Previdencia Complementar CHCS2022 VF
Previdencia Complementar CHCS2022 VF
Previdencia Complementar CHCS2022 VF
RIO DE JANEIRO
2022
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
ASSESSORIA TÉCNICA
RODRIGO MAIA JORGE – 2022/2021
MAURÍCIO VIOT – 2020/2019
1. PREVIDÊNCIA SOCIAL 8
A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL 9
CONSIDERAÇÕES GERAIS 17
FIXANDO CONCEITOS 1 18
2. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 20
UM POUCO DE HISTÓRIA 21
ESTRUTURA DO SISTEMA 23
Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC 24
Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC 24
FIXANDO CONCEITOS 2 26
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
3. CARACTERÍSTICAS DOS PLANOS DE ENTIDADES
ABERTAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 28
ESTRUTURA BÁSICA 29
ADMISSÃO 34
Proposta de Inscrição 34
Certificado 35
CONTRIBUIÇÕES 35
CARREGAMENTO 36
VALORES GARANTIDOS 37
GARANTIAS TÉCNICAS 39
EXCEDENTE FINANCEIRO 39
ASSISTÊNCIA FINANCEIRA 40
ATUALIZAÇÃO DE VALORES 41
FIXANDO CONCEITOS 3 43
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
FATORES QUE INFLUENCIAM O VALOR DA RENDA
A SER RECEBIDA EM FUNÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA 53
Parâmetros Técnicos 53
Modalidade de Renda e Idade de Aposentadoria 54
Montante Acumulado 55
VALORES GARANTIDOS NO PERÍODO DE DIFERIMENTO 55
Resgate 55
Portabilidade 56
FIXANDO CONCEITOS 4 57
6. ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 67
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS 69
PGBL x VGBL 70
Legislação 72
Dedução 73
Tributação 75
Formas de Pagamento do Imposto 76
FIXANDO CONCEITOS 6 80
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ESTUDO DE CASO 81
GABARITO 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
PREVIDÊNCIA
SOCIAL
01 UNIDADE 1
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer a Seguridade ■ Identificar as
Social Brasileira com possibilidades de ⊲ A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
ênfase na Previdência argumentação para a DE SEGURIDADE SOCIAL
Social, considerando sua oferta de previdência
constituição, seus princípios complementar com base ⊲ PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA SEGURIDADE SOCIAL
básicos, suas fontes de na estruturação técnica,
custeio e sua organização no cenário atual e nas ⊲ FONTES DE CUSTEIO
por meio de seus regimes. perspectivas do cenário DA SEGURIDADE SOCIAL
futuro da Previdência
Social brasileira. ⊲ ORGANIZAÇÃO
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
⊲ O DÉFICIT DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
⊲ CONSIDERAÇÕES GERAIS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 8
UNIDADE 1
A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA
DE SEGURIDADE SOCIAL
A ideia de proteção está intimamente associada ao instinto de sobrevi-
vência, ao sentimento de insegurança e à incerteza. No entanto, durante
séculos, os indivíduos se viram desprovidos de qualquer ação por parte
dos governos que viesse a protegê-los na velhice ou em caso de doença e
incapacidade física. A previdência estava, diretamente, ligada à livre inicia-
tiva de caráter assistencial e não, propriamente, previdencial.
A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários os meios
indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avan-
çada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e
reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 9
UNIDADE 1
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 10
UNIDADE 1
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 11
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social brasileira foi organizada, observando-se os princípios
básicos definidos no texto constitucional. São eles:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 12
UNIDADE 1
FONTES DE CUSTEIO
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma direta ou
indireta, mediante recursos provenientes da União, dos estados, do Distri-
to Federal, dos municípios e de contribuições sociais.
Recursos da União
Recursos adicionais do orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente
na Lei Orçamentária Anual.
Contribuições sociais
a) das empresas, que incidem sobre a folha de salários dos segu-
rados empregados e demais pessoas físicas a seu serviço, e sobre
o faturamento e o lucro;
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 13
UNIDADE 1
Outras fontes
Constituem outras receitas da seguridade social:
ORGANIZAÇÃO
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
O direito à Previdência é garantido pela Constituição como parte integran-
te do conjunto de ações que compõem a Seguridade Social. A Previdência
Social é organizada sob a forma de dois regimes:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 14
UNIDADE 1
Observação
Independentemente do regime, a previdência social, por conta do seu modelo técni-
co, não permite a existência de contas individualizadas para os contribuintes. Por esse
motivo, não existe qualquer possibilidade de que o segurado da previdência social
transfira os recursos pagos por ele para um plano de previdência complementar.
— Benefícios
Alguns dos principais benefícios do Regime Geral da Previdência Social:
auxílio-doença auxílio-reclusão
auxílio-acidente
salário-maternidade
O DÉFICIT DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
O déficit da previdência social é um tema recorrente na nossa sociedade.
Alguns, inclusive, ainda duvidam de que ele realmente exista e sustentam
seus argumentos por meio de cálculos superficiais que não possuem qual-
quer embasamento técnico-atuarial.
Com uma análise puramente técnica, sem fazer uma única conta, baseada
apenas no regime financeiro do sistema e na evolução da demografia bra-
sileira, pode-se concluir que o sistema não só é deficitário como, apesar
das reformas, tem um futuro extremamente preocupante.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 15
UNIDADE 1
Para que possa ser mantida, portanto, a previdência social precisa de uma
quantidade de contribuintes ativos que seja suficiente para financiar os
benefícios dos inativos – é o chamado pacto de gerações. No passado,
funcionava muito bem, uma vez que o número de contribuintes era muito
maior do que o número de aposentados. Tal dinâmica era sustentada, até
então, por uma alta taxa de natalidade e uma baixa expectativa de vida. No
entanto, com o passar do tempo, isso mudou drasticamente.
Nisso tudo, um dos grandes problemas é que, sendo a União uma espécie de
fiadora da Previdência Social, todo o déficit tem que ser coberto, por meio da
Lei Orçamentária Anual, com recursos que poderiam estar sendo utilizados
para outros fins, como saúde, educação, saneamento e segurança. Outra
possibilidade, ainda que mais distante, seria a diminuição da carga tributária
do País, o que poderia proporcionar um maior crescimento econômico.
