Monografia Final Anderssen Ferreira 3
Monografia Final Anderssen Ferreira 3
Monografia Final Anderssen Ferreira 3
ii
Universidade Wutivi - Unitiva
Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Planeamento Físico
DECLARAÇÃO
Declaro por minha honra que este Projecto de Trabalho de Licenciatura que, no presente
momento, submeto à Universidade Wutivi, em cumprimento dos requisitos para a obtenção do
grau de licenciatura em Engenharia Civil, nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer
outro grau académico e que constitui o resultado da minha investigação pessoal, tendo
indicado no texto e na bibliografia as fontes que utilizei.
Candidato Supervisor
___________________________ __________________________________
(Anderssen Alves Abasse Ferreira) (Prof. Doutor Jeremias Abel Palalane)
iii
Universidade Wutivi - Unitiva
Folha de Aprovação
Este trabalho foi aprovado no dia __ de ________ de 2022, por nós membros do Júri
examinador da Faculdade de Engenharias, Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade
Wutivi em Moçambique
……………………………………….
(O Presidente do Júri)
………………………………………..
(O Arguente)
…………………………………………
(O Supervisor)
iv
Universidade Wutivi
___________________________________________________________________________
A Direcção da Faculdade
________________________________________
v
DEDICATÓRIA
vi
AGRADECIMENTOS
Foram 4 anos e meio de vários desafios e dificuldades enfrentadas que graças a ajuda de alguns
amigos e familiares conseguí ultrapassar. Primeiramente quero agradeçer a Deus aquele que é
o meu maior mestre pela saúde, força, sabedoria e pela pessoa em que eu me tornei ao longo
destes anos. Agradeço imensamente ao meu pai, Elisio Alves Clemente Ferreira pelo apoio e
pela confiança em mim depositada, dando o seu máximo todos os meses, para que eu pudesse
terminar a licenciatura. Agradeço também a minha madrasta por ter se pronunciado junto ao
meu pai nessa tarefa nada fácil. Deixo o meu especial agradecimento aos meus Avós Isabel
Elias Alves e Maxwell Clemente Ferreira, por torcerem sempre por mim. Agradeço aos meus
irmãos Alecsandri Ferreira, Igor Madeira, Shaquil Cabral e Yago Ferreira pelo apoio e moral
que me foi transmitido. O meu humilde agradecimento ao meu supervisor Professor Doutor
Jeremias Abel Palalane pela confiança e acompanhamento na elaboração da minha proposta de
projeto, ao Doutor Esnaider Rodriguez Suarez por ter me ajudado a organizar o trabalho. Aos
meus amigos e colegas da turma de Engenharia Civil 2018, por terem me ajudado e suportado
imenso com a partilha de conhecimentos e experiências perante os numerosos desafios, sempre
com um espírito de apoio, o meu humilde agradecimento. Por último quero agradecer a todos
os funcionários da faculdade de Engenharia da Universidade Wutivi que tiveram influência
directa ou indirecta nas minhas conquistas acádemicas.
vii
RESUMO
viii
ABSTRACT
The use of industrial solid waste as a raw material in the Civil Construction sector has been
discussed exhaustively in several lines of research, since the sector shows great potential to
absorb different types of waste from other and varied production processes. Reuse is a proposal
that manages to satisfactorily respond to two important environmental issues: the adequate
disposal of industrial waste and the reduction of consumption of natural resources, since the
Civil Construction industry is the one that consumes this type of resource annually. This
research aimed to evaluate the potential of reusing pet bottles and styrofoam from the
Malhampsene dump in the production of paves, from recycling by dissolving materials
replacing the cement in its entirety. With this, it is expected to contribute to the reduction of
the simple dumping of these residues in nature, in addition to seeking economic and effective
ways of reusing them. The work analyzed the compressive strength of the manufactured sample
bodies, thus evaluating the appropriate environment for its application. Three lines were
produced (3) in an attempt to define the line that has the highest compressive strength.
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
EN – Norma Europeia;
et al. – E outros;
Mpa – Megapascais;
NM – Norma Moçambicana;
NP – Norma Portuguesa;
RS – Resíduos Sólidos;
x
LISTA DE TABELAS
xi
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 1: Tensão de rotura da amostra de cada traço. ............................................................ 42
xii
APÊNDICES
Apêndices 1: Mapa de quantidades do Projecto de Investigação. ........................................... 55
Apêndices 2: 1º Traço. ............................................................................................................. 56
Apêndices 3: 2º Traço. ............................................................................................................. 57
Apêndices 4: 3ª Traço. ............................................................................................................. 57
Apêndices 5: Material auxiliar e Equipamentos de proteção Individual. ................................ 58
Apêndices 6: Processos de execução. ...................................................................................... 58
Apêndices 7: Exposição de Pavês. ........................................................................................... 58
EQUAÇÃO
Equação 1: Formula para cálculo do Custo de transporte. .................................................................... 46
xiii
ÍNDICE
D E C L A R A Ç Ã O ............................................................................................................. iii
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... vi
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................vii
ABSTRACT.............................................................................................................................. ix
APÊNDICES.......................................................................................................................... xiii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.4. Justificativa.................................................................................................................. 5
1.6. Objectivos.................................................................................................................... 7
xiv
2.2.1. Gestão de resíduos sólidos ...................................................................................... 10
2.6.4. Aplicações das garrafas Pet (Polietileno tereftalato) na Engenharia Civil ................ 23
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 47
Apêndices ............................................................................................................................. 55
1º Traço ............................................................................................................................. 56
xv
2º Traço ............................................................................................................................. 57
3º Traço ............................................................................................................................. 57
xvi
1. INTRODUÇÃO
É difícil imaginar o mundo moderno sem o uso dos plásticos. Desde a descoberta do primeiro
plástico sintético da história, no início do século XX, eles vêm sendo aperfeiçoados e aplicados
com sucesso, nas mais diversas actividades do ser humano.
Segundo Plastics Europe, (2011) os plásticos são materiais produzidos a partir do petróleo,
que é uma matéria-prima bastante explorada no mundo, baratos, duráveis e multifuncionais, o
que facilita o desenvolvimento de produtos e benefícia a sociedade de diversas maneiras.
