Fundamentos de Pedagogia
Fundamentos de Pedagogia
Fundamentos de Pedagogia
FUNDAMENTOS BÁSICOS DA
PEDAGOGIA
Paidagogo é aquele que conduz ou dirige a criança. Na Grécia Antiga, eram chamados de
paidagogos os escravos que acompanhavam as crianças até ao local dos jogos ou até ao local
onde recebia as instruções do seu preceptor (mestre, educador).
Como escravo, ele era submisso a criança, mas tinha que fazer valer a sua autoridade quando
necessário. Por esse motivo, esses escravos passaram a ser os próprios educadores.
Confiavam a eles a educação dos seus filhos.
Outros Conceitos
É o conjunto de conhecimentos estruturados relativos ao fenómeno educativo;
É o campo de conhecimentos que se ocupa ao estudo sistemático da educação;
É a ciência da educação que explica e orienta a prática educativa através de uma
metodologia própria;
É a principal ciência que se ocupa da busca de soluções para os problemas da educação;
É a filosofia, ciência e arte técnica da educação. PILLETI, 1991:41;
É a ciência sobre a educação, instrução e ensino do homem em todos os momentos
históricos do seu desenvolvimento.
É um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação
numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos
indivíduos, tendo em vista a prepará-los para as tarefas da vida social. (LIBÂNEO,
1994:24).
Uma vez que a prática educativa é o processo pelo qual são assimilados conhecimentos e
experiências pela prática social da humanidade, cabe a pedagogia assegurá-lo orientando-o para
finalidades sociais e políticas, criando um conjunto de condições metodológicas e organizativas
para viabilizá-lo.
Em outras palavras, para tornar efectivo o processo educativo, é preciso dar-lhe uma orientação
sobre as finalidades e meios da sua realização, conforme opções que se façam quanto ao tipo de
homem que se deseja firmar e ao tipo de sociedade que se aspira. Esta tarefa pertence a
pedagogia como teoria e prática do processo educativo.
Objectivos da Pedagogia
Garantir a eficiência e eficácia da educação do homem pelo homem;
Desenvolver o espírito de análise crítica e reflexiva a problemática do processo educativo;
Conhecer os princípios, metodologia e leis da planificação, organização, direcção e
controle do processo educativo;
Compreender o carácter social, político, económico, individual, científico e técnico do
processo educativo;
Aplicar os conhecimentos pedagógicos em conformidade com os conhecimentos da
psicologia e das metodologias das disciplinas da sua especialidade;
Buscar soluções para a educação de acordo com a dinâmica e aspirações da sociedade;
Definir ou determinar actividades educativas segundo a política e economia do País;
Conhecer as responsabilidades do professor como encarregado da sociedade, do estado e
assumir de forma consciente e comprometedora a actividade educativa.
São conceitos que exprimem as diversas relações que podemos estabelecer entre as ideias e os
factos pedagógicos.
A categoria fundamental da pedagogia é a educação, que tem um carácter mais preciso, mais
geral e compreende as outras noções principais da pedagogia (instrução e ensino).
No sentido social:
1- Define-se por educação como o processo de transmissão de experiência social acumulada
pelas gerações mais velhas as mais novas com vista a prepará-los para a vida e trabalho na
sociedade.
2- Processo de transmissão de herança cultural a novas gerações. MARQUES, 2000:54.
A experiência social inclui as normas morais, as opiniões políticas e religiosas, as tradições e
valores os conhecimentos e habilidades de trabalho. Neste sentido, pode-se dizer que a
educação é uma categoria eterna. Ela surge simultaneamente com o nascimento da sociedade
e existirá em todas etapas do seu desenvolvimento porque a sociedade humana não pode
desenvolver-se sem a transmissão de experiências ao longo dos anos de uma geração a outra.
É assim que LIBÂNEO (1994:17) afirma que não há sociedade sem prática educativa e nem
prática educativa sem sociedade. Portanto, compreender aos processos formativos que
ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e
inevitável pelo simples facto de existirem socialmente. Essa educação ocorre
espontaneamente no meio social: na família, na rua, nos lugares de convívios, etc.
É o processo pelo qual a sociedade procura transmitir as suas tradições, costumes, hábitos,
conhecimentos e herança social. Essa educação ocorre em instituições especiais, é
planificada, mas não realizada formalmente
No sentido restrito
Neste sentido a educação deve ser percebida como aquela que ocorre em instituições
específicas, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma acção consciente,
deliberada e planificada, embora sem se separar daqueles processos formativos gerais.
- Sentido Restrito Pedagógico – conhecida também por educação intencional (formal) que é
aquela que se realiza nas instituições criadas para o efeito – escolas.
Corresponde ao processo de transmissão e aquisição de conhecimentos devidamente
organizados e sistematizados e que ocorre em instituições devidamente estabelecidos.
A educação não se confunde com a escolarização, pois a escola não é o único lugar onde a
educação ocorre1. A educação também se dá onde não há escola. em todo o lugar existem
redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra. Mesmo nos locais
onde não há sequer a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado, existe
educação.
