Apostila 1 - Parte Morfologia e Estilística
Apostila 1 - Parte Morfologia e Estilística
Apostila 1 - Parte Morfologia e Estilística
PARÔNIMOS
Encontros Vocálicos................................................................................................... 1
Encontros Consonantais............................................................................................ 2
Acentuação Gráfica..................................................................................................... 8
Crase........................................................................................................................... 13
Homônimos................................................................................................................ 19
Parônimos.................................................................................................................. 20
Figuras de Linguagem............................................................................................... 25
Encontros Vocálicos
1) Ditongo
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
pai, série
mãe
2) Tritongo
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, numa só
sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos:
3) Hiato
1
É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que
nunca há mais de uma vogal numa sílaba.
Por Exemplo:
saída (sa-í-da)
poesia (po-e-si-a)
Saiba que:
- É tradicional considerar hiato o encontro entre uma semivogal e uma vogal ou entre uma vogal e
uma semivogal que pertencem a sílabas diferentes, como em ge-lei-a, io-iô.
Encontros Consonantais
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro
consonantal. Existem basicamente dois tipos:
- os que resultam do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-
dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se...
- os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo,
lis-ta...
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso,
inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go...
Dígrafos
De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra.
Por Exemplo:
Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras.
Por Exemplo:
Na palavra acima, para representar o fonema | xe| foram utilizadas duas letras: o c e o h.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois
+ grafo = letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos
agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.
Dígrafos Consonantais
2
lh lhe telhado
nh nhe marinheiro
ch xe chave
rr Re (no interior da palavra) carro
ss se (no interior da palavra) passo
qu que (seguido de e e i) queijo, quiabo
gu gue (seguido de e e i) guerra, guia
sc se crescer
sç se desço
xc se Exceção
Dífonos
x ks Táxi
Observação:
"Gu" e "qu" são dígrafos somente quando, seguidos de "e" ou "i", representam os fonemas /g/ e
/k/: guitarra, aquilo. Nesses casos, a letra "u" não corresponde a nenhum fonema. Em algumas
palavras, no entanto, o "u" representa um fonema semivogal ou vogal (aguentar, linguiça,
aquífero...) Nesse caso, "gu" e"qu" não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são
seguidos de "a" ou "o" (quase, averiguo).
Sílaba
Observe:
A - MOR
A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. A cada um
desses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo
da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em cada
sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos perceber quantas
3
vogais tem essa palavra. Atenção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar
semivogais.
Divisão Silábica
Acento Tônico
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade
sonora do que as demais.
Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas palavras, em meio a sílabas de menor
intensidade, é um dos elementos que dão melodia à frase.
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Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
Palavra primitiva: be - bê
átona tônica
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos da língua portuguesa que contêm duas ou mais
sílabas são classificados em:
Saiba que:
Monossílabos
5
Leia em voz alta a frase abaixo:
O sol já se pôs.
Critérios de Distinção
Muitas vezes, fazer a distinção entre um monossílabo átono e um tônico pode ser complicado.
Por isso, observe os critérios a seguir.
Nos monossílabos átonos a vogal final se modifica ou pode modificar-se na pronúncia. Com
os tônicos, não ocorre tal possibilidade.
Exemplos:
Vou de carro para o meu trabalho. (de = monossílabo átono - é possível a pronúncia di
ônibus.)
Dê um auxílio às pessoas que necessitam. (dê = monossílabo tônico - é impossível a
pronúncia di um auxílio.)
pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, os, as, lhe, nos, vos
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Obs.: pode ocorrer que, de acordo com a autonomia fonética, um mesmo monossílabo
seja átono numa frase, porém tônico em outra.
Exemplos:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Todas as palavras de duas ou mais sílabas possuem uma sílaba tônica, sobre a qual recai o
acento prosódico, isto é, o acento da fala. Veja:
es - per - te - za
ca - pí - tu - lo
tra - zer
e - xis - ti - rá
Dessas quatro palavras, note que apenas duas receberam o acento gráfico. Logo, conclui-se
que:
Acento Prosódico é aquele que aparece em todas as palavras que possuem duas ou mais
sílabas. Já o acento gráfico se caracteriza por marcar a sílaba tônica de algumas palavras. É
o acento da escrita. Na língua portuguesa, os acentos gráficos empregados são:
Sobre as letras e e o, indica que representam as vogais tônicas com timbre aberto.