Na perspectiva de Oliveira, (2012) apesar dos diversos benefícios que o plástico traz para a
sociedade, os seus resíduos são prejudiciais. Sendo assim o grande volume dos materiais
plásticos, a enorme quantidade de descarte pós-consumo e os impactos ambientais causados
pela disposição incorrecta dos resíduos, que não são biodegradáveis, são apenas alguns dos
problemas a serem citados. Além disso, os plásticos podem causar danos à saúde dos seres
humanos e dos animais, principalmente por causa dos aditivos e químicos utilizados na sua
fabricação. Instrumentos regulatórios destinados a minimizar os efeitos dos plásticos na saúde
humana e ambiental precisam seguir seu ciclo, desde a produção, o uso e o descarte.
1
Contextualização da pesquisa
O principal ponto de recolha de resíduos sólidos para a realização desta pesquisa, foi a lixeira
de Malhampsene, localizada na província de Maputo no municipio da Matola, explicitamente
no percurso da estrada nacional nr. 4 (EN4), onde foram encontrados os resíduos de garrafas
pet e o esferovite. A figura abaixo apresenta a localização do ponto de recolha dos resíduos
sólidos.
A investigação em causa, foi realizada no decorrer dos anos de 2021 e 2022
2
1.2. Problematização
Nas ideias de Gouveia (2012), a disposição inadequada desses materiais diretamente no solo,
em lixões ou aterros controlados, passam a expor várias substâncias tóxicas vulneráveis a
contaminação humana.
No entanto, actualmente, este espaço está a ficar cada vez mais escasso devido ao alto
crescimento da população de consumo, e também pela dificuldade de decomposição deste
material, o que causa graves impactos ambientais, principalmente em áreas urbanas e marinhas.
Para Lopes (2003) a problemática maior relacionada aos resíduos sólidos está concentrada nas
atitudes da própria sociedade. Ou seja, há a necessidade premente de conscientizar a população,
quanto à importância de colaborar com a colecta selectiva e consequente destinação adequada
3
dos resíduos sólidos à reciclagem para que se possa aproveitar o potencial energético ou massa
dos resíduos.
A maior preocupação, é a falta de uma consciencialização dos produtores e das autoridades muni-
cipais na autonomia de estratégias de deposição do lixo que acabam misturando e não permitindo
o reaproveitamento ou tratamento dos resíduos, que quando depositados e recolhidos de modo
inconvencional, são poucos aproveitados, pela contaminação das matérias, concretamente as
garrafas Pet e o esferovite.
No entanto, esta circunstância em que os munícipes matolenses estão submetidos faz com que
valas estejam indecentes e contaminadas, pela ocasião do descarte de resíduos sólidos que têm
diversos materiais com propriedades mutáveis como é o caso do esferovite, as garrafas plásticas
pet, vidro, entre outros. Deparando com a situação acima descrita, surge o seguinte
questionamento:
1.3. Hipóteses
Hipótese 1:
• As garrafas pet e o esferovite apresentam boas capacidades de resistência mecânica,
assim sendo o pavê de garrafas pet e esferovite pode apresentar boas capacidades de
resistência à compressão.
Hipótese 2:
• As garrafas pet e o esferovite são resíduos plásticos flexiveis, assim sendo o pavê de
garrafas pet e esferovite pode apresentar baixa capacidade de resistência à compressão.
Hipótese 3:
• Com recurso a reciclagem por dissolução dos resíduos, o pavê de esferovite e garrafas
pet pode apresentar baixo nível de absorção de água aumentando assim a durabilidade
do pavê.
4
1.4. Justificativa
• Por se perceber que o lixo é um grande receio para a maior parte dos moradores do
município da Matola;
No entanto considerou-se de suprema relevância conhecer alguns meios que possam auxiliar
as pessoas, na gestão dos resíduos sólidos, sendo capaz assim de moderar o grau de
contaminação ambiental ocasionada pelo acúmulo de garrafas pet e esferovite em lugares não
indicados, da mesma maneira que certos adoecimentos ocasionados pelas repetições destes.
Pois de acordo com Machado (2003), refere que a saúde dos seres humanos não existe somente
num confronto a não ter doenças diagnosticadas no presente. Leva-se também em consideração
o estado dos elementos da Natureza (águas, solo, ar, flora, fauna e paisagem) para poder
analisar se esses elementos estão em estado de equilíbrio, que do seu uso provêm a saúde ou
doenças e incómodos para os seres humanos.
A maioria da população não tem consciência que mesmo o lixão estando longe de suas casas,
ele estará causando problemas. A poluição causada por um lixão atinge quilómetros a sua volta,
visto que as águas e o ar movimentam-se LIXÃO, (2010).
O problema da exposição do lixo na urbe é uma inquietação que vem tomando conta de muitos
moradores da Cidade da Matola. Às vezes, pela carência de locais apropriados para conservar
estes resíduos sólidos é apontada como o central motivo do crescimento de muitos promotores
vistos como negativos ao homem e ao ecossistema. Esta circunstância tem muito a ver com as
necessidades humanas em questões de consumação, que tem anotado um progresso em cada
dia que sucede.
5
1.5. Relevância da pesquisa
A temática proposta de reaproveitamento de garrafas pet e esferovite na lixeira de
Malhampsene para a fabricação de pavês, possui enorme relevância para a parte da construção
civil, pois procura mudar a forma de produção dos pavês aproveitando recursos domésticos
usados, contribuindo assim de maneira siginificativa na sustentabilidade do meio ambiente.
Esta providência contribui a diminuir a tensão no despejo final dos resíduos plásticos em
lixeiras, reaproveitando os resíduos descartados e contribuindo assim para a diminuição da
poluição e contaminação do solo.
De acordo com Janke & Tonzoni, (2008) a sensibilização do ser humano na percepção do
mundo que o cerca, torna se necessária para preservá-lo e garantir a qualidade de vida do
ambiente. Para isso, é importante ter uma dimensão ambiental, oriunda do conhecimento e que
contemple as relações naturais e sociais, a análise das determinantes do processo, ou seja os
pilares envolvidos e alternativas que priorizem novos desenvolvimentos e sustentabilidade.
A motivação para o apuramento do tema foi de maneira forte comovida por motivos como, a
enfraquecida manifestação das entidades capazes (O Conselho Municipal Matola) na gestão
dos resíduos sólidos. Além disso verifica-se pelo claro facto de poder possibilitar o
reaproveitamento dos resíduos sólidos, em especial dos resíduos plásticos concretamente
garrafas pet e esferovite na consolidação de uma nova perspectiva em relação a utilização de
materiais provindos do desprezo humano na produção de novos produtos.