Será que vou conseguir me aposentar? Com que idade poderei me aposen-
tar? Com quanto terei que contribuir? Qual será o valor da minha aposen-
tadoria? Será menor do que é hoje? A carga tributária vai ter que aumentar
ainda mais para sustentar o sistema? Qual é a saída?
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 16
UNIDADE 1
CONSIDERAÇÕES
GERAIS
Evidentemente, o universo da Previdência Social Brasileira é muito maior e
bem mais complexo, englobando seus cálculos, suas reformas e regras de
transição. Contudo, o objetivo deste material é apresentar seu conteúdo de
forma que você possa compreender minimamente o seu funcionamento.
Caso você queira se aprofundar no tema, consulte a página da Previdência
Social na Internet, leia a legislação e consulte especialistas desse segmento,
afinal, conhecimento nunca é demais!
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 17
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 1
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 18
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 19
PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR
02 UNIDADE 2
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Conhecer os aspectos ■ Reconhecer a estrutura
históricos da Previdência do sistema de previdência ⊲ UM POUCO DE HISTÓRIA
Complementar no Brasil, complementar,
correlacionando tais considerando as ⊲ UMA ALTERNATIVA
aspectos com a operação características das DE POUPANÇA
do mercado de seguros da Entidades Abertas e
⊲ ESTRUTURA DO SISTEMA
atualidade. Fechadas de Previdência
Complementar. ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 20
UNIDADE 2
UM POUCO
DE HISTÓRIA
Algumas iniciativas no sentido de instituir planos de Previdência no Brasil ocor-
reram no final do século XVIII e início do XIX. Entre elas, destaca-se a criação
do Montepio Geral de Economia dos Servidores – MONGERAL – em 1835.
No que se refere aos fundos de pensão, verifica-se que seu marco ini-
cial ocorreu em 16 de abril de 1904, quando foi fundada a Caixa de
Montepio dos Funcionários do Banco do Brasil, antecessora da Previ,
criada por poucos funcionários do Banco com o objetivo de proporcio-
nar aos seus dependentes o pagamento de uma pensão a partir de seu
falecimento. Outras iniciativas de criação de fundos de pensão ocor-
reram durante a década de 1970, em face do crescimento econômico
vivenciado pelo país.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 21
UNIDADE 2
UMA ALTERNATIVA
DE POUPANÇA
A previdência complementar, também conhecida como previdência priva-
da, é um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de recursos
ao longo do tempo, para garantir uma renda futura melhor para si mesmo
e sua família, ou seja, representa uma alternativa de poupança, de caráter
exclusivamente privado, destinada à manutenção do poder aquisitivo, caso
haja perda da capacidade laborativa ou, simplesmente, uma forma alterna-
tiva de investimento.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 22
UNIDADE 2
ESTRUTURA
DO SISTEMA
A Previdência Complementar no Brasil é operada por entidades de Previ-
dência Complementar, que têm por objetivo principal instituir e executar
planos de benefícios de caráter previdenciário.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 23
UNIDADE 2
— Entidades Fechadas
Federal e os Municípios, quando
estes instituírem suas entidades
de Previdência
de Previdência Complementar.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 24
UNIDADE 2
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 25
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 2
1. A previdência complementar no Brasil é operada por dois tipos de enti-
dades. Em um desses tipos, as entidades são constituídas unicamente sob
a forma de sociedades anônimas com o objetivo principal de instituir planos
que podem ter coberturas de morte, invalidez e sobrevivência. Trata-se das
entidades chamadas:
a) Entidades Instituidoras.
b) Entidades Fechadas de Previdência Complementar.
c) RGPS.
d) RPPS.
e) Entidades Abertas de Previdência Complementar.
a) Segurado e beneficiário.
b) Participante e assistido.
c) Contribuinte e aposentado.
d) Contratante e remanescente.
e) Subscritor e titular.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 26
FIXANDO CONCEITOS
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 27
CARACTERÍSTICAS dos
PLANOS de ENTIDADES
ABERTAS de
03
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
UNIDADE 3
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas e operacionais
dos planos comercializados pelas Entidades Abertas ⊲ ESTRUTURA BÁSICA
de Previdência Complementar (EAPC), considerando
a comercialização de produtos de previdência em ⊲ MODALIDADES DE
conformidade com a regulamentação, as condições ESTRUTURAÇÃO DAS
COBERTURAS
gerais e as necessidades dos clientes.
⊲ PERÍODOS DE
DIFERIMENTO E COBERTURA
⊲ ADMISSÃO
⊲ CONTRIBUIÇÕES
⊲ CARREGAMENTO
⊲ VALORES GARANTIDOS
⊲ GARANTIAS TÉCNICAS
⊲ EXCEDENTE FINANCEIRO
⊲ ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
⊲ ATUALIZAÇÃO DE VALORES
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 28
UNIDADE 3
ESTRUTURA BÁSICA
Os planos de Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC –
são estruturados com a finalidade de conceder benefícios a pessoas físi-
cas, vinculadas ou não a uma pessoa jurídica, que preencham as condi-
ções estabelecidas para participação no plano.
Individual
Quando acessível a quaisquer pessoas físicas de acordo com as
políticas de aceitação de cada EAPC para cada cobertura.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 29
UNIDADE 3
Coletiva
Quando acessível a pessoas físicas vinculadas, direta ou indire-
tamente, a uma pessoa jurídica contratante. A vinculação indireta
refere-se exclusivamente ao caso de contratação por uma asso-
ciação representativa de pessoas jurídicas, envolvendo pessoas
físicas vinculadas a suas filiadas.
Vesting Atenção
É o conjunto de cláusulas
que o participante é obriga- Além das características e dos benefícios, dos planos de
do a cumprir para ter acesso
entidades abertas de Previdência Complementar que vere-
aos recursos das provisões
decorrentes das contribui- mos a seguir, um plano coletivo instituído pode prever ainda,
ções pagas pela instituidora, entre suas cláusulas, a possibilidade de vesting.
líquidos de carregamento,
quando for o caso.
