Aula 3
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ESTRATÉGIA DE RUPTURA E
TRANSIÇÃO SOCIOTÉCNICA
Peter F. Drucker
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capacidade ociosa. Podemos concluir, com essa lógica, que é preciso cuidar com
as ondas ou bolhas (Rumelt, 2011). Procure assistir ao filme A Grande Aposta
(The Big Short, 2015) para entender o funcionamento de uma bolha e como, por
meio de análise prospectiva, é possível antecipar o seu estouro.
No caso da crise do petróleo, onde está a parte estratégica da Shell, que
acompanha a análise prospectiva?
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• Qual será a demanda para nossos produtos ou serviços nos próximos
anos? Crescerá? Diminuirá? Migrará para novas regiões?
• Em que bases se dará a competição entre os principais concorrentes? Por
preço? Investimentos em tecnologia? Ampliação da oferta? Lançamento de
novos produtos? Fusões e aquisições (concentração de mercado)?
Entrada de novos concorrentes?
• Em que fase do ciclo de vida do nosso setor, modelo de negócios, produtos
ou serviços entraremos? Crescimento? Maturidade? Declínio? Será
substituído por outro setor (como por exemplo os casos Uber x táxi; filmes
por demanda x locadoras; reuniões virtuais x companhias aéreas, entre
outros)?
• Quis serão as principais mudanças estruturais (econômicas,
comportamentais, político-legais e tecnológicas) no nosso setor ou região
que impactarão nos negócios?
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• Profissionalização das organizações: cada vez mais é necessário atuar a
partir de conhecimento técnico e especializado. Cada negócio ou setor
apresenta riscos de atuação diferentes – nos aspectos trabalhista,
ambiental, segurança física dos consumidores e financeiro –, que exigem
que as organizações se profissionalizem. Um exemplo recente é a
aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD, que muda
completamente a forma como se captura, armazena e utiliza dados de
clientes e colaboradores. Sem conhecimento técnico especializado, o risco
de agir de forma equivocada e sofrer punições é elevado.
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fundamentais no ambiente de negócios?” e se concentrar nessas poucas, mas
importantes questões.
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Figura 1 – Método GBN para construção de cenários prospectivos
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5. SELEÇÃO DAS LÓGICAS DOS CENÁRIOS – Essa seleção inicia-se
com a análise do comportamento daquelas variáveis que foram
classificadas como incertezas críticas, que devem ser posicionadas nos
eixos ao longo dos quais os cenários serão elaborados. [...] A lógica de
um cenário deve ser baseada pela localização na matriz das formas que
são mais significativas no cenário.
6. DESCRIÇÃO DOS CENÁRIOS – Deve-se retornar à lista dos fatores
e tendências principais, definidos nas etapas 2 e 3. Os cenários devem
ser apresentados de em forma narrativa [...].
7. ANÁLISE DAS IMPLICAÇÕES E OPÇÕES – Após a descrição dos
cenários, é necessário retornar à questão principal e confirmar nos
cenários distintos as implicações de cada decisão, bem como os pontos
vulneráveis e as oportunidades existentes. [...] identificar as decisões a
serem tomadas em cada enredo previsto.
8. SELEÇÃO DE INDICADORES E SINALIZADORES PRINCIPAIS – [...]
selecionar os indicadores e os sinalizadores com o objetivo de
possibilitar um monitoramento contínuo. [...] O monitoramento dessas
variáveis que utilizam cenários construídos permite que a empresa
perceba mudanças ambientais.
O método da Macroplan tem lógica muito similar ao da GBN. Ele vem sendo
aperfeiçoado desde a década de 1980. Aqui, o apresentamos para efeitos de
comparação, de modo que o estudante possa fazer uso daquele que ao seu
entender é o mais adequado.
O método Macroplan inicia pela definição da causa principal que a
organização quer tratar. Em seguida, devem ser identificados os condicionantes
do futuro, ou eventos futuros que direcionarão a construção da lógica dos cenários
e a hierarquização das incertezas críticas do futuro em análise. Na terceira etapa,
com base nas incertezas críticas, são gerados cenários alternativos. Na quarta
etapa, é realizada a análise comparativa dos cenários, a fim de identificar
oportunidades e ameaças. Na quinta e última etapa, a organização apresenta as
ações estratégicas para cada um dos cenários (Araújo et al., 2018).
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TEMA 5 – IMPLICAÇÕES DOS CENÁRIOS PARA A ESTRATÉGIA
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• refinamento constantemente da capacidade de perceber os sinais do
ambiente;
• emprego de métodos mais robustos para compreender o futuro e como ele
pode impactar os negócios;
• tomada de decisões sob grande incerteza e, às vezes, com muitos anos de
antecedência, com vistas a preparar a organização para o que está por vir,
ou mesmo para moldar o cenário de acordo com a visão organizacional;
• envolver uma equipe multidisciplinar para desenvolver o trabalho, em geral
especialistas que atuam com estudos globais sobre a sociedade e a
economia, como antropólogos, sociólogos, economistas, engenheiros,
consultores em inovação e até cientistas políticos.
Por fim, Carvalho et al. (2011, p. 4) indicam três vantagens no trabalho com
cenários:
Saiba mais
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FERRARI, H. Crise política é apontada como um dos fatores para PIB
enfraquecido. MacroPlan, 19 maio 2019. Disponível em:
<https://www.macroplan.com.br/cenarios-desempenho-da-economia-e-pior-do-
que-o-esperado/>. Acesso em: 17 fev. 2021.
SHELL ENERGY scenarios: imagining the future. Shell, 6 nov. 2012. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=srY-hJuqYTM&ab_channel=Shell>.
Acesso em: 17 fev. 2021.
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REFERÊNCIAS
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FALLER, L. P.; ALMEIDA, M. I. R. Planejamento por cenários: preparando
pequenas empresas do varejo de móveis planejados para um futuro competitivo.
Revista de Administração, São Paulo, v. 49, n. 1, p. 171-187, jan./fev./mar. 2014.
Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rausp/v49n1/a14v49n1.pdf>. Acesso
em: 17 fev. 2021.
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