Acórdão 1
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Acórdão 1
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
11ª Câmara de Direito Privado
Registro: 2018.0000764169
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1022505-93.2017.8.26.0576 e código 9C7D7B5.
ACÓRDÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GILBERTO PINTO DOS SANTOS, liberado nos autos em 28/09/2018 às 18:35 .
NONATO, é apelado/apelante BANCO DO BRASIL S/A.
Voto nº 40.333
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Apelação n.º 1022505-93.2017.8.26.0576
Comarca: São José do Rio Preto - 7ª Vara Cível
Aptes/Apdos: Super Ótica Rio Preto Ltda, Vanessa Nonato Croce, Juliano Stefani
Nonato e Ivani Mendes de Oliveira Nonato
Apelado/Apelante: Banco do Brasil S/A
Juiz(a) de 1ª Inst.: Marcelo Eduardo de Souza
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CONTRATOS BANCÁRIOS. Ação de revisão. Cédulas de crédito bancário e
contratos de abertura de crédito fixo1. Não houve cerceamento de defesa, pois os
elementos dos autos eram suficientes para esclarecimento das questões. 2. O fato de
os contratos entre as partes terem sido de adesão não tem maior significado, posto
que a lei (inclusive o Código de Defesa do Consumidor) admite tal forma de
contratação. 3. Capitalização permitida expressamente nas cédulas de crédito (art.
28, § 1º, da Lei nº 10.931, de 02.08.2004), bem como nos contratos bancários
firmados após a edição da Medida Provisória nº 1.963-17-/2000. 4. Comissão de
permanência. Inexistência de cobrança na prática, muito menos cumulada com
outros encargos moratórios. Demanda improcedente. Recurso do réu provido e
não provido o dos autores, com majoração da verba honorária.
para que a r. sentença seja reformada e os autos retornem para apreciação da prova
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pericial requerida.
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Recursos preparados (fls. 287/288 e 298/299) e não respondidos
É o relatório.
Necessário ser entendido, de uma vez por todas, que a ação deve se
assentar em atos e fatos jurídicos afirmados ou negados, servindo a prova apenas como
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meio de verificação das proposições que os litigantes formulam em juízo. A prova civil,
como explica EDUARDO COUTURE, “não é uma averiguação” e nem o Juiz civil é
um investigador da verdade, pois a este em regra não compete conhecer de outra prova
senão daquelas que lhe subministram os litigantes (Fundamentos del Derecho Procesal
Civil. 3ª Ed. Buenos Aires: Depalma, 1966, p. 217-218).
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Portanto, apenas para argumentar, só se poderia cogitar de eventual
perícia a partir de dados concretos, isto é, da indicação precisa dos negócios inquinados,
sendo imprestável mera referência genérica, pois é sabido e ressabido que “o fato
indeterminado, ou indefinido, é insuscetível de prova” (MOACYR AMARAL SANTOS,
Comentários ao Código de Processo Civil, Forense, IV vol., 3ª ed., p. 35).
Também, o fato de o contrato entre as partes ter sido de adesão não tem
maior significado, posto que a lei (inclusive o Código de Defesa do Consumidor) admite
tal forma de contratação. Aos olhos da lei, a adesão tem o mesmo valor do
consentimento, não se medindo a força das vontades, donde irrelevante que uma das
partes seja mais fraca do que a outra.
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Portanto, importante de ser visto era se houve e onde ocorreu eventual
abuso, para o que se dispensava o desfiar de teses filosóficas, bastando o exame objetivo
da matéria fática.
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fls. 226), são aparentemente normais aos de mercado, não havendo como tê-los por
ilegais, pois de há muito é pacífico que as instituições financeiras, desde que
autorizadas, podem cobrar juros superiores aos limites impostos pela Lei de Usura. A
este respeito, a Súmula 596 do Supremo Tribunal Federal é clara: “As disposições do
Decreto 22.626/33 não se aplicam às taxas e aos outros encargos cobrados nas
operações realizadas por instituições públicas ou privadas que integram o sistema
financeiro nacional”.
E assim porque a taxa mensal dos contratos não refletem apenas juros
reais, indicativos de lucro. Ao contrário, nelas são abarcadas também os custos
operacionais e de captação, taxas, impostos, índices de inadimplência, os custos para
recuperação de créditos judicialmente etc. Logo, falta robustez ao argumento de que
toda a remuneração do dinheiro é simplesmente revertida em lucros abusivos por parte
da instituição.
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do banco. Com efeito, a limitação da taxa de juros em face da suposta
abusividade somente se justificaria diante de uma demonstração cabal da
excessividade do lucro da intermediação financeira, o que, no caso concreto,
não é possível de ser apurado nesta instância especial, a teor da Súmula nº
7/STJ."
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Ainda, concernente aos juros, o limite de 12% ao ano jamais chegou a
vigorar. A propósito, inclusive, o E. Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 648,
que assim dispõe: “A norma do § 3º do art. 192 da Constituição Federal, revogada pela
Emenda Constitucional 40/2003, que limitava a taxa de juros a 12% ao ano, tinha sua
aplicabilidade condicionada à edição de Lei Complementar.”
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despesas e os demais encargos decorrentes da obrigação;
(...)” (grifei).
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- É permitida a capitalização mensal nos contratos bancários celebrados a
partir de 31.03.2000 (MP 1.963-17, atual MP nº 2.170-36), desde que
pactuada.”
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recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho
adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§
2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação dos honorários devidos
ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e
3º para a fase de conhecimento”.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GILBERTO PINTO DOS SANTOS, liberado nos autos em 28/09/2018 às 18:35 .
Assim, tendo sido fixados em primeira instância os honorários em 10%
sobre o valor da causa, majoro tal percentual para 15%, nos termos da legislação
processual vigente, considerando maior tempo e trabalho gastos para a solução da
demanda, observada a gratuidade.
Ante o exposto e pelo mais que dos autos consta, dou provimento ao
recurso do réu para julgar a demanda improcedente e nego provimento ao recurso dos
autores, com a majoração da verba honorária (CPC, art. 85, § 11).
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SJ 3.2.1.1 - Serv. de Proces. da 11ª Câmara de Dir. Privado
Páteo do Colégio, nº 73 - CEP 01016-040 - Páteo do Colégio -
Salas 203/205 - São Paulo/SP
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CERTIDÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ROSELI DANTAS HOLDSCHIP, liberado nos autos em 08/10/2018 às 11:30 .
Apelado/Apelante: Banco do Brasil S/A
Relator(a): Gilberto dos Santos
Órgão Julgador: 11ª Câmara de Direito Privado
CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO
_______________________________________________
Roseli Dantas Holdschip - Matrícula M110516
Escrevente Técnico Judiciário
fls. 315
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SJ 3.2.1.1 - Serv. de Proces. da 11ª Câmara de Dir. Privado
Páteo do Colégio, nº 73 - CEP 01016-040 - Páteo do Colégio -
Salas 203/205 - São Paulo/SP - 3292-4900 r2212
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SUELLEN APARECIDA GRANGEIRO BATISTA DA SILVA, liberado nos autos em 08/11/2018 às 17:18 .
CERTIDÃO
_______________________________________________________
Suellen Aparecida Grangeiro Batista da Silva - Matrícula: M359962
Escrevente Técnico Judiciário
fls. 316
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SJ 3.2.1.1 - Serv. de Proces. da 11ª Câmara de Dir. Privado
Páteo do Colégio, nº 73 - CEP 01016-040 - Páteo do Colégio - Salas
203/205 - São Paulo/SP - 3292-4900 r2212
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1022505-93.2017.8.26.0576 e código A300600.
CERTIDÃO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 08/11/2018 às 17:22 .
Apelante/Apelado Super Ótica Rio Preto Ltda e outros
Apelado/Apelante Banco do Brasil S/A
Relator(a): Gilberto dos Santos
Órgão Julgador: 11ª Câmara de Direito Privado
Vara de Origem: 7ª Vara Cível
CERTIDÃO DE REMESSA
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Suellen Aparecida Grangeiro Batista da Silva - Matrícula M359962
Escrevente Técnico Judiciário
fls. 317
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1022505-93.2017.8.26.0576 e código 345EE40.
DESPACHO
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRESSA MARIA TAVARES MARCHIORI, liberado nos autos em 14/11/2018 às 10:56 .
Juiz(a) de Direito: Dr(a). ANDRESSA MARIA TAVARES MARCHIORI
Vistos.
Processo nº 1022505-93.2017.8.26.0576 - p. 1
fls. 318
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1022505-93.2017.8.26.0576 e código 34C430E.
Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0697/2018, foi disponibilizado na página
3684/3694 do Diário da Justiça Eletrônico em 22/11/2018. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil
subseqüente à data acima mencionada.
Advogado
Marcelo Farini Pirondi (OAB 165179/SP)
Jose Arnaldo Janssen Nogueira (OAB 353135/SP)
Servio Tulio de Barcelos (OAB 295139/SP)
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por IGOR CAPARROZ, liberado nos autos em 22/11/2018 às 13:31 .
Tramitará em apartado e receberá numeração própria. Instaurado o incidente ou decorrido trinta dias sem que
nada seja requerido, arquivem-se definitivamente estes autos. Intimem-se."
Igor Caparroz
Escrevente Técnico Judiciário