Dinâmica Com As Gestantes Cras 13 - 06
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PENEIRA NELES!
Conseguir filtrar os palpites é a melhor forma de manter o mínimo de
sanidade mental em meio ao turbilhão de emoções que a gravidez por si só já
provoca. Por isso, para Teresa, “é preciso colocar um para-raios para ignorar. Não
tem que se estressar, mas, sim, ouvir apenas aquelas pessoas que falam para o
bem”.
Claro que não é simples, mas muitas mulheres já vêm conseguindo fazer
isso, como mostrou outra enquete da CRESCER, que perguntava às leitoras como
reagiam aos conselhos na gravidez: 57% disseram filtrar o que pode ser útil e deixar
o resto passar e 22% afirmaram não ligar.
A fotógrafa Ligia Bazotti, 31, faz parte dessa estatística. Mãe de Olívia, 3 anos, e
Bernardo, 1, ela lembra que, na primeira gestação, ouviu muito sobre o que deveria
comprar no enxoval e, na segunda, diziam que ela não deveria pegar a filha mais
velha no colo, mesmo com o médico dela dizendo que não havia problema. “O que
aprendi na gravidez e depois que meus filhos nasceram é que os palpites
chegam a todo momento, mas abstraio o que não acho legal e pego para mim
o que pode ser útil. Não discuto, não fico brava, simplesmente escuto e só
absorvo o que quero”, diz. Para a psicóloga Mariana Bonsaver, da Maternidade
Pró Matre Paulista (SP), procurar relevar é mesmo o melhor caminho, sempre que
possível, pois, de certa forma, os conselheiros não têm a intenção de prejudicar a
grávida. “Geralmente, as pessoas dão palpites de acordo com as experiências
que tiveram e que, muitas vezes, deram certo, passando a ser para elas ‘a
melhor coisa a ser feita’. Além disso, é uma forma de se sentirem participando
e sendo úteis nesse momento”, pondera.
Infelizmente, nem todas as mulheres conseguem manter a calma de Ligia – 18%
das leitoras disseram se incomodar demais, a ponto de querer responder de
maneira atravessada, e 3% chegaram a entrar em pânico com determinado
comentário. A professora Simone Cristina da Silva, 45, mãe de Ana Luisa, 5 anos,
lembra que a família era tão invasiva que comprou roupas de cores que ela não
gostava e até um carrinho de bebê sem consultá-la. No trabalho, era a mesma
coisa: opinavam desde sobre o que ela comia até a quantidade de fraldas que
deveria ter em estoque. Quando se irritava, Simone ainda tinha que ouvir: “Você
está prejudicando sua filha com todo esse estresse”. “Uma vez cheguei a
implorar por nenhum palpite, e a pessoa veio com a pérola ‘deixa eu dar uma
dica...’. Todos se acham experts em gravidez! Desde então, ao avistar uma
grávida, me dá até pena!”, desabafa.