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Monografia Final Anderssen Ferreira 3

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Universidade Wutivi - Unitiva

Faculdade de Engenharias, Arquitectura e Planeamento Físico


Curso de Licenciatura em Engenharia Civil

PROPOSTA DE REAPROVEITAMENTO DE GARRAFAS PET E ESFEROVITE DA


LIXEIRA MALHAMPSENE NA PRODUÇÃO DE PAVÊS

Trabalho submetido em cumprimento dos requisitos para a obtenção do Grau de Licenciatura em


Engenharia Civil

Candidato: Anderssen Alves Abasse Ferreira

Supervisor: Prof. Doutor Jeremias Abel Palalane

Boane, Julho de 2022


Universidade Wutivi – Unitiva

Faculdade de Engenharias, Arquitectura e Planeamento Físico

Curso de Licenciatura em Engenharia Civil

PROPOSTA DE REAPROVEITAMENTO DE GARRAFAS PET E ESFEROVITE DA


LIXEIRA MALHAMPSENE NA PRODUÇÃO DE PAVÊS

Trabalho submetido em cumprimento dos requisitos para a obtenção do Grau de Licenciatura


em Engenharia Civil

Candidato: Anderssen Alves Abasse Ferreira

Supervisor: Prof. Doutor Jeremias Abel Palalane

Boane, Julho de 2022

ii
Universidade Wutivi - Unitiva
Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Planeamento Físico

Curso de Engenharia Civil

DECLARAÇÃO
Declaro por minha honra que este Projecto de Trabalho de Licenciatura que, no presente
momento, submeto à Universidade Wutivi, em cumprimento dos requisitos para a obtenção do
grau de licenciatura em Engenharia Civil, nunca foi apresentada para a obtenção de qualquer
outro grau académico e que constitui o resultado da minha investigação pessoal, tendo
indicado no texto e na bibliografia as fontes que utilizei.

Candidato Supervisor

___________________________ __________________________________
(Anderssen Alves Abasse Ferreira) (Prof. Doutor Jeremias Abel Palalane)

iii
Universidade Wutivi - Unitiva

Faculdade de Engenharias, Arquitectura e Planeamento Físico

Curso de Licenciatura em Engenharia Civil

Folha de Aprovação
Este trabalho foi aprovado no dia __ de ________ de 2022, por nós membros do Júri
examinador da Faculdade de Engenharias, Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade
Wutivi em Moçambique

……………………………………….
(O Presidente do Júri)

………………………………………..
(O Arguente)

…………………………………………
(O Supervisor)

iv
Universidade Wutivi

Faculdade de Engenharias, Arquitectura e Planeamento Físico

Termo de Recepção da Versão final da Monografia em formato físico e em CD- ROM

Declaro que o estudante ______________________________________________________


entregou no dia __/ ____/____ , 3 exemplares físicos e um em CD-ROM com a Monografia da
Conclusão do Curso de Licenciatura em PDF para o arquivo e para o Registo Académico da
Universidade Wutivi.

Título do Trabalho: ___________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Boane, ___de _________ de ______

A Direcção da Faculdade
________________________________________

v
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de fim do curso à Deus. Por me


fornecer forças e saúde para alcançar as metas e
objectivos almejados. Aos meus pais e avôs, que apesar
de terem enfrentado dificuldades económicas, deram
sempre prioridade à minha formação e sempre o fizeram
com muito amor.

vi
AGRADECIMENTOS
Foram 4 anos e meio de vários desafios e dificuldades enfrentadas que graças a ajuda de alguns
amigos e familiares conseguí ultrapassar. Primeiramente quero agradeçer a Deus aquele que é
o meu maior mestre pela saúde, força, sabedoria e pela pessoa em que eu me tornei ao longo
destes anos. Agradeço imensamente ao meu pai, Elisio Alves Clemente Ferreira pelo apoio e
pela confiança em mim depositada, dando o seu máximo todos os meses, para que eu pudesse
terminar a licenciatura. Agradeço também a minha madrasta por ter se pronunciado junto ao
meu pai nessa tarefa nada fácil. Deixo o meu especial agradecimento aos meus Avós Isabel
Elias Alves e Maxwell Clemente Ferreira, por torcerem sempre por mim. Agradeço aos meus
irmãos Alecsandri Ferreira, Igor Madeira, Shaquil Cabral e Yago Ferreira pelo apoio e moral
que me foi transmitido. O meu humilde agradecimento ao meu supervisor Professor Doutor
Jeremias Abel Palalane pela confiança e acompanhamento na elaboração da minha proposta de
projeto, ao Doutor Esnaider Rodriguez Suarez por ter me ajudado a organizar o trabalho. Aos
meus amigos e colegas da turma de Engenharia Civil 2018, por terem me ajudado e suportado
imenso com a partilha de conhecimentos e experiências perante os numerosos desafios, sempre
com um espírito de apoio, o meu humilde agradecimento. Por último quero agradecer a todos
os funcionários da faculdade de Engenharia da Universidade Wutivi que tiveram influência
directa ou indirecta nas minhas conquistas acádemicas.

vii
RESUMO

O aproveitamento de resíduos sólidos industriais como matéria prima no sector da Construção


civil vem sido discutida de forma exaustiva em diversas linhas de pesquisa, uma vez que o
sector demonstra ter grande potencial, para absorver diferenciados tipos de resíduos dos demais
e variados processos produtivos. O reaproveitamento é uma proposta que consegue responder
de forma satisfatória a duas questões ambientais importantes: a destinação adequada para os
resíduos industriais e a redução do consumo de recursos naturais, pois a indústria da
Construção Civil é a que mais consome este tipo de recurso anualmente. Esta pesquisa teve
como objetivo avaliar os potenciais do reaproveitamento de garrafas pet e esferovite da lixeira
Malhampsene na produção de pavês, apartir da reciclagem por dissolução de matérias
substituindo o cimento na sua totalidade. Com isto, espera-se contribuir para diminuição do
simples despejo destes resíduos na natureza, além de buscar formas econômicas e eficazes do
seu reaproveitamento. O trabalho análisou a resistência à compressão dos corpos de amostra
fabricados, avaliando assim o ambiente adequado a sua aplicação. Foram produzidos (3) três
traços, na tentativa de definir o traço que possui maior resistência à compressão.

Palavras-Chave: aproveitamento, construção civil, Resíduos, esferovite, garrafas pet, pavês.

viii
ABSTRACT
The use of industrial solid waste as a raw material in the Civil Construction sector has been
discussed exhaustively in several lines of research, since the sector shows great potential to
absorb different types of waste from other and varied production processes. Reuse is a proposal
that manages to satisfactorily respond to two important environmental issues: the adequate
disposal of industrial waste and the reduction of consumption of natural resources, since the
Civil Construction industry is the one that consumes this type of resource annually. This
research aimed to evaluate the potential of reusing pet bottles and styrofoam from the
Malhampsene dump in the production of paves, from recycling by dissolving materials
replacing the cement in its entirety. With this, it is expected to contribute to the reduction of
the simple dumping of these residues in nature, in addition to seeking economic and effective
ways of reusing them. The work analyzed the compressive strength of the manufactured sample
bodies, thus evaluating the appropriate environment for its application. Three lines were
produced (3) in an attempt to define the line that has the highest compressive strength.

Keywords: reuse, Civil construction, Waste, PET bottles, styrofoam, paves.

ix
LISTA DE ABREVIATURAS

ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

𝑐𝑚3 – Centímetros cúbicos;

EN – Norma Europeia;

EPS – Poliestireno expandido;

et al. – E outros;

GRS - Gestão dos Resíduos Sólidos,

Mpa – Megapascais;

NM – Norma Moçambicana;

NP – Norma Portuguesa;

NBR – Normas Brasileiras Regulamentadoras; e

Pet – Politereftalato de etileno;

PPTRS – Política de propriedade no tratamento dos resíduos sólidos;

RS – Resíduos Sólidos;

Unitiva – Universidade Wutivi;


3R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar;

x
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Princípios dos 3R´s. ................................................................................................. 13


Tabela 2: Modelos de plástico e propriedades. ........................................................................ 16
Tabela 3: Propriedades físico-quimicas do poliestireno. ......................................................... 20
Tabela 4: Emissão de Dióxido de Carbono das diferentes formas de Reciclagem. ................. 21
Tabela 5: Propriedades mecânicas das garrafas Pet. ................................................................ 22
Tabela 6: Propriedades Físico químicas do polímero Pet. ....................................................... 22
Tabela 7: Etapas de disposição das garrafas Pet e a sua emissão de Dióxido de Carbono ao
meio ambiente. ......................................................................................................................... 24
Tabela 8: Medidas nominais do pavê classe 1 (padrão holandês). .......................................... 27
Tabela 9: Resistência padrão à compressão. ............................................................................ 27
Tabela 10: Quantificação dos traços pretendidos. ................................................................... 35
Tabela 11: Traço estabelecido para a produção de pavês. ....................................................... 36
Tabela 12: Síntese dos ensaios de resistência à compressão ................................................... 41
Tabela 13: Comparação da resistência caracteristica dos pavês .............................................. 42
Tabela 14: Formação de preço de venda para uma unidade de pavê. ...................................... 45
Tabela 15: Preço do pavê de garrafas pet, esferovite e pó de pedra por 𝑚2. .......................... 46
Tabela 16: Comparação de custos............................................................................................ 46

xi
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ilustração da localização do ponto de recolha dos resíduos sólidos........................... 2


Figura 2: Condições necessárias para uma eficaz Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos
Urbanos (GIRSU). ................................................................................................................... 12
Figura 3:Conceito de Sustentabilidade. ................................................................................... 14
Figura 4:Esferas de esferovite (antes e depois de expandirem). .............................................. 17
Figura 5: Monatgem de abobadilhas de poliestireno expandido em vigotas. .......................... 18
Figura 6: Resistência Mecânica do Poliestireno ...................................................................... 19
Figura 7: Resistência à compressão com uma deformação de < 2% ou 10% em função da massa
volúmica. .................................................................................................................................. 19
Figura 8: Liberação de Dióxido de Carbono do Poliestireno ao ambiente. ............................. 20
Figura 9: Garrafas do polímero Pet. ......................................................................................... 21
Figura 10: Polímero Pet em outros sectores. ........................................................................... 21
Figura 11: Alvenaria de garrafas Pet reaproveitadas. .............................................................. 23
Figura 12: Dimensões dos pavês de classe tipo I. .................................................................... 27
Figura 13: Procedimentos para a preparação do Esferovite (Poliestireno Expandiso) ............ 33
Figura 14: Processo de preparação das garrafas Pet ................................................................ 34
Figura 15: Pó de pedra. ............................................................................................................ 34
Figura 16: Etapas e processos de introdução dos materiais na mistura dos pavês. ................. 36
Figura 17: Processo de preparação dos moldes para posterior enchimento............................. 37
Figura 18: Arefecimento lento, da mistura já nos moldes. ...................................................... 37
Figura 19: Procedimentos usados na desmoldagem das peças de pavê. .................................. 37
Figura 20: Instrumentos usados na execução do ensaio de resistência à compressão. ............ 38
Figura 21: Preparo das amostras para a execução do ensaio de resistência à compressão. ..... 39
Figura 22: Calçada pedestral (Jardins e pátios privados)......................................................... 43
Figura 23: Esquematização para formação de preço ............................................................... 44

LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 1: Tensão de rotura da amostra de cada traço. ............................................................ 42

xii
APÊNDICES
Apêndices 1: Mapa de quantidades do Projecto de Investigação. ........................................... 55
Apêndices 2: 1º Traço. ............................................................................................................. 56
Apêndices 3: 2º Traço. ............................................................................................................. 57
Apêndices 4: 3ª Traço. ............................................................................................................. 57
Apêndices 5: Material auxiliar e Equipamentos de proteção Individual. ................................ 58
Apêndices 6: Processos de execução. ...................................................................................... 58
Apêndices 7: Exposição de Pavês. ........................................................................................... 58

EQUAÇÃO
Equação 1: Formula para cálculo do Custo de transporte. .................................................................... 46

xiii
ÍNDICE

D E C L A R A Ç Ã O ............................................................................................................. iii

Folha de Aprovação .................................................................................................................. iv

DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... vi

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................vii

RESUMO ............................................................................................................................... viii

ABSTRACT.............................................................................................................................. ix

LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................................................. x

