Apostila Enf Domiciliar
Apostila Enf Domiciliar
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DOMICILIAR
O cuidado domiciliar é uma estratégia de atenção à saúde desenvolvida desde os tempos
mais remotos. No Brasil, tal estratégia esteve quase sempre relacionada à área de Saúde
Coletiva, mais especificamente aos programas materno-infantil e ao controle das doenças
infecto-contagiosas. Apenas na última década, o cuidado domiciliar está voltando-se para o
atendimento, principalmente, de pacientes portadores de agravos de longa duração,
incapacitantes ou terminais (1-3).
Atualmente, o cuidado domiciliar está em pauta frente às demandas sociais relacionadas ao
perfil demográfico e epidemiológico da população, bem como à organização do sistema de
saúde brasileiro. Enquanto estratégia assistencial, esta vem sendo implantada,
paulatinamente, em órgãos públicos e privados. Algumas iniciativas têm demonstrado
resultados promissores à medida que identificam necessidades sociais e de saúde da
população e contribuem para a diminuição do número de complicações clínicas, óbitos e
reintegrações (1,4).
Esta estratégia vai muito além de um atendimento médico domiciliar ao paciente, pois é um
método que enfatiza a autonomia do paciente, bem como "esforça-se em realçar suas
habilidades funcionais dentro de seu próprio ambiente. Envolve o planejamento, a
coordenação e o fornecimento de vários serviços"(2:10).
Assim, nos programas de atenção domiciliar, as ações devem ser desenvolvidas por uma
equipe multiprofissional, a partir do diagnóstico da realidade em que o paciente está
inserido. Deve-se considerar as limitações e possibilidades do paciente, pois a atenção no
espaço domiciliar visa à promoção, manutenção e/ou reabilitação da saúde e o
desenvolvimento e adaptação de suas funções de maneira a favorecer o restabelecimento
de sua independência e sua autonomia (5).
No contexto da Enfermagem, o cuidado domiciliar, conforme a Resolução do Conselho
Federal de Enfermagem (6) - COFEN número 267, consiste "na prestação de serviços de saúde
ao cliente, família e grupos sociais em domicílio".
O cuidado de enfermagem domiciliar constitui um "serviço de acompanhamento,
tratamento, recuperação e reabilitação de pacientes, de diferentes faixas etárias, em
respostas a sua necessidade e de seus familiares, providenciando efetivo funcionamento do
contexto domiciliar"(1:122). A atividade de cuidado domiciliar também deve considerar a
organização familiar e comunitária em que o paciente está inserido, bem como "integrar o
sistema de cuidado profissional de saúde com o sistema de cuidado popular exercido pelo
grupo familiar ou rede de apoio social deste paciente"(1).
Programas de Cuidado Domiciliar
Modalidades
Em relação às modalidades, a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (6) - COFEN
267, coloca que o cuidado domiciliar ocorre em diversos níveis, ou seja, baixa, média ou alta
complexidade. Tal atividade pode ser de menor complexidade quando requer ações de
promoção e/ou manutenção do estilo de vida saudável; de média complexidade quando
engloba ações e procedimentos de Enfermagem que visam ao tratamento de uma doença
em curso; e de alta complexidade quando envolve procedimentos de uma equipe
multiprofissional e a internação do paciente no domicílio.
CUIDADOS PALIATIVOS
O que são os cuidados paliativos?
Com o avanço do conhecimento científico e aumento da expectativa de vida, criou-se
a ilusão de que o ser humano é imortal. Ademais, existe uma deficiência na educação médica
atual, que forma profissionais tecnicistas e sem preparo para cuidar de um paciente com
doença grave e incurável. Por volta da metade do século XX, surgiram movimentos voltados
para a humanização dos atendimentos em saúde, que levavam em consideração a
integralidade do indivíduo. Cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de
vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida, por
meio do alívio do sofrimento, tratamento da dor e de outros sintomas de natureza física,
psicossocial e espiritual. Considerando que esse tipo de cuidado pode ser oferecido em
diferentes contextos, ressalta-se que a Atenção Primária em Saúde é uma possibilidade
recente para a assistência em cuidados paliativos.
Através dos cuidados paliativos, os profissionais de saúde têm uma relação mais
próxima com o paciente, daí surge a necessidade e a importância do papel desempenhado
pelo profissional de Enfermagem. O enfermeiro tem a responsabilidade de manter um
contato mais direto com o paciente e a família, atuando como um mediador, muitas vezes de
forma permanente. O vínculo estabelecido pelos cuidados paliativos não termina com a alta
hospitalar, as práticas seguem sendo aplicadas enquanto forem necessárias.
