Pós-Graduação 2015 - Harley
Pós-Graduação 2015 - Harley
Pós-Graduação 2015 - Harley
CENTRO DE CIÊNCIAS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E
MATEMÁTICA
FORTALEZA
2015
HARLEY PASSOS BESERRA
FORTALEZA
2015
AGRADECIMETOS
A Deus, por ter me propiciado saúde para que pudesse trabalhar incessantemente
na elaboração do trabalho.
Ao meu orientador, professor Dr. Paulo de Tarso Cavalcante Freire, pelo empenho
e pela atenção sempre demonstrada.
Aos demais professores que compuseram a banca de qualificação e defesa: Dr. Júlio
Wilson Ribeiro, Dr. João Batista Furlan Duarte e Dra. Ivoneide Pinheiro de Lima, pela valiosa
contribuição dada ao aprimoramento deste trabalho.
Aos meus pais, José Beserra Modesto e Antonia Passos Beserra, pelos
ensinamentos de bons valores.
A todos os professores do curso de mestrado em ensino de ciências e matemática
em ensino de física que proporcionaram uma oportunidade de enriquecimento acadêmico e
profissional.
Aos meus filhos Davi e Isabella que souberam compreender a minha ausência para
que pudesse concluir este trabalho.
A todos os colegas do curso de mestrado que propiciaram a oportunidade de troca
de ideias e conhecimento ao longo do curso.
Aos meus alunos e ex-alunos, por terem contribuído para minha contínua reflexão
sobre o exercício do ensino de Física.
Aos amigos Caio César e André Brito que propiciaram a aplicação da metodologia
e o aprimoramento do trabalho.
“Dificuldades e obstáculos são fontes valiosas
de saúde e força para qualquer sociedade.”
(Albert Einstein)
RESUMO
O Presente trabalho foi elaborado a partir de uma pesquisa aplicada em uma instituição de
ensino público com alunos do primeiro ano do ensino médio, na qual buscou-se investigar os
equívocos cometidos pelos discentes no que diz respeito ao estudo do uso do livro didático para
desenvolver o das leis de Newton. O tema é de muita relevância pois, comumente é verificado
que uma parcela dos estudantes não compreende os conceitos relativos a este tópico e, como
consequência não conseguem solucionar exercícios referentes ao assunto. Evidências do
trabalho aqui apresentado, apontam que o livro didático quando faz uso de uma linguagem
inapropriada na abordagem dos conceitos contribui para a disseminação da dificuldade do
aprendizado em relação as leis de Newton, fazendo com que a resolução de exercícios
relacionados ao assunto torne-se uma dificuldade difícil de ser superado. No capítulo de
introdução, são levantadas algumas hipóteses para a dificuldade de compreensão no estudo das
leis de Newton bem como o contexto do estudo de física. Para a construção do referencial
teórico discutiu-se a aprendizagem significativa, o papel do livro didático no processo de
ensino-aprendizagem e a formação de professores no Brasil. O capítulo três aborda o
procedimento metodológico utilizado para realização da pesquisa, enquanto o quarto capítulo
apresenta a análise e discussão dos resultados. Para construção da pesquisa foi utilizado um
questionário on-line (google drive), aplicada após o assunto ser ministrado em aula pelo
mestrando em duas turmas, uma turma controle e outra avaliada. Em uma das duas turmas do
primeiro ano do ensino médio, a aula foi ministrada de maneira expositiva usando como
referência a metodologia utilizada por um livro didático de ampla adoção no país, enquanto em
uma segunda, a aula foi apresentada utilizando-se como referencial o material de apoio
denominado produto educacional (sugerido no apêndice b do trabalho). Indícios apontam no
sentido de que o uso de linguagem inapropriada comumente utilizada por alguns livros
didáticos, possui reflexo relevante na dificuldade de compreensão das leis de Newton. A
metodologia sugerida no estudo deste tópico no presente trabalho (denominado produto
educacional) indica que o uso de linguagem mais coesa e a aplicação de exemplos mais
apropriados parece propiciar um melhor nível de entendimento dos alunos.
Palavras-chave: Ensino de física – Ensino médio, Livro didático. Leis de Newton.
ABSTRACT
This dissertation was prepared from an applied research in a public educational institution with
the first year high school students, in which we sought to investigate the mistakes made by
students with regard to the study of textbook use to develop the laws of Newton. The theme is
very relevant therefore is commonly reported that a portion of students do not understand the
concepts related to this topic and as a consequence can not solve exercises on the topic.
Evidence of the work presented here, show that the textbook when he makes use of
inappropriate language in the concepts approach contributes to the spread of the difficulty of
learning in relation to Newton's laws, making the resolution of exercises related to the subject
becomes-a difficult difficult to overcome. In the introductory chapter, raised some hypotheses
to the difficulty of understanding the study of Newton's laws of physics and the study of the
context. For the construction of the theoretical framework discussed the significant learning,
the role of the textbook in the teaching-learning process and the training of teachers in Brazil.
Chapter three discusses the approach used to conduct the survey, while the fourth chapter
presents the analysis and discussion of results. For construction of the research was used an
online questionnaire (google drive) applied after the subject to be taught by graduate student in
class into two groups, one control group and one evaluated. In one of the two first-year high
school classes, the class was given an expository manner with reference to the methodology
used by a textbook widespread adoption in the country, while in a second, the lesson was
presented using as reference the support material called educational product (suggested in
Appendix b of the work). Evidence points to the effect that the use of inappropriate language
commonly used by some textbooks, has significant reflection on the difficulty of understanding
of the laws of Newton. The methodology suggested in the study of this topic in this study (called
educational product) indicates that the use of more cohesive language and the application of
more appropriate examples seems to provide a better level of understanding of the students.
Keywords: Physical Education - High school, Textbook. Newton's laws.
LISTA DE GRÁFICOS
Quadro 1 – Dados do escolar Censo escolar relativo à formação e atuação de docentes nas
disciplinas no ensino básico ..................................................................................................... 24
Quadro 2 - Parâmetros curriculares nacionais que tratam da formação de professores da
educação básica no Brasil, em cursos de licenciatura plena e de graduação. ........................... 26
Quadro 3 - Percentual da população adulta entre 24 e 64 anos que concluiu o Ensino Médio. 30
Quadro 4 - Resumo dos procedimentos metodológicos adotados na pesquisa ........................ 41
Quadro 5 - Questionário aplicado sobre Cinemática escalar e vetorial para turmas de 1º ano do
ensino médio ............................................................................................................................ 44
Quadro 6 - Perguntas aplicadas a turmas de primeiro ano com a finalidade de analisar os
conhecimentos sobre a primeira lei de Newton .........................................................................44
Quadro 7 - Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os
conhecimentos acerca da segunda lei de Newton ..................................................................... 46
Quadro 8 - Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os
conhecimentos acerca da terceira lei de Newton ...................................................................... 47
Quadro 9– Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os conhecimentos
acerca da segunda lei de Newton em relação a compreensão do texto de um livro didático
.................................................................................................................................................. 50
Quadro 10 – Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os
conhecimentos acerca da segunda lei de Newton em relação à compreensão do texto Texto 2,
elaborado pelo autor da pesquisa .............................................................................................. 50
Quadro 11 –Aspectos relativos ao texto escrito pelo autor da pesquisa. ................................. 50
Quadro 12 – Resumo dos resultados relativos ao conceito de aceleração................................. 79
Quadro 13 – Comparativo de desempenho entre as turmas controle e avaliada sobre a primeira
lei de Newton ........................................................................................................................... 80
Quadro 14 – Comparativo de desempenho entre as turmas controle e avaliada sobre a segunda
lei de Newton. .......................................................................................................................... 81
Quadro 15 – Comparativo de desempenho entre as turmas controle e avaliada sobre a terceira
lei de Newton. .......................................................................................................................... 82
LISTA DE FIGURAS
Figura1– Texto do Livro Didático utilizado na pesquisa que aborda a segunda lei de Newton
.......................................................................................... ....................................................... 49
Figura 2 - Deslocamento, um exemplo de grandeza vetorial. ................................................... 98
Figura 3 - Representação gráfica de um vetor a. ...................................................................... 99
Figura 4 - Diagrama de Vetores. ............................................................................................. 100
Figura 5 - Obtenção do vetor soma pelo método geométrico ou poligonal. ........................... 101
Figura 6 - Obtenção do vetor soma pelo método analítico. ..................................................... 102
Figura 7 - Ilustração auxiliar à demonstração da equação 8. ................................................... 103
Figura 8 - Decomposição ortogonal de um vetor. ................................................................... 105
Figura 9 - Determinação do módulo das componentes ortogonais de um vetor...................... 106
Figura 10 - Decomposição de vetores em função dos versores. .............................................. 107
Figura 11 - Diagrama da dição de vetores com o auxílio dos versores. .................................. 108
Figura 12 - O vetor soma em função dos versores. ................................................................. 108
Figura 13 - Características da componente tangencial do vetor aceleração. ........................... 109
Figura 14 - Características da componente centrípeta do vetor aceleração. ............................ 109
Figura 15 - Aceleração Vetorial no Movimento Retilíneo Uniforme. .................................... 110
Figura 16 - Aceleração Vetorial no Movimento Retilíneo Acelerado. .................................... 110
Figura 17 - Aceleração Vetorial no Movimento Retilíneo Retardado. .................................... 111
Figura 18 - Aceleração Vetorial no Movimento Circular Uniforme. ...................................... 111
Figura 19 - Aceleração Vetorial no Movimento Circular Acelerado ...................................... 112
Figura 20 - Aceleração Vetorial no Movimento Circular Retardado. .................................... 113
Figura 21 - Desvio de uma carga elétrica em decorrência da ação de uma força eletromagnética.
................................................................................................................................................ 114
Figura 22 - Atração entre cargas de um balão e dos cabelos. .................................................. 115
Figura 23 - Região de contato entre dois corpos ampliada. ..................................................... 115
Figura 24 - Atleta de salto ornamental caindo devido a ação da força gravitacional. ............ 116
Figura 25 - Fissão do núcleo de um átomo. ............................................................................ 117
Figura 26 - Inércia de repouso. ............................................................................................... 118
Figura 27 - Inércia de movimento de um motociclista. ........................................................... 118
Figura 28 - Inércia de movimento de uma carga mal acomodada no interior de um caminhão.
................................................................................................................................................ 119
Figura 29 - Representação da velocidade instantânea. ........................................................... 120
Figura 30 - Motociclista escapando pela tangente, devido à inércia. ...................................... 121
Figura 31 - Acelerômetro. ...................................................................................................... 123
Figura 32 - Forças atuantes no acelerômetro. ......................................................................... 124
Figura 33 - Acelerômetros com diferentes inclinações........................................................... 125
Figura 34 - Diagramas de força de acelerômetros com diferentes inclinações. ...................... 125
Figura 35 - Forças de ação e reação numa pessoa que caminha. ............................................. 126
Figura 36 - Forças de ação e reação num carro em movimento . ............................................ 127
Figura 37 - Jogador choca-se contra uma bola. ....................................................................... 127
Figura 38 - Efeitos distintos das forças de ação e reação. ....................................................... 128
Figura 39 - Ação e reação - força peso . .................................................................................. 129
Figura 40 - Ação e reação da força peso. ................................................................................ 130
Figura 41 - Força normal aplicada ao bloco. ........................................................................... 131
Figura 42 -Força normal aplicada no bloco e na superfície. .... .............................................. 131
Figura 43 - Dois pares de forças de ação e reação. ................................................................. 132
Figura 44 - Representação das forças de tração. ..................................................................... 133
Figura 45 - Representação simplificada da força de tração. .................................................... 134
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 18
1.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 20
2.1 O papel do livro didático no ensino................................................................................. 20
2.2 A formação do professor. ..................................................................................................23
2.3 A formação do professor de ciências ................................................................................30
2.4 Aprendizagem significativa. .............................................................................................32
2.4.1 Na visão de Ausubel ....................................................................................................... 32
2.4.2 Visão de Novak – uma visão humanista ........................................................................ 37
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 40
3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................................. 40
3.1.1 Quanto à natureza .......................................................................................................... 40
3.1.2 Quanto às formas de abordagem do problema .............................................................. 40
3.1.3 Quanto ao objetivo geral ................................................................................................ 41
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ............................................................................... 41
3.2 Caracterização do grupo amostral .................................................................................. 41
3.3 Dos Conteúdos contemplados pela pesquisa ................................................................. 43
3.4 Coleta dos dados. ..............................................................................................................51
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 52
4.1 Análise e discussão dos dados ........................................................................................... 52
4.1.1 Resultados relativos ao conceito de aceleração ............................................................. 52
4.1.2 Resultados relativos ao conceito de inércia – primeira lei de Newton. ....................... 57
4.1.3 Resultados relativos ao princípio fundamental da dinâmica-segunda lei de Newton
.................................................................................................................................................. 63
4.1.4 Resultados relativos à terceira a análise da terceira lei de Newton. .............................71
4.1.5 Resultados relativos à análise dos textos referentes à segunda lei de Newton ........................74
4.2 Síntese dos resultados. .......................................................................................................78
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 84
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 85
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ON-LINE .................................................................... 87
APÊNDICE B – PRODUTO EDUCACIONAL .................................................................. 96
ANEXO A – EMENTA DA DISCIPLINA DE FÍSICA – 1º ANO. ................................... 135
15
1. INTRODUÇÃO
O ensino de física é uma tarefa árdua e complexa, pois inúmeras são as variáveis
envolvidas neste processo, como a formação docente, a base de conhecimentos adquirida desde
os anos iniciais, a estrutura familiar do aprendiz e a estrutura física da escola.