1
Leia PILETTI (1994:17)
Duma forma geral e sob ponto de vista de vários autores, a educação é definida como:
É o processo de desenvolvimento e realização do potencial intelectual, estética e afectivo
existente na criança, MARQUES (2000:54).
É acção geral e fundamental que o adulto exerce directa e indirectamente sobre a criança com
vista a orientar e indicar explicita ou implicitamente a sua existência e a sua conduta segundo
os problemas, concepções morais, sociais, económicas e religiosas, LEIF (1976:31)
É acção exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que ainda não estão amadurecidas para
a vida social, DURKHEIM.
Em Suma:
O ensino é o processo de transmissão e aquisição de educação e instrução de modo
planificado e sistematizado.
Instrução
A instrução se refere `a formação intelectual, formação e desenvolvimento das
capacidades cognitivas mediante o domínio de certo nível de conhecimentos
sistematizados.
A instrução também tem um sentido mais amplo, que não é o resultado do ensino, mas
sim, de auto – instrução, da informação em massa (jornais, cinema, rádios, etc), incluindo
o conhecimento do quotidiano.
Auto – Instrução
Pressupõe um trabalho independente, intencional, especialmente organizado, relacionado
com a busca e aquisição de conhecimentos num determinado campo, pelo qual o homem
tem interesse.
NB: A pedagogia é uma ciência sobre a educação, ensino e instrução do homem em todos
os momentos históricos do seu desenvolvimento.
1.3- ESTRUTURA DA PEDAGOGIA
A pedagogia como toda ciência constitui um conjunto organizado sistemático de
conhecimentos, possui estrutura própria.
Disciplinas Filosóficas
- História da Educação;
- Filosofia da Educação;
- Educação Comparada;
- Política Educacional.
Disciplinas Cientificas
- Biologia Educacional;
-Psicologia Educacional;
- Sociologia Educacional.
Disciplinas Técnicas
- Administração Escolar;
-Organização Escolar;
-Higiene Escolar;
-Orientação Educacional;
-Didáctica Geral/ Especial
Pedagogia
Aspecto Técnico
Como educar?
1- Fundamentos da Pedagogia
Analisa os princípios gerais dos processos, examina as premissas do surgimento das ciências
pedagógicas procurando formar as noções básicas e os fundamentos para um estudo aprofundado
posterior.
Estuda a educação como função especial da sociedade e do homem em todas as faixas etárias.
2- Teoria ou filosofia da educação
Estuda os processos parciais da educação, dentro e fora do ensino, nos quais se formam as
qualidades de carácter (atitudes, convicções, hábitos e formas de comportamentos do homem).
3- Didáctica Geral
Estuda as leis gerais da educação, da instrução, da auto – instrução e o ensino propriamente dito,
sob orientação do pedagogo. Também elabora objectivos, conteúdos, métodos e técnicas do
ensino.
4- Pedagogia das Idades
Examina teorias mais gerais da educação do homem nas suas diferentes etapas etárias, isto é,
estuda as particularidades da educação e do ensino nos diferentes períodos etários.
Esta por sua vez subdivide-se em três áreas:
- A Pedagogia Pré-escolar;
- A Pedagogia Escolar;
- Andragogia (Educação de Adultos).
Todavia, a melhor ligação que ela estabelece é com ciências cujos objectivos de estudo é o
homem., isto é, com conhecimentos que possibilitam a identificação dos factores que influenciam
o comportamento humano. Neste âmbito, estando em contacto com a Filosofia, Psicologia,
Psicologia, Sociologia, Antropologia, Biologia humana, Politica, Economia, entre outras; a
Pedagogia explica e orienta a prática educativa através de uma metodologia própria, cumprindo
com a sua principal finalidade: Educação do Homem pelo Homem.
Nesta perspectiva a psicologia estuda o comportamento tendo como base a natureza do indivíduo
nas diferentes etapas e nas variadas situações da vida. O principal enfoque da psicologia está nas
diferenças e nos processos que permitem explicar a variação de repostas diante as situações ou
estímulos semelhantes.
Todo o estudo da criança e muito particularmente em situação escolar deve situar o individuo não
apenas em relação as condições biológicas, mas também em relação as condições sociológicas. A
sociologia não estuda diferenças individuais, mas sim o indivíduo como membro de uma
determinada sociedade, dotada de normas e padrões de comportamentos.
A sociologia desenvolve teoria sobre agrupamentos sociais e sobre os mais amplos processos da
sociedade. Estuda os valores sociais, as mudanças na sociedade, os padrões do comportamento
familiar, diferenças entre grupos de indivíduos, entre classes sociais, grupos políticos e
agrupamentos de trabalho.
Neste âmbito a educação vai introduzindo a cultura antiga (original) aos mais novos e que com a
evolução os jovens vão adquirir novos valores culturais alcançando culturas mais sistematizadas.
Nesta, a biologia humana estuda a estrutura e as leis de crescimento a saúde, higiene que são
elementos indispensáveis `a percepção `a percepção, atenção, a memória e assimilação dos
conhecimentos.