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. xi

LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................xii

LISTA DE GRÁFICO .............................................................................................................xii

APÊNDICES.......................................................................................................................... xiii

EQUAÇÃO ............................................................................................................................ xiii

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1. Delimitação do Tema .................................................................................................. 2

1.1.2 Delimitação espacial ..................................................................................................... 2

1.2. Problematização .......................................................................................................... 3

1.3. Hipóteses ..................................................................................................................... 4

1.4. Justificativa.................................................................................................................. 5

1.5. Relevância ................................................................................................................... 6

1.6. Objectivos.................................................................................................................... 7

1.6.1. Objectivo Geral .................................................................................................... 7

1.6.2. Objectivo Específicos .......................................................................................... 7

1.7. Estrutura do trabalho ................................................................................................... 8

CÁPITULA I: REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 9

2.1. Construção Civil e o meio Ambiente .............................................................................. 9

2.2. Resíduos sólidos .............................................................................................................. 9

xiv
2.2.1. Gestão de resíduos sólidos ...................................................................................... 10

2.2.2. Projecto de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRS) ................... 11

2.2.2. Definição dos príncipios dos 3R’s .......................................................................... 12

2.4. Plástico .......................................................................................................................... 15

2.4.1. Principais características do plástico: ..................................................................... 15

2.5. Poliestireno Expandido EPS (Esferovite) ..................................................................... 16

2.5.1. Características do Poliestireno Espandido (Esferovite) .......................................... 17

2.6.4. Aplicações das garrafas Pet (Polietileno tereftalato) na Engenharia Civil ................ 23

2.7. Pavês intertravados ........................................................................................................ 24

2.7.1. Materiais incorporados nos pavês convencionais ................................................... 26

2.7.2. Medidas e características físicos............................................................................. 26

2.7.3. Condições específicas dos pavês convencionais ................................................... 27

2.7.4. Nível de absorção de água ...................................................................................... 28

CAPÍTULO II: METODOLOGIA .......................................................................................... 29

3.1. Classificação da Pesquisa .............................................................................................. 29

3.1.2. Quanto a abordagem da pesquisa é qualitativa-quantitativa .................................. 29

3.1.3. Quanto a natureza da pesquisa................................................................................ 30

3.1.4. Quanto ao objectivo da pesquisa ............................................................................ 30

3.1.5. Quanto ao procedimento técnico ............................................................................ 30

3.2. Proposta de investigação ............................................................................................... 32

3.4.3. Produção dos pavês .................................................................................................... 35

4.1. Mapa resumo da resistência à compressão .................................................................... 41

CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 47

Referências Electrónicas ...................................................................................................... 53

Apêndices ............................................................................................................................. 55

Orçamento do Projecto de Investigação ........................................................................... 55

1º Traço ............................................................................................................................. 56

xv
2º Traço ............................................................................................................................. 57

3º Traço ............................................................................................................................. 57

xvi
1. INTRODUÇÃO

É difícil imaginar o mundo moderno sem o uso dos plásticos. Desde a descoberta do primeiro
plástico sintético da história, no início do século XX, eles vêm sendo aperfeiçoados e aplicados
com sucesso, nas mais diversas actividades do ser humano.
Segundo Plastics Europe, (2011) os plásticos são materiais produzidos a partir do petróleo,
que é uma matéria-prima bastante explorada no mundo, baratos, duráveis e multifuncionais, o
que facilita o desenvolvimento de produtos e benefícia a sociedade de diversas maneiras.

Na perspectiva de Oliveira, (2012) apesar dos diversos benefícios que o plástico traz para a
sociedade, os seus resíduos são prejudiciais. Sendo assim o grande volume dos materiais
plásticos, a enorme quantidade de descarte pós-consumo e os impactos ambientais causados
pela disposição incorrecta dos resíduos, que não são biodegradáveis, são apenas alguns dos
problemas a serem citados. Além disso, os plásticos podem causar danos à saúde dos seres
humanos e dos animais, principalmente por causa dos aditivos e químicos utilizados na sua
fabricação. Instrumentos regulatórios destinados a minimizar os efeitos dos plásticos na saúde
humana e ambiental precisam seguir seu ciclo, desde a produção, o uso e o descarte.

Em últimas décadas, o assunto resíduos plásticos converteu- se em um assunto mundialmente


discutido em diversos encontros, relacionados ao ambiente e em diversas mídias sociais.
Presente em todos os lugares da nossa vida, a fabricação de recursos a partir desse material
desenvolveu drasticamente, principalmente nos últimos dez anos, à medida que, justo à sua
particularidade mais apreciável o seu duramento passou a aglomerar-se nos solos, ar entre
outros, promovendo danos claros para a fauna, as cidades e a sociedade, aflorando a discussão
sobre como monitorar a contaminação promovida por plásticos.

Na perpectiva de Pertussatti, (2020) esse tema é argumentado e abrange uma variedade de


factores, como o centro de comércio, ecossistema, a administração de resíduos sólidos,
renovação de hábitos, soluções opcionais e ciclo de vida dos produtos, que separam a opinião
de autoridades, presidência e o sector individual sobre as melhores proporções a serem
adoptadas para afrontar as dificuldades.

1
Contextualização da pesquisa

A presente investigação centra-se no contexto ambiental da Engenharia Civil, com uma


proposta que visa a produção de uma referência nova de pavê com uso de materiais alternativos
o esferovite (poliestireno) e as garrafas de plástico pet.

Neste enquadramento, o tema levanta conteúdos que destinam-se a reduzir os impactos


ambientais e o apodrecimemto do meio ecossistema. De maneira individual, esta sabedoria
pretende dar um destino mais viável e seguro ao esferovite e garrafas pet na concepção de um
pavimento sustentável. O uso destes resíduos é de grande importância para toda a comunidade,
especialmente, para o meio ambiente.

1.1. Delimitação do Tema

1.1.2 Delimitação espacial

O principal ponto de recolha de resíduos sólidos para a realização desta pesquisa, foi a lixeira
de Malhampsene, localizada na província de Maputo no municipio da Matola, explicitamente
no percurso da estrada nacional nr. 4 (EN4), onde foram encontrados os resíduos de garrafas
pet e o esferovite. A figura abaixo apresenta a localização do ponto de recolha dos resíduos
sólidos.
A investigação em causa, foi realizada no decorrer dos anos de 2021 e 2022

Figura 1: Ilustração da localização do ponto de recolha dos resíduos sólidos.


Fonte: Adaptado pelo autor do Google Mapa (2022).

2
1.2. Problematização

Na perspectiva de Calderoni (2003), a dificuldade da gestão de resíduos tem duas componentes:


a enorme quantidade de resíduos gerados e a sua composição. Antigamente, os resíduos eram
orgânicos e voltavam para a natureza por meio da decomposição. Em decorrência da
industrialização que aumentou a produção de produtos inorgânicos que não se decompõem (ou
que requerem um tempo muito grande para se degradar), tais como o vidro ,plástico, metais,
borracha, houve um grande aumento na produção de resíduos.

Na investigações de Gouveia (2012), o avanço econômico, o desenvolvimento demográfico, a


urbanização e a inovação tecnológica vêm sendo associado por alterações no estilo de vida e
nos modos de fabricação e consumo da população. Como consequência direta desses
processamentos, vem acontecendo um acréscimo na geração de resíduos sólidos, tanto em
quantia como em variedade, principalmente nos grandes centros urbanos.

Na perspectiva de Pinto (1995), aponta-se a ocorrência de diversos problemas ambientais,


ocasionados devido ao descarte incorrectco destes resíduos.

Nas ideias de Gouveia (2012), a disposição inadequada desses materiais diretamente no solo,
em lixões ou aterros controlados, passam a expor várias substâncias tóxicas vulneráveis a
contaminação humana.
No entanto, actualmente, este espaço está a ficar cada vez mais escasso devido ao alto
crescimento da população de consumo, e também pela dificuldade de decomposição deste
material, o que causa graves impactos ambientais, principalmente em áreas urbanas e marinhas.

O Município da Matola vivencia um desenvolvimento demografico em ampliação de negócios,


em meio informal. Portanto uma das consequências obtidos deste desenvolvimento é o
acréscimo da quantia de resíduos plásticos produzidos, a qualidade do meio ambiente também
tem sido negativamente afectado, pois, o aumento de resíduos plásticos associado à má gestão
promovem diversas consequências como o aumento dos custos para recolha, tratamento e a
falta de locais adequados para o seu descarte que acabam promovendo impactos nocivos para
toda sociedade e o planeta de uma forma geral.

Para Lopes (2003) a problemática maior relacionada aos resíduos sólidos está concentrada nas
atitudes da própria sociedade. Ou seja, há a necessidade premente de conscientizar a população,
quanto à importância de colaborar com a colecta selectiva e consequente destinação adequada

3
dos resíduos sólidos à reciclagem para que se possa aproveitar o potencial energético ou massa
dos resíduos.

A maior preocupação, é a falta de uma consciencialização dos produtores e das autoridades muni-
cipais na autonomia de estratégias de deposição do lixo que acabam misturando e não permitindo
o reaproveitamento ou tratamento dos resíduos, que quando depositados e recolhidos de modo
inconvencional, são poucos aproveitados, pela contaminação das matérias, concretamente as
garrafas Pet e o esferovite.
No entanto, esta circunstância em que os munícipes matolenses estão submetidos faz com que
valas estejam indecentes e contaminadas, pela ocasião do descarte de resíduos sólidos que têm
diversos materiais com propriedades mutáveis como é o caso do esferovite, as garrafas plásticas
pet, vidro, entre outros. Deparando com a situação acima descrita, surge o seguinte
questionamento:

• Até que ponto, pode-se aproveitar as garrafas pet e os esferovites descartados na


Lixeira Malhampsene, como material alternativo na produção de pavês?

1.3. Hipóteses

Hipótese 1:
• As garrafas pet e o esferovite apresentam boas capacidades de resistência mecânica,
assim sendo o pavê de garrafas pet e esferovite pode apresentar boas capacidades de
resistência à compressão.

Hipótese 2:
• As garrafas pet e o esferovite são resíduos plásticos flexiveis, assim sendo o pavê de
garrafas pet e esferovite pode apresentar baixa capacidade de resistência à compressão.

Hipótese 3:
• Com recurso a reciclagem por dissolução dos resíduos, o pavê de esferovite e garrafas
pet pode apresentar baixo nível de absorção de água aumentando assim a durabilidade
do pavê.

4
1.4. Justificativa

Segundo Ernesto Saúl (Comunicação pessoal, 30 de Janeiro de 2015) o Município da Matola


enfrenta enormes obstáculos no gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos, um pouco por
motivos da carência de meios para o seu recolhimento e administração. O Conselho Municipal
da Matola confirma a dificuldade, apesar disso compartilha as sua obrigações com os
munícipes, conforme vem descrito no Artigo 30 da Lei do Ambiente 7 de Outubro de 1997
sendo um dever do cidadão.

O tema escolhido leva em consideração dois cenários como razão:

• Por se perceber que o lixo é um grande receio para a maior parte dos moradores do
município da Matola;

• E por se notar como um das mais notáveis dificuldades ambientais enfrentadas no


presente.

No entanto considerou-se de suprema relevância conhecer alguns meios que possam auxiliar
as pessoas, na gestão dos resíduos sólidos, sendo capaz assim de moderar o grau de
contaminação ambiental ocasionada pelo acúmulo de garrafas pet e esferovite em lugares não
indicados, da mesma maneira que certos adoecimentos ocasionados pelas repetições destes.

Pois de acordo com Machado (2003), refere que a saúde dos seres humanos não existe somente
num confronto a não ter doenças diagnosticadas no presente. Leva-se também em consideração
o estado dos elementos da Natureza (águas, solo, ar, flora, fauna e paisagem) para poder
analisar se esses elementos estão em estado de equilíbrio, que do seu uso provêm a saúde ou
doenças e incómodos para os seres humanos.

A maioria da população não tem consciência que mesmo o lixão estando longe de suas casas,
ele estará causando problemas. A poluição causada por um lixão atinge quilómetros a sua volta,
visto que as águas e o ar movimentam-se LIXÃO, (2010).

