Tutorial 9
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CARACTERÍSTICAS GERAIS
os protozoários são bem diferentes dos animais – alguns são fotossintéticos, e muitos
possuem ciclos de vida complexos, permitindo que ocorra a transferência de um
hospedeiro para outro. Os protozoários atualmente são classificados no mesmo reino das
algas, com base em análises de DNA
CICLO DE VIDA
Esquizogonia
É uma fissão múltipla; o núcleo divide-se múltiplas vezes antes da divisão celular. Após
muitos núcleos serem formados, uma pequena porção do citoplasma se concentra ao
redor de cada núcleo, e, então, a célula separa-se em células-filhas.
Conjugação
Esse micronúcleo haploide se funde com o micronúcleo que está dentro da célula. As
células parentais separam-se, e cada uma se torna uma célula fertilizada.
Encistamento
Sob certas condições adversas, alguns protozoários produzem uma cápsula protetora,
chamada de cisto.
Um cisto também permite que uma espécie parasito seja capaz de sobreviver fora de um
hospedeiro.
Nutrição
Cavidade alimentar
Esse super-reino inclui o filo Euglenozoa, bem como dois outros filos que carecem de
mitocôndrias.
Este organismo possui uma membrana ondulante composta por um flagelo envolvendo
uma membrana. O T. vaginalis não possui estágio de cisto e precisa ser rapidamente
transferido de um hospedeiro para outro antes que ocorra dessecação.
EUGLENOZOA
Dois grupos de células flageladas estão incluídos entre os Euglenozoa com base em
sequências de rRNA comuns, mitocôndrias em forma de disco e ausência de reprodução
sexuada.
O gênero Trypanosoma inclui a espécie que causa a doença do sono africana, T. brucei,
transmissível pela mosca tsé-tsé. T. cruzi, o agente causador da doença de Chagas é
transmissível pelo “inseto beijador” (barbeiro), inseto assim chamado porque pica a fac .
AMEBAS
Novas técnicas, incluindo análises de DNA e ligações à lectina, revelaram que as amebas
que se acreditava serem E. histolytica são, na ver?dade, duas espécies distintas. A
espécie não patogênica, E. dispar é a mais comum.
Como a Acanthamoeba, Balamuthia é uma ameba de vida livre encontrada na água e não
é transmissível entre seres humanos.
APICOMPLEXA
CILIADOS
Os ciliados possuem cílios que são similares aos flagelos, porém mais curtos. Os cílios
são organizados em fileiras precisas sobre as células.
O plasmódio continua a crescer enquanto houver alimento e umidade suficiente para que
possa prosperar. Quando o alimento e a umidade estão disponíveis em quantidades
pequenas, o plasmódio separa-se em vários grupos de protoplasmas; cada um desses
grupos forma um esporângio pedunculado, onde os esporos haploides (uma forma de
repouso e resistência dos micetozoários) se desenvolvem.
A função do corpo mediano não está bem estabelecida, mas ele contém microtúbulos e
proteínas contráteis. Abaixo da membrana citoplasmática do trofozoíto, há vacúolos que
provavelmente participam na pinocitose de partículas alimentares. No citoplasma, são
encontrados retículo endoplasmático, ribossomas, aparelho de Golgi e vacúolos de
glicogênio. Mitocôndrias não são observadas. No cisto, as estruturas são vistas de forma
desorganizada, incluindo as estruturas em forma de meia-lua.
CICLO BIOLÓGICO
Tal processo pode se iniciar no baixo íleo, mas o ceco é considerado o principal sítio de
encistamento. Não se sabe se os estímulos que conduzem ao encistamento ocorrem
dentro ou fora do parasito.
Entre as hipóteses sugeridas, tem-se a influência do pH intestinal, o estímulo de sais
biliares e o destacamento do trofozoíto da mucosa.
