Ava Univirtus Transmissa 2
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AULA 2
EMBREAGEM
TEMA 1 – A EMBREAGEM
1.1 INTRODUÇÃO
Quando falamos em automóvel, o que nos vem à mente é o motor. Entendemos que essa é a
parte mais importante, pois é ele que gera torque/potência, mas não podemos nos esquecer da
A embreagem (sistema) está instalada entre o motor e a caixa de câmbio e é composta por um
1.2 HISTÓRIA
na década de 1880; alguns atribuem essa invenção a Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach.
motor alimentado a petróleo líquido de alta velocidade e desenvolveu o sistema de embreagem com
primeiro motor quatro tempos. Em 1886, ambos patentearam a primeira motocicleta, construída e
automóvel. Também com Daimler, desenvolveu o primeiro sistema de embreagem. Faleceu em 1929,
aos 83 anos.
Um sistema de embreagem tem em seu projeto o conjunto platô, disco e rolamento. Em veículos
comerciais, deve ter uma vida média de 100 mil km em espaços urbanos e 300 mil km em rodovias.
Um projeto de embreagem, para ser confortável, deve ser aplicado em veículos de passeio e
comerciais leves, com esforço que varie entre 10 kgf e 13 kgf. Em veículos comerciais, valores entre
15 kgf e 18 kgf são aceitáveis. O conforto também se relaciona ao esforço durante o acionamento:
de campo indicam que a embreagem pode ser acionada mais de vinte vezes por quilômetro. Um
veículo dessa aplicação pode chegar a 100 mil km em um ano de funcionamento, e o sistema estará
sujeito a dois milhões de ciclos no primeiro ano. Esse número é uma base importante para
O sucesso está diretamente ligado aos requisitos exigidos pelos clientes, para os quais qualidade,
confiabilidade, entrega e preço são o mínimo que se espera de um sistema de embreagem.
sistema de embreagem, pois é aqui que nasce em grande parte a qualidade, a confiabilidade e o
preço final.
2.1 INTRODUÇÃO
o câmbio, formando um conjunto que, com suas articulações, transmita ou interrompa a rotação do
motor.
Disco de embreagem;
Platô de embreagem;
Colar de embreagem;
Garfo de embreagem;
Volante do motor.
É um disco revestido, nos dois lados, por faixas de lona, chamadas guarnições de atrito, que
processam o acoplamento da embreagem. Na parte central, há molas que absorvem as vibrações
geradas pela rotação e ranhuras que se encaixam na árvore primária da caixa de mudanças.
As superfícies das guarnições devem oferecer alto coeficiente de atrito. Por essa razão, foram
fabricadas à base de amianto (abolido em 2002), e hoje são fabricadas de fios de cobre e fibra de
vidro. A uma temperatura normal de funcionamento, esse material assegura um coeficiente de atrito
ideal para a função. No entanto, o coeficiente pode variar em função da temperatura. Com o uso, a
É uma peça fabricada com ferro fundido e chapas de aço, e sua finalidade é manter o disco de
embreagem em contato com o volante do motor. Suas partes principais são as molas membrana e a
superfície de encosto.
A mola membrana (“chapéu chinês”) tem o importante papel de manter a força aplicada à placa
de pressão sobre o disco pressionado contra o volante do motor, permitindo que a transmissão de
Créditos: Yanik88/Shutterstock.
Créditos: Stasib4IK/Shutterstock.
Geralmente está ancorado na carcaça da embreagem. É uma alavanca que movimenta o colar de
O volante do motor está fixado à árvore de manivelas e tem como função transferir a rotação
para o câmbio. Também é responsável por absorver vibrações do motor e estabilizar a marcha lenta
(ou dificultar suas oscilações). É dotado de uma superfície retificada a que o disco se acopla.
Créditos: Stason4IK/Shutterstock.
3.1 INTRODUÇÃO
Abordaremos a seguir os tipos de embreagem disponíveis atualmente e utilizados conforme a
aplicação dos veículos, bem como seus tipos de acionamento.
em nenhum tipo de fluido, ou seja, a refrigeração acontece por convecção entre seus materiais
constituintes.
Vida longa;
Conforto;
Tamanho reduzido;
Fácil manutenção;
Custo baixo.
