67 Receitas Mel Nativas Web
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67 Receitas Mel Nativas Web
SEM FERRÃO
67 receitas
com mel
de abelhas
nativas
Organizadores
Jerônimo Villas-Bôas
Janaina Fidalgo
INSTITUTO Fabio Menna
ATÁ Alex Atala
SÉRIE SEM FERRÃO
67 receitas
SÉRIE SEM FERRÃO | VOLUME 1
Este livro é fruto do Projeto Verde Mel, uma iniciativa do Instituto Atá em
parceria com a Sylvamo e a Associação Ambientalista Copaíba. O projeto tem com mel
de abelhas
o objetivo de difundir o conhecimento sobre as abelhas nativas e a importância
da conservação dos polinizadores.
nativas
Tendo em vista que o manejo sustentável das abelhas é ferramenta estratégica
para sua conservação, uma das vertentes de atuação do Verde Mel é a valori-
zação dos produtos da meliponicultura e a aproximação entre abelhas, produ-
tores e consumidores. Foi essa premissa que inspirou a elaboração deste livro
de receitas.
22-125006 CDD-641.5
Realização Parceiros
Autores
Adriana Lucena
Edição das receitas
Janaina Fidalgo
Agradecimentos
Andrea Barrichello
apresentação
Alex Atala Andrea Uchida
Alice Guedes Revisão Bel Coelho
André Saburó Benedito Uczai
Ab Aeterno
Ariani Malouf Carlos Barrichello Jr
Bárbara Verzola Cíntia Bertolino Este livro não é apenas um livro de receitas. É uma homenagem
Bel Coelho Fotografias Eduardo Prata às abelhas e aos guardiões das abelhas. Uma reafirmação do
Bela Gil Rubens Kato Fábio Perazzo papel socioambiental da gastronomia, dos cozinheiros e das cozi-
Brenda Freitas Flávio Yamamoto nheiras, que, por meio da interpretação de um universo amplo de
Carlos Kristensen Francisco Medeiros cores, aromas e sabores, nos convidam a conhecer mais de perto
Ilustrações
Chris Machado Gabriel Villas-Bôas
Diego Avellar a biodiversidade.
Debora Shornik Hermógenes Sá de Oliveira
Denise Rohnelt Araújo João Luís Lobo Biodiversidade aqui representada por 18 espécies de abelhas
Diogo Sabião Projeto gráfico Juliana Feres nativas brasileiras, originárias de todas as regiões do País.
Edinho Engel e diagramação Mara Salles Abelhas resguardadas por abnegados produtores, sem os quais
Fabiano Gregório Márcio dos Santos
teoMenna estúdio este livro não seria possível. Produtores que forneceram mel e
Fabrício Lemos Marcones Rios
pólen a 48 cozinheiros, cozinheiras, chefs e bartenders, que trou-
Felipe Rameh Murilo Drummond
Henrique Gilberto Produção de arte Neide Rigo
xeram em suas receitas a representação das regiões onde vivem
Ian Baiocchi e food styling Pedro Gonçalves e a diversidade do Brasil.
Ieda de Matos Ana Requião Renata Alves Uma vez que o mel de abelhas nativas também chegue na sua
Ilma Veras Roberto Oliveira
casa, na sua cozinha, na sua mesa e no seu paladar, o ciclo estará
Janete Borges Rubens Salfer
Assistência de arte completo; e o objetivo deste livro, alcançado.
Jean Ponce Salete Perin
e produção de objetos
Larissa Januário Sofie Swagerman
Kalymaracaya Nogueira Nicole Cahali Valeria Paschoal
Lisiane Arouca
Magda Moraes Culinaristas Receita da capa
Manu Buffara
Eduardo Tokushima Henrique Gilberto
Mara Salles
Flora Zelada
Marcelo Cotrim
Marcelo Schambeck
Márcio Ávila Equipe do
Mariana Gontijo Projeto Verde Mel
Marilia Zylbersztajn Annelise Rosa-Fontana
Maurício Barbosa Eduardo Prata
Neide Rigo Fabio Menna
Pablo Pavón Jerônimo Villas-Bôas
Paola Carosella Lilian Consalter
Paulo Anijar Mariana Cláudio
Paulo Leite Nara Pongitor
Paulo Machado
Rafael Welbert
Rita Medeiros
Rodrigo Bellora
Rodrigo Oliveira
Rubens Salfer “Catarina”
Saulo Jennings
Willem Vandeven
prefácio Mel, metáfora das delicadezas e primeiro recurso na cura dos males do
corpo e das tristezas, chás, lambedores, xaropes caseiros, garrafadas,
sempre estiveram presentes nas bulas de mães e avós. Entretanto,
poucos conhecem a extraordinária possibilidade do uso culinário
desse ingrediente.
Antes dos colonizadores e da chegada das abelhas estrangeiras,
o mel de abelhas nativas fazia parte da dieta dos indígenas que,
além das frutas, caças e raízes, se nutriam fartamente com essa
delícia, encontrada livremente na natureza. Davam preferência em
sorver os favos, mas também preparavam, e ainda preparam com
ele, fermentados alcoólicos para alegrar seus rituais. Era também o
caramelo do curumim.
Mel é sustança nas longas jornadas dos tropeiros, quando comida não
podia ser perecível e alguns plantios, além de sinalizarem os caminhos
na mata fechada, garantiam o restauro. Mandioca com mel é uma
fabulosa combinação criada por esses personagens históricos.
Como oferenda à Oxum, orixá das águas doces e conhecedora dos
segredos dos alimentos, prepare um prato delicado com o mais puro
mel e farinha de milho crioulo. Caipiras comem pão caseiro lambuzado
com mel, doce espera na boca do forno de barro.
Abelhas sem ferrão, que polinizaram nossos biomas, nossos alimentos
e nossa história, agora estão perdendo pomares de plantas nativas
(suas preferidas) e ambientes livres de contaminação por defensivos
agrícolas, que dizimam estas espécies.
Assim, nos unimos aqui para fomentar o uso dos produtos das
abelhas nativas na mesa cotidiana, compartilhando receitas com méis
complexos, frutados, ácidos e ligeiramente salgados, num deleitoso
trabalho de investigação. Ao degustar essas combinações, um gosto
de esperança aguça nossas papilas.
O chefe, hoje em dia, não é mais aquele que faz criações impactantes,
mas aquele que está preocupado em não impactar o meio ambiente,
seja na escolha do ingrediente ou na forma como trata seus resíduos.
O que move o trabalho dos cozinheiros são Ingredientes puros,
cultivados com respeito à natureza. Isso é o que mais nos inspira.
A multiplicação das abelhas é uma oportunidade de sobrevivência
para a própria humanidade. Elas precisam cumprir sua missão na
natureza para que não só o mel, mas outros tantos frutos da terra se
multipliquem e fiquem mais saudáveis e saborosos.
Mara Salles
chef do Tordesilhas [São Paulo]
10 as produtoras 15 tira-gosto
39 salada
49 prato feito
63 para a mistura
79 para acompanhar
89 sobremesa
111 para qualquer hora
144 os autores 129 bebidas
150 os fornecedores não alcoólicas
151 índice de abelhas 135 goró
9
as produtoras
Benjoí
Scaptotrigona 7
polysticta
Jupará
[AC, GO, MA, MT, MG, jandaíra-da-amazônia
PA, PI, RO, SP, TO]
Melipona interrupta
[AM, AP, PA]
2
Borá
Tetragona 3
clavipes
Canudo
[AC, AP, AM, BA, ES,
GO, MA, MT, MS,
Scaptotrigona
MG, PA, PR, PI, RS, nigrohirta
RJ, SC, SP] 8
[AC, AM, MA,
PA, RO, RR] Mandaçaia MQA
Melipona
quadrifasciata
anthidioides
[AL, BA, ES ,GO, MS, MG,
PB ,PE, RJ, SE, SP]
4
Guaraipo
pé-de-pau
Melipona bicolor
[BA, ES, MG, RJ, SP,
PR, SC, RS] 5
Jandaíra
Melipona
subnitida
[AL, BA, CE, MA, PB, 10
PE, PI, RN, SE] 9
Mandaçaia-da-caatinga
Melipona mandacaia Mandaçaia MQQ
[AL, BA, CE, MG, PB, PE, PI, RN, SE]
Melipona
6 quadrifasciata
quadrifasciata
Jataí
Tetragonisca [MS, MG, PR, RS, RJ, SC, SP]
angustula
[AP, AM ,BA, CE ,ES,
GO, MA, MT, MS,
MG, PR, PB, PA, PE,
RS , RJ, RO, SC, SP]
10 11
15
11
Mandaguari Tubuna
Scaptotrigona Scaptotrigona
postica bipunctata
[AC, CE, MA, MG ,PR,
[BA, CE, MG, GO,
PA, RS, RJ, SC]
MA, MT, MS, MG, PA,
PE, PI, RJ, SP, TO]
16
Uruçu-amarela
12
bugia, tujuba
Mandaguari- Melipona mondury
13
amarela [BA, ES, MG, PR, RS, RJ, SC ,SP]
Manduri Scaptotrigona
Melipona xanthotricha
obscurior [BA, ES, MG, PR,
RJ, SC, SP]
[SP, PR, SC, RS]
17
Uruçu-boca-de-renda
jandaíra-amarela
Melipona seminigra seminigra
[AC, AM, MA, MT, PA, RO, RR, TO]
14 18
Tiúba Uruçu-nordestina
uruçu-cinzenta Melipona scutellaris
Melipona fasciculata
[AL, BA, CE, PB, PE, RN, SE]
[MA, MT, PA, PI, TO]
12 13
1.
