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Mensagens12 NL Teste2 v2

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Teste

Testede
deavaliação 12.o oAno
avaliação––12. Ano
Versão
Versão2 1

Nome _______________________________________ Ano ________Turma_________ N.o ________

Grupo I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

PARTE A
Lê o poema do heterónimo pessoano Álvaro de Campos.

Não, não é cansaço...


É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
É um domingo às avessas
5 Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...

Não, cansaço não é...


É eu estar existindo
E também o mundo,
10 Com tudo aquilo que contém,
Com tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Não. Cansaço porquê?


É uma sensação abstrata
15 Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
20 Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...

Como quê?...
25 Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.

(Ai, cegos que cantam na rua,


Que formidável realejo1
Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)

Porque oiço, vejo.


30 Confesso: é cansaço!...

Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos,


Lisboa, Ática, 1944 (imp. 1993), p. 111.

NOTAS:
1
realejo: instrumento musical que consiste num órgão portátil, acionado por meio de manivela.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 1


1. Explicita a contradição existente entre o primeiro verso das três primeiras estrofes e o estado de
espírito do sujeito poético manifestado em cada uma delas.

2. Relaciona a estrofe entre parênteses com o sentido da última estrofe.

3. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Na folha de respostas, regista apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o número que
corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.
Na terceira estrofe, é visível, no eu lírico, a) , como o comprova o recurso à b) «É uma
sensação abstrata / Da vida concreta». Já a utilização de vocábulos de sentido disfórico, como
«grito», «angústia» e «sofrer», deixa transparecer uma certa c) .

a) b) c)
1. a incapacidade de definir o seu 1. hipérbole 1. angústia existencial
estado de espírito 2. metáfora 2. evasão para outra realidade
2. o desassossego perante as 3. antítese 3. abjeção da vida quotidiana
certezas encontradas
3. a convicção das causas do seu
cansaço

PARTE B

Lê o poema da obra pessoana Mensagem.

SEGUNDO: VIRIATO1

Se a alma que sente e faz conhece


Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memória em nós do instinto teu.

5 Nação porque reencarnaste,


Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste —
Assim se Portugal formou.

Teu ser é como aquela fria


10 Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.
Fernando Pessoa, Mensagem (ed. de Teresa Sobral
Cunha), Lisboa, Relógio D’Água, 2013, p. 51.

NOTAS:
1
Viriato: pastor dos Montes Hermínios, que se distinguiu na resistência heroica à invasão romana, como chefe militar dos
Lusitanos, entre 147 e 139 a. C., ano em que foi morto à traição.

4. Indica dois aspetos que comprovem a importância de Viriato para os portugueses.

5. Explicita a dimensão mítica de Viriato presente na última estrofe.

2 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano


6. Seleciona a opção de resposta adequada para completares a afirmação abaixo apresentada.
A expressão «o ir a haver o dia» (v. 11) é um indício _____________, sendo «dia» _________ da
nação que viria a ser fundada.

(A) da preparação de algo que está para vir … metáfora


(B) da preparação de algo que está para vir … metonímia
(C) da anulação da ascendência do mito … metáfora
(D) da anulação da ascendência do mito … metonímia

PARTE C

7. Escreve uma breve exposição sobre a dimensão simbólica dos heróis da Mensagem, de
Fernando Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;

• um desenvolvimento no qual explicites dois aspetos comprovativos da dimensão simbólica dos


heróis de Mensagem, fundamentando cada um deles com, pelo menos, um exemplo
pertinente;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 3


Grupo II

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.


Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

Lê o texto.