6
1.6. Objectivos
7
1.7. Estrutura do trabalho
8
CÁPITULA I: REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo faz-se referência aos conceitos de resíduos sólidos, a gestão e tratamento de
resíduos sólidos, as propriedades dos materiais selecionados e uma breve introdução dos
pavês intertravados e suas especificidades técnicas.
9
Em concordância com o Decreto nº 13/2006 de 15 de Junho, define resíduos sólidos como
substâncias ou objectos que se eliminam, ou que se tem a intenção de eliminar ou que se é
obrigado por lei a eliminarmos, também designados por lixos.
Em linhas gerais, os resíduos sólidos são compostos de restos de alimentos, papel, plástico,
metal, trapos, podas, madeira, entre outros. Esses resíduos quando manuseados e dispostos de
forma inadequada no meio ambiente podem ocasionar problemas sanitários, deteriorando a
paisagem e desperdiçando oportunidades de obtenção de renda.
No entanto, nas ideias de Pereira (2016), não se pode mais encarar todo o “lixo” como um
“resto inútil mas, sim como algo que pode ser transformado em matéria-prima para retornar ao
ciclo produtivo.
As leis sobre GRSU, já existem, daí que existem responsabilidade para cada aos neste setor,
mas um dos fatores que periga a GRSU é a educação, esta possibilitará a mudança de hábitos
e costumes da comunidade em relação ao lixo.
Segundo Buque (2013) deve-se ser claro quanto a separação de responsabilidades entre o
gerador e o poder público, sendo:
a) Gerador do resíduo, com o dever de realizar a separação prévia do seu resíduo, oferecendo
à coleta os materiais já devidamente segregados e em condições de ser gerenciado, facilitando
o trabalho dos setores formais, responsáveis pelo reaproveitamento ou reciclagem e
b) O poder público de modo próprio, ou mediante concessão, deverá providenciar para que os
resíduos sólidos tenham reconhecimento, separação, tratamento e destinações adequadas
10
Os municípios moçambicanos devido ao défice financeiro e outras adversidades, concorrem
para falta de aterros sanitários, sendo utilizadas lixeiras a céu aberto para efeito, que
geralmente, resume-se apenas na queima dos resíduos sem controlo dos gases gerados durante
o processo.
Segundo Gunther, (2008) entende-se por gestão integrada de resíduos sólidos, o conjunto
articulado e inter-relacionado de ações normativas, operativas, financeiras, de planeamento,
administrativas, sociais, educativas, de monitoria, supervisão e avaliação para o gerenciamento
dos resíduos, desde sua geração até sua disposição final, com o objetivo de obter benefícios
ambientais, otimização econômica e aceitação social, respondendo às necessidades e
circunstâncias de cada localidade ou região.
Neste Plano de Gestão a vontade política da autoridade local é o principal motor necessário à
mudança, que, por sua vez, é também normalmente um reflexo da pressão social para se lidar
com a gestão de resíduos, e sobre a qual a sociedade civil e as diferentes partes interessadas
têm um papel principal. Assumindo que a vontade política existe, a capacidade institucional é
o desafio seguinte, que deverá assegurar a implementação de procedimentos e boas práticas
que permitam uma GIRSU eficaz. Este é um aspecto de maior complexidade, na medida em
que envolve a capacidade de gestão da própria organização, factor que está fortemente
relacionado com a capacidade técnica existente. Os recursos financeiros necessários e ajustados
à capacidade de pagar devem ser em função da participação pública, de modo a que as soluções
sejam adequadas e ajustadas às expectativas da comunidade. A inclusão social prevê que as
soluções a definir permitam a integração dos vários factores nas operações de gestão de
resíduos, contribuindo dessa forma para a geração de rendimento, seja na prestação de serviços,
seja na cadeia de valor dos resíduos.
11
VONTADE POLÍTICA
Melhorar a gestão de resíduos numa perspectiva integrada e de acordo com a hierarquia das soluçoes
CAPACIDADE TÉCNICA
Concretizar operação de sistemas de recolha eficiente Identificar, desenhar e operar locais de deposição
controlada de RSU
RECURSOS FINANCEIROS
Implementar os sistemas definidos (sustentáveis) tendo em vista a recuperação de custos
PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Assegurar a participação da sociedade na definição das soluções
INCLUSÃO SOCIAL
Integrar devidamente outros intervenientes com vista à GIRSU (ex. Acções de valorização)
Figura 2: Condições necessárias para uma eficaz Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU).
Fonte: Manual GRS (2002).
Na globalidade estes são os pressupostos essenciais à GIRSU, sendo por isso que a elaboração
de um PGIRSU será uma condição essencial, mas não suficiente à GIRU.
O príncipio dos 3Rs é uma técnica criada para que as pessoas diminuam a produção de lixo,
incentivando ou promovendo campanhas, para influenciar a população a poluir menos o meio
ambiente, através de um consumo consciente e também por meio de uma gestão sustentável
dos produtos e de materiais utilizados no cotidiano.
12
Tabela 1: Princípios dos 3R´s.
Redução A redução refere-se ao acto de diminuir o lixo e também a emissão de poluentes, a partir de
um consumo mais consciemte e poupador de recursos naturais.
• Optar pela utilização de sacos de pano ou de rede nas suas compras em detrimento
dos sacos plásticos ou de papel;
• Utilizar, sempre que possível, a electricidade em vez de pilhas;
• Levar uma chávena para o emprego, em vez de usar copos de papel ou de plástic;
• Práticar o minimalismo, se questionando: “eu realmente preciso deste produto?”.
Reutilização Não contribui apenas para a economia nacional, mas também para o desenvolvimento
sustentável do planeta, direcionando os rsíduos para a mesma ou outra aplicação
• Com embalagens (de leite ou sumos): usar como vasos para plantas, recipientes para
guardar alimentos ou transportá-los para um piquenique;
• Com frascos vazios (de vidro ou plástico): usar como recipientes para armazenar
bebidas, ingredientes, parafusos, pregos, como porta-lápis ou jarra de flores;
• Caixas de cartão: usar para armazenar roupa, calçado, louça, revistas e livros.
Reciclagem Esta ação converte o objecto usado em um novo produto, que pode ser igual ou diferente.
Esta prática leva à economia de matéria-prima retirada da natureza, ou seja, um processo de
economia de recursos naturais.
• Retirar agrafos, clipes e elásticos dos produtos de papel a enviar para reciclar;
• Ter um contentor para cada tipo de material: papel, vidro, embalagens de metal;
plástico, pilhas e para a fracção orgânica. Depois deposita-los em locais adequados.
