O documento resume os principais referenciais teóricos e desenvolvimentos históricos da Terapia Familiar, incluindo as contribuições da Escola de Palo Alto, abordagens sistêmicas e narrativas. Também discute diferentes escolas como a Estratégica, de Milão e incorporação de conceitos sociais.
O documento resume os principais referenciais teóricos e desenvolvimentos históricos da Terapia Familiar, incluindo as contribuições da Escola de Palo Alto, abordagens sistêmicas e narrativas. Também discute diferentes escolas como a Estratégica, de Milão e incorporação de conceitos sociais.
Título original
Slides aula - A perspectiva sistêmica para a Clínica da Família
O documento resume os principais referenciais teóricos e desenvolvimentos históricos da Terapia Familiar, incluindo as contribuições da Escola de Palo Alto, abordagens sistêmicas e narrativas. Também discute diferentes escolas como a Estratégica, de Milão e incorporação de conceitos sociais.
O documento resume os principais referenciais teóricos e desenvolvimentos históricos da Terapia Familiar, incluindo as contribuições da Escola de Palo Alto, abordagens sistêmicas e narrativas. Também discute diferentes escolas como a Estratégica, de Milão e incorporação de conceitos sociais.
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Aula 6
A perspectiva sistêmica para a
Clínica da Família Profa Ms. Natália Parente Texto- referência:
Costa, L. F.. (2010). A perspectiva sistêmica para a Clínica
da Família. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 26 (spe), 95–104. https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000500008 Referenciais teóricos da Terapia Familiar (TF) - Grupo de Palo-Alto - Gregory Bateson, John Weakland, Don Jackson, Paul Watzlawick, entre outros - interessou-se pelo estudo da comunicação, trazendo suas observações para o campo da análise das relações humanas no cotidiano - Contribuição de psicanalistas - Lyman Wynne - observação da comunicação em famílias com membros psicóticos - Jay Haley e Virginia Satir - indicações práticas e técnicas como recursos para alcance de mudanças no padrão da interação familiar - valorização dos sentimentos para complementar uma racionalidade nas decisões em torno das questões familiares - Murray Bowen e Ivan Boszormenyi-Nagy - estudaram as heranças, mitos e lealdades familiares que colaboram para a repetição de conflitos nas diferentes gerações - Nathan Ackerman e Carl Withaker - ênfase na importância do manejo técnico do terapeuta - Salvador Minuchin - sistematizou muito do que a TF é hoje Desenvolvimento histórico da Terapia Familiar - Nos EUA - Gregory Bateson e Nathan Ackerman como pioneiros em sistematizar as intervenções em torno das famílias - Entre 1960 e 1970 surgiram diferentes abordagens, métodos, clientelas e contextos do que hoje temos como o escopo da TF - Após 1960, outros teóricos incluem as dinâmicas familiares nos estudos sobre as questões humanas individuais, abrindo precedente para o surgimento da TF - O pensamento original era que a orientação teórica sistêmica era aplicável a toda estrutura humana, sem preocupação com diferenças culturais ou étnicas - Críticas: ausência da perspectiva de gênero e poder; a dimensão intrapsíquica; as emoções e as heranças transgeracionais; os significados nas conversações e o lugar da família no contexto sociocultural - No Brasil, Julia Bucher-Maluschke e Terezinha Féres-Carneiro resgatam a origem da Psicologia, quando Freud situa nas relações familiares muitas das origens dos conflitos e do sofrimento humano Histórico da Terapia Familiar (TF) - Década de 1960 - surge a TF, privilegiando o estudo da comunicação - Décadas de 1970 e 1980 - aparecimento de escolas de TF, com ênfase na Escola Estratégica e na Escola de Milão; - Década de 1990 - novos enfoques interpretativos e discursivos - Década de 2000 - TF voltada para a família na relação com sistemas mais amplos A Terapia Familiar - A abordagem se mostra ciente da complementaridade entre as terapias individuais e familiares - A TF traz para análise o campo de interseção dos indivíduos em família, e desta com o ambiente sociocomunitário que a circunda, enfocando sistemas, subsistemas e sistemas mais amplos em conexão - Mudança na postura do Terapeuta: - de intervencionista a um terapeuta conhecedor ativo de si mesmo e dos membros da família, conhecedor de sua não neutralidade, mas determinado a participar das transformações das relações Terapia Familiar Sistêmica - Influência dos conceitos aplicados à cibernética - ciência que tem por objeto o estudo comparativo dos sistemas e mecanismos de controle automático, regulação e comunicação nos seres vivos e nas máquinas - Sistema da feedback da cibernética - processo por meio do qual um sistema obtém uma informação necessária para seguir adiante de forma estável - Cibernética aplica a TF - ênfase na perspectiva circular como a lente para compreensão das influências mútuas entre os membros da família. “O desafio foi enxergar a família além das individualidades e buscar o padrão de influência mútua que se observa nas condutas de seus membros.” (p. 96) Terapia Familiar Sistêmica - Teoria Geral dos Sistemas - modelo teórico criado por Ludwig von Bertalanffy - combinava conceitos de pensamento sistêmico e da biologia, e buscava sua aplicação aos seres vivos e ao sistemas sociais - os organismos são um sistema aberto interagindo todo o tempo com seu ambiente, buscando como um todo atingir um objetivo a partir de suas condições, com uma reatividade que visa o equilíbrio e, acima de tudo, dirigindo-se a mudanças - Esteves de Vasconcellos - crítica ao modelo mecanicista da cibernética - propõe um novo paradigma epistemológico para a TF: Pensamento Sistêmico - A família deve ser compreendida, então, como um sistema em relação, que deve ser visto em seu contexto (um sistema em relação com outros sistemas); em sua complexidade (com interações múltiplas e