Importância Do Psicologo No Processo Bariátrico
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RESUMO
O presente estudo versa sobre a atuação do psicólogo nas equipes cirúrgicas de tratamento e controle da obesidade.
Seu principal objetivo foi buscar subsídios para compreender o papel e a contribuição do trabalho realizado pelos
psicólogos, com indivíduos obesos, no contexto da cirurgia bariátrica. Para alcançá-lo foi realizada uma pesquisa
qualitativa com duas psicólogas, dois cirurgiões e duas nutricionistas, integrantes de equipes multidisciplinares de
cirurgia bariátrica, contatados através da rede de contatos da pesquisadora. As entrevistas foram conduzidas a
partir de um roteiro, foram gravadas em material de áudio e transcritas. Todos os participantes assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido. Após a análise dos dados coletados e tratados com auxílio da técnica da
análise de conteúdo, os resultados obtidos revelaram que o suporte e preparo psicológico do paciente que se
submete à cirurgia bariátrica é fundamental para o seu sucesso. As formas de perceber e lidar com a doença –
obesidade – e com os efeitos provocados pela cirurgia bariátrica apresentam consideráveis diferenças entre os
pacientes que têm, e os que não têm acompanhamento psicológico. A maneira como é conduzido o processo de
avaliação, bem como as habilidades do profissional que o realiza, influenciam diretamente nos resultados
alcançados pelo paciente. Os resultados mostraram, ainda, que o trabalho do psicólogo que integra as equipes de
cirurgia bariátrica é tão importante e necessário, quanto desafiador. Justamente por isso é que houve destaque para
a especialização deste profissional e para a busca de conhecimento específico, para atuação neste contexto.
1
Psicóloga pela Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Email: luthfernandes@gmail.com
2
Psicóloga, Doutora em Psicologia pela PUCRS, professora da Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Email:
liza@pucminas.br
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Luciane Cristina de Souza Fernandes; Liza Fensterseifer
Alimentação e seus efeitos: contribuições do psicólogo
ao contexto da obesidade e da cirurgia bariátrica
ABSTRAC
The present work deals with the importance of the psychologist's performance in the surgical teams of treatment
and control of obesity. The study aimed to seek subsidies to understand the role and contribution of the work
carried out by psychologists, with obese individuals, in the context of bariatric surgery. To achieve this, a
qualitative research was carried out with two psychologists, two surgeons and two nutritionists, members of
multidisciplinary teams of bariatric surgery, contacted through the researcher's network of contacts. The
interviews were conducted from a script, lasted approximately thirty minutes, were recorded on audio material
and transcribed. All participants signed the Free and Informed Consent Form. After analyzing the data collected
and treated with the help of the content analysis technique, the results obtained revealed that the psychological
support and preparation of the patient who undergoes bariatric surgery is fundamental for its success. The ways
of perceiving and dealing with the disease - obesity - and the effects caused by bariatric surgery present
considerable differences between patients who have, and those who do not have, psychological counseling. The
way the evaluation process is conducted, as well as the skills of the professional who performs it, directly influence
the results achieved by the patient. The results also showed that the work of the psychologist who is part of the
bariatric surgery teams is as important and necessary as it is challenging. It is precisely for this reason that there
was emphasis on the specialization of this professional and the search for specific knowledge, to act in this context.
1 INTRODUÇÃO
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pelo índice de massa corpórea, (IMC), que se calcula, ainda de acordo com a OMS,
multiplicando o peso do sujeito por sua altura, elevada ao quadrado.
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possa tomar a decisão mais acertada, de maneira consciente e com expectativas realistas,
aderindo ao tratamento e seguindo as orientações. Justamente nesta seara é que se encontram
aspectos de ordem psicológica que precisam ser adequadamente mapeados e manejados, o que
abre espaço para a atuação do psicólogo, a quem cabe verificar as condições psíquicas do sujeito
e, ainda, auxiliá-lo no manejo das emoções que envolvem todo o processo.