Ensinar física requer que professores, produtores de livros didáticos e outros
materiais de apoio usem termos claros e apropriados a fim de que não seja causada distorção
ou mau entendimento por parte daqueles que recebem as informações. No que diz respeito ao
estudo das leis de Newton, a clareza da linguegem e a relação com o cotidiano com qual o
assunto tem sido abordado por boa parte dos livros didáticos causa uma dificuldade de
compreensão e apropriação. Esta deficiência no aprendizado refletirá no estudo do restante dos
assuntos da dinâmica tornando a resolução de problemas uma tarefa difícil de ser superada por
uma parcela significativa dos discentes.
Apesar do conteúdo relativo às três leis de Newton ser geralmente ministrado no
primeiro ano do ensino médio e os alunos da referida série possuírem um menor nível de
amadurecimento cognitivo, e mesmo quando o assunto é abordado em outros anos do ensino
médio, as barreiras para o entendimento e resolução de problemas continuam existindo.
O ser humano ao experimentar desde os primeiros anos de vida o contato com a
natureza, por motivos de sobrevivência e adaptação, precisará conhecer e/ou manipulá-la.
Contudo, mesmo que tenham contato com o meio rotineiramente e possam fazer uso muitas
vezes inconscientemente da física, é comum que uma parcela significativa das pessoas ainda
compreenda os fenômenos da física de forma equivocada.Existe enraizado no modo de refletir
das pessoas sobre os fenômenos físicos uma visão aristotélica de como o mundo funciona sendo
rotineiro por parte destas expressar conceitos por senso comum que nem sempre estão de acordo
com as leis da física.
No que diz respeito às leis de Newton, as dificuldades parecem ter uma dimensão
expressiva. Por exemplo, com frequência estudantes e a população em geral afirmam que: “um
corpo mais pesado chega antes ao solo que um mais leve”, “para manter um corpo em
movimento é necessário a aplicação de uma força” ou ainda que “dois automóveis ao se
chocarem, o maior sempre faz uma força maior sobre o menor que o menor sobre o maior”.
Diante disso, fica fácil constatar que pessoas e estudantes de diferentes níveis costumam usar
opiniões baseadas em sua vivência para explicar alguns fenômenos físicos que ocorrem
16
rotineiramente, mas que não encontram embasamento teórico para explica-los. Diante disso,
cabe evidenciar de que forma ensino formal foi falho e causou distorções que são amplamente
reproduzidas há tanto tempo mesmo por aqueles que concluíram o ensino básico ou graduação.
A justificativa de que os alunos são indiferentes ao conteúdo ministrado por parte
do docente não parece cabível para justificar o desconhecimento de conceitos básicos da física,
pois este possui naturalmente curiosidade em conhecer o mundo que o cerca e diante da
“enxurrada tecnológica” na qual vivemos, cada vez mais se faz necessário conhecer sobre o
princípio de funcionamento dos dispositivos que permeiam o ambiente no qual vive. Todavia,
devemos levar em consideração que as práticas pedagógicas e a linguagem utilizada por uma
parcela dos materiais didáticos e que por vezes o professor termina reproduzindo, tem
contribuído para a não compreensão de alguns assuntos da física que por si só já possuem um
grau de dificuldade de entendimento, como é o caso das leis de Newton.
A persistência dos erros reproduzidos pelos alunos nos leva a acreditar que as
pessoas possuem um contato formal antes do não formal relativo às ciências de forma geral. A
mudança de pensamento espontâneo e por vezes equivocados sugere que deva acontecer uma
mudança de estratégia no método de ensinar ou que a linguagem possa ser lapidada no intuito
de dar mais clareza no que se pretende ensinar. Estudos realizados por MIGUEL H. URE EM
(1994) indicam que tais dificuldades são constatadas em alunos de vários níveis de ensino e que
também são verificadas em alunos de outros países.
A terceira lei de Newton (princípio de ação e reação) não tem sido muito estudada
sob o ponto de vista da existência de conceitos espontâneos e de suas consequências
na aprendizagem dos alunos. 1999, p. 141 (TALIM, 1999, P.141)
com os discentes para acarretar uma redução da evasão fazendo com que o ensino de física não
esteja restrito ao “decoreba vexatório ‘’ e que o aprendizado possa ocorrer de forma
significativa.
Diante do exposto, no intuito de promover uma melhor aprendizagem dos conceitos
físicos, por parte do aluno, o presente trabalho propõe o uso de um manual de apoio para melhor
compreensão e etendimento das leis de Newton. Neste manual pretende-se maior rigoror com
a linguagem utilizada e o uso de exemplos corriqueiros que facilitem o entendimento de
conceitos e fenõmenos de forma que os equívocos tão amplamente reproduzidos por estudantes
possam ser atenuados.
A presente pesquisa busca analisar os seguintes questionamentos; qual o nível de
compreensão dos estudantes acerca das leis de Newton? Quais equívocos são mais comuns na
compreensão destas leis? Qual a influência da não compreensão destas na resolução de
problemas?
Indícios apontam que à resposta aos questionamentos devem-se a forma como são
elaborados os livros didáticos que fazem uso de exemplos limitados, utilizam uma linguagem
imprecisa para definir conceitos importantes e representam de forma equivocada algumas
grandezas físicas. Além disso, os livros didáticos podem indicar que o ensino está pautado na
resolução de problemas que enfatizam a repetição de situações e a indicação de exemplos que
possuem uma certa limitação para ampla a compreensão do assunto. Assim, o presente trabalho
busca suscitar um maior nível de compreensão do aluno por temas da Física.
Um outro fator relevante para os questionamentos que não devemos esquecer de
citar, é a escassez de professores de física de forma generalizada no Brasil. Este fato certamente
só contribui com a tese de que o professor muitas vezes não possui a formação adequada devido
as deficiências que traz consigo do ensino básico e que, por vezes, persista ainda na graduação.
Contudo, a situação ainda é mais delicada quando o docente não possui nenhuma graduação e
ou leciona disciplina diferente da qual concluiu o ensino superior, algo muito comumente
verificados no país.
Fatores como a deficiência na formação docente, material didático de linguagem
limitada e simplista, tem influência direta na dificuldade de compreensão de vários conceitos
da física. Isso provavelmente contribui para que os erros no entendimento das leis de Newton
também sejam perpetuados. É muito comum ainda hoje, como já falado, que uma parcela
significativa dos estudantes e da população em geral acreditem que um corpo mais pesado
sempre chegará primeiro ao solo que um mais leve, isto está de acordo com a visão aristotélica
18
de mais de dois mil anos atrás (visão esta que foi desfeita por Galileu há mais de quinhentos
anos no célebre experimento na torre de Pisa).
Devemos então questionar em que ponto o ensino das ciências falha em não
conseguir quebrar o mito da visão aristotélica sobre a queda dos corpos até a atualidade para
boa parte dos estudantes. Como é possível que decorridos quase quinhentos anos após a
fundamentação correta do conceito de gravidade por Galileu na mecânica clássica ideias
errôneas ainda sejam tão disseminadas?
O exemplo citado constitui somente uma das situações na qual existe uma má
compreensão dos conceitos físicos por parte dos estudantes de vários níveis de ensino e nesse
trabalho analisaremos outras situações no que diz respeito às leis de Newton e os demais tópicos
que servem como subsídio para a compreensão destas.
A temática abordada pelo trabalho é ampla, assim a pesquisa limitar-se-á ao estudo
da compreensão das leis de Newton em turmas do ensino médio em Informática do 1º ano do
ensino médio de uma instituição pública federal1. Ressalta-se que a ordem de apresentação dos
conteúdos no desenvolvimento da pesquisa seguiu a mesma sequência proposta pelo Produto
Educacional2.
O trabalho está dividido em cinco capítulos: a fundamentação teórica, a descrição
dos procedimentos metodológicos, a análise dos resultados obtidos e as considerações finais.
O segundo capítulo apresenta a Fundamentação Teórica, na qual são abordados
aspectos relacionados à formação de professores de Física do ensino médio, o papel do livro
didático, a aprendizagem significativa ausubeliana e as ideias de Novak.
O terceiro capítulo descreve a metodologia empregada no desenvolvimento do
trabalho, classificando-a quanto à natureza como aplicada, quanto à abordagem como
quantitativa, quanto aos objetivos como exploratória e quanto aos procedimentos, como estudo
de caso.
O quarto capítulo faz um diagnóstico dos dados coletados pela presente pesquisa,
apresentando-os em forma de gráficos, a partir dos quais se elabora uma síntese dos resultados
obtidos.
1
Instituto Federal de educação ciência e tecnologia do Rio Grande Do Norte, campus João Câmara.
2
Produto educacional sugerido como recurso para o ensino das leis de Newton constante no apêndice b do
presente trabalho que busca atenuar equívocos comumente cometidos por parte de discentes e docentes.
19
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No presente capítulo será mostrado como o ensino de física tem sido praticado nas
instituições de ensino básico, procurando relacioná-lo com o ensino das ciências e as políticas
educacionais. Esta contextualização é fundamental para discutir-se o papel do livro no ensino
das ciências de uma forma geral.
Neste contexto, a didática das ciências encontra barreiras para efetivar-se como um
instrumento que possua eficácia no processo de ensino-aprendizagem. Esta ineficácia ocorre,
entre outros fatores, tanto pela inadequação dos conteúdos que os livros didáticos sugeridos em
consonância com os PCNS3 quanto pela deficiência na formação de professores. Diante do
quadro, o ensino mostra-se ineficiente pois, o livro didático como sendo ainda constituído como
“autoridade” quase que inquestionável no processo de ensino-aprendizagem, tem colaborado
frequentemente para a compreensão equivocada dos conceitos científicos e ainda perpetuado a
reprodução dos mesmos por uma parcela de docentes e discentes. A didática consiste em uma
atividade de cunho de mediação entre os objetivos de ensino e os conteúdos do ensino,
abrangendo, assim, os mais diversos componentes dos processos de ensino e de aprendizagem
(Libâneo, 2008).
Em virtude do exposto, não se concebe resumir o ensino de uma ciência que está
tão presente no cotidiano do aluno, unicamente na resolução de problemas que envolvem
aspectos meramente quantitativos das grandezas físicas, acarretando assim a preocupação do
aluno em simplesmente memorizar equações, sem qualquer ligação com os aspectos conceituais
envolvidos. O desinteresse dos alunos pelo estudo de Física deve-se principalmente ao fato
deles não verem aplicação prática para o que lhes é ensinado.
3
Os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo
dos PCN é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis, o direito
de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania. Não possuem caráter de
obrigatoriedade e, portanto, pressupõe-se que serão adaptados às peculiaridades locais.
21
No Brasil, mais de 90% dos estudantes terminaram o ensino médio em 2013 sem o
aprendizado adequado em matemática segundo o movimento todos pela educação.
Tomando por base avaliações do ministério da educação, o movimento concluiu que
apenas 9,3% desses estudantes aprenderam o conteúdo considerado adequado para o
período. O índice é menor que o anterior, registrado em 2011, quando 10,3%
aprenderam o considerado adequado pelo movimento.
(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educaçãonoticia/2014-12/mais-de 90-
concluem-ensino-medio-sem-aprendizado-adequado-de-matematica acessado em
27/12/2014)
4
Aprendizagem significativa é um conceito subjacente a subsunçores, esquemas de assimilação, internalização de
instrumentos e signos, construtos pessoais e modelos mentais, significados compartilhados e integração construtiva
de pensamentos, sentimentos e ações (AUSUBEL, 1963, P.58)
22
5
Os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo
o país. O objetivo dos PCN é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições
socioeconômicas desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como
necessários para o exercício da cidadania. Não possuem caráter de obrigatoriedade e, portanto, pressupõe-se que
serão adaptados às peculiaridades locais.( http://www.educacional.com.br/legislacao/leg_vi.asp/ acessado em
27/12/2014)
6
São normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e sistemas
de ensino, fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). As DCNs têm origem na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB), de 1996, que assinala ser incumbência da União "estabelecer, em colaboração com os Estados,
Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o
ensino médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica
comum (MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."DCNs (Diretrizes Curriculares
Nacionais)" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora,
2002, http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=96, visitado em 27/12/2014.
23
discentes. Deve-se ainda acrescentar que em muitas situações os alunos possuem dificuldades
de leitura e interpretação e terminam por reproduzir conceitos que nem sempre estão em
consonância com o que foi escrito pelos autores dos livros ou com o que professor explicou.
Mas, retornando à questão do livro didático este pode ser considerado segundo
Francalza e Megid Neto, os professores:
A formação dos professores, de forma geral, tem sido alvo de constantes pesquisas,
dissertações e teses de trabalhos de Pós-Graduação. De uma forma quase que generalizada
pesquisas e trabalhos indicam uma demanda cada vez mais crescente por professores de Ensino
Médio no Brasil; no caso da disciplina de Física a situação não é diferente.
das novas leis da LDB, pode-se constatar uma enorme explosão dos cursos de licenciatura curta,
cursos que habilitam professores formados em outras áreas ou mesmo licenciaturas plenas.
Credita-se ao aumento da oferta destes cursos, a exigência da licenciatura para que o professor
perante a lei esteja apto a ensinar.
Diante das exigências postas pela LDB de que o professor para lecionar deve
possuir licenciatura específica na disciplina que atua, constatou-se que pelo censo escolar
realizado pelo INEP em 2013 que na disciplina de física aproximadamente 75 % possui
licenciatura em alguma área.
Quadro 1: Dados do escolar Censo escolar relativo à formação e atuação de docentes nas disciplinas no ensino
básico
% Com
Disciplina Total de % Com curso %Com licenciatura na
docentes superior licenciatura área em que
atuam
Física 50802 94,6 73,9 19,2
Matemática 74860 96,2 80,5 63,4
Química 45619 94,3 71,4 33,7
Biologia 52722 95,1 78,4 51,6
Fonte: (INEP, 2013)
É relevante destacar que dos docentes que leciona física, 73,9 % possui curso
superior mas, que apenas 19,2 % possui formação na área. Tal dado reforça a tese de que a
formação da maior parte do quadro de professores que lecionam física não possui formação
específica contribuindo para que o a qualidade do ensino de física possa deixar a desejar.