Em síntese, podemos dizer que métodos pedagógicos são acções de investigação educacional
pelas quais se organizam actividades educativas e dos educandos com vista a alcançar os
objectivos e as necessidades da sociedade.
Dada a natureza e a complexidade dos conhecimentos pedagógicos, não há método único, mas
uma variedade de métodos cuja escolha e organização dependem dos recursos, objectivos,
conteúdos, tempo, as formas de organização da educação e as condições socio-económicas.
De uma forma geral, para a reflexão dos aspectos pedagógicos, utilizam-se os métodos que em
ultima instancia são os métodos gerais das ciências sociais, adaptados ou modificados de acordo
com as suas peculiaridades.
Assim, os métodos geralmente classificam-se em três tipos:
- Métodos Pedagógicos ao Nível Empíricos: Observação, Experimentação, Questionários,
Entrevistas, Estudo Documental.
- Métodos Pedagógicos ao Nível Teórico: Análise, Síntese, Indutivo, Dedutivo, Compreensão,
Comparativo, Genético, etc.
-Métodos Pedagógicos ao Nível Quantitativo (Estatístico).
Quando o observador se dirige sobre a própria pessoa, quando o observador se socorre, por
exemplo, de suas lembranças ou experiências como aluno chama-se introspecção; quando a
observação se dirige aos outros, ao estudar, por exemplo, o efeito de determinado método de
ensino sobre os alunos, chama-se heterospecção. A observação divide-se ainda em individual ou
colectiva, conforme se trate de observações sobre um único aluno, ou sobre um grupo de alunos.
Tanto o experimento como a observação não se podem realizar `as cegas, arbitrariamente, mas
são dirigidos por uma finalidade ou por uma hipótese que se quer demonstrar. É necessário,
portanto, preparar de antemão as condições em que se vão realizar e levá-los a termo, depois,
com o maior cuidado possível.
Análise e Síntese – como é sabido, a análise consiste na dissociação ou decomposição das partes.
O método analítico aplica-se em pedagogia quando, por exemplo se estudarmos componentes de
um processo de ensino ou as aptidões dos alunos que intervêm na resolução de um problema, ou
quando se investiga os efeitos das excursões escolares sobre o ensino, etc.
O método sintético consiste na inversão da análise, isto é em recompor um objecto com suas
partes anti separadas. Por exemplo: quando no ensino das línguas via-se das letras ou sílabas `as
palavras, ou quando se quer obter o perfil psicológico de um aluno. Chama-se reprodutivo,
quando se limita a simples inversão de uma análise anterior e construtivo quando, além dessa
inversão obtém-se novos resultados.
Indução e Dedução - a indução consiste em ir do particular para o geral, dos factos `a lei.
Comumente o método indutivo é o mais empregado pela ciência mas requer grande cuidado na
aplicação. Para que seja eficiente é preciso que se reúna o maior número de casos e se
estabeleçam entre eles as relações e semelhanças, de modo que a lei ou explicação possa ter
aplicação geral. Emprega-se em pedagogia quando se quer determinar, por exemplo, por meio
dos trabalhos dos alunos qual é o melhor método para o ensino do idioma, ou quando se quer
conhecer através de exercícios apropriados, os efeitos do trabalho manual sobre o intelectual.
A maior vantagem nos testes é constituírem medidas objectivas independentes do critério pessoal
e subjectivo do examinador e poderão ser entendidos e utilizados universalmente.
UNIDADE:II
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
PEDAGOGIA
2.1- EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA
A Educação como fenómeno social surgiu na comunidade primitiva, quando surgiu o homem
Sapiens, a cerca de 70 mil anos atrás. A condição do surgimento da educação foi o trabalho,
quando homem começa fabricar instrumentos de trabalho. O emprego desses e a sua aplicação na
produção tornou a vida do homem mais complexa, surgindo assim a necessidade de transmitir
essas experiências as gerações mais novas.
A pertinência principal da educação nessa altura consistia em educar a criança directamente no
processo da vida e do trabalho junto dos adultos.
Os principais métodos de formação do homem eram: a simples imitação aos adultos, a
transmissão oral e influência do meio ambiente físico e social.
A imitação era uma das principais formas pelas quais a criança adquiria os conhecimentos entre
os povos primitivos. Nos primeiros anos de vida, a imitação é inconsciente – as crianças brincam
com pequenas reproduções dos instrumentos utilizados pelos adultos.
“Brincando imitando, as crianças aprendem a fazer todas actividades dos adultos. As actividades
imitativas e jogos, preparam as crianças para a vida real e contribuem para o desenvolvimento da
sua habilidade psicomotora das suas faculdades de observação e invenção. Constroem seu
conhecimento a partir da sua manipulação da miniatura da realidade”. BONNET (1996:18).
Outra forma da educação na sociedade dita primitiva na sua forma mais avançada eram os ritos
de iniciação (ritos de passagem), que perduram até aos nossos dias, inclusive em Moçambique.
Geralmente, essas cerimónias acompanham a vida do indivíduo nas suas diferentes faixas etárias,
desde o nascimento até a velhice. Contudo, particularmente, verificam-se desde o início da
adolescência até a admissão dos jovens na comunidade adulta.
