Orcamento Do Estado
Orcamento Do Estado
Orcamento Do Estado
Competências - Compete aos órgãos e instituições que integram o SOE (Art. 11):
Trata-se de uma previsão, já que se refere a um período futuro (o próximo ano económico) e
não ao momento presente. E o futuro, como todos sabemos, é incerto.
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Pode-se também olhar para o orçamento como o quadro geral básico de toda a actividade
financeira do Estado, uma vez que é através dele que se procura guiar-se no ambito da
utilização dos dinheiros públicos.
Sendo assim, o orçamento cumpre funções de natureza económica, política e jurídica. Tais
funções assumem importância extrema para o funcionamento de qualquer economia e
sistema político. Daí a razão da existência do orçamento e a importância que ele assume.
No plano económico:
Facilita a gestão dos dinheiros públicos, torna a gestão desses dinheiros mais
racional e eficiente. Por outras palavras, evita o improviso, que é sempre uma causa
de desperdício.
No plano político:
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Garante que a tributação do rendimento dos cidadãos para cobrir os gastos públicos
sejá feita mediante decisão dos seus representantes na Assembleia da República,
isto é, mediante a aprovação dos Deputados.
No plano jurídico:
As actuais práticas orçamentais não estão ajustadas a nova realidade económica e política
de Moçambique. A gestão orçamental tem sido caracterizada por uma acentuada falta de
transparência e rigor e uma certa doze de improviso na captação e afectação dos dinheiros
públicos. Tal não é compatível com um bom desempenho do Estado em matéria de política
económica nem com o processo de democratização em curso no País.
Objectivos da Lei
A LEO define o quadro de funcionamento do sistema orçamental. Ela tem por objectivo
o estabelecimento de princípios, regras e normas referentes ao orçamento do Estado e a
Conta Geral do Estado segundo critérios modernos.
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O Orçamento
Funções do Orçamento
Regras Orçamentais
Anualidade: o orçamento tem uma duração anual. Refere-se ao ano económico, o qual
coincide com o ano civil. Ou seja, o orçamento em Moçambique é um documento no qual se
prevêm as receitas e se fixam as despesas do Estado para o período compreendido entre
01 de Janeiro e 31 de Dezembro.
Do ponto de vista político, a anualidade assegura que o controlo exercido pelo Parlamento
sobre a gestão dos dinheiros públicos é feito com uma certa regularidade. Este controlo é
efectuado tanto na fase de previsão das despesas e receitas, como na fase de execução
dessas mesmas despesas e receitas e na fase de prestação de contas (uma vez
determinado o ano económico).
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Do ponto de vista económico o ano apresenta-se com um bom período para a realização de
cálculos económicos no domínio da gestão corrente dos fundos públicos.
Universalidade – implica que todas as receitas e todas as despesas devem ser inscritas
no orçamento.
Estas 2 regras visam evitar que escape a autorização política (na fase da previsão), ao
controlo político e administrativo (na fase de execução) e a responsabilização judicial e/ou
parlamentar (na fase de prestação de contas).
Imaginemos que o Estado estabelece que a receita X irá ser utilizada para cobrir a despesa
Y. Se a receita X for inferior ao previsto, a despesa Y acabará por ser menor do que o
montante que havia sido orçamentado (e aprovado pela Assembleia da República) devido a
falta de fundos.
Esta regra visa evitar que cada serviço ou Ministério constitua um mundo a parte, com
receitas e despesas próprias.
A título de exemplo, constituem casos de excepção, os hospitais que financiam parte das
suas despesas com receitas provenientes de consultas.
Nos casos em que a lei determina por uma razão especial a consignação de receitas,
pretende-se colocar certas despesas em situação de favor (existe a garantia de que as
receitas consignadas serão suficientes para cobrir as despesas que se destinam a
financiar), assegurar que certas despesas só sejam realizadas na totalidade se forem
cobradas receitas que as cubram, ou promover a eficiência e flexibilidade na gestão de
determinados organismos e empresas públicas.
O respeito pelos princípios e regras acima indicados requer a sistematização das receitas e
das despesas. Para o efeito o Governo aprovou os Classificadores Orçamentais previstos
na LEO; cuja aplicação é obrigatória.
Execução do orçamento
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Não poderá liquidar e cobrar, nem inscrever no orçamento, uma receita que não esteja
autorizada por lei. A cobrança de um imposto pode, todavia, ser efectuada para além do
montante inscrito no orçamento, já que, ao contrário das despesas, para as quais são
fixados limites máximos, as receitas são uma previsão. Podem variar de acordo com a
conjuntura económica e outros factores que estão fora do controlo do Governo.
Não poderá também realizar despesas que, apesar de terem base legal, não se encontrem
inscritas no orçamento, não tenham cabimento na correspondente verba orçamental, ou
excedam os montantes máximos de despesa fixados pelo orçamento.
As despesas deverão ainda obedecer à regra dos duodécimos, segundo a qual em cada
mês do ano não poderá ser utilizada uma verba superior a 1/12 da verba global fixada no
orçamento, acrescida dos duodécimos anteriores vencidos e não gastos.
Existem, todavia, excepções autorizadas por lei. Estas excepções existem devido à
necessidade de realizar o grosso de certas despesas durante um determinado período do
ano. É o caso, por exemplo, da reparação de estradas. Esta deverá ser feita essencialmente
durante a estação seca, pelo que a verba destinada para este efeito será em grande medida
utilizada durante o período de Abril à Outubro.
As despesas só podem ser assumidas durante o ano económico para o qual estiverem
orçamentadas e devem respeitar os princípios de economia, eficiência à maximização dos
resultados e a eficácia à obtenção dos resultados pretendidos.
Alterações orçamentais
Sendo uma previsão, o orçamento pode não cobrir situações imprevistas que venham a
correr durante o ano. Para fazer face a este tipo de situações, torna-se necessário proceder
à introdução de alterações no orçamento.
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As alterações dos limites globais fixados no orçamento são efectuadas por lei sob proposta,
devidamente fundamentada pelo Governo. Compete à Assembleia da República aprovar
essas alterações.
O controlo orçamental visa assegurar que a sua execução não sofre desvios, cumprindo-
se assim os objectivos e a estratégia definida no orçamento. Pretende-se, em primeiro lugar,
garantir que o Executivo se mantem dentro dos limites impostos pela lei, os quais foram
determinados pela Assembleia da República aquando da aprovação da Lei do orçamento.
Procura-se também através do controlo orçamental evitar o desperdício e a má utilização
dos dinheiros públicos.