O problema da exposição do lixo na urbe é uma inquietação que vem tomando conta de muitos
moradores da Cidade da Matola. Às vezes, pela carência de locais apropriados para conservar
estes resíduos sólidos é apontada como o central motivo do crescimento de muitos promotores
vistos como negativos ao homem e ao ecossistema. Esta circunstância tem muito a ver com as
necessidades humanas em questões de consumação, que tem anotado um progresso em cada
dia que sucede.

5
1.5. Relevância da pesquisa
A temática proposta de reaproveitamento de garrafas pet e esferovite na lixeira de
Malhampsene para a fabricação de pavês, possui enorme relevância para a parte da construção
civil, pois procura mudar a forma de produção dos pavês aproveitando recursos domésticos
usados, contribuindo assim de maneira siginificativa na sustentabilidade do meio ambiente.
Esta providência contribui a diminuir a tensão no despejo final dos resíduos plásticos em
lixeiras, reaproveitando os resíduos descartados e contribuindo assim para a diminuição da
poluição e contaminação do solo.

Portanto esse reaproveitamento de resíduos plásticos também proporciona benefícios


economicos reduzindo os custos de produção e motivando o aumento dos rendimentos em
empresas, uma vez que elas usam desse processo para redução de custos, na medida em que
substitui-se os materiais convencionais pelo esferovite e garrafas pet, tornando o preço dos
pavês mais acessíveis para a venda, e reduzindo assim os custos das obras de construção civil.

Nas academias este tipo de abordagem favorece no incentivo e conscietização de futuras


gerações deste tipo de actividades, a contribuirem de forma importante para criar cidadãos que
participam do processo de preservação do planeta, auxiliando no cuidado e precaução da
poluição no ar, na água e no solo.
A construção do perfil desses cidadãos do futuro se inicia na escola e é nesse estágio que as
crianças começam a aprender como preservar o meio ambiente.

De acordo com Janke & Tonzoni, (2008) a sensibilização do ser humano na percepção do
mundo que o cerca, torna se necessária para preservá-lo e garantir a qualidade de vida do
ambiente. Para isso, é importante ter uma dimensão ambiental, oriunda do conhecimento e que
contemple as relações naturais e sociais, a análise das determinantes do processo, ou seja os
pilares envolvidos e alternativas que priorizem novos desenvolvimentos e sustentabilidade.

A motivação para o apuramento do tema foi de maneira forte comovida por motivos como, a
enfraquecida manifestação das entidades capazes (O Conselho Municipal Matola) na gestão
dos resíduos sólidos. Além disso verifica-se pelo claro facto de poder possibilitar o
reaproveitamento dos resíduos sólidos, em especial dos resíduos plásticos concretamente
garrafas pet e esferovite na consolidação de uma nova perspectiva em relação a utilização de
materiais provindos do desprezo humano na produção de novos produtos.

6
1.6. Objectivos

1.6.1. Objectivo Geral

• Avaliar as pontencialidades do reaproveitamento de garrafas pet e esferovite da lixeira


Malhampsene, como material alternativo na produção de pavês.

1.6.2. Objectivo Específicos

• Descrever as propriedades das garrafas pet e esferovite seleccionados para a produção


de pavês;
• Definir o traço de quantificação de garrafas pet e esferovite a serem incorporadas na
produção de pavês;
• Produzir pavês a partir das garrafas pet e esferovites recolhidos;
• Testar, através de ensaios laboratoriais, a qualidade de resistência à compressão
produzida, em conformidade com as normas de concepção;
• Propor ambiente adequado ao uso dos pavês, em conformidade com a qualidade de
resistência produzida.

7
1.7. Estrutura do trabalho

A monografia está estruturada em cinco (5) cápitulos, nomeadamente:


• (Introdução), Começa por definir os resíduos plásticos referenciando alguns transtornos
motivados pela enchente dos mesmos no meio-ambiente, faz também referência a
contextualização da pesquisa, delimitação do tema, a introdução do problema,
justificativa, objectivos e hipóteses levantadas.
• No capítulo I (Revisão de literatura) neste capítulo faz-se referência as opiniões dos
resíduos sólidos, a sua gestão e tratamento, as suas propriedades mecânicas e físico-
químicas, por fim uma curta introdução historica dos pavês intertravados com
apresentação dos seus critérios técnicos.
• No capítulo II (Metodologia), neste ponto são destinadas as apresentações e
explicações dos procedimentos implementados durante a realização da investigação,
para tal, a informação está separada em subcapítulos que esclarecem todos o processos
de recolha de dados sobre o tema em estudo.
• No Capítulo III (Análise e dicussão de dados) é direcionado a exposição das respostas
alcaçandas pela pesquisa, traz também uma análise de cada processo adoptado na
pesquisa, mais adiante a análise dos resultdos obtidos nos ensaios.
• (Conclusão e Recomendações), são realizadas as reflexões finais em simultaneo com
os comentários e observações feitas durante a investigação, se os resultados esperados
foram ou não conquistados, para além das recomendações para as próximas pesquisas.
E por fim, são expostas as citações bibliográficas empregues ao longo da pesquisa .

8
CÁPITULA I: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo faz-se referência aos conceitos de resíduos sólidos, a gestão e tratamento de
resíduos sólidos, as propriedades dos materiais selecionados e uma breve introdução dos
pavês intertravados e suas especificidades técnicas.

2.1. Construção Civil e o meio Ambiente


Segundo Vieira et al., (2028), o sector da construão civil retrata uma parte considerável na
situação financeira de um país, como um enorme sócio na criação de trabalho de maneira
directa ou indirecta.
Na ideias de Souza et al, (2004) a indústria da construção civil tem sido motivo de discussões
quanto à necessidade de se buscar o desenvolvimento sustentável por apresentar-se como
grande consumidora de recursos naturais e geradora de uma elevada quantia de resíduos
sólidos.
Segundo Barreto (2005), a indústria da construção civil gera impactos negativos ao meio
ambiente desde a fase da remoção de matérias-primas, a fabricação de utensílios, execução das
obras, até a disposição final de resíduos gerados, que como consequência levam à formação de
áreas degradadas.
Conforme Marques Neto, (2005) estima-se que, para cada tonelada de lixo urbano recolhido,
são coletadas duas toneladas de entulho originado do sector de construção civil.
Estas áreas acabam, muitas vezes, criando situações de risco com as seguintes consequências:

1. Danos a edificações e ruas ou estradas;


2. Perda da qualidade do ar causada por ruídos ou poluição;
3. Danos à população arredores; e
4. Aumento da vulnerabilidade dos lençóis freáticos próximos.

Assim sendo, a necessidade de reaproveitar pela reciclagem é um dos métodos propõem, a


mitigação dos impactos ambientais ocasionados pela aglomeração destes resíduos, aumentando
novas aplicações adequadas a eles.

2.2. Resíduos sólidos


Nas ideias de Santos, (2005) o termo resíduo sólido, geralmente conhecido como lixo, é
definido como todo o material sólido ou semi-sólido indesejável que necessita ser removido
por ter sido considerado inútil por quem o descarta.

9
Em concordância com o Decreto nº 13/2006 de 15 de Junho, define resíduos sólidos como
substâncias ou objectos que se eliminam, ou que se tem a intenção de eliminar ou que se é
obrigado por lei a eliminarmos, também designados por lixos.

Em linhas gerais, os resíduos sólidos são compostos de restos de alimentos, papel, plástico,
metal, trapos, podas, madeira, entre outros. Esses resíduos quando manuseados e dispostos de
forma inadequada no meio ambiente podem ocasionar problemas sanitários, deteriorando a
paisagem e desperdiçando oportunidades de obtenção de renda.

No entanto, nas ideias de Pereira (2016), não se pode mais encarar todo o “lixo” como um
“resto inútil mas, sim como algo que pode ser transformado em matéria-prima para retornar ao
ciclo produtivo.

2.2.1. Gestão de resíduos sólidos

A geração de resíduos sólidos, nas cidades moçambicanas, é um processo que ocorre


diariamente em quantidades e composições que variam conforme seu nível de desenvolvimento
econômico e seus diferentes extratos sociais, actividades econômicas, localização do bairro,
mas principalmente pelo costume e hábitos dos munícipes. Daí que é necessário na Gestão de
Resíduos sólidos urbanos (GRSU) pensar na Educação Ambiental, exatamente para mudar o
que historicamente se pensou sobre os resíduos sólidos, a coleta e o afastamento destes, que se
materializa na deposição final. Portanto para responder o anseio da gestão de resíduos é
importante a elaboração de um Plano Gestão Íntegra de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU).

As leis sobre GRSU, já existem, daí que existem responsabilidade para cada aos neste setor,
mas um dos fatores que periga a GRSU é a educação, esta possibilitará a mudança de hábitos
e costumes da comunidade em relação ao lixo.

Segundo Buque (2013) deve-se ser claro quanto a separação de responsabilidades entre o
gerador e o poder público, sendo:

a) Gerador do resíduo, com o dever de realizar a separação prévia do seu resíduo, oferecendo
à coleta os materiais já devidamente segregados e em condições de ser gerenciado, facilitando
o trabalho dos setores formais, responsáveis pelo reaproveitamento ou reciclagem e

b) O poder público de modo próprio, ou mediante concessão, deverá providenciar para que os
resíduos sólidos tenham reconhecimento, separação, tratamento e destinações adequadas

10
Os municípios moçambicanos devido ao défice financeiro e outras adversidades, concorrem
para falta de aterros sanitários, sendo utilizadas lixeiras a céu aberto para efeito, que
geralmente, resume-se apenas na queima dos resíduos sem controlo dos gases gerados durante
o processo.

2.2.2. Projecto de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRS)

Segundo Gunther, (2008) entende-se por gestão integrada de resíduos sólidos, o conjunto
articulado e inter-relacionado de ações normativas, operativas, financeiras, de planeamento,
administrativas, sociais, educativas, de monitoria, supervisão e avaliação para o gerenciamento
dos resíduos, desde sua geração até sua disposição final, com o objetivo de obter benefícios
ambientais, otimização econômica e aceitação social, respondendo às necessidades e
circunstâncias de cada localidade ou região.

Neste Plano de Gestão a vontade política da autoridade local é o principal motor necessário à
mudança, que, por sua vez, é também normalmente um reflexo da pressão social para se lidar
com a gestão de resíduos, e sobre a qual a sociedade civil e as diferentes partes interessadas
têm um papel principal. Assumindo que a vontade política existe, a capacidade institucional é
o desafio seguinte, que deverá assegurar a implementação de procedimentos e boas práticas
que permitam uma GIRSU eficaz. Este é um aspecto de maior complexidade, na medida em
que envolve a capacidade de gestão da própria organização, factor que está fortemente
relacionado com a capacidade técnica existente. Os recursos financeiros necessários e ajustados
à capacidade de pagar devem ser em função da participação pública, de modo a que as soluções
sejam adequadas e ajustadas às expectativas da comunidade. A inclusão social prevê que as
soluções a definir permitam a integração dos vários factores nas operações de gestão de
resíduos, contribuindo dessa forma para a geração de rendimento, seja na prestação de serviços,
seja na cadeia de valor dos resíduos.

11
VONTADE POLÍTICA
Melhorar a gestão de resíduos numa perspectiva integrada e de acordo com a hierarquia das soluçoes

COMPROMISSO DA AUTORIDADE LOCAL NA GESTÃO


Implementar boas práticas e procedimentos de operação que permitarm sistemas eficientes e confiáveis de
GIRSU

CAPACIDADE TÉCNICA
Concretizar operação de sistemas de recolha eficiente Identificar, desenhar e operar locais de deposição
controlada de RSU

RECURSOS FINANCEIROS
Implementar os sistemas definidos (sustentáveis) tendo em vista a recuperação de custos

PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Assegurar a participação da sociedade na definição das soluções

INCLUSÃO SOCIAL
Integrar devidamente outros intervenientes com vista à GIRSU (ex. Acções de valorização)

Figura 2: Condições necessárias para uma eficaz Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU).
Fonte: Manual GRS (2002).

Na globalidade estes são os pressupostos essenciais à GIRSU, sendo por isso que a elaboração
de um PGIRSU será uma condição essencial, mas não suficiente à GIRU.

2.2.2. Definição dos príncipios dos 3R’s

O príncipio dos 3Rs é uma técnica criada para que as pessoas diminuam a produção de lixo,
incentivando ou promovendo campanhas, para influenciar a população a poluir menos o meio
ambiente, através de um consumo consciente e também por meio de uma gestão sustentável
dos produtos e de materiais utilizados no cotidiano.

