.
Artimijo:a massagem com as suas folhas aquecidas serve para acelerar o processo de parto.
Mastruz:o chá e o sumo de suas folhas é anti-inflamatório e também serve para combater dores e febre.
Também combate vermes. As suas folhas pisadas e amarradas num local servem para curar inchaços e
dores nos ossos; o sumo do mastruz com leite serve para retirar pustema e combater pneumonia.
Vale destacar que o conhecimento que os pajés possuem sobre a flora local e a manipulação das ervas é
digno de reconhecimento e que não consiste numa forma paliativa ou atrasada de lidar com problemas
de saúde. Ele resulta de anos de observação e prática e depende da transmissão de conhecimentos por
meio da oralidade.
A parteira
Na comunidade, normalmente a parteira é uma anciã que tem muitos conhecimentos tradicionais, em
especial, das plantas e ervas. Na hora de realizar um parto, ela conhece as técnicas de acompanhamento
e preparação dessas ervas medicinais para que seu trabalho ocorra conforme o planejado.
Uma mulher Pataxó torna-se parteira vivenciando, praticando e, geralmente, seguindo uma tradição
familiar. O trabalho da parteira é um trabalho árduo e que exige muita dedicação: ela está presente não
só no momento do parto, mas sobretudo nas horas que o antecedem, preparando os banhos com
artimijo, mentrasto, folha de jenipapo, tioiô e outras ervas que auxiliam o trabalho.
Usualmente, ela começa a participar dos partos por volta dos 20-25 anos de idade, acompanhando uma
parteira mais experiente. É a partir daí que começa a pôr em prática e exercer a atividade, ganhando o
respeito, primeiramente, dos familiares e, em seguida, da comunidade.
As anciãs que atualmente desempenham essa atividade nas aldeias são: em Barra Velha, Dona Roxa, Bia,
Dona Maria Coruja, entre outras; em Coroa Vermelha, Dona Rosa (Rosa Neves do Espírito Santo) de 67
anos, parteira há 47 anos; e em Aldeia Velha, a Pajé Jaçanã.
Assim como no caso do trabalho desempenhado pelos pajés, cabe destacar que o trabalho das parteiras
não é um paliativo das comunidades indígenas para suprir a carência de uma rede médico-hospitalar. Pelo
contrário, elas são alternativas eficientes e qualificadas a essa rede que, de modo geral, atende às
necessidades da população indígena tanto quanto às não indígena, operando por meios não invasivos e
não farmacológicos, utilizando massagens e técnicas de relaxamento.
DICIONÁRIO
Acajá - ou cajá, é o fruto da cajazeira. Do Tupi Guarani: acã-já = o fruto de caroço cheio,
graúdo; fruto que é todo caroço.
Aracajú – Do tupi-guarani: ará = papagaio; caju (akaiu) = cajueiro dos papagaios.
Também pode significar tempo, época do caju.
Babaçu - Do Tupi-Guarani: ibá-guaçu = fruto grande.
Baiacu - é como são chamadas diversas espécies de peixes que “incham” quando se
sentem ameaçados. Do Tupi-Guarani: grafia antiga maiacu de mbaé-acu = a coisa
quente, venenosa, por causa do seu fel.
Barbatimão – Do Tupi-Guarani: bar por ibira = árvore; aba-r-emó = aba-t-emó = pênis; a
árvore do órgão genital do homem.
Boitatá – Gênio que protege o campo e as matas dos incêndios; cobra-de-fogo. Do tupi-
guarani: m(baé) – coisa; tatá – fogo; coisa de fogo.
Buriti – Do Tupi-Guarani: mbur = alimento; iti = árvore alta; = árvore alta de alimento ou
de vida.
Butantã – Do Tupi-Guarani: bu (ibi) = terra; tatã (atã, tantã) = muito duro.
Caatinga - Do Tupi-Guarani: caá-t-enga = o mato ralo
Cacau – Do Náhuatle: cacauatl = caroço
Caiçara – do Tupi-Guarani: caá-içara = a cerca de ramos.