Tais cláusulas constam, obrigatoriamente, do contrato entre a EAPC e a
instituidora e são, portanto, de expresso e prévio conhecimento do partici-
pante. Envolvem condições como mínimos de idade, anos de serviço ou de
vinculação ao plano e podem não dar direito à totalidade das contribuições
da instituidora. As cláusulas variam de plano para plano.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 30
UNIDADE 3
% RESGATÁVEL DA
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PAGA
CONTRIBUIÇÃO (t) PELA EMPRESA
t ≥ 10 anos 100%
MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO
DAS COBERTURAS
As coberturas dos planos de Previdência Complementar Aberta podem ser
estruturadas na forma de benefício definido ou de contribuição variável.
— Benefício Definido
A cobertura estruturada na forma de benefício definido é aquela em
que o valor do benefício – pagável de uma única vez ou sob a forma
de renda – e o valor da contribuição são estabelecidos previamente na
proposta de inscrição.
Importante
As coberturas de morte e de invalidez total e permanente são sempre estruturadas
na modalidade de benefício definido. A cobertura por sobrevivência também pode
ser estruturada nessa modalidade.
Exemplos:
1. Quando o participante contrata um plano de pecúlio por morte, ele está contratando
uma cobertura (morte) que é estruturada na modalidade de benefício definido, pois
os valores do benefício e da contribuição já estão definidos previamente na proposta
de inscrição.
2. Quando o participante contrata um plano, definindo no momento da contratação o
valor do benefício que ele receberá à vista, ao final do período de diferimento, se e
somente se ele estiver vivo, ele estará contratando uma cobertura (sobrevivência)
estruturada na modalidade de benefício definido.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 31
UNIDADE 3
— Contribuição Variável
A cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável é aquela em
que o valor e o prazo de pagamentos das contribuições podem ser definidos
previamente na proposta de inscrição, sendo que o valor do benefício, pagá-
vel de uma única vez ou sob a forma de renda, será calculado ao final do perío-
do de diferimento, com base no saldo acumulado na provisão matemática de
benefícios a conceder e no fator de cálculo.
Importante
Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de con-
tribuição variável.
Exemplo:
O PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre – é um plano em que o participante paga
contribuições que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente. Ao
final do período de diferimento, a EAPC calcula o valor do seu benefício, pago sob a
forma de renda, com base no valor acumulado na provisão matemática de benefícios a
conceder e no fator de cálculo. É fácil imaginar que quanto mais o participante tiver acu-
mulado, maior será o valor de renda que ele receberá.
Fator de cálculo – resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros
e tábua biométrica, quando for o caso, utilizado para a obtenção do benefício a ser
pago sob a forma de renda.
Resumindo:
MODALIDADES DE
ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS
TIPO DE
COBERTURAS
BENEFÍCIO CONTRIBUIÇÃO
DEFINIDO VARIÁVEL
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 32
UNIDADE 3
PERÍODOS DE
DIFERIMENTO E COBERTURA
Para a cobertura por sobrevivência, consideram-se:
Período de diferimento
Aquele compreendido entre a data de início de vigência da cober-
tura por sobrevivência e a data contratualmente prevista para iní-
cio do pagamento do benefício.
Período de cobertura
Prazo correspondente aos períodos de diferimento ou de paga-
mento de benefício, sob a forma de renda.
Período de cobertura
Aquele durante o qual o participante, no caso de invalidez, ou os
beneficiários, por morte do participante, farão jus aos benefícios
contratados.
Exemplo
Suponha a contratação de um plano de previdência com o objetivo de receber uma
renda mensal temporária por dez anos, a partir dos 60 anos de idade:
25 Período de Cobertura 70
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 33
UNIDADE 3
ADMISSÃO
A contratação de qualquer plano de Previdência Complementar Aberta se
dará mediante assinatura da proposta de inscrição, sua protocolização e
aceitação pela EAPC, e consequente remessa do certificado de participante.
Para sua aceitação como participante, a pessoa física deve assinar a propos-
ta de inscrição e protocolá-la junto à EAPC. Para aceitação da proposta de
inscrição, a EAPC poderá exigir comprovação de renda ou provas de saúde,
como declaração complementar de saúde ou de atividade laborativa, relató-
rio médico, exames específicos e perícia médica.
Importante
Se o participante, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta de inscrição ou na mensura-
ção da contribuição, perderá o direito ao benefício contratado, além de ficar obrigado à
contribuição vencida.
Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do participante, a
EAPC terá direito a resolver o contrato ou a cobrar, mesmo após a ocorrência do evento
gerador, a diferença da contribuição.
— Proposta de Inscrição
Da proposta de inscrição devem constar várias informações, tais como:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 34
UNIDADE 3
— Certificado
Do certificado do participante devem constar várias informações tais como:
CONTRIBUIÇÕES
Contribuição é o valor correspondente aos aportes efetuados para custeio
do plano.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 35
UNIDADE 3
CARREGAMENTO
Poderá ser cobrado carregamento para fazer face às despesas adminis-
trativas e de comercialização, ficando vedada a cobrança de inscrição e
quaisquer outros encargos ou comissões incidentes sobre o valor das con-
tribuições, inclusive a título de intermediação.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 36
UNIDADE 3
VALORES
GARANTIDOS
Representam direitos dos participantes ou dos beneficiários, previstos em
determinadas modalidades de planos de Previdência Complementar Aberta.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 37
UNIDADE 3
Exemplo
Exemplo de Saldamento e Benefício Prolongado:
Suponha que uma pessoa com 20 anos de idade decida contratar um plano de Previ-
dência com cobertura de morte estruturada no regime financeiro de capitalização. Uma
característica desse plano é que a cobertura será garantida pela entidade de Previdên-
cia de forma vitalícia. O valor do benefício contratado é de R$ 100.000,00 e as con-
tribuições serão pagas anualmente, com valor igual a R$ 453,23. Transcorridos cinco
anos de vigência desse contrato, o participante comunica à entidade de Previdência
que não tem mais condições de continuar pagando a contribuição do plano, mas que
gostaria de continuar a ter algum tipo de cobertura do plano de Previdência. Dessa
forma, a entidade de Previdência faz duas propostas ao seu participante.