Além do fato de que a grande maioria dos profissionais não possuem formação
específica, provavelmente o número de professores licenciados em física não acompanhe a taxa
de matrículas no Brasil, ou seja, existem indícios de que a situação poderá se agravar.
Os cursos de formação de professores estão regidos pela nova LDB de 1996, lei
n°9.394/96. Atualmente, a formação dos professores ocorre por meio dos cursos de
licenciatura e graduação plena na disciplina que desejam lecionar, seja na modalidade
presencial ou à distância. Esta formação tem como parâmetro principal as diretrizes
da LDB (BRASIL, 1996). O artigo 62 da LDB estabelece quais são os critérios
mínimos exigidos para a formação de professores. Art. 62. A formação de docentes
para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de
graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida,
como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nas
quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na
modalidade Normal. (BRASIL, 1996, não paginado)
O artigo 1° da LDB de 1996 trata sobre aspectos gerais da educação, bem como
sobre a forma que esta deve ocorrer e sua relevância no contexto social. Estas diretrizes, de uma
forma geral, norteiam como deve ocorrer a formação de professores. O artigo 3° estabelece:
Outros aspectos são tratados em dezenove artigos, que não serão detalhadamente
abordados neste trabalho. Entretanto, os artigos que podem ser considerados, os que foram
considerados de maior relevância para a fundamentação do mesmo, podem ser sintetizados no
quadro 2.
Quadro 2: Parâmetros curriculares nacionais que tratam da formação de professores da educação básica no Brasil,
em cursos de licenciatura plena e de graduação.
Artigo Aborda
1 Define princípios, procedimentos e fundamentos das diretirzes curriculares.
Norteia
2 em que deve estar pautada a formação do professor
3 Estabelece o que deve esperar-se do professor em sua atuação.
4 Estabelece oq eu é fundamental nos cursos de formação.
5 O que deve ser levada em consideração no projeto pedagógico de cada curso.
6 O que deve ser levado em consideração na construção do projeto pedagógico de
cada curso.
7 A organização institucional da formação de professores.
8 As competencias profissionais a serem construídas pelos professores em
formação.
9 A autorização, reconhecimento e funcionamento dos cursos de formação de
professores.
10 A seleção e a ordenação dos conteúdos.
11 Os critérios de organização da matriz curricular, bem como a alocação de tempos
e espaços curriculares.
12 Duração dos cursos de formação de professores.
13 Articulação de práticas visando o espaço interdisciplinar.
Fonte: (BRASIL, 1996)
27
No que diz respeito à grade curricular do curso de Física, esta possui como premissa
que o professor, ao concluir o curso de licenciatura na universidade, possua o seguinte perfil,
segundo o MEC.
Nesse documento, fica evidente o papel do professor nos dias de hoje. O perfil do
profissional da educação é bastante diferente, no que concerne à formação cátedra existente,
especialmente na primeira metade do século XX. Este profissional deve ser capaz de promover
pesquisas, o exercício da cidadania, mudanças sociais, assim como formar cidadãos críticos.
Apesar dos inúmeros requisitos necessários à formação dos professores de Física, cabe
questionar se as universidades estão aptas a formar profissionais que possuam um perfil tão
abrangente para atuação docente.
Nos países de economia mais sólida que o nosso, o término do Ensino Médio tem
sido um requisito básico para que o trabalhador possa ingressar no mercado de trabalho, e assim,
melhorar sua renda, podendo contribuir de forma mais contundente no desenvolvimento da
economia do seu país. Segundo estudo recente realizado pela comissão do Senado que trata da
educação no Brasil, publicado em 2007, quatro anos de estudo amplia em 44 % a renda do
trabalhador, oito anos 55% e, doze anos, em 110 % (BRASIL, 2007). Diante desse quadro e,
sendo o Brasil um país emergente, fica evidente que as taxas de matrícula no Ensino Médio
devem continuar a crescer, seja por aqueles que estão voltando a estudar ou por aqueles que
almejam uma evolução nos estudos.
Primeiramente, diante desse contexto, o Brasil deverá estar preparado diante desse
contexto, para que não sofra um “apagão” frente ao quadro da escassez de professores e que os
30
mesmos possam sempre melhorar sua formação. Caso a situação não seja revertida, o país ficará
estagnado economicamente, por não possuir mão de obra especializada.
Quadro 3– Percentual da população adulta entre 24 e 64 anos que concluiu o Ensino Médio.
Alemanha 83
Austrália 62
Estados
88
Unidos
Finlândia 76
França 65
Holanda 66
Grécia 51
Hungria 74
Espanha 43
Itália 44
Chile 49
Argentina 42
Brasil 30
Fonte: Organização e Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2005).
Carvalho e Gil Pérez (2006) apresentam em sua obra intitulada a formação dos
professores de ciências uma proposta sobre o que os professores de ciências devem saber para
ensinar ciências. Segundo os autores, ensinar envolve o desenvolvimento de várias áreas do
saber para que o docente supere uma série de ideias pré-concebidas sobre a atividade docente.
Logo, ministrar aula não deve ser considerado exclusivamente um dom, mas sim o domínio de
competências específicas que devem ser aprimoradas e desenvolvidas. segundo Gauthier
(1998),
31
7
Também conhecido como comportamentalismo, é uma área da psicologia, que tem o comportamento como
objeto de estudo. O behaviorismo surgiu como oposição ao funcionalismo e estruturalismo, e é uma das três
principais correntes da psicologia, juntamente com a psicologia da forma (Gestalt) e psicologia analítica
(psicanálise). Esta palavra tem origem no termo behavior, que em inglês significa comportamento ou conduta.
(fonte: http://www.significados.com.br/behaviorismo)
33
8
O pesquisador norte-americano David Paul Ausubel (1918-2008) dizia que, quanto mais sabemos, mais
aprendemos. Famoso por ter proposto o conceito de aprendizagem significativa - que encerra a série Teoria Passada
a Limpo -, ele é contundente na abertura do livro Psicologia Educacional: "O fator isolado mais importante que
influencia o aprendizado é aquilo que o aprendiz já conhece".
9
são estruturas de conhecimento específicos que podem ser mais ou menos abrangentes de acordo com a
frequência com que ocorre aprendizagem significativa em conjunto com um dado subsunçor
34
...No entanto, uma questão que leva a este tipo de reação passa pelos seguintes liames:
Como o nosso aluno está aprendendo Física nos dias de hoje? Que fatores limitam o
aprendizado dos nossos alunos? O fato é que o atual modelo de ensino adotado na
maioria das instituições educacionais tem se mostrado inadequado diante das
necessidades de conhecimento acerca das questões científicas e filosóficas que
permeiam a humanidade dos dias atuais. Tais modelos são insuficientes até no que diz
respeito à motivação dos alunos. (http://www.infoescola.com/pedagogia/ensino-da-
fisica-x-educacao-cientifica-de-qualidade/acesso em 29/12/2014)
10
Tendência verificada nos anos 70, inspirada nas teorias behavioristas da aprendizagem e da abordagem sistêmica
do ensino, que definiu uma prática pedagógica altamente controlada e dirigida pelo professor com atividades
mecânicas inseridas numa proposta educacional rígida e passível de ser totalmente programada em detalhes.
Segundo o educador José Mário Pires Azanha, o que é valorizado nesta perspectiva, não é o professor mas sim a
tecnologia, e o professor passa a ser um mero especialista na aplicação de manuais e sua criatividade fica dentro
dos limites possíveis e estreitos da técnica utilizada. “Esta orientação foi dada para as escolas pelos organismos
oficiais durante os anos 60 e até hoje persiste em muitos cursos com a presença de manuais didáticos com caráter
estritamente técnico e instrumental.”
11
B.F. Skinner. O Behaviorismo Radical, como foi nomeado por Skinner, teve grande aceitação nos Estados
Unidos e no Brasil. Este pesquisador propôs que essa filosofia da Ciência do Comportamento se desse através da
análise experimental do comportamento. Essa corrente psicológica embasa-se na formulação do comportamento
operante. Todavia, o ser humano apresenta vários tipos de comportamentos os quais foram classificados por
Skinner do seguinte modo: comportamentos reflexos, voluntários e comportamentos operantes. O comportamento
operante é aquele que tem o estímulo emitido pelo ambiente e este desencadeia um comportamento observável. O
comportamento reflexo é aquele em que o indivíduo age involuntariamente. Já o comportamento voluntário é uma
ação consciente do indivíduo em relação a algum fato que ocorre no ambiente.
36
Física, podendo ser identificada nas apostilas e livros didáticos de Física que
apresentam um modelo de exercício resolvido e a seguir uma lista interminável de
outros, favorecendo a aprendizagem por repetição, por reforço. (ROSA; ROSA, 2007,
p.2)
Para Ausubel, quando o aluno é capaz de relacionar o novo conceito com algo
relevante da sua estrutura cognitiva atual, a aprendizagem é significativa.
Assim, para que o material seja considerado potencialmente significativo, não basta
que ele obedeça à hierarquização dos conceitos, partindo dos mais amplos, para os mais
específicos, mas também que ele possibilite a articulação do novo conceito com os
conhecimentos prévios do aluno. Isto quer dizer que um material pode ser considerado
potencialmente significativo para um aluno e não ser para outro aprendiz, pois isto pressupõe o
respeito à estrutura cognitiva prévia de cada aluno.
O produto educacional escrito como resultado dessa pesquisa tem como objetivo
pautar o ensino das leis de Newton de uma forma que o aluno compreenda de forma
significativa, evitando decorebas e a repetição exaustiva de exercícios que possuem pouco
efeito prático para o aprendizado.
explicou as condições para que ela ocorresse (1968, pp 37 e 38) considerou o lado afetivo da
questão. Ele afirmou que mesmo afirmando que mesmo que as condições sejam propícias para
que esta ocorra, assim, caso o sujeito não manifeste disposição em estabelecer uma relação
entre o novo material de forma substantiva e não-arbitrária em sua estrutura do conhecimento,
a aprendizagem significativa não será estabelecida. Assim, se o sujeito não conseguir
estabelecer uma relação entre o que se está aprendendo e o que já se conhecia, a aprendizagem
nesse caso será mecânica.
No que diz respeito à disposição para aprender, já era relevante para Ausubel em
sua abordagem original o domínio afetivo na aprendizagem significativa. Mas foi 12Novak que
como coautor da segunda edição da obra “Educacional psycology: a cognitive view” (1978,
1980, 1983) quem aperfeiçoou e testou a teoria da aprendizagem significativa. Do ponto de
vista atual a teoria deveria chamar-se de teoria de Ausubel e Novak da aprendizagem
significativa.
Novak teve uma visão mais humana acerca da aprendizagem significativa, uma vez
que levou em consideração aspectos como a forma de agir, pensar e interagir. Para ele, uma
teoria da educação deve ser capaz de elucidar como o ser humano pode melhorar a capacidade
de fazer tudo isso. Assim, para Novak, um evento educativo é uma oportunidade para que haja
troca de significados entre professor e aprendiz. Para Novak, um evento educativo tem relação
com a experiência afetiva daquele que aprende com o próprio evento, dessa forma o evento é
significativo quando a experiência é positiva, gerando ganhos como a reciprocidade e a
sensação afetiva. Logo, pode-se concluir que atitudes e sentimentos positivos envolvendo a
experiência educativa tem como pilar a aprendizagem significativa que irá facilitá-la. Novak
deu uma nova perspectiva para a teoria de Ausubel e estendeu o contexto de aplicação dando
uma visão humanista.
12
Nascido em 1932 é um empresário e educador americano, Professor Emérito na Cornell University e Pesquisador
Sênior no IHMC. É conhecido mundialmente pelo desenvolvimento da teoria do mapa conceitual na década de
1970. Toda a pesquisa de Novak está centrada na aprendizagem humana, em estudos educacionais e na
representação do conhecimento. Sua teoria de mapa conceitual tem por finalidade orientar a investigação e
instrução, tendo sido publicado pela primeira vez em 1977 e atualizado em 1998 (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Novak/ acesso em 28/12/2014)
13
Construtivismo é uma das correntes empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo
do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o
meio (CARRETEIRO, 2002)
39
Com o objetivo de construir um referencial para o estudo das leis de Newton, foi
elaborado um manual didático na última parte desse trabalho para que sirva de ferramenta na
aprendizagem significativa.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
14
A pesquisa aplicada, como o próprio nome indica, é aplicação da pesquisa básica ou pura. É muito usada nas
ciências sociais. A pesquisa aplicada se destina a aplicar leis, teorias e modelo, na solução de problemas que
exigem ação e/ou diagnóstico de uma realidade. Por meio da pesquisa aplicada, é possível produzir produtos,
processos e patentes, e a geração de novas tecnologias e conhecimentos resultantes do processo de pesquisa.
(POLAK; DINIZ; SANTANA, 2011, p. 70)
15
Tem caráter exploratório, isto é, estimula os entrevistados a pensarem livremente sobre algum tema, objeto ou
conceito. Mostra aspectos subjetivos e atingem motivações não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira
espontânea. É utilizada quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo
espaço para a interpretação. É uma pesquisa indutiva, isto é, o pesquisador desenvolve conceitos, ideias e
entendimentos a partir de padrões encontrados nos dados, ao invés de coletar dados para comprovar teorias,
hipóteses e modelos pré-concebidos. (POLAK; DINIZ; SANTANA, 2011, p. 72)
16
Exige um número maior de entrevistados para garantir maior precisão nos resultados, que serão projetados
para a população representada. Fonte: https://www.passeidireto.com/pergunta/1663438/defina-pesquisa-
qualitativa-e-pesquisa-quantitativa (acesso em 22/01/2015)
41
No que diz respeito ao objetivo geral da pesquisa, ela pode ser classificada como
explicativa17, pois possui finalidade identificar quais são os fatores determinantes para
ocorrência do problema.