Exemplos: pé, herói
Acento Grave (`): indica as diversas possibilidades de crase da preposição "a" com artigos e
pronomes.
Exemplos: à, às, àquele
Acento Circunflexo (^): indica que as letras e e o representam vogais tônicas, com timbre
fechado. Pode surgir sobre a letra a, que representa a vogal tônica, normalmente diante
de m, n ou nh.
Exemplos: mês, bêbado, vovô, tâmara, sândalo, cânhamo
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acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre
acentuadas.
Proparoxítonas
Paroxítonas
l fácil
n pólen
r cadáver
ps bíceps
x tórax
us vírus
i, is júri, lápis
om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis
Observações:
2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).
Exemplos:
Oxítonas
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a(s): sofá, sofás
e(s): jacaré, vocês
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns
Monossílabos
Monossílabos Tônicos
a(s): lá, cá
e(s): pé, mês
o(s): só, pó, nós, pôs
Monossílabos Átonos
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas
átonas do vocábulo a que se apoiam.
Exemplos:
o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc.
Observações:
Exemplos:
Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila? (átono)
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me recordo
agora. (átono)
Saiba que:
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dar + as = dá-las fazer + o = fazê-lo
Acento de Insistência
Exemplos:
Regras Especiais
Ditongos Abertos
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e não
êi), são acentuados. Veja:
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia,
paranoia, plateia, etc.
Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r" (e
não por possuir ditongo aberto "ói").
Hiatos
Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles
sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-
nh".
Exemplos:
sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de
ju - iz ra - iz ru - im ca - ir
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Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.
Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem hiatos,
mas por outras razões. Veja os exemplos abaixo:
po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em "o".
Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no
singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para
circunflexo:
Acento Diferencial
Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos são utilizados para diferenciar
palavras homógrafas (de mesma grafia). Veja:
a) pôde / pode
b) pôr / por
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Saiba que:
jogá-lo
jogá-lo-íamos
Acento Grave
O acento grave usa-se exclusivamente para indicar a crase da preposição "a" com os
artigos a, as e com os demonstrativos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo: à, às,
àquele(s), àquela(s), àquilo.
CRASE
A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome
que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição "a" com o
artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele
(s), aquela (s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` )
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para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas
vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes
que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a
ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome. Observe:
Vou a a igreja.
Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e
a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse
encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros
exemplos:
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige
preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo
ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja
feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.
1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir
a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino.
Veja os exemplos:
Veja os exemplos:
- Penso na aluna.
- Apaixonei-me pela aluna.
Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do
artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá
crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:
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Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
Assisitimos a espetáculos magníficos.
Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é
apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das
formas senhora, senhorita e dona:
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método
explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção
surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:
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Ex.: Falei a pessoas estranhas.
→ Pessoas está no plural e o ‘a’ no singular
Observação:
Se o mesmo a vier seguido de s haverá crase.
Falei às pessoas estranhas.
(a + as = preposição + artigo)
- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda
de fique subentendida):
- Na indicação de horas:
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à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o
artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a". Para
saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo
regente por um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da
contração "da" ou "na" prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por
exemplo:
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por
exemplo:
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém)
e exige preposição, portanto, ocorre a crase.
O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre
nesse caso. Veja outros exemplos:
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Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo
que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase
nesses casos, utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por
exemplo:
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada pela
substituição do termo regente feminino por um termo regido masculino. Veja:
A Palavra Distância
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:
Sua casa fica à distância de 100 quilômetros daqui. (A palavra está determinada.)
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo:
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Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo
o uso do artigo. Observe:
Contei a Laura o que havia ocorrido na noite Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite
passada. passada.
Contei à Laura o que havia ocorrido na noite Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite
passada. passada.
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por você.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando por você.
Diga a sua irmã que estou esperando por ela. Diga a seu irmão que estou esperando por ele.
Diga à sua irmã que estou esperando por ela. Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.
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HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
Homônimos
São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados
diferentes. Veja alguns exemplos no quadro abaixo:
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incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
Homônimos Perfeitos
Por Exemplo:
Atenção: Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita (grafia), mas a pronúncia e o
significado são sempre diferentes. Essas palavras são chamadas de homógrafas e são uma
subclasse dos homônimos.Observe os exemplos:
gosto (substantivo)
gosto (forma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo)
Parônimos
É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito
parecidas na pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo.
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emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)
eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente)
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)
esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)
estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar)
flagrante (evidente) fragrante (perfumado)
fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)
fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)
imergir (afundar) emergir (vir à tona)
inflação (alta dos preços) infração (violação)
infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)
mandado (ordem judicial) mandato (procuração)
peão (aquele que anda a pé, domador de
pião (tipo de brinquedo)
cavalos)
precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem fundamento)
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
recrear (divertir) recriar (criar novamente)
soar (produzir som) suar (transpirar)
sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)
sustar (suspender) suster (sustentar)
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)
Vultuoso (Inchado, volumoso) Vultoso (valor ou quantidade excessiva de algo)
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a) MAIS = opõe-se a MENOS:
“Hoje estou mais satisfeito.” (=poderia estar menos satisfeito)
“Compareceram mais pessoas que o esperado.” (=poderiam ser menos pessoas)
MAL x BEM;
MAU x BOM.
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“Abra a janela porque o calor está insuportável.”
“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”
b) PORQUÊ é a forma substantivada (=antecedida de artigo “o” ou “um”):
“Quero saber o porquê da sua decisão.”
“A professora quer um porquê para tudo isso.”
d) POR QUE
2. quando for substituível por POR QUAL, PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS, PELAS QUAIS:
“Só eu sei as esquinas por que passei.” (=pelas quais)
“É um drama por que muitos estão passando.” (=pelo qual)
“Desconheço as razões por que ela não veio.” (=pelas quais)
6º) ONDE/AONDE
Emprega-se aonde com verbos que não dão idéia de movimento e indicam direção. Equivale a para onde.
Ex.: Aonde você vai com tanta pressa?
A fim faz parte da locução a fim de que, significa para e indica ideia de finalidade.
8º) HÁ/ A
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Empregamos a (preposição) para indicar tempo futuro.
Ex.: Daqui a dois meses ele aparecerá.
9º) CESSÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO
“Sequer”
É um advérbio e podemos pensar nele como o “ao menos”. Geralmente usamos em frases negativas ou
que dão um sentido negativo.
Exemplos:
Como é possível esperar que a humanidade ouça conselhos, se nem sequer ouve as advertências.
“Se quer”
É apresentada pela conjunção “se” e do verbo “querer”. Podemos substituí-lo por “se desejar”, geralmente
usado em frases condicionais.
Exemplos:
A cerca de, escrito assim, separado, significa “perto de”, “aproximadamente”, “próximo de”:
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c) Vamos, ela está a cerca de dois passos daqui.
Há cerca de por apresentar o verbo “haver” tem sentido de tempo decorrido, logo, significa “desde
aproximadamente”, “faz aproximadamente”:
Use “se não” (união da conjunção se + advérbio não) quando puder trocar por “caso não”, “quando não”
ou quando a conjunção “se” for integrante e estiver introduzindo uma oração objetiva direta: Perguntei a
ela se não queria dormir em minha casa.
Use “senão” quando puder substituir por “do contrário”, “de outro modo”, “caso contrário”, “porém”, “a não
ser”, “mas sim”, “mas também”.
a) Você tem de comer toda a comida do prato, senão é desperdício. (de outro modo)
b) Se o clima estiver bom você vai, senão não vai. (do contrário)
c) Não lhe resta outra coisa senão pedir perdão. (a não ser)
d) Se não fosse o trânsito, não teria me atrasado. (caso não)
e) Não fui eu se não der certo. (caso não)
FIGURAS DE LINGUAGEM
Eufemismo: esta figura de linguagem tem como base uma forma mais amena e leve de tratar as
coisas; sempre buscando torná-las mais light.
