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Observacao

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Assane Saide Assane

Calisto Serafim Zacarias

Dina José Faina

Observação directa
Licenciatura em Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratório

Universidade Rovuma
Extensão de cabo Delgado
2022
1

Assane Saide Assane

Calisto Serafim Zacarias

Dina José Faina

Observação directa
Licenciatura em Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratório

Trabalho de carácter avaliativo a ser entre


ao departamento de Ciências Naturais,
Matemática e Engenharia, na cadeira de
PPG 1º ano, 2º semestre, recomendado
pelo docente da cadeira.
Docente:

Universidade Rovuma

Extensão de cabo Delgado

2022
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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

1. Método observacional..............................................................................................................4

1.1. Observação directa intensiva................................................................................................4

1.1.1. Observação........................................................................................................................4

Vantagens:.......................................................................................................................................5

Limitações:......................................................................................................................................5

1.1.2. Entrevista..........................................................................................................................6

1.1.2.1. Objectivos......................................................................................................................6

1.1.2.2. Tipos ou formas de entrevistas......................................................................................7

1.1.2.3. Vantagens e Limitações.................................................................................................8

2. Observação directa extensiva...................................................................................................9

2.1. Questionário..........................................................................................................................9

2.1.1. Vantagens e Desvantagens..............................................................................................10

2.1.2. Processo de elaboração do questionário..........................................................................11

2.1.3. Classificação das perguntas............................................................................................12

Conclusão......................................................................................................................................15

Bibliografia....................................................................................................................................16
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Introdução

Pela observação o ser humano adquire grande quantidade de conhecimentos. Valendo-se dos
sentidos, recebe e interpreta as informações do mundo exterior. A observação constitui, sem
dúvida, importante fonte de conhecimento. A observação é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utilize os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenómenos que se
desejam estudar.

Objectivos

Objectivo geral:

 Conhecer a observação directa como método de colecta de dados

Objectivos específicos:

 Caracterizas as formas de observação


 Apresentar as vantagens e desvantagens da observação e seus intrumentos;
 Identificar os instrumentos de realizacao de questionários e entrevistas.

Quanto a metodologia usada na elaboração deste trabalho foi necessária a consulta de obras
bibliográficas e pesquisas feitas na internet, que consiste na recolha, crítica e interpretação dos
dados Cuja as referências estão citadas dentro do trabalho e na referência bibliográfica final.

O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: Introdução onde contém o tema do


trabalho, em seguida vem o desenvolvimento onde vêm abordados os conteúdos essenciais do
tema em estudo, a conclusão que contem a síntese em relação ao tema e por fim a referência
bibliográfica onde constam as obras usadas para a elaboração do trabalho.
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1. Método observacional

O método observacional é um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns
aspectos interessantes. “Por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e,
consequentemente, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais
modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de precisão nas ciências sociais.” (GIL,
2008, p. 16).

Destacamos que o método observacional difere do experimental em apenas alguns aspectos na


relação entre eles: “nos experimentos, o cientista toma providências para que alguma coisa
ocorra, a fim de observar o que se segue, ao passo que, no estudo por observação, apenas observa
algo que acontece ou já aconteceu.” (GIL, 2008, p. 16).

Podemos ressaltar, ainda, que existem investigações em ciências sociais que se utilizam
exclusivamente do método observacional. Outras o utilizam em conjunto com outros métodos. E
podemos afirmar que qualquer investigação em ciências sociais deve se valer, em mais de um
momento, de procedimentos observacionais.

A observação subdivide-se em directa e indirecta:

Directa – o próprio investigador colecta os dados, sem intervenção dos observados. É elaborado
um guia que orienta o que observar.

Indirecta – o investigador interage com o observado. Dois intermediários entre a informação


procurada e obtida: o sujeito observado e o guia de observação (ex. Um questionário ou guia de
entrevista.

1.1. Observação directa intensiva

A observação directa intensiva é realizada através de duas técnicas: observação e entrevista.

1.1.1. Observação

A observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e utilize os sentidos
na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas
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também em examinar fatos ou fenómenos que se desejam estudar. (Marconi e Lakatos, 2003, p.
190).