17
Considera-se ser este o tipo de pesquisa que explica a razão, o porquê dos fenômenos, uma vez que aprofunda
o conhecimento de uma dada realidade. Assim, pelo fato de esta modalidade estar calcada em métodos
experimentais, ela se encontra mais direcionada para as ciências físicas e naturais. Mesmo que a margem de erros
represente um fator relevante, sua contribuição é bastante significativa, dada a sua aplicação prática.
(http://monografias.brasilescola.com/regras-abnt/pesquisas-exploratoria-descritiva-explicativa.htm).
18
Estudo de caso é um método qualitativo que consiste, geralmente, em uma forma de aprofundar uma unidade
individual. Ele serve para responder questionamentos que o pesquisador não tem muito controle sobre o fenômeno
estudado.Fonte:http://pesquisasocialebioestatistica.blogspot.com.br/2014/03/classificacao-das-pesquisas-
conforme-os.html (Acesso em 24/01/2015)
42
cinquenta por cento da escola pública devido à política de cotas. Como os alunos desta série
são todos novatos na instituição e oriundos de realidades bem diferentes, as turmas são muito
heterogêneas. Com o objetivo de atenuar essa deficiência, no início do ano letivo, é ofertado de
modo opcional um curso de revisão dos conceitos de matemática do ensino fundamental, com
oitenta vagas, intitulado Física Básica, sendo todas as vagas preenchidas. Este curso possui
duração média de dois meses. No curso são estudados assuntos como operações numéricas,
expressões numéricas, proporcionalidade direta e inversa, unidades de medida e funções do
primeiro grau. Mesmo após o curso de nivelamento, uma parcela significativa dos alunos
continuava apresentando muitas dificuldades de aprendizagem.
Quando a pesquisa foi aplicada, os alunos do 1º ano que participaram já haviam
concluído o estudo de toda a cinemática. Iniciava-se então o estudo das leis de Newton, e as
forças atuantes em trajetórias circulares.
Para cada uma das turmas, depois que o conteúdo foi ministrado, foi aplicado um
questionário on-line denominado google drive, em uma turma chamada avaliada (T.A) e em
uma turma controle (T.C) para que se pudesse mensurar quantitativamente a compreensão
conceitual dos conceitos físicos acerca das leis de Newton e comparar a metodologia empregada
nas duas turmas. O questionário envolvia, além compreensão dos conceitos físicos, a
compreensão de textos retirados de um livro didático amplamente divulgado e adotado no
Brasil.
O universo de alunos envolvidos na pesquisa foi de setenta e sete, sendo trinta e
oito da turma controle (T. C) e trinta e nove da turma avaliada na qual foi feita a explicação das
leis de Newton mediante o uso de uma linguagem sugerida no produto educacional, que consta
capítulo 5 intitulado material de apoio para o ensino das leis de Newton. Vale ressaltar que
ambas as turmas frequentavam o turno da manhã, desta forma pretendia-se que o turno de
estudo não tivesse grande influência no resultado da pesquisa logo, tende a ser indiferente para
cada série, a escolha de uma turma ou da outra para ser avaliada.
Todas as turmas pesquisadas têm uma carga horária semanal total de trinta aulas,
constando de quarenta e cinco minutos cada, sendo que à carga horária diária são de seis aulas
de segunda à sexta. Levando em consideração que a imensa maioria dos alunos reside a uma
distância de até cinquenta quilômetros da escola onde a pesquisa foi aplicada, decidiu-se pela
aplicação no próprio turno de estudo do aluno para que o maior universo possível da turma
pudesse participar.
A seguir, é mostrado um quadro resumo das etapas da pesquisa,
43
Considerando que a pesquisa foi aplicada somente após o conteúdo ser ministrado
para ambas as turmas, o questionário avaliou o nível de compreensão da primeira, segunda e
terceira leis de Newton. Como em sua maior parte a pesquisa envolveu itens de múltipla escolha
após um texto e/ou sentença, a mesma não seguiu necessariamente uma ordem com a qual o
assunto foi ministrado em sala. Ou seja, não necessariamente as primeiras questões envolviam
conhecimento da primeira lei de Newton, as demais da segunda lei e assim por diante. O
objetivo disso foi de que o aluno não possuísse nas demais questões como suporte as respostas
de textos de questões anteriores. Isso garantiria um maior grau de precisão e que as respostas
fossem obtidas somente por meio dos conhecimentos advindos das aulas e/ou materiais
pedagógicos como livros e outros textos. Apesar do conceito de aceleração não ser o objeto de
estudo desta pesquisa, mas considerando que o bom entendimento deste conceito se faz
necessário para uma melhor compreensão de algumas das leis de Newton, o questionário
comtemplou também perguntas relativas ao referido assunto.
O Quadro 5 relaciona os conceitos de aceleração que foram abordaos sobre o
conceito de aceleração.
44
Quadro 5 – Questionário aplicado sobre Cinemática escalar e vetorial para turmas de 1º ano do ensino médio.
Conceito/assunto Abordagem aplicada à compreensão da aceleração
Apesar do foco da pesquisa não ser a cinemática, o tema foi pesquisado porque o
conhecimento ou não dos conceitos associados a ela pode ter interferência no entendimento da
primeira e segunda leis de Newton. Como a aceleração, de forma geral, é a grandeza
responsável pela alteração da velocidade podemos mensurar nesta pesquisa se o aluno além de
não compreender muitas vezes as leis de Newton ainda não compreende acerca da aceleração,
e se de fato isso terá influência no estudo da dinâmica.
O Quadro 6 apresenta os conceitos relacionados à primeira lei de Newton. Mais
uma vez vale salientar que no questionário aplicado não necessariamente aparecem nesta
ordem, a fim de não afetar a qualidade da pesquisa.
Quadro 6 –Perguntas aplicadas a turmas de primeiro ano com a finalidade de analisar os conhecimentos sobre a
primeira lei de Newton.
Conceito/assunto Abordagem aplicada a compreensão da
primeira lei de Newton
Um paraquedista salta de um avião e cai em
Primeira lei de Newton/ Dinâmica
queda livre até sua velocidade de queda se
tornar constante. Podemos afirmar que a
45
Quadro 7– Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os conhecimentos acerca da segunda
lei de Newton.
Conceito/assunto Abordagem aplicada a compreensão da
segunda lei de Newton
A segunda lei de Newton afirma que: Fr = m.a,
ou seja, se uma força resultante maior for
aplicada em um mesmo corpo ele terá uma
maior aceleração. Quando abandonamos dois
corpos com massas diferentes o que ocorre?
Força resultante diferente de zero sempre
causa aceleração, ou seja, sempre irá provocar
alteração da velocidade. A afirmativa é:
Força resultante diferente de zero sempre irá
causar alteração da velocidade seja em
módulo, direção e ou sentido. A afirmativa é
Sobre o conceito de força centrípeta, podemos
Segunda lei de Newton/dinâmica dizer que trata-se certamente de:
Considere uma montanha russa em forma de
looping e P o ponto mais alto. Um carrinho
passa pelo ponto P e não cai. Pode-se afirmar
que no ponto P
Uma pedra de peso P gira em um plano vertical
presa à extremidade de um barbante de tal
maneira que este é mantido sempre esticado.
Sendo Fc a resultante centrípeta na pedra e T,
a tração exercida sobre ela pelo barbante e
considerando desprezível o atrito com o ar,
seria adequado afirmar que, no ponto mais alto
da trajetória, atua(m) na pedra:
47
Quadro 8 – Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os conhecimentos acerca da terceira
lei de Newton
Figura 1 – Texto do Livro Didático utilizado na pesquisa que aborda a segunda lei de Newton
Fonte: Coleção Os Fundamentos da Física, 10ª Edição, volume 1, págs. 201 e 202
50
Quadro 9: Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os conhecimentos acerca da segunda
lei de Newton em relação a compreensão do texto de um livro didático
1. Acerca do texto, retirado de um livro didático amplamente conhecido, assinale a
afirmativa que mostra o seu grau de confiabilidade no mesmo:
2. Baseado no fragmento retirado do livro texto, expresse a sua compreensão sobre a
segunda lei de Newton:
3. Em relação ao texto, o seu grau de compreensão pode ser julgado em:
4. Caso exista alguma crítica ao texto, escreva qual(is):
Fonte: elaborado pelo autor
Quadro 10 – Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os conhecimentos acerca da
segunda lei de Newton em relação à compreensão do texto Texto 2, elaborado pelo autor da pesquisa
Sobre a segunda lei de Newton, um estudante escreveu o seguinte texto: a segunda lei de
Newton trata sobre o que ocorre quando a força resultante sobre um corpo não é nula. Nessa
situação, o corpo sempre sofrerá variação na sua velocidade em módulo, direção e ou sentido.
Assim sendo, a força resultante não nula pode ser capaz de fazer um móvel aumentar sua
velocidade, por exemplo, ou mesmo possibilitar que esse faça uma curva sem “derrapar”. A
aceleração para dois corpos de mesma massa será proporcional à força resultante aplicada e
terá sempre o mesmo sentido desta, ou seja, se a força resultante é vertical para cima, o corpo
também terá uma aceleração para cima. A aceleração não necessariamente é no sentido do
movimento, contudo no sentido da força resultante. Por exemplo, um bloco é lançado sobre
uma superfície com atrito e move-se na horizontal para a direita, como a força de atrito é a
força resultante nessa situação, ela possui sentido contrário ao movimento (para a esquerda),
a aceleração também terá esse sentido. Sobre o grau de confiabilidade que você acredita ter o
texto, responda:
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 11: Questionário aplicado em turmas do primeiro ano a fim de analisar os conhecimentos acerca da
segunda lei de Newton em relação a compreensão do texto de elaborado pelo autor da pesquisa.
1. Acerca do texto, retirado de um livro didático amplamente conhecido, assinale a
afirmativa que mostra o seu grau de confiabilidade no mesmo:
51
01) Aceleração é uma grandeza que é sempre responsável somente por diminuir ou aumentar o
valor da velocidade”. Acerca da afirmativa acima, assinale:
Gráfico 2 – Comparativo de acertos da questão 01, que aborda o conceito de aceleração vetorial
55%
51%
49%
45%
Turma Controle
Turma Avaliada
0% 0%
(A) é nula.
54
Gráfico 3 – Comparativo de acertos da questão 02, que aborda o conceito de aceleração vetorial
53%
46%
44%
0% 0%
constata-se que para uma parte do universo pesquisado velocidade é sinônimo de aceleração e
não a sua variação vetorial.
03) Um carro realiza uma curva com velocidade de módulo constante. Acerca da aceleração
do carro podemos afirmar que:
(A) é zero.
(B) aponta no sentido do centro da curva.
(C) está apontando no sentido da velocidade do carro em cada instante.
Gráfico 4 – Comparativo de acertos da questão 03, que aborda o conceito de aceleração centrípeta
67%
55%
04) Um móvel tem movimento retilíneo uniforme. Acerca da aceleração dele podemos afirmar
que:
Gráfico 5 – Comparativo de acertos da questão 04, que aborda o conceito de aceleração escalar
45%
41% 39%
33%
26%
Turma Controle
16% Turma Avaliada
0% 0%
05) Uma pessoa empurrou uma cadeira e esta se movimentou sobre uma superfície com atrito.
Imediatamente após a força que deu origem ao movimento ter deixado de atuar, podemos
afirmar que a aceleração da cadeira.
(A) é zero.
(B) possui o mesmo sentido da sua velocidade.
(C) possui sentido contrário à sua velocidade.
57
Gráfico 6 – Comparativo de acertos da questão 05, que aborda o conceito de aceleração vetorial
51%
39%
36% 34%
26% Turma Controle
Turma Avaliada
13%
0% 0%
(A) inércia é uma força que mantém os objetos em repouso ou em movimento com velocidade
constante.
(B) inércia é uma força que leva todos os objetos ao repouso.
(C) um objeto de grande massa tem mais inércia que um de pequena massa.
(D) objetos que se movem rapidamente têm mais inércia que os que se movem lentamente.
76%
56%
Turma Controle
Turma Avaliada
23%
16%
5% 8% 8%
0% 3% 5%
Pelo resultado acerca do conceito de inércia, verifica-se que somente uma parcela
de oito por cento da turma avaliada acertou a resposta (item c) e que a expressiva maioria de
ambas turmas assinalou o item a que afirmava que inércia era uma força. Diante dos resultados,
podemos suspeitar que o conceito de força e inércia são conceitos que causam muita confusão
no estudante além disso, a o texto relativo à questão pode ter influenciado no baixo
desemprenho de ambas as turmas. Este, por sua vez, não compreende que inércia é uma
propriedade inerente aos corpos, ou seja, a tudo que tem massa.
59
A grandeza Força por sua vez, tem como efeito causar uma deformação ou mudança
na velocidade vetorial de um corpo ou partícula. O conceito de força é primitivo, isto é, não
definimos sabemos somente quais efeitos ela pode causar. Infelizmente, constata-se que os
alunos das duas turmas não dominam o conceito de inércia, apesar de que em situações que
envolvem exemplos clássicos (caso da questão 7) sobre sua aplicação, o índice de acerto foi
elevado.
07) O Código de Trânsito Brasileiro estabelece, no artigo 65, a obrigatoriedade do uso do cinto
de segurança para condutores e passageiros em todas as vias do território nacional. A função
básica do cinto de segurança consiste em impedir que os corpos dos ocupantes de um veículo
em movimento sejam projetados para frente, no caso de uma colisão frontal. Isso ocorre devido
a um comportamento natural de qualquer corpo, descrito pela primeira lei de Newton, também
conhecida como princípio da inércia. A alternativa correta que compreende tal princípio é:
(A) A velocidade de um corpo tem sempre a mesma direção e sentido da força resultante que
atua sobre ele.