Por tanto, o padrão de gestão de resíduos sólidos que mais se enquadra ao próposito da
investigação, é a reciclagem, pois este oferece um novo destino as garrafas pet e esferovite na
produção de um modelo alternativo de pavê. Favorecendo o crescimento sustentável, a
reciclagem, tem colaborado na redução dos resíduos sólidos gerados, redução do uso de
matérias-primas e na redução da decomposição do meio ambiente.
13
2.3. Desenvolvimento de produtos sustentáveis
Hoje em dia tornou se normal defrontar-se com comunicados relacionados a acidentes naturais
e com atitudes erradas, onde os resíduos sólidos são dirigidos para aterros sem algum sistema
de tratamento.Nas investigações de Pialot et al. (2012) acredita-se que a nossa comunidade
encontra-se passo a paaso mais comovida com os assuntos ambientais, e que a crescimento
sustentável é apresentada de forma a alterar o pensamento humano de maneira a promover um
ambiente mais favorável para as gerações futuras.
De acordo com Lockrey (2013) a sustentabilidade é um grande problema global e, como tal, é
um dos principais direccionadores que irá auxiliar na formação de engenheiros e designers a se
tornarem praticantes de sustentabilidade em um futuro bem próximo.
Nas investigações de Lorenzetti et. al. (2008), a sustentabilidade pode ser definida em três
pilares que se apresentam em forma de triângulo, conforme a figura abaixo:
14
correspondente as dificuldades ambientais que surgiram nas últimas décadas. Portanto é muito
importante que a evolução dos objectos esteja alinhada com a integra sustentável.
Nas ideias de Ljunberg (2007), explica que um produto sustentável é aquele que gera menos
impactos possíveis no decorrer do seu período de vida. O conceito de período de vida abrange
desde a extracção da matéria, produção de utensílios a utilização e dispensa. E ainda segundo
o mesmo autor contempla que os fundamentos para desenvolver produtos sustentáveis são:
2.4. Plástico
A ausência dos meios naturais e a ligação entre ciência e tecnologia levaram as pessoas a
criarem utensílios sintéticos, que respondessem a certas finalidades, contudo não existiam na
natureza.
Nas ideias de Oliveira, (2012) A diversidade e a flexibilidade dos polímeros facilitam a
produção de uma enorme variedade de produtos que proporcionam avanços tecnológicos,
economia de energia e diversos benefícios a sociedade
De acordo com Bezerra (1981), os plásticos são definidos como matérias que são constituídas
por grandes moléculas ( as macromoléculas) onde quando uma grande molécula é formada por
muitas moléculas pequenas semelhantes, obtém-se um “polímero”, sendo um elemento que em
alguma fase de sua produção foi transformado em fluído, adequando-o à moldagem por ação
do calor ou pressão.
1. Reduzida consistência;
2. Reduzida reactividade;
3. Boa resistência eléctrica;
4. Reduzida conductividade eléctrica.
15
A tabela abaixo ilustra algumas das propriedades físico – químicas dos variados modelos de
plástico:
Tabela 2: Modelos de plástico e propriedades.
Tipo de Plástico Nomenclatura Coloração do Calor de Consistência 𝒈/
Siglas Designação Lume dissolução 𝒄𝒎𝟑
(ºC)
PET 1 Poli(tereftalato Fuliginosa 250 – 260 1,38 – 1,41
de etileno)
HDPE 2 Polietileno de Amarela ~ 130 0,94 – 0,97
alta densidade
PVC 3 Poli(cloreto de Verde 75 - 90 1,19 – 1,35
vinilo
LDPE 4 Polietileno de Amarela ~ 100 0,91 – 0,93
baixa
densidade
PP 5 Polipropileno Amarela 160 - 170 0,85 – 0,92
PS 6 Poliestireno Fuliginosa 70 - 115 1,05 – 1,08
Fonte: Adaptado pelo autor (2022), retirada de Marconato, (2007).
16
Figura 4:Esferas de esferovite (antes e depois de expandirem).
Fonte: EPS (2010).
Nas ideias de Abrapex, (2006) o material final são esferas que possuem uma dimensão variada
entre 1 á 3 milímetros, que concedem à expansão. No procedimento de transição, essas esferas
expandem até 50 vezes da sua dimensão inicial, através do vapor, fundindo-se e moldando-se
em contornos diferenciados. Ampliadas, as esferas expõem em sua massa até 98% de oxigênio
e apenas 2% é o esferovite (poliestireno). As peças concluidas do Poliestireno expandido são
completamente sem cheiro, não prejudicam o solo, a água, o ar, são também reaproveitáveis
na sua totalidade ou recicláveis, conseguem também retornar ao seu estado primário.
Nas ideias de OLIVEIRA (2006), o poliestireno possui características que podem se tornar
referenciadas como:
1 – Peso reduzido – o poliestireno é na sua maioria composto por 98% de ar e essa
caracteristica faz com que o equipamente reflita um leve peso;
2 - Isolamento térmico – o EPS possui uma caracteristicas de conservação térmica que o
posiciona como equipamento para embalagens de conservação de alimentos frescos;
3 - Fácil de manusear e colocar – o EPS é extremamente flexivel e pode ser modelado em
qualquer forma geométrica conforme a necessidade, a fim de atender a proteção ou isolamento
do produto; e
4 – Amortecimento de impactos – o facto do EPS ter a caracteristica de absorver choques e
possuir boa resistência à compressão faz com que este material seja escolhido quando há
necessidade de proteção em embalagens dos diversos materiais.
17
2.5.2. Aplicações do Poliestireno na Engenharia Civil
Na perspectiva de BORGES et al., (2017) foi uma alta referência a promoção deste
instrumento, o qual é aplicado amplas vezes atualmente, que no entanto, nas últimos décadas
vem conseguindo espaços de atuação na área de construção civil, por ser um ferramenta que
adquire qualidades consideráveis para a promoção de projectos que precisam de aperfeiçoar a
trabalhabilidade, bem como conforto acústico e térmico
Nas ideias de Silva et al, (2019) o poliestireno expandido possui diversas utilidades no mercado
apartir de objectos doméstico à embrulhos. Apesar disso é na engenharia civil que a sua
utilidade é mais anunciada. Das suas variadas qualidades destacam-se o seu baixo peso e
resistência, apto a conceber custos reduzidos, além disto, uma outra vantagem é o isolamento
térmico e acústico de ambientes. Assim percebe-se a razão da utilidade do poliestireno na
engenharia de construção civil, tendo se exposto como um elemento promissor no mercado.