12
Tabela 1: Princípios dos 3R´s.
Redução A redução refere-se ao acto de diminuir o lixo e também a emissão de poluentes, a partir de
um consumo mais consciemte e poupador de recursos naturais.

Ações práticas para reduzir a geração de resíduos:

• Optar pela utilização de sacos de pano ou de rede nas suas compras em detrimento
dos sacos plásticos ou de papel;
• Utilizar, sempre que possível, a electricidade em vez de pilhas;
• Levar uma chávena para o emprego, em vez de usar copos de papel ou de plástic;
• Práticar o minimalismo, se questionando: “eu realmente preciso deste produto?”.

Reutilização Não contribui apenas para a economia nacional, mas também para o desenvolvimento
sustentável do planeta, direcionando os rsíduos para a mesma ou outra aplicação

Ações práticas para reutilizar os resíduos:

• Com embalagens (de leite ou sumos): usar como vasos para plantas, recipientes para
guardar alimentos ou transportá-los para um piquenique;
• Com frascos vazios (de vidro ou plástico): usar como recipientes para armazenar
bebidas, ingredientes, parafusos, pregos, como porta-lápis ou jarra de flores;
• Caixas de cartão: usar para armazenar roupa, calçado, louça, revistas e livros.

Reciclagem Esta ação converte o objecto usado em um novo produto, que pode ser igual ou diferente.
Esta prática leva à economia de matéria-prima retirada da natureza, ou seja, um processo de
economia de recursos naturais.

Deve-se contribuir com os programas de coleta seletiva, separando e entregando os materiais


recicláveis, quando não for possível reciclar, reduzi-los ou reutilizá-los:

• Retirar agrafos, clipes e elásticos dos produtos de papel a enviar para reciclar;
• Ter um contentor para cada tipo de material: papel, vidro, embalagens de metal;
plástico, pilhas e para a fracção orgânica. Depois deposita-los em locais adequados.

Fonte: PIRAMIDAL,(2020) & COPEL,(2013), Adaptada pelo autor (2022).

Por tanto, o padrão de gestão de resíduos sólidos que mais se enquadra ao próposito da
investigação, é a reciclagem, pois este oferece um novo destino as garrafas pet e esferovite na
produção de um modelo alternativo de pavê. Favorecendo o crescimento sustentável, a
reciclagem, tem colaborado na redução dos resíduos sólidos gerados, redução do uso de
matérias-primas e na redução da decomposição do meio ambiente.

13
2.3. Desenvolvimento de produtos sustentáveis

Hoje em dia tornou se normal defrontar-se com comunicados relacionados a acidentes naturais
e com atitudes erradas, onde os resíduos sólidos são dirigidos para aterros sem algum sistema
de tratamento.Nas investigações de Pialot et al. (2012) acredita-se que a nossa comunidade
encontra-se passo a paaso mais comovida com os assuntos ambientais, e que a crescimento
sustentável é apresentada de forma a alterar o pensamento humano de maneira a promover um
ambiente mais favorável para as gerações futuras.

De acordo com Lockrey (2013) a sustentabilidade é um grande problema global e, como tal, é
um dos principais direccionadores que irá auxiliar na formação de engenheiros e designers a se
tornarem praticantes de sustentabilidade em um futuro bem próximo.

Nas investigações de Lorenzetti et. al. (2008), a sustentabilidade pode ser definida em três
pilares que se apresentam em forma de triângulo, conforme a figura abaixo:

1 − O pilar econômico representa a geração de riquez para a sociedade, através do fornecimento


de bens (duráveis) e serviços;

2 − O pilar ambiental relaciona-se à conservação e ao manejo dos recursos naturais;

3 − O pilar social disputa atingir a igualidade e a participação de todos os grupos sociais na


construção e manutenção do equilíbrio do sistema, compartilhando direitos e
responsabilidades.

Figura 3:Conceito de Sustentabilidade.


Fonte: Colegio Ideia (2010).

Nos pensamentos de Berekeli & Genevois, (2013) a curiosidade em questões ambientais e


sobre os métodos de melhoria e crescimento de produtos sustentáveis, está em total aumento,

14
correspondente as dificuldades ambientais que surgiram nas últimas décadas. Portanto é muito
importante que a evolução dos objectos esteja alinhada com a integra sustentável.

Nas ideias de Ljunberg (2007), explica que um produto sustentável é aquele que gera menos
impactos possíveis no decorrer do seu período de vida. O conceito de período de vida abrange
desde a extracção da matéria, produção de utensílios a utilização e dispensa. E ainda segundo
o mesmo autor contempla que os fundamentos para desenvolver produtos sustentáveis são:

1 – A utilização de materiais de baixa contaminação ambiental;


2 – A redução do uso de matérias-primas insufientes;
3 – Ter como preferência procesos de produção limoa;
4 – Evitar o uso de materiais perigosos e tóxicos;
5 – A utilização de materiais de simples manuseio com um consumo reduzido de energia.

2.4. Plástico

A ausência dos meios naturais e a ligação entre ciência e tecnologia levaram as pessoas a
criarem utensílios sintéticos, que respondessem a certas finalidades, contudo não existiam na
natureza.
Nas ideias de Oliveira, (2012) A diversidade e a flexibilidade dos polímeros facilitam a
produção de uma enorme variedade de produtos que proporcionam avanços tecnológicos,
economia de energia e diversos benefícios a sociedade

De acordo com Bezerra (1981), os plásticos são definidos como matérias que são constituídas
por grandes moléculas ( as macromoléculas) onde quando uma grande molécula é formada por
muitas moléculas pequenas semelhantes, obtém-se um “polímero”, sendo um elemento que em
alguma fase de sua produção foi transformado em fluído, adequando-o à moldagem por ação
do calor ou pressão.

2.4.1. Principais características do plástico:

1. Reduzida consistência;
2. Reduzida reactividade;
3. Boa resistência eléctrica;
4. Reduzida conductividade eléctrica.

15
A tabela abaixo ilustra algumas das propriedades físico – químicas dos variados modelos de
plástico:
Tabela 2: Modelos de plástico e propriedades.
Tipo de Plástico Nomenclatura Coloração do Calor de Consistência 𝒈/
Siglas Designação Lume dissolução 𝒄𝒎𝟑
(ºC)
PET 1 Poli(tereftalato Fuliginosa 250 – 260 1,38 – 1,41
de etileno)
HDPE 2 Polietileno de Amarela ~ 130 0,94 – 0,97
alta densidade
PVC 3 Poli(cloreto de Verde 75 - 90 1,19 – 1,35
vinilo
LDPE 4 Polietileno de Amarela ~ 100 0,91 – 0,93
baixa
densidade
PP 5 Polipropileno Amarela 160 - 170 0,85 – 0,92
PS 6 Poliestireno Fuliginosa 70 - 115 1,05 – 1,08
Fonte: Adaptado pelo autor (2022), retirada de Marconato, (2007).

2.5. Poliestireno Expandido EPS (Esferovite)

Poliestireno Expandido, comumente chamado em Moçambique como esferovite, quando


rejeitado é considerado como um resíduo sólido industrial assemelhado aos resíduos sólidos
urbanos domésticos.
Segundo Abrapeux (2006), este objecto foi criado pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz
em 1949 no momento em que trabalhavam juntos no laboratório Alemão. E ainda na
perspectiva de ABRAPEX, (2012) O poliestireno expansível (EPS) é resultante da
polimerização do estireno em água. Como agente expansor geralmente se utiliza o pentano, e
as pérolas expandidas consistem em aproximadamente 98% de ar e 2% de poliestireno em
massa.

Nas investigações de Souza (2009), o Poliestireno Espandido (EPS) é uma espuma


termoplástica dura, que traz em sua massa um percentual elevado de pequenas aberturas,
apresenta também uma coloração esbranquiçada, não possui cheiro, é reciclável, é fisicamente
firme e também um bom conservante térmico.

16
Figura 4:Esferas de esferovite (antes e depois de expandirem).
Fonte: EPS (2010).

Nas ideias de Abrapex, (2006) o material final são esferas que possuem uma dimensão variada
entre 1 á 3 milímetros, que concedem à expansão. No procedimento de transição, essas esferas
expandem até 50 vezes da sua dimensão inicial, através do vapor, fundindo-se e moldando-se
em contornos diferenciados. Ampliadas, as esferas expõem em sua massa até 98% de oxigênio
e apenas 2% é o esferovite (poliestireno). As peças concluidas do Poliestireno expandido são
completamente sem cheiro, não prejudicam o solo, a água, o ar, são também reaproveitáveis
na sua totalidade ou recicláveis, conseguem também retornar ao seu estado primário.

2.5.1. Características do Poliestireno Espandido (Esferovite)

Nas ideias de OLIVEIRA (2006), o poliestireno possui características que podem se tornar
referenciadas como:
1 – Peso reduzido – o poliestireno é na sua maioria composto por 98% de ar e essa
caracteristica faz com que o equipamente reflita um leve peso;
2 - Isolamento térmico – o EPS possui uma caracteristicas de conservação térmica que o
posiciona como equipamento para embalagens de conservação de alimentos frescos;
3 - Fácil de manusear e colocar – o EPS é extremamente flexivel e pode ser modelado em
qualquer forma geométrica conforme a necessidade, a fim de atender a proteção ou isolamento
do produto; e
4 – Amortecimento de impactos – o facto do EPS ter a caracteristica de absorver choques e
possuir boa resistência à compressão faz com que este material seja escolhido quando há
necessidade de proteção em embalagens dos diversos materiais.

17
2.5.2. Aplicações do Poliestireno na Engenharia Civil

Na perspectiva de BORGES et al., (2017) foi uma alta referência a promoção deste
instrumento, o qual é aplicado amplas vezes atualmente, que no entanto, nas últimos décadas
vem conseguindo espaços de atuação na área de construção civil, por ser um ferramenta que
adquire qualidades consideráveis para a promoção de projectos que precisam de aperfeiçoar a
trabalhabilidade, bem como conforto acústico e térmico

Nas ideias de Silva et al, (2019) o poliestireno expandido possui diversas utilidades no mercado
apartir de objectos doméstico à embrulhos. Apesar disso é na engenharia civil que a sua
utilidade é mais anunciada. Das suas variadas qualidades destacam-se o seu baixo peso e
resistência, apto a conceber custos reduzidos, além disto, uma outra vantagem é o isolamento
térmico e acústico de ambientes. Assim percebe-se a razão da utilidade do poliestireno na
engenharia de construção civil, tendo se exposto como um elemento promissor no mercado.

Figura 5: Monatgem de abobadilhas de poliestireno expandido em vigotas.


Fonte: Archi Expo (2008).

2.5.3. As Propriedades mecânicas do Poliestireno Espandido


As propriedades mecânicas mais importantes do Poliestireno relacionam-se com as condições
de manuseamento e aplicação. Estas são a resistência à compressão, a resistência à flexão, a
resistência à tração e a fluência sob compressão. Os valores da resistência do poliestireno estão
relacionados principalmente com a massa volúmica que o elemento apresenta. De uma maneira
geral, os valores aumentam de uma maneira linear com a massa volúmica.

18
a) b)

Figura 6: Resistência Mecânica do Poliestireno


a) Resistência à compressão do EPS b) Resistência à tração e à flexão
Fonte: FEM Unicamp (2015).

2.5.3.2. Elasticidade / Comportamento elástico

Nesta situação de compressão, o EPS comporta-se de uma maneira elástica até a deformação
atingir cerca 2% da espessura da placa. Uma vez retirada a força que provocava a deformação,
a placa recupera a espessura original. Em seguida aumentando a força de compressão até 10%,
supera-se o limite de elasticidade e verifica-se uma deformação permanente das células que,
no entanto, não se rompem.

Figura 7: Resistência à compressão com uma deformação de < 2% ou 10% em função da massa volúmica.
Fonte: FEM Unicamp (2015).

19
2.5.4. Propriedades físico-químicas do poliestireno
Na tabela 3 são apresentadas propriedades físico-químicas do poliestireno semi-rigido
disponíveis comercialmente.

Tabela 3: Propriedades físico-quimicas do poliestireno.