tira-gosto
para o recheio
• 100 g de queijo de cabra fresco
• 5 colheres (sopa) de coco licuri
torrado e picado
para servir
• mel de mandaçaia-da-caatinga
Bolinho de aipim,
de uruçu-amarela queijo de cabra,
Descasque o aipim e corte-o em
pedaços. Coloque em uma panela e
cubra com água. Cozinhe até ficar
Mel de
mandaguari-
amarela
Mel de manduri
20 1. tira-gosto
As abelhas
Quando o assunto é abelha, o mais comum é pensarmos Hoje, o mel dessa Benjoí, borá, Essa abelha trazida de outras terras é tão familiar para
naquelas amarelas e pretas, habitantes de colmeias e abelha é o mais canudo, guaraipo, nós, mas não sabemos que o nosso país possui diversas
dotadas de temíveis ferrões: a “abelha-do-mel”. Também as espécies nativas que também produzem mel.
presente na mesa jandaíra, jataí,
conhecemos como europeias, ou abelha-europa, e não é à
toa, já que as primeiras foram trazidas para o Brasil, no início
das famílias brasileiras, jupará, mandaçaia, Pertencentes a um grupo cientificamente chamado
do século XIX, por ordens religiosas interessadas no mel e na fazendo do inseto mandaguari, manduri, Meliponini, são espécies de abelhas que não têm
amarelo e preto o tiúba, tubuna e uruçu ferrão e estão presentes, exclusivamente, nas regiões
cera para a produção de velas.
tropicais e subtropicais da Terra. Daí a origem do nome
protagonista do nosso são algumas entre
Uma variedade africana dessa mesma espécie de abelha, meliponicultura, que consiste na criação racional das
cientificamente chamada de Apis mellifera, foi trazida por
imaginário quando centenas de abelhas abelhas sem ferrão, atividade esta que faz parte da
um pesquisador brasileiro, na década de 1950, para uma pensamos o que é nativas do Brasil e história e da cultura do Brasil e que promove benefícios
investigação científica, mas acabou saindo do controle. uma abelha. seus biomas. ambientais e sociais nos territórios onde é praticada.
Essa variedade africana se misturou com as europeias, que
Benjoí, borá, canudo, guaraipo, jandaíra, jataí, jupará,
já estavam no Brasil, e formou uma variedade chamada
mandaçaia, mandaguari, manduri, tiúba, tubuna e uruçu
“africanizada”, que se espalhou rapidamente e consolidou a
são algumas entre centenas de abelhas nativas do Brasil
apicultura do País. Hoje, o mel dessa abelha é o mais presente
e seus biomas.
na mesa das famílias brasileiras, fazendo do inseto amarelo e
preto o protagonista do nosso imaginário quando pensamos Essas abelhas, cujo mel está entre os ingredientes das
o que é uma abelha. receitas deste livro, nos convidam a experimentar esse
universo tão rico de sabores e conhecer mais de perto
a biodiversidade brasileira.
Apis mellifera
4 pessoas | 30 minutos
A cura leve, com esta mistura de sal e açúcar, drena um pouco
da umidade do peixe, deixando-o mais saboroso, com tempero
uniforme e uma textura firme. Se não tiver robalo, pode usar
outro peixe de carne branca, como a prejereba.
Mel de manduri
26 1. tira-gosto
A polinização
4 pessoas | 20 minutos para os bastões de queijo coalho Corte o queijo coalho em seis
• 200 g de queijo coalho bastões do mesmo tamanho e
Use um queijo coalho de
• 1 lata de cerveja pilsen reserve. Em uma tigela, coloque
boa qualidade, delicado e
• 1 ½ xícara de farinha de trigo a cerveja e a farinha de trigo.
com textura mais macia do Misture até a massa ficar fluída,
• ½ xícara de mel de mandaguari
que a dos industrializados. semelhante a um creme.
• 1 colher (sopa) de gergelim
Sugiro também recorrer a
uma cerveja pilsen artesanal para fritar Empane os bastões de queijo
• óleo de girassol, quanto baste nessa massa e frite, por imersão,
para preparar a massa com
em óleo bem quente. Retire
a qual os bastões de queijo
quando a massa estiver corada
serão empanados. e deixe escorrer em uma tigela,
forrada com papel absorvente.
© JERÔNIMO VILLAS-BÔAS
Mel de e salpique o gergelim.
mandaguari
28 1. tira-gosto
Tartar de atum,
ovas de peixe,
mel e pólen
por Edinho Engel
Mel e pólen
de jataí
30 1. tira-gosto
Tempurá de
peixinho, banana
e ponzu de
mel e pólen
por Bel Coelho
para o tempurá de
peixinho com banana
• 6 bananas-prata
maduras e firmes
• mel de uruçu-amarela a gosto
• 24 folhas de peixinho-da-horta
grandes (cerca de 10 cm)
• 3 ovos
• sal a gosto
• farinha de beiju,
quanto baste para empanar
• óleo de girassol, Mel e pólen
quanto baste para fritar de uruçu-amarela
para finalizar
• sal a gosto
• pimenta-do-reino a gosto
• azeite de oliva
extravirgem a gosto
• pétalas de flores comestíveis
• brotos ou folhas de coentro
Mel de
uruçu-amarela
35
Vieira, leite de castanha
de caju e mel
por Manu Buffara
Mel de
manduri
36 1. tira-gosto
2.
salada
Abobrinha,
berinjela, queijo
azul e mel Mel de
por Ian Baiocchi mandaçaia MQA
40 2. salada
Beterraba,
queijo de cabra
e vinagreta de mel
por Willem Vandeven
Se quiser preparar esta receita, mas estiver com pouco tempo para
esperar o iogurte dessorar, você pode recorrer a um atalho e usar
uma coalhada seca de boa qualidade. Mas é essencial assar as
Mel de beterrabas sobre uma cama de sal grosso, um processo que ajudará
uruçu-amarela a deixá-las com sabor bem concentrado e textura mais firme.
para o iogurte dessorado Dois dias antes de preparar a Tempere com pimenta-do-
• 1 copo de iogurte integral receita, coloque um copo de -reino e sal, transfira para
iogurte para dessorar. Estique um um saco de confeiteiro e leve
para a beterraba assada
tecido fino e limpo, exclusivo para à geladeira para ficar mais
• sal grosso para forrar a fôrma e
alimentos, sobre uma tigela. Ponha consistente.
cobrir as beterrabas
o iogurte, tampe com plástico-
• 4 beterrabas pequenas Para fazer a vinagreta, em
filme e deixe dessorar, dentro da
uma tigela, coloque o mel,
para a musse de queijo de cabra geladeira, por dois dias.
o suco de limão e o azeite e
• ½ copo de iogurte dessorado
No dia que for preparar a receita, misture com um mixer.
• 1 folha de gelatina sem sabor
preaqueça o forno a 180 °C. Aos poucos, adicione o azeite
• 150 g de queijo de cabra
Em uma fôrma, coloque sal grosso, de oliva e, com o mixer na
de textura mole
ponha as beterrabas por cima e maior velocidade, emulsione
• gelo
cubra com mais sal grosso. Asse bem. Reserve.
• ½ xícara de creme de leite fresco
por cerca de 1 hora. Deixe esfriar.