Este último parece ser o gatilho que provocaria tal mudança e tem sido sugerido que a
resposta imune local seja responsável pelo destacamento do trofozoíto e seu
consequente encistamento. Ao redor do trofozoíto, é secretada pelo parasito uma
membrana cística resistente, que tem quitina em sua composição.
Dentro do cisto ocorre nucleotomia, podendo ele apresentar-se então com quatro núcleos.
Atualmente, os processos de desencistamento e encistamento podem ser induzidos in
vitro, permitindo a obtenção do ciclo completo do parasito em laboratório.
Não se têm informações se todos os cistos são infectantes e se há necessidade de algum
tempo no meio exterior para se tornarem infectantes.
Os cistos são resistentes e, em condições favoráveis de temperatura e umidade, podem
sobreviver, pelo menos, dois meses no meio ambiente.
Quando o trânsito intestinal está acelerado, é possível encontrar trofozoítos nas fezes.
TRANSMISSÃO
SINTOMATOLOGIA
A giardíase exibe um amplo espectro clínico, variando desde casos assintomáticos até
sintomas graves. Indivíduos afetados podem apresentar diarréia aguda autolimitante,
persistente, associada à má-absorção e perda de peso, que pode não responder ao
tratamento mesmo em pessoas imunocompetentes. Essa variação é influenciada por
fatores relacionados ao parasito (cepa, carga de cistos ingeridos) e ao hospedeiro
(resposta imunológica, estado nutricional, pH gástrico e interações com a microbiota
intestinal).
A maioria das infecções é assintomática e ocorre em todas as idades, incluindo crianças
que podem ser portadoras assintomáticas por até seis meses. A forma aguda é
caracterizada por diarréia aquosa, explosiva e fétida, frequentemente acompanhada de
gases, distensão e dores abdominais. Embora autolimitante, pode ser confundida com
outras formas de diarréia, especialmente em viajantes de áreas com baixa endemicidade
que visitam regiões endêmicas.
Na fase crônica, 30 a 50% dos indivíduos podem desenvolver diarréia persistente,
esteatorréia (presença de gordura nas fezes), perda de peso e problemas de absorção.
As complicações mais sérias da giardíase crônica resultam da má absorção de nutrientes
essenciais, incluindo vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), vitamina B12, ferro, xilose e
lactose. Embora essas deficiências tenham impactos mais limitados em adultos, podem
causar problemas graves em crianças.
PATOGENIA
A Giardia causa diarreia e má absorção intestinal, mas os mecanismos exatos não são
bem conhecidos. A observação de biópsias intestinais de indivíduos infectados revela
mudanças na estrutura da mucosa, incluindo atrofia parcial ou total das vilosidades.
Lesões nas microvilosidades das células intestinais foram detectadas, possivelmente
causadas pela aderência dos trofozoítos de Giardia. Processos inflamatórios
desencadeados pela reação imune do hospedeiro também desempenham um papel
importante nas alterações morfológicas e funcionais do epitélio intestinal, com aumento de
linfócitos intra-epiteliais.
A interação da Giardia com macrófagos e linfócitos T resulta na produção de IgA e IgE,
levando à liberação de substâncias, como histamina, por mastócitos. Isso desencadeia
uma reação anafilática local, causando edema e contração dos músculos lisos intestinais,
aumentando a motilidade e renovando os enterócitos. As vilosidades são preenchidas
com células imaturas, levando à má absorção e diarreia. Mastócitos também liberam
fatores que ativam eosinófilos e neutrófilos, causando uma reação inflamatória.
Além das alterações morfológicas, outros fatores, como prostaglandinas liberadas por
mastócitos ativados e monócitos, também podem contribuir para a diarreia. A giardíase
sintomática pode estar ligada ao crescimento bacteriano na porção proximal do intestino
delgado em certas situações. Em resumo, a Giardia causa diarreia e má absorção
intestinal através de uma combinação de mecanismos, incluindo lesões morfológicas,
reações inflamatórias, liberação de substâncias por mastócitos e possíveis interações
bacterianas.