Escrever para desassossegar


«Nunca conheci quem tivesse levado porrada / Todos os meus conhecidos têm sido campeões
em tudo.» A minha paixão por Fernando Pessoa nasceu neste Poema em Linha Reta, assinado por
Álvaro de Campos, que descobri aos 13 anos. Trinta e três anos depois, em 2008, tive a alegria de
organizar um concerto no Terreiro do Paço, em Lisboa, com rappers e grupos de hip-hop cantando a
5 poesia de Pessoa e dos seus heterónimos. Mas Pessoa vive além da máquina da heteronímia; é o
coração febril do tímido e arguto Fernando que bomba o sangue dos outros, distintos e iguais a ele.
Criar personagens faz parte da natureza humana, todos somos vários, a não ser que escolhamos ser
apenas sombras movidas por uma ambição qualquer, que sempre é nada. O engenheiro Campos é a
figura pessoana que prefiro – navio iluminado ateando ondas na noite da língua e do pensamento.
10 O génio de Pessoa consistiu em transformar em texto as experiências-limite da existência. O seu
projeto não era o de criar novidades ou sensações literárias, mas de, escrevendo, sangrar a vida e
compreender as paixões que a compõem. Foi um filósofo valente. O autor desse romance sem
história onde todos os romances estão contidos, o Livro do Desassossego que nunca me canso de
reler, e que é um vendaval de ideias e de intuições fulgurantes, usou todos os métodos, processos e
15 correntes literárias, desfibrando-os, subvertendo-os, estoirando-os: depois dele, o belo e o bom
nunca mais foram os mesmos – e, sobretudo, nunca mais foram absolutos. Pessoa é a velocidade
supersónica e a imobilidade estelar; a máxima dispersão e o extremo rigor. Nos seus diários de
juventude (Prosa Íntima e de Autoconhecimento, edição de Richard Zenith, Assírio & Alvim) escreve:
«Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos
20 os homens, […] Com os meus passos treme a luz das estrelas. […] Pareceu-me sempre que ser era
ousar; que querer era aventurar-se.» A aventura pessoana de explorar as múltiplas variantes do ser,
na sua autenticidade radical, acompanha-nos para lá do tempo. Fernando Pessoa atreveu-se a
escavar destemidamente a verdade da condição humana – é para isso que serve a literatura.
Inês Pedrosa, «Escrever para desassossegar»,
in Mensagens 12, 2017.

1. A autora confessa que a sua paixão precoce por Fernando Pessoa


(A) se intensificou com o concerto no Terreiro do Paço.
(B) começou aos 13 anos com a leitura de um texto do ortónimo.
(C) surgiu a partir da leitura de um poema de Álvaro de Campos.
(D) ao ouvir a sua poesia cantada por rappers e grupos de hip-hop.

2. De acordo com Inês Pedrosa, «Pessoa vive além da máquina da heteronímia» porque
(A) os heterónimos são diferentes de si.
(B) é ele quem mantém vivos os heterónimos.
(C) se aproxima dos seus heterónimos.
(D) os heterónimos apenas existiram no momento da criação.

4 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano


3. Para a autora, o projeto de Pessoa consiste em, através da escrita,
(A) experienciar a existência, esmiuçando-a até ao limite.
(B) compreender o sofrimento suscitado pelo amor.
(C) sentir paixões que de outra forma não viveria.
(D) conceber novas formas de sentir literariamente.

4. São várias as características de O Livro do Desassossego, nomeadamente


(A) a homogeneidade e a metodologia.
(B) a beleza e a aquietação.
(C) a heterogeneidade e a ordenação.
(D) a multiplicidade e a faceta analítica.

5. A oração «quem tivesse levado porrada» (linha 1) é


(A) subordinada substantiva relativa, com função de complemento indireto.
(B) subordinada substantiva relativa, com função de complemento direto.
(C) subordinada substantiva completiva, com função de sujeito.
(D) subordinada substantiva completiva, com função de complemento direto.

7. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:


a) «do tímido e arguto Fernando» (linha 6);
b) «a luz das estrelas» (linha 20).

8. Indica o antecedente de «que», presente na linha 3.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 5


Grupo III
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e
cinquenta palavras, faz a apreciação crítica do cartoon abaixo apresentado, da autoria de Madrigal

Migue
l Morales, intitulado Ervas daninhas.

Fonte: www.cartoonmovement.com
(consultado em 27.01.2022)

O teu texto deve incluir:


‒ a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;

6 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano


‒ um comentário crítico, fundamentando devidamente a sua apreciação e utilizando um
discurso valorativo;
‒ uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma
única palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2020/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre duzentas e trezentas e cinquenta palavras –, há
que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto
produzido;
– um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

FIM

COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotação (em pontos)

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 12 16 16 12 16 104
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56

III Item único


40
TOTAL 200

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 7

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