• pimenta-do-reino preta a gosto Quando as beterrabas
e moída na hora Enquanto isso, prepare a musse. estiverem frias, corte-as
• sal a gosto Hidrate a gelatina sem sabor, em quatro, mantendo os
conforme as orientações da contornos originais (lado
para a vinagreta de
mel de uruçu-amarela embalagem, e reserve. No copo arredondado e outro pontudo).
do liquidificador, bata o queijo Tempere com a vinagreta, um
• 4 colheres (sopa) de mel
de uruçu-amarela de cabra com ½ copo do iogurte pouco de pólen seco, pimenta
• 5 colheres (sopa) de suco dessorado. Transfira para uma sichuan e cebola-roxa. Em
de limão-taiti tigela e adicione a gelatina um prato raso, coloque alguns
• 3 colheres (sopa) de azeite hidratada. Acomode sobre uma pontos de musse de queijo
• flor de sal a gosto vasilha com bastante gelo para de cabra, a beterraba, as
baixar a temperatura. Enquanto sementes de romã e as folhas
para finalizar isso, em outra tigela, coloque o de trevo.
• pólen de uruçu-amarela seco creme de leite fresco e bata, com
a gosto um batedor de arame, até ganhar
• pimenta sichuan a gosto consistência. Com um pão-duro,
• cebola-roxa a gosto e cortada em incorpore delicadamente o creme
tiras finas à mistura de queijo, iogurte e
• sementes de romã a gosto gelatina, mantendo a tigela dentro
• folhas de trevo a gosto da vasilha com gelo.
© GABRIEL VILLAS-BÔAS
Mamão verde com Rúcula com vinagrete
mel de benjoí de mel de manduri
Mel de benjoí Mel de manduri
por Marcelo Cotrim por Alex Atala
4 pessoas | 50 minutos • 1 mamão formosa grande e verde Descasque o mamão e corte-o em 4 pessoas | 15 minutos para o vinagrete de mel Em uma tigela, misture os
No Brasil, o natural é esperar • sal a gosto tiras finas e compridas. Coloque Usar um ingrediente especial • ½ xícara de azeite ingredientes do vinagrete de mel
• suco de 4 limões-taiti ou galegos em uma tigela e tempere com • 1 colher (sopa) de mel de manduri e agite instantes antes de servir.
que mamões, mangas e jacas num preparo cotidiano é a
• 1 pimenta dedo-de-moça o sal e o suco de limão. Junte as • 3 colheres (sopa) de suco de limão
amadureçam, para que sejam premissa por trás desta receita. Em um prato raso, coloque uma
sem sementes e picada pimentas, as cebolas e o mel.
consumidos. Mas o uso de Um jeito de transformar uma para a salada camada de folhas de rúcula, o
• 3 pimentas-de-cheiro Misture bem e leve à geladeira
frutas imaturas, como se sem sementes e picadas trivial salada de rúcula, num • 1 maço de rúcula queijo parmesão e o vinagrete.
por 30 minutos. Antes de servir,
fossem legumes, é bastante • 2 cebolas-roxas cortadas adicione o coentro ou os brotos. prato singular, e de expressar • 2 xícaras de queijo parmesão
comum em muitos países em tiras finas a complexidade do mel de ralado fino e na hora
asiáticos e africanos. E é essa • 3 colheres (sopa) manduri, sem subterfúgios.
a proposta dessa salada de de mel de benjoí
• coentro fresco (ou brotos de
mamão verde, com inspiração
coentro) a gosto
tailandesa.
prato feito
para o pirarucu
• 1 colher (sopa) de manteiga
• 500 g de lombo de pirarucu
• 1 limão-taiti espremido
• 2 colheres (sopa) de mel de jupará
Mel de jupará
51
Frango ao molho
de tangerina e mel
por Ariani Malouf
para decorar
• 2 tangerinas cortadas ao meio
• 1 colher (sopa) de manteiga
• 2 colheres (sopa) de mel
• ⅓ de maço de cebolinha cortado
na diagonal (apenas a parte verde)
52 3. prato feito
Linguiça de pato
com lentilha,
mostarda e
vegetais
por Felipe Rameh
Mel de
jandaíra
56 3. prato feito 57
para a marinada Limpe o pato, retire o pescoço e faça Para preparar o acompanhamento,
• 1 pato inteiro a amarração das coxas e das asas, comece fazendo o que vamos chamar
(aproximadamente 2 kg) para que ele se mantenha uniforme. de xarope de mel. Leve ao fogo baixo
• ½ laranja Insira a metade de laranja no interior uma panela pequena, coloque o mel e
• suco de 5 laranjas do pato. Em uma tigela, misture os a essência de baunilha e deixe reduzir
• raspas de 2 laranjas ingredientes restantes da marinada. até ficar com a consistência de um
• 2 xícaras de vinho branco Em um saco plástico grande, coloque xarope ralo. Desligue e deixe esfriar.
• ¼ de xícara de azeite o pato e a marinada. Deixe por,
de oliva extravirgem Em uma assadeira, coloque os
pelo menos, 12 horas na geladeira –
• 2 colheres (sopa) de sal figos cortados e regue com metade
vire-o no meio do processo para o
do azeite, ⅔ do xarope de mel e
• pimenta-do-reino sabor penetrar na carne de maneira
branca a gosto polvilhe flor de sal. Leve ao forno
uniforme.
• 5 folhas de sálvia preaquecido a 200 °C por 7 minutos,
• 5 galhos de tomilho No dia seguinte, preaqueça o forno cuidando para que os figos se
a 160 °C. mantenham firmes.
• 5 folhas de louro
• 5 dentes de alho picados Faça a mistura de manteiga que irá Pincele a parte interna dos rabanetes
• 2 colheres (sopa) de pincelar o pato durante o processo. com o restante do xarope de mel.
gengibre ralado ou picado Aqueça uma panela pequena ou Em uma frigideira, em fogo baixo,
• 10 cravos-da-índia frigideira, apenas para derreter aqueça o azeite restante, coloque
• 1 colher (sopa) de mostarda a manteiga e adicione o mel e a os rabanetes, com o interior voltado
baunilha. Misture bem e reserve. para baixo, e deixe caramelizar – se
para assar
necessário, apoie outra frigideira por
• 2 cebolas Coloque o pato, ainda amarrado,
cima, para fazer peso nos rabanetes e
• tomilho a gosto com o peito virado para baixo, em
grelhar por igual.
• 500 g de batata-bolinha uma assadeira. Adicione as cebolas,
alguns ramos frescos de tomilho e o Para empratar, arrume os figos
para pincelar o pato
líquido da marinada. Pincele o pato e os rabanetes sobre as batatas,
• 3 colheres (sopa) de
com a mistura de manteiga. Cubra a decore com ramos de alecrim e
manteiga derretida
assadeira com papel-alumínio e asse cebola-francesa picada finamente
• 3 colheres (sopa) de
mel de uruçu-amarela por cerca de 1 hora e 30 minutos. e coloque o pato.
• 1 colher (sopa) de essência Retire a assadeira do forno, vire
de baunilha-do-cerrado ou o pato, pincele novamente com
baunilha-de-madagascar
a mistura de manteiga. Usando
para acompanhar uma faca, faça pequenos furos
• 30 ml de mel de nas batatas e coloque no fundo da
uruçu-amarela assadeira. Cubra, novamente, com
• 1 colher (sopa) de essência o papel-alumínio e leve ao forno,
de baunilha-do-cerrado ou até que a carne esteja macia por,
baunilha-de-madagascar aproximadamente, 1 hora.
• 8 figos maduros
• flor de sal a gosto Passado este tempo, retire o papel-
• 2 colheres (sopa) de -alumínio, pincele com a mistura de
azeite de oliva extravirgem manteiga e aumente a temperatura
• 10 rabanetes cortados para 180 °C. Pincele o pato a cada
ao meio, no sentido do 10 minutos, até ficar bem dourado.
comprimento Transfira o pato e as batatas para o
• ramos de alecrim a gosto recipiente que for servir e pincele a
• cebolinha-francesa picada mistura de manteiga pela última vez.
legumes e figos
Para conseguir esta linda cor
dourada, pincele a pele do
pato várias vezes, enquanto
ele estiver assando, com uma
por Mariana Gontijo
mistura feita com manteiga
derretida, mel de uruçu-amarela
Mel de
e baunilha-do-cerrado. uruçu-amarela
para a
mistura
Mel de jataí
Mel de uruçu-
nordestina
66 4. mistura
Barriga
de porco
com mel
por Rubens Salfer “Catarina”
4 pessoas | 40 minutos
Quando for dourar os cubos de barriga
de porco, não adicione óleo. A própria
banha da carne é o suficiente. Tanto que,
para diminuir a quantidade de gordura da
receita, sugiro retirar uma parte do que
ela soltar, antes de adicionar os outros
ingredientes. Um arroz cateto ou outro de
grão curto é um ótimo acompanhamento
para esta carne.
