Esa+Literatura+ +Gêneros+Literários
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347-56
Gêneros Literários
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Curso ESA
Gêneros Literários
(Narrativo/Épico/Dramático)
➢ O que são?
“A palavra ‘gênero’ significa, entre outras coisas, ‘classe, espécie’. Falar em
gêneros literários implica, portanto, a ideia de classificar obras literárias. Para
isso, é necessário estabelecer critérios que orientem essa classificação.”
Infante, Ulisses. Curso de Literatura de Língua Portuguesa: volume único: ensino médio /
Ulisses Infante. – São Paulo: Scipione, 2001.
➢ Quais são?
→ NARRATIVO
→ ÉPICO
→ DRAMÁTICO
→ LÍRICO
NARRATIVO
PALAVRA NARRADA
➢ Elementos da narrativa
→ PERSONAGEM
→ ENREDO
→ NARRADOR
→ TEMPO
→ ESPAÇO
• PERSONAGEM
PROTAGONISTA SECUNDÁRIO FIGURANTE
PRINCIPAL COADJUVANTE COMPOSIÇÃO DA
CENA
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PROTAGONISTA ANTAGONISTA
PRINCIPAL AÇÕES CONTRÁRIAS
AO PROTAGONISTA
PROTAGONISTA ANTAGONISTA/VILÃO
PRINCIPAL / BOM AÇÕES CONTRÁRIAS AO PROTAGONISTA /
MAU
PLANO/DESENHADO ESFÉRICO/MODELADO
PREVISÍVEL IMPREVISÍVEL E COMPLEXO
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→ ENREDO
→ CLÍMAX
→ CONFLITO/COMPLICAÇÃO
→ APRESENTAÇÃO
→ DESFECHO/DESENLACE
NARRADOR
• PERSONAGEM
FOCO NARRATIVO EM 1ª PESSOA
"Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o
que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem
quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca?
Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que
fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga
que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me
às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos
ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha
crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.
Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado
esse tempo infinito e breve.”
• OBSERVADOR
FOCO NARRATIVO EM 3ª PESSOA
“O sol estava começando a abaixar e a luz da tarde estava sobre a paisagem
quando desceram a colina. Até agora não tinham encontrado vivalma na
estrada. [...]. Já estavam andando havia uma hora ou mais quando Sam parou
por um momento, como se escutasse algo. Estavam agora em terreno plano, e
a estrada, depois de muitas curvas, estendia-se em linha reta através de um
capinzal salpicado de árvores altas, [...].”
“O senhor dos anéis”, J. R. R. Tolkien
• ONISCIENTE
FOCO NARRATIVO EM 3ª PESSOA
"Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em
pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente
mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se adiantavam,
aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da
fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a
lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando
estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério?”
Vidas secas, Graciliano Ramos.
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TEMPO
• LINEAR
PASSAGEM NATURAL DO TEMPO
• NÃO LINEAR
• CRONOLÓGICO
1 INTERVALO DA ESCOLA = 30 MINUTOS
• PSICOLÓGICO
1 INTERVALO DA ESCOLA = “SÉCULOS”
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ESPAÇO PSICOLÓGICO/SIMBÓLICO
FÍSICO/CONTEXTUAL ANÁLISE SENTIMENTAL
DESCRIÇÃO OBJETIVA.
TEMPO
FLASHBACK FLASHFORWARD ELIPSE
PASSADO FUTURO “ALGUM TEMPO
DEPOIS...”
TIPOS DE NARRATIVA
• Prosa de ficção
ROMANCE
NOVELA
CONTO
FÁBULA
APÓLOGO
• Crônica
• Epopeia
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• ROMANCE
• CONTO
Atenção ao Sábado
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de
cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço; sábado ao
vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o
vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim
perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver
se o quintal vai estar cheio de abelhas. No sábado é que as formigas subiam
pela pedra. Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da
calçada comendo de uma cuia de carne-seca epirão; nós já tínhamos tomado
banho. De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema:
ao vento sábado era a rosa de nossa semana. Se chovia só eu sabia que era
sábado; uma rosa molhada, não é?
No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com
grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de
súbito e, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de
tarde. Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais. Mas já peguei as
minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo de manhã também é a
rosa da semana. Não é propriamente rosa que eu quero dizer.