diversas); em sua instabilidade (articulações e mudanças em constante andamento) e em sua intersubjetividade (realidades múltiplas decorrentes de interações). Escolas de Terapia Familiar e seus Conceitos Escolas com maior influência da Cibernética e da Teoria Geral dos Sistemas - herança bastante pragmática de ‘solução de problemas’ - pioneiras na construção do contexto clínico do atendimento a famílias com a observação direta das interações familiares - a família como um grupo delimitado por fronteiras, organizado em subsistemas menores e inserido em sistemas maiores, com função autorreguladora que busca manter a homeostase - os sintomas teriam funções interpessoais e atuariam na manutenção da homeostase familiar - o método é o da observação direta da interação familiar, buscando a modificação do padrão de comunicação, ou seja, modificação de padrões comportamentais. Além de um plano estruturado, realizado por meio de tarefas (atividades) que levam o setting terapêutico para dentro de casa - o terapeuta como uma figura de interventor - principais grupos representantes dessa orientação metodológica: a Escola de Palo Alto, Escola Estrutural e a Escola Estratégica A Psicanálise na Terapia Familiar - Autores influentes: Alberto Eiguer, Andre Ruffiot, Dider Anzieu, Robert Neuburger e Pierre Segond - Para eles, o sintoma reflete aspectos da história passada da família e que é por meio da interpretação e releitura do significado do sintoma na história familiar que haverá mudanças, uma vez que a família compartilharia um aparelho psíquico inconsciente - O objetivo da sessão de TF é clarear as repetições de comportamentos passados e que ainda se reproduzem no presente usando o método da interpretação das relações e repetições, para que esse padrão se faça consciente a todos - Interesse na trama inconsciente dos sentimentos, desejos e expectativas entre os membros da família, uma vez que entende que as relações familiares são pautadas na tentativa de equilíbrio entre a individuação e a dependência emocional que une inexoravelmente todo os membros da família em suas histórias particulares e familiares (somos indivíduos e sociedade, ao mesmo tempo!) - Escuta como princípio metodológico A Escola de Milão - Principais autores: Mara Selvini Palazzoli, Gianfranco Cecchin, Luigi Boscolo e Giulana Prata - Novas proposta teórico-metodológicas: - questionamento circular - baseada na ideia de que os sistemas vivos são caracterizados por formações de círculos relacionais - conotação positiva - uso de estratégias para se posicionar positivamente diante das situações familiares - elaboração de hipóteses - ideia de que o terapeuta e os membros da família estão construindo e “testando” explicações sobre o que se passa com a família - Postura do pesquisador: neutra e aliando-se igualmente a todos os membros da família, considerando importantes todos os aspectos do fenômeno Os conceitos sociais na Terapia Familiar - Avanços nos estudos das determinações sociais no sofrimento individual deram corpo aos estudos das relações familiares - Temas como o papel da mulher, o patriarcado, os condicionamentos sociais da maternidade/paternidade passaram a receber estudos particularizados - Críticas ao modelo cibernético, uma vez que os “inputs” não são iguais para a sociedade em que vivemos, considerando, por exemplo, temas como: a submissão da mulher, a vitimização de mulheres e crianças e a responsabilidade social e ética decorrentes dessas observações, bem como a questão do poder diferenciado entre homens e mulheres, entre adultos e crianças e/ou adolescentes numa sociedade machista - Necessidade da inclusão da questão política na regulação das relações familiares - Heranças dos estudos com reinserção de minorias na sociedade: Incorporação da ideia de rede social na resolução dos problemas. Tal postura, evidencia o caráter potencial da família na sua regularização, retirando a primazia da intervenção profissional - O trabalho em rede mantém as pessoas conscientes da dimensão coletiva e das implicações socioeconômicas dos problemas Abordagem Narrativista - Família como um sistema sociocultural e linguístico - Considera a linguagem e seus significados na atuação em Terapia Familiar - Propõe a construção de narrativas e da história da família, considerando os processos cognitivos presentes nas relações familiares (herança da Biologia) - Visa que a família explore novos significados e sentidos para os fatos em andamento, retirando a primazia do entendimento do terapeuta - A ação cooperativa entre as pessoas marca o processo de relação familiar e a construção das saídas dos conflitos - Os eventos da história familiar têm que ser vistos em função do momento histórico, social e cultural As Transformações no Contexto Sociocomunitário e a Resposta da Terapia Familiar - Necessidade brasileira de intervenção terapêutica em contexto social - principalmente em vulnerabilidades - Adaptação de técnicas e criação de metodologias - Terapia Comunitária - Psiquiatra cearense criou uma terapia de bases sistêmica para atuações comunitárias - Grupo Multifamiliar - adaptação da técnica de grupo ao tratamento de famílias. Baseia as atuações práticas usadas nas intervenções familiares nos CREAS e CRAS - Ênfase na construção comunitária de soluções para as demandas - A análise dos grupos que estudam a TF no Brasil aponta para um crescimento de contribuições para o estudo de família que se preocupam em identificar e descrever os modos e problemas de interação familiar características de nosso país - O panorama das pesquisas tem recebido contribuições de muitas áreas: Psicologia, Serviço Social, Antropologia, Medicina, Enfermagem, Sociologia, na perspectiva sistêmica ou não - Ênfase na pensar em metodologias que se adaptem à nossa realidade e possam oferecer atendimento clínico ou psicossocial às famílias que possuem grandes diferenças em suas necessidades e características FIM