Mel de benjoí
Peixe ao molho
de mel e tucupi Mel de canudo
4 pessoas | 40 minutos para o molho de mel e tucupi Em uma panela, coloque o tucupi,
• 1 xícara de tucupi as pimentas e as folhas de alfavaca e
Gosto de fazer este prato com
• 1 pimenta-de-cheiro leve ao fogo por 20 minutos, ou até
mapará, um peixe bem gordo,
• 1 punhado de alfavaca reduzir um pouco. Dissolva a goma
amado por parte da população em água e adicione junto do mel e de
• 5 colheres (sopa) de
ribeirinha amazônica. Mas há, goma de tapioca uma pitada de pimenta desidratada.
claro, aqueles que o acusam de • 4 colheres (sopa) de água Coe e reserve.
ser pitiú. Sua pesca, em Cametá, • 1 colher (sopa) de mel de canudo
Tempere os filés de mapará com o sal
quando acaba a época do • pimenta desidratada a gosto
e a pasta de alho. Em uma frigideira
defeso, é uma tradição bonita
para o peixe antiaderente, bem quente, coloque
e marcante. Não dispondo do um fio de azeite e grelhe o peixe dos
• 4 filés de peixe
mapará, recomendo usar outro (mapará, se encontrar) dois lados, até dourar.
peixe de pele, de rio e que tenha • sal a gosto
sabor marcante. Pincele os filés de mapará com o
• pasta de alho a gosto
molho de mel e tucupi e sirva a seguir.
• azeite de oliva extravirgem
© JERÔNIMO VILLAS-BÔAS
72 4. mistura
Pernil de porco
ao molho de mel
e alecrim
por Ilma Veras
Mel de tubuna
para
acompanhar
4 pessoas | 40 minutos • 3 batatas-doces médias, Preaqueça o forno a 180 °C. 4 pessoas | 40 minutos para a berinjela Remova o cabo das berinjelas, corte-as
cortadas em cubos • 2 berinjelas ao meio, no sentido do comprimento
Quando precisar de uma Enquanto isso, coloque todos os Nasu dengaku é a maneira
• 3 batatas-inglesas médias, • 8 colheres (sopa) de vinagre e, usando a ponta da faca, risque
receita rápida e gostosa para cortadas em cubos ingredientes em uma assadeira, como a berinjela glaceada
• sal a gosto levemente a casca na diagonal, nos dois
servir como acompanhamento • ½ xícara de mel de misture bem, depois espalhe as com molho de missô é
• óleo para fritura sentidos, formando losangos.
de uma carne ou até mesmo uruçu-boca-de-renda batatas e asse por cerca de chamada na cozinha japonesa.
sozinha, como se fosse um • 1 pitada de pimenta jiquitaia 40 minutos, ou até que as batatas Nessa versão, uso mel de para o molho de missô e mel Coloque as berinjelas em uma vasilha
tira-gosto, prepare estas • sal a gosto estejam tenras e douradas. Sirva uruçu-nordestina, em vez • 2 colheres (sopa) de missô e espalhe sobre elas o vinagre e o
• pimenta-do-reino a gosto com galhos frescos de alecrim. • 8 colheres (sopa) de sal. Deixe descansar por 15 minutos.
batatas. O que faz toda a de saquê mirin, para trazer
• 1 ramo de alecrim mel de uruçu-nordestina Depois, lave em água corrente, seque
diferença aqui – além, claro, do doçura e brilho ao molho.
• 2 colheres (chá) de pólen bem e frite em óleo os dois lados,
mel de uruçu-boca-de-renda – até a casca ficar bem frita; e a polpa,
• 2 colheres (sopa)
é a jiquitaia, preparada a partir de gergelim torrado dourada. Deixe descansar em papel
de uma grande variedade absorvente, por cerca de 20 minutos.
de pimentas cultivadas nos
roçados das mulheres Baniwa, Para preparar o molho, em uma
vasilha, coloque o missô, o mel e
nas margens do rio Içana e
o pólen e misture bem, até ficar
afluentes, no Amazonas.
homogêneo. Sirva a berinjela, com a
casca para baixo e o molho por cima da
polpa. Finalize com o gergelim torrado.
Uma vez fermentado, o pólen adquire o aspecto de uma massa pastosa Vitamina B3 (niacina): essencial
para a produção de energia pelas
e ácida, que lembra uma mostarda. Por ser diferente do pólen in natura, nossas células e para a atividade
o produto das abelhas nativas recebe nomes especiais: saburá ou cerebral.
samburá, dependendo da região do Brasil. No mercado, é possível
Vitamina B6 (piridoxina):
encontrar o pólen de abelhas sem ferrão in natura – pastoso – ou essencial para a produção de
desidratado, em pó ou granulado. energia pelas nossas células e
é cofator para a produção de
Do ponto de vista nutricional, o pólen é um alimento capaz de contribuir serotonina, neurotransmissor
Farofa de
de forma relevante ao alcance das necessidades diárias de minerais relacionado com o humor e sono.
© GABRIEL VILLAS-BÔAS
Farofa de
Uarini com mel Mel de canudo
86 5. para acompanhar
6.
sobremesa
90 6. sobremesa
Chocolate,
Mel de tubuna
erva-mate,
butiá e mel
por Marcelo Schambeck
6 pessoas | 12 horas de descanso Comece preparando a musse. Para fazer o suspiro, coloque as
+ 1 hora e 30 minutos de preparo Derreta o chocolate e a manteiga claras na vasilha da batedeira e
em banho-maria e reserve. Em uma bata por 8 minutos. Sem desligar,
O butiá ou coquinho azedo –
panela média, coloque o açúcar e acrescente, aos poucos, o açúcar.
como o conhecem no centro do
a água. Leve ao fogo, até conseguir A mistura deve ficar brilhante e
país –, é um fruto muito comum uma calda em ponto de fio. Reserve. firme. Com uma espátula, espalhe
no Rio Grande do Sul e bastante sobre um tapete de silicone e
apreciado. Cozinhar com ele é Na vasilha da batedeira, coloque as
polvilhe a erva-mate por cima.
uma maneira de estimular gemas e bata até ficar com textura
Asse em forno a 160 °C, por cerca
de espuma. Em seguida, com a
o seu consumo, conservando, de 15 minutos ou até secar por baixo.
batedeira em funcionamento,
assim, o ecossistema ao qual Deixe esfriar.
adicione a calda em fio contínuo.
ele pertence. Junte o chocolate e a manteiga, bata Enquanto isso, prepare a calda.
por alguns minutos e transfira para Em uma panela média, coloque a
outra tigela. Reserve. polpa de butiá, o mel e a cachaça.
para a musse Leve ao fogo até levantar fervura.
Lave a vasilha da batedeira, coloque
• 200 g de chocolate amargo Desligue e deixe esfriar.
o creme de leite e bata até formar
• 6 colheres (sopa) de manteiga
picos macios. Utilize uma espátula Para a montagem, sirva uma colher
• 1 xícara de açúcar de silicone para incorporar esse generosa da musse, ponha a calda de
• ⅓ de xícara de água creme na mistura de chocolate. Lave, butiá e mel e, por cima, acomode um
• 4 gemas novamente, a vasilha da batedeira, pedaço do suspiro.
• 1 xícara de creme de leite fresco ponha as claras e bata até ficarem
• 2 claras com picos firmes. Utilize uma
para o suspiro espátula de silicone para incorporar,
aos poucos, na mistura de chocolate.
• 2 claras
Deixe na geladeira por 12 horas.
• 10 colheres (sopa) de açúcar
• 1 colher (sopa) de erva-mate
94 6. sobremesa
4 pessoas | 3 horas Comece pelo preparo do macaron.
Em uma tigela, peneire a farinha
Resgatar ingredientes locais
de pinhão e o açúcar de confeiteiro.
é uma das ideias por trás desta
Misture bem e junte metade das
sobremesa, especialmente pelo claras. Mexa até conseguir uma pasta
uso do pinhão, do butiá, do grossa. Reserve.
mel e pólen de manduri. É um
pouco demorada e trabalhosa, Em uma panela, coloque a água e
o açúcar cristal. Leve ao fogo por
mas o resultado compensa
10 minutos e reserve. Enquanto
cada minuto.
isso, bata a clara restante em ponto
de neve. Aos poucos, despeje a
calda sobre a clara já em neve para
para o macaron conseguir um merengue brilhante.