Embora todos os homens, adultos e iniciados, participasse nas cerimónias de iniciação haviam
determinadas pessoas, as quais cabia a direcção das mesmas. Essas pessoas eram denominadas
segundo os diferentes cargos, por feiticeiros, curandeiros, sacerdotes, chefes tribais, entre outras
pessoas consultavam espíritos familiares. Essas pessoas, constituem os primeiros professores
profissionais entre os povos primitivos, e a educação como uma actividade especialmente
organizada embora não reconhecida como actual.
A educação existe mesmo onde não há escolas. Nas sociedades primitivas não existiam escolas
nem métodos de educação conscientemente reconhecidos como actuais, no entanto, existia
educação cujo objectivo era “promover o ajustamento da criança no seu ambiente físico natural
por meio de aquisição de experiências das gerações passadas”. MONROE (1983:1).
Ainda hoje, existem regiões onde não há escolas convencionais, no entanto a educação não deixa
de ocorrer, embora aconteça por processo diferentes das utilizadas nos estabelecimentos escolares
devidamente reconhecidos.
Educação Espartana
A educação espartana reflectia o carácter socio-económico da sociedade esclavagista. Ela tinha os
seus traços próprios de muitos outros estados esclavagistas onde a organização social tinha um
carácter militar, onde a guerra se considerava como a ocupação fundamental dos eus habitantes e
o desporto como a forma mais perfeita do governo. A educação nestes governos tinha um
carácter nitidamente militar e autoritário.
A instrução no sentido moderno do termo não existia entre os espartanos. Poucos entre os nobres
sabiam ler, escrever ou contar. Os homens estavam proibidos de se interessarem por qualquer
assunto que pudesse distrair os exercícios militares.
A educação espartana consistia numa espécie de transição da antiga educação primitiva para uma
nova educação. A educação espartana era muito próximo da educação de Roma Antiga que
também tinha um carácter evidentemente militar.
Educação Ateniense
A educação em Atenas foi organizada de modo diferente da de Esparta e também totalmente
diferente de outros sistemas de educação e formação do homem na época esclavagista. Em
termos gerais ela reflectia a originalidade da civilização grega.
Pode-se dizer que a civilização grega foi a única do seu género. Ela absorveu muitas das
civilizações circunvizinhas. Na civilização grega estavam patentes traços de civilização Egípcia,
Persa, Babilónia, etc.
A civilização grega no mesmo tempo que absorvia a cultura dos povos vizinhos também deu
origem a muitos novos ramos de conhecimento e géneros de arte que constituem ainda hoje
fundamentos da cultura contemporânea.
Em relação as artes plásticas ela apresenta um modelo ideal que até certo ponto atinge o nível de
uma cultura clássica que continua a ser estético dos povos contemporâneos, pois quase todas as
matérias de estudo de uma escola secundária como geometria, álgebra, história, filosofia tem a
sua origem na educação grega.
A principal razão é atribuída o carácter e natureza humana do grego antigo, pela sua inteligência
e sensibilidade, da situação geografia privilegiada que facilitava a rápida assimilação do
património cultural de outros povos e contribuía ao desenvolvimento da economia e comércio.
Contudo, os cientistas atribuem como razão do milagre grego a organização cultural e socio-
político do país quer se baseava no princípio da democracia, liberdade, criatividade e da
perfeição.
Pela primeira vez na história das comunidades foram colocados em primeiro lugar os interesses
do indivíduo a sua beleza, a sua inteligência e a sua perfeição. Foi precisamente nessa altura em
que foi declarado o princípio fundamental do humanismo: o homem é a medida de todas as
coisas.
De acordo com o ideal grego foi fundado um sistema escolar que compreendia os diversos
estabelecimentos de ensino e de educação. Dos 7 aos 14 anos, as crianças frequentavam escolas
de gramática e de música. Essas escolas ensinavam a ler, escrever e contar.
As escolas guitarristas ensinavam a educação poética e a musica. Durante dois ou três anos, as
crianças frequentavam estabelecimentos de educação física e desporto.
Dos 14 aos 16 anos, frequentavam escolas de palestras. Dos 16 aos 18 anos, frequentavam
escolas de ginásio. Nestas escolas os alunos estudavam filosofia política, literatura em estreita
ligação com a educação física e educação militar.
Convém referenciar que mesmo os cidadãos livres este ideal era também incompleto e limitado,
porque não considerava a tal componente essencial: A ligação entre ensino e trabalho produtivo.
O desprezo pelo trabalho manual era um dos traços característicos do sistema de educação
ateniense.
Dos conteúdos, consistia em fornecer aos seus alunos discursos sobre certos tópicos ou sentenças
inteligentes a serem transmitidos nos momentos oportunos, tais como nos processos perante os
tribunais. Abrangia também o estudo das ciências naturais e históricas da época e treino em
dialéctica por meio de discussão em retórica, por meio do discurso público.