(B) Toda ação é anulada pela reação.
(C) Todo corpo permanece em repouso ou movimento retilíneo uniforme, a menos que
seja obrigado a mudá-lo por forças atuantes sobre ele.
(D) Toda vez que um corpo exerce uma força sobre outro, este exerce sobre aquele uma força
de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário.
60
69%
58%
Turma Controle
Turma Avaliada
18%
11% 13% 11% 10%
5%
3% 3%
A questão sete permite concluir que apesar da maioria dos alunos não
compreenderem a conceituação pura de inércia como foi evidenciado na questão seis,
reconhecem e estabelecem relações com as quais o conceito aplica-se no dia a dia. A maioria
dos alunos assinalou o item correto (item c) e a turma avaliada obteve um resultado melhor que
a turma controle. Diante do exposto, fica evidente a necessidade de trabalhar-se melhor o
conceito de inércia.
08) Uma pedra gira em torno de um apoio fixo, presa por uma corda. Em um dado momento,
corta-se a corda. Pela lei da Inércia, conclui-se que:
49%
45%
34%
Turma Controle
26%
Turma Avaliada
13%
10% 11%
5% 5%
3%
O resultado da questão oito permite concluir que a maioria não acertou a resposta
correta (item b). A dificuldade em entender o conceito de velocidade como sendo uma grandeza
vetorial fica evidenciada pois, de acordo com a primeira lei de Newton, caso a força resultante
sobre um corpo seja zero, a velocidade vetorial não sofrerá alteração, ou seja, não mudarão
módulo, direção e sentido. No momento que a corda é cortada deixa de agir a força que fazia
com que ela efetuasse trajetória circular que era a força centrípeta. Logo, se não existir mais
esta força, a pedra deverá sair em uma direção tangente a trajetória. Em um dos últimos
vestibulares elaborados pela Universidade Federal Do Ceará (antes da adoção do ENEM como
critério de ingresso), foi cobrada uma questão muito semelhante a esta e observou-se na época
conversando com os alunos, que muitos assinalaram o item que dizia que a pedra escapa na
direção do fio.
Diante do exposto fica evidente a necessidade de trabalhar-se o conceito de inércia
como sendo a tendência que um corpo possui em manter sua velocidade vetorial, ou seja, em
módulo, direção e sentido. Assim, conceituações do tipo; “tudo que está parado deve continuar
parado” e de que “tudo que está em movimento deve assim continuar” devem ser evitadas
apesar de não estarem erradas. Assim, caso seja trabalhado o conceito de inércia no sentido de
que é a conservação vetorial da velocidade, muitos equívocos poderão ser evitados.
Como no caso desta questão, buscava-se analisar o conceito de inércia em
trajetórias curvas e na questão 6 o desempenho foi insatisfatório para ambas as turmas, pode
62
haver indícios que confirmem a tese de que não compreendam este conceito na análise da
questão 8 já que o resultado da turma controle foi um pouco superior à avlaida.
09) Um paraquedista salta de um avião e cai em queda livre até sua velocidade de queda se
tornar constante. Podemos afirmar que a força total atuando sobre o paraquedista após sua
velocidade se tornar constante é:
Gráfico 10 – Comparativo de acertos da questão 09, que aborda a interpretação das leis de Newton
50%
38%
Salienta-se que no estudo da segunda lei de Newton a maioria dos alunos conhece
a expressão matemática e até por vezes reconhecem conforme mostrou-se nas avaliações que
força resultante e aceleração são proporcionais. Todavia, uma grande parte do universo dos
estudantes confunde com frequência o sentido da velocidade com o da aceleração. Isso
certamente acarretará em grandes dificuldades na resolução de exercícios que exijam cálculos
aplicados à segunda e terceira lei de Newton. Pelo gráfico, observa-se que metade da turma
controle assinalou o item que afirmava que a velocidade e a aceleração possuíam o mesmo
sentido (item a). Contudo, não havia aceleração nenhuma, pois o enunciado afirmava que o
movimento era retilíneo uniforme.
10) Força resultante diferente de zero sempre causa aceleração, ou seja, sempre irá provocar
alteração da velocidade. A afirmativa é:
(A) correta.
(B) errada.
Gráfico 11 – Comparativo de acertos da questão 10, que aborda a interpretação da 2ª lei de Newton
69%
58%
39%
Turma Controle
31%
Turma Avaliada
3% 0%
segunda lei de Newton que a força resultante diferente de zero sempre irá provocar no corpo
alteração da velocidade em módulo, direção e sentido. Quando feita a abordagem sugerida,
torna-se mais fácil a abordagem do conceito de resultante centrípeta pois, mesmo em situações
nas quais a velocidade tem módulo constante, sendo a trajetória curvilínea, esta resultante não
é nula e a velocidade sofrerá alteração em sua direção.
11) É possível um automóvel fazer uma curva sem que haja aceleração, ou seja, que a força
resultante seja nula. A afirmativa é:
(A) correta.
(B) errada.
Gráfico 12 – Comparativo de acertos da questão 11, que aborda a interpretação da 2ª lei de Newton
72%
63%
0% 0%
12) Sob a ação de forças convenientes, um corpo executa um movimento qualquer. Apontar a
proposição incorreta. É necessária uma força resultante não nula;
Gráfico 13 – Comparativo de acertos da questão 12, que aborda a interpretação da 2ª lei de Newton
33%
23% 24%
21%
21%
18%
15% Turma Controle
13% 13% Turma Avaliada
11%
5%
3%
Verifica-se na análise dos resultados dessa questão que o índice de erro de ambas
as turmas foi elevado. No caso da turma avaliada, a maioria assinalou o item a como correto
enquanto o item c é a resposta correta. Levando-se em consideração que a questão perguntava
qual resposta incorreta e que a maior parte das questões perguntam o item correto, pode-se
atribuir um elevado índice de erro à leitura desatenta de uma parcela significativa das turmas
avaliadas. O item a sendo o item mais assinalado pela turma controle está de acordo com as leis
de Newton e, sendo logo, o primeiro item da questão, deve-se atribuir a maioria das respostas
pela turma avaliada a este fator.
Percebe-se ainda que a turma avaliada obteve desempenho superior a turma
controle em cerca de dez por cento. Todavia, ressalta-se em ambas as turmas a dificuldade de
leitura pois, vê-se que na questão em que foi perguntado o item incorreto o índice de erro foi
significativo.
13) Sobre o conceito de força centrípeta, podemos dizer que trata-se certamente de:
66
(A) uma força especial que aponta sempre para o centro da trajetória.
(B) a resultante de forças, podendo ser o peso, a normal, a tração ou o conjunto dessas,
cuja resultante aponta sempre para o centro da trajetória.
Gráfico 14 – Comparativo de acertos da questão 13, que aborda a interpretação de força centrípeta.
62%
50%
39%
Turma Controle
23% Turma Avaliada
15%
11%
A maioria dos livros didáticos aborda o conceito de força centrípeta como se fosse
uma força especial. A prova disso é que verifica-se em muitos exercícios resolvidos faz-se a
representação desta força quando, na verdade, é somente uma das componentes da força
resultante em movimento curvilíneo. Vale lembrar que para que a velocidade vetorial de um
corpo sofra alteração se faz necessário uma força ou um conjunto delas de forma que a
resultante não seja nula.
Evidenciou-se nesta questão que a turma avaliada obteve um desempenho muito
superior à turma controle cuja metodologia empregada teve como referência a abordagem
fornecida pelo livro didático. Constata-se, assim, que a abordagem descuidada dada por alguns
livros pode levar o aprendiz a ter uma errada o conceito de força resultante. Mesmo tendo a
turma controle recebido aulas do mesmo professor, contudo nesta foi utilizada a sequência e
abordagem dada pelo livro didático, o resultado foi inferior à turma controle.
Para que o aluno entenda este caso particular, deve conhecer que qualquer
aceleração sempre irá causar alteração na velocidade; no caso dos movimentos curvilíneos
existirá pelo menos a aceleração centrípeta para provocar esta mudança. A função da aceleração
67
14) Uma pedra de peso P gira em um plano vertical presa à extremidade de um barbante de tal
maneira que este é mantido sempre esticado. Sendo Fc a resultante centrípeta na pedra e T, a
tração exercida sobre ela pelo barbante e considerando desprezível o atrito com o ar, seria
adequado afirmar que, no ponto mais alto da trajetória, atua(m) na pedra:
Gráfico 15 – Comparativo de acertos da questão 14, que aborda a interpretação de força centrípeta.
45%
36%
28%
26%
Turma Controle
Turma Avaliada
13% 13%
11%
8% 8%
5%
5% 3%
Com o objetivo de verificar o que foi dito na análise da questão anterior, isto é, se
o aluno acredita que a resultante centrípeta é realmente uma força, a questão acima confirma
tal hipótese pois, uma parcela muito relevante de ambas as turmas assinalou que a força
centrípeta também é uma força atuante no ponto mais alto da trajetória quando o correto seria
somente a força de tração e a força peso. Todavia, a turma avaliada obteve desempenho um
pouco melhor que a controle e assinalou o item e como resposta correta. Na referida questão,
não buscou-se comparar níveis de compreensão sobre o conceito contudo, somente uma análise
prévia se conheciam o conceito de força centrípeta para que pudessem responder a questão
15.Diante do resultado, pode-se perceber que a turma controle entende em maior percentual
que a turma avaliada que a resultante centrípeta é uma força em vez da resultante delas pois,
um maior número assinalou o item a.
15) Um automóvel percorre com velocidade de módulo constante uma estrada que possui uma
depressão (baixa). No momento que este passa pelo ponto mais baixo, podemos dizer que o
módulo da resultante centrípeta será dado por:
Gráfico 16 – Comparativo de acertos da questão 15, que aborda a interpretação de força centrípeta.
49%
39%
0% 0%
16) A segunda lei de Newton afirma que: Fr = m.a, ou seja, se uma força resultante maior for
aplicada em um mesmo corpo ele terá uma maior aceleração. Quando abandonamos dois corpos
com pesos diferentes o que ocorre?
Gráfico 17 – Comparativo de acertos da questão 16, que aborda a segunda lei de Newton.
87%
53%
45% Turma Controle
Turma Avaliada
10%
3% 3% 0% 0%
A abordagem dada pela maioria dos livros deixa a desejar e corroboram geralmente
para que este equívoco ocorra. Muitos alunos ainda possuem uma visão aristotélica de que um
corpo mais pesado chega antes que um mais leve quando em queda livre. A análise descuidada
de alguns livros no estudo da segunda lei e que pode ser reproduzido por alguns professores
colabora para que isto ocorra pois, quando se estabelece que Fr = m.a, o aluno acredita que pela
força peso ser maior em um corpo que outro, isto fará com que ele tenha uma maior aceleração
e chegue antes que um mais leve ao solo.
Porém, para que tal equívoco fosse amenizado, seria importantíssimo mostrar que
na expressão da segunda lei, a razão entre a força e a massa que é igual a aceleração, a divisão
entre elas não muda; infelizmente é raro ver isto ser abordado.
17) Um pequeno automóvel colide frontalmente com um caminhão cuja massa é cinco vezes
maior que a massa do automóvel. Em relação a essa situação, marque a alternativa que
contém a afirmativa correta:
Gráfico 18 – Comparativo de acertos da questão 17, que aborda a terceira lei de Newton
54%
50%
Turma Controle
18% 21% Turma Avaliada
11% 10% 11% 11%
8%
5%
3%
0%
A terceira lei de Newton afirma que forças de ação e reação possuem a mesma
intensidade, direção e sentidos contrários. Mas, geralmente a palavra intensidade é confundida
com o efeito. Assim, os alunos acreditam que um fusca e um caminhão ao colidirem sofrerão o
mesmo estrago. Deve-se ressaltar ao ensinar a terceira lei que apesar das forças aplicadas
possuírem a mesma intensidade, os efeitos são diferentes na colisão que envolve um corpo mais
frágil que outro.
Analisando-se o resultado da questão 17 constata-se que a maioria dos alunos não
assinalou o item correto (item b). O resultado comprova que a maioria das pessoas levam em
consideração situações observadas corriqueiramente sem que seja feita uma análise científica
do que de fato ocorre. Assim, a visão aristotélica prevalece em relação à luz da ciência atual. A
análise das próximas questões permite outras conclusões.
72
18) Um automóvel movendo-se em uma BR, guiado por um aluno de física, falta combustível
ao se aproximar de um posto de gasolina. Lembrando-se de uma aula sobre o princípio de ação
e reação, ele raciocinou: “se eu descer do carro e tentar empurrá-lo com uma força F, ele vai
reagir com uma força -F e ambas vão se anular e eu não conseguirei mover o carro”. Mas uma
pessoa que vinha com ele, não concordando com este raciocínio, desceu do carro e o empurrou,
conseguindo movê-lo. Como você justificaria o carro mover-se? Com base na compreensão
desta lei, analise as proposições a seguir:
Gráfico 19 – Comparativo de acertos da questão 18, que aborda a terceira lei de Newton
44%
37%36% 37%
Turma Controle
16% Turma Avaliada
13%
11%
8%
19) Um corpo encontra-se em repouso sobre uma mesa horizontal, num local em que a
aceleração da gravidade é constante. É correto afirmar que:
(A) a força peso do corpo é a reação à força que a mesa exerce sobre ele.
(B) a força peso do copo e a reação normal da mesa sobre o corpo se anulam.
(C) caso o corpo seja arrastado sobre a mesa, a reação normal da mesa sobre o copo sofrerá
alteração em sua direção.
(D) caso o corpo seja arrastado sobre a mesa, a reação normal da mesa sobre o corpo sofrerá
alteração em sua intensidade.
(E) se uma pessoa apoiar sua mão sobre o corpo, a reação normal da mesa sobre ele diminuirá
de intensidade.