• 1 xícara de farinha de pinhão
(ou farinha de amêndoas) Em uma tigela grande, misture
• 1 xícara de açúcar de confeiteiro metade do merengue com a pasta de
farinha de pinhão até homogeneizar.
• ½ xícara de clara de ovo
Acrescente a segunda metade do
• 2 colheres (sopa) de água
merengue e mexa lentamente até
• 1 xícara de açúcar cristal
dar o ponto. Transfira para um saco
• 2 colheres (sopa) de matchá
de confeitar e pingue pequenas
de erva-mate
porções (discos de 3 a 4 cm) sobre
para a ganache um tapete de silicone. Bata
• ½ xícara de polpa de butiá (ou levemente a fôrma para que o
alguma outra fruta nativa ácida) macaron fique uniformizado.
• ½ xícara de mel de manduri
• 2 colheres (sopa) de manteiga Preaqueça o forno a 120 °C. Polvilhe
o matchá sobre os macarons e deixe
• ½ xicara de creme de leite fresco
descansar por 10 minutos. Asse por
• 1 xícara de chocolate branco
15 minutos, retire e deixe esfriar
• 2 colheres (café) de pólen
de manduri antes de desenformar.
Macaron de pinhão,
Transfira para um saco de confeitar
e mantenha na geladeira.
ganache de mel,
Escolha dois merengues do mesmo
tamanho, recheie próximo da borda
com a ganache e, no centro, ponha
pólen e butiá
um pouco da redução de polpa de
butiá. Feche com o outro merengue.
50 minimadalenas | 40 minutos • ½ xícara de manteiga Derreta a manteiga e reserve. 6 pessoas | 40 minutos para a musse Coloque as gemas peneiradas
sem sal Na vasilha da batedeira, equipada • 2 gemas (para remover a pele) na vasilha da
Uma vez que você domina a O uso de uma folha de gelatina
• 4 gemas de ovo com o globo, bata as gemas com • 1 colher (sopa) de açúcar batedeira e bata com o açúcar, até
receita básica das madalenas – • 3 colheres (sopa) de
sem sabor e vermelha nesta
2 colheres (sopa) de açúcar. Adicione • 500 ml de leite integral dobrar de volume.
sim, prefiro chamá-las assim, açúcar refinado o mel e continue a bater por cerca de
musse é um recurso estético,
• 250 g de nata
de maneira abrasileirada –, • 2 colheres (sopa) de mel quase nostálgico, de dar a ela Em uma panela, coloque essa gemada
3 minutos, até atingir ponto de fita. • 1 xícara de mel de jataí
depois é só seguir brincando e de jupará uma cor delicada e atraente. e junte o leite. Misture bem e leve
Em outra tigela da batedeira, bata • 2 claras ao fogo baixo, mexendo sempre, até
ir testando novos ingredientes • 2 claras de ovo Se preferir que ela fique
as claras em neve com o açúcar • 5 folhas de gelatina sem sabor começar a ferver. Retire do fogo e
e combinações. Já usei • ¾ de xícara de farinha branquinha, é só usar (4 incolores e 1 vermelha)
de trigo branca restante, até atingir ponto de pico deixe esfriar.
baunilha-do-cerrado e até todas incolores. • ½ xícara de água quente para
peneirada suave. Incorpore as claras em neve
outros méis de abelha nativa, hidratar a gelatina Em uma tigela, misture bem a nata
• ½ colher (chá) de e os ingredientes secos à mistura
como o de uruçu-boca-de-renda. fermento em pó e o mel. Reserve.
de gemas, alternadamente. Junte a para finalizar
• 1 pitada de sal manteiga derretida, misture bem e • frutas vermelhas frescas Hidrate as gelatinas de acordo com
deixe a massa descansar na geladeira de sua preferência as orientações do fabricante.
por 20 minutos.
Bata as claras em neve e acrescente,
Unte as fôrmas de madalenas com delicadamente, a mistura de nata e
manteiga e farinha e, com o saco de mel e também a de gemada e leite.
confeitar, pingue a massa na fôrma, Adicione as gelatinas hidratadas e
de maneira a preencher apenas ⅔ do mexa até ficar bem homogênea.
espaço, porque ela crescerá bastante.
Asse por, aproximadamente, Coloque em taças individuais e leve
10 minutos a 180 °C. Desenforme à geladeira para a musse ficar firme.
antes de esfriar. Na hora de servir, decore com as
frutas vermelhas de sua preferência.
Mel de jataí
6 pessoas | 2 horas e 30 minutos • 2 xícaras de leite integral Quando ficar bem frio, junte a
• 1 colher (chá) de açafrão-da-terra ½ xícara de mel e misture até ficar
Esta é uma receita de sorvete
• ½ xícara de açúcar uniforme. Leve ao congelador por
adaptada para os recursos
• 3 gemas de ovos caipiras 2 horas, em uma tigela com tampa ou
caseiros. O processo de pôr fechada com filme-plástico.
• 2 xícaras de creme de leite fresco
e tirar do congelador dá um Na metade do tempo, retire do
• ½ xícara de mel de uruçu-amarela
pouco mais de trabalho, mas + um pouco para finalizar congelador e use a batedeira para
é um método alternativo que deixar a mistura aerada, mais fofa
dispensa a necessidade de e macia. Volte ao congelador até
ter uma máquina própria para Em uma panela, coloque o leite, o completar o tempo.
fazer sorvete. açafrão-da-terra, o açúcar e as gemas
peneiradas para remover a pele. Para servir, faça bolas com uma
Leve ao fogo e deixe ferver por colher própria para sorvetes, que
5 minutos, mexendo muito bem. pode ser mergulhada em uma vasilha
Acrescente o creme de leite e retire com água quente, para facilitar a
do fogo. Deixe esfriar. moldagem das bolinhas. Sirva o
sorvete e derrame um pouco de mel
Mel de
uruçu-amarela de uruçu-amarela.
© GABRIEL VILLAS-BÔAS
106 6. sobremesa
Torta de coalhada
com figo e mel
por Marilia Zylbersztajn
Mel de canudo
para
qualquer hora
112 7. para qualquer hora 67 receitas com mel de abelhas nativas 113
Bijajica
com manjar
de mel
por Fabiano Gregório
Mel de jataí
114 7. para qualquer hora 67 receitas com mel de abelhas nativas 115
Bolo com mingau
de bocaiuva
por Kalymaracaya Nogueira
6 pessoas | 50 minutos
para finalizar
• castanha de baru torrada a gosto
para a farofa
• 100 g de castanha de baru
• 100 g de farinha de mandioca
• 1 colher (sopa) de açúcar
de confeiteiro
Mel de
• flor de sal a gosto mandaçaia MQA
para os acompanhamentos
Em uma vasilha, bata, com • 100 ml de mel de jandaíra
um batedor de arame, o ovo, a • 250 g de queijo de cabra ou
manteiga, o leite de coco, o leite de ovelha em pasta
e o mel. Acrescente a farinha de
puba, aos poucos, até que fique
bem aerado. Adicione a raspa de Em uma vasilha, coloque todos os
cumaru a gosto – cuidado para ingredientes e misture bem, usando
mel e cumaru
de arroz, uma fôrma com furo
de couro
de óleo e, quando estiver quente,
no meio, de 15 cm de diâmetro. comece a fazer as panquecas. Com
Despeje a massa, delicadamente, uma concha, coloque uma porção
e leve ao forno preaquecido a de massa no centro da frigideira e
por Ieda de Matos 200 °C, por, aproximadamente, por Adriana Lucena gire-a, com o punho, a fim de espalhar
28 minutos ou até as bordas a massa. Utilize uma espátula para
começarem a ficar douradas. verificar se as bordas estão começando
a soltar. Se sim, vire e frite do outro
lado – rende oito panquequinhas com
cerca de 10 cm cada uma.