18
a) b)
Nesta situação de compressão, o EPS comporta-se de uma maneira elástica até a deformação
atingir cerca 2% da espessura da placa. Uma vez retirada a força que provocava a deformação,
a placa recupera a espessura original. Em seguida aumentando a força de compressão até 10%,
supera-se o limite de elasticidade e verifica-se uma deformação permanente das células que,
no entanto, não se rompem.
Figura 7: Resistência à compressão com uma deformação de < 2% ou 10% em função da massa volúmica.
Fonte: FEM Unicamp (2015).
19
2.5.4. Propriedades físico-químicas do poliestireno
Na tabela 3 são apresentadas propriedades físico-químicas do poliestireno semi-rigido
disponíveis comercialmente.
O factor que contradiz ao uso do esferovite é que ele queima muito facilmente, e derretendo
liberta uma fumaça preta, (como ilustra a figura abaixo) a liberação do gás carbônico (CO2).
Esse gás é responsável pela intensificação do efeito estufa e do aquecimento global.
Na Tabela 4 são apresentados dados publicados pela empresa SONY comparando a reciclagem
por dissolução, a reciclagem mecânica por compressão e aquecimento e a produção de
poliestireno virgem.
20
Tabela 4: Emissão de Dióxido de Carbono das diferentes formas de Reciclagem.
Emissão de CO2 Consumo de energia
Actividade
(Kg/litro) (Mega joules /mol)
Reciclagem por dissolução 0,79 12,8
Reciclagem mecânica à compressão 1,12 16,1
Produção de PS virgem 2,23 76,5
Fonte: SONY, (2003).
A garrafa Pet é comumente encontrada em nosso cotidiano, uma vez que é utilizada para
embalar grande parte dos líquidos que consumimos diariamente, como bebidas e até mesmo
em frascos de medicamentos. Porém esse polímero é também encontrado em outros sectores,
como o têxtil, que usa o material como matéria-prima para a fabricação de roupas, tapetes e até
mesmo vassouras.
21
2.6.1. Propriedades das Garrafas Pet
O Pet é o melhor e mais resistente plástico para a fabricação de embalagens para refrigerantes,
águas, sucos, óleos comestíveis e diversos outros produtos. Possui alta resistência mecânica e
química, impermeabilidade a gases e é bem mais leve que as embalagens tradicionais feitas de
vidro ou alumínio, devido a estas características, este polímero mostrou ser o recipiente ideal
para indústrias de bebida em todo o mundo, reduzindo custos de transporte e produção.
Na visão de Silva, (2010) o Pet, é um termoplástico que apresenta inúmeras propriedades tais
como leveza, transparência, brilho, facilidade de moldagem é um polímero inodoro, insípido,
atóxico e fixo.
Nas ideias de Mano (1991), o Pet possui elevada resistência mecânica, térmica e química,
promovendo a possibilidade de se apresentar no estado transparente, parcialmente translúcido
e embaciado, boas propriedades de barreira, alta resistência à gorduras, à tração e raspagem. A
Tabela 5, apresenta algumas propriedades mecânicas deste polímero e a tabela 6 as
propriedades físico químicas.
22
2.6.4. Aplicações das garrafas Pet (Polietileno tereftalato) na Engenharia Civil
Estudos demonstram que as garrafas plásticas Pet (Polietileno tereftalato) podem ser utilizadas
na construção civil para fins habitacionais, apresentando vantagens enquanto material
construtivo e contribuindo eficazmente com o meio ambiente.
Entre as vantagens da aplicação deste material no segmento da construção civil podo-se
destacar: a abundância e facilidade de encontrar material (garrafas), baixo custo, bom
desempenho térmico, adequada rigidez e resistência da edificação.
Conforme Karagiannidis, (2008) o Pet pode ser usado em enorme número de aplicações, pois
é bastante flexivel. Com a adição de cargas, aditivos ou uso de métodos para orientação das
cadeias (uni e biaxial), o polímero pet pode ser produzido com muitas propriedades diferentes,
que satisfazem à exigências específicas de máquinas de transformação e do produto final.
A etapa de produção de garrafas pet, já na indústria de refrigerantes é a que mais gera dióxido
de carbono CO2 com (40,5% no total). Isso ocorre devido a distância entre os locais de extração
de petróleo e processamento do mesmo até a obtenção da pré-forma. A maior emissão de
monóxido de carbono CO, (53,6%) que corresponde a 0,30 kg ocorre nesta etapa.
Sendo o CO, monóxido de carbono um gás emitido por ações humanas ou naturais, produto
da reação incompleta de combustão de substâncias ricas em carbono que causa severos danos
à saúde dos seres vivos, por ser extremamente tóxico. E o CO2, é um óxido presente na
atmosfera, é associado ao chamado efeito estufa e por isso é considerado prejudicial ao
ambiente.
23
Emissão de CO e CO2 no ciclo de vida das garrafas
Pet
53.57
60
EMISSSÕES (%)
50 40.56
34.54
40 28.57
30 14.25
20 7.14 8.93
5.02 3.61 0.4 1
10 0 0 0
0
Os pavimentos intertravados são utilizados há milhares de anos pelo mundo. Nas investigações
de ABCP, (2010) na Mesopotâmia há quase 5.000 anos a.C. e no Império Romano desde 2.000
a.C., era utilizado um modelo semelhante para a pavimentação de vias, revestidas de pedras
brutas.
Nas pesquisas de Marchioni (2012), o pavimento intertravado teve origem com a pavimentação
de pedras talhadas, com o objetivo de melhoria do rolamento que antes era feito com pedras
em estado natural. Segundo ABCP (2010), contudo, a pavimentação com pedras talhadas
possuía grande dificuldade de produção artesanal, além de um aspecto irregular, dificultava o
conforto e a passagem de pessoas e veículos.
A partir dessa dificuldade, deu-se inicio ao uso dos pavimentos intertravados em blocos, que
começaram a ser fabricados em betão pré-moldado apenas no final do século XIX em fábricas
menores. Depois da Segunda Guerra Mundial, os blocos industriais começaram a ser
produzidos em grandes fábricas na Alemanha ABCP, (2010).
Nas ideias de Fioriti, (2007) depois da Guerra, devido à necessidade de reconstruir a Europa,
surgiu o sistema de pavimentação de blocos de betão intertravados
De acordo com a Prefeitura Municipal De São Paulo, (2004) considera que o uso de peças pré-
moldadas de betão de cimento Portland como revestimento de pavimentos consiste em um
24
modelo de pavimento flexível, que possui algumas vantagens em relação aos pavimentos
rígidos.