Os cuidados paliativos são então aplicados em toda doença que não tenha
possibilidade de cura como câncer, AIDS, hipertensão ou diabetes. As práticas buscam aliviar
a dor, oferecendo um suporte que garanta uma vida digna e ativa ao paciente, sempre na
medida do possível. O enfermeiro é responsável pelo controle sistemático dos pacientes,
ministrando medicamentos para dor ou cuidando de outros sintomas que causem estresse
ao paciente.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
A equipe de cuidados paliativos é composta por médicos, equipe de enfermagem,
psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista, dentista e capelania.
O objetivo é minimizar os sintomas de desconforto que podem acompanhar o paciente e
familiares, desde o diagnóstico da doença até a fase terminal, permitindo mais qualidade de
vida aos pacientes, cuja doença é grave e não tem cura. Esses profissionais podem ser
encontrados no hospital, em hospice, nos ambulatórios, na assistência domiciliar e nas
unidades de saúde. E cada membro é uma peça fundamental na engrenagem nesse processo
de detectar os sofrimentos e de cuidar.
CONTROLE DE SINTOMAS
● Dor
● Náuseas e Vômitos
● Fadiga
● Caquexia
● Constipação
● Dispneia
ATUAÇÃO DO TÉCNICO
DE ENFERMAGEM
AVALIAÇÃO DA DOR
● Escala de avaliação numérica ou de faces;
● Não subestimar a dor do paciente;
● Administrar os analgésicos recomendados;
● Encontrar uma posição adequada.
CONTROLE DA DOR – E NÃO SOMENTE DELA
Hipodermóclise - Inserir um cateter venoso em pacientes com câncer, cuidados
prolongados ou idosos pode se tornar difícil, pois com o longo tempo de internação também
ocorre a dificuldade de acesso vascular – e é assim que a técnica de hipodermóclise se torna
uma via alternativa, simples e segura na assistência à saúde. Essa técnica antiga tem o
objetivo de fazer a infusão de fluidos e medicamentos pela via subcutânea. Apesar de
simples, é pouco conhecida pelos profissionais e por isso pouco utilizada. Por outro lado,
não é difícil de implementar; é preciso obter o conhecimento do processo, saber o que pode
infundir e os cuidados necessários para o manuseio e a aplicação de fluídos e
medicamentos.
Wilson Pascoalino Camargo de Oliveira, enfermeiro chefe da área semi-intensiva adulto e
infantil do Hospital Auxiliar de Suzano, explica que as pessoas que precisam ficar
hospitalizadas podem ter mais dificuldades de acesso vascular, entre outras necessidades
específicas – e o Hospital de Suzano é justamente para estes pacientes, especializado em
cuidados prolongados.
“Para pacientes que não conseguem ingerir líquidos e ficam muito tempo internado, a
terapia intravenosa é necessária, porém se torna difícil a medida que a internação se
prolonga, nesse caso, uma opção eficaz é a infusão de medicamentos e soluções no tecido
subcutâneo.
NÁUSEAS E VÔMITOS/CAVIDADE ORAL
- Atenção ao ambiente – ex. Horário do banho de leito;
- Oferecer recipiente para quando ocorrerem episódios o paciente tenha onde vomitar;
- Higiene oral;
- Umidificação dos lábios para evitar ressecamento.
Dispneia
- Aferir a frequência respiratória dos pacientes, além da saturação;
- Reposicionar o paciente, de forma a deixá-lo em posição mais fácil de respirar;
- Ventilação - ambiente.
FADIGA E CAQUEXIA
- Retirar o paciente do leito, na medida do possível - Sensação de ainda estar vivo!;
- Mobilizar do leito para poltrona/cadeira;
- Auxiliar na alimentação – quando isso ainda é possível;
- Repouso e silêncio.
HIGIENE CORPORAL
- “Permitir” que o paciente participe tanto quanto possível – sensação de autonomia;
- Evitar deixar o paciente evacuado ou urinado por longos períodos – risco de lesão;
- Administrar analgesia prescrita antes de mobilizar para o banho.
Identificando que o fim está próximo...
- Diminuição na produção da urina;
- Mandíbula caída;
- Pele fria e “pegajosa”;
- Alucinação, delírio.
- Broncorreia;
- Períodos mais longos de sono;
- Paciente diz que vai morrer;
- Incapacidade de engolir qualquer tipo de líquido ou alimento.
Após o óbito...
- Preparo do corpo
- Apoio aos familiares
- Respeito