120 7. para qualquer hora 67 receitas com mel de abelhas nativas 121
Lelê com mel
por Ieda de Matos
1 pessoa | 10 minutos • 1 cm de raiz de cúrcuma ou No copo do liquidificador, 4 pessoas | 40 minutos • 1 xícara de aveia em flocos Coloque a aveia, o cravo e a canela
Popular entre os praticantes açafrão da terra fresco, com coloque a cúrcuma, o gengibre,
ou sem pele • 1 pitada de cravo em pó em uma panela e leve ao fogo alto.
da medicina ayurvédica, o leite, a pimenta, a noz-moscada, Um mingau bem-feito é uma
• 1 cm de raiz de gengibre fresco, • 2 unidades de canela em pau Adicione a água, o leite de coco e
que atribuem poderes anti- a canela, o mel e a fruta. Bata bem comida de alma, que acolhe e
com ou sem pele • 200 ml de água deixe ferver. Junte o sal, abaixe o
-inflamatórios e antioxidantes e beba na hora. Se quiser, pode conforta em qualquer momento.
• 1 xícara de leite da sua • 3 xícaras de leite de coco fogo e cozinhe por 15 minutos.
consumir quente no inverno – Esta versão do clássico mingau
à cúrcuma, esta bebida preferência • sal a gosto Mexa com frequência para evitar que
é só não colocar a fruta e o gelo. de aveia leva coco ralado, leite
costuma ser feita com leite • pimenta-caiena a gosto • ⅓ de xícara de castanha a aveia grude no fundo da panela.
vegetal. Você pode usar o que • noz-moscada ralada na de coco, banana-da-terra e... de caju picada
Quando o mingau estiver pronto,
preferir – eu gosto de fazer hora a gosto uma boa porção de mel de • ½ copo de coco ralado adicione as castanhas e o coco
com o de aveia ou de coco. • ½ colher (café) de canela em pó jandaíra, abelha-símbolo do • canela em pó a gosto ralado. Mexa bem. Decore com
A adição de mel de borá dá um • 1 colher (sobremesa) de sertão nordestino. • 1 banana-da-terra cozida canela em pó, banana-da-terra
mel de borá e cortada em rodelas
sabor especial a essa versão. e o mel.
• ½ banana ou 1 fatia • mel de jandaíra a gosto
de manga (opcional)
• cubos de gelo (opcional)
124 7. para qualquer hora 67 receitas com mel de abelhas nativas 125
Tapioca
de beterraba
com mel
por Rodrigo Oliveira
para o recheio
• 3 colheres (sopa) de queijo
de cabra triturado
• ½ xícara de rúcula, agrião ou
folhas de sua preferência
• 1 colher (sopa) de mel de tubuna
Mel de tubuna
bebidas
não alcoólicas
Mel de
Mel de benjoí uruçu-amarela
goró
Mel de
Mel de jataí uruçu-amarela
1 pessoa | 10 minutos
para o drinque
• 1 flor de coentrão
para o drinque • 15 ml de mel de tubuna
• 30 ml de cachaça • 50 ml de cachaça
envelhecida em carvalho • 30 ml de jerez fino
• 30 ml de Lillet Blanc • cubos de gelo
• 30 ml de jerez fino
para a guarnição
• 1 colher (bailarina) de
• 1 flor de coentrão
mel de mandaguari
• 2 dashes de bitter de laranja
• gelo triturado
Em um mixing glass,
• cubos de gelo
coloque a flor do coentrão
para a guarnição e macere. Acrescente o
• 1 pitada de flor de sal mel, a cachaça, o jerez e
• casca de laranja-baía mexa. Complete com gelo
e mexa até gelar. Coe com
uma peneira fina para uma
Em um mixing glass gelado, taça coupè, previamente
coloque a cachaça, o Lillet gelada. Decore com a flor do
Blanc, o jerez, o mel e o bitter coentrão e sirva.
de laranja. Junte 5 cubos de
gelo, de 3 mm × 3 mm, e mexa
por 15 segundos ou até gelar ao
seu gosto. Coe para um copo de
uísque, com um cubo de gelo, e
finalize com 1 pitada de sal por
cima e a casca de laranja-baía.
Mel de
mandaguari Mel de tubuna
1 pessoa | 10 minutos
para o drinque
• 5 folhas de salsinha
para o drinque • cubos de gelo
• 30 ml de gim • 40 ml de cachaça envelhecida
• 30 ml de jerez fino em bálsamo
• 20 ml de vermute seco • 20 ml de mel de jataí
• 10 ml de mel de jataí • 20 ml de suco de maracujá
• cubos de gelo • 10 ml de suco de limão-taiti
para a guarnição para a guarnição
• casca de 1 limão-siciliano • flores comestíveis
• 1 colher (café) de mel de jataí
para a guarnição
• casca de limão-siciliano
• Angostura bitter
Mel de tubuna
144 145
Fabrício Lemos é chef dos restaurantes Origem, Ieda de Matos é chef do restaurante Casa de Ieda, Larissa Januário é jornalista, cozinheira, colunista Mara Salles é cozinheira, pesquisadora, professora
Ori, Omí e do Gem Mini Bar, todos eles em Salvador em São Paulo (SP). O interesse pela comida nasceu e apresentadora do programa Jantar o quê?, do e chef-proprietária do restaurante Tordesilhas, em
(BA). Estudou na Le Cordon Bleu, nos Estados Unidos, na infância, acompanhando a família na cozinha e canal de televisão por assinatura Sabor & Arte, do São Paulo (SP). Criou o primeiro módulo de cozinha
onde morou por 14 anos e trabalhou em restaurantes colhendo ingredientes no quintal de casa, na Chapada grupo BandTV. Há 15 anos, criou o blog Sem Medida, brasileira para estudantes de Gastronomia em nível
da cadeia de hotéis Ritz-Carlton. Em 2015, retornou ao Diamantina (BA). Aprendeu a pubar mandioca para falar sobre comida e compartilhar as receitas superior na Universidade Anhembi Morumbi. É
Brasil e assumiu a cozinha do restaurante Amado, em no rio, com o pai, além de compreender desde que gostava de preparar. Pouco depois, as receitas autora do livro Ambiências – Histórias e receitas do
Salvador (BA). No ano seguinte, ao lado da esposa e cedo a importância da agricultura familiar em sua autorais do Sem Medida viraram coluna na revista Brasil, prêmio Jabuti de Gastronomia em 2012. Há
sócia, a chef pâtissière Lisiane Arouca, abriu o Origem. comunidade. Em São Paulo (SP), Ieda teve outros Marie Claire. Goiana radicada em São Paulo, Larissa mais de 30 anos, o premiado restaurante Tordesilhas
Natural de Salvador, Fabrício Lemos inspira-se na ofícios antes de abraçar a gastronomia. Fez estágios na costuma se apresentar como uma jornalista que é referência de cozinha brasileira. Faz parte, desde
tradição e nos ingredientes baianos oriundos de várias Bélgica e, ao voltar ao Brasil, investiu na comida de rua cozinha e uma cozinheira que escreve. 2015, do Cumari From Rainforest to Table [Cumari,
regiões do estado. com a Kombi Bocapiu, que servia comidas nordestinas. da floresta tropical à mesa], grupo internacional
Em 2017, abriu a Casa de Ieda, especializada em Kalymaracaya Nogueira é chef e natural da formado por chefs, antropólogos, historiadores,
Felipe Rameh é chef, consultor, professor de receitas de sua terra natal. Comunidade Indígena Terena, de Mato Grosso do cientistas e artistas que estuda os ingredientes, povos
culinária e apresentador do programa Coisas daqui, do Sul. Formada em Turismo e Gastronomia e pós- e modos alimentares das Amazônias na América.
canal de televisão por assinatura GloboPlay. Formado Ilma Veras é cozinheira e doceira. Piauiense de graduada em História e Cultura Indígena e Afro-
em Gastronomia, trabalhou com o chef Alex Atala, no Parnaíba, desde criança se sentia atraída pela -Brasileira, divulga a gastronomia ancestral brasileira Marcelo Cotrim é consultor e chef do Cotrim
D.O.M., por quase quatro anos. Na Europa, passou pelo algazarra festiva que reinava na cozinha de sua e trabalha com ingredientes cultivados em sua Gastronomia, empresa de catering em Cuiabá (MT).