Propriedade EPS
Forma molecular C8H8.
Massa molecular 104, 15 g/mol.
Aparência líquida oleosa
Densidade 0,909 g/cm3
Temperatura de fusão (ºC) 240
Solubilidade em água 1% <
Massa específica (kg/m3) 10 - 35
Resistência à difusão de vapor em água 20 - 100
Condutividade térmica (W/m.ºC) 0.035
Calor de combustão (kJ/kg.K) 1.5
Temperatura de transição vítrea (ºC) 80-100
Temperatura de auto-ignição (ºC) 490
Fonte: SONNTAG, (2011).

2.5.5. Liberação de dióxido de carbono do Poliestireno ao meio ambiente

O factor que contradiz ao uso do esferovite é que ele queima muito facilmente, e derretendo
liberta uma fumaça preta, (como ilustra a figura abaixo) a liberação do gás carbônico (CO2).
Esse gás é responsável pela intensificação do efeito estufa e do aquecimento global.

Figura 8: Liberação de Dióxido de Carbono do Poliestireno ao ambiente.


Fonte: Mundo Educação UOL (2008).

Na Tabela 4 são apresentados dados publicados pela empresa SONY comparando a reciclagem
por dissolução, a reciclagem mecânica por compressão e aquecimento e a produção de
poliestireno virgem.

20
Tabela 4: Emissão de Dióxido de Carbono das diferentes formas de Reciclagem.
Emissão de CO2 Consumo de energia
Actividade
(Kg/litro) (Mega joules /mol)
Reciclagem por dissolução 0,79 12,8
Reciclagem mecânica à compressão 1,12 16,1
Produção de PS virgem 2,23 76,5
Fonte: SONY, (2003).

2.6. Garrafas Pet (Polietileno Tereftalato)


Nas investigações Pacheco, (1999) o Pet é um poliéster, polímero termoplástico, que
proporciona alta resistência mecânica e química, além de ter excelente barreira para gases e
odores. Hoje, o principal mercado para o Pet é o de bebidas carbonatadas.
Nos enunciados de Abipet (2016), o Pet é o material que apresenta o melhor e mais resistente
plástico para fabricação de garrafas, frascos e embalagens em geral. Tudo isso devido à alta
resistência mecânica e química proporcionada por este material.

Figura 9: Garrafas do polímero Pet.


Fonte: Plasnox (2022).

A garrafa Pet é comumente encontrada em nosso cotidiano, uma vez que é utilizada para
embalar grande parte dos líquidos que consumimos diariamente, como bebidas e até mesmo
em frascos de medicamentos. Porém esse polímero é também encontrado em outros sectores,
como o têxtil, que usa o material como matéria-prima para a fabricação de roupas, tapetes e até
mesmo vassouras.

Figura 10: Polímero Pet em outros sectores.


Fonte: Kitchen Cabinet, (2021).

21
2.6.1. Propriedades das Garrafas Pet
O Pet é o melhor e mais resistente plástico para a fabricação de embalagens para refrigerantes,
águas, sucos, óleos comestíveis e diversos outros produtos. Possui alta resistência mecânica e
química, impermeabilidade a gases e é bem mais leve que as embalagens tradicionais feitas de
vidro ou alumínio, devido a estas características, este polímero mostrou ser o recipiente ideal
para indústrias de bebida em todo o mundo, reduzindo custos de transporte e produção.

Na visão de Silva, (2010) o Pet, é um termoplástico que apresenta inúmeras propriedades tais
como leveza, transparência, brilho, facilidade de moldagem é um polímero inodoro, insípido,
atóxico e fixo.

Nas ideias de Mano (1991), o Pet possui elevada resistência mecânica, térmica e química,
promovendo a possibilidade de se apresentar no estado transparente, parcialmente translúcido
e embaciado, boas propriedades de barreira, alta resistência à gorduras, à tração e raspagem. A
Tabela 5, apresenta algumas propriedades mecânicas deste polímero e a tabela 6 as
propriedades físico químicas.

Tabela 5: Propriedades mecânicas das garrafas Pet.


Material Resistência Resistência Resistência Módulo de Along.
Impacto Tração (Mpa) Compressão Elasticidade Ruptura
(Kgf. (Mpa) (Gpa) (%)
mm/mm).
Pet 3,00-6,00 166-906,3 109,3-110,7 4,1-14,0 6,1-52,3
Fonte: Franchetti & Marconato, (2006).

Tabela 6: Propriedades Físico químicas do polímero Pet.


Propriedades do Politereftalato de etileno Valores
Massa molecular 15.000 – 42.000u
Densidade 1,33 – 1,5 g/𝑐𝑚3
Índice de Refração 1,65 – 1,66
Temperatura de Fusão 250º - 270ºC
Temperatura de Transição Vítrea 70 – 74ºC
Viscosidade Intríseca 0.72 – 085 (dL 𝑏 −1
Fonte: Modro, (2009).

22
2.6.4. Aplicações das garrafas Pet (Polietileno tereftalato) na Engenharia Civil

Estudos demonstram que as garrafas plásticas Pet (Polietileno tereftalato) podem ser utilizadas
na construção civil para fins habitacionais, apresentando vantagens enquanto material
construtivo e contribuindo eficazmente com o meio ambiente.
Entre as vantagens da aplicação deste material no segmento da construção civil podo-se
destacar: a abundância e facilidade de encontrar material (garrafas), baixo custo, bom
desempenho térmico, adequada rigidez e resistência da edificação.
Conforme Karagiannidis, (2008) o Pet pode ser usado em enorme número de aplicações, pois
é bastante flexivel. Com a adição de cargas, aditivos ou uso de métodos para orientação das
cadeias (uni e biaxial), o polímero pet pode ser produzido com muitas propriedades diferentes,
que satisfazem à exigências específicas de máquinas de transformação e do produto final.

Figura 11: Alvenaria de garrafas Pet reaproveitadas.


Fonte: Eco Debate (2010).

2.6.5. Liberação de dióxido de carbono das garrafas Pet ao meio ambiente

A etapa de produção de garrafas pet, já na indústria de refrigerantes é a que mais gera dióxido
de carbono CO2 com (40,5% no total). Isso ocorre devido a distância entre os locais de extração
de petróleo e processamento do mesmo até a obtenção da pré-forma. A maior emissão de
monóxido de carbono CO, (53,6%) que corresponde a 0,30 kg ocorre nesta etapa.
Sendo o CO, monóxido de carbono um gás emitido por ações humanas ou naturais, produto
da reação incompleta de combustão de substâncias ricas em carbono que causa severos danos
à saúde dos seres vivos, por ser extremamente tóxico. E o CO2, é um óxido presente na
atmosfera, é associado ao chamado efeito estufa e por isso é considerado prejudicial ao
ambiente.

23
Emissão de CO e CO2 no ciclo de vida das garrafas
Pet
53.57
60
EMISSSÕES (%)

50 40.56
34.54
40 28.57
30 14.25
20 7.14 8.93
5.02 3.61 0.4 1
10 0 0 0
0

ETAPAS DO CICLO DE VIDA


CO CO2
Tabela 7: Etapas de disposição das garrafas Pet e a sua emissão de Dióxido de Carbono ao meio ambiente.
Fonte: Tese Marcelo Real Prado, (2006).

2.7. Pavês intertravados

Os pavimentos intertravados são utilizados há milhares de anos pelo mundo. Nas investigações
de ABCP, (2010) na Mesopotâmia há quase 5.000 anos a.C. e no Império Romano desde 2.000
a.C., era utilizado um modelo semelhante para a pavimentação de vias, revestidas de pedras
brutas.

Nas pesquisas de Marchioni (2012), o pavimento intertravado teve origem com a pavimentação
de pedras talhadas, com o objetivo de melhoria do rolamento que antes era feito com pedras
em estado natural. Segundo ABCP (2010), contudo, a pavimentação com pedras talhadas
possuía grande dificuldade de produção artesanal, além de um aspecto irregular, dificultava o
conforto e a passagem de pessoas e veículos.

A partir dessa dificuldade, deu-se inicio ao uso dos pavimentos intertravados em blocos, que
começaram a ser fabricados em betão pré-moldado apenas no final do século XIX em fábricas
menores. Depois da Segunda Guerra Mundial, os blocos industriais começaram a ser
produzidos em grandes fábricas na Alemanha ABCP, (2010).

Nas ideias de Fioriti, (2007) depois da Guerra, devido à necessidade de reconstruir a Europa,
surgiu o sistema de pavimentação de blocos de betão intertravados

De acordo com a Prefeitura Municipal De São Paulo, (2004) considera que o uso de peças pré-
moldadas de betão de cimento Portland como revestimento de pavimentos consiste em um

24
modelo de pavimento flexível, que possui algumas vantagens em relação aos pavimentos
rígidos.

Pavimento flexível, por sua vez, é esclarecido pela ABNT NBR 15953 (2011), como um tipo
de pavimento no qual a absorção de esforços dá se de forma dividida entre as camadas, com as
tensões verticais em camadas inferiores mais concentradas em região próxima da área de
aplicação da carga.

A Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP (2010) define que o pavimento


intertravado consiste em blocos de concreto pré-moldado travados entre eles por uma
contenção lateral e assentados sobre uma camada de areia de assentamento. De acordo com
Fernandes, (2013) assim, por meio do atrito lateral existente entre as peças de betão conjuntas,
ocorre a transmissão de uma parte da carga aplicada sobre o revestimento de um pavê para o
outro, garantindo o intertravamento entre eles.

A ABNT NBR 9781 (2013), define o intertravamento como sendo a capacidade das peças de
betão resistirem a deslocamentos individuais, sejam eles verticais, horizontais, de rotação ou
giração, em relação às peças próximas.

Fernandes (2013) cita que uma das grandes vantagens da pavimentação intertravada é a
facilidade de execução, uma vez que os blocos são apenas assentados sobre uma de areia que
contribui com o intertravamento, além de regularizar a base abaixo do revestimento.
Na perspectiva de Hallack (2001) os pavês são conhecidos por suas características estéticas,
versatilidade do material, facilidade de estocagem e homogeneidade. Para salientar Leite
(2015), ainda complementa que há outras propriedades do pavimento que devem receber
destaque, como:

1. A possibilidade de utilização imediata após a compactação final do pavimento;


2. Trincas das camadas de base não são transmitidas ao revestimento;
3. Acomodações do subleito não costumam causar rebaixamentos no pavimento, o qual
se tende a se manter contínuo;
4. Caso ocorram acomodações no subleito que afetem o revestimento, a restauração é
facilmente executável;
5. Fácil manutenção de canalizações subterrâneas e sem deixar vestígio;
6. A elevada qualidade e resistência do betão confere grande durabilidade ao pavimento;
7. O pavimento é mais permeável, permitindo micro drenagens de águas fluviais.

25
2.7.1. Materiais incorporados nos pavês convencionais

O betão usado em pavês convencionais deve ser constituído de cimento Portland, agregado
graúdo, agregado miúdo e água, sendo permitido o uso de aditivos e pigmentos. O cimento
Portland pode ser de qualquer tipo e classe, mas deve obedecer às normas de acordo com as
especificações e aplicação:

• ABNT NBR 5732 - Cimento Portland comum


• ABNT NBR 5733 - Cimento Portland de alta resistência inicial
• ABNT NBR 5735 - Cimento Portland de alto forno
• ABNT NBR 5736 - Cimento Portland pozolânico
• ABNT NBR 11578 - Cimento Portland composto

Os agregados podem ser naturais, industriais ou reciclados, mas devem obedecer as


especificações da ABNT NBR 7211 onde se tem:

1) Agregado miúdo: Agregado cujos particulas atravessam a peneira com abertura de malha
de 4,75 mm e ficam confinados na peneira de malha de 150 µm, em ensaio realizado de acordo
com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1 e não
devem conter teores de matérias orgânicas que possam prejudicar as características exigidas
pelas normas.

2) Agregado graúdo: Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75
mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em ensaio realizado de
acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-
1. A água de amassamento deve atender à ABNT NBR 15900-1, e deve estar isenta de
propriedades nocivas a hidratação do cimento. Os aditivos devem atender à ABNT NBR 11768.

2.7.2. Medidas e características físicos


A figura abaixo, expões-se o pavê de padrão holandês, com a representação das suas
especificações técnicas:

26
Figura 12: Dimensões dos pavês de classe tipo I.
Fonte: Adaptado pelo autor (2022), Retirado da ABNT NR 9781 (2013).

Em concordância com o aspecto dimensional do pavê holandês classe 1, a tabela abaixo


apresenta as suas devidas nomenclaturas e dimensões da peça:
Este pavimento deve possuir arestas em chanfre, não devendo apresentar fissuras, pequenas
fracturas ou outros defeitos que possam prejudicar a sua resistência e qualidade de pavimento.