Gráfico 20 – Comparativo de acertos da questão 19, que aborda a terceira lei de Newton
74%
49%
Turma Controle
Turma Avaliada
18%
15%
8% 8% 11%
3% 5% 5% 5% 0%
Pelo gráfico observa-se que a maior parte da amostra das duas turmas acertou a
opção correta (item b) que afirmava que a força normal era anulada pela força peso. Essa é a
74
situação mais comumente encontrada nos exercícios propostos pelos livros didáticos. Porém,
em situações na qual existe aceleração na direção destas forças é muito comum o estudante
optar por cancelar a normal com o peso, como por exemplo um móvel que passa por uma estrada
com elevação ou um elevador em movimento acelerado.
Acredita-se que o uso rotineiro de situações que a normal anula com o peso pode
levar o aprendiz a raciocinar igual para situações diferentes. O desempenho da turma controle
pode ter sido melhor devido ao fato de acreditarem que peso e normal constituem um par ação
e reação e portanto devem anular-se. Contudo, apesar da resposta ser correta a justificativa é
inválida.
4.1.5 Resultados relativos à análise dos textos referentes à segunda lei de Newton
20) Sobre o grau de confiabilidade que você acredita ter o texto, responda:
(A) confiável.
(B) não confiável.
(C) parcialmente confiável.
75
Gráfico 21 – Comparativo de acertos da questão 10, que aborda a segunda lei de Newton
Texto 1- Retirado do livro didático Texto 2 – Escrito pelo autor
66%
62%
45%
38%
33% 32%
26%
21% 21% 21%
13%
8% 11%
3% 3%
0%
21) Baseado no texto, expresse a sua compreensão sobre a segunda lei de Newton.
(A) procedente.
76
(B) improcedente.
(C) em branco.
58%
54% 54%
47%
44%
32% 33%
29%
24%
11% 13%
3%
22) Em relação ao texto, o seu grau de compreensão pode ser julgado em:
(A) ótimo.
77
(B) bom.
(C) médio.
(D) ruim.
53%
47%
41%
37%
36% 36% 36%
32%
18% 18%
Observa-se na análise da questão vinte e dois que do universo total dos alunos
participantes da pesquisa um maior percentual classificou o nível de compreensão do texto 2
como bom. Como a amostra das duas turmas é muito semelhante. Pode-se concluir pelos dados
que cerca de setenta e três por cento classificam o texto 1 como bom e que oitenta e três por
cento classificam o texto dois da mesma forma. Deve-se ressaltar que em relação à questão
vinte, embora a maioria tenha julgado o texto como confiável, não demonstrou um maior nível
de compreensão sobre o mesmo na análise da questão 22 pois, foi demonstrado um menor índice
de compreensão da turma controle.
Para análise dessa questão levou-se em consideração se os alunos redigiram ou não alguma
crítica sobre o texto.
97%
87%
82%
67%
33%
18%
13%
3%
Análise dos dados foi elaborada a partir da média aritimética dos resultados de cada
um dos tópicos abordados na pesquisa, ou seja, se uma turma nas cinco questões relativas ao
conceito de aceleração obteve índices de acertos de 10 %, 20%, 30%, 40% e 60% a média de
acertos nas questões sobre este item específico será de 30 %.
Quanto a divisão das questões por assunto, foram elaboradas cinco questões sobre
aceleração, quatro sobre a primeira lei de Newton, sete sobre a segunda, três sobre a terceira e
finalmente quatro sobre aspectos de dois textos; um retirado de um livro didático e outro
elaborado pelo autor da pesquisa no qual abordavam conceitos relativos às leis de Newton.
79
Sobre a análise dos resultados da primeira lei de Newton, a turma avaliada obteve
um índice de acerto de 35,25 % frente à 27 % da turma controle. O resultado mostra indícios
de que a abordagem na turma avaliada na qual buscou-se quebrar conceitos pré-estabelecidos
80
de que um corpo em movimento deve necessariamente estar sujeito a aplicação de uma força
pode ter contribuído para um melhor desempenho da turma avaliada.
O conceito de inércia está relacionado à tendência que um corpo possui em manter
sua velocidade constante, e no caso particular, deste está em movimento o aluno conclui que há
uma força propiciando o movimento, logo a quebra desse paradigma é de grande relevância
para o ensino da primeira lei de Newton.
Percebe-se que na avaliação desse tópico a turma avaliada obteve um desempenho
superior à turma controle em torno de 8 %, existem indícios na análise deste tópico que a
metodologia sugerida no manual de apoio neste pode ter influenciado no melhor desempenho
de uma turma em relação a outra.
O quadro 13 apresenta um resumo acerca do comparativo entre as turmas controle
e avaliada acerca da primeira lei de Newton,
Quadro 13: Comparativo de desempenho entre as turmas controle e avaliada sobre a primeira lei de Newton
que costumam
levar o aluno ao
erro
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 14: Comparativo de desempenho entre as turmas controle e avaliada sobre a segunda lei de Newton
Análise dos dados relativos à terceira lei não mostrou diferença expressiva entre as
duas turmas participantes da pesquisa. Na turma avaliada o índice de acerto foi de 38 %,
enquanto na turma controle, o percentual de acerto foi de 43 %, lembrando que o resultado foi
obtido pela média aritimética dos acertos em cada uma das turmas nas três questões.
Existem indícios de que a diferença pode ser justificada pelo fato de a pesquisa
avaliou neste tópico somente três questões, o que pode não propiciar a evidência da discrepância
do nível das turmas. Além disso, como já foi dito, no estudo da terceira lei de Newton, não
houve tempo hábil para o uso de diferenciação na abordgem do conteúdo nas duas turmas.
O quadro 15 apresenta um resumo sobre o desempenho das turmas em relação à
terceira lei de Newton,
Quadro 15: Comparativo de desempenho entre as turmas controle e avaliada sobre a terceira lei de Newton
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LEÃO, F. B. F.; MEGID NETO, J. Avaliações oficiais sobe o livro didático de Ciências. In:
FRACALANZA, H.; MEGID NETO, J. O livro didático de Ciências no Brasil. Campinas:
Komedi, 2006.
LIBÂNEO, J. C. Didática e didáticas específicas: para além do embate entre a didática e as
didáticas específicas. Profissão docente: novos sentidos, novas perspectivas. Campinas:
Papirus, 2008, 2ª ed.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Dicionário Interativo da
Educação Brasileira. São Paulo: Midiamix Editora, 2002.
POLAK, Ymiracy Nascimento de Sousa; DINIZ, José Alves; SANTANA, José Rogério.
Dialogando sobre Metodologia Científica. Fortaleza: Edições UFC, 2011. 1ª ed
86
POZO, Juan Ignacio. Et al. A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para
aprender. Tradução Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
ROSA, Cleci; Werner; ROSA, Álvaro Becker. Ensino da Física: tendências e desafios na
prática docente. Revista Iberoamericana de Educacion. (ISSN: 1681-5653) 2007. Disponível
em: http://www.rieoei.org/deloslectores/1770Rosa.pdf. Acesso em: 23 dez. 2011.
1. “Aceleração é uma grandeza que é sempre responsável somente por diminuir ou aumentar
o valor da velocidade”. Acerca da afirmativa acima, assinale:
(A) é nula.
(B) tem um valor diferente de zero.
(C) pode ser ou não, zero.
3. Um carro realiza uma curva com velocidade de módulo constante. Acerca da aceleração do
carro podemos afirmar que:
(A) é zero.
(B) aponta no sentido do centro da curva.
(C) está apontando no sentido da velocidade do carro em cada instante.
4. Um móvel tem movimento retilíneo uniforme. Acerca da aceleração dele podemos afirmar
que:
5. Uma pessoa empurrou uma cadeira e esta se movimentou sobre uma superfície com atrito.
Imediatamente após a força que deu origem ao movimento ter deixado de atuar, podemos
afirmar que a aceleração:
88
(A) é zero.
(B) possui o mesmo sentido da velocidade.
(C) possui sentido contrário à velocidade.
6. A segunda lei de Newton afirma que: Fr = m.a, ou seja, se uma força resultante maior for
aplicada em um mesmo corpo ele terá uma maior aceleração. Quando abandonamos dois
corpos com massas diferentes o que ocorre?
7. Um paraquedista salta de um avião e cai em queda livre até sua velocidade de queda se tornar
constante. Podemos afirmar que a força total atuando sobre o paraquedista após sua velocidade
se tornar constante é:
8. Força resultante diferente de zero sempre causa aceleração, ou seja, sempre irá provocar
alteração da velocidade. A afirmativa é:
(A) correta.
(B) errada.
9. É possível um automóvel fazer uma curva sem que haja aceleração, ou seja, que a força
resultante seja nula. A afirmativa é:
89
(A) correta.
(B) errada.
10. Sob a ação de forças convenientes, um corpo executa um movimento qualquer. Apontar a
proposição incorreta. É necessária uma força resultante não nula;
11. Um pequeno automóvel colide frontalmente com um caminhão cuja massa é cinco vezes
maior que a massa do automóvel. Em relação a essa situação, marque a alternativa que
contém a afirmativa correta:
(A) inércia é uma força que mantém os objetos em repouso ou em movimento com velocidade
constante.
(B) inércia é uma força que leva todos os objetos ao repouso.
(C) um objeto de grande massa tem mais inércia que um de pequena massa.
(D) objetos que se movem rapidamente têm mais inércia que os que se movem lentamente.
13. Um automóvel movendo-se em uma BR, guiado por um aluno de física, falta combustível
ao se aproximar de um posto de gasolina. Lembrando-se de uma aula sobre o princípio de ação
90
e reação, ele raciocinou: “se eu descer do carro e tentar empurrá-lo com uma força F, ele vai
reagir com uma força -F e ambas vão se anular e eu não conseguirei mover o carro”. Mas uma
pessoa que vinha com ele, não concordando com este raciocínio, desceu do carro e o empurrou,
conseguindo movê-lo. Como você justificaria o carro mover-se? Com base na compreensão
desta lei, analise as proposições a seguir:
14. Um corpo encontra-se em repouso sobre uma mesa horizontal, num local em que a
aceleração da gravidade é constante. É correto afirmar que:
(A) a força peso do copo é a reação à força que a mesa exerce sobre ele.
(B) a força peso do copo e a reação normal da mesa sobre o copo se anulam.
(C) caso o copo seja arrastado sobre a mesa, a reação normal da mesa sobre o copo sofrerá
alteração em sua direção.
(D) caso o copo seja arrastado sobre a mesa, a reação normal da mesa sobre o copo sofrerá
alteração em sua intensidade.
(E) se uma pessoa apoiar sua mão sobre o copo, a reação normal da mesa sobre ele diminuirá
de intensidade.
15. O Código de Trânsito Brasileiro estabelece, no artigo 65, a obrigatoriedade do uso do cinto
de segurança para condutores e passageiros em todas as vias do território nacional. A função
básica do cinto de segurança consiste em impedir que os corpos dos ocupantes de um veículo
em movimento sejam projetados para frente, no caso de uma colisão frontal. Isso ocorre devido
a um comportamento natural de qualquer corpo, descrito pela primeira lei de Newton, também
conhecida como princípio da inércia. A alternativa correta que compreende tal princípio é:
91
(A) A velocidade de um corpo tem sempre a mesma direção e sentido da força resultante que
atua sobre ele.
(B) Toda ação é anulada pela reação.
(C) Todo corpo permanece em repouso ou movimento retilíneo uniforme, a menos que seja
obrigado a mudá-lo por forças atuantes sobre ele.
(D) Toda vez que um corpo exerce uma força sobre outro, este exerce sobre aquele uma força
de mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário.
16. Uma pedra gira em torno de um apoio fixo, presa por uma corda. Em um dado momento,
corta-se a corda. Pela lei da Inércia, conclui-se que:
17. Sobre o conceito de força centrípeta, podemos dizer que trata-se certamente de:
(A) uma força especial que aponta sempre para o centro da trajetória.
(B) a resultante de forças, podendo ser ou peso, a normal, a tração ou o conjunto dessas cuja
resultante aponta sempre para o centro da trajetória.
18. Uma pedra de peso P gira em um plano vertical presa à extremidade de um barbante de tal
maneira que este é mantido sempre esticado. Sendo Fc a resultante centrípeta na pedra e T, a
tração exercida sobre ela pelo barbante e considerando desprezível o atrito com o ar, seria
adequado afirmar que, no ponto mais alto da trajetória, atua(m) na pedra:
19. Um automóvel percorre com velocidade de módulo constante uma estrada que possui uma
depressão (baixa). No momento que este passa pelo ponto mais baixo, podemos dizer que o
módulo da resultante centrípeta será dado por:
20. Acerca do texto abaixo, retirado de um livro didático amplamente conhecido, assinale a
afirmativa que mostra o seu grau de confiabilidade no mesmo:
Fonte: Coleção Os Fundamentos da Física, 10ª Edição, volume 1, págs. 201 e 202
(A) confiável.
(B) não confiável.
(C) parcialmente confiável.
94
20.1. Baseado no fragmento retirado do livro texto, expresse a sua compreensão sobre a segunda
lei de Newton.
20.2. Em relação ao texto, o seu grau de compreensão pode ser julgado em:
(A) bom.
(B) ótimo.
(C) médio.
(D) ruim.
21. Sobre a segunda lei de Newton, um estudante escreveu o seguinte texto: a segunda lei de
Newton trata sobre o que ocorre quando a força resultante sobre um corpo não é nula. Nessa
situação, o corpo sempre sofrerá variação na sua velocidade em módulo, direção e ou sentido.