Mugaritz, no País Basco, pelo Le Chalet de la Forêt, casa. Acompanhava a mãe, excelente cozinheira, aldeia. Secretária do Conselho Comunitário Urbano Antes de descobrir sua verdadeira vocação, estudou
na Bélgica, e pelo Canteen, em Londres, Inglaterra. durante o preparo das refeições da família. Mais Indígena de Campo Grande (MS), desde 2014 atua no Sistemas de Informação e Publicidade, teve um lava-
De volta ao Brasil, comandou o Benedita Bistrô, em tarde, começou a se encantar pelo processo de Movimento Slow Food. -jato e uma agência de turismo. Foi, então, estudar
Muriaé (MG), o Trindade e o Alma Chef, ambos em transformação dos alimentos e a experimentar Gastronomia e fez pós-graduação em Cozinha
Belo Horizonte (MG). Atualmente recebe pequenos ingredientes e sabores desconhecidos. Estudou Lisiane Arouca é chef-confeiteira e sócia, junto do brasileira. Apaixonado pelos ingredientes brasileiros,
grupos para vivências gastronômicas e artísticas no Filosofia em Teresina (PI) e, mesmo depois de marido, Fabrício Lemos, dos restaurantes Origem, trabalha pela valorização da tradição da cozinha
lugar onde mora e trabalha, na Casa Floresta, em formada, persistiu na carreira gastronômica. Ori e Omí, além do Gem Mini Bar, todos em mato-grossense e sente-se privilegiado por ter a
Bragança Paulista (SP). Salvador (BA). Desde criança, os doces chamavam seu alcance ingredientes de três biomas brasileiros:
Janete Borges é chef-executiva do restaurante sua atenção. Nas férias em Ilhéus (BA), gostava de Pantanal, Cerrado e Amazônia.
Henrique Gilberto é consultor e chef de cozinha Vista Nipô, em Florianópolis (SC). A paulista de São ficar na cozinha com as tias confeiteiras. Estudou na
do restaurante Cozinha Tupis. O interesse pela José dos Campos, de tanto acampar com a família Faculdade de Belas Artes da Universidade Federal Marcelo Schambeck é chef-proprietário dos
gastronomia veio da família: o avô gostava de testar em Ubatuba e Caraguatatuba, despertou interesse da Bahia e, depois, Gastronomia. Trabalhou em restaurantes Capincho e Lambari, ambos em Porto
pratos para aprender mais sobre outras culturas pelas coisas que vêm do mar. Aos 20 anos, se mudou restaurantes em Salvador e foi sócia do 4Chef ’s. Alegre (RS). Formado em Gastronomia, trabalhou
e o pai o apoiava no interesse por conhecer novos para São Paulo (SP) para estudar propaganda e com as chefs Flávia Quaresma, Neka Menna Barreto
ingredientes. Aos 15 anos, ajudava na limpeza da marketing, mas foi fazendo um bico como garçonete Magda Moraes é pesquisadora, consultora e chef do e Helena Rizzo. Tem como referência para suas
cozinha do Xapuri, referência da culinária mineira no que seu interesse profissional mudou para a Aipim Cozinha de Raízes, em Campo Grande (MS). criações, a cultura, os ingredientes, a sazonalidade
país. No Rio de Janeiro (RJ), trabalhou no Carême, da gastronomia. Se formou na escola de cozinheiros Economista de formação, é cozinheira autodidata e o receituário tradicional do sul do País. A convite
chef Flávia Quaresma e, em São Paulo (SP), trabalhou do Senac, trabalhou no D.O.M.; Em Santa Catarina desde 1996. Em seu restaurante, trabalha com da Embaixada do Brasil, mostrou um pouco da
no D.O.M., do chef Alex Atala. Passou por restaurantes esteve à frente do restaurante Pulau Magik, na Lagoa ingredientes locais e produtos que levam à mesa um cozinha nacional em jantares na Índia, Paquistão
na França, na Espanha e pela Osteria Francescana, da Conceição. Parte de seu tempo é dedicado à pouco das tradições regionais. Como pesquisadora, e África do Sul.
em Modena, Itália, do chef Massimo Bottura. Abriu o Charcutaria do Mar, projeto que estuda técnicas desenvolveu o projeto Bocaiuva: Palmeira da Paz e
Cozinha Tupis, no Mercado Novo, em Belo Horizonte para a cura e defumação de peixes, crustáceos participou dos livros Comida, mulheres e memórias Márcio Ávila é chef do Bistrô Pelotense, em Pelotas
(MG), em 2018. e moluscos. teréna e Cozinha pantaneira: comitiva de sabores. (RS). Além de cozinheiro, define-se como um
anfitrião por vocação. Em seu restaurante, combina
Ian Baiocchi é empresário e chef do restaurante Íz e Jean Ponce é bartender e sócio-proprietário Manu Buffara é chef dos restaurantes Manu, em elementos da tradição gaúcha com os quais sempre
de mais cinco endereços em Goiânia (GO). Estudou dos bares Guarita, Baixo Guarita, Fechado, Curitiba (PR), e Ella, em Nova York (EUA). Desde a quis trabalhar: parrilla, fogão e forno a lenha.
Gastronomia no Centro Universitário Senac, em Confessionário e da rede de hamburguerias Patties. abertura do Manu, com cardápio em que 80% dos À cozinha de fogo, junta ingredientes cultivados
São Paulo (SP), e trabalhou em alguns dos principais Formado em Hotelaria, começou a se interessar por ingredientes são produzidos num raio de até 300 km, localmente e incentiva os clientes a se tornarem
restaurantes da cidade, como D.O.M., Maní e o extinto mixologia no extinto Urbano Club. Por seis anos, foi a chef tem ações voltadas à preservação das abelhas mais conscientes sobre a origem dos alimentos que
Eñe. Foi para a Espanha completar sua formação chefe de bar do restaurante D.O.M. e de outras duas nativas brasileiras, à criação de hortas comunitárias consomem. Referência na região, o cardápio do
nos estrelados El Celler de Can Roca e Mugaritz. casas do grupo liderado pelo chef Alex Atala –Dalva e à valorização dos jovens agricultores e pescadores. bistrô traz releituras do receituário clássico pelotense
Em 2012, de volta a Goiânia, abriu seu primeiro e Dito e Riviera Bar. É reconhecido pela pesquisa e Criado em 2020, o Instituto Manu Buffara é e pratos autorais de Márcio.
empreendimento, o Ian Baiocchi Buffet & Catering. valorização da cachaça, além de ser um entusiasta responsável pelo evento anual Alimenta Curitiba, que
Em 2015, abriu o Íz Restaurante, casa que combina a de ingredientes brasileiros na coquetelaria. promove a distribuição de alimentos e os programas
tradição regional com a influência espanhola. de educação e inserção social.
146 147
Mariana Gontijo é cozinheira, quitandeira e chef Pablo Pavón é chef e sócio-proprietário do Paulo Machado é professor, mestre em Rodrigo Oliveira é chef do restaurante Mocotó, na Vila
do restaurante Roça Grande, em Belo Horizonte (MG). restaurante Soeta, em Vitória (ES). Equatoriano Hospitalidade, fundador do Instituto de Pesquisas Medeiros; Mocotó Café, no Mercado de Pinheiros e no
Advogada de formação, abandonou o Direito para se de Quito, começou a carreira na França até se Paulo Machado, no Mato Grosso do Sul, e autor Shopping D; Balaio, no Instituto Moreira Salles, todos eles
dedicar à cozinha. Abriu seu restaurante e armazém, mudar para a Espanha, onde trabalhou em do livro Cozinha Pantaneira. Formado em em São Paulo (SP); e do Caboco, em Los Angeles, Estados
em 2017, inspirada pela cultura alimentar, comércio restaurantes renomados como Terrazas Del Direito e Gastronomia, pesquisa a culinária Unidos. No Mocotó, restaurante fundado por seu pai, em
justo, agricultura familiar e agroecologia. Apaixonada Casino, Martín Berasategui, Sant Pau e Mugartiz. latino-americana. Em 2017, criou as expedições 1973, criou o dadinho de tapioca, petisco replicado pelo
pelo Cerrado, dedica-se à pesquisa, divulgação e defesa Integrou, por quatro anos, a equipe do extinto gastronômicas Brasil FoodSafaris, medalha de país afora. É autor de Mocotó – o pai, o filho e o restaurante,
de seus frutos, saberes e povos tradicionais. Ativista El Bulli, restaurante do chef Ferran Adrià. Foi lá que ouro do WTM Responsible Awards Latin America Melhor Livro de Gastronomia do Brasil pelo Gourmand
pelo protagonismo e valorização da mulher na cozinha, conheceu a chef capixaba Bárbara Verzola, de melhor atração em Patrimônio Cultural. Cookbook Award, em 2018. Em 2020, criou com sua
criou O Tacho – Centro de Cultura Alimentar, empresa com quem abriu o Soeta, em 2010. Atualmente, vive em Barcelona, Espanha, e companheira, a historiadora Adriana Salay, o Quebrada
de consultoria com projetos de capacitação para o participa do programa Brasil em Sabores do Alimentada, projeto que fornece refeições e cestas básicas
resgate da identidade e cultura alimentar. Paola Carosella é cozinheira, chef do restaurante Ministério das Relações Exteriores, que divulga para centenas de famílias afetadas pela insegurança
Arturito, sócia-proprietária da rede La Guapa e a gastronomia nacional pelo mundo. alimentar, na Vila Medeiros, em São Paulo (SP).