Comparadas com a versão seca, têm a vantagem da elevada capacidade térmica, pois o banho em
óleo facilita a dissipação térmica do calor. Porém, suas perdas por arrasto na posição em que a
embreagem está acoplada são sensivelmente piores do que as embreagens secas.
Embreagens úmidas apresentam excelentes condições para sua aplicação. São amplamente
utilizadas em motocicletas, contudo, se forem usadas em veículos de passeio, precisam de
readaptação dos invólucros das caixas de transmissão para poderem trabalhar imersas ao fluido dos
câmbios.
Essas readaptações podem não dar retorno financeiro suficiente para as montadoras optarem
por esse tipo. Nas transmissões dual clutch, as embreagens secas e úmidas controlam a patinação,
evitando desconforto na condução.
Podem ser usadas em carros de alto desempenho que utilizam motor a gasolina V8, já as
embreagens secas podem ser utilizadas em pequenos veículos, que podem se beneficiar da
tecnologia de mudanças suaves e maior eficiência.
Créditos: Nazarpro/Shutterstock.
O acionamento mecânico é feito por um cabo que liga o pedal de embreagem ao garfo de
Funciona com ou sem conduíte. Com conduíte é geralmente utilizado nas partes descobertas do
veículo para evitar que o cabo se danifique. A força aplicada no pedal é transmitida pelo cabo
conectado ao garfo de embreagem, que multiplica a força aplicada com sua alavanca.
pressuriza o fluido hidráulico em seu interior. Com o tubo flexível, essa pressão chega ao atuador
CSC. A área interna de aplicação da pressão no atuador CSC é consideravelmente maior que a área
do cilindro mestre, o que multiplica a força aplicada no pedal de embreagem para acionar a mola
membrana, interrompendo a transmissão de movimento do volante para a árvore primária da
transmissão.
Cessada a foça aplicada no pedal, a mola membrana acopla o conjunto novamente e transmite o
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 FUNCIONAMENTO
fica solidário entre o volante do motor e a placa. Nesse instante, a transmissão de movimento do
Quando nossos pés não estão tocando os pedais, as molas empurram a placa de pressão contra
o disco de embreagem, o qual é pressionado contra o volante. Assim, a caixa de mudanças recebe o
transmitida ao diferencial que, por sua vez, transmite-a às semiárvores e suas respectivas rodas.
Os pistões, com sua queima, movimentam a árvore de manivelas e, como o volante está fixado,
também giram. Essas peças são todas interligadas, ou seja, giram juntas e na mesma velocidade.
O conjunto de embreagem fica parafusado ao volante do motor e, portanto, gira com ele. No
caso de o pedal não estar acionado e as marchas estarem desengatadas, os três sistemas (motor,
Ao acionar o pedal, um sistema mecânico (por cabo de aço) ou hidráulico (por fluido de
embreagem) transfere a pressão colocada pelo pé do motorista para o cilindro auxiliar, chamado por
Quando ocorre o deslocamento, o disco perde a fricção com o volante do motor e para de girar.
Nesse momento, a caixa de câmbio também para de trabalhar, pois o eixo-piloto – que transfere a
força motriz para as engrenagens de marcha – está ligado ao disco de embreagem.
para a outra sem que haja o impacto da força do motor nas engrenagens da caixa de câmbio. Afinal,
são sistemas que trabalham em velocidades diferentes.
Assim que a marcha for trocada, o motorista retorna o pedal da embreagem à posição inicial,
aliviando a pressão sobre a mola diafragma. Quanto menor o movimento das rodas, mais o motor
precisa acelerar, e mais devagar deve acontecer o acoplamento.
Caso contrário, o giro do motor sofre uma desaceleração brusca, por causa da resistência da
Todo esse processo parece complexo, mas ocorre quase instantaneamente após o acionamento
do pedal. Isso só é possível porque todas as peças agem simultaneamente, exercendo as funções
5.1 INTRODUÇÃO
O uso inadequado da embreagem pelo condutor do veículo ou por ação externa pode trazer
algumas possíveis falhas que impossibilitam seu correto funcionamento, acarretando muitas vezes
excesso
Figura 18 – Revestimentos gastos até os rebites quando a carga de pressão do platô é baixa
centro
embreagem se encontra desgastado. Revestimento contaminado por óleo por deficiência de vedação
dos retentores (câmbio ou motor)
Crédito: Elias Aleixo.
FINALIZANDO
embreagem de um automóvel.
REFERÊNCIAS
1997. 191 p.