Do ponto de vista histórico, Flores (2014) salienta que a partir de 1991 a presença do
psicólogo nas equipes multidisciplinares de cirurgia bariátrica começou a ser considerada
importante para o processo, embora ainda não fosse obrigatória. Foi em uma sessão plenária
realizada em 13 de maio de 2005, que o Conselho Federal de Medicina (2005) aprovou a
Resolução CFM No 1.766/05, que estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da
obesidade mórbida, dentre elas, a presença obrigatória do psicólogo nas equipes. A estes
profissionais cabe analisar a ausência de psicopatologias graves nos candidatos à intervenção,
sua capacidade de elaboração de conflitos, aptidão para avaliar o custo benefício da medida
cirúrgica. É ainda de sua responsabilidade verificar a percepção do paciente acerca da própria
imagem corporal e de si mesmo como pessoa, que vai para além de um corpo obeso.
(MACHADO, 2007).
Fernandes (2015a) aponta que ao se pensar na população obesa, é preciso ter em mente
tratar-se de um público diferenciado e peculiar e, em função disso, a avaliação destes pacientes
deve ser minuciosa e cautelosa. Isso torna a avaliação pré-bariátrica um trabalho complexo,
endereçando grande responsabilidade a quem o realiza. A autora ressalta que a obesidade e os
prejuízos causados por ela vão muito além do que se confere em estudos científicos. Pondera
que o sofrimento de cada obeso e a forma como cada um o vivencia é muito íntima e pessoal,
sendo que os significados atribuídos à própria doença interferem diretamente nos modos de
tratá-la. A autora conclui que é essencial que o profissional da Psicologia que trata deste público
possua o mínimo de conhecimento teórico sobre a obesidade, suas múltiplas causas e
consequências, e que tenha disposição para deixar de lado seus preconceitos e suas crenças
acerca do sujeito obeso, para que consiga, de fato, ajudá-lo.
No contexto da cirurgia bariátrica, uma das tarefas do psicólogo está atrelada ao processo
de avaliação psicológica do candidato à cirurgia bariátrica. Faz-se um contrato com o paciente,
no qual fica estabelecida a forma com que o processo será conduzido e, então, o psicólogo
elabora um plano de avaliação individualizado, específico para cada paciente. No que diz
respeito aos aspectos específicos que precisam ser considerados e avaliados em candidatos à
este tipo de cirurgia, diferentes autores (TRAVADO et al., 2004, FABRICATORE et al., 2006;
SNYDER, 2009; OLIVEIRA, 2015; FLORES, 2014; MACHADO, 2007; RIBEIRO et al.,
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quando manuseados de maneira competente. Bons exemplos disso são os testes psicológicos e
instrumentos de avaliação apontados no Protocolo Clínico da Comissão das Especialidades
Associadas (COESAS), da SBCBM (2015). No quadro 2 constam estes instrumentos, separados
de acordo com o domínio ou aspecto que avaliam.
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● Rorschach
● Zulliger
● Pirâmides Coloridas de Pfister
● Teste de Apercepção Temática (TAT)
Problemas decorrentes do uso de álcool
● Teste para Identificação de Problemas Decorrentes do Uso de Álcool (AUDIT)
Qualidade de Vida
● Bariatric Analysis and Reporting Outcome System (BAROS)
● Questionário de Qualidade de Vida (WHOQOL-100, WHOQOL-BREF)
● Questionário de Saúde Geral (QSG)
● Medical Outcomes Study 36 (SF-36)
Sintomas de Ansiedade e Depressão
● Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD)
● Inventário de Ansiedade de Beck (BAI)
● Inventário de Depressão de Beck (BDI-II)
Sono
● Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP),
● Escala de Sonolência de Epworth (ESE), Questionário de Berlim
Outros domínios relevantes
● Dor – Escala Visual Analógica (EVA), Questionário de Dor McGill (Short-Form McGill
Questionnaire – SF-MPQ),
● Suporte Social – Escala de Suporte Social (Seidl e Tróccoli, 2006), Escala de Percepção
de Suporte Social (EPSS) Estresse – Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de
Lipp (ISSL)
● Habilidades Sociais – Inventário de Habilidades Sociais (IHS)
● Aspectos neuropsicológicos (memória, flexibilidade cognitiva, função executiva) –
● RAVLT, Stroop e Minimental
Vale destacar que a escolha dos testes e técnicas depende de cada caso e situação, devendo o
psicólogo formular um plano de avaliação adequado à cada sujeito. Em função disso, demarca-
se a necessidade de especialização do profissional, para que, de fato, alcance a complexidade
exigida na condução de um processo de avaliação psicológica para o contexto da cirurgia
bariátrica.