Marília Zylbersztajn é confeiteira e proprietária da YouTuber. Nasceu em Buenos Aires, Argentina,
Confeitaria Marília Zylbersztajn, em São Paulo (SP). em uma família de imigrantes italianos. Começou Rafael Welbert é mixologista e consultor de bar Rubens Salfer, conhecido como “Catarina”, é
Desde a adolescência gostava de cozinhar e preparar a cozinhar aos 20 anos com chefs como Paul Azema no Balaio IMS, restaurante do chef Rodrigo Oliveira, chef-executivo do Grupo D.O.M. Estudou Gastronomia
doces. Formada em Psicologia, continuou a cozinhar e Francis Mallmann. Passou por restaurantes na em São Paulo (SP). Capixaba de Vitória, viveu a na Universidade Vale do Itajaí, em Santa Catarina (RS),
por prazer, até mudar de vez de profissão. Deixou o França, Estados Unidos e Uruguai. Mudou-se para maior parte da vida na Itália, onde se interessou pelo trabalhou em pequenos restaurantes da região e, em
emprego e foi estudar confeitaria e panificação na São Paulo (SP), em 2001, para abrir e dirigir o Figueira universo da coquetelaria. Passou por outros países 2008, mudou-se para Europa. Passou oito anos fora
escola Le Cordon Bleu, em São Francisco, Estados Rubaiyat. Em 2003, inaugurou o Julia Cocina e, em da Europa antes de retornar ao Brasil e começar do Brasil trabalhando em restaurantes estrelados em
Unidos. Na volta ao Brasil, passou pela cozinha de 2008, o Arturito, todos em São Paulo (SP). De 2014 a utilizar a cachaça e ingredientes brasileiros na Portugal, França e Espanha. Estudou Gestão
alguns restaurantes, entre eles o D.O.M. Em 2013, a 2021, foi jurada do programa MasterChef, da mixologia. Criações inspiradas fizeram com que se e Administração no Basque Culinary Center, em
começou a fazer doces sob encomenda, usando TV Bandeirantes. Em 2017, recebeu o prêmio Jabuti tornasse referência na coquetelaria com cachaça. San Sebastián, Espanha. Em 2014, de volta ao Brasil,
ingredientes locais, agroecológicos e cultivados por por seu livro Todas as sextas. É diretora técnica do Foi finalista do World Class, em 2019; Patron começou a trabalhar com o chef Alex Atala e
pequenos produtores. No ano seguinte, abriu sua projeto Cozinha e Voz, em parceria com a ONU. Perfectionist, em 2018; e campeão do 1º Concurso hoje é responsável pela gestão de todas as casas
confeitaria na Vila Madalena, em São Paulo (SP). Nacional Rabo de Galo, em 2017. do Grupo D.O.M.
Paulo Anijar é chef do restaurante Santa Chicória,
Maurício Barbosa é consultor, bartender e chefe em Belém (PA), sua cidade natal. Conta que ter Rita Medeiros é sorveteira, jornalista e mestre Saulo Jennings é “caboco” do Tapajós e chef dos
de bar do restaurante Mapu, em São Paulo (SP). nascido ao redor da cozinha influenciou sua escolha em Artes visuais. Ao lado da filha, Anita, abriu a restaurantes Casa do Saulo, em Santarém; Onze Janelas
Paraense de Belém, despertou o interesse por mixologia de vida. Estudou Gastronomia no Rio Grande Sorbê, em Brasília (DF), uma sorveteria artesanal e Quinta de Pedras, ambos em Belém (PA); e Casa do
enquanto trabalhava em uma casa noturna. Então, Sul e trabalhou, em São Paulo, com Alex Atala, especializada em frutas do Cerrado. Para conseguir Saulo, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ).
começou a fazer cursos e pesquisas para se especializar Saiko Desu e Carla Pernambuco. Quando voltou cagaitas, cajuzinhos, muricis, macaúbas, buritis Começou a cozinhar por hobby enquanto trabalhava para
na área. Em 2013, trabalhou no Isola Bar, em São Paulo a Belém, assumiu os compromissos de utilizar e mama-cadelas, entre outras frutas, a sorveteira multinacionais. Decidiu deixar a vida corporativa para
(SP). De 2015 a 2021, foi chefe de bar do restaurante insumos sazonais em seu restaurante, valorizar montou uma rede de fornecedores e coletores em dar aulas de kitesurf e percebeu que gostava bastante de
Tuju, em São Paulo (SP), onde começou a explorar a os agricultores familiares e peixeiros e respeitar o assentamentos de terra e comunidades quilombolas. preparar os lanches caprichados que oferecia aos alunos.
preparação de insumos, tendo como base ingredientes tempo da floresta. É pesquisador de novas frutas, O trabalho de valorização das frutas nativas apresenta Em 2009, abriu a Casa do Saulo, restaurante, restaurante-
brasileiros. Suas cartas costumam conciliar clássicos da ervas e especiarias da floresta. a riqueza de um dos mais importantes biomas -escola e hotel, referência na valorização dos produtores e
coquetelaria com criações autorais. brasileiros. É autora de Gastronomia do Cerrado. das comunidades locais.
Paulo Leite é profissional de bar, analista
Neide Rigo é nutricionista formada pela Universidade sensorial de fermentados e destilados, sommelier, Rodrigo Bellora é agricultor, pesquisador e chef dos Willem Vandeven é chef do restaurante Maní, em São
de São Paulo, autora do livro Mesa Farta no Semiárido meliponicultor e pós-graduado em Tecnologia da restaurantes Valle Rustico, em Garibaldi; Guaraipo Paulo (SP), ao lado de Helena Rizzo. O belga despertou o
e criadora do blog Come-se, onde publica textos sobre cachaça. Presta consultoria para bares e restaurantes, Bar e Cozinha, em Farroupilha; e Tubuna – Cultura interesse pela comida graças ao convívio com o avô, que
cultura alimentar e ingredientes pouco conhecidos, além de orientar a produção de criação de novas Gastronômica, em Bento Gonçalves, todos eles no trabalhava em um frigorífico e adorava cozinhar. Passou
esquecidos ou desvalorizados. Foi colunista do bebidas. É fundador do premiado Empório Rio Grande do Sul. Em seus restaurantes, pratica o cinco anos na Escola de Hotelaria Ter Duinen Koksijde,
caderno Paladar, do jornal O Estado de S. Paulo, Sagarana, em São Paulo (SP), que, de 2009 a 2019, conceito da “cozinha de natureza”, uma forma de em regime de internato e, ao se formar, em 2004, foi
curadora do projeto Comer é Mais, no Sesc Belenzinho destacou-se pela variedade das cartas de cachaças e pensar e criar a gastronomia tendo o ingrediente para a cozinha do Het Land, ambos na Bélgica. Depois
(SP), e pertenceu ao conselho técnico do projeto Arca cervejas artesanais. Foi campeão do Torneio Nacional como protagonista, respeitando a sazonalidade e a passou pelo estrelado Jardin Des Sens, na França e, em
do Gosto, do Slow Food. Realizou oficinas de culinária de Rabo de Galo, em 2018. Atualmente, dedica-se à cadeia produtiva dos alimentos. Pesquisa e trabalha 2006, retornou à Bélgica para assumir o posto de chef de
no Amazonas, Acre, Amapá e Bahia. Atualmente meliponicultura e às ciências agrárias. pelo resgate de ingredientes e métodos de preparo partida do Hof van Cleve, 3 estrelas Michelin. De volta
ministra cursos e palestras sobre PANCs (plantas regionais que estão se perdendo. à França, foi chef de partida do Bras, outro 3 estrelas,
alimentícias não convencionais) e oficinas de pão do chef Michel Bras, em Laguiole, uma de suas grandes
de fermentação natural. referências na gastronomia. Está no Maní desde 2017.
148 149
os fornecedores índice de abelhas
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Aprendo com abelhas mais do que com aeroplanos.
É um olhar para baixo que nasci tendo.
É um olhar para o ser menor,
para o insignificante, que eu me criei tendo.
Manoel de Barros
Bel Coelho
ISBN: 978-65-998584-0-6