Pavimento flexível, por sua vez, é esclarecido pela ABNT NBR 15953 (2011), como um tipo
de pavimento no qual a absorção de esforços dá se de forma dividida entre as camadas, com as
tensões verticais em camadas inferiores mais concentradas em região próxima da área de
aplicação da carga.
A ABNT NBR 9781 (2013), define o intertravamento como sendo a capacidade das peças de
betão resistirem a deslocamentos individuais, sejam eles verticais, horizontais, de rotação ou
giração, em relação às peças próximas.
Fernandes (2013) cita que uma das grandes vantagens da pavimentação intertravada é a
facilidade de execução, uma vez que os blocos são apenas assentados sobre uma de areia que
contribui com o intertravamento, além de regularizar a base abaixo do revestimento.
Na perspectiva de Hallack (2001) os pavês são conhecidos por suas características estéticas,
versatilidade do material, facilidade de estocagem e homogeneidade. Para salientar Leite
(2015), ainda complementa que há outras propriedades do pavimento que devem receber
destaque, como:
25
2.7.1. Materiais incorporados nos pavês convencionais
O betão usado em pavês convencionais deve ser constituído de cimento Portland, agregado
graúdo, agregado miúdo e água, sendo permitido o uso de aditivos e pigmentos. O cimento
Portland pode ser de qualquer tipo e classe, mas deve obedecer às normas de acordo com as
especificações e aplicação:
1) Agregado miúdo: Agregado cujos particulas atravessam a peneira com abertura de malha
de 4,75 mm e ficam confinados na peneira de malha de 150 µm, em ensaio realizado de acordo
com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1 e não
devem conter teores de matérias orgânicas que possam prejudicar as características exigidas
pelas normas.
2) Agregado graúdo: Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75
mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em ensaio realizado de
acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-
1. A água de amassamento deve atender à ABNT NBR 15900-1, e deve estar isenta de
propriedades nocivas a hidratação do cimento. Os aditivos devem atender à ABNT NBR 11768.
26
Figura 12: Dimensões dos pavês de classe tipo I.
Fonte: Adaptado pelo autor (2022), Retirado da ABNT NR 9781 (2013).
Na perspectiva da ABNT-NBR-9781 as cargas dos pavês com idade inferior a 28 dias devem
exibir no mínimo 80% do fck do indicado na tabela abaixo, no período de sua utilização, sendo
que aos 28 dias ou mais de idade de cura, o fck tem que ser similiar ou elevado ao indicado na
tabela abaixo.
27
2.7.4. Nível de absorção de água
Nos ensaios de absorção de água a peça exemplar de betão deve apresentar valores médios
menores ou iguais a 6 %, não se admitindo valores individuais maiores do que 7 %.
28
CAPÍTULO II: METODOLOGIA
Para o avanço desta pesquisa, teve-se em conta os seguintes aspectos para a sua classificação:
a abordagem da pesquisa, a natureza, os objectivos e os processos técnicos.
29
tabelas e medidas. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher
mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.
Para a abordagem qualitativa foi considerado em todos os pontos de vista de colecta de dados
no que se refere a documentos, obras de literatura, mapas, fotos, que posteriormente serão
adequadamente avaliadas e resumidas de forma descritiva. Enquanto a abordagem quantitativa
foi a partir do cumprimento dos testes laboratoriais, onde a execução teve um plano pré-
estabelecido em conjunto com a utilização de instrumentos matemáticos e estátisticos no
tratamento e seleção dos dados acumulados.
A presente investigação é vista como aplicada, pois tem como propósito gerar conhecimento
para aplicações práticas direcionadas a soluções de problemas especificos, envolvendo
verdades e interesses locais em estudo, de modo a influenciar positivamente na sua economia,
crescimento populacional entre outros, GIL (1994).
30
bibliográfica, documental e durante a realização do trabalho adoptou-se a pesquisa
experimental.
31
3.1.5.3. Pesquisa experimental
Nesta seção fortimente influênciada pela pesquisa documental sendo que na fase experimental
recorreu se a normas laboratoriais como a ABNT-NBR-9781 (1986) que se refere a norma
brasileira com as especificações dimensionais padronizadas para peças de betão para
pavimentação.
E também foram usadas as normas ABNT NBR NM 9781, ABNT NBR 7211 com peneiras
definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1, para a preparação dos agregados miúdos, cujos
grãos passam pela peneira com abertura de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura
de malha de 150 µm.
Nas investigações de Triviños (1987), as etapas de pesquisa iniciam pela formulação exata do
problema e das hipóteses, que delimitam as variáveis precisas e controladas que atuam no
fenômeno estudado. Nas ideias de Gill (2007), a pesquisa experimental consiste em determinar
um objecto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objecto.
32
3.4.1. Materiais e métodos usados
O esferovite que foi utilizado na pesquisa, foi coletado na lixeira de Malhampsene. Em sua
maioria são materiais originários de embalagens de proteção de produtos, como televisões,
computadores e electrodomésticos.
Logo após recolhido o esferovite, deu-se o ínicio ao procedimento de moagem, este traduz em
transformar o formato inicial do material em pequenos pedaços. Para isso, foi feito de forma
manual com a ajuda de um peneiro que serviu como ralador, permitindo que os grãos tomassem
dimensões semelhantes a de areia. Prontamente, foi feita a sepação do material atravês do
peneiramento, que segundo ABNT NBR NM 248, os agregados miúdos são os grãos passam
pela peneira com abertura de malha 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de
150𝜇𝑚, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas
pela ABNT NBR ISO 3310-1. Deste modo, a granulometria do esferovite selecionada para
produzir os pavês é a mesma que a dos grãos miúdos. As figuras abaixo demonstram as fases
e processos utilizados na preparação do esferovite.
Nota 1: A granulometria do esferovite foi realizada mas, mesmo assim não surtio algum efeito
referente aos agregados miúdos na mistura, pois pela dissolução da matéria ele atinge o estado
líquido, assim sendo torna-se um ligante na mistura.
33
Garrafas Pet
As garrafas de polietileno tereftalato usadas na experiência, foram coletadas na lixeira de
Malhampsene. Na sua maioria são de materiais provenientes de embalagens de água e
refrigerantes.