O facto de autodeterminarem-se como sábios e a remuneração exigida pelos seus serviços, estes
dois factos iam contra os princípios muito valorizados pelos Gregos: 1º era o princípio de
harmonia e reverencia e o 2º, o princípio de que a relação professor aluno devia basear-se na
estima mútua e não no carácter económico.
Os sofistas em seus ensinamentos acentuavam de forma exagerada o valor da individualidade,
pois que para eles não havia um sistema comum de ideias. A única ideia comum era que não
haviam ideias universais nem padrões universais de conduta. É assim que Protágoras um dos
maiores sofistas anunciou o princípio de que o homem é a medida de todas as coisas. Com esta
expressão, o indivíduo situava-se de tal nível de independência que ficava acima dos deveres do
cidadão.
Para os sofistas, a moralidade devia basear-se na razão e não nas tradições e nos costumes como
no antigo regime.
Uma diferença que convêm ressaltar entre Platão e Sócrates refere-se ao aspecto de quem tem
capacidade de adquirir conhecimentos. Sócrates afirmava que todos têm essa capacidade,
enquanto que Platão afirmava que apenas algumas pessoas a possuem.
Aristóteles (384 -322 a.c.)
Apresentou uma visão bastante diferente de Sócrates e de Platão. Enquanto esses dois afirmavam
que a base de conhecimentos consistia na virtude, Aristóteles afirmava que a virtude está na
conquista da felicidade e do bem. A virtude não consiste em simples conhecimentos do bem, mas
da sua conquista. E o bem na sua integridade resume-se em bem ser (intelecto) e bem fazer
(acção).
Com base nesses factores, Aristóteles sistematizou pela primeira vez o processo de ensino ao
postular o seguinte plano metódico:
O mestre deve em primeiro lugar expor a matéria do conhecimento;
Em seguida tende cuidar que se imprima ou retenha o exposto na mente do aluno;
Por fim, tem que fazer com que o educando relacione as diversas representações mediante
o exercício.
Os Ideais Gregos:
O conceito de liberdade política no estado;
A ideia de que a educação é a preparação para a cidadania;
A ideia do desenvolvimento intelectual da personalidade;
A ideia do amor ao saber pelo saber, isto é, a filosofia;
A ideia de viver de acordo com a razão;
O conceito do homem como sendo primeiramente um ser racional;
O conceito da liberdade e da responsabilidade moral da personalidade;
O conceito da arte como sendo a corporificação concreta de alguma verdade;
A ideia de que o indivíduo deve procurar conhecer-se a si próprio.
Resumindo os ideais regos são: liberdade politica e moral, desenvolvimento intelectual (filosofia
e arte) e racionalidade.
2.3- EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE FEUDAL
A educação na idade media, nos séculos V – XVII (466-1640)
Por causa das guerras de conquista, a cultura grega romana entrou numa grande crise política,
socio-económica, a qual não chegou de se destruir graças, em grande parte a actuação da igreja
cristã. A religião desempenhou um papel decisivo na vida política, económica e ideológica na
sociedade feudal. Pois, somente através da igreja foi possível educar os novos povos. Por isso, no
feudalismo a obra da instrução e construção de escolas foi realizada quase especialmente pelo
clero.
Os conteúdos de ensino eram as sete artes liberais: gramática, retórica, dialéctica, aritmética,
geometria, astronomia e música. Como disciplina fundamental, considerava-se a teologia. A
retórica e a dialéctica preparava os alunos para debates de temas religiosos, para interpretar e
defender os dogmas da igreja. Todas disciplinas provavam/ visavam a existência de Deus e sua
influência sobre os acontecimentos do mundo terreno (natureza, acções do homem) e dai incluir
nos alunos a veneração a Ele. As ciências naturais não eram incluídas (negligenciadas) no
programa de estudo nessas escolas. Os conteúdos e métodos de ensino nessas escolas baseava-se
na ESCOLÁSTICA.
ESCOLÁSTICA
É uma atitude intelectual baseada pelo verbalismo, pelo dogmatismo, pelas subtilezas puramente
formais pelo conformismo e pelo culto supersticioso das autoridades intelectuais.
Esta atitude não propunha formular novas doutrinas e conceitos, não se preocupava em encontrar
a verdade, pois que a verdade estava contida nos livros sagrados e nas definições dogmáticas da
igreja, apresentados como irrefutáveis que deviam ser aceites sem críticas nem exame. A
característica principal da escolástica é o verbalismo.
Objectivos da escolástica
Conduzir o homem a compreensão dessas verdades já contidas nas definições dogmáticas da
igreja. Nas escolas elementares este método manifestava-se na aprendizagem de decoros das
definições prontas.
Nas escolas médias e superiores, este método assumia na forma de comentários dos textos de
livros sagrados.
Em geral, a escola na idade média, baseava-se nos métodos de pura memorização. Os alunos
aprendiam a decorar as regras e definições exclusivamente na base do material fornecido pelos
livros sagrados. O contacto com a natureza para a obtenção de novos dados e dedução com base
em experiências eram consideradas diabólicas, inocivos e como tal condenáveis.
De referir que as escolas da Igreja eram frequentadas principalmente por crianças dos clericos.