Assim sendo, a força resultante não nula pode ser capaz de fazer um móvel aumentar sua
velocidade, por exemplo, ou mesmo possibilitar que esse faça uma curva sem “derrapar”. A
aceleração para dois corpos de mesma massa será proporcional à força resultante aplicada e terá
sempre o mesmo sentido desta, ou seja, se a força resultante é vertical para cima, o corpo
também terá uma aceleração para cima. A aceleração não necessariamente é no sentido do
movimento, contudo no sentido da força resultante. Por exemplo, um bloco é lançado sobre
uma superfície com atrito e move-se na horizontal para a direita, como a força de atrito é a força
resultante nessa situação, ela possui sentido contrário ao movimento (para a esquerda), a
aceleração também terá esse sentido. Sobre o grau de confiabilidade que você acredita ter o
texto, responda:
(A) confiável.
(B) não confiável.
(C) parcialmente confiável.
21.1. Ainda de acordo com o texto do item 6.0, escreva sobre a segunda lei de Newton de acordo
com o que foi compreendido por você:
21.2. Em relação ao seu grau de compreensão do texto no item 6.0, pode ser julgado em:
95
(A) bom.
(B) ótimo.
(C) médio.
(D) ruim.
APÊNDICE B
PRODUTO EDUCACIONAL
1 Introdução
Caro professor, o material aqui apresentado tem como objetivo esclarecer e facilitar
a compreensão do aluno acerca das leis de Newton. Assunto este que quando mal ou não
compreendido, poderá acarretar no transcorrer do estudo dos demais tópicos da física uma
barreira que dificilmente será superada. Dessa forma, o estudo de assuntos como impulso e
quantidade de movimento, Trabalho, estática, hidrostática pode ser comprometido se as leis de
Newton não forem bem entendidas. O material apresenta uma sugestão do ensino das leis de
Newton de uma forma clara e concisa e por meio de exemplos que não sejam tão simplistas
como alguns livros costumam apresentar.
Infelizmente, as leis de Newton há muito constituem-se como um dos assuntos que
os alunos de várias séries apesentam severas dificuldades no seu entendimento. Além disso, a
deficiência pode perpetuar-se nos demais assuntos a serem estudados, inclusive na área da
química. O assunto relativo às leis de Newton, em nível de ensino médio, possui menos que
meia dezena de equações, isto levando em consideração que algumas equações da cinemática
são utilizadas. Ainda assim a mera aplicação das equações no estudo deste assunto, pouco
contribui para a resolução e entendimento de boa parte dos problemas que envolvam as referidas
leis.
Uma das expressões matemáticas que constam no estudo destas leis é o da segunda
lei na qual a maior parte dos alunos sabe decorada ou, quando mais avançados, entendem que
força resultante é proporcional à massa de um corpo. Todavia, geralmente os alunos cometem
erros ao ponto de acreditar que a força resultante está sempre no sentido do movimento ou
mesmo que força normal e o peso constituem um par ação-reação e que uma força sempre
anulará a outra. O uso repetido pelos livros de situações nas quais os corpos estão sempre com
velocidade constante em um plano horizontal contribui significativamente para que ocorra, por
parte de alguns discentes e docentes, uma visão distorcida do estudo desta ciência. Esta
compreensão equivocada e limitada somente contribui para a desmotivação dos alunos no
estudo da física, parecendo a eles uma barreira difícil de ser superada.
97
2. Vetores
2.1 Introdução
No estudo da Física define-se por grandeza a tudo aquilo que pode ser medido, ou
seja, que tem significado quantitativo. Assim, constituem exemplos de grandezas físicas:
tempo, velocidade, aceleração, massa, temperatura, força, pressão, energia e calor entre outras.
As grandezas físicas se dividem em dois grandes grupos: as grandezas escalares e
as grandezas vetoriais. São classificadas como escalares as grandezas que ficam perfeitamente
esclarecidas a partir de um número que expressa a sua magnitude, acompanhado da sua
respectiva unidade de medida. Constituem exemplos de grandezas escalares: tempo, massa,
temperatura, energia e carga elétrica. Assim, quando se diz, por exemplo, que um saco de
cimento possui 50 kg do produto, a informação é satisfatória, pois sendo a massa uma grandeza
escalar, ela estará perfeitamente esclarecida a partir do número 50 que expressa a sua
intensidade, e da sua unidade apropriada, o quilograma.
Diferentemente das grandezas escalares, as grandezas vetoriais não ficam
totalmente definidas quando indicamos o número que expressa a sua intensidade, acompanhado
da devida unidade. Além disso, se faz necessário o esclarecimento de mais duas informações:
a sua direção e o seu sentido. Enquanto a direção está relacionada à inclinação do vetor, o
sentido está associado à sua orientação. São exemplos de grandezas vetoriais: o deslocamento,
a velocidade, a aceleração e a força, entre outras. Assim, para a identificação de uma grandeza
98
vetorial não basta que se indique corretamente a sua intensidade, é necessário também a sua
direção e o seu sentido.
Um exemplo que retrata a importância destas duas informações para o
esclarecimento de uma grandeza vetorial foi a causa de um acidente aéreo que teve grande
repercussão, ocorrido no dia 3 de setembro de 1989, com o voo 254 da Varig. O piloto
inadvertidamente, ao sair da cidade de Marabá com destino à cidade de Belém, determinou que
o avião sofresse um deslocamento que formasse um ângulo de 270º com a direção norte, quando
o correto deveria ser de 27º. Em função deste equívoco, o avião, que deveria seguir num rumo
próximo ao norte, passou a voar rumo ao oeste, em direção ao Peru, conforme a ilustração
representada pela figura 2.
o
27
o
270
Quando se escreve qualquer uma das notações indicadas abaixo, você se refere ao
vetor a , o que pressupõe que está levando em conta os três elementos constituintes do vetor,
o seu módulo, a sua direção e o seu sentido.
No entanto, quando se escreve qualquer uma das notações indicadas a seguir, você
estará se referindo apenas ao módulo ou a intensidade do vetor.
Outro cuidado que se deve ter no trato com grandezas vetoriais é a observação das
regras que regem o formalismo matemático, que são diferentes daquelas utilizadas com as
grandezas escalares. Se você tiver, por exemplo, duas caixas cujas massas valem 20 kg e 15 kg,
100
a massa do conjunto é igual a 35 kg, contudo se você tiver um corpo submetido à ação exclusiva
de duas forças cujas intensidades são iguais a 20 N e 15 N, a resultante destas forças não será
necessariamente igual a 35 N, podendo assumir diversos valores, desde que maiores ou iguais
a 5 N e menores ou iguais a 35 N, dependendo do ângulo formado entre estas forças. Tal qual
a soma, as demais operações matemáticas, quando realizadas com grandezas vetoriais,
obedecem a regras diferentes daquelas que se aplicam às grandezas escalares, o que será
abordado a partir de agora.
Esta é sem dúvida alguma, a operação matemática mais exigida no trato com as
grandezas vetoriais, podendo ser realizada de dois modos, aos quais chamaremos de método
geométrico, método analítico e método com utilização de versores.
a) Método geométrico
O vetor soma ( S ) ou resultante será aquele que unirá a origem do primeiro vetor à
extremidade do último, conforme indicado nos diagramas ilustrados pela figura 5. Estes
diagramas permitem concluir que a soma de vetores é comutativa, ou seja, que tal qual ocorre
com a soma das grandezas escalares, a ordem das parcelas não altera o resultado da soma
vetorial.
S 1 a b c ( Equação 3)
S 2 c a b ( Equação 4)
S 1 S 2 ( Equação 5)
S1 S2 42 32 5 ( Equação 6)
b) Método analítico
Este método só pode ser aplicado a um par de vetores concorrentes, ou seja, que
para a determinação gráfica do vetor soma devemos utilizar a regra prática conhecida por
“Regra do Paralelogramo”. O primeiro passo a ser tomado é traçar, a partir da extremidade de
cada vetor, uma paralela ao outro vetor. Em seguida, obtemos graficamente o vetor soma ( S )
ou resultante unindo a origem comum aos dois vetores ao ponto de encontro das paralelas
traçadas, conforme ilustrado na figura 6.
O vetor soma ( S ), ou resultante, será aquele que unirá a origem do primeiro vetor
à extremidade do último, conforme indicado nos diagramas ilustrados pela figura 6. Estes
diagramas permitem concluir que a soma de vetores é comutativa, ou seja, que tal qual ocorre
com a soma das grandezas escalares, a ordem das parcelas não altera o resultado da soma
vetorial.
tornar consecutivo ao vetor a , nesta ordem, ou ainda como se fosse mantida a posição do vetor
b e o vetor a fosse transladado até se tornar consecutivo ao b . Neste caso, pode-se escrever
que:
S ab ou S b a (Equação 7)
Com relação ao módulo (S), ou intensidade do vetor soma ele, poderá ser calculado
pela equação 8.
Favor não confundir a equação 8 com a lei dos cossenos, expressa pela equação 9.
Embora elas sejam muito semelhantes, elas não são exatamente iguais, pois o último termo
difere quanto ao sinal. Enquanto a segunda é definida para um triângulo, a primeira é definida
para um paralelogramo.
Verifique que a equação 8 é deduzida a partir da lei dos cossenos (equação 9),
conforme o exposto a seguir.
Sabe-se que o cosseno de um ângulo assume valor máximo quando este é igual a 0º
e mínimo quando este é igual a 180º, cujos valores são respectivamente iguais a +1 e -1. Assim,
é possível concluir, substituindo estes valores na equação 8, as expressões que indicam o
No estudo da Física existem várias equações que definem uma grandeza a partir de
um produto de outras duas das quais uma é escalar e a outra é vetorial. Esta operação resultará
sempre numa grandeza vetorial, como se pode ver nos exemplos destacados a seguir.
Q m . v ( Equação10)
F r m . a ( Equação11)
P m . g ( Equação12)
F e q . E ( Equação13)
I F . t ( Equação14)
Seja uma grandeza vetorial p definida a partir do produto de uma grandeza escalar
n por uma outra grandeza vetorial v , o resultado desta operação terá as seguintes características.
componentes ortogonais v x e v y .
Ainda sobre o diagrama ilustrado pela figura 8, diz-se que o vetor v foi decomposto
em v x e v y porque a soma dos dois últimos resulta no vetor v , conforme a equação 15.
v x v y v (Equação15)
v x2 v y2 v 2 ( Equação15)
vx
cos vx v. cos ( Equação 16)
v
vy
sen v y v.sen ( Equação 17)
v
Pode-se ainda determinar os módulos das componentes a partir das propriedades
trigonométricas do triângulo retângulo, a partir do triângulo destacado em azul, conforme o
exposto nas equações 18 e 19.
107
vy
cos v y v. cos ( Equação 18)
v
vx
sen v x v.sen ( Equação 19)
v
Dado um vetor pertencente ao plano xy, pode-se expressá-lo como a soma de duas
componentes ortogonais de tal forma que cada uma delas esteja relacionada com os vetores
unitários das respectivas direções, aos quais dá-se o nome de versores.
realizada a adição dos vetores a , b e c ilustrados no diagrama da figura 10, não mais pelo
método geométrico, mas agora utilizando os vetores unitários i e j . Para isto, observe a figura
10, que representa a decomposição dos citados vetores, em função dos versores.
3 Aceleração Vetorial
A aceleração vetorial média de uma partícula é definida pela razão entre a variação
de sua velocidade vetorial e o respectivo intervalo de tempo, conforme a equação 20.
v
a (Equação 20)
t
v
módulo : at
t
direção : tan gente à trajetória
sentido : a favor do movimento se este é acelerado
contra o movimento se este é retardado
Fonte: Elaborada pelo autor
v2
módulo : acp
R
direção : radial ( sobre o raio da trajetória )
sentido : apon tan do para o centro da trajetória
Fonte: Elaborada pelo autor
Neste caso, há a componente tangencial do vetor aceleração, que deve ser a favor
do sentido do movimento pelo fato deste ser acelerado, mas não há a componente centrípeta,
pois a trajetória é retilínea. Assim, a aceleração vetorial instantânea é representada por um
vetor que é tangente à trajetória e tem o mesmo sentido do movimento, conforme indicado na
figura 16.
Neste caso, há a componente tangencial do vetor aceleração, que deve ser contrária
ao sentido do movimento pelo fato deste ser retardado, mas não há a componente centrípeta,
pois a trajetória é retilínea. Assim, a aceleração vetorial instantânea é representada por um
vetor que é tangente à trajetória, mas tem sentido oposto ao do movimento, conforme indicado
na figura 17.
Neste caso, tanto há uma componente tangencial da aceleração vetorial, pelo fato
do movimento ser variado, quanto há a componente centrípeta, pelo fato do movimento ser
112
circular. Assim, a aceleração vetorial resultante será dada pela soma das duas componentes,
sendo a componente tangencial favorável ao movimento e a centrípeta dirigida para o centro, o
que resulta no vetor aceleração instantânea conforme o ilustrado pela figura 19.
4. LEIS DENEWTON
4.1 Força
Força é uma grandeza vetorial que pode ser medida pela aceleração que ela produz
numa massa especificada previamente. Isso significa que podemos compreender quais os
efeitos que uma força pode causar quando aplicada. Uma força pode causar em um corpo dois
efeitos principais: deformação e/ou mudança da velocidade.
Na natureza existem quatro categorias de forças: a eletromagnética, a gravitacional,
a nuclear forte a força nuclear fraca.
A força eletromagnética é a força que atua em virtude da interação entre cargas
elétricas, (i) devido à repulsão ou atração entre elas ou (ii) devido à interação com campos. Um
exemplo deste tipo de força é que provoca é o desvio que as cargas elétricas sofrem no interior
de um tubo de imagem de um televisor, como se pode ver na figura 21.
114
Figura 21 – Desvio de uma carga elétrica em decorrência da ação de uma força eletromagnética.
Vale salientar que a força de atrito, a tração e a reação normal que serão estudadas
posteriormente também são de natureza eletromagnética assim como são as forças que atuam
entre as moléculas num líquido, num sólido ou numa reação química. A figura 23 mostra
115
microscopicamente o relevo de duas superfícies; entre estas superfícies também estão atuando
forças eletromagnéticas.