Tabela 8: Medidas nominais do pavê classe 1 (padrão holandês).


Nomenclatura e dimensões Margem de erro
Chanfre, posição horizontal ≤ 6 𝑚𝑚 -
Chanfre, posisção vertical ≤ 6 𝑚𝑚 -
Largura 100 mm +/- 2 mm
Comprimento 200 mm +/- 2 mm
Espessura 60 mm +/- 3 mm
Fonte: Adaptada pelo autor (2022), Retirada da ABNT NBR 9781 (2013).

2.7.3. Condições específicas dos pavês convencionais

Na perspectiva da ABNT-NBR-9781 as cargas dos pavês com idade inferior a 28 dias devem
exibir no mínimo 80% do fck do indicado na tabela abaixo, no período de sua utilização, sendo
que aos 28 dias ou mais de idade de cura, o fck tem que ser similiar ou elevado ao indicado na
tabela abaixo.

Tabela 9: Resistência padrão à compressão.


Resistência à compressão (fck)
Solicitação Aos 28 dias
Mpa
Acessibilidade à pedestres, automóveis leves e
≥ 35
automóveis comerciais de linha
Fonte: Adaptada pelo autor (2022), Retirada da ABNT NBR 9781 (2013).

27
2.7.4. Nível de absorção de água
Nos ensaios de absorção de água a peça exemplar de betão deve apresentar valores médios
menores ou iguais a 6 %, não se admitindo valores individuais maiores do que 7 %.

28
CAPÍTULO II: METODOLOGIA

O presente capítulo destina-se a identificação e explicação dos processos usados para a


elaboração da pesquisa, para tal, a informação está subdividida em subcapítulos que esclarecem
todos os procedimentos de colecta de dados sobre o tema em estudo “Proposta de
reaproveitamento de esferovite e garrafas pet da Lixeira Malhampsene na produção de pavês”.
O trabalho está apoiado em um modelo indutivo, pois as hípoteses anteriormente levantadas
serão testadas no laboratório apartir dos ensaios, de forma a confirmar a sua autenticidade.

3.1. Classificação da Pesquisa

Para o avanço desta pesquisa, teve-se em conta os seguintes aspectos para a sua classificação:
a abordagem da pesquisa, a natureza, os objectivos e os processos técnicos.

3.1.2. Quanto a abordagem da pesquisa é qualitativa-quantitativa

Quanto a abordagem do problema classifica-se de forma qualitativa e quantitativa. Nas ideias


de Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com um universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis.
De acordo com Gil (2007), ao longe disto a pesquisa qualitativa não se atenta com a
representatividade numérica, mas, sim, com o aperfeiçoamento do controle de um grupo social,
de uma organização, entre outros.
Nas investigações de Fonseca (2002), diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da
pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e
consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem
um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na
objetividade, que é influenciada pelo positivismo, considera-se que a realidade só pode ser
compreendida com base em análises de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos
padronizados e neutros. Nessa perspectiva a pesquisa quantitativa recorre à linguagem
matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc.
Na perspectiva de Sabino (1996), na abordagem quantitativa a pequisa é realizada com toda a
informação numérica resultante da investigação, que se representa em um conjunto de quadros,

29
tabelas e medidas. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher
mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.

Para a abordagem qualitativa foi considerado em todos os pontos de vista de colecta de dados
no que se refere a documentos, obras de literatura, mapas, fotos, que posteriormente serão
adequadamente avaliadas e resumidas de forma descritiva. Enquanto a abordagem quantitativa
foi a partir do cumprimento dos testes laboratoriais, onde a execução teve um plano pré-
estabelecido em conjunto com a utilização de instrumentos matemáticos e estátisticos no
tratamento e seleção dos dados acumulados.

3.1.3. Quanto a natureza da pesquisa

A presente investigação é vista como aplicada, pois tem como propósito gerar conhecimento
para aplicações práticas direcionadas a soluções de problemas especificos, envolvendo
verdades e interesses locais em estudo, de modo a influenciar positivamente na sua economia,
crescimento populacional entre outros, GIL (1994).

Portanto, a presente pesquisa traduz-se na geração de conhecimentos aplicados sobre a


fabricação de pavês a partir de materiais alternativos provenientes do reaproveitamento sendo
eles as garrafas Pet e o esferovite (poliestireno expandido).

3.1.4. Quanto ao objectivo da pesquisa

O trabalho em causa limita-se no grupo de estudos exploratórios, onde na perspectiva de


Oliveira (2011), são todos aqueles que buscam expor ideias e impressões, na tentativa de obter
maior contato com o acontecimento em estudo.

De maneira a pesquisar o objectivo em estudo, o autor passará primeiro, por contentores


secundários de deposição de resíduos, em seguida pela lixeira de modo a perceber o nível de
exibição de garrafas Pet e poliestireno expandido.

3.1.5. Quanto ao procedimento técnico

De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa possibilita uma aproximação e um entendimento


da realidade a investigar, como um processo permanentemente inacabado. Ela se processa
através de aproximações sucessivas da realidade, fornecendo incentivos para uma intervenção
no real. Em referência aos procedimentos técnicos, o presente trabalho apoiou-se na pesquisa

30
bibliográfica, documental e durante a realização do trabalho adoptou-se a pesquisa
experimental.

3.1.5.1. Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é um processo apenas teórico, compreendido pela ligação do que se


tem falado sobre um assunto, na perspectiva de Gill (2009), ela é desenvolvida com apoio em
material já preparado, formado principalmente de livros e artigos científicos. Qualquer trabalho
científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que
já se estudou sobre o assunto.
Conforme Fonseca, (2002) existem pesquisas científicas que se baseiam unicamente na
pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta. Sendo assim, a pesquisa bibliográfica estabelece a consulta de diversas literaturas e
sites de internet que surgem sobre a questão do tema, concebendo a obtenção de informação
relacionadas á construção dos conceitos, bem como a descrição da problemática social contra
o meio ambiente, a gestão dos resíduos sólidos, e a utilização de esferovite e garrafas Pet na
construção civil.

3.1.5.2. Pesquisa documental

Na investigação documental utilizou-se normas de especificações, padronizações, requisitos, e


metodologias de ensaio para a prática da pesquisa experimental do trabalho.
A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo fácil
por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já
elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas.
Nas investigações de Fonseca (2002), a pesquisa documental recorre a fontes mais
diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais,
revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, relatórios de
empresas, vídeos de programas de televisão, etc. No entanto recorreu-se á normas Brasileras ja
especificadas em relação aos parâmetros a serem obedecidos.

31
3.1.5.3. Pesquisa experimental

Nas ideias de Gill (2007), a pesquisa experimental consiste em determinar um objecto de


estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de
controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objecto. E ainda na perspectiva
de Gill, (2009) a pesquisa experimental, procura verificar o efeito de uma ou mais variáveis
que seriam capazes de influênciar a peça em estudo. O estudo experimental segue um
planeamento rigoroso.

Nesta seção fortimente influênciada pela pesquisa documental sendo que na fase experimental
recorreu se a normas laboratoriais como a ABNT-NBR-9781 (1986) que se refere a norma
brasileira com as especificações dimensionais padronizadas para peças de betão para
pavimentação.
E também foram usadas as normas ABNT NBR NM 9781, ABNT NBR 7211 com peneiras
definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1, para a preparação dos agregados miúdos, cujos
grãos passam pela peneira com abertura de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura
de malha de 150 µm.
Nas investigações de Triviños (1987), as etapas de pesquisa iniciam pela formulação exata do
problema e das hipóteses, que delimitam as variáveis precisas e controladas que atuam no
fenômeno estudado. Nas ideias de Gill (2007), a pesquisa experimental consiste em determinar
um objecto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objecto.

3.2. Proposta de investigação

A oficina da engenharia civil está em contínuo desenvolvimento e renovação, principalmente


nas áreas relacionadas aos revestimentos e acabamentos das vias de comunicação. Isto acontece
pelo encarecimento dos elementos de construção e a enfraquecida sustentabilidade dos mesmos
na proteção do meio ambiente. A presente proposta de reaproveitamento de garrafas Pet e
esferovite, pretende trazer uma mudança nos materiais utilizados em revestimentos de vias de
acesso e de edifícios através de métodos de reaproveitamento, contribuindo de maneira
significativa na perspectiva economica de fabricação.
Este critério também pode trazer grandes proveitos ao meio ambiente pois diminui a deposição
dos resíduos sólidos, através do reaproveitamento dos mesmos como um elemento essencial na
produção de pavês, porém prejudique na vertente ambiental em certa percentagem a atmosfera.

32
3.4.1. Materiais e métodos usados

Esferovite (Poliestireno expandido)

O esferovite que foi utilizado na pesquisa, foi coletado na lixeira de Malhampsene. Em sua
maioria são materiais originários de embalagens de proteção de produtos, como televisões,
computadores e electrodomésticos.
Logo após recolhido o esferovite, deu-se o ínicio ao procedimento de moagem, este traduz em
transformar o formato inicial do material em pequenos pedaços. Para isso, foi feito de forma
manual com a ajuda de um peneiro que serviu como ralador, permitindo que os grãos tomassem
dimensões semelhantes a de areia. Prontamente, foi feita a sepação do material atravês do
peneiramento, que segundo ABNT NBR NM 248, os agregados miúdos são os grãos passam
pela peneira com abertura de malha 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de
150𝜇𝑚, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas
pela ABNT NBR ISO 3310-1. Deste modo, a granulometria do esferovite selecionada para
produzir os pavês é a mesma que a dos grãos miúdos. As figuras abaixo demonstram as fases
e processos utilizados na preparação do esferovite.

(1) (2) (3) (4)

Figura 13: Procedimentos para a preparação do Esferovite (Poliestireno Expandiso)


(1) O esferovite na forma original, (2) Moagem do esferovite, (3) Peneiramento dos fragmentos de
esferovite, (4) Esferovite passando pelo peneiro 4,75mm e pronto a introduzir na mistura dos pavês.
Fonte: Autor (2022).

Nota 1: A granulometria do esferovite foi realizada mas, mesmo assim não surtio algum efeito
referente aos agregados miúdos na mistura, pois pela dissolução da matéria ele atinge o estado
líquido, assim sendo torna-se um ligante na mistura.

33
Garrafas Pet
As garrafas de polietileno tereftalato usadas na experiência, foram coletadas na lixeira de
Malhampsene. Na sua maioria são de materiais provenientes de embalagens de água e
refrigerantes.
Depois de colectado o polietileno tereftalato (Pet) é lavado em água potável de modo a ficar
totalmente livre de impurezas, uma vez que é feito manualmente, deu se inicio ao procedimento
de trituração. Este consiste em transformar o formato original do material em pequenas tiras de
tamanho aleatório. Sendo assim, a trituração ocorreu de forma manual com o auxilio de uma
tesoura de modo a armazenar em baldes de 20 litros de capacidade.
(1) (2) (3) (4)

Figura 14: Processo de preparação das garrafas Pet


(1)Armazenamento de garrafas Pet, (2) Lavagem de garrafas Pet, (3) Secagem após lavagem, (4)
Trituração das garrafas Pet.
Fonte: Autor (2022)

Pó de pedra
Foi selecionado para a pesquisa, o pó de pedra sendo um tipo de brita, com textura fina
normalmente utilizado na construção civil. Para o seu uso, foi colocado em processo de
secagem ao ar livre, logo em seguida desfigurada e peneirada com auxílio do peneiro de malha
2 mm, para a incorporação na mistura fundida de esferovite e garrafas pet para a produção dos
pavês.

Figura 15: Pó de pedra.


Fonte: Autor (2022)

34
3.4.2 Dosagem e determinação de traço

Para a determinação dos traços usados no fabrico dos pavês feitos, usou-se como base
experiências realizadas no Brasil, com 60% de garrafas Pet, 10% de esferovite e 30% de óleo
de cozinha usado. Com o intuito de fornecer maior resistência as peças de pavê intertravado a
produzir, substituiu-se o óleo de cozinha usado na sua totalidade pelo pó de pedra.
Para tal foram desenvolvidos 3 traços com quantificações diferentes com o intuito descobrir o
traço que mais possibilita a segurança e acima de tudo manifesta boa resistência à compressão.
A tabela abaixo, mostra a definição das doses e traços pretendidos.