A primeira delas refere-se ao saldamento, que consistirá em não cobrar mais contribui-
ções desse participante e continuar a dar cobertura contra o risco de morte vitalicia-
mente. Entretanto, em face do valor de reserva apurado pela entidade de Previdência, o
valor do benefício será reduzido de R$ 100.000,00 para aproximadamente R$ 18.540,00.
Note que, apesar de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de P revidência,
o valor do seu benefício será reduzido, pois a cobertura continuará sendo vitalícia.
A segunda proposta refere-se ao benefício prolongado, que consistirá em não cobrar
mais contribuições desse segurado e continuar a garantir R$ 100.000,00 de benefício
em caso de morte. Todavia, em face do valor da reserva apurado pela entidade de Pre-
vidência, para continuar a garantir o mesmo valor de benefício, o período de c obertura
do plano de Previdência deverá ser alterado. Como antes a cobertura era vitalícia, ago-
ra ela passará a ser temporária por, aproximadamente, mais 15 anos. Note que, apesar
de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de Previdência e do valor do
benefício continuar a ser o mesmo, o plano deixará de dar cobertura vitalícia, passando
a ser uma cobertura temporária por mais 15 anos aproximadamente.
Observação: os cálculos acima foram feitos com base na tábua biométrica CSO-80 e
na taxa de juros de 6% a.a. Deixamos de apresentar mais detalhes sobre os cálculos,
pois eles envolvem aspectos atuariais de maior complexidade.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 38
UNIDADE 3
GARANTIAS TÉCNICAS
Para garantia de suas operações, as entidades abertas de Previdência
Complementar constituirão, mensalmente, provisões matemáticas quando
tecnicamente necessárias e de acordo com o regime financeiro adotado.
EXCEDENTE FINANCEIRO
Os planos de Previdência Complementar que oferecem, no período de
diferimento e/ou no período de pagamento do benefício, qualquer tipo de
garantia de rentabilidade, seja atualização e/ou remuneração do capital,
podem oferecer a reversão total ou parcial dos excedentes financeiros.
6% (atualização) + 2% (remuneração) = 8%
Repasse total: 8% + 1% = 9%
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 39
UNIDADE 3
Logo, podemos afirmar que esse plano rendeu 9% neste ano, sendo 6% de
atualização, 2% de taxa de juros e 1% de Excedente Financeiro.
ASSISTÊNCIA FINANCEIRA
A assistência financeira é o empréstimo concedido com recursos próprios
da EAPC ou da sociedade seguradora a titular ou assistido de plano de
previdência complementar aberta, estruturado em qualquer regime finan-
ceiro, ou a titular de plano de seguro de pessoas, estruturado no regime
financeiro de capitalização.
Observação
O plano de previdência complementar ou de seguro de pessoas não poderá ser res-
gatado ou portado enquanto não forem pagas todas as contraprestações relativas às
assistências financeiras a ele vinculadas.
Importante
A SUSEP, por meio da regulamentação específica para Assistência Financeira, considera
como ato nocivo condicionar a concessão de assistência financeira à contratação de outros
produtos ou serviços. Esteja atento a isso!
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 40
UNIDADE 3
ATUALIZAÇÃO DE VALORES
Os planos de Previdência Complementar Aberta, com coberturas estru-
turadas na modalidade de benefício definido, deverão conter cláusula de
atualização anual de valores com base em índice pactuado.
Em resumo:
Com cobertura estruturada PODERÃO conter cláusula Tem que estar previsto no
na modalidade de de atualização anual dos regulamento
contribuição variável. prêmios com base em
índice pactuado.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 41
UNIDADE 3
Atenção
O índice e a periodicidade de atualização de valores deverão constar do regulamento,
da proposta e, quando for o caso de plano coletivo, do respectivo contrato.
O índice pactuado para a atualização de valores relativos às operações de Previdência
Complementar Aberta deverá ser estabelecido em consonância com as seguintes opções:
■ Índice Nacional de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – INPC/IBGE;
■ Índice de Preços ao Consumidor Amplo/Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – IPCA/IBGE;
■ Índice Geral de Preços para o Mercado/Fundação Getúlio Vargas – IGPM/FGV;
■ Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna/Fundação Getúlio Vargas –
IGP-DI/FGV;
■ Índice Geral de Preços ao Consumidor/Fundação Getúlio Vargas – IPC/FGV;
■ Índice de Preços ao Consumidor/Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
da Universidade de São Paulo – IPC/FIPE.
No caso de extinção do índice pactuado, deverá ser utilizado o IPCA/IBGE, caso
não tenha sido convencionado, no ato da contratação, índice substituto entre os
previstos acima.
Exceção à regra de atualização de valores é o plano de Previdência Complementar
Aberta, destinado, exclusivamente, à recepção de grupos de participantes e respecti-
vas provisões, transferidos de outros planos de benefícios. Nesses casos, a legislação
admite a manutenção do critério de atualização de valores originalmente contratado.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 42
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 3
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 43
PLANOS com
04
COBERTURA por SOBREVIVÊNCIA
UNIDADE 4
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender as ■ Entender a estrutura do
características técnicas PGBL e do VGBL e os seus ⊲ COMERCIALIZAÇÃO
dos planos de previdência benefícios baseados nos
e de seguros de pessoas conceitos de flexibilidade ⊲ MODALIDADES DE RENDA
com cobertura por e transparência.
sobrevivência permitindo ⊲ FATORES QUE INFLUENCIAM
O VALOR DA RENDA A SER
a comercialização em RECEBIDA EM FUNÇÃO DA
conformidade com a SOBREVIVÊNCIA
regulamentação, as
condições gerais e as ⊲ VALORES GARANTIDOS NO
necessidades dos clientes. PERÍODO DE DIFERIMENTO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 44
UNIDADE 4
COMERCIALIZAÇÃO
Quanto à comercialização do plano, poderão ser divulgadas tabelas com
valores de contribuições e benefícios, sendo vedada, porém, a utilização
de valores de inflação projetada para datas futuras. De todo modo, o mais
comum, é a utilização de simuladores por parte das EAPCs.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 45
UNIDADE 4
Vamos ver, agora, como funciona o PGBL e o VGBL de forma detalhada, além de
Atenção uma explicação rápida sobre outros planos encontrados no mercado e, posterior-
mente, uma lista dos demais planos aprovados, mas não comercializados.