Depois de colectado o polietileno tereftalato (Pet) é lavado em água potável de modo a ficar
totalmente livre de impurezas, uma vez que é feito manualmente, deu se inicio ao procedimento
de trituração. Este consiste em transformar o formato original do material em pequenas tiras de
tamanho aleatório. Sendo assim, a trituração ocorreu de forma manual com o auxilio de uma
tesoura de modo a armazenar em baldes de 20 litros de capacidade.
(1) (2) (3) (4)
Pó de pedra
Foi selecionado para a pesquisa, o pó de pedra sendo um tipo de brita, com textura fina
normalmente utilizado na construção civil. Para o seu uso, foi colocado em processo de
secagem ao ar livre, logo em seguida desfigurada e peneirada com auxílio do peneiro de malha
2 mm, para a incorporação na mistura fundida de esferovite e garrafas pet para a produção dos
pavês.
34
3.4.2 Dosagem e determinação de traço
Para a determinação dos traços usados no fabrico dos pavês feitos, usou-se como base
experiências realizadas no Brasil, com 60% de garrafas Pet, 10% de esferovite e 30% de óleo
de cozinha usado. Com o intuito de fornecer maior resistência as peças de pavê intertravado a
produzir, substituiu-se o óleo de cozinha usado na sua totalidade pelo pó de pedra.
Para tal foram desenvolvidos 3 traços com quantificações diferentes com o intuito descobrir o
traço que mais possibilita a segurança e acima de tudo manifesta boa resistência à compressão.
A tabela abaixo, mostra a definição das doses e traços pretendidos.
Após a doseamento dos materiais a serem introduzidos na mistura dos pavês, delimitou-se o
número total de amostras de pavês a produzir. Em que cada peça de pavê resultante da
experiência foi sujeito a um determinado tipo de ensaio para a definição das propriedades
físicas e mecânicas. Assim sendo para cada os traço estabelecido, foram produzidas (4)
amostras singulares, foi também estabelecido o processo de cura após a fabricação, sendo
realizado por um periódo de 1 dia com o intuito de avaliar as resistências atingidas pelas
amostras, sendo que o pavê de plástico não estabelece a mesma configuração de cura que o
pavê de convecional.
Para a produção dos pavês compostos por garrafas Pet e esferovite, foram compostos e
produzidos de maneira artesanal em ambiente caseiro.
O pavê escolhido para esta experiência obedeceu as especificações dimensionais estabelecidas
pela norma NBR 9781 (2013).
Nota 2: As etapas de produção não foram de acordo com a normalização, devido a diferença
de matérias que constituem o pavê.
35
Etapas e processos para a produção dos pavês
Etapa 1: Após a preparação dos materiais, pesou-se as quantidades traçadas para cada material,
de acordo com a quantificação de pavês pretendidos, conforme vem escrito na tabela abaixo.
Etapa 2: Iniciou-se por colocar os grãos de esferovite no interior de uma panela metálica que
suporta altas temperaturas com a capacidade de 25 litros, depois de colocados os grãos de
esferovite em processo de fervura, esperou se atingir a sua completa dissolução, em seu
processo fez-se então o controle da temperatura, estando entre os 250º á 260º C, em seguida
colocou-se no mesmo recipiente tiras de garrafas Pet passando pelo mesmo processo de
dissolução, completo o processo, prosseguio-se com a adição do pó de brita com dimensões de
2.00 mm de espessura, estando completos os materiais incorporados a mistura, por meio de um
bastão de madeira, promoveu-se movimentos rotacionais por meio de um controle de 10 (dez)
em 10 (dez) minutos até a homogenização dos elementos inseridos na mistura, que no passar
do tempo o esferovite e as garrafas pet reduziam o seu volume no recipiente, a metodologia de
combustão utilizada era á lenha, sendo assim houve alguma dificuldade no controle da váriação
de temperatura, que promoveu um atraso ou aceleração no processo de dissolução. As figuras
abaixo mostram as etapas e procedimentos de introdução dos resíduos sólidos na mistura dos
pavês.
Figura 16: Etapas e processos de introdução dos materiais na mistura dos pavês.
(1) Colocação do esferovite para posterior aquecimento, (2) Verificação de temperatura do recipiente, (3)
Imersão de garras de plástico Pet, (4) Homogenização da mistura, (5) Mistura pronta para a produção
dos pavês.
Fonte: Autor (2022)
36
Etapa 3: Atendendo as especificações dimensionais da ABNT NBR 9781 (2013), seguiu-se
com o enchimento dos moldes a quente.
(1) (2) (3)
Nota: Perante a situação de não existirem normalizações que atendam ao âmbito de produção
de pavês em termos de tempo de cura, partiu-se do principio que o plástico logo que atinge o
seu estado sólido possuirá a mesma resistência no decorrer do tempo não havendo nenhuma
variação em termos de resistência.
37
Ensaios laboratoriais
Em compreensão das propriedades mecânicas dos pavês compostos por garrafas Pet e
esferovite foi feito o ensaio de:
- Resistência à compressão
Para a confiabilidade dos efeitos dos ensaios de resistência à compressão foram usados os
procedimentos estabelecidos pela ABNT NBR 9781 (2013).
Nota 3: O ensaio de absorção de água foi dispensado, pois o pavê de garrafas pet e esferovite
a porosidade é quase nula.
Os processos seguidos na investigação não foram de acordo com a normalização, devido a
diferença de materiais que constituem o pavê.
Resistência à compressão
Compresão é a força aplicada a um corpo, tentando unir as partes que o compõem, resistindo
até alcaçarem a sua tensão característica, que depende de cada tipo de material.
Assim, o ensaio de resistência à compressão tem como propósito determinar a carga máxima
que o pavê pode suster sem sofrer deformidades.
• Aparelhagem
- Prensa hidráulica, que deve ser provida de dispositivo que assegure distribuição uniforme
dos esforços à amostra e apartir de um computador permite a leitura das cargas aplicadas.
Foi necessário também:
- Dois adaptadores de aço para apoio; e
- Uma balança com margem de erro de 0.5g para tirar o peso do pavê.
38
Ensaios de resistência à compressão das amostras
Para a prática do ensaio de resistência à compressão, iniciou-se pela pesagem dos pavês e
anotação dos pesos, em seguida partiu-se para a execução do ensaio de resistência à
compressão, onde foram colocadas e posicionadas as amostras na prensa hidráulica de maneira
que a carga aplicada actuasse de maneira distribuida e uniforme na direcção dos esforços do
pavê, tal como a aplicação no pavimento, em que o seu centro de gravidade está perfeitamente
alinhado ao eixo da carga. Logo depois acionou-se a prensa hidraúlica, e apartir do dispositivo
de comando, foram controladas e verificadas as tensões aplicadas nas amostras que corriam a
uma velocidade constante de 150 N/s até a ocorrência da rotura da peça de pavê.