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2 METODOLOGIA
Para que os objetivos propostos pudessem ser alcançados foi realizada uma pesquisa
qualitativa, da qual participaram dois cirurgiões, duas nutricionistas e duas psicólogas,
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O material coletado nas entrevistas com os profissionais foi examinado e tratado através
da técnica intitulada “Análise de Conteúdo”, que visa atribuir sentido aos dados. Para isso, as
falas dos entrevistados foram transcritas, lidas e interpretadas a partir de unidades de
significado, que em um momento posterior, foram agrupadas e definidas em categorias. Da
leitura das entrevistas emergiram quatro categorias de análise, a saber: 1. Suporte psicológico:
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A seguir são apresentados e discutidos os resultados observados em cada uma das categorias.
No que tange aos efeitos da cirurgia em sujeitos que puderam contar com
acompanhamento psicológico, os entrevistados concordam que quando este se faz presente, os
resultados são mais efetivos e duradouros.
Flores (2014) menciona que ao psicólogo é atribuída a missão de auxiliar o indivíduo na
importante tarefa de administrar e lidar com suas próprias emoções, especialmente àquelas
vinculadas à obesidade. Para esta autora, ainda que outras tarefas, como a orientação sobre
questões práticas da intervenção cirúrgica, também possam ser assumidas pelo profissional da
Psicologia, sua tarefa essencial é cuidar do emocional do sujeito. Justamente por isso é que uma
das psicólogas entrevistadas destacou que o grande diferencial em resultados da intervenção
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cirúrgica costuma ser observado nos pacientes que não interrompem o acompanhamento
psicológico depois da cirurgia:
Por outro lado, quando os pacientes não se envolvem de maneira integral no processo de
realização da gastroplastia, contemplando os cuidados físicos e psíquicos, e deixando o
acompanhamento psicológico em um segundo plano, ou mesmo abandonando-o, os
profissionais entrevistados foram unânimes em dizer que o tratamento fica comprometido.
Nestes casos, não apenas o emagrecimento pode ser ineficaz, como também se coloca em risco
a saúde do paciente, tanto física quanto mental.
Desse modo, explicita-se a contribuição que o psicólogo pode oferecer aos pacientes.
Não visa apenas o bem-estar do paciente, que é o objetivo maior, mas preconiza-se, também,
facilitar o manejo de toda a equipe multidisciplinar, junto a este sujeito. Compreende-se que
quando o paciente está de fato preparado do ponto de vista psicológico, ele tende a lidar melhor
com todo o processo e com os possíveis atravessamentos oriundos dele.