Para as outras camadas foi organizado um outro tipo de educação. As crianças dos senhores
feudais e dos cavaleiros frequentavam uma educação cavaleiresca, uma educação que não
implicava conhecimentos científicos, literários nem sequer do alfabeto. Era uma educação que
visava fundamentalmente ensinar o uso das armas e as maneiras de cortesia que se baseavam
numa espécie do código cavaleiresca na disciplina severa e laboral nos exercícios desportivos
militares.
Educadores Realistas:
Francisco Bacon (1561-1626)
Bacon deu valor ao estudo da natureza, fazendo dos fenómenos físicos e naturais o fundamento
de toda a realidade. Segundo ele, a educação e a ciência são fins em sim mesmas e não meios
para o aperfeiçoamento moral do homem.
Wolfgang Ratke(1571-1653)
Foi o primeiro a formular em termos pedagógicos as ideias empíricas e filosóficas sobre a
educação. Reagindo contra o ensino formalista, dominado pela imitação servil dos clássicos
gregos e latinos pela cultura excessiva da memoria. As teorias pedagógicas de Ratke resumem
nos seguintes princípios:
- Tudo deve ser ensinado com ordem e de acordo com a natureza,
-Tudo deve ser feito sem violência,
-Uniformidade e harmonia em todas as coisas,
-Tudo deve ser baseado na observação e na experiência
- Nada deve ser aprendido a de cor
João amos Comenios (1592-1671)
Foi o maior pedagogo realista e um dos pensador mais eminente na história da educação. Foi o
primeiro a criar um sistema científico coerente didáctico e a separação da pedagogia e da
filosofia, tornando-se uma ciência autónoma.
Procurou fundamentos próprios da consciência humana, através de princípios científicos e
critérios racionais, tais como:
- Um ideal da cultura progressiva e harmoniosa visando um ensino formativo que
informativo,
- Defendia a necessidade de existência de escolas acessíveis para toda gente,
-Conteúdos de carácter direito com a vida
- Consideração e reconhecimento do valor da actividade pessoal do aluno e da colaboração no
processo educativo,
- Uma atitude idealista com relação actividade do professor,
- Gradual integração do individuo no sistema da cultura em que vive;
- O uso do método de observação direita,
- Objectividade como principio didáctico.
Pode-se ainda resumir a teoria pedagógica de Comenio em 4 princípios:
- Principio Humanismo
- Principio democrático,
-Principio naturalista e
- Principio de Sensualismo
Maria Montessori
A pedagogia Montessoriana, reside no facto de conceber a educação como uma Auto-educação,
isto é como processo espontâneo que se desenvolve na alma da criança, para isso, a condição
fundamental consiste em fornecer á criança um ambiente isento de obstáculos inaturais e de
matérias adequados.
Segundo Montessori, a professora tem de ver-se substituída pelo material didáctico que corrige
por si mesmo os erros e permite sempre que a criança adeqúe a si mesma. Isto é dirige actividade
mas não ensina , dai o nome - Directora.
Os princípios de Montessori são:
- Principio de liberdade,
- Principio de actividade,
- Principio de vitalidade
- Principio de individualidade
Ovide Decroly (1871-1932)
O seu método opõe-se ao preconizado pela Montessori porque postula que o desenvolvimento
mental da criança se faz a partir do global, do indiferenciado, para chegar a analise. Portanto,
preocupou-se com o aspecto da globalização do ensino - processo que integra toda a
aprendizagem em certa unidade de experiência infantil.
Essas unidades de globalização ela chama por “centros de interesse” e são determinadas de
acordo com as necessidades primordiais da criança E as necessidades fundamentais segundo ela
são 4 (quatro):
-Necessidade de sentir,
-Necessidade de se abrigar, de se cobrir, proteger…
-Necessidade de se defender de perigos e dos inimigos,
-Necessidade de agir, trabalhar…
Cada uma dessas necessidades pode determinar um valido centro de interesse susceptível; de
oferecer ensejos para todas as actividades escolares de todo o ano escolar. E, em relação a cada
centro de interesses segue-se três etapas de aprendizagem: Observação direita das coisas,
associação das coisas observadas, e a expressão da linguagem, do desenho, da modelagem e de
outros trabalhos manuais. do pensamento através de imagens
TAREFA:
Trabalho Individual
Acompanhando a evolução da educação cristã, a idade média desdobra-se em quatro grandes
períodos, nitidamente diferenciados por seus caracteres extrínsecos, mas intimamente unificados
por suas finalidades espirituais:
O Período Apostólico;
O Período Patrístico;
O Período Monástico e;
O Período Escolástico.
Descreve as características gerais de cada período.
No estudo da personalidade surgiram varias correntes com diferentes definições, eis algumas:
É forma característica na qual uma pessoa pensa e se comporta a medida em que se ajusta a
seu meio ambiente;
“É o estilo de vida do indivíduo ou a maneira característica de reagir aos problemas da vida
incluindo os seus objectivos na vida” (Adler);
“ É aquilo que permite um prognóstico, aquilo que a pessoa faria numa dada situação” (Patel,
1905);
“ É a continuidade de formas e forcas funcionais manifestadas através de sequencias de
processos orgânicos dominantes do comportamento manifestado desde a nascença até a morte”
(Murrei,1893);
Alport fez a sistematização dos diferentes conceitos e assim, define a personalidade como
sendo o conjunto dos sistemas psicofisiológicos que se formam durante a vida e que
determinam a originalidade do pensamento e do comportamento de cada homem concreto.
