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Os Meios de Graça

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OS MEIOS DE GRAÇA

Introdução:
A vida cristã é uma experiência maravilhosa. Começa através de uma obra
sobrenatural realizada pela imerecida graça de Deus no coração e na vida de
uma pessoa. O Espírito de Deus aplica a obra de Cristo, na cruz, aos muitos
que estão espiritualmente mortos. Ele os regenera, levando-os a
arrependerem-se do pecado e a exercitarem a fé no Senhor Jesus Cristo. Isto
se chama salvação, que é uma obra gloriosa da graça e do Espírito de Deus.
A vida cristã começa pela graça, pela atividade do soberano Espírito de Deus,
e deve ser continuada da mesma maneira. Isto não significa que não existe
qualquer atividade da parte do crente. Pelo contrário, a Palavra de Deus afirma
que os salvos foram. criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus
de antemão preparou para que andássemos nelas. (Ef 2.10); e: Desenvolvei a
vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto
o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. (Fp 2.12-13 nota: estes
versículos, que têm sido grosseiramente mal utilizados pelas seitas, não
ensinam a salvação pelas obras; antes, são dos muitos versículos que
demonstram a completa gratuidade da salvação). Além disso, os crentes são
instruídos a crescerem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo. (2 Pe 3.18). O que o gracioso e amável Deus do céu
concedeu aos crentes para ajudá-los a desenvolverem sua salvação, fazerem
as boas obras que Ele determinou e crescerem na graça? Deus ofereceu-lhes
coisas específicas a fim de obterem esses resultados desejados; ofereceu-lhes
o que os teólogos chamam de meios da graça. A seguir, consideraremos esses
meios da graça e de crescimento. Quando você utiliza os meios da graça,
percebe os resultados em sua própria vida: crescimento espiritual, maturidade,
alegria, santidade e semelhança a Cristo. Se estas qualidades estiverem sendo
praticadas em sua vida, haverá crescente comunhão com Deus. o Pai, o Filho
e o Espírito Santo. Você será fortalecido e encorajado a andar com Cristo.
Receberá a força e o poder espiritual necessários para vencer a tentação, o
pecado e Satanás. Obterá ajuda indescritível em cada aspecto da vida cristã.

O que significa a expressão meios de graça?


A palavra “meio” é definida no Aurélio como “recurso empregado para alcançar
um objetivo”. Então, os meios de graça são os instrumentos pelos quais Deus
transmite bençãos ao seu povo.
O Catecismo de Westminster define a expressão “meios da graça” como “os
recursos visíveis e comuns pelos quais Cristo transmite à sua igreja os
benefícios de sua mediação [ou seja, de sua morte]”.
Ilustrando isso, pense em uma mangueira de jardim. A mangueira não é
especial em si mesma, porém é o canal pelo qual flui a água que produz vida e
refresca. O mesmo acontece com os meios da graça. Em si mesmos, eles
nada possuem de especial, mas são os instrumentos ou os canais pelos quais
fluem as bênçãos divinas que outorgam vida e refrigeram a alma. Através dos
meios da graça, Deus concede força, paz, conforto, instrução, disciplina,
orientação, alegria e muitas outras coisas necessárias à vida cristã.

Existem dois tipos de meios de graça: os particulares e os públicos.

Meios de Graça particulares:


Leitura da palavra de Deus: Deus nos deu um livro através do qual Ele fala
conosco. Ele não mais se comunica com os homens utilizando sua voz audível,
como o fazia no passado. Agora Deus fala através de seu Filho (Hb 1.1-4), que
nos transmite sua palavra por meio das Sagradas Escrituras, a Bíblia. Nas
páginas das Escrituras, Ele manifesta sua voz, capaz de despertar os mortos,
outorgando-lhes vida.
Oração: É um dos meios pelos quais o crente cultiva um vivificante
relacionamento com o Deus vivo. A oração é indispensável na devoção
pessoal. Envolve conversar e ter comunhão com Deus. Nesta comunhão,
apresentamos a Deus nossos desejos íntimos. A oração assemelha-se a
conversar com Deus. face a face.
Jejum: ficar deliberadamente sem comer ou beber com o propósito de
aproximar-nos do Senhor e pedir Suas bênçãos