Apesar de serem tecnicamente
iguais, por estarem em PREVIDÊNCIA PESSOAS
carteiras distintas, os planos de Valor pago pelo Cliente Contribuição Prêmio
previdência complementar e
Início do período de
de seguros de pessoas como Aposentadoria Sobrevivência
pagamento do benefício
o PGBL e o VGBL, possuem
Pessoa que contrata Participante Segurado
algumas denominações distintas.
Vejamos alguns exemplos:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 46
UNIDADE 4
Período de Diferimento
Nesse período o cliente tem total liberdade no seu plano, podendo, por
exemplo, efetuar aportes ou aumentar o valor da contribuição, parar de
contribuir ou diminuir o valor, fazer resgates e portabilidades parciais ou
totais, alterar o(s) fundo(s) de investimento(s) onde o seu capital está aplica-
do, a idade prevista para a sua aposentadoria, o tipo de renda, percentual
de reversão e seus beneficiários. Por esse motivo, quando do seu surgi-
mento, os planos chamaram a atenção do mercado pela alta flexibilidade.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 47
UNIDADE 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 48
UNIDADE 4
Observação
Com o objetivo de modernizar e oferecer mais opções ao mercado, a SUSEP regulamen-
tou, em momentos distintos, alguns outros planos, mas as empresas do setor optaram por,
até então, não comercializá-los. Sendo assim, além dos planos explicados, temos:
■ PGBL Programado & VGBL Programado;
■ Plano com Desempenho Referenciado (PDR) & Vida com Desempenho Referenciado
(VDR);
■ Plano com Remuneração Garantida e Performance (PRGP) & Vida com Remuneração
Garantida e Performance (VRGP);
■ Plano com Remuneração Garantida e Performance sem Atualização (PRSA) & Vida com
Remuneração Garantida e Performance sem Atualização (VRSA); e
■ Plano com Atualização Garantida e Performance (PAGP) & Vida com Atualização Garantida
e Performance (VAGP).
Os seguros resgatáveis, conhecidos como Dotais, você irá estudar na disciplina de
Seguros de Pessoas.
Caso você queira conhecer melhor esses planos, basta consultar a página da SUSEP:
www.susep.gov.br
Importante
Existe mais um plano que, apesar de não ser mais oferecido, é importante conhecer, afi-
nal, você pode encontrar clientes que ainda sejam participantes dele. Trata-se do Plano
Tradicional de previdência, fortemente comercializado na década de 1990. A carteira de
seguros de pessoas não oferece um plano similar à esse. Vejamos:
Plano Tradicional
Nada mais é do que um plano com cobertura por sobrevivência, estruturado na for-
ma de benefício definido ou de contribuição variável, com a característica de garantir,
durante a fase de acumulação dos recursos (período de diferimento), algum tipo de
remuneração mínima garantida (normalmente IGPM + 6% a.a.). Além disso, era comum
a possibilidade de reversão de resultados financeiros (excedentes) durante a fase de
acumulação ou de pagamento do benefício sob a forma de renda.
A maioria dos Planos Tradicionais foi comercializada com a tábua atuarial AT-49 Male que previa
uma expectativa de vida menor e, portanto, um valor de renda maior, conforme você poderá ver
detalhadamente em um comparativo de tábuas atuariais na sua apostila de Seguros de Pessoas.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 49
UNIDADE 4
Vale ainda ressaltar que o seu papel como corretor será identificar os fun-
dos oferecidos pelas empresas com as quais você for trabalhar e apre-
sentar as opções ao seu cliente. A escolha será dele e você deverá se
certificar de que ele esteja confortável com isso.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 50
UNIDADE 4
Observação
Cada FIE possui uma taxa de administração que incide sobre o patrimônio líquido do
fundo e cobre as despesas com a administração dos recursos. Essa taxa, apesar de ser
visualizada em um percentual anual, é descontada diariamente. Quando você for avaliar
a rentabilidade de um determinado plano de previdência, ou seguro por sobrevivência,
é importante considerar que ela já é demonstrada líquida da taxa de administração, ou
seja, o impacto da taxa já está considerado no resultado.
Importante
Não confunda a taxa de carregamento com a taxa de administração.
Enquanto a taxa de carregamento é cobrada sobre o valor da contribuição do cliente,
podendo ser descontada no ato do pagamento e/ou no ato do resgate/portabilidade, a
taxa de administração é cobrada sobre o patrimônio líquido do fundo, sendo desconta-
da diariamente.
Outra diferença é que a taxa de carregamento pode ser diferente de acordo, por exem-
plo, com os valores de contribuição e o tempo de plano de cada cliente. Essa taxa pode
ainda ser decrescente e até zerada pela EAPC. Já a taxa de administração sempre será
cobrada e no mesmo percentual para todos os participantes de determinado FIE.
MODALIDADES DE RENDA
Finda a fase de acumulação de recursos, o participante pode optar por
receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão matemática de bene-
fícios a conceder ou transformá-la em um tipo de renda, cujo valor é calcu-
lado em função da idade, da modalidade de renda escolhida e dos parâ-
metros técnicos do plano contratado (taxa de juros e tábua biométrica). As
modalidades de renda são:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 51
UNIDADE 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 52
UNIDADE 4
— Parâmetros Técnicos
Estudamos, com o fim da fase de acumulação de recursos, que o partici-
pante pode optar por receber, à vista, o saldo acumulado em sua provisão
matemática de benefícios a conceder ou transformá-la em um tipo de ren-
da, cujo valor é calculado em função da idade, da modalidade de renda
escolhida e dos parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros e
tábua de mortalidade).