A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objectivos sobre os


quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha
papel importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o
investigador a um contacto mais directo com a realidade. É o ponto de partida da investigação
social.

Do ponto de vista científico, a observação oferece uma série de vantagens e limitações, como as
outras técnicas de pesquisa, havendo, por isso, necessidade de se aplicar mais de uma técnica ao
mesmo tempo. (Marconi e Lakatos, 2003, p. 191):

Vantagens:

a) Possibilita meios directos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenómenos.
b) Exige menos do observador do que as outras técnicas.
c) Permite a colecta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas.
d) Depende menos da introspecção ou da reflexão.
e) Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de questionários.

Limitações:

As técnicas da observação apresentam uma série de limitações, entre as quais se destacam as


seguintes:

a) O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador.


b) A ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede, muitas vezes, o observador
de presenciar o fato.
c) Factores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador.
d) A duração dos acontecimentos é variável: pode ser rápida ou demorada e os fatos podem
ocorrer simultaneamente; nos dois casos, toma-se difícil a colecta dos dados.
e) Vários aspectos da vida quotidiana, particular, podem não ser acessíveis ao pesquisador.
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1.1.2. Entrevista

A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um
procedimento utilizado na investigação social, para a colecta de dados ou para ajudar no
diagnóstico ou no tratamento de um problema social.

Para Goode e Hatt (1969:237), a entrevista "consiste no desenvolvimento de precisão,


focalização, fidedignidade e validade de certo ato social como a conversação".

Trata-se, pois, de uma conversação efectuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao
entrevistado, verbalmente, a informação necessária.

Alguns autores consideram a entrevista como o instrumento por excelência da investigação


social. Como é o caso de Best que afirma que (1972: 120). Quando realizado por um
investigador experiente, "é muitas vezes superior a outros sistemas de obtenção de dados", e de
Gil que corrobora com a ideia dizendo ‘‘entre todas as técnicas de interrogação, a entrevista são
a que apresenta maior flexibilidade’’. (Gil 2002, p. 117)

A entrevista é importante instrumento de trabalho nos vários campos das ciências sociais ou de
outros sectores de actividades, como da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia Social, da
Política, do Serviço Social, do Jornalismo, das Relações Públicas, da Pesquisa de Mercado e
outras.

1.1.2.1. Objectivos

A entrevista tem como objectivo principal a obtenção de informações do entrevistado, sobre


determinado assunto ou problema.

Quanto ao conteúdo, Selltiz (1965:286-95) apresenta seis tipos de objectivos:

a) Averiguação de "fatos". Descobrir se as pessoas que estão de posse de certas informações


são capazes de compreendê-las.
b) Determinação das opiniões sobre os "fatos". Conhecer o que as pessoas pensam ou
acreditam que os fatos sejam.
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c) Determinação de sentimentos. Compreender a conduta de alguém através de seus


sentimentos e anseios.
d) Descoberta de planos de acção. Descobrir, por meio das definições individuais dadas,
qual a conduta adequada em determinadas situações, a fim de prever qual seria a sua. As
definições adequadas da acção apresentam em geral dois componentes: os padrões éticos
do que deveria ter sido feito e considerações práticas do que é possível fazer.
e) Conduta actual ou do passado. Inferir que conduta a pessoa terá no futuro, conhecendo a
maneira pela qual ela se comportou no passado ou se comporta no presente, em
determinadas situações.
f) Motivos conscientes para opiniões, sentimentos, sistemas ou condutas. Descobrir quais
factores podem influenciar as opiniões, sentimentos e conduta e por quê.

1.1.2.2. Tipos ou formas de entrevistas

Há diferentes tipos de entrevistas, que variam de acordo com o propósito do entrevistador:

a) Padronizada ou Estruturada. É aquela em que o entrevistador segue um roteiro


previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se
realiza de acordo com um formulário elaborado e é efectuada de preferência com pessoas
seleccionadas de acordo com um plano.

O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo


"que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças
devem reflectir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas" (Lodi,
1974:16).

O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas a determinada situação, de alterar a ordem
dos tópicos ou de fazer outras perguntas.

b) Despadronizada ou não-estruturada. O entrevistador tem liberdade para desenvolver


cada situação em qualquer direcção que considere adequada. É uma forma de poder
explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser
respondidas dentro de uma conversação informal.

Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1978:110), apresenta três modalidades:


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Entrevista focalizada. Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o


entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá
esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessária
habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações
de mudança de conduta.

 Entrevista clínica. Trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a conduta das


pessoas. Para esse tipo de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas
específicas.
 Não dirigida. Há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá expressar suas
opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é de incentivo, levando o informante a
falar sobre determinado assunto, sem, entretanto, forçá-lo a responder.

c) Painel. Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de


estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de
maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as respostas com essas repetições.

1.1.2.3. Vantagens e Limitações

Como técnica de colecta de dados, a entrevista oferece várias vantagens e limitações:

Vantagens:

a) Pode ser utilizada com todos os segmentos da população: analfabetos ou alfabetizados.


b) Fornece uma amostragem muito melhor da população geral: o entrevistado não precisa
saber ler ou escrever.
c) Há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir ou esclarecer perguntas, formular
de maneira diferente; especificar algum significado, como garantia de estar sendo
compreendido.
d) Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes, condutas, podendo o entrevistado ser
observado naquilo que diz e como diz: registo de reacções, gestos etc.
e) Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em fontes documentais
e que sejam relevantes e significativos.
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f) Há possibilidade de conseguir informações mais precisas, podendo ser comprovadas, de


imediato, as discordâncias.
g) Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento estatístico.

Limitações:

A entrevista apresenta algumas limitações ou desvantagens, que podem ser superadas ou


minimizadas se o pesquisador for uma pessoa com bastante experiência ou tiver muito bom
senso. As limitações são:

a) Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes.


b) Incompreensão, por parte do informante, do significado das perguntas, da pesquisa, que
pode levar a uma falsa interpretação.
c) Possibilidade de o entrevistado ser influenciado, consciente ou inconscientemente, pelo
questionador, pelo seu aspecto físico, suas atitudes, ideias, opiniões etc.
d) Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias.
e) Retenção de alguns dados importantes, receando que sua identidade seja revelada.
f) Pequeno grau de controlo sobre uma situação de colecta de dados.
g) Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.

2. Observação directa extensiva

A observação directa extensiva realiza-se através do questionário, do formulário, de medidas de


opinião e atitudes e de técnicas metodológicas.

2.1. Questionário

Questionário é um instrumento de colecta de dados, constituído por uma série ordenada de


perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o
pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de
preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo. (Marconi & Lakatos, 2003, p. 201).

Um questionário é um instrumento de colecta de dados constituído por uma série ordenada de


perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante, sem a presença do pesquisador
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e objectiva levantar opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações


vivenciadas (Gerhardt & Silveira, 2009, p.69).

Junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa,
sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor,
no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável. Em média,
os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de devolução.

Selltiz (1965 :281) aponta alguns factores que exercem influência no retomo dos questionários:
"O patrocinador, a forma atraente, a extensão, o tipo de carta que o acompanha, solicitando
colaboração; as facilidades para seu preenchimento e sua devolução pelo correio; motivos
apresentados para a resposta e tipo de classe de pessoas a quem é enviado o questionário."

2.1.1. Vantagens e Desvantagens

De acordo com Marconi & Lakatos (2003, p. 202), como toda técnica de colecta de dados, o
questionário também apresenta uma série de vantagens e desvantagens:

Vantagens:

a) Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados.


b) Atinge maior número de pessoas simultaneamente.
c) Abrange uma área geográfica mais ampla.
d) Economiza pessoal, tanto em adestramento quanto em trabalho de campo.
e) Obtém respostas mais rápidas e mais precisas.
f) Há maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato.
g) Há mais segurança, pelo fato de as respostas não serem identificadas.
h) Há menos risco de distorção, pela não influência do pesquisador.
i) Há mais tempo para responder e em hora mais favorável.
j) Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do instrumento.
k) Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis.

Desvantagens:

a) Percentagem pequena dos questionários que voltam.