Meditação: Após o crente ter vindo à presença de Deus, através da leitura da


Bíblia e pela oração, ele se alimenta do que já recebeu por meio da meditação.
Thomas Watson, um dos Puritanos, disse: “A meditação é semelhante ao regar
uma planta, faz aparecer os frutos da graça”. A meditação é para nossa alma o
que a digestão é para o corpo. C. H. Spurgeon apresentou uma excelente
instrução, ao declarar: Nossos corpos não se sustentam apenas por ingerir o
alimento através da boca; mas o processo de digestão resulta em músculos,
nervos, tendões e ossos. Por meio da digestão, o alimento exterior é
assimilado pela vida interior. O mesmo acontece às nossas almas: elas são
nutridas não apenas por aquilo que ouvem aqui e acolá. Ler, ouvir, observar e
aprender tudo exige uma digestão interior; e a digestão interior da verdade
ocorre através de meditarmos nela. A atitude do salmista Davi foi: Meditarei
nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito. Terei prazer nos teus
decretos; não me esquecerei da tua palavra. (Sl 119.15-16). Setecentos anos
antes de Cristo nascer, Davi já sabia o valor da meditação.
Meios de Graça públicos:

Culto e adoração: Deus jamais tencionou que o verdadeiro crente vivesse


sozinho. Após a ascensão de Cristo, os apóstolos saíram por todo o mundo
implantando igrejas e estabelecendo presbíteros em cada uma delas (At
14.23). Eles fizeram isto, para que os crentes novos fossem fortalecidos,
encorajados, guiados, instruídos e, acima de tudo, adorassem a Deus juntos.
Deus, e não os homens, ordenou que por intermédio da reunião coletiva, para
adoração, o crente recebesse bênção e ajuda divina para os dias futuros.
Reunido, o povo de Deus receberia não somente a bênção dEle, mas também
se fortaleceria mutuamente. Os cristãos receberam a ordem de não
abandonarem o reunirem-se para adoração pública (Hb 10.25).

Ordenanças - Batismo e Ceia: Uma ordenança é um costume e prática


iniciada pelo Senhor Jesus Cristo, enquanto Ele esteve na terra. Nas
verdadeiras igrejas do Senhor Jesus, há apenas duas ordenanças: o batismo e
a ceia do Senhor.

Comunhão: O povo de Deus procede de todos os tipos de pessoas. Todavia,


existe algo que os une: em Cristo, eles são um! Cristo os amou com amor
eterno e os atraiu com bondade. Todos os obstáculos foram removidos ante à
eleição, à redenção e ao salvífico amor de Cristo (ver Ef 2.14-16). Comunhão
significa “compartilhar juntos” ou “vida compartilhada”, especialmente quando
esta se relaciona aos outros crentes.

Oração Coletiva: As igrejas primitivas não somente permaneciam na doutrina


dos apóstolos, na ceia do Senhor e na comunhão, também perseveravam na
oração juntos. As reuniões da igreja, a fim de orar, era um dos meios de levar
as cargas uns dos outros e cumprir a lei de Cristo (Gl 6.2). No livro de Atos, há
diversos exemplos dos irmãos orando juntos, na igreja primitiva. No dia de
Pentecostes, o que os crentes estavam fazendo? Orando (At 1.12-14; cf. 2.1).
Através da oração coletiva, a igreja contemplou o Senhor Deus libertando-a
das mãos de seus inimigos (4.23- 33). Pedro foi liberto da prisão porque os
crentes estavam juntos em oração a favor dele (12.5). A história das igrejas do
Novo Testamento ilustra a bênção e a necessidade de orarmos juntos.
Conclusão:
Um Pai amoroso, sábio e gracioso, que habita nos céus, outorgou aos seus
filhos estes meios para o bem deles (cf. Dt 10.13). Ele não os deu a fim de
colocar seus filhos em escravidão a regras estabelecidas pelo homem, mas
para abençoar, fortalecer e encorajá-los. Os meios particulares da graça nos
foram concedidos para sustentar-nos em nossa vida cristã diária, em um
mundo de atividades cotidianas. Os meios públicos da graça são para nosso
benefício, na igreja local pertencente ao Senhor Jesus Cristo. Praticá-los agora
resultará em crescimento e frutificação de nossa vida cristã. Utilizar estes
meios designados por Deus redundará em glória para Ele, expansão de seu
reino e nos proporcionará retidão, paz e alegria.

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