Observação
Em 2010, a SUSEP adotou as tábuas BR-EMS como tábuas padrão (standard) para o mercado
segurador brasileiro (Circular SUSEP nº 402, de 18/03/2010). A tábua, denominada Experiência
do Mercado Segurador Brasileiro, BR-EMS, consiste em quatro variantes abrangendo as cober-
turas de sobrevivência e mortalidade, masculina e feminina, sendo atualizada a cada cinco anos.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 53
UNIDADE 4
— Modalidade de Renda e
Idade de Aposentadoria
A tábua biométrica e a taxa de juros contribuem de forma significativa no
cálculo do valor de renda. Entretanto, se agora fixarmos a tábua biométrica
e a taxa de juros, veremos que a modalidade de renda escolhida afetará
também o valor a ser recebido.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 54
UNIDADE 4
— Montante Acumulado
Quanto maior o montante acumulado no momento da aposentadoria,
maior será o valor do benefício. Portanto, é fundamental que os participan-
tes fiquem atentos aos custos envolvidos na contratação do plano, bem
como na rentabilidade auferida pelo plano durante a fase de acumulação
dos recursos – período de diferimento.
VALORES GARANTIDOS NO
PERÍODO DE DIFERIMENTO
Nos planos de Previdência Complementar e nos Seguros de Pessoas
com cobertura por sobrevivência é obrigatória a previsão de dois valores
garantidos: resgate e portabilidade.
— Resgate
O participante poderá solicitar, independentemente do número de contri-
buições pagas, resgate parcial ou total de recursos do saldo da provisão
matemática de benefícios a conceder, após o cumprimento de período de
carência, que deverá estar compreendido entre 60 dias e 60 meses, a
contar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.
Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro pedido somente pode ser
feito após o cumprimento de intervalo estabelecido no plano, que deverá
estar compreendido entre 60 dias e 6 meses.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 55
UNIDADE 4
Atenção
Nos planos estruturados na modalidade de benefício definido é vedado o resgate parcial.
Nos planos que tenham período puramente financeiro, como é o caso do período de diferi-
mento do PGBL e do VGBL, na ocorrência de invalidez ou morte do participante, nessa fase
os saldos da provisão matemática de benefícios a conceder, respectivamente, mediante
solicitação devidamente instruída e registrada na EAPC, serão postos à disposição do parti-
cipante ou beneficiário (ou beneficiários), sem qualquer prazo de carência, sendo o paga-
mento efetuado somente após o pleno reconhecimento do evento gerador pela EAPC.
— Portabilidade
Independentemente do número de contribuições pagas, o participante
Atenção poderá solicitar a portabilidade, total ou parcial, para outro plano de Previ-
dência Complementar, de recursos do saldo da provisão matemática de
É vedada: benefícios a conceder, após o cumprimento do período de carência de 60
1) à EAPC receptora, a dias para o PGBL e o VGBL, a contar da data de protocolo da proposta de
cobrança de carregamento inscrição na EAPC. Para os proponentes classificados como investidores
sobre o valor dos recursos qualificados, segundo as regras da CVM, o prazo mínimo de carência para
portados; portabilidade é de 180 dias.
2) a portabilidade de recursos
entre participantes; Não poderão ser solicitadas portabilidades com intervalo inferior a 60 dias.
3) à EAPC cedente dos Quando se tratar de portabilidades entre planos com cobertura por sobre-
recursos, a cobrança de vivência da mesma EAPC, poderão ser estabelecidos períodos inferiores
quaisquer importâncias, exceto
aos mencionados anteriormente.
as relativas às tarifas bancárias
necessárias à portabilidade e A EAPC cedente dos recursos deverá efetivar a portabilidade até o 10°
ao carregamento postecipado.
(décimo) dia útil subsequente ao protocolo da solicitação efetuada pelo
4) Por se tratarem de participante na EAPC ou a data por ele programada para a efetivação da
ramos distintos, é vedada a
portabilidade.
portabilidade entre planos de
Previdência Complementar e de Os recursos financeiros serão portados diretamente entre as entidades de
Seguros de Pessoas, ainda que
Previdência, ficando vedado seu trânsito, sob qualquer forma, pelo parti-
ambos sejam por sobrevivência.
Sendo assim, um cliente que cipante, e deverão ser recepcionados e contabilizados na provisão mate-
tenha um PGBL não pode, por mática de benefícios a conceder até o segundo dia útil subsequente à sua
exemplo, transferir a sua provisão efetiva disponibilidade.
matemática de benefícios a
conceder para um VGBL.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 56
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 4
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 57
FIXANDO CONCEITOS
a) Renda Vitalícia.
b) Renda Temporária.
c) Renda Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido.
d) Renda por Prazo Certo.
e) A que ele desejar, uma vez que todas as rendas são financeiras.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 58
PLANOS com
COBERTURA de RISCO
05 UNIDADE 5
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as características técnicas dos planos com
cobertura de risco, permitindo a comercialização desses ⊲ PLANOS COM COBERTURA
produtos em conformidade com a regulamentação, as DE RISCO – MORTE E
condições gerais e as necessidades dos clientes. INVALIDEZ TOTAL E
PERMANENTE
⊲ FIXANDO CONCEITOS 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 59
UNIDADE 5
A invalidez total e permanente é aquela para a qual não se pode esperar a recuperação ou
reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 60
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 61
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 62
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 63
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 64
UNIDADE 5
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 65
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 5
a) Não, pois o pecúlio por invalidez cobre apenas invalidez total e per-
manente.
b) Sim, de acordo com a tabela da EAPC, ele receberá um percentual do
capital segurado contratado.
c) Não, pois o plano contratado não oferece cobertura para acidentes.
d) Apenas caso ele não tenha sido o causador do acidente ou agido de
forma ilícita.
e) Sim, no entanto, ele deverá ter feito a majoração do risco e pago por
isso.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 66
ASPECTOS
TRIBUTÁRIOS
06 UNIDADE 6
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Compreender as diferenças entre os aspectos tributários
dos planos de previdência complementar e de seguros de ⊲ ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
pessoas com cobertura por sobrevivência, considerando
a possibilidade de dedução e as diferentes formas de ⊲ FIXANDO CONCEITOS 6
cobrança do imposto de acordo com a tabela escolhida pelo
cliente e o respectivo fato gerador, resgate ou benefício.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 67
UNIDADE 6
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 68
UNIDADE 6
Aspectos
Tributários
PGBL x VGBL
Legislação
Dedução Tributação
Progressiva Regressiva
Pagamento do Imposto
Progressiva Regressiva
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
A política tributária é um elemento chave para o estabelecimento de um
sistema de Previdência Complementar. A dedutibilidade na base de cál-
culo do imposto de renda devido, na formação do fundo previdenciário, é
justificável economicamente em função dos efeitos positivos na alocação
da poupança financeira.
Uma equação básica de economia nos diz que quanto maior a poupança
interna de um país, maior é a sua capacidade de investimento. Quanto maior
for sua capacidade de investimento maior será sua capacidade de gerar
empregos e tudo mais que possa promover o bem-estar necessário à popu-
lação. Tudo isso gera uma maior riqueza da nação, constituindo uma econo-
mia sólida e saudável que possibilita um crescimento sustentável do Estado.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 69
UNIDADE 6
— PGBL x VGBL
Como dito anteriormente, esses dois produtos, apesar de serem de seg-
mentos distintos (previdência e pessoas), possuem a mesma estrutura
técnica/financeira e o mesmo objetivo: a acumulação de valores para o
recebimento de um benefício futuro, estando a única diferença por conta
do aspecto tributário. Vamos ver cada um deles:
PGBL
Foi lançado em 1998 com o objetivo de oferecer maior flexibilidade
e transparência para os clientes de planos de Previdência Comple-
mentar e substituiu rapidamente os Planos Tradicionais até então
comercializados.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 70
UNIDADE 6
VGBL
O Vida Gerador de Benefício Livre surgiu em 2002, basicamente,
para atender a quem não utiliza a declaração completa de ajuste
anual do imposto de renda. Para que pudesse ter um tratamento
tributário diferenciado do PGBL, o VGBL foi classificado como um
seguro de pessoas por sobrevivência, ainda que seja tecnicamen-
te igual ao plano de previdência.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 71
UNIDADE 6
Importante
Em resumo, o que irá definir o melhor produto para o cliente, PGBL ou VGBL, é o tipo de
declaração de imposto de renda feita por ele.
O PGBL é indicado, única e exclusivamente, para o contribuinte que utilize a declaração
completa e que contribua para o RGPS ou para um RPPS. Todas as demais pessoas que não
se enquadrem nessas características devem optar pelo VGBL.
Vale ressaltar ainda que, como o limite de dedução para pessoas físicas é de 12% da sua
renda bruta anual, caso o cliente utilize a declaração completa e faça contribuições acima
desse limite, o ideal é que contrate um PGBL e um VGBL. No PGBL, ele deverá colocar o
valor equivalente aos 12% da sua renda bruta anual e, assim, usufruir do benefício fiscal na
sua totalidade. O valor residual ele deverá aplicar no VGBL, uma vez que já atingiu o limite
de dedução no seu plano de previdência. No ato do recebimento do benefício, o cliente, de
acordo com a sua vontade, poderá receber duas rendas complementares e com tratamentos
tributários distintos, uma proveniente do PGBL e outra do VGBL. Vejamos um exemplo com
uma simulação de um cliente com 40 anos que deseja se aposentar aos 65, considerando
uma rentabilidade anual estimada de 4%:
■ Renda bruta anual do cliente: R$100.000,00.
■ Limite anual de dedução da previdência complementar: R$12.000,00.
■ Valor anual que deseja contribuir para sua aposentadoria: R$18.000,00.
■ Valor de contribuição anual que deverá fazer ao PGBL: R$12.000,00.
■ Valor de contribuição anual que deverá fazer ao VGBL: R$6.000,00.
■ Renda vitalícia bruta estimada no PGBL: R$3.124,00.
■ Renda vitalícia a bruta estimada no VGBL: R$1.562,00.
No momento do recebimento da renda, cada plano receberá o seu tratamento tributário
específico, ou seja, a renda proveniente do PGBL será tributada integralmente e a renda
proveniente do VGBL terá tributada apenas a parte da renda relacionada ao ganho de
capital, ambos de acordo com a tabela escolhida pelo cliente, progressiva ou regressiva.
— Legislação
Em 1995, através da edição das Leis 9.249 e 9.250, o Governo Federal deu
os primeiros passos no sentido de incentivar a Previdência Complementar,
com vistas a estimular a formação de poupança de longo prazo, porém
nessas leis, não foi estipulado qualquer limite para a dedução, ocasionan-
do uma grande perda de arrecadação. Essas leis previam apenas que as
contribuições para as entidades de Previdência Privada domiciliadas no
país, cujo ônus fosse do contribuinte – pessoa jurídica (9.249) e pessoa físi-
ca (9.250) –, destinadas a custear benefícios complementares assemelha-
dos aos da Previdência Social, poderiam ser deduzidas na determinação
da base de cálculo sujeita à incidência do imposto de renda.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 72
UNIDADE 6
Dois anos depois, o Governo Federal corrigiu a questão da falta dos limites
de dedução por meio da promulgação da Lei 9.532, em 10 de dezembro de
1997. Vejamos:
— Dedução
De forma simplificada, podemos afirmar que o benefício da dedução nada
mais é do que o direito que o cliente possui de não sofrer tributação ime-
diata sobre a parte de sua renda que será destinada para o plano de previ-
dência. Esse valor, que no caso da não contratação deveria já ser pago em
forma de imposto de renda, será aplicado no FIE escolhido por ele e ren-
derá, a juros compostos, ao longo dos anos. A tributação ocorrerá apenas
quando o resgate for efetuado ou o cliente entrar em gozo de benefício.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 73
UNIDADE 6
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 74
UNIDADE 6
— Tributação
Agora que você já entendeu melhor como funciona o incentivo fiscal, che-
gou a hora de falarmos da tributação de acordo com cada tipo de tabela
existente. Nessa etapa vamos conhecer as tabelas e depois vamos ver
como são aplicadas em cada caso.
Tabela progressiva
Até 2004 o participante de planos de previdência não possuía
direito de escolha, uma vez que a única tabela existente era a
tabela progressiva. Nessa tabela o valor de imposto de renda a ser
cobrado é maior de acordo com o montante a ser tributado.
PARCELA A
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUZIR DO IRPF (R$)
Até R$ 22.847,76
Tabela regressiva
Em 2004, a Lei 11.053, que teve por objetivo disciplinar a tributa-
ção do imposto de renda em aplicações financeiras e Previdên-
cia Complementar, definiu um novo critério de tributação para os
planos previdenciários e para Seguros de Vida com cobertura por
sobrevivência, estruturados na modalidade de contribuição variá-
vel, contratados a partir de 1º de janeiro de 2005. Esse novo cri-
tério foi denominado Regime de Tributação por Alíquotas Decres-
1. A tributação definitiva implica centes ou simplesmente tabela regressiva.
que o valor pago a título de
imposto de renda na fonte não Esse novo critério tributário prevê que o resgate de recursos ou o recebi-
poderá ser compensado ou mento do benefício estarão sujeitos à incidência, na fonte, e de forma
ajustado na declaração de ajuste
definitiva1, de imposto de renda calculado com base em alíquotas decres-
anual de imposto de renda.
centes, de acordo com o prazo de acumulação do respectivo valor, confor-
me tabela a seguir.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 75
UNIDADE 6
PRAZO DE ACIMA
ATÉ 2 DE 2 A DE 4 A DE 6 A DE 8 A
ACUMULAÇÃO DE 10
ANOS 4 ANOS 6 ANOS 8 ANOS 10 ANOS
DOS RECURSOS* ANOS
A opção pelo regime tributário Em março de 2005, a Instrução Normativa Conjunta 524/05 foi elabo-
deverá ser exercida até o último rada pelas Secretarias da Receita Federal, de Previdência Complemen-
dia útil do mês subsequente tar e pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Essa norma
ao do ingresso nos planos e regulamentou a contagem do prazo de acumulação utilizado no novo
serão irretratáveis, mesmo regime tributário.
nas hipóteses de portabilidade
de recursos e de transferência
de participantes e respectivas — Formas de Pagamento do Imposto
reservas.
Agora vamos entender como o imposto de renda será cobrado de acordo com
a tabela escolhida pelo participante e de acordo com o fato gerador, o recebi-
mento de resgate ou o recebimento de benefício. Nesta parte, vamos conside-
rar um plano de caráter previdenciário, lembrando que para o VGBL a tributa-
ção irá ocorrer da mesma forma, porém apenas sobre o ganho de capital.
Tabela Progressiva
Para Recebimento de Resgate
Até 2004, os resgates eram tributados na fonte de acordo com a
tabela e, posteriormente, o cliente deveria incluir os valores na sua
declaração de ajuste anual do imposto de renda para que fosse
calculado se ele teria direito a alguma restituição ou obrigação de
pagar um complemento do imposto.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 76
UNIDADE 6
PARCELA A
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) DEDUZIR DO IRPF (R$)
Até R$ 1.903,98
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/
orientacao-tributaria/tributos/irpf-imposto-de-ren-
da-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal
Tabela Regressiva
Para Recebimento de Resgate
Foi estabelecido o sistema PEPS (PRIMEIRO QUE ENTRA, PRIMEI-
RO QUE SAI) para os resgates ocorridos antes da concessão do
benefício, significando que os valores serão resgatados a partir
das contribuições mais antigas, sempre levando em consideração
os rendi- mentos. Dessa forma, o prazo de acumulação será con-
tado a partir da data do aporte de cada contribuição e, por esse
motivo, o plano do cliente poderá ter alíquotas diferentes de acor-
do com a data de efetivação de cada pagamento.
Exemplo
Para entendermos como funciona o sistema PEPS vamos trabalhar com um cenário
totalmente hipotético considerando taxa zero de inflação e de remuneração, ou seja,
consideraremos o valor nominal de todas as contribuições.
Esse participante possui um PGBL e, desde a sua contratação, realiza um aporte anual
no plano conforme tabela a seguir:
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 77
UNIDADE 6
TEMPO DA IMPOSTO
CONTRIBUIÇÃO VALOR ALÍQUOTA
CONTRIBUIÇÃO PAGO
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 78
UNIDADE 6
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 79
FIXANDO CONCEITOS
FIXANDO CONCEITOS 6
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 80
ESTUDOS DE CASO
ESTUDO DE CASO
Arthur tem interesse em contratar um plano visando uma renda futura
quando deixar de trabalhar, porém ainda não está certo de qual seria a
melhor opção e desenho de plano para ele. Liste todas as perguntas que
você deverá fazer para indicar a melhor solução para o Arthur tanto de
plano como de desenho do mesmo.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 81
GABARITO
GABARITO
Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3
3–C 3–B
4–D 4–C
3–C
4–D
Estudo de Caso
Vamos apresentar aqui alguns exemplos das principais perguntas que
podem ser utilizadas, contudo não temos a pretensão de esgotar as possi-
bilidades, uma vez que o universo previdenciário é bastante vasto.
Para determinar o tipo de plano você precisará fazer basicamente três per-
guntas:
3. Caso algo aconteça e você venha a ficar inválido, será possível manter
o seu padrão de vida atual?
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 82
GABARITO
1. Ao se aposentar você deseja receber uma renda até que venha a falecer
ou apenas por um determinado período?
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 83
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARR, Nicholas. The truth about pension reform. Finance and Development,
v. 38, n. 3, set. 2001.
https://www.gov.br/imprensanacional/pt-br
https://www.bcb.gov.br/
https://www.gov.br/cvm/pt-br/
https://www.planalto.gov.br/
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br
https://www.gov.br/inss/pt-br
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 84