Tabela 10: Quantificação dos traços pretendidos.


1º Traço 2º Traço 3º Traço
Material % Qtd % Qtd % Qtd
Garrafas Pet (Kg) 45% 1.500 30% 1.800 47.5% 1.800
Esferovite (Kg) 10% 0.200 15% 0.600 5% 0.110
Pó de pedra (Kg) 45% 1.500 50% 2.000 47.5% 1.800
Fonte: Autor (2022).

Após a doseamento dos materiais a serem introduzidos na mistura dos pavês, delimitou-se o
número total de amostras de pavês a produzir. Em que cada peça de pavê resultante da
experiência foi sujeito a um determinado tipo de ensaio para a definição das propriedades
físicas e mecânicas. Assim sendo para cada os traço estabelecido, foram produzidas (4)
amostras singulares, foi também estabelecido o processo de cura após a fabricação, sendo
realizado por um periódo de 1 dia com o intuito de avaliar as resistências atingidas pelas
amostras, sendo que o pavê de plástico não estabelece a mesma configuração de cura que o
pavê de convecional.

3.4.3. Produção dos pavês

Para a produção dos pavês compostos por garrafas Pet e esferovite, foram compostos e
produzidos de maneira artesanal em ambiente caseiro.
O pavê escolhido para esta experiência obedeceu as especificações dimensionais estabelecidas
pela norma NBR 9781 (2013).

Nota 2: As etapas de produção não foram de acordo com a normalização, devido a diferença
de matérias que constituem o pavê.

35
Etapas e processos para a produção dos pavês

Etapa 1: Após a preparação dos materiais, pesou-se as quantidades traçadas para cada material,
de acordo com a quantificação de pavês pretendidos, conforme vem escrito na tabela abaixo.

Tabela 11: Traço estabelecido para a produção de pavês.


1º Traço 2º Traço 3º Traço
Materiais 1 Pavê 4 Pavês 1 Pavê 4 Pavês 1 Pavê 4 Pavês
Garrafas de plástico Pet (Kg) 1.500 6.000 1.800 7.200 1.800 7.200
Esferovite (Kg) 0.200 0.800 0.600 2.400 0.110 0.440
Pó de pedra (Kg) 1.500 6.000 2.000 8.000 1.800 7.200
Fonte: Autor (2022)

Etapa 2: Iniciou-se por colocar os grãos de esferovite no interior de uma panela metálica que
suporta altas temperaturas com a capacidade de 25 litros, depois de colocados os grãos de
esferovite em processo de fervura, esperou se atingir a sua completa dissolução, em seu
processo fez-se então o controle da temperatura, estando entre os 250º á 260º C, em seguida
colocou-se no mesmo recipiente tiras de garrafas Pet passando pelo mesmo processo de
dissolução, completo o processo, prosseguio-se com a adição do pó de brita com dimensões de
2.00 mm de espessura, estando completos os materiais incorporados a mistura, por meio de um
bastão de madeira, promoveu-se movimentos rotacionais por meio de um controle de 10 (dez)
em 10 (dez) minutos até a homogenização dos elementos inseridos na mistura, que no passar
do tempo o esferovite e as garrafas pet reduziam o seu volume no recipiente, a metodologia de
combustão utilizada era á lenha, sendo assim houve alguma dificuldade no controle da váriação
de temperatura, que promoveu um atraso ou aceleração no processo de dissolução. As figuras
abaixo mostram as etapas e procedimentos de introdução dos resíduos sólidos na mistura dos
pavês.

(1) (2) (3) (4) (5)

Figura 16: Etapas e processos de introdução dos materiais na mistura dos pavês.
(1) Colocação do esferovite para posterior aquecimento, (2) Verificação de temperatura do recipiente, (3)
Imersão de garras de plástico Pet, (4) Homogenização da mistura, (5) Mistura pronta para a produção
dos pavês.
Fonte: Autor (2022)

36
Etapa 3: Atendendo as especificações dimensionais da ABNT NBR 9781 (2013), seguiu-se
com o enchimento dos moldes a quente.
(1) (2) (3)

Figura 17: Processo de preparação dos moldes para posterior enchimento.


(1) Organização dos moldes, (2) Lubrificação dos moldes, (3) Aquecimento dos moldes,
Fonte: Autor (2022).

Figura 18: Arefecimento lento, da mistura já nos moldes.


Fonte: Autor (2022).

Etapa 4: Passado 1 dia, até a completa secagem, procedeu-se rapidamente com a


desmoldagem, onde removeu-se a chapa de alisamento inferior, em seguida segurando as pegas
do molde práticou-se a desmoldagem das peças levantando-o e precionando-os com os
polegares a sua superfície. A figura abaixo mostra o procedimentos da desmoldagem dos pavês.

Nota: Perante a situação de não existirem normalizações que atendam ao âmbito de produção
de pavês em termos de tempo de cura, partiu-se do principio que o plástico logo que atinge o
seu estado sólido possuirá a mesma resistência no decorrer do tempo não havendo nenhuma
variação em termos de resistência.

(1) (2) (3)

Figura 19: Procedimentos usados na desmoldagem das peças de pavê.


(1) Pavê no interior de moldes, (2) Processo de remoção das peças do molde, (3) Pavê livre de molde
Fonte: Autor (2022).

37
Ensaios laboratoriais
Em compreensão das propriedades mecânicas dos pavês compostos por garrafas Pet e
esferovite foi feito o ensaio de:
- Resistência à compressão
Para a confiabilidade dos efeitos dos ensaios de resistência à compressão foram usados os
procedimentos estabelecidos pela ABNT NBR 9781 (2013).

Nota 3: O ensaio de absorção de água foi dispensado, pois o pavê de garrafas pet e esferovite
a porosidade é quase nula.
Os processos seguidos na investigação não foram de acordo com a normalização, devido a
diferença de materiais que constituem o pavê.

Resistência à compressão
Compresão é a força aplicada a um corpo, tentando unir as partes que o compõem, resistindo
até alcaçarem a sua tensão característica, que depende de cada tipo de material.
Assim, o ensaio de resistência à compressão tem como propósito determinar a carga máxima
que o pavê pode suster sem sofrer deformidades.

• Aparelhagem
- Prensa hidráulica, que deve ser provida de dispositivo que assegure distribuição uniforme
dos esforços à amostra e apartir de um computador permite a leitura das cargas aplicadas.
Foi necessário também:
- Dois adaptadores de aço para apoio; e
- Uma balança com margem de erro de 0.5g para tirar o peso do pavê.

(1) (2) (3) (4)

Figura 20: Instrumentos usados na execução do ensaio de resistência à compressão.


(1) Prensa hidráulica, (2) Balança, (3) Adaptadores, (4) Computador.
Fonte: Autor (2022).

38
Ensaios de resistência à compressão das amostras

Para a prática do ensaio de resistência à compressão, iniciou-se pela pesagem dos pavês e
anotação dos pesos, em seguida partiu-se para a execução do ensaio de resistência à
compressão, onde foram colocadas e posicionadas as amostras na prensa hidráulica de maneira
que a carga aplicada actuasse de maneira distribuida e uniforme na direcção dos esforços do
pavê, tal como a aplicação no pavimento, em que o seu centro de gravidade está perfeitamente
alinhado ao eixo da carga. Logo depois acionou-se a prensa hidraúlica, e apartir do dispositivo
de comando, foram controladas e verificadas as tensões aplicadas nas amostras que corriam a
uma velocidade constante de 150 N/s até a ocorrência da rotura da peça de pavê.

(1) (2)

Figura 21: Preparo das amostras para a execução do ensaio de resistência à compressão.
(1) Amostra bem posicionada para ensaio, (2) Prensa de resistência à compressão
Fonte: Autor. (2022)

A resposta dos ensaios de resistência à compressão foram adquiridos apartir da tensão aplicada
na amostra , e com o auxilio do computador, fez-se a leitura da tensão de rotura e carga máxima
suportada até a sua quebra.

39
Limitações da pesquisa

A pesquisa feita, expôs limitações quanto a análise dos processos químicos dos resíduos, assim
como dos pavês, devido a ausência de ferramentas e acessórios especiais para a avaliação destes
processos. Sendo fundamental e de grande importância dar a conhecer o efeito que cada
elemento incorporado neste material gera ao meio ambiene.

Outras limitações:

- O tempo de execução do trabalho e os problemas registrados de funcionamento dos


equipamentos laboratoriais, tornaram-se limitações a análise da dilatação térmica dos corpos.

- Sendo o esferovite uma das matérias primas incorporadas na produção deste pavê, torna-se
uma limitação a considerar, a fraca exposição e disponibilidade deste resíduo em lixões, que
por ventura torna o uso desta matéria não viável económicamente.

40
CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, faz-se referência a apresentação, análise e discussão dos resultados obtidos
nesta investigação, descritos na metodologia do trabalho adoptados no capítulo de revisão de
literatura e nos resultados laboratoriais obtidos, referentes ao reaproveitamento de esferovite e
garrafas pet na produção de pavês.

4.1. Mapa resumo da resistência à compressão

Para a execução do ensaio de resistência à compressão foram produzidos (4) amostras para os três (3)
traços. Sendo que todas as amostras produzidas foram testadas no (2º) dia de secagem. Logo disponíveis
ao laboratorio foram pesadas e colocadas na prensa hidráulica, como é descrita a realização do ensaio
de resistência à compressão no cápitulo anterior, os resultados obtidos são apresentados em forma de
tabela abaixo:

Tabela 12: Síntese dos ensaios de resistência à compressão

Idade: 2 dias

Traços Referência das Carga aplicada Tensão de Tensão média


Amostras (kN) rotura (Mpa) de rotura
(Mpa)
1ª 64.4 18.2
1º Traço 2ª 50.6 17.9 17.3
3ª 49 15.78
1ª 35.8 11.3
2º Traço 2ª 33.7 10.5 11.4
3ª 48.4 12.4
1ª 25.1 8.9
3º Traço 2ª 20 7.7 8.5
3ª 27.7 9.0
Fonte: Autor (2022).

41
Abaixo, é representado o gráfico da resistência à compressão de cada traço realizado:

Resistência à compressão de cada Traço


20 18.2 17.9
18 15.78
16
14 12.4
11.3
12 10.5
10 8.9 9
7.7
8
6
4
2
0
1º Traço 2º Traço 3º Traço
1ª Amostra 18.2 11.3 8.9
2ª Amostra 17.9 10.5 7.7
3ª Amostra 15.78 12.4 9

1ª Amostra 2ª Amostra 3ª Amostra

Gráfico 1: Tensão de rotura da amostra de cada traço.


Fonte: Autor. (2022)

Tabela 13: Comparação da resistência caracteristica dos pavês


Comparação dos pavimentos
Descrição da Pavê produzido de garrafas pet,
Descrição de unidades Pavê
comparação esferovite e pó de pedra
convencional
(Duração de cura 2 dias)
(1º Traço) Resistência à
compressão (fck) média de : 17.3
Resistência Mpa
Resistência Trafego de pedestres, característica à (2º Traço) Resistência à
característica à veículos leves e veículos compressão (fck) compressão (fck) média de : 11.4
compressão comerciais de linha 28 dias ≥ 35 Mpa
Mpa (3º Traço) Resistência à
compressão (fck) média de : 8.5
Mpa
Fonte: Retirada da ABNT NBR 9781, adaptada pelo autor. (2022)

Nota 4: No âmbito da recolha de informações para a concepção dos pavês, chegou-se a


conclusão que não existem normas técnicas que atendem a especificações de matérias plásticas
em termos de tempo de cura.

42
A qualidade de resistências à compressão produzida nos pavês feitos de garrafas pet, esferovite
e pó de pedra foram avaliadas no 2º dia de cura, pois os resíduos plásticos alcançam a
resistência máxima logo depois de retomarem ao estado sólido e estiverem completamente
esfriados. Ademais, comprovou-se que os pavês produzidos com resíduos plásticos
reaproveitados para a substitutição do cimento não é a melhor alternativa ambiental e
economicamente viável para ser utilizada em estradas com tráfego de veículos ligeiros, pois os
resultados de resistência à compressão não enquadram-se nos padrões aceitáveis, de mínimo
ou superior à 35 Mpa’s em valores individuas de acordo ABNT-NBR 9781: (2013).