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b) Grande número de perguntas sem respostas.


c) Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas.
d) Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas.
e) A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma uniformidade
aparente.
f) Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão influenciar a
outra.
g) A devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização.
h) O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos toma difícil o controle
e a verificação.
i) Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, invalidando, portanto, as
questões.
j) Exige um universo mais homogéneo.

2.1.2. Processo de elaboração do questionário

A elaboração de um questionário requer a observância de normas precisas, a fim de aumentar sua


eficácia e validade. Em sua organização, devem-se levar em conta os tipos, a ordem, os grupos
de perguntas, a formulação das mesmas e também tudo aquilo que se sabe sobre percepção,
estereótipos, mecanismos de defesa, liderança etc." (Augras, 1974:143).

O pesquisador deve conhecer bem o assunto para poder dividi-lo, organizando uma lista de 10 a
12 temas, e, de cada um deles, extrair duas ou três perguntas. O processo de elaboração é longo e
complexo: exige cuidado na selecção das questões, levando em consideração a sua importância,
isto é, se oferece condições para a obtenção de informações válidas. Os temas escolhidos devem
estar de acordo com os objectivos geral e específico.

O questionário deve ser limitado em extensão e em finalidade. Se for muito longo, causa fadiga e
desinteresse; se curto demais, corre o risco de não oferecer suficientes informações. Deve conter
de 20 a 30 perguntas e demorar cerca de 30 minutos para ser respondido. É claro que este
número não é fixo: varia de acordo com o tipo de pesquisa e dos informantes.

Identificadas as questões, estas devem ser codificadas, a fIm de facilitar, mais tarde, a tabulação.
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Outro aspecto importante do questionário é a indicação da entidade ou organização patrocinadora


da pesquisa.

Deve estar acompanhado por instruções definidas e notas explicativas, para que o informante
tome ciência do que se deseja dele. O aspecto material e a estética também devem ser
observados: tamanho, facilidade de manipulação, espaço suficiente para as respostas, a
disposição dos itens, de forma a facilitar a computação dos dados.

2.1.3. Classificação das perguntas

Quanto à forma, as perguntas, em geral, são classificadas em três categorias: abertas, fechadas e
de múltipla escolha.

a) Perguntas abertas. Também chamadas livres ou não limitadas, são as que permitem ao
informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões. Possibilita
investigações mais profundas e precisas; entretanto, apresenta alguns inconvenientes:
dificulta a resposta ao próprio informante, que deverá redigi-la, o processo de tabulação,
o tratamento estatístico e a interpretação. A análise é difícil, complexa, cansativa e
demorada.
b) Perguntas fechadas ou dicotómicas. Também denominadas limitadas ou de alternativas
fixas, são aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim e não.

Este tipo de pergunta, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o trabalho do
pesquisador e também a tabulação: as respostas são mais objectivas. Há duas formas de fazer
perguntas dicotómicas: a primeira seria indicar uma das alternativas, ficando implícita a outra; a
segunda, apresentar as duas alternativas para escolha. A maior eficiência desta segunda forma
está directamente relacionada a dois aspectos: em primeiro lugar, não induzir a resposta e, em
segundo, ao fato de uma pergunta enunciada de forma negativa receber, geralmente, uma
percentagem menor de respostas do que a de forma positiva (Boyde e Westfall, 1978:296-7).

c) Perguntas de múltipla escolha. São perguntas fechadas, mas que apresentam uma série de
possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto.
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 Perguntas com mostruário (perguntas leque ou cafetarias). As respostas possíveis estão


estruturadas junto à pergunta, devendo o informante assinalar uma ou várias delas. Têm a
desvantagem de sugerir respostas. (Explicitar, quando se deseja uma só resposta.
 Perguntas de estimação ou avaliação. Consistem em emitir um julgamento através de
uma escala com vários graus de intensidade para um mesmo item. As respostas sugeridas
são quantitativas e indicam um grau de intensidade crescente ou decrescente.

A técnica da escolha múltipla é facilmente tabulavel e proporciona uma exploração em


profundidade quase tão boa quanto a de perguntas abertas. A combinação de respostas de
múltipla escolha com as respostas abertas possibilita mais informações sobre o assunto, sem
prejudicar a tabulação.