(1) (2)
Figura 21: Preparo das amostras para a execução do ensaio de resistência à compressão.
(1) Amostra bem posicionada para ensaio, (2) Prensa de resistência à compressão
Fonte: Autor. (2022)
A resposta dos ensaios de resistência à compressão foram adquiridos apartir da tensão aplicada
na amostra , e com o auxilio do computador, fez-se a leitura da tensão de rotura e carga máxima
suportada até a sua quebra.
39
Limitações da pesquisa
A pesquisa feita, expôs limitações quanto a análise dos processos químicos dos resíduos, assim
como dos pavês, devido a ausência de ferramentas e acessórios especiais para a avaliação destes
processos. Sendo fundamental e de grande importância dar a conhecer o efeito que cada
elemento incorporado neste material gera ao meio ambiene.
Outras limitações:
- Sendo o esferovite uma das matérias primas incorporadas na produção deste pavê, torna-se
uma limitação a considerar, a fraca exposição e disponibilidade deste resíduo em lixões, que
por ventura torna o uso desta matéria não viável económicamente.
40
CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo, faz-se referência a apresentação, análise e discussão dos resultados obtidos
nesta investigação, descritos na metodologia do trabalho adoptados no capítulo de revisão de
literatura e nos resultados laboratoriais obtidos, referentes ao reaproveitamento de esferovite e
garrafas pet na produção de pavês.
Para a execução do ensaio de resistência à compressão foram produzidos (4) amostras para os três (3)
traços. Sendo que todas as amostras produzidas foram testadas no (2º) dia de secagem. Logo disponíveis
ao laboratorio foram pesadas e colocadas na prensa hidráulica, como é descrita a realização do ensaio
de resistência à compressão no cápitulo anterior, os resultados obtidos são apresentados em forma de
tabela abaixo:
Idade: 2 dias
41
Abaixo, é representado o gráfico da resistência à compressão de cada traço realizado:
42
A qualidade de resistências à compressão produzida nos pavês feitos de garrafas pet, esferovite
e pó de pedra foram avaliadas no 2º dia de cura, pois os resíduos plásticos alcançam a
resistência máxima logo depois de retomarem ao estado sólido e estiverem completamente
esfriados. Ademais, comprovou-se que os pavês produzidos com resíduos plásticos
reaproveitados para a substitutição do cimento não é a melhor alternativa ambiental e
economicamente viável para ser utilizada em estradas com tráfego de veículos ligeiros, pois os
resultados de resistência à compressão não enquadram-se nos padrões aceitáveis, de mínimo
ou superior à 35 Mpa’s em valores individuas de acordo ABNT-NBR 9781: (2013).
De acordo com a resistência à compressão realizada, o uso de pavês de garrafas pet, esferovite
e pó de pedra, não é recomendável em pavimentação de estradas primárias e secundárias, sendo
que, segundo os parâmetros minímos exigidos pela ABNT NBR 9781 (2013), essas estradas
são destinadas a veículos comerciais e de alta tonelagem, devendo possuir uma resistência à
compressão maior ou igual a 35 MPa’s.
Segundo Paula Manoela et al. (2017), a calçada pública deve apresentar uma resistência
mínima à compressão de 20 MPa.
De acordo com os dados de resistência à compressão dos pavês concebidos, o 1º traço possui
uma resistência média à compressão de 17.3 MPa’s, sendo o traço com maior resistência à
compressão, propõe-se o uso dos pavês de garrafas pet e esferovite em calçadas pedestrais (
jardins e pátios privados).
43
Definição de Calçadas
Este cálculo tem como começo a compreensão e garantia de todos os custos do produto, e por
fim a formação do lucro pretendido. O cálculo serve para a empresa obter um indicador inicial
ou indicador de referência para as análises comparativas, pois nesta época, a determinação do
preço é influenciada por factores do mercado .
Preço de
Custo Despesas Lucro
Venda
• De uma maneira resumida custo é quanto a empresa gasta para produzir o que será
oferecido aos clientes.
44
Despesas – Nas investigações de Hendriksen (1999), as despesas estabelecem o uso ou
consumo de bens ou serviços no processo de aquisição de faturamento.
• É quanto a empresa gasta para vender um serviço ou produto e assim gerar rendimento.
Lucro – é o retorno que a empresa terá ao vender um produto ou serviço. O lucro é o dinheiro
que irá financiar o crescimento do negócio.
Nota: De forma a evitar altos custos de transporte o local ideal para a implementação do
negócio, é o mais próximo a Lixeira de Malhampsene, porém pode não vir a ser a melhor
alternativa, olhando mais na estratégia de marketing de forma que o négocio seja mais lucrativo
ou prospero. A empresa deve encontrar-se próxima a seus recursos de forma a gastar menos,
este local êxita altos custos.
45
• Fórmula para cálculo da Despesa variável:
𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑒𝑚 𝑘𝑚
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠. = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 × ( ) × 30%
8 𝑘𝑚/𝑙
46
CONCLUSÃO
De acordo com a discussão de resultados obtidos da pesquisa feita, verificou-se que os pavês
feitos de garrafas pet, esferovite e pó de pedra possuem uma resistência média à compressão
de 17.3 Mpa’s, possibilitando somente o uso direcionado a pedestres.
A limitação dos pavês produzidos faz com que não sejam recomendados em pavimentações de
estradas primárias e secundárias. Sendo que, essas estradas são destinadas a circulação de
veículos comerciais e de alta tonelagem por possuírem uma resistência maior ou igual à 35MPa
que é o parâmetro mínimo exigido pela norma ABNT NBR 9781: 2013.
Perante as avalições praticadas mediante o processo de fabricação dos pavês de garrafas pet e
esferovite, recomenda-se:
47
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54
Apêndices
Mapa de Quantidades
Preço em MZM
ITEM CAPÍTULO 01 - Elaboração do Projecto Unidade Quantidade
Unitário Total
55
CAPÍTULO 03 - Aquisição de matéria prima
1º Traço
Apêndices 2: 1º Traço.
56
2º Traço
Apêndices 3: 2º Traço.
3º Traço
Apêndices 4: 3ª Traço.
57
Apêndices 5: Material auxiliar e Equipamentos de proteção Individual.
(a)Termômetro digital; (b) óculos de proteção; (c) Luvas de proteção
58