Diante dos exemplos dados é importante que o leitor perceba que nem toda força
que atua entre dois corpos precisa que os dois estejam em contato. Logo, as forças
eletromagnéticas, bem como as forças gravitacional e nuclear são forças que atuam àdistância.
A força gravitacional ocorre devido à interação atrativa entre massas. Assim, dois
ou mais corpos sempre sofrem atração apesar de na maioria das vezes não percebermos o efeito
desta força. Este efeito só é perceptível quando pelo menos uma das massas envolvidas é muito
grande, como a massa de um planeta, de uma estrela ou de um satélite natural. Dois ou mais
objetos sobre uma mesa, por exemplo, sempre sofrem atração, contudo dificilmente veremos
um ir ao encontro do outro. Um exemplo clássico de aplicação da força gravitacional é ilustrado
pela queda de um atleta que salta de um trampolim em direção à piscina, conforme a Figura 24.
116
A força nuclear manifesta-se entre as partículas que formam o núcleo dos átomos,
os prótons e os nêutrons. Entretanto a diferença entre esta força e a de natureza eletromagnética
é que a primeira manifesta-se quando a ordem de grandeza da distância entre as cargas é de 10-
15
m.
No processo da fissão nuclear de um átomo, que consiste na divisão do núcleo ao
ser bombardeado por nêutrons, este sofre uma deformação, como se vê na Figura 25. Isto
provoca um distanciamento entre prótons e os nêutrons fazendo com que a força nuclear que
mantem o núcleo unido seja superada pela força elétrica repulsiva entre os prótons. Assim,
como as forças repulsivas prevalecerão, o núcleo se desintegrará liberando uma grande
quantidade de energia.
117
Fonte:
http://d75822.medialib.glogster.com/media/b4/b42c0a0952f19654557a147ee9688f1c59ca9e75120e31723b033d
63ffaba051/inertia-motorcycle-crash-demotivational-poster-1260546496.jpg (acesso em 03/01/2015)
Figura XX – Inércia de movimento de uma carga acomodada no interior de um caminhão.
As cargas acomodadas nas carrocerias dos caminhões devem sempre estar bem
fixadas na sua estrutura pois, numa eventual desaceleração, como estas tendem a conservar a
sua velocidade vetorial, pode haver o deslizamento para a parte frontal do veículo, conforme
ilustrado pela figura 29.
119
Vale ressaltar que o caminhão também tende a conservar sua velocidade vetorial,
porém a força de atrito entre os pneus e o solo consegue desacelerá-lo. Para desacelerações
suaves, o atrito entre a caixa e a carroceria, geralmente consegue detê-la juntamente com o
caminhão. Porém, para desacelerações bruscas, este atrito pode ser insuficiente, o que causará
o deslizamento da caixa em relação ao caminhão.
Até o presente momento, a primeira lei de Newton foi discutida apenas em situações
cuja trajetória é retilínea, porém, é importante ressaltar que ela se aplica também para corpos
que descrevem trajetórias curvas. Para que o leitor compreenda melhor é importante lembrar
mais uma vez que de acordo com o princípio da inércia, sendo nula a força resultante aplicada
a um corpo, este tenderá a manter a sua velocidade vetorial; esta velocidade é, em cada instante,
que é em cada instante tangente a trajetória e possui o mesmo sentido do movimento, como
mostra a figura 29.
120
A primeira lei de Newton aborda as situações nas quais a força resultante sobre um
corpo ou partícula é nula. A segunda lei, por sua vez, explica o que ocorre nas situações em que
a força resultante não é nula. A consequência imediata do fato da força resultante sobre um
corpo não ser nula é que sempre será provocada aceleração, seja ela tangencial, centrípeta ou
ambas simultaneamente.
A segunda lei de Newton descreve a relação entre três grandezas: a massa do corpo
(m), a aceleração ( a ) a que ele é submetido e a força resultante ( F r ) a ele aplicada. A partir
de agora será feita a análise de como estas grandezas se relacionam.
Aplicando-se uma força resultante de certa intensidade (Fr) a um corpo de massa
conhecida (m), pode-se calcular a intensidade de sua aceleração (a). Se a seguir nesta mesma
massa, aplicar-se agora uma força de intensidade duas vezes maior, a intensidade de sua
aceleração também será duplicada. Assim, pode-se concluir que a força resultante e a aceleração
são grandezas diretamente proporcionais, ou seja:
Fr a (Expressão 1)
1
a (Expressão 2)
m
F r m . a (Equação 21)
Segundo a regra que rege este tipo de operação vetorial (escalar x vetor = vetor),
Figura 31 - Acelerômetro
Quando os alunos são questionados sobre a situação retratada pela figura 32, a
resposta mais comumente dada é que a inclinação do fio garante que o vagão está se
movimentando para a direita. O equívoco mencionado pode ser esclarecido sob duas
perspectivas: o princípio da inércia ou o princípio fundamental da dinâmica. Sob a visão da 1ª
lei de Newton, os alunos não demonstram dificuldade de compreender as duas possibilidades
de movimento do vagão, que este pode estar se movendo para a direita acelerando ou estar se
movendo para a esquerda retardando. No entanto, quando solicitado aos alunos para esclarecer
o equívoco à luz da 2ª lei de Newton, poucos são os que conseguem interpretá-la de forma
correta.
A figura 32 permite esclarecer o problema em questão a partir da análise do
princípio fundamental da dinâmica.
Observe que a partir das forças atuantes: o peso ( P ) e a tração ( T ), pode-se concluir
facilmente que a resultante das forças ( F r ) é horizontal para a direita. De acordo com a segunda
lei de Newton, isto assegura que a aceleração vetorial, no caso tangencial, já que a trajetória do
vagão é retilínea, é também orientada para a direita. No entanto, este fato não assegura que o
vagão deva se mover obrigatoriamente neste sentido pois há duas possibilidades: o vagão pode
estar se movendo para a direita (no mesmo sentido da aceleração), se o movimento for
acelerado, como pode estar se movendo para a esquerda (em sentido contrário à aceleração),
desde que o seu movimento seja retardado, ou seja, ele esteja desacelerando.
124
A partir da segunda lei de Newton, é fácil constatar que o pêndulo do segundo vagão
está sujeito a uma maior aceleração, pois a força resultante e a aceleração são grandezas
diretamente proporcionais, conforme já discutido. O fato da aceleração do segundo vagão ser
125
maior que a do primeiro não assegura que este deva ter maior velocidade, como a maioria dos
alunos costuma afirmar. De fato, a aceleração não está relacionada com a intensidade da
velocidade instantânea, mas sim com a taxa de variação temporal da mesma.
A unidade de medida da grandeza força no sistema internacional é o Newton (N).
Um Newton de força resultante equivale a dizer, a partir da expressão da segunda lei, que
quando ela é aplicada em uma massa de 1 quilograma, a velocidade sofre variação de 1 metro
por segundo a cada segundo.
A terceira lei de Newton, também conhecida como lei da ação e reação, explica o
que ocorre na interação entre corpos, atuando forças de contato ou não. A referida lei afirma
que para toda força de ação atuante existirá sempre outra denominada de reação que tem a
mesma direção e intensidade da ação porém, de sentido contrário. Um aspecto fundamental
desta lei é que é que as duas forças atuam em corpos diferentes. A situação representada na
figura 35 explica como ser possível uma pessoa caminhar.
Para que uma pessoa possa mover-se para a direita, por exemplo, é necessária a
existência de uma força de ação aplicada sobre a superfície para a esquerda, assim a reação
sobre seu pé será para direita fazendo-a caminhar neste sentido.
Fonte: http://estudos.gospelmais.com.br/files/2013/09/a%C3%A7%C3%A3o_rea%C3%A7%C3%A3o.jpg
(acesso em 04/01/2015)
126
Fonte: Modificada
É relevante salientar que como para toda força de ação existirá uma outra de reação,
em um sistema constituído por n corpos o conjunto de forças trocadas pelas partes do mesmo é
127
sempre par. Mais adiante exemplificaremos estas situações. É importante registrar que apesar
de ter-se denominado uma força de ação e outra por reação, é indiferente o nome que cada uma
delas terá, ou seja, qualquer uma pode ser chamada de ação e vice versa.
Constatou-se na pesquisa que uma parcela relevante dos alunos confunde o fato das
forças de ação e reação possuírem a mesma intensidade com o efeito que ação e reação causam.
Assim, acreditam que pelo fato de em uma colisão envolvendo um carro de pequeno porte e um
trem, por exemplo, o primeiro sofre mais danos devido a força que o trem faz no carro de
passeio ser maior do que aquela que o carro de passeio exerce no trem. Todavia, a explicação
para de um deformar mais que o outro deve-se ao fato da estrutura de um ser mais forte que a
do outro.
A situação ilustrada na figura 38 mostra como forças de mesma intensidade podem
ter diferentes efeitos quando aplicadas em corpos diferentes.
Fonte: http://i293.photobucket.com/albums/mm67/horuxx2/futebol/bola-na-cara-2.jpg
(acesso em 04/05/2015)
Fonte:http://image.slidesharecdn.com/colgiosopaschoall-profjaderson-forcapartei-110511130512-
phpapp01/95/colgio-so-paschoall-prof-jaderson-fora-parte-i-20-728.jpg?cb=1305137269 (acesso em 04/01/2015)
Fonte:
http://www.virtual.ufc.br/solar/aula_link/lmat/semestre03/fisica_introdutoria_I/aula_04/02_arquivos/img09.gif (
acessado em 04/01/2015)
Fonte:http://idelfranio.blogspot.com.br/2010/08/0068-normal-nunca-e-reacao-forca-peso_29.html (acessado em
04/01/2015)
Vale lembrar conforme a terceira lei de Newton, que apesar de ter-se representado
na figura 41 a força normal (N) nos blocos, existe ainda uma força de mesma intensidade porém,
de sentido contrário aplicada na superfície conforme mostrado na figura 42.
É frequente o aluno questionar qual equação deve ser usada para obtenção da força
normal e da força de tração entretando, assim como ocorre com a força de tração que será
abordada a seguir, não existe uma expressão matemática para o cálculo dessas grandezas. Cada
situação deve ser analisada levando-se sempre em consideração as lei de Newton abordadas
neste texto.
Deve-se ter muito cuidado para não se acreditar que a reação da força normal (N) é
a força peso (P).De fato, são forças que não formam um par ação-reação; em alguns casos,
como na figura do plano inclinado, o peso e a força normal encontram-se inclusive em direções
diferentes. A figura 43 ilustra as forças atuantes na situação em que os corpos estão sobre uma
superfíficie.
Fonte: Modificada
Percebe-se pela figura 43 que a reação do peso do corpo está aplicada no centro da
Terra e que a reação à normal aplicada no bloco encontra-se na mesa. Mais uma vez, vale
lembrar que o que chamamos aqui de ação pode ser denominado de reação e vice versa.
Observando-se o conjunto formado por Terra, mesa e bloco da figura 43 percebe-se que o
número de forças atuantes é par. Conforme foi afirmado anteriormente, em um sistema, isto
deve sempre ocorrer.
A força de tração (T) como já foi explicado também é uma força de natureza
eletromagnética. Quando se deseja puxar um corpo sem que necessariamente tenha-se que tocá-
lo costuma-se usar cordas, cabos, fios e etc. Porém, para que esta força possa ser transmitida,
se faz necessário que a corda esteja esticada. Nesta situação existe uma força denominada de
tração. Assim, conclui-se que a condição de existência desta força é que a corda ou cabo em
questão esteja esticado, ou como se diz tecnicamente, esteja tracionado.
A situação representada na figura 44 mostra a força de tração atuando em cada
corpo do sistema constituído por; noivo, corda e noiva.
Na figura 44 representou-se a tração (T) em cada um dos corpos. Mas, como geralmente
interessa analisar o movimento ou não do corpo que é puxado (que no caso da figura 44 é o
noivo), são omitidas as forças na corda e na noiva. Assim, uma situação simplificada da figura
anterior é aquela representada na figura 45.
133
A direção da força de tração é a mesma do fio e o seu sentido é aquele em que puxa o
corpo.
134
fundamentos da mecânica e da termodinâmica para que ao final do curso ele seja capaz de
equacionar e resolver matematicamente problemas que envolvam os conceitos e os princípios
fundamentais da mecânica e da termodinâmica básica.
Força e massa, impulso, leis de Newton e suas aplicações, momento linear e sua conservação.
Forças no movimento circular uniforme.
4. Trabalho, Energia e sua conservação e Potência.
Trabalho de uma força constante e de uma força variável. Teorema trabalho-energia cinética;
Energia mecânica (Potencial gravitacional, potencial elástica e Cinética) e sua conservação;
Potência e eficiência.
5. Dinâmica rotacional
Momento de inércia, momento angular e sua conservação.
6. Gravitação Clássica
Introdução a Astronomia; Leis de Kepler; Lei de Newton da Gravitação;
7. Estática
Centro de massa, Alavancas e ferramentas. Treliças e estruturas de apoio.
8. Hidrostática
Densidade, Pressão, Princípio de Stevin, Principio de Pascal. Principio de Arquimedes.
Introdução a Hidrodinâmica.
9. Física Térmica
Temperatura e Calor; Escalas termométricas; Dilatação Térmica; Calorimetria.
10. Termodinâmica
Teoria Cinética dos Gases, Transformações Gasosas, Leis da Termodinâmica, Máquinas
Térmicas, Entropia.
Procedimentos Metodológicos
Recursos Didáticos
informática com no mínimo um computador para cada dois alunos, recursos de multimídia e
136
softwares específicos. Livro didático tradicional e notas de aulas desenvolvidas pelo próprio
professor.
Avaliação
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar