Texto de Apoio - Financas - SOL-2324
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TEXTO DE APOIO 1
• Reembolso de Empréstimos
a) Conceitos Básicos
✓ Operações Financeiras
Uma operação financeira é toda a ação que tem por finalidade produzir ou modificar
quantitativamente um capital.
Características:
Horizonte temporal: curto ou de médio/longo prazo
Desde que exista capital e exista tempo, existe sempre o vencimento dos juros (isto é, o juro zero
pode ocorrer se e só se o capital for zero e / ou o prazo for zero).
1. Capital – todo o conjunto de meios líquidos (moeda) que, aplicados durante um determinado
período de tempo, produzem uma certa remuneração para o seu proprietário.
Através da diferença entre o capital acumulado (Cn) e o capital inicial (C0) determinamos a
remuneração ou juro obtido, durante o prazo em que o capital esteve aplicado.
Cn - C0 = Juros
Logo, o capital acumulado (Cn) corresponde à soma do capital inicial (C 0) com o juro obtido
durante o prazo em que o capital esteve aplicado.
Cn = C0 + Juros
jn – juro produzido durante um período de aplicação da taxa de juro (ao juro produzido durante
um período de aplicação da taxa de juro designamos por Juro Periódico).
Exemplo: Capital inicial de 5000 € aplicado, durante 5 anos, à taxa semestral de 2%.
C0 = 5000 €
n = 5 anos
i = 2% ao semestre
Jn – Juro produzido durante o prazo de 5 anos (Juro Acumulado)
jn – Juro produzido durante 1 semestre (juro periódico)
0 1 2 3 4 ……. n (prazo)
0 1 2 3 4 ……. n (prazo)
Capitalização
Capital Capital
inicial final
tempo
0 n
b) Regimes de Capitalização
Dependendo do processo como é feita a liquidação dos juros, podemos ter dois regimes de
capitalização distintos:
Principais características:
✓ Os juros são excluídos do processo de capitalização após o seu vencimento;
✓ O juro periódico é sempre determinado com base no capital inicial C 0;
✓ Portanto, o juro periódico é constante (no pressuposto de uma taxa de juro constante).
(portanto, o juro periódico é constante, é sempre determinado com base no capital inicial.)
C2 = C0 (1 + i + i)
Cn = C0 (1 + ni)
Esta fórmula permite-nos determinar o capital acumulado obtido durante um determinado prazo (n)
em regime de juro simples.
Podemos obter o valor do Juro Acumulado, de várias formas. Por exemplo, efetuando a diferença
entre o valor obtido no final do prazo de aplicação e o valor colocado inicialmente, isto é,
Jn = C0 (1 + ni – 1) ou Jn = C0.n.i
Jn = C0.n.i
Esta fórmula permite-nos determinar o total dos juros gerados por um capital (C 0), aplicado a uma
taxa de juro ( i ), durante um determinado prazo ( n ) em regime de juro simples → Juro acumulado.
Exemplo Prático
Um capital de 5 200 € foi aplicado em Regime de Juro Simples à taxa de 7% ao ano, durante 4 anos.
Pretende-se que determine:
a) O capital acumulado no final do prazo;
b) O juro vencido no segundo ano de aplicação;
c) Os juros vencidos durante o prazo de aplicação.
a) Cn = C0 (1 + ni)
= 5200 (1+ 4 * 0,07) = 6656 €
b) j2 = C0.i
= 5200*0,07 = 364 €
c) Jn = C0.i. n
= 5200*0,07*4 = 1456 €
Ou o mesmo seria obtido: 364 * 4 = 1456 € → O juro de 1 ano, multiplicado por 4 anos, visto que
é sempre constante;
Ou ainda, fazendo a diferença entre: 6656 – 5200 = 1456 € → A diferença entre o valor obtido no
final dos 4 anos e o valor que tínhamos aplicado inicialmente.
Nota: Neste exercício temos o prazo em anos e a taxa de juro também é anual => caso contrário,
temos sempre que fazer coincidir o prazo em que está a aplicação com o prazo da taxa de juro. Ou
seja, não podemos ter uma taxa de juro anual e o prazo noutra unidade de tempo. Se isso acontecer,
devemos converter o prazo para anos. Devemos sempre alterar o prazo e não a taxa.
Principais características:
✓ os juros vencidos são imediatamente incorporados no processo de capitalização;
✓ o capital no início de cada período vai aumentando pela adição dos juros vencidos no fim do
período imediatamente anterior, dando origem a juros crescentes (existe a contagem de
juros sobre juros);
✓ O juro periódico não é constante, ou seja, não é sempre determinado com base no capital
inicial C0 (como acontecia no Regime de Juro Simples). Em Regime de Juro composto o juro
periódico é sempre diferente, já que vai sendo determinado com base no capital acumulado
do período imediatamente anterior.
C0 C1 C2 C3 C4
0 1 2 3 4 … n (prazo)
C1 = C0 + j1 (capital acumulado no final do primeiro ano, corresponde ao capital inicial (C0) mais o juro
produzido no primeiro ano) e J1 = C0.i (juro vencido no primeiro ano, corresponde ao capital inicial
multiplicado pela taxa de juro).
sabemos que j2= C1.i (Juro vencido no segundo ano, corresponde ao capital existente no final do
primeiro ano multiplicado pela taxa de juro) e C1 = C0(1+i)
C2 = C1 + C1.i
C2 = C0 (1+ i ) (1+ i)
C2= C0 (1+i)2
Em resumo, temos
Cn = C0 (1 + i)n
Esta fórmula permite-nos determinar o capital acumulado, durante um determinado prazo (n) em
regime de juro composto.
J n = C n - C0
O juro produzido ( Jn) durante um determinado prazo n, corresponde ao capital acumulado nesse
mesmo prazo ( Cn) subtraido do capital inicial C0.
Jn = C0 (1 + i)n - 1
Esta fórmula permite-nos determinar o juro acumulado, durante um determinado prazo (n) em
regime de juro composto.
O juro num determinado período é determinado com base no capital existente no início do período
imediatamente anterior, já que o juro vai sendo somado ao capital (capitalização dos juros ou cálculo
de juros sobre juros).
Logo,
Então,
Temos, jn = C0 (1 + i)n-1. i
jn = C0 .(1 + i)n-1.i
Esta fórmula permite-nos determinar o juro de cada um dos períodos (juro periódico) em regime de
juro composto. Por exemplo, o juro produzido em cada um dos anos. A soma dos juros periódicos
será sempre igual ao valor dos juros acumulados.
a) Cn = C0 (1 + i)n
Cn = 20 000 (1+ 0,05)3 = 23 152,5 €
(primeiro devem fazer o cálculo que se encontra entre parêntesis, elevando ao cubo e,
seguidamente, multiplicam por 20 000)
b) Jn = C0 (1 + i)n - 1
Jn = 20 000 [(1 + 0,05)3 -1] = 3152,5 €
(primeiro devem fazer os cálculos que se encontram entre parêntesis → elevam ao cubo →
subtraem 1 e → seguidamente, multiplicam por 20 000)
c) jn = C0 (1 + i)n-1.i
jn = 20 000 (1+0,05)2-1 x 0,05 = 1050 €
NOTA IMPORTANTE: O prazo de aplicação e a taxa de juro devem vir sempre expressos na
mesma unidade de tempo.
Por isso,
Metodologia a seguir:
Quando estabelecemos uma equação de equivalência devemos sempre responder a três questões
essenciais:
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜: 𝐶𝑛 = 𝐶0 . (1 + 𝑖. 𝑛)
𝐶𝑛
𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜: 𝐶0 =
(1 + 𝑖. 𝑛)
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜: 𝐶𝑛 = 𝐶0 . (1 + 𝑖)𝑛
𝐶𝑛
𝐴𝑡𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜: 𝐶0 = 𝑜𝑢 𝐶0 = 𝐶𝑛 . (1 + 𝑖)−𝑛
(1 + 𝑖)𝑛
Exemplo Prático
A empresa X tem as seguintes dívidas:
» 10 000 € vencível daqui a 6 meses;
» 12 000 € vencível daqui a 9 meses;
» 20 000 € vencível daqui a 11 meses.
A empresa pretende substituir as três dívidas por dois pagamentos de igual montante a serem
pagos daqui a 3 e 6 meses. Sabendo que a taxa de juro é de 12% ao ano e considerando, hoje
(momento zero), como o momento de referência, pretende-se que determine o valor dos novos
pagamentos, utilizando:
a) O Regime de juro composto;
b) O Regime de juro simples.
Pretendemos substituir esta forma de pagar a dívida, representada por estes 3 capitais na reta do
tempo:
0 3 6 9 11 Prazo em
meses
momento de
referência
Por uma outra forma de pagamento, substituindo os 3 capitais por 2 pagamentos de igual valor (que
vamos designar por X) conforme o esquema seguinte:
X X
0 3 6 9 11 Prazo em
meses
momento de
referência
Pretendemos estabelecer a equivalência entre os 3 capitais (10 000 €, 12 000 € e 20 000 €) e os dois
pagamentos de X.
Vamos considerar hoje, momento zero, como o momento de referência que é o que está indicado no
exercício ( e é também o mais comum).
Primeiro utilizando o Regime de Juro Composto, seguidamente tendo em conta o Regime de Juro
Simples.
Porque,
O valor atual dos três capitais de 10 000, 12 000 e 20 000 euros, reportados ao
momento de zero, deve ser exatamente igual aos valores de X atualizados
também para o momento zero.
38497,89 = X (1,917)
38497,89
𝑋= = 20 082,36
1,917
38461,15 = 1,9143 X
38461.15
𝑋= = 20 091,5 €
1,9143
C1 C2 C3 ... Cn
0 1 2 3 ... n
C1 C2 C3 ... Cn
0 1 2 3 ... n
O valor de uma renda depende do momento de referência escolhido, mas é usual calcular-se:
• Valor acumulado – é referido ao final do último período da renda e é constituído pela soma dos
valores acumulados de todos os termos que compõem a renda, também referidos a esse
momento.
1 − (1 + i ) − n
Valor atual = C
i
(1 + i ) n − 1
Valor acumulado = C
i
0 1 2 3 4 5 6 7
Utilizando uma taxa de juro de 15% ao ano, calcule o valor atual e o valor acumulado:
1 − (1 + 0,15) −7
Valor atual = 580 = 2413,04
0,15
O mesmo valor seria obtido com a atualização de cada um dos capitais para o momento zero, usando
a fórmula de atualização do RJC, que já conhecemos: 𝐶. (1 + 𝑖)−𝑛
Isto é,
(1 + 0,15) 7 − 1
Valor acumulado = 580 = 6418,74
0,15
Isto é,
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 = 580. (1 + 𝑖)6 + 580. (1 + 𝑖)5 + 580. (1 + 𝑖)4 + ⋯ + 580. (1 + 𝑖 )1 + 580
Empréstimo ou Mútuo é um contrato através do qual uma entidade coloca à disposição de outra,
uma certa importância, obrigando-se esta a restituir o capital recebido, bem como o preço da
utilização desse capital (o juro).
Tipos de empréstimos:
Iremos abordar os chamados Regimes Clássicos, que implicam o pagamento do capital e dos juros
escalonadamente ao longo do prazo (e em Regime de Juro Composto):
Empréstimo C C C ... C
0 1 2 3 ... n
1 − (1 + i ) − n
Empréstimo = C
i
Exemplo:
Um empréstimo de 5000 euros vai ser pago em 4 prestações anuais e constantes, incluindo juros à
taxa de 10% (ano). Preencha o plano de reembolso deste empréstimo.
2ª fase: Preencher o quadro de reembolso, onde é possível identificar em cada pagamento efetuado,
qual o valor dos juros e qual o valor da amortização de capital.
QUADRO DE REEMBOLSO
(em euros)
Capital em dívida Prestação Capital amortizado Capital em
Anos Amortização de
no início Juro Total acumulado dívida no fim
capital
Empréstimo
amortização de capital =
nº de prestações
Exemplo:
Um empréstimo de 5000 euros vai ser pago em 4 prestações anuais, variáveis incluindo amortizações
constantes de capital. A taxa de juro em vigor é de 10% (ano). Preencha o plano de reembolso deste
empréstimo.
5000
amortização de capital = = 1250
4
QUADRO DE REEMBOLSO
(em euros)
Capital em dívida Prestação Capital amortizado Capital em
Anos Amortização de
no início Juro Total acumulado dívida no fim
capital
Prazo de carência: é o número de períodos em que não existem pagamentos de capital, mas
apenas o pagamento dos juros vencidos → Durante este período, a dívida mantém-se inalterada.