Outro resultado encontrado neste estudo diz respeito à forma com que a avaliação
psicológica de candidatos à cirurgia bariátrica tem sido conduzida pelos profissionais. As duas
psicólogas entrevistadas destacaram que como não há uma regulamentação que determine um
padrão para o processo avaliativo, o mais comum é que cada profissional o conduza de um
modo próprio. As participantes relataram que conduzem o processo de avaliação dos seus
pacientes de forma a identificar não apenas possíveis psicopatologias que possam comprometer
a segurança do procedimento, mas também o contexto em que cada um está inserido. Além
disso, buscam esclarecer se o paciente tem o máximo de informações sobre o procedimento ao
qual será submetido e se está apto, do ponto de vista psicológico, para lidar com a extensa gama
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de mudanças que ocorrerão em função da cirurgia, nos mais variados contextos do seu dia a
dia. Estes aspectos ficam claramente ilustrados na fala de uma das psicólogas entrevistadas:
As colocações desta entrevistada vão ao encontro do que preconiza Machado (2007), que
afirma que cabe ao psicólogo verificar a existência de psicopatologias graves nos candidatos às
cirurgias, e o quanto este indivíduo está apto para o manejo de conflitos ou situações
inesperadas. Além disso, é também de responsabilidade deste profissional, avaliar a aptidão do
indivíduo para mensurar o custo e o benefício de se submeter a um procedimento tão complexo.
Não menos importante, ele deve ainda verificar a percepção deste paciente acerca de sua própria
imagem corporal e de si mesmo como pessoa, que vai muito além de um corpo obeso.
Quanto à operacionalização do processo de avaliação, não houve total unidade nos relatos
das entrevistadas. Contudo, vale mencionar que ambas destacam a singularidade de cada caso,
o que acaba fazendo com que, de fato, a avaliação dos pacientes deva ser “desenhada”
individualmente, caso a caso. É interessante observar que nenhuma das duas psicólogas
entrevistadas faz uso de testes psicológicos ou instrumentos mais formais para a coleta de dados
que subsidiarão sua decisão. Elas afirmam que através das entrevistas e de uma anamnese
competente, conseguem realizar sua avaliação de maneira suficientemente segura, conseguindo
tomar sua decisão quanto à indicação ou eventual contraindicação do paciente ao procedimento.
Recortes extraídos de suas falas, evidenciam estes achados:
Não utilizo testagem. [...] prefiro conduzir meu processo de avaliação com entrevistas,
prefiro apostar em uma boa anamnese. O número de sessões varia com a necessidade
que percebo, e em seguida vem o laudo, onde indico ou não o procedimento.
(ENTREVISTADA 3)
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Os entrevistados afirmaram que quando há quadros psiquiátricos graves, mas que estão
sob controle, a contraindicação não é absoluta, e a indicação à cirurgia tende a estar vinculada
à avaliação e acompanhamento psiquiátrico contínuos.
Ainda como um desafio encontrou-se questões de ordem financeira, que acabam por
dificultar a adesão do paciente ao tratamento integral, já que um número considerável de
cirurgias é realizado através de planos de saúde. Os profissionais apontam que, geralmente, o
atendimento psicoterápico não está coberto pelo convênio médico do paciente. Afirmam ainda,
que quando existe a cobertura, há um limite para o número de sessões a serem autorizadas e
para o tempo de duração do atendimento. Em função disso, a maioria dos pacientes acaba
optando por não pagar as consultas com o psicólogo, pois se já pagam o convênio, não
concordam ou não consideram justo assumir mais esta despesa.
A análise desta categoria evidencia que embora já exista um reconhecimento do trabalho
realizado pelo psicólogo junto às equipes e aos pacientes obesos, ainda há muito o que se
conquistar. É fundamental a conscientização dos próprios pacientes sobre a necessidade de se
ter um bom processo de avaliação e, consequentemente, um melhor preparo para enfrentar o
desconhecido, que vem com a realização da cirurgia. Mesmo com algumas dificuldades
encontradas, no que diz respeito à liberação dos atendimentos pelos planos de saúde, o
profissional habilidoso e suficientemente instrumentalizado, será capaz de sensibilizar o
paciente, sobre a importância de sua adesão ao tratamento. Daí a importância da especialização,
achado que é tratado na categoria a seguir.