Ex.:
Wallace, Larissa foi para morada de Deus.
↓
Utilizada este termo em vez de falar que morreu
25
Comparação: esta figura consiste em traçar um paralelo entre elementos que possuam algo em
comum.
Ex.:
Kauwã é belo e forte como um deus grego.
↓
Elementos em comum aparecem claramente
Metáfora: se apresenta como uma comparação, na qual o elemento de comparação não aparece
explicitamente (de forma clara).
Metonímia/Sinédoque: consiste em colocar algo representado outro com o qual tenha estrita
relação: a marca pelo produto, o autor pela obra, o continente pelo conteúdo, a parte pelo todo...
Ex.: Tomei uma taça de vinho.
↓
Trocou-se o conteúdo pelo continente. Tomou-se o vinho e não a taça
“O professor tomou uma garrafa de aguardente.”
↓
Trocou-se o continente pelo conteúdo. Na verdade, bebeu a aguardente e não a garrafa.
Sinestesia: nessa figura de linguagem temos evidenciado os sentidos sensoriais do ser humano
(audição, visão, paladar, tato e olfato).
Ex.: A nova aluna tinha uma voz doce e macia, um hálito mentolado.
↓ ↓ ↓
Paladar Tato Olfato
Catacrese: quando utilizamos um termo que não tem relação estrita com a coisa representada,
mas que, pelo uso, acabou se tornando comum.
Ex.:
No supermercado, pude comprar alguns dentes de alho.
↓
Na verdade não são dentes, mas grãos de alho.
26
Ex.:
Senti um calor gélido no estômago.
↓
Como pode existir um calor gelado?
Ex.:
Naquela noite sombria a luz da lua era radiante.
↓ ↓
Escuro x Claro
Exemplo:
A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)
Exemplo:
Aliteração: consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.
Assonância: é um recurso sonoro que consiste em repetir sons de vogais em um verso ou em uma frase,
especialmente as sílabas tônicas.
Exemplo:
Elipse: consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.
Exemplo: Após a queda, nenhuma fratura. (fica implícita a expressão “não houve”)
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Pleonasmo: consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.
Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase,
abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.
Anáfora: consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para
uma maior expressividade.
Exemplo:
Silepse: ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e não sua forma gramatical. Existem três
tipos de silepse: gênero, número e pessoa.
De gênero.
Exemplo:
Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à
forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento
e não com o sujeito).
De número.
Exemplo:
A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (neste caso, a concordância se deu com a ideia
de plural da palavra boiada).
De pessoa
Exemplo:
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As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (neste tipo de
silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).
Exemplos:
"Liberdade, Liberdade,
Abre as asas sobre nós,
Das lutas, na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada)
Gradação: consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou
decrescente. Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é descendente, o anticlímax.
Exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões...
Exemplo:
Em "Fumando um pensativo cigarro", de modo algum o cigarro é pensativo, então, o que temos é a
impressão imediata do escritor ao observar o fumador a pensar.
Hipérbato / inversão / anástrofe: é o rompimento da ordem direta dos termos da oração (sujeito, verbo,
complementos, adjuntos) ou de nomes e seus determinantes.
Exemplos:
2. "Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores" (Osório Duque Estrada, em
Hino Nacional Brasileiro)
4. Morreu o presidente.
VÍCIOS DE LINGUAGEM
Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens emitidas, os vícios
de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais. Os vícios de
linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor.
Observe:
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Pleonasmo Vicioso ou Redundância: diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso
quando há repetição desnecessária de uma informação na frase.
Exemplos:
1) Pronúncia
Exemplos:
2) Morfologia
Exemplos:
3) Semântica
4) Estrangeirismos
Exemplos:
1) Concordância
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Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)
2) Regência
3) Colocação
Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé)
Ambiguidade ou Anfibologia: ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.
Exemplos:
Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
O pai falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)
Cacofonia: ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou
palavra inconveniente.
Exemplos:
Eco: ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Exemplos:
Eu a amo.
Ou eu ou a outra ganhará o concurso.
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