DIAGNÓSTICO
Clínico
Laboratorial
Para confirmar a suspeita clínica, deve-se fazer o exame de fezes nos pacientes para a
identificação de cistos ou trofozoítos nas fezes. Os cistos são encontrados nas fezes da
maioria dos indivíduos com giardíase, enquanto o encontro de trofozoítos é menos
frequente, e está, geralmente, associado às infecções sintomáticas. Com isto, a
observação do aspecto e consistência das fezes fornece informações sobre a forma
evolutiva a ser pesquisada, uma vez que em fezes formadas e fezes diarréicas
predominam cistos e trofozoítos, respectivamente.
EPIDEMIOLOGIA
2. Giardia tem sido reconhecido como um dos agentes etiológicos da "diarréia dos
viajantes" que viajam para zonas endêmicas. 3. Um dos meios de transmissão
recentemente descritos é a atividade sexual entre homossexuais, e que provavelmente
resulta da transmissão fecal-oral.
5. O cisto resiste até dois meses no meio exterior, em boas condições de umidade e
temperatura. É resistente ao processo de cloração da água e sobrevive durante muito
tempo embaixo das unhas.
9. Babás e manipuladores de alimentos cms (saladas, maioneses etc.) podem ser fonte
de infecção.
PROFILAXIA
TRATAMENTO
MORFOLOGIA E. HISTOLYTICA
Por ser patogênica, será descrita em detalhes, em cada uma de suas fases: trofozoíto ou
forma vegetativa, cisto ou forma de resistência, pré-cisto e metacisto.
Trofozoito
Mede de 20 até 40 micrômetros, mas pode chegar a 60 micrômetros nas formas obtidas
de lesões tissulares (forma invasiva); em culturas ou disenterias, os trofozoítos medem
entre 20 e 30 micrômetros. Geralmente tem um só núcleo, bem nítido nas formas coradas
e pouco visível nas formas vivas.
O trozofoíto, quando fixado e corado pela hematoxilina fénica, apresenta diferenças entre
ecto e endoplasma; o núcleo é bem visível e destacado, geralmente esférico. A membrana
nuclear é bastante delgada e a cromatina justaposta internamente a ela é formada por
pequenos grânulos, uniformes no tamanho e na distribuição, dando ao núcleo um aspecto
de anel (aliança de brilhante). Na parte central do núcleo encontra-se o cariossoma,
também chamado endossoma. E pequeno e com constituição semelhante à cromatina
periférica. Às vezes, o cariossoma apresenta-se formado por pequenos grânulos centrais,
dando uma configuração, com a cromatina, de "roda de carroça"
Pré-cisto
É uma fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto. É oval ou ligeiramente arredondado,
menor que o trofozoíto. O núcleo C semelhante ao do trofozoíto. No citoplasma po?dem
ser vistos corpos cromatóides, em forma de bastonetes, com pontas arredondadas.
Metacisto
É uma forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde sofre
divisões, dando origem aos trofozoítos.
Cistos
Os núcleos são pouco visíveis. Quando corados pelo lugol ou pela hematoxilina férrica, os
núcleos tornam-se bem visíveis e variam de um a quatro, tomando a cor castanho-escuro;
a membrana nuclear é mais escura devido ao revestimento da cromatina, que é um pouco
refringente; o cariossoma, pequeno e situado no centro do núcleo, também se cora de
marrom-escuro ou negro.
CICLO BIOLÓGICO
O ciclo se inicia pela ingestão dos cistos maduros, junto de alimentos e água
contaminados. Passam pelo estômago, resistindo à ação do suco gástrico, chegam ao
final do intestino delgado ou início do intestino grosso, onde ocorre o desencistamento,
com a saída do metacisto, através de uma pequena fenda na parede cística. Em seguida,
o metacisto sofre sucessivas divisões nucleares e citoplasmáticas, dando origem a quatro
e depois
oito trofozoítos, chamados trofozoítos metacísticos.