Observou-se como resultado deste estudo, que para inserção e prática profissionais
adequadas, competentes e seguras no contexto da obesidade, é fundamental o investimento em
formação específica, ideia destacada por todos os entrevistados. A fala a seguir ilustra bem o
achado:
A especialização do profissional contribui até mesmo para que a avaliação psicológica
não seja um mero requisito legal e, consequentemente, obrigatório, para que o
candidato à cirurgia esteja apto ao procedimento. Os pacientes relatam que esse
processo tem em média, duração de apenas uma sessão, com a função de torná-los,
parcialmente conscientes das mudanças que a cirurgia produziria em sua vida e as
regras e procedimentos que deveriam seguir para que minimamente fosse garantido o
sucesso do pós-operatório. Com base nesses dados, analisa-se que não há uma
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo buscar subsídios para compreender o papel e a
contribuição do trabalho do psicólogo com indivíduos obesos, no contexto da cirurgia
bariátrica. Através da análise dos conteúdos obtidos com a pesquisa, foi possível verificar, na
prática, como se dá o trabalho do psicólogo nesse contexto específico, qual sua função e suas
contribuições.
A partir das entrevistas foi possível perceber que para os membros da equipe
multidisciplinar de cirurgia bariátrica, a presença do psicólogo é fundamental, tanto para a
avaliação pré-cirúrgica, quanto para o acompanhamento pós-operatório. Também se verificou
que quando o paciente conta com a atuação do psicólogo, há maiores chances dele obter sucesso
em seu tratamento, enquanto que os resultados apresentam-se pouco ou nada satisfatórios em
situações em que os pacientes não têm acompanhamento psicológico e, consequentemente, não
aderem inteiramente ao tratamento. No que diz respeito à condução do processo de avaliação e
acompanhamento psicológicos dos candidatos à cirurgia bariátrica, as duas psicólogas
entrevistadas afirmaram que conduzem o processo de avaliação pré-cirúrgica em etapas, com
ênfase nas entrevistas e na anamnese. Os resultados alcançados revelaram que os principais
desafios do profissional da Psicologia são a falta de padronização nos processos de avaliação
pré-cirurgia, mostrar ao paciente a importância do acompanhamento pós-operatório e ajudá-lo
a administrar sua ansiedade.
Dentre as dificuldades da execução do trabalho, destaca-se a capacidade do paciente em
persuadir o profissional pouco preparado a indicá-lo à cirurgia, mesmo não estando realmente
pronto para isso, e a falta de especialização e preparo do psicólogo, para atuação neste contexto
específico. Para as potencialidades, houve destaque para o reconhecimento que o psicólogo vem
alcançando, pelo trabalho de preparação e acompanhamento dos obesos submetidos ao
tratamento cirúrgico. O sucesso dos pacientes que têm acesso ao tratamento psicoterápico, em
relação aos que não tem, é uma pauta importante, que potencializa a necessidade de
investimento nesta etapa do tratamento.
O presente estudo mostrou que o “ato” cirúrgico tem como principal objetivo alterar
fisicamente a anatomia de um órgão. Evidenciou-se que esta medida visa promover benefícios
à saúde e qualidade de vida do paciente obeso. Contudo, os resultados obtidos com a cirurgia,
descritos na literatura e observados na vivência junto a pacientes que foram submetidos a ela,
comprovam que ao consumá-lo, o bisturi do cirurgião vai muito além, atingindo, também, o
funcionamento psíquico do indivíduo. Neste cenário é que se explicita a relevância deste estudo
e dos resultados alcançados, já que eles enfatizam, justamente pelo envolvimento dos aspectos
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REFERÊNCIAS
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Pista: Periódico Interdisciplinar. Belo Horizonte, v.3, n.1, p.119-140, fev./jun. 2021 138
Luciane Cristina de Souza Fernandes; Liza Fensterseifer
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Pista: Periódico Interdisciplinar. Belo Horizonte, v.3, n.1, p.119-140, fev./jun. 2021 140