Panorama Da Mao de Obra Da Construcao Civil Brasileira e Os Desafios Envolvidos
Panorama Da Mao de Obra Da Construcao Civil Brasileira e Os Desafios Envolvidos
Panorama Da Mao de Obra Da Construcao Civil Brasileira e Os Desafios Envolvidos
Resumo: A construção civil é um dos setores que mais utilizam mão de obra,
entretanto, é o setor que possui os maiores índices de mão de obra desqualificada.
Muitos trabalhadores não possuem cursos profissionalizantes na área e nem
treinamento específico para realizar suas atividades, com isso, o déficit relacionado
a este problema é grande, o que torna visível a necessidade de capacitar esses
profissionais, já que existe um avanço tecnológico que deve ser acompanhado. Com
isso, o presente trabalho tem por objetivo, demonstrar esse déficit e quais os fatores
que o origina, bem como objetiva demonstrar alternativas para minimizar o
problema. Para isso, uma pesquisa bibliográfica foi realizada, coletando informações
relevantes de artigos científicos, revistas e cartilhas correlacionadas com o tema.
Essas informações puderam confirmar os objetivos propostos por esta pesquisa, ou
seja, que realmente existe este déficit e que existem maneiras de minimiza-lo, sendo
o treinamento e os cursos de qualificação os alternativos mais viáveis, apesar de
ainda não ser tão usual entre os profissionais que englobam o setor. Conclui-se que
deve se preocupar mais em realizar estes treinamentos com os trabalhadores, pois
as empresas que possuem trabalhadores qualificados fornecem produtos com
melhor qualidade e são mais reconhecidas no mercado.
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Como causa também para que não se ache mão de obra qualificada é a
questão da indústria da construção se caracterizar pelo seu caráter provisório e
nômade, o que dificulta a garantia de conforto dos profissionais do setor que
executam as obras (DAL BELLO, 2015).
De acordo com Tomasi et al. (apud DAL BELLO, 2015), os esforços para que
se aumente o índice de produtividade e qualidade, de redução de custos e
desperdícios e do cumprimento de prazos na execução de obras não são eficazes
se a mão de obra não estiver adequadamente qualificada. Assim, construir com
qualidade e baixo custo não dependem apenas das técnicas ou dos materiais
utilizados, mas também da união de pessoas qualificadas para suas respectivas
funções dentre de uma obra (MARCONDES, 2016).
Desta forma, quando o indivíduo é contratado, a empresa deve disponibilizar
cursos de capacitação, para preparar seus funcionários e dar todo suporte para
prepará-lo, inclusive no que diz respeito à segurança no trabalho.
Entretanto, segundo Dal Bello (2015), a área de recursos humanos do setor é
insuficiente no que diz respeito aos programas de treinamento nas empresas, devido
o pouco investimento em formação profissional, à baixa qualificação profissional dos
trabalhadores, ao elevado rodízio da mão de obra e aos poucos programas de
formação em nível de execução.
Para Coffey (apud DAL BELLO, 2015) este déficit na área de recursos
humanos se dá também pela falta de comprometimento e envolvimento dos
trabalhadores. Já Saboy (apud DAL BELLO, 2015) afirma que as empresas
contratantes precisam valorizar mais os trabalhadores, qualificando-os, pois assim,
possibilita o fornecimento de produtos com melhor qualidade.
Desse modo se as empresas destinarem mais empenho e atenção à
necessidade de valorizar seus funcionários, capacitando-os adequadamente e
melhorando as suas condições de trabalho e qualidade de vida, a rotatividade da
mão obra poderia diminuir significativamente e, assim, as atividades seriam
realizadas de maneira mais eficaz, resultando em produtos de melhor qualidade.
Leão (2016) relata que esta desqualificação dos trabalhadores dificulta a
comunicação entre eles e os engenheiros, arquitetos e/ou os outros profissionais
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3. DESENVOLVIMENTO
Todas estas etapas são fundamentais para que se alcance o devido sucesso
do empreendimento, sendo que a qualificação do profissional tem papel relevante no
processo uma vez que o profissional treinado e capacitado, tanto no que diz respeito
às suas atividades dentro da obra como na utilização de equipamentos de
segurança, executam suas funções de modo mais adequado oferecendo, portanto,
melhores resultados ao empreendimento.
Desta forma, o treinamento deve desenvolver a consciência crítica e
transformadora do trabalhador, capacitando-o profissionalmente, assegurando sua
continuidade na empresa, obtendo ganhos em várias instâncias, por parte da
empresa, como qualidade de vida no trabalho, obras seguras, redução de
afastamento, melhor qualidade dos produtos, maior produtividade e, por
consequência, menores custos e maior competitividade no mercado (SANTOS,
2010).