De acordo com a resistência à compressão realizada, o uso de pavês de garrafas pet, esferovite
e pó de pedra, não é recomendável em pavimentação de estradas primárias e secundárias, sendo
que, segundo os parâmetros minímos exigidos pela ABNT NBR 9781 (2013), essas estradas
são destinadas a veículos comerciais e de alta tonelagem, devendo possuir uma resistência à
compressão maior ou igual a 35 MPa’s.

De acordo com a comparação , constatou-se que os pavês de garrafas pet, esferovite e pó de


pedra, em um dos seus traços possui uma resistência média à compressão de 17.3 MPa’s,
possibilitando o seu uso em acessos pedestrais (calçadas).

Proposta de concepção de Pavimento

Segundo Paula Manoela et al. (2017), a calçada pública deve apresentar uma resistência
mínima à compressão de 20 MPa.
De acordo com os dados de resistência à compressão dos pavês concebidos, o 1º traço possui
uma resistência média à compressão de 17.3 MPa’s, sendo o traço com maior resistência à
compressão, propõe-se o uso dos pavês de garrafas pet e esferovite em calçadas pedestrais (
jardins e pátios privados).

Figura 22: Calçada pedestral (Jardins e pátios privados).


Fonte: Pinterest (2022).

43
Definição de Calçadas

Na perspectiva da NBR 9050 (2015), as calçadas são acessos destinados a circulação de


pedestres, devendo compor rotas acessíveis com dimensões adequadas e um deslocamento fácil
e seguro, permitindo a integração entre as edificações, os equipamentos e mobiliários urbanos,
o comércio e os espaços públicos em geral.

Especificação adequados e inadequados – De acordo com a NBR 9050 (2015)

As calçadas devem atender as seguintes caracteristicas: As calçadas, passeios ou vias


exclusivas de pedestres devem ter superfície regular, firme, contínua, estável e antiderrapante
sob quaisquer condições climáticas, evitando trepidações para dispositivos com rodas.
Já os pisos que não devem ser utilizados são aqueles escorregadios, irregulares, pisos
intertravados com chanfros com texturas que geram trepidação, e com padronagens
contrastantes. Todo esse cuidado para que não haja dificuldade no andar da pessoa com
deficiência.

Formação do preço de venda

Este cálculo tem como começo a compreensão e garantia de todos os custos do produto, e por
fim a formação do lucro pretendido. O cálculo serve para a empresa obter um indicador inicial
ou indicador de referência para as análises comparativas, pois nesta época, a determinação do
preço é influenciada por factores do mercado .

Preço de
Custo Despesas Lucro
Venda

Figura 23: Esquematização para formação de preço


Fonte: IBDEC (2022).

Custo – De acordo com Leone (2000), o custo é denominado como o consumo de um


fundamento de produção, medido em termos financeiros para a obtenção de um produto, de
um serviço ou de uma atividade que poderá ou não gerar renda.

• De uma maneira resumida custo é quanto a empresa gasta para produzir o que será
oferecido aos clientes.

44
Despesas – Nas investigações de Hendriksen (1999), as despesas estabelecem o uso ou
consumo de bens ou serviços no processo de aquisição de faturamento.

• É quanto a empresa gasta para vender um serviço ou produto e assim gerar rendimento.

Lucro – é o retorno que a empresa terá ao vender um produto ou serviço. O lucro é o dinheiro
que irá financiar o crescimento do negócio.

Nota: De forma a evitar altos custos de transporte o local ideal para a implementação do
negócio, é o mais próximo a Lixeira de Malhampsene, porém pode não vir a ser a melhor
alternativa, olhando mais na estratégia de marketing de forma que o négocio seja mais lucrativo
ou prospero. A empresa deve encontrar-se próxima a seus recursos de forma a gastar menos,
este local êxita altos custos.

Tabela 14: Formação de preço de venda para uma unidade de pavê.


Preço unitário
Item Material Unidade Quant.
(mzn)
Pó de pedra Kg 1.5 1.5
Custo Garrafas de plástico pet Kg 1.5 0.30
Fixos Esferovite Kg 0.2 0.30
Lenha vg 1 0.7
Despesas Marketing (Publicidade) vg - 0.5
Fixas Salários (1 operário) vg 1 1.0
Despesa
Transporte ao cliente vg - -
Variáveis
Serviço+Produto
Lucro vg - 0.52
(margem de lucro 12%)
Subtotal unitário: 4,82
Fonte: Autor (2022).

Segundo o Decreto n.º 53/2011, No geral, estima-se margem de lucro em indústrias


estabelecidas entre os valores de 8% á 12% que é o indicado. Já nos Serviços, a percentagem
costuma ser mais alta, de 20% e 30%.

45
• Fórmula para cálculo da Despesa variável:

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 à 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟 𝑒𝑚 𝑘𝑚
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠. = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 × ( ) × 30%
8 𝑘𝑚/𝑙

Equação 1: Formula para cálculo do Custo de transporte.

Tabela 15: Preço do pavê de garrafas pet, esferovite e pó de pedra por 𝑚2 .


Item Un. Quant. Preço Unitário (mzn)
Fornecimento de pavês por
1 50 241
𝑚2
Fonte: Autor (2022).

Abordagem para definição do preço

Na perspectiva de Padoveze (2006) embora, teoricamente, seja o mercado quem dá o preço de


venda dos produtos, este deve ser inicialmente ser calculado em cima das condições de custo
das empresas. Dessa forma, como elemento inicial para formação de preços de venda, devemos
utilizar o custo padrão, pois ele traz todos os elementos necessários para parametrizar um preço
de venda ideal.

A estipulação do preço foi realizada com base na comparação do preciario do pavê


convencional da praça, de modo a definir um preço dentro dos paramêtros ideiais, de modo a
que não seja nem tão baixo nem muito alto.

Tabela 16: Comparação de custos.


Pavê convencional (mzn) Pavê de garrafas pet, esferovite e pó de pedra (mzn)
350 - 380 241
Fonte: Autor (2022).

46
CONCLUSÃO

De acordo com a discussão de resultados obtidos da pesquisa feita, verificou-se que os pavês
feitos de garrafas pet, esferovite e pó de pedra possuem uma resistência média à compressão
de 17.3 Mpa’s, possibilitando somente o uso direcionado a pedestres.

A limitação dos pavês produzidos faz com que não sejam recomendados em pavimentações de
estradas primárias e secundárias. Sendo que, essas estradas são destinadas a circulação de
veículos comerciais e de alta tonelagem por possuírem uma resistência maior ou igual à 35MPa
que é o parâmetro mínimo exigido pela norma ABNT NBR 9781: 2013.

Independentemente de trazer uma resistência à compressão menor em relação ao pavê


convencional o pavê de garrafas pet, esferovite e pó de pedra, pode ser aplicado em pavimentos
terciários sendo eles os pavimentos residências, de jardins, privados entre outros por conta
resistência obtida.

A investigação realizada, confirma o reaproveitamento de garrafas pet e esferovite descartados


como material alternativo na produção de pavês, substituindo o cimento na sua totalidade.

Mas no âmbito da avaliação de suas pontencialidades não obedece completamente os


parâmetros de resistência à compressão exigidos pela norma, mas possui baixa absorção de
água que involuntariamente melhora a sua durabilidade. Em forma de sínteses, valida-se por
completo a hipótese 2 e 3.

Recomendações para futuras investigações

Perante as avalições praticadas mediante o processo de fabricação dos pavês de garrafas pet e
esferovite, recomenda-se:

• A utilização de matérias primas económicamente viáveis e acessíveis;


• Estudar a eficiência e aplicação dos pavês de garrafas pet e esferovite em revestimento
pedestre;
• Análisar as condições térmicas em que os pavês de garrafas pet e esferovite podem ser
aplicáveis.
• Avaliar a quantidade de dióxido de carbono e outras substâncias emitidas durante o
processos de produção e uso dos pavês.

47
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em 23 de Set 2015.

54
Apêndices

Orçamento do Projecto de Investigação

Apêndices 1: Mapa de quantidades do Projecto de Investigação.

Mapa de Quantidades

Preço em MZM
ITEM CAPÍTULO 01 - Elaboração do Projecto Unidade Quantidade
Unitário Total

Mobilização e desmobilização pessoal, dos


1.1 equipamentos e materiais auxiliares de trabalho vg 1 1500 1500
necessário.

1.2 Mascara de proteção e prevenção contra Covid 19 un 5 10 50

1.3 Impressão do trabalho proposta de projecto un 10 55 550

1.4 Impressão do modelo final de monográfia proposto un 10 64 640

Aquisição de crédito para conversão em Megabytes


1.5 un 9 100 900
permitindo o acesso a infomação da Internet

Aquisição de alimentos para lanches e almoços no


1.6 un 10 130 1300
percurso rotineiro
Subtotal Cap.1 4940

CAPÍTULO 02 - Aquisição de materiais e EPI,s

Aquisição de chapa de lisa de ferro com espessura


2.1 m2 2 3000 6000
de 2mm

2.2 Aquisição de eléctrodos afrox para soldadura kg 1 500 500

Aquisiçao de Óculos de lente incolor para proteção


2.6 un 1 150 150
lateral e facial

Aquisição de Mascaras com respiradores com


2.7 un 1 150 150
suprimento de ar

Aquisição de barra de ferro com especificações de


2.8 vg 1 500 500
30/5 mm

2.13 Aquisição de Luvas de proteção un 1 150 150

Subtotal Cap.2 7450

55
CAPÍTULO 03 - Aquisição de matéria prima

Aquisição de pó de pedra de revendedores +


3.1 m3 1 800 800
transporte
Subtotal Cap.3 800

CAPÍTULO 04 - Mão de obra (Serralharia)

Execução de moldes de pavê em perfis de secção


4.1 rectangular e revestimento em chapa metálica vg 1 1300 1300
com dimenões de 200x100x60mm
Subtotal Cap.4 1300

Total Geral 14490

1º Traço
Apêndices 2: 1º Traço.

Compression Test Results


Data de teste 14 de Abril de 2022
Report Name Pavê Castanho
Time 2:23 PM
Press No
Description Pavê de garrafas pet, esferovite e pó de pedra
Tensão
1ª Amostra 2ª Amostra 3ª Amostra
Média
Reference py py py
Age 2 2 2
Weight 2035,8 2045 1937
Type
Size1mm 200 200 200
Size2 mm 100 100 100
Area sq mm 20000 2000 2000
kN 64.4 50,6 49 54.6
MPa 18.2 17.9 15,78 17.3

56
2º Traço
Apêndices 3: 2º Traço.

Compression Test Results


Data de teste 14 de Abril de 2022
Report Name Pavê verde
Time 2:30 PM
Press No
Description Pavê de garrafas pet, esferovite e pó de pedra
Tensão
1ª Amostra 2ª Amostra 3ª Amostra
Média
Reference
Age 2 2 2
Weight 1976 2000 2085
Type py py py
Size1mm 100 100 100
Size2 mm 200 200 200
Area sq mm 20000 20000 20000
kN 35.8 33.7 48.4 39.3
MPa 11.3 10.5 12.4 11.4

3º Traço
Apêndices 4: 3ª Traço.

Compression Test Results


Data de teste 14 Abril 2022
Report Name Pavê cinza
Time 4:26 PM
Press No
Description Pavê de garrafas pet, eferovite e pó de pedra
Tensão
1ª Amostra 2ª Amostra 3ª Amostra
Média
Reference pyr pyr pyr
Age 2 2 2
Weight 2027 2028 2029
Type pv pv pv
Size1mm 100 100 100
Size2 mm 200 200 200
Area sq mm 20000 20000 20000
kN 25.1 20 27,7 24.5
MPa 8.9 7.7 9,0 8.5

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Apêndices 5: Material auxiliar e Equipamentos de proteção Individual.
(a)Termômetro digital; (b) óculos de proteção; (c) Luvas de proteção

(a) (b) (c)

Apêndices 6: Processos de execução.


(a) Garrafas pet e esferovite dissolvido; (b) Inserção de garrafas pet na panela; (c) Pesagem de garrafas pet

(a) (b) (c)

Apêndices 7: Exposição de Pavês.


(a) 1º Traço: Coloração castanha, (b) 2º Traço: Coloração verde, (c) 3º Traço: Coloração cinza

(a) (b) (c)

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