Caipira – do Tupi-Guarani: caaipura = de dentro do mato. Nome que os índios do interior
de São Paulo deram aos colonizadores.
Capim – do Tupi-Guarani: caá=folha; pií=fino, delgado.
Capivara – do Tupi-Guarani: “kapii’ guara” - comedor de capim
Capoeira – do Tupi-Guarani: co-poera = roça velha.
Carioca – do Tupi-Guarani: kari`= branco; oka = casa. Casa do branco.
Catuaba – do Tupi-Guarani: caá = planta, folha, mato + tuã = taludo + ibá = árvore.
Cipó – do Tupi-Guarani: ici-fila; pó-fileira. Nome genérico de todas as plantas de hastes
finas e flexíveis que servem para atar; plantas trepadeiras que pendem das árvores;
embira.
Copacabana - de origem quechua. Significa “olhando o lago”. A palavra original é kupa
kawana.
Curitiba - do Tupi-Guarani: Curi = pinhão; Tiba = lugar.
Curumim – Palavra de origem tupi, e designa, de modo geral, as crianças indígenas.
Cutia – do Tupi-Guarani: a-coti = indivíduo que se assenta para comer.
Embiruçu : do Tupi-Guarani: ibira-uçu – árvore de muita estopa (Edelweiss).
Erechim – cidade do Rio Grande do Sul – do Kaingáng (Jê) erê-xim – campo pequeno.
Gariroba – do Tupi Guarani guara-iroba = o indivíduo amargo. Palmeira; coco amargoso.
Gororoba : do Tupi-Guarani: guara – arvore; roba – amargo.
Guri – do Tupi-Guarani: guirii – terno, brando. Termo muito usado no Sul do Brasil, para
criança do sexo masculino .
Igarapé – do Tupi-Guarani: ir-r´apé = caminho d’água.
Iguatemi – Palavra de origem Tupi que significa rio ondulante.
Irapuã: mel redondo (ira = mel, apu`a = redondo, esférico). Dá margem à interpretação
como “cacho de abelha”. Também usado para designar algumas abelhas.
Jabuti – do Tupi-Guarani: j-abu-ti=o que nada respira.
Jacaré: Do Tupi-Guarani: jaeça-caré = o que olha de banda.
Jenipapo - do Tupi-Guarani: iá-nipaba-fruto de esfregar.
Jericoacoara - do Tupi-Guarani: îurukûá tartaruga-marinha / kûara – toca = Toca das
tartarugas.
Jururu - do Tupi-Guarani: juru-ru = pescoço pendido. Triste,abatido, chateado,
desiludido
Macuco – do Tupi-Guarani: maa=mbaé-coisa ; cucu =comer muito. Ave brasileira,
tinamídea (Tinamus solitarius), muito apreciada por sua carne saborosa; tem o tamanho
de uma galinha e vive solitária; encontrável nas matas de todo o país.
Maloca – do Tupi-Guarani: moro-oca = casa de gente. Casa de residência fixa, onde o
indígena vive em comum.
Maracanã – do Tupi-Guarani: paracau-aná - pagagaios juntos
Mingau – do Tupi-Guarani: mi-caú = feito de papas.
Mocotó – do Tupi-Guarani: mo-coto = faz que jogue.
Mutirão – do Tupi-Guarani: pitibõ, popitibõ, picorõ = ajudar.
Mutum – do Tupi-Guarani: mi-pele, plumagem; t-u-negro. O termo ¨mutum ¨ é a
designação comum de aves galiformes, da família dos Cracídeos, de hábitos florestais,
sendo que várias espécies destas aves estão ameaçadas de extinção. Possuem uma
plumagem geralmente negra com topete de penas e bico com cores vistosas.
Oiapoque – do Tupi-Guarani: oia-poc = o que explode ao abrir-se. Nome de uma cidade
município e de um rio que banha o estado do Amapá.