Quanto ao objectivo, as perguntas podem ser:

a) Perguntas de Fato. Dizem respeito a questões concretas, tangíveis, fáceis de precisar;


portanto, referem-se a dados objectivos: idade, sexo, profissão, domicílio, estado civil ou
conjugal, religião etc. Geralmente, não se fazem perguntas directas sobre casos em que o
informante sofra constrangimento.
b) Perguntas de Acção. Referem-se a atitudes ou decisões tomadas pelo indivíduo. São
objectivas, às vezes directas demais, podendo, em alguns casos, despertar certa
desconfiança por parte do informante, influindo no seu grau de sinceridade. Devem ser
redigidas com bastante cuidado.
c) Perguntas de ou sobre Intenção. Tentam averiguar o procedimento do indivíduo em
determinadas circunstâncias. Não se pode confiar na sinceridade da resposta; entretanto,
os resultados podem ser considerados aproximativos. É um tipo de pergunta empregado
em grande escala nas pesquisas pré-eleitorais.
d) Perguntas de Opinião. Representam a parte básica da pesquisa.
e) Perguntas-Índice ou Perguntas-Teste. São utilizadas sobre questões que suscitam
medo; quando formuladas directamente, fazem parte daquelas consideradas socialmente
inaceitáveis. Mediante este tipo de perguntas, procura-se estudar um fenómeno através de
um sistema ou índice revelador do mesmo. É utilizada no caso em que a pergunta directa
é considerada imprópria, indiscreta.
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Normalmente, perguntas relativas a aspectos íntimos ou a vícios (consumo de drogas etc.) são
consideradas indiscretas, da mesma forma que aquelas que abordam aspectos relacionados a
preconceitos. Para contornar essa dificuldade, pode-se fazer a pergunta de forma indirecta,
dando-se ao entrevistado uma série de opções, que, até certo ponto, podem medir o seu grau de
preconceito.

Alguns autores classificam ainda as perguntas em:

a) Directa ou Pessoal. Quando formuladas em termos pessoais, incluindo a pessoa do


informado.

b) Indirecta ou Impessoal. Quando formuladas visando a outras pessoas.

LAKATOS e MARCONI (1991) apresentam-nos ainda as seguintes técnicas, que compõem a


observação directa extensiva:

 Formulário: é um roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por


ele com as respostas do pesquisado.
 Medidas de opinião e de atitudes: é um instrumento de padronização que visa a
assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-
las.
 Testes: são instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir
o rendimento, a frequência, a capacidade ou o comportamento de indivíduos, de forma
quantitativa.
 Sociometria: é uma técnica quantitativa que procura explicar as relações pessoais entre
indivíduos de um grupo.
 Análise de conteúdo: técnica que permite a descrição sistemática, objectiva e quantitativa
do conteúdo da comunicação.
 História da vida: tenta obter dados relativos à experiência pessoal de alguém que tenha
significado importante para o conhecimento do objecto de estudo.
 Pesquisa de mercado: visa obtenção de informações sobre o mercado, para ajudar o
processo decisivo nas empresas.
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Conclusão

Após a investigação feita, chegou-se a conclusão que a observação subdivide-se em directa e


indirecta, na directa o próprio investigador colecta os dados, sem intervenção dos observados. É
elaborado um guia que orienta o que observar enquanto na indirecta o investigador interage com
o observado. Dois intermediários entre a informação procurada e obtida: o sujeito observado e o
guia de observação (ex. Um questionário ou guia de entrevista), e que do ponto de vista
científico, a observação oferece uma série de vantagens e limitações, como as outras técnicas de
pesquisa, havendo, por isso, necessidade de se aplicar mais de uma técnica ao mesmo tempo.
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Bibliografia
GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

MINAYO, Maria Cecília de Sousa. O desafio do conhecimento. São Paulo: Hucitec, 1993.

OLIVEIRA, Sílvio Luís. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira, 1997.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia


científica. São Paulo: Atlas, 1993.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico.


São Paulo: Atlas, 1991.

FIORENTINI e LORENZATO. Investigação em Educação Matemática: percursos teóricos e


metodológicos. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2006.

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1989.

LAKATOS, E. MARCONI, M. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: atlas, 1992.

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