Além de capacitar o profissional, o treinamento, segundo Campos Filho (apud
BUFON, 2016) representa fator de autoestima e satisfação, motivando
substancialmente os trabalhadores a realizarem suas atividades de maneira mais
funcional. Desta forma, a implantação de cursos de treinamento nas empresas tem
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Neves (apud LEÃO, 2016) salienta que identificar o nível de instrução dos
profissionais da construção civil auxilia no entendimento de como deve ser a
estruturação dos cursos de qualificação profissional, focando na forma de
abordagem que pode ser usada no processo de aprendizagem e no modo que os
trabalhadores serão motivados durante o treinamento, para impulsioná-los a novos
saberes e na maneira que serão estimulados a capacidade e o desenvolvimento das
habilidades necessárias dos trabalhadores durante o curso.
Segundo Marcondes (2016), para realizar o treinamento e aperfeiçoamento
dos trabalhadores, os instrutores ou docentes que ministrarão os cursos devem
possuir experiência sobre as atividades que serão ensinadas e pleno domínio do
assunto para sanar qualquer dúvida que venha surgir no processo. Outros aspectos
relevantes que os instrutores devem possuir são a didática para ensinar os
trabalhadores/alunos, a experiência e habilidade na condução de grupos, que, com
frequência, são heterogêneos, inclusive no que se refere à formação profissional, e a
capacidade de se comunicar com facilidade.
Conforme Nóbrega (apud MARCONDES, 2016), para se executar um
programa de treinamento com êxito é essencial que a empresa contratante do
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treinamento apoie o processo, sendo que a norma NBR ISO 10015, 2001 da ABNT –
Associação Brasileira de Normas técnicas (apud MARCONDES, 2016), sugere que
as atividades sejam ser divididas em etapas, como mostra a Tabela 1 abaixo.
Com isso, entende-se que ainda existe um déficit acentuado no que diz
respeito à capacitação dos profissionais da área da construção civil, mas que este
déficit não é culpa somente dos funcionários e sim das empresas, já que uma
quantidade elevada dos profissionais entrevistados e analisados disse que faria
cursos profissionalizantes se a empresa disponibilizasse aos funcionários os cursos,
em especial, no período noturno. Para isso, o convênio do sindicato dos
trabalhadores a quem compete o pedreiro com o SENAI auxiliaria as empresas da
construção civil no feito da capacitação de seus profissionais.
Dias et al. (2018) realizaram uma pesquisa para verificar a qualidade da mão
de obra da cidade de Mato Verde, Minas Gerais, intitulada “Perfil e conhecimento de
pedreiros trabalhadores na construção civil de uma cidade norte mineira”. Tiveram
como resultado o entendimento de que ainda existe um déficit na qualificação destes
profissionais e que é necessário que este problema seja sanado, já que os mesmos
necessitam de capacitação técnica para se destacar no mercado, valorizando sua
profissão e a si mesmo.
Figura 3 – Gráfico, do perfil dos trabalhadores da construção civil de uma cidade norte mineira
Este déficit, segundo Dias et al. (2018), pode ter relação com a falta de
incentivo à progressão nos estudos por parte da empresa contratante e para tal,
deve-se ter em vista que a educação está relacionada com a inclusão social e o
reconhecimento das pessoas, necessidade fundamental para melhor desempenho
dos trabalhadores prestadores de serviço.
Esta falta de interesse por parte da empresa acaba por prejudicar a ela
mesma, pois com funcionários despreparados e sem conhecimento suficiente para
exercer suas funções, os mesmos não trabalham com segurança e com eficácia,
reduzindo a qualidade de vida tantos deles mesmos quanto da empresa em si.
A qualificação ou capacitação do profissional da construção civil é um tema
que todos conhecem, mas que pouco se desenvolve. Esta ideia pode ser observada
pelo ainda déficit presente nesta área de atuação do mercado de serviços.
4. CONCLUSÃO
Conclui-se, por meio das informações coletadas, que existe um grande déficit
em relação à qualificação de profissionais da construção civil no Brasil. Que muito se
fala sobre o assunto, mas que pouco se coloca em prática situações que minimizam
este problema.
Alguns fatores inibem a prontidão do setor em relação a essa qualificação,
como falta de interesse da empresa contratante dos trabalhadores, resistência por
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REFERÊNCIAS
DAL BELLO, F.O. Perfil dos trabalhadores da construção civil de Santa Maria
– RS. Santa Maria: UFSM, 2015, 54p.
http://www.faculdadespontagrossa.com.br/revistas/index.php
/technoeng/article/viewFile/41/43>. Acesso em: 05 out 2018.