CICLO PATOGENICO
Em situações que não estão bem conhecidas, o equilíbrio parasito-hospedeiro pode ser
rompido e os trofozoitos invadem a submucosa intestinal, multiplicando-se ativamente no
interior das úlceras e podem, através da circulação porta, atingir outros órgãos, como o
fígado e, posteriormente, pulmão, rim, cérebro ou pele, causando a embíase extra-
intestinal.
TRANSMISSÃO
PATOGENIA E VIRULÊNCIA
A amebíase é uma infecção causada pela Entamoeba histolytica que pode ocorrer com ou
sem sintomas. A variabilidade na virulência da ameba é influenciada por fatores
relacionados ao hospedeiro, como localização geográfica, resposta imune, dieta e mais. A
flora bacteriana também pode afetar a virulência, com certas bactérias aumentando o
potencial agressivo da ameba. A patogenicidade da E. histolytica envolve adesão inicial à
célula hospedeira, seguida de invasão dos tecidos através de movimentos amebóides e
liberação de enzimas destrutivas. As lesões amebianas frequentemente ocorrem no ceco
e região retossigmoide, levando a úlceras e possivelmente ameboma. Em casos graves, a
ameba pode entrar na corrente sanguínea, atingindo o fígado, pulmões, cérebro, pele e
regiões anal ou vaginal.
MANIFESTAÇÕESA CLÍNICAS
DIAGNÓSTICO
Clínico
Laboratorial
Imunológico
EPIDEMIOLOGIA
A amebíase tem uma estimativa de 480 milhões de pessoas infectadas globalmente, com
10% apresentando formas invasivas. A incidência varia por país, sendo mais comum em
regiões tropicais e subtropicais, mas também presente em climas frios com más
condições higiênicas. No Brasil, a prevalência varia de região para região, devido a
fatores socioeconômicos e sanitários. Os surtos no Brasil são menos graves do que em
algumas áreas do México, África e Ásia, com predominância de colites não-disentéricas e
casos assintomáticos, exceto na Amazônia, onde há maior gravidade, incluindo
abscessos hepáticos. A transmissão ocorre pela ingestão de cistos em alimentos e água
contaminados. A E. histolytica é endêmica, mas não causa epidemias, afetando mais
adultos e certas profissões (trabalhadores de esgoto). Animais como coelhos, gatos, cães,
porcos e primatas são sensíveis à E. histolytica, com possíveis macacos como fonte de
infecção. Portadores assintomáticos desempenham papel crucial na contaminação de
alimentos. Os cistos podem permanecer viáveis em condições adequadas por até 20 dias.
PROFILAXIA
TRATAMENTO
São os que têm uma ação direta e por contato sobre a E. histolytica aderidas à parede ou
na luz do intestino. Neste grupo estão relacionados: Derivados da quinoleína, diiodo-
hidroxiquinoleína, iodocloro-hidroxiquinoleína e cloridroxiquinoleína. Antibióticos:
paramomicina e eritromicina. Outros derivados: furoato de diloxamina, clorobetarnida e
clorofenoxarnida. São também utilizados os medicamentos de síntese, como Falmonox
(Teclosan), que são dicloroacetamídicos usados por via oral na dose de dois comprimidos
de 500mg por dia durante sete dias. O outro medicamento é o Kitnos (Etofamida),
apresentado em comprimidos de 500mg; o tratamento é feito com dois comprimidos por
dia durante cinco a sete dias, atuam sobre os cistos.
Amebicidas tissulares
Metronidazol é uma escolha popular, usado para tratar amebíase intestinal e hepática,
com dose de 500 a 800mg, três vezes ao dia por sete dias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Neves, DP. Parasitologia Humana, 11. ed. São Paulo, Atheneu, 2005.
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R; CASE, Christine L. Microbiologia. 12. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2017.