Em suma, personalidade é uma qualidade de propriedades de cada homem, exprime a sua
essência social, isto é, as qualidades psicológicas e sociais humanas adquiridas no processo da
vida. É uma unidade integrativa de um homem, com todo o conjunto das suas características
essenciais (inteligência, carácter, constituição e a sua maneira de ser e de comportar-se).
Outros conceitos
A personalidade é:
- Conjunto das qualidades de um indivíduo que lhes permitem viver sob condições sociais
concretas e transformá-las;
- Um homem que se dispõe de determinadas qualidades politicas, morais, culturais que lhes
permitem realizar conscientemente as tarefas que lhes são atribuídas pela sociedade e
caracterizar-se por possuir um sistema de ponto de vista e atitudes cordiais;
- Um sistema psíquico constituído pelo “eu” e pelos fenómenos que foram julgados dignos de o
constituírem.
A personalidade não nasce com ela, mas adquire-se a custo do trabalho próprio e alheio. Nesta
aquisição, algumas das tendências do indivíduo exercem o papel preponderante. Entre elas tem
influência na formação do “eu”, como realidade consciente, afirmando-o e desenvolvendo-o, a
ambição, o orgulho, a vaidade e a emulação, numa palavra o egoísmo.
Estas tendências devem ser regradas e bem dirigidas, caso contrario em vez de qualidades dignas
da pessoa, torna-se vícios nefastos.
Purificando das suas perversões, o egoísmo é legítimo e é guarda da nossa dignidade moral, um
estímulo para o trabalho e para a prática do bem; é condição imprescindível a formação da
personalidade. O sentimento da honra e da dignidade pessoal concorrem para elevação do
homem.
A necessidade cumprir tarefas cada vez mais complicadas, obriga aos alunos a mobilizar forças
psíquicas, e assim, eleva-se ao nível mais alto do desenvolvimento.
O desenvolvimento da personalidade do homem deixa de correr se não forem colocadas tarefas
mais complicadas que ele é capaz de desenvolver.
2. Condições Externas (objectivas) – são todas as condições que encontram fora do psíquico,
isto é:
O meio ambiente;
Relações sociais;
Influências educativas.
Para a personalidade, as condições sociais, como parte essencial das condições externas (a
natureza, a sociedade, a família e a escola), são determinantes, isto porque, a essência do homem
é de natureza social.
O homem não é um produto passivo, pois reflecte as condições externas e opera por meio das
condições internas, isto é, transforma as condições por meio da actividade.
Segundo NERICI (1989:29), “professor é quem professa algo que julga verdadeiro, necessário e
útil para seus semelhantes e para a sociedade”.
Na antiguidade, não havia professores no sentido profissional, mas havia filósofos que pregavam
as suas verdades. Hoje, professor é que se dispõe a orientar a aprendizagem de outrem para que
alcance objectos que sejam útil a sua pessoa ou a sociedade.
DURKHEIN (1941), citado por GOLIAS define o termo professor como: aquela individualidade
que em nome das gerações adultas, transmite as novas gerações, um conjunto de valores e
competência indispensáveis a vida colectiva.
Por outro lado, também define-se professor como orientador, facilitador ou mediador ao processo
de aquisição de conhecimentos.
Competência: o líder não precisa de ter altas habilidades e nem ser sempre o melhor em todas as
coisas que terá que fazer. Mas necessita de uma competência geral para se salvar de embaraços
nas habilidades que os seus subordinados possuem. Se ele for o melhor em algumas dessas
competências, mais vantajoso será.
Quanto ao professor, este, como líder que é, não deve apenas saber muito na sua especialidade,
deve saber realizar a transmutação dos seus conhecimentos. Para isso, deve conhecer as crianças,
os meios de formar o seu espírito, os métodos de ensino, etc.
Determinação: boa liderança exige habilidades para tomar decisões sábias e oportunas assim
como actuar sem hesitação no tocante `a elas. Isto exige do professor confidencia e julgamento
seguro.
Entusiasmo: lideres têm uma paixão interna pela causa que defendem.
Imaginação: um professor inspirado fascina porque transborda ideias. Também tem formas de
eliminar a imaginação dos outros, de modo que eles fiquem também estimulados e cheios de
entusiasmo.
Iniciativa: genericamente falando, os subordinados esperam que o líder lhes diga que devem
fazer. Este reconhece quando a acção é exigida e implementada sem hesitação.
Integridade: um bom líder inspira confiança. Ele não pretende e nem experimenta ocultar a
natureza da sua realidade ou actividades e experimenta sempre dar o melhor quer as pessoas
estejam a controlá-lo ou não.