Paca – do Tupi-Guarani: paca = ficar alerta.
Paçoca – do Tupi-Guarani: paçoca = coisa pilada.
Pajé – do Tupi-Guarani: pajé = profeta. Pessoa encarregada de realizar rituais e
cerimônias religiosas nas tribos indígenas
Pamonha – do Tupi-Guarani: apá-mimõia = envolvido e cozido.
Pereba – do Tupi-Guarani: pere`wa = ferida. Ferida cutânea.
Perereca – do Tupi-Guarani: perereca = andar às tontas.
Pipoca – do Tupi-Guarani: pi(ra)- pele; poca-rebentar; a pele rebentada.
Piranha – do Tupi-Guarani: pirá-anhã = peixe diabo.
Pitanga – do Tupi-Guarani: pi (ra) – tanga – pele tenra .
Quati – do Tupi-Guarani: cuá-cintura;ti-nariz; que se deita para dormir, esconde o
focinho na barriga como defesa.
Sapucaí – do Tupi-Guarani: sapucaia-i = rio do galo ou rio que grita.
Saúva – Do Tupi Guarani iça-aíba=a formiga má, que destrói as plantas.
Sucuri – do Tupi-Guarani: suú-curi = morde depressa.
Tacacá – do Tupi-Guarani: tacacá – goma, mucilagem. Sopa tradicional da culinária
amazônica, mais especificamente paraense.
Tamanduá – do Tupi-Guarani: ta-monduá = o caçador de formiga.
Taturana – do Tupi-Guarani: tata = fogo + rana = semelhante. Espécie de larva
recoberta com uma felpa que produz sensação de dor em quem a toca.
Tiririca – do Tupi-Guarani: Tiririca – arrastar-se . Espécie de erva daninha comumente
encontrada nos açudes e que se propaga rápidamente.
Tucano – do Tupi-Guarani: tu-can : que bate forte.
Urubu – do Tupi-Guarani: uru – ave grande; bu – negro.
IMAGENS
CONCLUSÃO
Originário da Aldeia de Barra Velha (conhecida como Aldeia Mãe), área indígena do
Monte Pascoal, e distribuído em várias aldeias por diversos municípios (Prado, Itamaraju, Santa
Cruz Cabrália e Porto Seguro), o povo pataxó sempre foi guerreiro. Desde os tempos da invasão
portuguesa, por volta de 1500, lutam para se firmar em um lugar e preservar história, cultura e
língua, costumes e tradições que foram se perdendo desde que os pataxós foram juntados a
tribos Maxacalis e Botocurus em uma aldeia de onde não podiam sair.
“Em 1861, os povos foram aldeados à força em Bom Jardim, atual Reserva Barra Velha,
que fica perto do Monte Pascoal. Depois, houve um grande massacre e muitos índios fugiram
para não serem mortos”, conta a índia Nitynawã Pataxó, cacique de sua tribo.
Conhecida pelos índios mais velhos (que preferem não tocar no assunto) como “Fogo de
51”, a matança aconteceu em 1951, na aldeia de Barra Velha. Segundo a história da tribo,
contada pelo índio Edmundo Santos Pataxó em um texto disponível no site da Prefeitura
Municipal de Porto Seguro, cidade onde está a maior concentração de pataxós no sul da Bahia,
foi causada por policiais militares do estado. Meninas foram estupradas e homens, espancados.
Muitos precisaram se submeter à escravidão porque ficaram sem opção. Oito anos antes, o
governo havia criado o Parque Monumento Nacional do Monte Pascoal e expulsou os índios que
viviam nesse território. Começara aí a dispersão dos pataxós em pequenos povoados.
“Muitos decidiram ficar na mata tentando preservar a cultura. Meus parentes são alguns
desses. Temos muitos jogos e rituais, o da Lua Cheia, o do casamento, o do batismo... Estamos
agora tentando recuperar a língua Patxohã. Já catalogamos mais de duas mil palavras e
montamos um dicionário, mas está dentro da comunidade porque precisamos que os anciãos
aprovem a pesquisa”, conta Nitynawã.