Clarice Lispector.
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• CRÔNICA
O Lixo
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a
primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de
comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro
sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
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• FÁBULA
O leão e o ratinho
Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra
boa de uma árvore.
Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou. Todos conseguiram
fugir, menos um, que o leão prendeu debaixo da pata. Tanto o ratinho pediu e
implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse embora.
Algum tempo depois o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não
conseguindo se soltar, fazia a floresta inteira tremer com seus urros de raiva.
Nisso apareceu o ratinho, e com seus dentes afiados roeu as cordas e soltou o
leão.
Moral: Uma boa ação ganha outra.
• APÓLOGO
Um Apólogo
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para
fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um
ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem
cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
Machado de Assis
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• EPOPEIA - ÉPICO
PALAVRA HEROICA
➢ Características
→ FIGURA DE HERÓI, POVO OU NAÇÃO
→ REMEMORAÇÃO DO PASSADO
→ NARRADOR ONISCIENTE
→ VERSOS
→ EXALTAÇÃO DE HERÓIS E FEITOS GRANDIOSOS
→ AVENTURAS, GUERRAS, FAÇANHAS HEROICAS
→ EXEMPLO
→ “Ilíada”, de Homero
→ “Odisseia”, de Homero
→ “Eneida”, de Virgílio
→ “Os Lusíadas”, de Luís de Camões”
→ “Caramuru”, de Santa Rita Durão
→ “O Uraguai”, de Basílio da Gama
• DRAMÁTICO
PALAVRA ENCENADA
Características
• TIPOS - DRAMÁTICO
→ COMÉDIA
→ TRAGÉDIA
→ AUTO
→ TRAGICOMÉDIA
→ FARSA
→ COMÉDIA
Terceiro Quadro
(Odorico lê um exemplar de A Trombeta, o jornaleco local. Seu rosto revela
profunda indignação.)
Odorico – (Resmunga, enquanto lê) Patife! Canalha! (Amarrota o jornal
violentamente e atira-o no chão. Põe-se a andar nervosamente de um lado
para o outro, e por fim senta-se à sua mesa, parecendo a ponto de ter um
colapso.)
Dorotéa – (Entra quase marcialmente) Bom dia, senhor prefeito.
Odorico – Bom dia. (Levanta-se de um salto) A senhora já leu a gazeta?
Dorotéa – Ainda não.
Odorico – Esse patifento desse Neco Pedreira me chama de demagogo
esbanjador dos dinheiros públicos... me xinga de tudo quanto é nome.
(Apanha o jornal.) Leia a senhora mesma, leia.
(...)GOMES, Dias. O Bem-Amado. Ediouro/12269. Rio de Janeiro. Coleção
Prestígio.
• TRAGÉDIA
Édipo – Tu és um homem morto se eu tiver de repetir essa pergunta!...
Servo – Pois bem! Aquele menino nasceu no palácio de Laio!
Édipo – Era um escravo? Era um descendente dele, ou de sua família?
Servo – Ai de mim! Isso é que me será horrível dizer!
Édipo – E para mim será horrível ouvir! Fala, pois! Assim é preciso!
Servo – Diziam que era filho dele próprio. Mas aquela que está no interior de
tua casa, tua esposa, é quem melhor poderá dizer a verdade.
Édipo – Foi ela que te entregou a criança?
Servo – Sim, rei.
Édipo – E para quê?
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• TRAGICOMÉDIA / DRAMA
• AUTO
João Grilo: Ah isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso.
Garanto que ela vem, querem ver? (Recitando.) Valha-me Nossa Senhora, Mãe
de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa
dá sossegada, a braba levanta o pé. Já fui barco, fui navio, mas hoje sou
escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
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João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo
que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito! Já
fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me
falta ser mulher. Valha-me. Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré. (...)
Auto da Compadecida. 15 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979
• FARSA
Farsa de Inês Pereira
(...)
Inês – E vós, que havíeis de fazer,
Nem ninguém que há-de dizer?
(o galante despejado!)
Pero – Se eu fora já casado,
Doutra arte havia de ser...
Como homem de bom recado...
Inês – (Quão desviado este está
todos andam por caçar
Suas damas sem casar,
E este... toma de olá!).
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