Lealdade: o professor não deverá esperar lealdade apenas do lado dos seus subordinados, ele
devera se o primeiro a revelar a lealdade aos seus subordinados.
Perseverança: o líder bem sucedido enfrenta dificuldades com uma determinação que recusa
aceitar a derrota. Ele experimentará tantas vezes até conseguir vencer tais dificuldades.
Responsabilidade: bons líderes são conscientes da responsabilidade que têm imposta pela
posição que ocupa e não abusam a posição deles.
Auto-controlo: uma pessoa que carece de auto controlo dificilmente poderá desempenhar as
funções de docência. Trata-se de uma característica que poderá ser aprendida e praticada pelos
futuros professores até transformar-se em hábitos
O plano de estudos do curso médio de formação de professores define por exemplo, entre outros
aspectos, que este deverá:
Conhecer os alunos de modo a poder contribuir eficazmente para o seu desenvolvimento;
Incentivar nos alunos o desenvolvimento de atitudes responsáveis para com a sociedade e
a natureza;
Ajudar os alunos a adquirir os valores consagrados pela sociedade moçambicana, com
vista `a formação de cidadãos livres, responsáveis e capazes de intervir conscientemente
na comunidade;
Utilizar as formas de comunicação mais adequadas a uma correcta relação com os seus
alunos, com as suas famílias e com a comunidade geral;
Desenvolver nos alunos capacidades, atitudes e hábitos de cooperação e trabalho em
equipa;
Assegurar um ambiente de respeito mútuo, disciplina, liberdade e cooperação na escola;
Adaptar o ensino ao nível de desenvolvimento e os interesses dos alunos, bem como `as
realidades socio-económicas da comunidade e da sociedade;
Planificar as actividades escolares;
Motivar e organizar as actividades de aprendizagem utilizando metodologias adequadas;
Seleccionar os materiais de ensino;
Avaliar o processo de ensino-aprendizagem;
Facilitar a cooperação dos pais e da comunidade em geral nas actividades educativas;
Difundir na comunidade o significado e acção educativa da escola;
Participar activamente na identificação e solução dos problemas da comunidade;
Contribuir para a dignificação da profissão docente, através da sua apresentação, conduta,
equilíbrio, estabilidade e pontualidade; e
Manter-se actualizado nos domínios cientifico e pedagógico.
O professor, de certo modo, é um cidadão marcado, pois é alvo de observação constante em todo
o seu comportamento. Seus passos, actos e opiniões são continuamente observados pelo meio
social.
Toda a vida do professor pertence `a sociedade, uma vez que o professor é representante da
família e da sociedade na educação das gerações imaturas. É representante da família porque esta
lhe outorga poderes para continuar a aplicar a educação iniciada no lar e que, por condições
sócio-economico-culturais, não pode continuar a exercer. O professor é continuador directo dos
pais na acção educativa dos seus filhos. Tem, pois, compromissos morais para com a família no
sentido de educar-lhe os filhos, tornando-os mais conscientes e eficientes no lar. Deste modo, o
professor não pode desconhecer a família do aluno, nos seus aspectos afectivos, social e cultural.
É representante da sociedade na educação das novas gerações que lhe confia seres imaturos para
serem preparados técnica e ideologicamente, a fim de atenderem `as necessidades e aspirações da
sociedade.
Assim, de modo geral, o professor deve evitar comentários desfavoráveis a escola. se for o caso e
se houver necessidade de fazê-los, é aconselhável que sejam feitos directamente `a direcção a fim
de ser encontradas as soluções positivas para os possíveis males.
UNIDADE :IV
O SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Antecedentes do Sistema Nacional de Educação
Educação Tradicional
A tradição é um conjunto de valores, normas, costumes e acontecimentos repetidos que se
desenvolve numa sociedade.
Em Moçambique assim como em qualquer outra sociedade a educação existe e existia muito
antes da penetração estrangeira. Como afirma PILETTI (1991) “cada sociedade por mais simples
que seja tem a sua forma de educar as novas gerações, de formar o homem segundo os objectivos
e valores sociais”.
A educação tradicional em Moçambique tem por objectivo formar o homem com espírito de
honestidade, hospitalidade, respeito e integridade de modo a aderir e a valorizar a cultura
moçambicana.
O conteúdo desta educação é constituído por três aspectos, nomeadamente: físico, moral e
intelectual.
No aspecto físico, o homem é treinado de modo a que o seu organismo se ajuste `as exigências do
meio ambiente.
No aspecto moral, o homem é instruído para formar qualidades exigidas pela sociedade tais como
honestidade, hospitalidade integridade, respeito pelos outros homens e pelos bens da sociedade.
No aspecto intelectual, treina-se a pessoa de modo a desenvolver capacidades de assimilação e
reprodução daquilo que constitui valor ou bem da sociedade.
Portanto, o conteúdo dessa educação é dado consoante a idade da pessoa e quanto as
metodologias, são usadas em geral algumas formas conhecidas como: anedotas, contos, lendas,
fábulas, provérbio, danças e canções. Quanto as instituições e a organização do ensino, pode ou
não ser devidamente planificado; pode ou não ocorrer em instituições específicas.