Assim como os rituais de canto e dança (o Awê é o mais famoso), a pintura e a medicina
baseada em plantas (raízes, cipós, folhas, sementes, casca de madeiras, resinas etc), a
preservação da língua é um dos trabalhos que Nitynawã executa ao lado das irmãs Jandaya e
Nayara dentro da escola bilíngue montada na Reserva da Jaqueira. No mesmo ano em que a
Reserva da Jaqueira foi fundada, em 1998, a Terra Indígena Coroa Vermelha, localizada ao sul do
Estado da Bahia, foi homologada. Ela compreende uma área de 1493 hectares nos municípios de
Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro e é reservada ao usufruto de cerca de uma população
pataxó. Nessa mesma área, o turismo também virou alternativa para a economia do povo, que já
tinha a pesca, o artesanato e o manejo de piaçava como atividades:
“Para conseguir viver e conseguir preservar a mata e os povos, precisamos abrir para os
de fora e fazermos turismo desde 2000. A agricultura é mais para consumo, e faz tempo que não
matamos animais. Hoje, temos aqui onça-pintada, jaguatirica. Trabalhamos essa consciência
porque senão daqui a pouco não teríamos mais animais.”
Cultura Pataxó
Canto e dança: O Awê significa o amor, a união e a espiritualidade com a natureza. A dança e o
canto são instrumentos de comunhão entre os pataxós e a natureza. Através do canto e da
dança, o povo adquire energias da terra, do ar, da água, do fogo e de todas as energias positivas
que formam a natureza.
Pintura: A pintura corporal é um bem cultural de grande valor. Representa parte da história do
povo, sentimentos do cotidiano e os bens sagrados. A pintura corporal é usada em festas
tradicionais na aldeia como em ritos de casamento, nascimento, comemorações, dança, luta,
sedução, luto, proteção. Há pintura para rosto, braço, costas e pernas. As pinturas são específicas
para homens e mulheres casados e solteiros. As pinturas têm diversidade de tamanho e
significados.
Alimentação: A base é a pesca, frutos e raízes. A mandioca, sem dúvida, é o alimento preferido. É
dela que os pataxós fazem a bebida sagrada conhecida como kawi, o makaiaba (o beiju) e kuiuna
(farinha). Inhame, batata, amendoim, taioba etc também são cultivadas. Um outro alimento
muito apreciado é o peixe preparado na folha da patioba, pois ele é um alimento saudável que
rejuvenesce o corpo e purifica o espírito.
Artesanato: O artesanato é feito a partir de tudo aquilo que a natureza oferece, como madeiras,
sementes, palhas, cipós, argila, penas, bambu etc. Alguns artesanatos são feitos de barro, como o
pote, a talha e a panela. Outros são feitos de cipó, como o caçuar e o cesto. E ainda há aqueles
feitos com uruba, como a peneira e o leque. Alguns artesanatos estão relacionados à proteção
espiritual como, por exemplo, o colar de Tento.
Plantas medicinais: O conhecimento de várias plantas, raízes, cipós, folhas, sementes, casca de
madeiras, resinas etc. permite que os pataxós desenvolvam a medicina baseada em plantas. A
resina da amesca, por exemplo, serve para purificar o ambiente, fortalecer o espírito e também
para afastar as coisas negativas do corpo.
REFERÊNCIAS
https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Patax%C3%B3
https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/influencias-indigenas-
presentes-culturabrasileira/#:~:text=As%20influ%C3%AAncias%20ind%C3%AD
genas%20na%20cultura,e%20influ%C3%AAncias%20na%20l%C3%ADngua
%20portuguesa%20%E2%80%93
https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/pelos-mundos-indigenas-pataxo/
http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2011/11/conheca-historia-dos-
indios-pataxo.html
https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/saiba-mais-sobre-os-indios-
pataxos/